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Armando Luís Filipe Rui Carlos Paulino Joaquim TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DAS RAMPAS Licenciatura em Engenharia de Construção Civil Universidade Pedagógica de Maputo Junho de 2022 Armando Luís Filipe Rui Carlos Paulino Joaquim TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DAS RAMPAS Trabalho de Pesquisa a ser apresentado na disciplina de Processo e Tecnologia de Construção, no Curso de Licenciatura de Engenharia de Construção Civil, na Faculdade de Engenharias e Tecnologias, sob orientação do Docente: Engenheiro Saimone Machava Universidade Pedagógica de Maputo FET Junho de 2022 10 ÍNDICE ÍNDICE DE FIGURA iii Lista de abreviaturas e siglas iv CAPÍTULO I 1 1. Introdução 1 1.1. Objectivo geral 1 1.2. Objectivo específico 1 CAPÍTULO II 2 2. Fundamentação teórica 2 2.1. Construção de Rampas de Acessos 6 2.2. A importância da rampa de acessibilidade 7 2.3. Inclinação Correta da Rampa de Acesso 7 2.4. Material deve ser usado na sua construção 8 2.5. Largura Correcta 9 2.6. O patamar de uma rampa 9 2.7. O que mais deve estar presente na rampa de acessibilidade 10 2.7.1. Guias de balizamento 10 2.7.2. Corrimão e Guarda-Corpo 11 2.7.3. Sinalização Tátil no piso. 12 2.7.4. Sinalização Tátil no corrimão 12 2.8. Cálculo de uma rampa Curva 13 2.9. Segundo Regeu 14 2.10. Quando utilizar 16 2.11. Como dimensionar 16 2.12. Como construir 17 2.13. O balanço 17 2.14. Como representar 17 2.15. Processos de construção 18 2.15.1. Medição e cálculo 18 2.15.2. Preparação da superfície 18 2.15.3. Confragens 18 2.15.4. Betonagem 19 2.15.5. Alisamento 20 2.15.6. Secagem 20 CAPÍTULO III 21 3. Conclusão 21 4. Referencias bibliográficas 22 ÍNDICE DE FIGURA Figura 1: Templo Zigurates construído na antiguidade 2 Figura 2: Pirâmide Egípcia 3 Figura 3: Rampas que protegiam Troia 3 Figura 4: Anfiteatros com rampas no interior do edifício que facilitavam o acesso 4 Figura 5: Construções antigas com rampas 5 Figura 6: Museu Solomon R. Guggenheim Por Frank Lloyd Wrigth 5 Figura 7: Museu de Arte Contemporânea de Niterói por Oscar Niemeyer 5 Figura 8: Esboço Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo 6 Figura 9: Projecto de Rampa com inclinações adequadas 7 Figura 10: Largura correcta em rampas 9 Figura 11: Dica da forma adequada para cálculo da rampa 9 Figura 12: Esquema completo dos detalhes importantes nas rampas 10 Figura 13: Ilustração do guia de balizamento 10 Figura 14: Ilustração do corrimão e Guarda-corpo 11 Figura 15: sinalização de piso tátil 12 Figura 16: Sinalizador tátil para corrimão 12 Figura 17: Ilustração do esboço da rampa curva 13 Figura 18: Ilustração do esboço da rampa curva para veículo 14 Figura 19: Gráfico adaptado do original publicado em “Ramp – Elements of Architecture – 14. International Archictecture Exhibition, la Biennale di Venezia. p.80 [Organizado por Rem Koolhaas] 16 Figura 20: Medição e cálculo 18 Figura 21: Preparação da superfície 18 Figura 22: Cofragem das rampas 19 Figura 23: Concretagem 19 Figura 24: Alisamento da rampa 20 Figura 25: Secagem 20 Lista de abreviaturas e siglas AASTHO - American Association on State Highway and Transportation Officials; ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas; A.C. – Antes de Cristo; CET - Companhia de Engenharia de Tráfego; NBR - Norma Brasileira. CAPÍTULO I 1. Introdução Uma rampa é um elemento de arquitetura ou engenharia que torna possível ligar dois lugares que estão em alturas diferentes. O que a rampa oferece é um caminho descendente ou ascendente para se mover de um espaço para outro através de sua superfície. Em supermercados e shopping centers, por exemplo, a presença de rampas é comum para facilitar o trânsito com carrinhos cheios de produtos. Por outro lado, existem certas rampas mecânicas que