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PROCESSO PENAL - RESUMO - CONCURSOS - CURSO DE DIREITO - PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL

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Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
O PROCESSO PENAL E OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 
 
O Brasil, enquanto Estado Democrático de Direito, é regido pela Constituição Federal de 1988. 
Não se pode conceber o estudo do processo penal dissociado de uma visão abertamente constitucional (NUCCI, 2022). 
Assim, o processo penal democrático cuida da visualização do processo penal a partir dos postulados estabelecidos 
pela Constituição Federal, no contexto dos direitos e garantias humanas fundamentais, adaptando o Código de 
Processo Penal a essa realidade, ainda que, se preciso for, deixe-se de aplicar legislação infraconstitucional (NUCCI, 
2022). 
Os princípios são postulados que se irradiam por todo o sistema de normas, fornecendo um padrão de interpretação, 
integração, conhecimento e aplicação do direito positivo. O conjunto dos princípios constitucionais forma um sistema 
próprio, com lógica e autorregulação. 
Dentro do processo penal, os princípios mais importantes são o devido processo legal e o respeito à dignidade da 
pessoa humana. Após a Constituição de 1988, os princípios constitucionais imbuídos ao processo penal passaram a 
mostrar maior preocupação com os direitos do acusado. 
 
O DEVIDO PROCESSO LEGAL (ART. 5º, LIV, CF) 
 
 
 
 
 
 
Em linhas gerais, o devido processo legal está relacionado ao respeito às formalidades estabelecidas em lei. Suas 
raízes estão, portanto, no princípio da legalidade. 
Modernamente, representa a união de todos os princípios penais e processuais penais, indicativo da regularidade 
ímpar do processo criminal (NUCCI, 2022). 
Associados a esse princípio estão: 
 
❖ Princípio da dignidade da pessoa humana 
 
Art. 5º, XLI, CF: A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades 
fundamentais. 
Art. 5º, XLII, CF: A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito 
Art. 5º, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
LIV: Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
à pena de reclusão, nos termos da lei. 
 
Art. 5º, XLIX, CF: É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. 
 
Art. 5º, L, CF: As presidiarias serão asseguradas condições para que possam permanecer 
com seus filhos durante o período de amamentação. 
 
❖ Princípio da presunção de inocência 
 
O princípio da presunção de inocência diz que todos são inocentes até que seja declarado culpado por 
sentença condenatória, com trânsito em julgado (art. 5º, LVII). 
Tal princípio tem como consequência uma série de normas constitucionais, como: 
 
Art. 5º, LXI, CF: Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita 
e fundamentada de autoridade judiciária competente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devido a esse princípio, é ônus do Estado provar que o indiciado1 é culpado. E, ainda, na hipótese de haver 
alguma dúvida com relação à autoria do crime, aplicar-se-á o princípio do in dubio pro reu, inclusive na 
apreciação da prova2. 
Deve-se destacar que a prisão se trata de medida excepcional. Ou seja, a liberdade é a regra, devido ao 
princípio da presunção de inocência e ao direito à liberdade. Assim, o indivíduo apenas poderá ser preso, 
anteriormente ao devido processo legal, em hipóteses específicas, como o flagrante delito3. 
 
1 INDICIADO é a pessoa eleita pelo Esta-investigação, dentro da sua convicção, como autora da infração penal. 
 
2 Na apreciação da prova, caso exista dúvidas a respeito de algo, ela deve ser interpretada a favor do réu. 
 
3 O flagrante delito se trata do exato momento em que o agente está cometendo o crime, ou, quando após sua prática, os vestígios 
encontrados e a presença da pessoa no local do crime dão a certeza deste ser o autor do delito, ou, ainda, quando o criminoso é 
perseguido após a execução do crime. 
Art. 301, CPP: Qualquer do povo poderá e as 
autoridades policiais e seus agentes deverão 
prender quem quer que seja encontrado em 
flagrante delito. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
Além disso, na apreciação da prova, caso exista dúvidas a respeito de algo, ela deve ser interpretada a favor 
do réu. 
Em algumas hipóteses, o princípio é relativizado, como nos casos indicados pelas normas acima elencadas e 
na hipótese de prisão preventiva. Isso porque a presença de alguns indícios pode levar à decretação da 
prisão do réu, antes do contraditório, na medida em que pode indicar uma grande probabilidade de ele ser o 
autor do crime. 
 
