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CADER NO DE APOIO AS APRENDIZ AGE NS INICIAR 2 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS JOSÉ RENAN VASCONCELOS CALHEIROS FILHO Governador do Estado de Alagoas Daniel Melo Macedo Danielly Verçosa Silva Cristiane Maria das Chagas Souza Cristiane Gomes de Souza Nilma Thesinha dos Santos JOSÉ LUCIANO BARBOSA Vice-Governador do Estado de Alagoas REDAÇÃO ESTADO DE ALAGOAS SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO ROSEANE FERREIRA VASCONCELOS Superintendente da Rede Estadual de Educação JACIELMA PEREIRA LEITE Gerente de Desenvolvimento Educacional DANIEL MELO MACEDO Supervisor do Ensino Médio FÁBIO GUEDES GOMES Secretário de Estado da Educação de Alagoas WILANY FELIX BARBOSA Superintendente do Sistema Estadual de Educação DANIELLY VERÇOSA SILVA Gerente das Modalidades e Diversidades da Educação Básica NILMA THESINHA DOS SANTOS Supervisora de Políticas de Educação Profissional e Tecnológica RICARDO LISBOA MARTINS Superintendente de Políticas Educacionais ANDREIA LUIZA ALVES DE OLIVEIRA Gerente da Educação Profissional e Ensino Superior FABIANA ALVES DE MELO DIAS Gerente da Educação Básica Assessoria de Comunicação – ASCOM COLABORAÇÃO Equipe da Assessoria Especial de Educação em Tempo Integral SEDU – ESPÍRITO SANTO 3 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Adriana Alves Salles Ana Lúcia Ferreira da Silva Ana Maria do Nascimento Silva Angela Maria Vasco Bernadete Fernandes de Araújo Cícera Meireles dos Santos Clarissa Rodrigues Pereira Cláudia Luisa Brandão Sotto Cristina de Fátima da Silva Denilma Diniz Botelho Edvaldo Albuquerque dos Santos Eraldo Santos de Melo Gildimar Guilherme da Silva Jailson Barbosa Costa Jair do Nascimento Porto Instituto Sonho Grande EQUIPE TÉCNICA APOIO Jefferson Vitoriano Cunha João Maria Fernandes Pereira Josafá Ferreira Campos José Claudino da Silva Filho José Clebson dos Santos Josineide Melo Machado Nascimento Juliane dos Santos Medeiros Jussimare Cipriana da Silva Márcia Cristina Batista da Silva Maria Aparecida Silva dos Santos Maria Arlene do Nascimento Maria José da Rocha Siqueira Maria Vanúzia da Silva Maria Verônica Barbosa Pinto Marília Santos de Gusmão Martins Marta Maria Teixeira Nádia Gomes de Araújo Quitéria Rosa Pereira Oliveira Radijalma Ferreira de Lima Ricardo Alves da Silva Santos Rosa Patrícia da Silva Santos Rosilma Ventura da Silva Rossane Romy Pinheiro de Almeida Batista Rozilene Belo dos Santos Sebastião Ferreira Palmeira Júnior Soraia Maria da Silva Nunes Vanessa dos Anjos Tenório Virgínia Moura Miller Viviane Marcos V. de Oliveira Ferreira Superintendência de Educação Integral Superintendência de Organização Atendimento Escolar Coordenações Regionais SEDUC – GOIÁS Equipe de Educação em Tempo Integral Coordenadorias: CODESE e CODESP SEEC – RIO GRANDE DO NORTE Subcoordenadorias: SUEP, SUESP, SUAVE Núcleos: NECAD, NEPDH Assessores Pedagógicos DIREC/RN 4 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS INTERATIVIDADE Utilize esses botões, localizados no canto inferior para acessar o índice e navegar entre as páginas. NAVEGAÇÃO LINKS Ao longo de todo o caderno você encontrará elementos interativos que facilitam a sua navegação e aprendizagem. Veja como aproveitar todo o conteúdo: Textos em destaque como o da imagem abaixo são links externos. Clique para acessar mais conteúdo. 5 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS MENU 01 02 06 07 08 09 10 03 04 05 INTRODUÇÃO APRENDIZAGEM AVALIAÇÃO IGUALDADE E EQUIDADE DOCUMENTOS ORIENTADORES APOIO À APRENDIZAGEM PLANO DE NIVELAMENTO SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES ESTRATÉGIAS E ORIENTAÇÕES REFERÊNCIAS 6 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS NOTA AO EDUCADOR Caro Educador, Graças ao empenho de toda a equipe que faz a educação de Alagoas, alcançamos melhorias significativas nas dife- rentes etapas, tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio. Os resultados são representativos e isso pode ser constatado por meio dos índices obtidos nos úl- timos anos. Estamos garantindo Educação de qualidade, com a consolidação dos projetos de vida das juventudes de Alagoas, mesmo diante de todas as adversidades que a Educação mundial vem enfrentando, como a continui- dade dos estudos escolares durante a Pandemia. Diante de tais desafios, o apoio à aprendizagem sur- ge como condição