consistem em cintas com superfícies de aço especialmente concebidas para que as rodas se agarrem e não escorreguem, o que representa uma excelente forma de não privar quem carrega carrinhos de usufruir do conforto de as escadas mecânicas. Por outro lado, as rampas proporcionam uma maior acessibilidade ao edifício. Suponha que, para entrar em um museu, a única maneira de acessar a porta seja subindo uma escada de cinquenta degraus. Esta particularidade significaria que as pessoas com mobilidade reduzida (idosos, pessoas que se deslocam em cadeira de rodas, etc.) não teriam a possibilidade de entrar no museu. O trabalho está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo, apresentamos os aspectos introdutórios, onde apresentamos os objectivos do trabalho e a metodologia científica usada para o alcance dos objectivos. Na sequência, no segundo capítulo, apresentamos a fundamentação teórica e, no último capítulo, uma síntese das conclusões, onde buscamos responder aos objectivos, e terminamos apresentando as referências bibliográficas usadas no desenvolvimento da pesquisa 1.1. Objectivo geral · Identificar as técnicas de construção das rampas 1.2. Objectivo específico · Falar da importância das rampas; · Identificar os acompanhantes das rampas; · Identificar os materiais a serem utilizados para a construção; · Dar a conhecer algumas regras para o bom dimensionamento. · CAPÍTULO II 2. Fundamentação teórica Rampas: história, desenvolvimento e utilização através dos séculos. Com o desenvolvimento das grandes civilizações como Mesopotâmia, Egito, Grécia, Roma e etc.; a humanidade desenvolveu e produziu engenharias e tecnologias fantásticas que moldaram não apenas a arquitetura, mas a cultura e identidade dos povos de todo o planeta. Essas tecnologias se desenvolveram a partir do pensamento lógico e do estudo da geometria e que trouxeram muitas soluções úteis para os desafios dos nossos antepassados, entre elas a rampa. Os primeiros povos a usarem a rampa como elemento arquitetônico e como tecnologia de construção foram os sumérios, os babilônicos e os assírios. O centro de toda a civilização mesopotâmica eram os Zigurates, feitos estruturalmente de tijolos queimados e externamente de tijolos cozidos ao Sol e adornados com cerâmicas e vidros coloridos. Construídos na forma de pirâmides terraplanadas, possuíam vários andares apoiados uns sobre o outro, com o diferencial de cada andar a possuir área menor que a plataforma inferior sobre a qual foi construído. Os Zigurates eram templos onde os antigos povos mesopotâmicos acreditavam que os deuses entrariam em contado com a humanidade. O acesso ao templo, situado no topo do Zigurate, se fazia por uma série de rampas construídas no flanco da construção ou por uma rampa espiralada que se estendia desde a base até o cume do edifício. Figura 1: Templo Zigurates construído na antiguidade Já no Antigo Egipto, as rampas ganhavam a característica de sistema de construção para erguerem as famosas pirâmides do Egipto. Acredita-se que a pirâmide de Kéops, por exemplo, foi construída de dentro para fora com a ajuda de uma rampa espiralada. Os construtores erguiam uma rampa externa, feita de cascalho estruturado, para os primeiros 40 metros de altura e, a seguir, erguia, uma rampa espiralada interna para completar o restante da estrutura. As Pirâmides do Egito eram estruturas antigas de alvenaria que serviam de túmulos para os faraós e seus consortes, hoje, existem mais de 118 pirâmides identificadas. As primeiras pirâmides egípcias conhecidas são encontradas em Saqqara, ao noroeste de Mênfis. A primeira delas foi a pirâmide de Djoser (feita entre 2630 a.C-2611 a.C.), que foi construída durante a III dinastia egípcia. Esta pirâmide e o seu complexo circundante foram projetados pelo arquiteto Imhotep e são geralmente considerados