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Gabriella Comerlatto – T3 • As neuropatias diabéticas periféricas (NDP) são a “presença de sintomas e/ou sinais de disfunção dos nervos periféricos em indivíduos com diabetes melito, após a exclusão de outras causas” • A prevalência da NPD na população geral é de 49%, sendo 12% nos indivíduos com pré-DM. Estima-se que, até 25% das pessoas com DM sofram de NPDD • O diagnóstico requer “avaliação clínica cuidadosa, pois a ausência de sintomas não afasta a presença de neuropatia” • Há interferência nas atividades diárias, associações a desfechos cardiovasculares, dores e parestesias/disestesias, úlceras eNeuropatia Diabética amputações em membros inferiores e transtornos psiquiátricos, sobretudo depressão • As manifestações e a evolução clínica são distintas, em consonância com a duração e a predominância do tipo de fibra nervosa comprometida (grossas e/ou finas, sensitivas e/ou motoras, autonômicas), embora 50% não apresentem sintomas • O quadro é bastante variável, podendo ser rapidamente reversível ou irrecuperável Classificações: PND típica: é a forma mais prevalente, de evolução crônica e relacionada a longa exposição hiperglicêmica e fatores metabólicos e cardiovasculares. É simétrica, distal e sensorimotora. Disautonomias e dor neuropática podem ocorrer PND atípica: surge em qualquer época do curso do DM. A evolução é monofásica ou flutuante, com dor neuropática aguda ou subaguda. Disautonomias são comuns e aventam-se alterações autoimunes Mecanismos da dor neuropática periférica diabética • Os mecanismos exatos ainda não estão elucidados, porém sabe-se que há envolvimento periférico e central • As alterações induzidas pela PND nas funções cerebrais associam-se a comorbidades (ansiedade, depressão, memória de dor, distúrbios do sono) e a fatores genéticos e fenotípicos Avaliação da dor • Vários métodos têm sido empregados para quantificar a dor, são eles: escalas visuais, questionários de dor e escores • Em indivíduos com DM, o diagnóstico da NPD é essencialmente clínico e baseia-se na presença de dois ou mais testes ou sinais neurológicos alterados Escala visual analógica (EVA) • Modalidade antiga, confiável e muito fácil de aplicar • Nessa escala, o sintoma referido pelo paciente é marcado em uma linha de 100 mm, delimitada em seus extremos como a variação entre ausência de dor e dor intensa • Mede-se com uma régua, utilizando-se a escala milimétrica (mm) • A escala numérica de Likert difere da EVA por conter 11 pontos, uma vez que é numerada de zero (sem dor) a 10 (pior dor possível) • O escore obtido é útil para acompanhar a resposta terapêutica em estudos ou na prática ambulatorial Características dos sinais • A avaliação das sensibilidades é efetuada bilateralmente, comparando-se o segmento proximal com o distal, e classificando as respostas registradas como presentes, diminuídas ou ausentes para os sinais sensitivos • Os reflexos são registrados como presentes, presentes ao esforço ou ausentes • O reflexo aquileu é o primeiro a ser comprometido • A força muscular pode ser avaliada clinicamente pela incapacidade de o paciente se manter de pé apoiando-se sobre os calcanhares ou caminhar na ponta dos pés Testes qualitativos • Diapasão 128 Hz avalia a sensibilidade vibratória • Os reflexos são investigados com martelo neurológico e há vários tipos no mercado • Para a sensibilidade dolorosa, o uso de palito descartável, pino ou neurotip é recomendado, e não devem ser usadas agulhas Testes semiquantitativos • Monofilamento 10 g ou de Semmes-Weinstein é recomendado para o rastreamento de PND e risco neuropático de ulceração • O bioestesiômetro e o neuroestesiômetro identificam o limiar da sensibilidade vibratória (LSV), têm maior especificidade e menor sensibilidade do que o monofilamento e são validados para identificar o risco de ulceração Avaliação clínica • O rastreamento anual para investigar a PND e PNDD é a partir de 5 anos de diagnóstico DM1 e ao diagnóstico no DM2 • O diagnóstico de PND é de exclusão, e outras causas de neuropatia periférica devem ser afastadas: deficiências vitamínicas (B12, B6), infecções (p. ex. HIV, hanseníase), hipotireoidismo, malignidades (síndromes paraneoplásicas, mieloma múltiplo), alcoolismo, iatrogênicas (isoniazida, vincristina, pós-quimioterapia, pós-cirurgias), doenças renais, hereditárias (amiloidose familiar), traumatismos, dentre outras • Para melhor