Art. 312, CPP: A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem 
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, 
quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo 
estado de liberdade do imputado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 310, CPP:. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 horas após a 
realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu 
advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público e, nessa 
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: 
I – relaxar a prisão ilegal; 
II – converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do 
art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas 
da prisão; 
III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Art. 313, CPP:. Nos termos do art. 312 do CPP será admitida a decretação da prisão preventiva: 
I – Nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 anos; 
II – Se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado; 
III – Se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, 
Art. 282, §6º, CPP: A prisão preventiva somente será 
determinada quando não for cabível a sua substituição 
por outra medida cautelar, observado o art. 319 do CPP, e o 
não cabimento da substituição por outra medida cautelar 
deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos 
presentes no caso concreto, de forma individualizada. 
Mesmo a prisão preventiva é 
uma medida excepcional. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
 
 
 
 
 
 
❖ Princípio da intranscedência: A pena não passará da pessoa apenada (art. 5º, XLV). 
 
❖ Princípio da verdade real: Em linhas gerais, o processo penal se trata da reconstrução dos fatos, a fim de 
que uma verdade seja alcançada. 
Alguns doutrinadores mais conservadores defendem que a verdade buscada pelo processo penal é a verdade 
real. Ou seja, o processo penal teria como fim descobrir exatamente o que ocorreu. 
Entretanto, outros doutrinadores mais modernos, sobretudo os garantistas, entendem que é impossível 
alcançar a verdade real, devido às próprias naturezas humana e processual, sendo o processo penal um 
instrumento de alcance apenas da verdade processual. 
A verdade processual é atingida por meio da produção de provas. 
Entretanto, vale ressaltar que não é possível que a verdade seja alcançada a qualquer custo, sobretudo na 
produção de provas. Por isso, é necessário que os preceitos legais acerca dessa produção sejam 
respeitados, sob pena de nulidade. 
 
Uma das teorias adotadas pelo processo penal brasileiro que garantem a integridade das provas coletadas se 
trata da teoria do fruto da árvore envenenada. Segundo essa teoria, as provas derivadas de prova obtida 
por meio ilícito também devem ser consideradas nulas. 
 
Art. 157, CPP: São inadmissíveis. Devendo ser desentranhadas do processo, as provas 
ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação à normas constitucionais ou legais.§1º - São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem 
ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
 
§2º - Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os tramites típicos e 
de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato 
objeto da prova. 
 