as mais antigas estruturas monumentais do mundo construídas de alvenaria vestida. Figura 2: Pirâmide Egípcia A utilização das rampas foi um tanto esquecida pelos gregos antigos, que se utilizavam ocasionalmente de rampas de acesso, porém, não foi ignorada pelos troianos. Hoje, na antiga cidade onde ficava Tróia, localizada na Turquia, é possível ver uma grande rampa de pedra na entrada da cidade, ladeada por muros de pedra que protegiam Tróia.Além disso, o arranjo de circulação e defesa da cidade, era dada por uma série de rampas que contornavam internamente as muralhas. Os troianos criaram, então, uma nova tipologia de arquitetura de defesa, utilizando da praticidade e alcance do uso das rampas para os grandes fluxos de circulação. Figura 3: Rampas que protegiam Troia Os romanos foram os pais da engenharia. Estradas, canalização de agua corrente, construções monumentais e vão enormes foram algumas das proezas dos antigos romanos. O Coliseu, a sua obra mais emblemática e símbolo do império, é um desses visionários monumentos que utilizaram a tantos séculos e milênios atrás práticas rampas para circulação. O Coliseu, também conhecido como Anfiteatro Flaviano, deve seu nome à expressão latina Colosseum, devido à estátua colossal do imperador romano Nero, que ficava em frente à edificação. Localizado no centro de Roma, é uma exceção entre os anfiteatros da época pelo seu volume e relevo arquitetônico. Originalmente capaz de abrigar perto de 50 000 pessoas, e com 48 metros de altura, era usado para variados espetáculos. Foi construído a leste do Fórum Romano e demorou entre oito a dez anos a ser construído. Foram construídas rampas no interior do edifício que facilitavam o acesso às várias zonas de onde era possível visualizar os espetáculos que lá aconteciam, e que eram protegidas por barreiras e por vários arqueiros bem posicionados em passagens de madeira para o caso de algum acidente. No interior do edifício desenvolvia-se uma vasta área subterrânea de tuneis e espaços onde se dava acesso à arena, aos prisioneiros ou feras que eram mantidos por baixo de todo o espaço. Todos projetados com rampas. Figura 4: Anfiteatros com rampas no interior do edifício que facilitavam o acesso Porém, as soluções construtivas e projetuais promovidas pelo uso de rampas não são exclusividades do Velho Mundo. Na América pré-colombiana, alguns povos nativos já utilizavam as rampas em suas construções. Não se sabe ao certo se os métodos construtivos adotados as pirâmides do Egito, por exemplo, foram os mesmos adotados por civilizações americanas, como no caso das famosas pirâmides Maias. Mas, sabe-se que o povo Chimu, que habitou uma região do Peru antes dos Incas, se utilizava de rampas em seus templos e cidades. Os Chimu destacaram-se como arquitetos e urbanistas exemplares, considerados como precursores dos Incas no que se refere às construções monumentais. São exemplos de sua arquitetura a cidadela de Chan Chan, muralha Chimu e a fortaleza de Paramonga, entre outras, razão pela qual alguns os consideram os melhores arquitetos do Peru antigo. Como legatários da cultura Mochica, os Chimus também destacaram na cerâmica e na produção metalúrgica dos mais variados objetos, desde adornos até armas. Figura 5: Construções antigas com rampas Mas, na história da arquitetura, as rampas não se limitam apenas a soluções de acessos. As gerações modernistas do séc. XX trouxeram não só a tecnologia, mas novas possibilidades formais. A rampa, começa a ser também um elemento estético e formal, que determina conceito é o protagonista de obras dos mais célebres arquitetos. Congresso Nacional em Brasília por Oscar Niemeyer Fundação Iberê Camargo por Álvaro Siza Museu de Arte Contemporânea de Niterói por Oscar Niemeyer Museu Solomon R. Guggenheim por Frank Lloyd Wrigth. Figura 6: Museu Solomon