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Bittencourt SEMIOLOGIA DA DOR É um sintoma guia = “Dor é uma desagradável experiência sensorial e emocional associada a uma lesão tecidual já existente ou potencial, ou relatada como se uma lesão existisse” → IASP • A dor é um mecanismo básico de defesa, que ocorre antes de ter uma lesão grave. • Ela impõe limites na atividade e provoca repouso. • A dor serve como base para se aprender a evitar objetos ou situações com os quais ou nas quais uma lesão possa ocorrer posteriormente. • Falta de sensibilidade dolorosa é fator limitante de sobrevida → é vista em doenças raras congênitas. AGUDA CRÔNICA <1 mês >3 meses Papel de alerta Persiste mesmo que tire o fator causal Desaparece com remoção do fator causal Associado a afecções crônicas Traz estresse, sofrimento e perda de qualidade de vida do paciente • Há dores sem propósito útil • Carrega significado social de valores culturais • Há características individuais • Tendências neuróticas e depressivas MECANISMOS BÁSICOS Componente sensorial-discriminativo: é o que faz a gente localizar a dor • Começa com a transdução do sinal → potencial de ação → SNC → sofre modulações Transdução: • Ativação dos nociceptores • Terminações nervosas livres o Final (A delta) → mecânicos e/ou térmicos nóxicos. → produz dor em pontada o Amielínicas (C) → mecânicos, térmicos ou químicos → é transmitida mais lentamente → dor em queimação Transmissão: Corno dorsal da medula → tálamo, sistema límbico ou córtex → duas vias • Lateral →Neoespinotalâmico → tálamo e depois córtex. É organizada de forma somatofórmica, de acordo com os dermátomos. • Medial → não é bem organizada, então é responsável por mostrar o quão incomodo é a dor → Paleoespinotalâmico e Modulação: • Há também vias e centros resposnsaveis • A alfa e A beta chegam na substancia gelatinosa, ativam neurônios inibit ŕios na via espinotalâmica (lateral) → inibe o estímulo doloroso. Por isso, quando a gente machuca, passamos a mão para tentar aliviar → TEORIA DOS PORTÕES • Substancia cinzenta e SNC tem varias áreas que emitem eferentes inibitórios no corno dorsal → áreas estimulas emitem sinais de inibição → CIRCUITO ... ASPECTO AFETIVO-EMOCIONAL • A resposta final a um estímulo álgico compreende também uma série de reações reflexas, emocionais e comportamentais, que depende do aprendizado e memorização de experiências prévias, do grau de atenção ou de distração, do estado emocional e do processamento e integração das diversas informações sensoriais e cognitivas. • Informações alcançam sistema límbico → avaliadas → quando significativas, as emoções e comportamentos são exteriorizados. • No tálamo, as informações são transmitidas pelo grupo medial até os gânglios da base, gerando uma resposta motora. • Hipotálamo é responsável pelas respostas motoras autonômicas (Hipertensão, taquicardia, sudorese, palidez). ASPECTO AVALIATIVO-COGNITIVO • Componentes de memória são ativados • Intensidade depende de vários fatores • Sistema cognitivo é considerado o centro de controle do processamento da dor TIPOS DE DOR • Dor somática superficial o Estímulo dos nocirecetores na pele o Bem localizada → picada, pontada, sensação de rasgar, queimor o Intensidade variável o Ex: quando o inseto pica • Dor somática profunda o Ativação dos nociceptores dos músculos, fáscia, tendões, ligamentos, articulações, folheto pariental do peritônio e da pleura. o Localização mais imprecisa → dolorimento, dor surda, profunda, caibra, pontada, fincada. o Pode se manifestar como dor referida • Dor visceral o Localização imprecisa, mas próxima ao órgão que a origina o Descrita como um dolorimento ou uma dor surda, vaga, contínua, profunda, que tende a acentuar-se com a solicitação funcional do órgão acometido o A dor das vísceras maciças e dos processos não obstrutivos das vísceras ocas é descrita como surda; a dos processos obstrutivos das vísceras ocas é do tipo cólica (aperta e alivia) o Isquemia miocárdica: constritiva, em aperto o Aumento de HCl: queimação, ardor. o Pode ser referida • Dor referida o Sensação dolorosa superficial, sentida distante da sentida profunda que realmente tem a lesão o Fibras viscerais entra na medula no mesmo segmento que as fibras nervosa da pele e como a pele é muito mais inervada, o córtex entende que a dor da víscera é a da pele. o IAM: dor na face medial do braço esquerdo o Apendicite: dor epigástrica ou periumbilical o Afecções do ureter: dor na virilha e genitália externa (homem- dor no testículo) o Doença diafragmática, irritação do frênico, afecções da vesícula: dor na escápula e no ombro. • Dor irradiada o Caracteriza-se por ser sentida a distância de sua origem. o Ocorre obrigatoriamente em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou em nervo cuja estimulação nóxica é responsável pela dor. CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLÓGICA • Dor nociceptiva o causada pela ativação dos nociceptores e pela transmissão dos impulsos gerados, que percorrem as vias nociceptivas até as regiões do sistema nervoso central, onde são interpretados. o Espontânea o Evocada • Dor neuropática o Também denominada dor por lesão neural, por desaferentação (privação de um neurônio de suas aferências), ou central (quando secundária às lesões do sistema nervoso central). o Em queimação, formigamento, choque o Alodinea: encosta e gera dor o Hiperpatia: hiperresponsividade à dor o Constante x intermitente x evocada • Dor mista o Casos de dor por neoplasia maligna, quando ela se deve tanto ao excessivo estímulo dos nociceptores quanto à destruição das fibras nociceptivas. • Dor psicogênica o Não tem substrato orgânico, mas o paciente realmente sente a dor o Tende a ser referida no órgão que ele acha que tá doendo. Se a doença imaginada é uma colelitíase, a área da dor será a do hipocôndrio direito e não o ombro ou a área escapular direita. Isso ocorre porque o paciente desconhece a dor referida em sua imagem corporal. o Sua intensidade é variável, sendo agravada pelas condições emocionais do paciente, o que, em geral, é contestado por ele. CARACTERÍSTICAS SEMIOLOGICAS 1. Localização 2. Irradiação 3. Qualidade ou caráter a. Evocada x espontânea b. Constante x intermitente c. Oferecer relação de termos descritores mais comumente utilizados 4. Intensidade 5. Duração a. Aguda x Crônica b. Se intermitente: data, duração média dos episódios, número médio de crises em um dia... 6. Evolução a. Início súbito x insidioso b. Mudança das características pode significar alteração evolutiva, sinalizar sobre resposta ao tratamento, complicações da enfermidade ou afecção distinta. 7. Relação com as funções orgânicas a. Avaliar as funções considerando os órgãos situados na mesma região da dor b. Em geral, a dor é exacerbada quando tem solicitação funcional da estrutura em que se origina 8. Fatores desencadeantes ou agravantes 9. Fatores atenuantes a. Posturas, atitudes, distração, ambiente apropriado, sono, jejum, ingesta de alimentos, repouso, medicamentos 10. Manifestações concomitantes 11. Quantificar impacto afetivo