Observe que o dispositivo preceitua que, para que a prova derivada seja anulada, deve haver entre ela e a 
prova principal um nexo de causalidade. 
Além disso, em seu §4º, o artigo citado indicava que o juiz que mantivesse contato com a prova declarada 
ilícita não poderia proferir a sentença ou acordão. Entretanto, por razões práticas, isso foi vetado em 2008. 
Porém, no ano de 2019, novamente foi inserido no CPP, no §5º do art. 157. 
enfermo ou pessoa com deficiência para garantir a execução das medidas protetivas de urgência. 
§1º - Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da 
pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser 
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a 
manutenção da medida. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
Com relação à prova ilícita, portanto, é importante destacar novamente que sua utilização é expressamente 
vetada pelo ordenamento processual penal brasileiro, Entretanto, nos casos em que esta seja a única prova 
capaz de inocentar o réu, ela pode ser admitida. 
Outrossim, a prova ilícita também pode ser admitida no caso em que se aplique a teoria da limitação da 
descoberta inevitável. Ou seja, pode ser admitida caso se relacione a algo que seria descoberto 
independentemente da prova obtida. 
Isso também pode se relacionar com o encontro fortuito de provas. Nessa hipótese, caso o agente policial 
tenha autorização para investigar um determinado crime mas, acidentalmente, colhe provas referentes a 
outro crime, estas podem ser admitidas. 
A busca pela verdade, dentro do processo penal, também perdura após a sentença. Por isso, é possível que, 
mesmo após o transito em julgado, mediante a apresentação de novas provas, o réu peça a revisão criminal 
ou o habeas corpus. 
A revisão criminal, prevista pelo art. 621 do CPP, é admitida nas hipóteses de sentença contrária à lei ou 
fundada em depoimentos, exames ou documentos falsos. Além disso, também pode ser admitida nos casos em 
que novas provas da inocência do réu forem descobertas após a sentença. 
Além disso, é possível ainda interpor um pedido de habeas corpus, caso a sentença seja fundada em provas 
ilícitas, com fundamento no inciso VI do art. 648 do CPP. 
 
Outro ponto importante a respeito da verdade no processo penal diz respeito às transações penais e à 
suspensão condicional do processo. 
 
TRANSAÇÃO PENAL 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO 
PROCESSO 
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
- Regulamentada pela Lei 9.099/95 
- Trata-se de um acordo com o suposto 
autor do crime. 
- Aplicável nos casos de crimes de 
menor potencial ofensivo, os quais tem 
como característica a cominação de 
pena inferior a 2 anos e a qualidade de 
contravenções penais. 
- Evita a ação penal e uma eventual 
condenação; logo, evita a reincidência. 
- Não se discute a verdade, nem há 
confissão por parte do suspeito. 
- Regulamentada pela Lei 
9.099/95 
- Trata-se da suspensão do 
processo, sob a égide de 
algumas condições 
preestabelecidas. 
- Aplicável nos crimes cuja 
cominação de pena mínima seja 
menor ou igual a um ano. 
- Nesse caso, já se iniciou a ação 
penal. 
- Também não se discute a 
verdade do processo, nem há 
confissão por parte do 
suspeito. 
- Exige a expressa confissão do 
acusado 
- art. 28-A, CPP 
- Aplicável aos casos em que não está 
previsto o arquivamento do inquérito, 
nos crimes em que não há violência ou 
ameaça e nos crimes em que a pena 
mínima cominada é menor do que 4 anos. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
 
Importante destacar que a transação penal e a suspensão condicional do processo não são aplicáveis aos 
casos de violência contra a mulher em razão do art. 41 da Lei 11.340/2006 – Lei Maria da Penha, 
independentemente da pena prevista. 
A constitucionalidade desse dispositivo foi questionada por muito tempo, em razão de uma suposta violação 
ao princípio da igualdade e da isonomia, vez que homens e mulheres seriam tratados de forma diferente, 
mesmo quando em mesma situação jurídica. 
 
Sobre a confissão, destaca-se o art. 197, CPP: 
 
Art. 197, CPP: O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros 
elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais 
provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou 
concordância. 
 
❖ Princípio do contraditório e da ampla defesa 
Trata-se de uma faculdade de defesa sem restrições no processos penal, em que ao réu ou querelado é dado 
ciência acerca dos fatos ou condutas a ele imputados. 
 