R. Guggenheim Por Frank Lloyd Wrigth Figura 7: Museu de Arte Contemporânea de Niterói por Oscar Niemeyer 2.1. Construção de Rampas de Acessos As rampas consomem muito mais área do que outras formas de circulação vertical, como escadas e elevadores, porque devem ter inclinação suave. Esse fator torna limitada a sua aplicação, pois não é todo projeto que dispõe de espaço suficiente. Nos edifícios públicos, são elementos da acessibilidade universal e devem cumprir exigências normativas. Já em espaços privados, como residências, podem ter inclinação mais acentuada. O desenho das rampas deve nascer junto com o projeto, pois inseri-las posteriormente é quase impossível” diz o arquiteto Pablo Emilio Robert Hereñú, titular do escritório Hereñú+Ferroni Arquitetos. Há empreendimentos que se destacam, justamente, pelo uso desse recurso arquitetônico. As rampas do edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), projetado por Vilanova Artigas, estão entre as melhores referências. “Todo esse prédio é organizado em meios níveis ligados pelas rampas, que se integram também a outros espaços, com eventos acontecendo nos seus giros. Constituindo mais do que um elemento de circulação, elas tornam o percurso mais agradável”, comenta. Figura 8: Esboço Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo A rampa de acessibilidade é, sem dúvida, uma das soluções mais empregadas na tentativa de se atender normas construtivas como a NBR. O problema é que, em muitos casos, não são levados em conta os dimensionamentos previstos ou os cálculos são feitos de maneira incorreta, resultando em rampas intransponíveis para deficientes físicos ou portadores de mobilidade reduzida. A acessibilidade deve ser uma preocupação em qualquer construção ou empreendimento atual. Assim, quando há um desnível, é preciso pensar em soluções que permitam às pessoas cadeirantes ou com dificuldades de locomoção acessar todos os pisos. Isso pode ser alcançado através de elevadores ou rampas de acessibilidade. Existem diversos tipos de deficiência e é preciso considerá-las para compreender a importância das limitações impostas pela NBR. Algumas pessoas têm muita força nos braços para mover uma cadeira de rodas, já outras, usam cadeiras elétricas não por capricho, mas porque não tem movimentos nos braços. Além disso, o próprio motor elétrico tem certo limite para empurrar uma pessoa rampa acima. Se ela não tiver a relação correta entre inclinação, desnível e comprimento, será difícil superá-la. Quanto maior for a altura a ser superada, mais suave deverá ser a rampa, a fim de viabilizar o acesso. 2.2. A importância da rampa de acessibilidade A rampa de acessibilidade é importante para garantir que usuários de cadeiras de rodas e pessoas com dificuldade de locomoção em geral possam acessar qualquer piso do seu edifício. Além disso, ela serve também para garantir o acesso a pessoas que portam carrinhos de bebê, por exemplo. A garantia de acessibilidade é uma lei. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) atualizou em 2020 a Norma NBR 9050, que discorre sobre a acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Portanto, trata-se de uma obrigação legal levar em conta as adaptações de acessibilidade. E além da obrigação legal, há também uma obrigação moral a ser considerada. Trata-se de um princípio básico dos direitos humanos para garantir a igualdade entre as pessoas e o livre direito de ir e vir a todos, sem distinção. Portanto, oferecer a acessibilidade é garantir esse direito às pessoas com deficiência que não conseguiriam acessar o prédio a partir de escadas. 