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Puerpério normal

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CAMILA QUEVEDO 
PUERPÉRIO NORMAL 
INTRODUÇÃO 
 Conceito: o puerpério inicia-se após a dequitação da placenta e se estende até a 6ª ou 
8ª semanas completas após o parto. 
 Definição: retorno ao estado pré-gravídico de uma mulher que deu a luz, assim sendo, 
vai da 6ª ou 8ª semanas pós-parto até 12 meses pós-parto, já que algumas 
modificações como cloasma e aréola secundária podem demorar para retomar ao que 
era antes. (mas a literatura considera 6-8 semanas). 
 A gonadotrofina coriônica é a responsável pelo aumento de pigmentação das grávidas, 
pois estimula os melanócitos a produzirem mais melanina. 
CLASSIFICAÇÃO 
PUERPERIO IMEDIATO 
 Após a dequitação até o término da 2ª hora após o parto. 
 Coincide com o 4º período do parto/período de Greenberg que vai de 1-2h após o 
parto. 
 É importante pois nesse período pode ocorrer a atonia uterina, emergência obstétrica. 
PUERPÉRIO MEDIATO 
 Do início da 3ª hora até o final do 10º dia após o parto. 
 Geralmente a puérpera já está em casa. 
PUERPÉRIO TARDIO 
 Do início do 11º dia até o retorno das menstruações, ou 6-8 semanas nas lactantes. 
ATONIA UTERINA 
 
 As fibras uterinas são dispostas em forma de espiral. 
 O útero de uma mulher não grávida mede 7 cm de altura, 5cm largura e 3 cm de 
espessura, configurando 70-90cm3. Na gestação ele é capaz de chegar a uma AU de 
até 45cm em uma gestação (gemelar). 
 Depois de toda essa expansão na gestação, ele é capaz de, ao final do puerpério, 
retornar à cavidade pélvica. Pode ficar um pouco maior (130 cm3 depois e 2-3 
gestações), porém a grande maioria retorna ao tamanho inicial. 
 Após a dequitação da placenta as fibras uterinas precisam contrair para que seja feita 
a hemostasia dos vasos que estavam ligados à placenta, é a hemostasia viva de 
Pinnar. 
 Globo de segurança de Pinnar: útero que ao ser palpado nas 2 primeiras horas pós-
parto encontra-se globoso e duro, 1-2 cm acima da cicatriz umbilical. 
 CAMILA QUEVEDO 
 Quando há atonia uterina (o útero não involui e fica amolecido), faz-se manobras 
mecânicas (sutura de B-lynch) e uso de drogas para que ele contraia. Se nada for 
resolutivo faz-se uma histerectomia puerperal. 
 Na atonia uterina ocorre um grande consumo de fatores de coagulação em direção ao 
útero, causando uma CIVD (coagulação intravascular disseminada) que pode levar a 
óbito. 
 
MODIFICAÇÕES ANATÔMICAS E FUNCIONAIS 
INVOLUÇÃO UTERINA 
 Após 24h pós-parto o útero atinge a cicatriz umbilical; 
 Após 1 semana alcança a região entre a cicatriz umbilical e a sínfise púbica; 
 No 12º dia pós-parto o fundo do útero localiza-se rente à parte superior da sínfise 
púbica. 
 Em cerca de 6-8 sem pós-parto atinge seu tamanho pré-gravídico. 
 