fundamental para o processo inclusivo no ambiente de estudo, tanto numa abordagem cogniti- va como sociointeracionista. Dessa forma, este material se propõe a atender a uma demanda da rede, verificada a partir dos diagnósticos dos estudantes do ensino fun- damental e do ensino médio ou que retornaram tardia- mente para conclusão dos estudos. Esses estudantes, em sua maioria, vêm de várias realidades educativas que, por um lado, propiciam a diversidade de conhecimentos, por outro, apresentam algumas lacunas nos direitos de aprendizagem, que deixaram de ser consolidados com efetividade nas etapas anteriores, e precisam ser ajus- tados, a fim de que esses estudantes se apropriem do ambiente escolar como um espaço de inclusão pessoal, social e profissional. Nesse sentido, torna-se imprescindível sua dedica- ção, estudo e apropriação desse documento para o de- senvolvimento de estratégias inovadoras que favoreçam o apoio à aprendizagem dos estudantes do ensino funda- mental e médio. Sua proatividade nesse processo será de suma importância, uma vez que poderemos compartilhar excelentes resultados de proficiência e fluxo no futuro, e, nesse sentido, elevar a qualidade do ensino-aprendiza- gem oferecido por nossas Unidades de Ensino. Na certeza de que podemos contar com a qualidade e a competência de todos que fazem a Educação Pública do Estado de Alagoas, consideramos que esta proposta se tornará uma realidade em nossas Unidades de Ensi- no, visto que trará grandes contribuições no atendimento aos estudantes. Dessa forma, esperamos que possa fazer um excelente proveito do material aqui apresentado! Na condição de professor gestor da pasta de Educa- ção, sinto-me honrado em fazer parte de todo esse pro- cesso que deixará marcas indeléveis na nossa história. Prof. Dr. Fábio Guedes Gomes Secretário de Estado da Educação 01 7 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS INTRODUCAO O estado de Alagoas tem 865 mil matrículas na educação básica, distribuídas em 2.985 escolas, 80% públicas. Do total de matrículas, 82,6% estão nas escolas municipais, estaduais e federais 8 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS INTRODUÇÃO AO CONTEXTO DE ALAGOAS O Estado de Alagoas tem 865 mil matrículas na educação básica, distribuídas em 2.985 escolas, 80% delas são pú- blicas. Do total de matrículas, 82,6% estão nas escolas municipais, estaduais e federais. Nesse contexto, a rede estadual detém 4% das matrículas dos anos iniciais do en- sino fundamental, 23% dos anos finais e 92% das matrícu- las do ensino médio. A escolaridade média dos alagoanos é de 10,3 anos, abaixo da média brasileira de 11,3 anos de acordo com o IBGE (Todos pela Educação - 2020). A experiência da rede estadual de educação, ao lon- go dos últimos anos, vem demonstrando um significativo crescimento, representado por um conjunto de investi- mentos financeiros para a criação de programas e ações pedagógicas variadas, como o Programa Escola 10. Den- tre os compromissos assumidos para a execução do pro- grama estão: aumento no nível de proficiência dos estu- dantes em Língua Portuguesa e Matemática; elevação da taxa de aprovação; crescimento na taxa de participação na Prova Saeb; redução na taxa de abandono e na distor- ção idade/série dos estudantes e cumprimento da meta proposta pela Seduc para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Outras iniciativas importantes consistiram na im- plantação do Programa Alagoano de Ensino Integral - pA- Lei, bem como a criação dos Centros de Educação Inte- gral - CEI na capital e no interior. Vale destacar também as reformas e construções de quadras, ginásios e escolas; a descentralização de recursos com o Escola da Hora; a po-lítica de valorização dos gestores escolares com o aumen- to dos valores de gratificação; o processo seletivo para gerentes regionais baseado na meritocracia; a criação do Espaço de Formação e Experimentação em Tecnologias para Professores - EFEX e do EscolaWeb e a entrega do fardamento escolar. Dentre os avanços mais significativos destaca-se o Encontro Estudantil, o maior espaço de protagonismo ju- venil jamais registrado na rede estadual. Um evento que reúne anualmente centenas de estudantes nas mais di- versas categorias artísticas e científicas como: Robótica, Astronomia, Ciências, Olimpíadas de História de Alagoas, Dança, Teatro, Artes Plásticas, entre outras. Semelhante- mente, envolvendo uma grande participação de jovens, temos os Jogos Estudantis de Alagoas - JEAL e o Desfile Cívico da Emancipação Política de Alagoas. O desenvolvimento da rede estadual não passa ape- nas por mudanças estruturais, mas sobretudo pelos índi- ces de acesso, permanência e aprendizagem, que juntos representam os resultados que medem a qualidade da educação no Brasil. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB configura-se como o indicador mais importante para mensurar a qualidade da educação brasileira. Os dados mais recentes apontam que o crescimento nos anos iniciais do ensino fundamental avançou, conforme gráfico abaixo. 9 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS EVOLUÇÃO DAS NOTAS DA PROVA BRASIL NO 5° ANO EVOLUÇÃO DAS NOTAS DA PROVA BRASIL NO 9° ANO EVOLUÇÃO DAS NOTAS DA PROVA BRASIL NO 3° ANO O gráfico em seguida mostra os avanços do IDEB nos anos finais do ensino fundamental ao longo dos anos. É no ensino médio, como visto abaixo, que as taxas da rede estadual tem a representação dos seus maiores desafios. O que se verifica é uma oscilação, ora crescente, ora de- crescente. O IDEB de 2017 demonstrou um maior avanço permitindo a 16ª posição no ranking nacional, sendo o 22º em desempenho e 9º em rendimento. Em 2019, o cresci- mento para o ensino médio continua sendo consolidado. Temos o desafio permanente de garantir mais estudantes aprendendo e com um fluxo escolar crescente e adequado. Os Indicadores de Aprendizado, como apontado nas ilus- trações a seguir, apresentam mais detalhadamente a re- presentação do desafio que temos para todas as etapas da educação básica. A Escala Saeb varia dependendo da disci- plina e da etapa escolar. As habilidades mais complexas em português estão concentradas nas pontuações que variam entre 325 a 350 no 5º ano, 375 a 400 no 9º ano e 400 a 425 no Ensino Médio; e em matemática nas pontuações que va- riam entre 325 a 350 no 5º ano, 400 a 425 no 9º ano e 450 a 475 no Ensino Médio. INTRODUÇÃO AO CONTEXTO DE ALAGOAS 10 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE APROVAÇÃO NOS ANOS INICIAIS EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE APROVAÇÃO NOS ANOS FINAIS CLIQUE NOS GRÁFICOS PARA ACESSAR MAIS INFORMAÇÕES EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE APROVAÇÃO NO ENSINO MÉDIO As taxas de permanência são mensuradas a partir dos dados de aprovação, reprovação e abandono. Considerando os anos iniciais e finais do ensino fundamental, bem como o ensino médio verifica-se um aumento das taxas de aprovação conforme ilustrado nestes gráficos: INTRODUÇÃO AO CONTEXTO DE ALAGOAS 11 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS 18 0,0 0,0 2,9 3,3 4,1 5,1 5,9 9,6 10,6 11,4 11,5 13,3 16,4 17,1 17,5 20,0 23,2 25,2 25,7 33,3 34,4 36,0 49,2 65,0 65,4 83,7 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 Am ap á Ro ra im a Pa rá Ri o de J an ei ro Se rg ip e To ca nt in s Sa nt a Ca ta rin a R. G . d o N or te R. G . d o Su l M ar an hã o Es pí rit o Sa nt o Sã o Pa ul o Am az on as Ba hi a M in as G er ai s Ac re M at o G ro ss o Pa ra íb a M . G . d o Su l Ro nd ôn ia Pi au í Pa ra ná G oi ás Al ag oa s Pe rn am bu co Ce ar á Gráfico 9. Percentual de municípios que atingiram a meta do Ideb por unidade da federação - Anos finais do ensino fundamental - Rede pública - 2019 Anos finais do ensino fundamental PERCENTUAL DE MUNICÍPIOS QUE ATINGIRAM A META DO IDEB POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO (ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - REDE PÚBLICA - 2019) PERCENTUAL DE MUNICÍPIOS QUE ATINGIRAM A META DO IDEB POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO (ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - REDE MUNICIPAL - 2019) Outro dado que exige profunda reflexão é a distorção idade/série nas etapas da educação básica da rede es- tadual. O gráfico abaixo apresenta a proporção de estu- dantes com atraso escolar de 2 anos ou mais, para toda a educação básica, de 2006 até 2018. Verifica-se uma redu- ção, nos últimos anos, do percentual de estudantes em distorção idade/ série. 