2.3. Inclinação Correta da Rampa de AcessoFigura 9: Projecto de Rampa com inclinações adequadas Para que um edifício ou espaço se torne verdadeiramente acessível, não basta apenas construir uma rampa de qualquer jeito. Isso porque, dependendo da inclinação que for utilizada na construção, a pessoa cadeirante não conseguirá subir sem o auxílio de terceiros, e aí a acessibilidade não foi verdadeiramente oferecida. Assim, é preciso levar em consideração alguns cálculos antes da construção da rampa. Para engenheiros e arquitetos, há uma fórmula colocada pela ABNT que deve ser seguida na hora de construir uma rampa: Onde: i é a inclinação, expressa em percentagem (%); h é a altura do desnível; c é o comprimento da projeção horizontal. Assim, a inclinação é a altura da rampa dividida pelo comprimento e colocada em porcentagem. Há uma tabela da ABNT que coloca a inclinação admissível para cada segmento, levando em consideração queinclinações muito grandes dificultam o acesso. Para prédios novos, a inclinação aceitável é entre 6,25% e 8,33%, desde que haja um patamar de descanso a cada 50m percorridos. Para reformas que estão incluindo a rampa, o valor pode aumentar até 12,5%. Porém, colocando em termos básicos, o ideal é que, quanto maior a altura que a rampa tem de vencer, mais suave seja a sua inclinação. 2.4. Material deve ser usado na sua construção De maneira geral, há quatro materiais que são utilizados na construção de uma rampa de acessibilidade: concreto, madeira, aço e alumínio. A rampa de concreto pode ser mais cara para ser construída, mas é a opção mais prática e permanente. É importante, durante a construção, escovar a superfície e acrescentar propriedades antiderrapantes no próprio concreto. A rampa de madeira é mais barata para construir, porém acarreta em um custo de manutenção mais alto. É preciso selar as tábuas com verniz para que não apodreçam, bem como acrescentar lixas antiderrapantes e fazer uma manutenção constante dos corrimãos. O aço e o alumínio são boas opções, embora o alumínio seja relativamente caro. Além disso, é preciso levar em conta o peso da cadeira ocupada, uma vez que o alumínio é leve e tende a dobrar com pesos muito altos colocados sobre ele. 2.5. Largura Correcta Figura 10: Largura correcta em rampas É muito comum as pessoas dizerem que a largura correta de uma rampa de acessibilidade deve ser de 1,20m, mas não é bem isso que a ABNT mostra. A largura de 1,50m permite que duas cadeiras de rodas se cruzem ou andem lado a lado, sendo esta a medida mínima recomendável. A largura de 1,20m é admissível, mas apenas quando 1,50m for impraticável. Sendo assim, o que determinará a largura ideal de uma rampa é o fluxo de pessoas que a utiliza. 2.6. O patamar de uma rampa Figura 11: Dica da forma adequada para cálculo da rampa Nos patamares, a largura mínima deve ser de 1,20m, mas caso haja mudança de direção, este deve ter a largura da rampa. O patamar é uma superfície plana, mas pode apresentar uma inclinação transversal, desde que não exceda 2 % em rampas internas e 3 % em rampas externas. Outros elementos devem compor uma rampa acessível, para garantir segurança e autonomia ao usuário, como por exemplo, as guias de balizamento, corrimão, guarda-corpo e sinalização. 2.7. O que mais deve estar presente na rampa de acessibilidade Ao construir uma rampa de acessibilidade, é preciso pensar em alguns outros aspectos além de inclinação, largura e material. A rampa deve vir acompanhada de alguns detalhes importantes. Saiba quais são a seguir: Figura 12: Esquema completo dos detalhes importantes nas rampas 2.7.1. Guias de balizamento Figura 13: Ilustração do guia de balizamento Quando não houver paredes laterais, as rampas devem incorporar guias de balizamento. Estas evitam que a rodinha da cadeira saia da rota. Elas podem ser executadas em alvenaria ou outro material, desde que respeitem uma altura mínima de 5cm. Na biblioteca Mário de Andrade, a guia de balizamento foi executada com o mesmo perfil do corrimão metálico. 