PROSTAGLANDINAS 
As artérias uterinas são responsáveis pela nutrição do útero. Na mulher não grávida tem-se 
cerca de 4l de sangue e na grávida cerca de 6L. Em determinado momento da gestação as 
artérias uterinas não conseguem mais nutrir as células e o miométrio entra em necrose e a 
partir disso suas céls. começam a produzir prostaglandina, que é a responsável por 
desencadear o trabalho de parto. 
OCITOCINA 
 Após as prostaglandinas desencadearem o trabalho de parto, a ocitocina é responsável 
pela manutenção da contratilidade uterina e consequentemente o restante do 
trabalho de parto para dilatar e expulsar o feto e a placenta. 
 No puerpério, a lactação mantém a produção de ocitocina. 
- Lactação: se inicia pela pega do bb no seio. Bb suga  hipófise anterior produz 
prolactina  liberação de ocitocina, responsável pela apojadura (descida do leite, que 
ocorre em 72h) na amamentação e também pela contração uterina. 
*Ocitocina é produzida no hipotálamo e armazenada na neurohipófise (hipófise posterior). 
Se o útero não involui, pode ser falta de ocitocina ou infecção endometrial (febre alta, dor à 
palpação e involução do útero). 
 CAMILA QUEVEDO 
PESO DO ÚTERO 
 Na gestação: 1000g até o final da gestação. 
 6-8 semanas pós-parto chega a 60g. 
LÓQUIOS 
 Após a dequitação, persiste a porção basal da decídua (endométrio gravídico); 
 O sangramento fisiológico após a dequitação recebe o nome de lochia. 
 Essa decídua se divide em 2 novas camadas: 
- Superficial: que sofre descamação, em um 1º momento vermelho rubro. 
- Profunda: responsável pela regeneração do novo endométrio, o qual recobre por 
completo a cavidade endometrial até o 16º dia após o parto. 
 A perda dos lóquios variam de 200 a 500ml no total e duram de 4-8 semanas pós-
parto. No parto normal perde-se 500 ml e na cesárea 1L, mas essa perda sanguínea do 
parto + lóquios não traz anemia se a mulher não tinha antes, pois a gestante tem 2L a 
mais de sg do que a mulher não grávida. 
TIPOS DE LÓQUIOS 
 Lochia rubra 
- O lóquio nos primeiros dias e constitui-se de quantidade suficiente de eritrócitos que 
o mantém de cor vermelho vivo. 
 Lochia Fusca 
- Após 3-4d os lóquios vão se tornando sero-sanguíneos e depois mais acastanhados, 
devido à Hb semi degradada (hemossiderina). 
 Lochia flava 
- Após o 10º dia pela incorporação de leucócitos e pela diminuição de volume da 
loquiação, assume uma coloração amarelada e com odor. Porém não é uma infecção 
(sem dor, sem febre, útero involuído). 
 Lochia alba 
- Posteriormente esbranquiçada até que desaparece. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CAMILA QUEVEDO 
COLO UTERINO 
 Após a expulsão fetal e a dequitação, o colo uterino encontra-se amolecido (desde a 
gestação), com pequenas lacerações nas margens do orifício interno e externo, que 
continua dilatado. 
 Com 1 semana de puerpério o colo tem 1 cm de dilatação; 
 Após 6-12 semanas, ocorre o reparo total do colo e a reepitelização do mesmo, porém 
muda de forma, após o parto vaginal o colo fica em forma de fenda. 
 
VAGINA E VULVA 
 A vagina se encontra alargada e lisa imediatamente após o parto, diminui 
gradualmente suas dimensões e a rugosidade da vagina reaparece na 3ª semana de 
puerpério. 
 O hímen se modifica em carúnculas himenais. O hímen de uma mulher que tem 
relações sexuais geralmente tem uma fenda. Já após o parto, o hímen fica estrelado, 
com fendas em diversas horas (3, 6, 9, 12, etc). 
 Enquanto a mulher amamenta, nesse puerpério a vagina fica atrófica e sem secreção, 
pois a amamentação induz produção de prolactina na hipófise anterior, local no qual 
também ocorreria a produção de FSH e LH. Porém, enquanto está amamentando, 
ocorre inibição do GNRH e assim não há estímulo à produção de FSH (amadurecimento 
dos folículos) e LH (ovulação). Desse modo, ela não ovula e não menstrua, deixa de 
produzir estrogênio e isso gera a atrofia e secura vaginal. 
 A atividade sexual volta a ser liberada no mínimo após 40 dias. 
TREMORES PÓS-PARTO 
 Ocorrem em 25-50% dos partos vaginais; 
 Ocorrem de 1h a 1h e meia após a dequitação e dura de 2-60 min; 
 Pode ocorrer por: 
- Hemorragia materno fetal; 
Após a dequitação, ficam expostos muitos vasos sanguíneos e pode ocorrer a 
passagem do sangue fetal para a mãe, que provoca esses tremores nela. 
- Microembolia amniótica: o líquido amniótico pode entrar nos vasos sanguíneos 
expostos após a dequitação e causar microembolias. 
Quando entra grande quantidade de líquido amniótico por esses vasos ocorre uma 
embolia pulmonar e óbito, mas é raro. 
- Reação termogênica materna após a dequitação (hipotermia). 
- Hipotermia pós anestesia. 
 CAMILA QUEVEDO 
PAREDE ABDOMINAL 
 Durante a gravidez, os músculos reto abdominais ficam afastados (diástase). 
 Pode ocorrer frouxidão nesses músculos, mas melhora com exercício físico. 
ALTERAÇÕES SANGUÍNEIAS E PLASMÁTICAS 
 Na gestação ocorre aumento de 30% de massa eritrocitária e 40-50% do volume 
plasmático (hemodiluição: muito plasma e poucos glóbulos vermelhos). 
 Após o parto perde-se 14% dessa massa eritrocitária (parto + loquios). 
 Pode ocorrer uma leucocitose em até 25k leucócitos/ml. (aumento a mais fora o que já 
aumenta na gestação).É uma leucocitose sem desvio à esquerda, pensar em infecção 
só se a pcte tiver clínica sugestiva (útero não involui, dor à palpação, febre alta, etc). 
 Ác. fólico antes de engravidar e até 14 sem (evitar problemas no fechamento do TN) e 
sulfato ferroso a partir de 16 sem. 
COAGULAÇÃO 
 Ocorre aumento dos fatores de coagulação  maior chance de TVP e TEP. 
 Após a dequitação ocorre uma redução do número de plaquetas e aumento 
secundário dias após o parto. 
 O fibrinogênio aumenta no pós-parto juntamente com o fator VIII e o plasminogênio. 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 Nas não lactantes a menstruação ocorre entre 7ª e 9ª semana pós parto. 
 Nas lactantes, ocorre mais tarde, pois a prolactina inibe a liberação do GNRH 
hipotalâmico que não manda produzir LH e FSH. 
 Mesmo amamentando e sendo considerado um método contraceptivo natural, 
algumas mulheres engravidam nesse período. 
 