 
Art. 5º, LV, CF: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e os recursos a ela 
inerentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 155, CPP: O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos 
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares não repetíveis e 
antecipadas. 
Parágrafo Único: Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições 
estabelecidas na lei civil. 
Art. 396-A, CPP: Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo 
o que interesse à sua defesa oferecer documentos e justificações, especificar as 
provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua 
intimação, quando necessário. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
 
Em geral, em razão do princípio do contraditório e da ampla defesa, não há restrições com relação à produção 
de provas, com exceção da prova ilícita. Esta apenas pode ser admitida no caso de ser a única prova capaz de 
inocentar o réu. 
Além disso, é importante ressaltar que a prova deve ser produzida, em regra, sob a égide do contraditório e da 
ampla defesa. Dessa forma, assim como preceitua o art. 155 do CPP, o juiz não pode fundamentar sentença 
condenatória unicamente em inquérito policial4. 
Existem algumas exceções a essa regra, como, por exemplo, o caso das provas periciais que devem ser 
realizadas imediatamente após o crime, sob pena de perda da prova. Estas provas podem ser, posteriormente, 
analisadas sob o contraditório da ação penal. 
 
OUTROS PRINCÍPIOS IMPORTANTES 
 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS (Art. 5º, LX, CF): Os processos são públicos, sendo apenas 
possível sua restrição quando expressamente previsto em lei. Tal princípio rege a administração pública (art. 37, CF). 
 
Art. 201, §6º, CPP: O juiz tomará as providências necessárias à preservação da 
intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o 
segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes 
dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação. 
 
Art. 217, CPP: É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. Se o juiz 
verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério 
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do 
depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa 
forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu 
defensor. 
 
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ: Significa que o magistrado, situando-se no vértice da relação processual, 
deve possuir capacidade objetivae subjetiva para solucionar a demanda, julgando de forma absolutamente neutra, 
vinculando-se apenas às regras legais e ao resultado da análise das provas do processo (AVENA, 2022). 
❖ Garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade; 
❖ Proibição dos juízos ou tribunais de exceção. 
 
4 Ou seja, caso a única prova contra o réu seja o inquérito, ele deve ser inocentado, vez que o inquérito é produzido ANTES do processo 
penal ser instituído, ou seja, antes do contraditório e da ampla defesa. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
 
Assim, o juiz deve se afastar do caso nas hipóteses de ser suspeito ou impedido, nos termos da lei. 
 
Art. 252, CPP: O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
I – tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério 
Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; 
II – ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como 
testemunha; 
III – tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, 
sobre a questão; 
IV – ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral 
até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. 
 
Art. 254, CPP: O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por 
qualquer das partes: 
I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a 
processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III – se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, 
inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por 
qualquer das partes; 
IV – se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V – se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
VI – se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. 
 
 
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL: Decorre do art. 5º, LIII, da Constituição Federal, o qual dispõe que ninguém será 
processado nem sentenciado senão por autoridade competente. 
Por força desse princípio, o Estado não poderá instituir juízo ou tribunal de exceção para julgar determinadas 
matérias, nem criar juízo ou tribunal para processar e julgar um caso específico. 
 
PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL: Segundo Nucci (2022), esse princípio significa que o individuo deve ser acusado 
por órgão imparcial do Estado, previamente designado por lei, sendo vedada a indicação de acusador para atuar em 
casos específicos, principalmente quando isso implicar abstração das regras gerais de atribuições estabelecidas 
anteriormente à prática da infração penal. 
Avena (2022) discorre que esse principio também pode ser identificado no art. 5º, LIII, da Constituição Federal, na 
medida em que este determina que ninguém será processado por autoridade competente. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
Nesse sentido, destaca-se o seguinte dispositivo constitucional: 
 
 
Art. 129, I, CF: São funções institucionais do Ministério Público promover, privativamente, a 
ação penal pública, na forma da lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE: Segundo esse princípio, a justiça privada é vedada, devendo todo o processo, desde o 
inquérito policial até o julgamento, ser realizado por autoridade competente. Ou seja, a persecução penal deverá ser 
realizada por agente estatal. 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
MINISTÉRIO PÚBLICO vs RÉU VÍTIMA vs QUERELADO 
Tem natureza subsidiária à 
ação penal pública. 
 