2.7.2. Corrimão e Guarda-Corpo Figura 14: Ilustração do corrimão e Guarda-corpo Corrimão e Guarda Corpo são coisas distintas e a presença de um não exclui a necessidade do outro. A altura do guarda-corpo é determinada em instruções normativas do Corpo de Bombeiros. Em rampas, os corrimãos devem ser instalados em ambos os lados e em duas alturas, a 92cm e a 70cm, medidos do piso acabado à sua geratriz superior. Devem ter seção circular com diâmetro entre 30mm e 45mm para permitir uma boa empunhadura. Podem também ter seção elíptica, desde que a dimensão maior seja de 45mm e a menor de 30mm. Embora não sejam recomendados, são admitidos outros formatos para o corrimão, mas sua parte superior deve atender a estas condições. Na hora de escolher o material do corrimão, deve-se evitar materiais abrasivos ou reflexivos e cantos vivos que possam ferir o usuário. O corrimão deve ser executado sem interrupção, ter acabamento recurvado e prolongar-se 30cm nas extremidades, sem interferir nas áreas de circulação. Esse prolongamento é a medida necessária para que a pessoa dê um passo a mais em segurança, antes e depois de vencer o desnível. 2.7.3. Sinalização Tátil no piso. Figura 15: sinalização de piso tátil Elementos táteis são relevos instalados no piso que orientam pessoas com deficiência visual, servindo para alertar sobre obstáculos ou apontar o caminho. Mudanças de nível, como escadas e rampas devem ser sinalizadas com piso tátil de alerta. Em rampas, os elementos táteis devem ter entre 25 e 60 cm de largura, optando-se por esta última, em locais de tráfego intenso como metrôs e plataformas de embarque. Rampas com inclinação inferior a 5 % não precisam ser sinalizadas. Nos patamares, cabe aos corrimãos contínuos orientar a circulação, portanto não se instala piso tátil de alerta em patamares, salvo se houver elementos interrompendo ao menos um dos corrimãos ou quando o comprimento do patamar for superior a 2,10m. Pela mesma razão, se houver elementos direcionais conduzindo a pessoa com deficiência visual até a rampa de acessibilidade, este não deve seguir seu percurso sobre a superfície inclinada. É muito comum a adoção de elementos táteis em cor neutra, para não chamarem muito a atenção, mas isso é um erro. Tais elementos são destinados não apenas a pessoas cegas, mas também a pessoas de baixa visão, por isso o contraste com o piso adjacente é importante. 2.7.4. Sinalização Tátil no corrimão Figura 16: Sinalizador tátil para corrimão De forma a complementar a sinalização tátil no piso, também os corrimãos devem ter sinalização com caracteres em relevo e em Braille, identificando o pavimento. Essa sinalização deve ser instalada na geratriz superior do prolongamento horizontal do corrimão. Na parede, a sinalização deve ser visual e, opcionalmente, tátil. 2.8. Cálculo de uma rampa Curva Rampas em curva adotam o mesmo cálculo empregado em rampas lineares, sendo que a real preocupação se dá em virtude do raio que a curva irá efetuar. Rampas para pedestres e cadeirantes, conforme NBR 9050, Se a rampa for em curva, ela deve ter um raio mínimo de 3m medidos no perímetro interno, além de respeitar a inclinação máxima de 8,33%. Figura 17: Ilustração do esboço da rampa curva Já para veículos, podemos recorrer ao gabarito AASTHO (American Association on State Highway and Transportation Officials), que é utilizado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Neste gabarito, o dimensionamento é voltado para vias públicas, mas já nos oferece um panorama de dimensões mínimas que podem ser empregadas no dimensionamento de uma rampa em curva. Figura 18: Ilustração do esboço da rampa curva para veículo 2.9. Segundo Regeu Rampas: 2.5.1 - As rampas devem ter a menor inclinação possível e satisfazer uma das seguintes situações ou valores interpolados dos indicados: 1) Ter uma inclinação não superior a 6%, vencer