2019 - A superação de metas do IDEB e a necessidade de continuar avançando Alagoas não só tem conseguido se erguer como também continua dando passos importantes na busca de uma edu- cação pública de qualidade. No IDEB de 2019, conquistou o 2º lugar nacional no alcance das metas pelos municípios re- ferentes aos anos iniciais do ensino fundamental, e 3º lugar em relação aos anos finais, conforme se verifica nos gráficos. Semelhantemente, os resultados do IDEB de 2019 mostra- ram que a rede estadual conseguiu ultrapassar as metas estabelecidas para os anos iniciais (meta 4,9) e finais do ensino fundamental (meta 4,2). Nos anos iniciais, o IDEB, avançou de 4,9, em 2017, para 5,2 e, nos anos finais, de 4,0 para 4,4. O desempenho do ensino médio, embora não alcançando a meta do IDEB, demonstrou um crescimento importante, saindo de 3,3, em 2017, para 3,6, em 2019. As escolas de tempo integral da rede estadual, tanto do en- sino fundamental quanto do ensino médio, apresentaram desempenho superior à média estadual e nacional. Com os resultados exitosos do IDEB de 2019, divul- gados em setembro de 2020, Alagoas também consoli- dou-se no cenário nacional com o Programa Escola 10, que recebeu o Prêmio Excelência em Competitividade na categoria boas práticas, promovido pelo Centro de Lide- rança Pública (CLP). As informações expostas neste tópico destacam os avanços já consolidados, bem como retratam a necessi- dade contínua de investimentos para a elaboração e exe- cução de estratégias de apoio, garantindo a permanên- cia do estudante com aprendizagem qualificada. Apenas dessa forma, continuaremos proporcionando às crianças e jovens de Alagoas um futuro com mais dignidade. INTRODUÇÃO AO CONTEXTO DE ALAGOAS 11Anos iniciais do ensino fundamental 13,3 25,0 27,1 28,9 33,6 34,0 42,5 44,4 48,0 49,7 50,7 52,7 53,8 65,8 65,9 66,1 66,8 66,9 67,3 70,3 70,8 73,1 76,3 81,0 92,1 98,9 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 Am ap á Se rg ip e Am az on as Ri o de J an ei ro To ca nt in s Pa rá M ar an hã o Ro ra im a Ro nd ôn ia R. G . d o N or te M . G . d o Su l R. G . d o Su l Ba hi a M in as G er ai s Sã o Pa ul o Pe rn am bu co Pa ra íb a Sa nt a Ca ta rin a Pi au í Es pí rit o Sa nt o G oi ás M at o G ro ss o Pa ra ná Ac re Al ag oa s Ce ar á Gráfico 5. Percentual de municípios que atingiram a meta do Ideb por unidade da federação - Anos iniciais do ensino fundamental - Rede municipal - 2019 12 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS APRENDIZAGEM Em uma perspectiva mais ampla, a aprendizagem pode ser entendida como um processo de aquisição do conhecimento a partir de diferentes experiências e mediada por fatores endógenos e fatores exógenos. Esses fatores podem ser biopsicossociais, históricos, culturais e ambientais. Mas, então, como se dá o processo de aquisição do conhecimento? 13 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS As concepções sobre o indivíduo podem ser enxerga- das sob o olhar filosófico, mas também pelo olhar bio- lógico. Essa questão é um tanto quanto polêmica, pois o indivíduo pode ser reconhecido como um ser natural e como um ser sociale histórico. Existem alguns autores que deram importan- tes contribuições para a compreensão do processo de ensino-aprendizagem, sendo apresentadas di- ferentes abordagens a esse tema. Essas contribui- ções subsidiam uma reflexão crítica sobre a prá- tica docente, permitindo, assim, a compreensão dos processos de aprendizagens e sua relação com as mais diversas maneiras do fazer pedagógico. APRENDIZAGEM 14 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Como se dá o processo de aquisição de novas aprendizagens? De acordo com a teoria conhecida como comportamental ou behaviorista, o sujeito aprende por meio do condicionamento do comportamento que envolve processos de estímulo-resposta (E-R). Nessa perspectiva, a aprendizagem, vista como um processo maturativo, é uma mudança significativa de comportamento, que pode ser observável e que ocorre fundamentada nas experiências dos indivíduos em contato com o meio ambiente. Em relação ao ensino, o melhor método é o mecânico, ou seja, programado e reforçado por meio de estímulos positivos (recompensa positiva) ou negativos (punição), num nível de dificuldade crescente, como forma de condicionar o sujeito ao acerto (LACOMY, 2008). Nessa perspectiva, o sujeito aprende quando produz modificações no ambiente, tornando-o mais adaptativo, gerando um novo comportamento pelo indivíduo. Quando se começa a relacionar os aspectos do comportamento com os do meio ambiente, há, de fato, condições de se compreender o ser humano. (VIOTTO FILHO et al., 2009). O QUE DIZEM OS