Art. 29, CPP: Será admitida ação penal 
privada nos crimes de ação pública, se esta 
não for intentada no prazo legal, cabendo ao 
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e 
oferecer denúncia substitutiva, intervir em 
todos os termos do processo, fornecer 
elementos de prova, interpor recurso e, a todo 
tempo, no caso de negligência do querelante, 
retomar a ação como parte principal. 
É a regra 
Art. 46, CPP: O prazo para oferecimento 
da denúncia, estando o réu preso, será de 
5 dias, contado da data em que o órgão 
do Ministério Público receber os autos do 
inquérito policial, e de 15 dias, se o réu 
estiver solto ou afiançado. No último 
caso, se houver devolução do inquérito à 
autoridade policial, contar-se-á o prazo 
da data em que o órgão do Ministério 
Publico receber novamente os autos. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para a preservação da segurança pública, o art. 144 estabelece como órgãos responsáveis: 
 
❖ A polícia federal; 
❖ A polícia rodoviária federal; 
❖ As polícias civis; 
❖ As polícias militares e corpos de bombeiros militares; 
❖ As polícias penais federal, estaduais e distrital. 
 
De modo geral, as polícias tem vinculação com o Poder Executivo, não com o Poder Judiciário. Entretanto, às polícias 
civis e federal, é incumbido o dever de investigação criminal, sendo esta uma atividade judiciária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A apuração criminal ocorre por 
meio de inquérito policial. 
Art. 144, CF: A segurança pública, dever do Estado, direito e 
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e 
da incolumidade das pessoas e do patrimônio [...] 
SEGURANÇA PÚBLICA 
Dever do Estado 
Direito e responsabilidade de 
todos Tem como objetivo a preservação da 
ordem, da integridade física e do 
patrimônio. 
Poder de Polícia: Poder de fiscalizar 
Art. 144, §1º: À polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e 
estruturado em carreira, destina-se a: 
I – apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da 
União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha 
repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; 
II – prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas a fins, o contrabando e o descaminho, sem 
prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; 
III – exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
IV – exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
 
 
Já a polícia militar é responsável por policiamento extensivo e manutenção da ordem pública. 
 
 
 
 
 
Nesse caso, não incumbe tipicamente à polícia militar o exercício da atividade judiciária, com exceção da investigação 
dos crimes militares, que é de sua competência. 
 
 
 
 - Deve ser concursado 
- Bacharel em Direito 
- Preside o inquérito policial 
- Responsável pela investigação 
 
Além de conduzir as investigações, incumbe à autoridade policial, nos termos do art. 13 do CPP: 
 
❖ Fornecer às autoridade judiciárias as informações necessárias à instrução 
e julgamento dos processos; 
❖ Realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; 
❖ Cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; 
❖ Representar acerca da prisão preventiva. 
 
Nosso sistema de processo penal segue um sistema acusatório. Nesse tipo de sistema, há uma nítida separação entre 
quem acusa e quem julga, bem como quem investiga. 
Nesse caso, é papel do juiz apenas julgar e garantir ao cidadão seus direitos. A investigação do crime, por sua vez, é 
de competência do Estado, por meio das polícias e das autoridades policiais. 
 
 
 
 
 
 
Art. 144, §4º: Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a 
competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 
 
Art. 144, §5º, CF:Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos 
de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. 
 
AUTORIDADE POLICIAL DELEGADO DE POLÍCIA 
Art. 3º - A, CPP: O processo penal terá estrutura acusatória, vedada a iniciativa do juiz na 
fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. 
Esse artigo foi introduzido no CPP com o objetivo 
de consolidar a função do juiz no processo penal, 
tendo em vista histórico de violação ao sistema 
acusatório. 
Érika Cerri dos Santos 
UFES - 2022.1 
 
 
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO: Estabelece que todas as decisões proferidas pelo magistrado devem ser devidamente 
motivadas, e encontra respaldo constitucional no art. 93, IX, CF. 
No CPP, esse princípio é encontrado no art. 315.

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