PERDA PONDERAL 
 Em média, 50% do peso ganhado na gestação é perdido nas primeiras 6 semanas pós-
parto. E 3 meses para perder o total, variando para cada mulher. 
 Geralmente, a mulher ganha 9-12kg na gestação (feto + útero + LA e placenta + 
embebição gravídica – retenção líquido 6L). 
ALTERAÇÕES DERMATOLÓGICAS 
 Desaparece o cloasma gravídico após cerca de 1 ano. 
 Ocorre queda do cabelo até o 5º mês após o parto e melhora de 6-15 meses pós-parto. 
Durante a gestação o cabelo pode ficar mais forte e crescer mais por conta do 
aumento de oxigenação do bulbo piloso. 
 CAMILA QUEVEDO 
MAMAS 
 Apojadura ocorre aproximadamente 72h pós-parto. 
 Amamentação: barriga do bb em contato com a barriga da mãe, um braço do bb livre e 
o outro nas costas da mãe. O bb deve fazer a pega na aréola e não na papila/mamilo, 
para evitar lacerações. 
ASSISTÊNCIA NO PUERPÉRIO 
 Verificar sinais vitais com frequência; 
 Monitorar contração uterina e sangramento; 
 Examinar episiotomia e cicatriz cirúrgica; 
 Examinar as mamas; 
 Examinar o abdome (se cesariana, buscar se os RHA já retornaram); 
 Examinar MMII (busca de sinais de trombose). 
DIETA E DEAMBULAÇÃO 
 Dieta geral (parto normal assim que chegar no quarto e cesariana com 6h pós parto); 
 Deambulação precoce (para urinar, evitar constipação e evitar TEP). 
DOENÇA HEMORROIDÁRIA 
 Gestante: 8% chance de ter hemorroidas, pois ocorre compressão da veia cava inferior 
pelo útero grávido e o sg fica concentrado nos MMII e no plexo hemorroidário. Diante 
do aumento da pressão, no plexo hemorroidário ocorre a saída de alguma veia em 
direção ao ânus. 
 No puerpério, ocorre o fim da compressão pelo útero gravídico e a veia que foi 
externalizada retorna espontaneamente para seu local de origem no plexo. 
 Lactação: 20% de chances de ter hemorroida, pois a água ingerida pela mãe é 
direcionada à produção de leite, podendo ocorrer a falta de água no intestino, gerando 
constipação intestinal. Recomendar que a mãe tome cerca de 4L de líquido por dia. 
CUIDADOS COM AS MAMAS 
 Sutiãs adequados – para que a mama fique suspensa e os canalículos drenem melhor o 
leite; 
 Técnica correta de amamentação; 
 Lanolina anidra modificada: a mãe passa na aréola e mamilo 3x/dia e tem ação 
hidratante anti rachaduras e cicatrizante, não precisa tirar para o bb mamar. 
RETORNO AMBULATORIAL 
 4-8 semanas após o parto. 
ANTICONCEPÇÃO 
 É preciso oferecer para a mulher algum método contraceptivo se ela quiser; 
 Para lactantes: ACO de progesterona 28 cp contínuo (desogestrel); 
 Progesterona de depósito, injeção IM no glúteo 1x mês (quando não amamenta) ou a 
cada 3 meses (permitido na amamentação – depo provera); 
 DIU cobre e DIU de progesterona; 
 Preservativo: masculino ou feminino. 
 
 
	introdução
	classificação
	puerperio imediato
	puerpério mediato
	puerpério tardio
	atonia uterina
	modificações anatômicas e funcionais
	involução uterina
	peso do útero
	lóquios
	tipos de lóquios
	colo uterino
	vagina e vulva
	tremores pós-parto
	parede abdominal
	alterações sanguíneias e plasmáticas
	coagulação
	sistema endócrino
	perda ponderal
	alterações dermatológicas
	mamas
	assistência no puerpério
	dieta e deambulação
	doença hemorroidária
	cuidados com as mamas
	retorno ambulatorial
	anticoncepção

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