acurácia diagnóstica, o ideal é que a metodologia avalie tanto as fibras nervosas finas, (mais precocemente acometidas, incluindo sensibilidade térmica, dolorosa e função sudomotora) e fibras nervosas grossas (reflexos tendíneos, sensibilidade vibratória, tátil e de posição) • Possível: presença de sintomas (dormência, formigamentos, dor em queimação, pontadas nos dedos, pés ou pernas) ou sinais (sensibilidades diminuídas ou reflexos aquileus comprovadamente diminuídos ou ausentes) • Provável: presença de dois ou mais sintomas e sinais de diminuição das sensibilidades ou reflexos aquileus diminuídos ou ausentes • Confirmada: existência de anormalidade de VCN e um ou mais sintomas ou um ou mais sinais neuropáticos Prática Etapa I: Questionário para investigar quadros neurológicos relacionados ao uso do álcool, deficiências vitamínicas (B1, B6, B12), outras endocrinopatias (hipotiroidismo), doenças infecciosas (AIDS, hanseníase), porfiria ou cânceres; diabetes mellitus tipo 1. • Nesse questionário foi investigado também o tempo de DM, idade, sexo, índice de massa corpórea (IMC), escolaridade, renda, estado civil, moradia, presença de outra(s) patologia(s) e realizada a verificação da glicemia capilar imediatamente antes da realização dos testes de avaliação Etapa 2: Instrumentos e testes recomendados para o diagnóstico de PND • Monofilamento de 10g • Sensibilidade dolorosa (palito) • Sensibilidade vibratória (diapasão 128 Hz) • Reflexo Aquileus (martelo) Teste do monofilamento 10g • Realizar em 3 locais em ambos os pés • Sendo feita sua aplicação três vezes no mesmo local alternada com uma aplicação simulada • Total de 09 aplicações, 3 em cada ponto • Em cada uma das aplicações questionar o paciente a respeito do local onde estava sendo aplicado o monofilamento • Baixa sensibilidade Sensação protetora presente: se o paciente respondesse corretamente a duas das três aplicações, em cada ponto aplicado Sensação protetora ausente: duas respostas inprecisas das três aplicações, também válido para cada ponto. Sensação protetora ausente: imprecisão à um dos três pontos de aplicação Sensibilidade dolorosa • Com um palito, aplicar no apex do 1º pododáctilo e no dorso do pé • Sendo realizada apenas uma aplicação para cada local e nos dois pés • Alternar entre a ponta e cabeça • Fazer no dorso do hálux bilateral • Fazer três alternativas, alternando os lados Sensibilidade dolorosa reduzida: sensação apenas em uma das aplicações Sensibilidade dolorosa ausente: sensação em nenhuma das aplicações Teste de sensibilidade vibratória • Diapasão de 128 Hz no apex do primeiro 1º pododáctilo, sendo realizadas duas aplicações (uma delas simulada) • Vibrar o diapasão no Hálux do dorso bilateral, colocar o dedo indicador embaixo do hálux • Pedir para o paciente avisar quando parar de sentir a vibração • Contar quantos segundos o paciente parou de sentir antes de você - mais de 10 segundos é alterado, menos de 10 segundos é normal Sensibilidade vibratória reduzida: se um dos pontos de aplicação estivesse alterado e Sensibilidade vibratória ausente se os dois pontos aplicados estivesse alterados. Reflexo aquileu • Martelo neurológico • Realizar duas tentativas Reflexo ausente se o paciente não responder a nenhuma delas Sensibilidade térmica • Fibra fina • Distinguir a temperatura do diapesão • Fria ou normal • Fazer no dorso do pé Questionários • O ECN é derivado do exame do Reflexo Aquileus e da sensibilidade vibratória, dolorosa e térmica do hálux bilateralmente • As modalidades sensitivas devem ser pontuadas com (0) se presente (1) se reduzido/ausente • Os reflexos como (0)se normal, se presente com reforço (1) ou (2) se ausente, para cada lado Pontuações: • 3 a 5 é considerado com evidência de sinais neuropáticos leves • 6 a 8 como moderado • 9 a 10 como sinais neuropáticos graves Os critérios mínimos aceitáveis para o diagnóstico de neuropatia periférica são: • Sinais moderados com ou sem sintomas • Sinais leves com sintomas moderados • Sinais leves sozinhos ou com sintomas leves não são considerados adequados para se fazer o diagnóstico de neuropatia periférica Score total: • 3–4 implica em sintomas leves • 5–6 sintomas moderados • 7–9 sintomas graves Escore de Comprometimento neuropático https://www.youtube.com/watch?v=RHXiuYu3INg&t=2s https://bdm.unb.br/bitstream/10483/6204/1/2013_TatianeSousadaSilva.pdf 2022.2
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