um desnível não superior a 0,6 m e ter uma projecção horizontal não superior a 10 m; 2) Ter uma inclinação não superior a 8%, vencer um desnível não superior a 0,4 m e ter uma projecção horizontal não superior a 5 m. 2.5.2 - No caso de edifícios sujeitos a obras de alteração ou conservação, se as limitações de espaço impedirem a utilização de rampas com uma inclinação não superior a 8%, as rampas podem ter inclinações superiores se satisfizerem uma das seguintes situações ou valores interpolados dos indicados: 1) Ter uma inclinação não superior a 10%, vencer um desnível não superior a 0,2 m e ter uma projecção horizontal não superior a 2 m; 2) Ter uma inclinação não superior a 12%, vencer um desnível não superior a 0,1 m e ter uma projecção horizontal não superior a 0,83 m. 2.5.3 - Se existirem rampas em curva, o raio de curvatura não deve ser inferior a 3 m, medido no perímetro interno da rampa, e a inclinação não deve ser superior a 8%. 2.5.4 - As rampas devem possuir uma largura não inferior a 1,2 m, excepto nas seguintes situações: 1) Se as rampas tiverem uma projecçãohorizontal não superior a 5 m, podem ter uma largura não inferior a 0,9 m; 2) Se existirem duas rampas para o mesmo percurso, podem ter uma largura não inferior a 0,9 m. 2.5.5 - As rampas devem possuir plataformas horizontais de descanso: na base e no topo de cada lanço, quando tiverem uma projecção horizontal superior ao especificado para cada inclinação, e nos locais em que exista uma mudança de direcção com um ângulo igual ou inferior a 90º. 2.5.6 - As plataformas horizontais de descanso devem ter uma largura não inferior à da rampa e ter um comprimento não inferior a 1,5 m. 2.5.7 - As rampas devem possuir corrimãos de ambos os lados, excepto nas seguintes situações: se vencerem um desnível não superior a 0,2 m podem não ter corrimãos, ou se vencerem um desnível compreendido entre 0,2 m e 0,4 m e não tiverem uma inclinação superior a 6% podem ter apenas corrimãos de um dos lados. 2.5.8 - Os corrimãos das rampas devem: 1) Prolongar-se pelo menos 0,3 m na base e no topo da rampa; 2) Ser contínuos ao longo dos vários lanços e patamares de descanso; 3) Ser paralelos ao piso da rampa. 2.5.9 - Em rampas com uma inclinação não superior a 6%, o corrimão deve ter pelo menos um elemento preênsil a uma altura compreendida entre 0,85 m e 0,95 m; em rampas com uma inclinação superior a 6%, o corrimão deve ser duplo, com um elemento preênsil a uma altura compreendida entre 0,7 m e 0,75 m e outro a uma altura compreendida entre 0,9 m e 0,95 m; a altura do elemento preensível deve ser medida verticalmente entre o piso da rampa e o seu bordo superior. 2.5.10 - O revestimento de piso das rampas, no seu início e fim, deve ter faixas com diferenciação de textura e cor contrastante relativamente ao pavimento adjacente. 2.5.11 - As rampas e as plataformas horizontais de descanso com desníveis relativamente aos pisos adjacentes superiores a 0,1 m e que vençam desníveis superiores a 0,3 m devem ser ladeadas, em toda a sua extensão, de pelo menos um dos seguintes tipos de elementos de protecção: rebordos laterais com uma altura não inferior a 0,05 m, paredes ou muretes sem interrupções com extensão superior a 0,3 m, guardas com um espaçamento entre elementos verticais não superior a 0,3 m, extensão lateral do pavimento da rampa com uma dimensão não inferior a 0,3 m do lado exterior ao plano do corrimão, ou outras barreiras com uma distância entre o pavimento e o seu limite mais baixo não superior a 0,05 m. 2.10. Quando utilizar Figura 19: Gráfico adaptado do original publicado em “Ramp – Elements of Architecture – 14. International Archictecture Exhibition, la Biennale di Venezia. p.80 [Organizado por Rem Koolhaas] Rampas não excluem a presença da escada no projeto, demandam espaço por causa da inclinação. Por questões de acessibilidade sempre que houver escada, terá a necessidade de uma rampa ao lado. 2.11. Como dimensionar O dimensionamento de rampas em concreto armado deve seguir as mesmas etapas de dimensionamento de lajes maciças de concreto armado, ditados pela NBR 6118: 2013. As espessuras que normalmente variam de 7 a 15cm, lembrando que a previsão de cargas baseada no uso da estrutura, nos mostra espessuras mais usuais como (valores mínimos): · 5 cm para lajes de cobertura não em balanço; · 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço; · 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN; · 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN. 2.12. Como construir Podemos pensar na sequência de execução, como sendo: · Confecção de forma de madeira sobre escoramento; · Execução de armadura, com o posicionamento das barras de aço, conforme projeto verificando os comprimentos de ancoragem; · Concretagem, onde o traço de concreto deve produzir um concreto com índice de fluidez mais baixo, na tentativa de garantir que ele não se deposite todo, por gravidade, no pé da rampa. 2.13. O balanço Rampas em balanço, também devem pensadas como lajes. Os apoios das lajes podem ser feitos por vigas em balanço, engastadas em outras vigas da estrutura formadora da edificação. . 2.14. Como representar 2.15. Processos de construção 2.15.1. Medição e cálculo As imagens abaixo representam a medição e calculo das rampas. Figura 20: Medição e cálculo 2.15.2. Preparação da superfície As imagens abaixo representam o preparo da superfície das rampas. Figura 21: Preparação da superfície 2.15.3. Confragens As imagens abaixo representam a cofragem das rampas. Figura 22: Cofragem das rampas 2.15.4. Betonagem As imagens abaixo representam a betonagem das rampas Figura 23: Concretagem 2.15.5. Alisamento As imagens abaixo representam o alisamento das rampas. Figura 24: Alisamento da rampa 2.15.6. Secagem As imagens abaixo representam a secagem das rampas. Figura 25: Secagem CAPÍTULO III 3. Conclusão Durante a elaboração da pesquisa do trabalho podemos concluir que Existem três formas para se vencer um desnível: através de rampas de acessibilidade, escadas ou elevadores. Para ser acessível, uma edificação de uso público deve promover o acesso utilizando no mínimo duas dessas formas. Neste artigo, vamos falar sobre Rampa de Acessibilidade Já prédios públicos e comerciais são obrigados a oferecer acessibilidade. Essa deve garantir o acesso e circulação livre e autônoma para as pessoas com dificuldade de locomoção de qualquer espécie. Assim, a rampa ou o elevador precisam estar presentes entre todos os desníveis do edifício. A única exceção são áreas de acesso restrito, como casa de máquinas, passagens de uso técnico e similares. Essas não precisam necessariamente ser acessíveis. Além da questão legal, a acessibilidade traz benefícios para os prédios comerciais. Afinal, mais pessoas têm acesso e podem tornar-se clientes em potencial. 4. Referencias bibliográficas https://cddcarqfeevale.wordpress.com/2017/03/21/rampas-em-concreto-armado-pedestres/ https://guiaderodas.com/rampa-de-acessibilidade-como-construir/ https://jeelevadores.com.br/blog/tipos-de-rampas-de-acessibilidade-para-lojas/ https://mantiqueiraconstrucoes.com.br/construcao-de-rampa-de-acesso/ https://www.aecweb.com.br/revista/materias/como-projetar-rampas/14516 https://www.archdaily.com.br/br/891636/projetando-rampas-acessiveis-segundo-a-nbr-9050 https://www.ifspcaraguatatuba.edu.br/antigas/alunos-do-curso-tecnico-em-edificacoes-constroem-rampa-sustentavel https://www.ortoponto.com.br/m/blog/623a14c8ac62535e67427889/afinal-como-construir-uma-rampa-de-acessibilidade https://ptbr.facebook.com/CDS.construtora1136/photos/pcb.553596728348159/553595848348247
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