TEÓRICOS? Contribuições para o contexto educacional O aprender é o ato de descobrir o ambiente, experienciá-lo e associá-lo aos fatores do meio e valorizar a aprendizagem através da prática. Skinner: (1904-1990) cr éd ito fo to : p si co lo gi ap er so na l1 .w ix si te .c om 15 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Como se dá o processo de aquisição de novas aprendizagens? Ao escrever sua teoria, Piaget definiu os processos de esquemas, equilibração, assimilação e acomodação que consistem em etapas em que os aprendizes partem da utilização de um repertório inicial para a solução de novos problemas. A esses repertórios são incorporados outros mecanismos que permitirão a consolidação de novas aprendizagens. Partindo desse princípio, a aquisição de conhecimentos se efetiva a partir de processos de desequilíbrio e novos equilíbrios para a adaptação ao meio. (LACOMY, 2008) O desenvolvimento cognitivo do sujeito está dividido em dois aspectos: • Aspecto psicológico/espontâneo: características orgânicas do indivíduo, relacionadas com suas habilidades como um ser vivo. • Aspecto psicossocial: caracterizado pelas relações sociais que o indivíduo estabelece ao longo de seu desenvolvimento (família, amigos, escola etc.). O aspecto psicológico/espontâneo é valorizado, indicando que é preciso esperar o desenvolvimento da criança (aspecto espontâneo) para submetê-la a determinadas aprendizagens por transmissão (aspecto psicossocial). (VIOTTO FILHO et al., 2009) O QUE DIZEM OS TEÓRICOS? Contribuições para o contexto educacional O aprendizado deve respeitar os níveis de desenvolvimento das crianças na escola e situações desafiadoras e relevantes devem ser proporcionadas para possibilitar a aprendizagem. Jean Piaget (1896-1980) cr éd ito fo to : n ov ae sc ol a. or g. br 16 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Como se dá o processo de aquisição de novas aprendizagens? As reflexões de Vygotsky permanecem presentes sempre que tratamos do processo ensino-aprendizagem, uma vez que compreende que a relação entre o contexto social e o desenvolvimento cognitivo humano são condições para que o indivíduo aprenda, não podendo, assim, haver aprendizagem sem haver as trocas sociais com as pessoas que o rodeiam. Dessa forma, a comunicação através da fala é primordial nesse processo interacionista. Vygotsky desenvolveu o conceito de zona de desenvolvimento proximal, que é entendida como "a distância entre o desenvolvimento real (caracterizado pela solução independente do problema) e o desenvolvimento potencial (caracterizado pela solução de problemas sob a orientação ou colaboração de um adulto ou colega) da criança". (LACOMY, 2008, p.42) Toda função no desenvolvimento dos seres humanos ocorre, inicialmente, no plano social e, posteriormente, no plano psicológico. O sujeito se desenvolve a partir das relações sociais, e tais relações, se significativas, possibilitam a apropriação dos elementos da cultura humana (material e simbólica) e, nesse sentido, garantem um processo de ensino-aprendizagem mais humanizador. O QUE DIZEM OS TEÓRICOS? Contribuições para o contexto educacional A escola deve permitir que os estudantes se reconheçam enquanto sujeitos conscientes de sua realidade histórica e social e, portanto, responsáveis por sua transformação, tanto no âmbito objetivo quanto subjetivo. Vygotsky (1896-1934) cr éd ito fo to : n ov ae sc ol a. or g. br 17 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Como se dá o processo de aquisição de novas aprendizagens? Defende a origem histórico-social do psiquismo humano e enfatiza que o biológico não determina o indivíduo, mas o indivíduo não o é sem o biológico. A aprendizagem está relacionada com o psiquismo humano que é constituído por três dimensões integradas e interdependentes: motora, cognitiva e afetiva. Para Wallon, a afetividade configura-se como premissa central no processo de aprendizagem. O papel atribuído à afetividade permitirá tanto aquisições cognitivas, quanto o desenvolvimento pessoal. Nesse contexto, afeto e inteligência andam juntos e para tal precisarão de um ambiente que permita sua expressão e desenvolvimento. (LACOMY, 2008). O QUE DIZEM OS TEÓRICOS? Contribuições para o contexto educacional O indivíduo deve ser entendido em sua totalidade para a efetivação do processo de construção social do ser humano. Isso significa entender que toda e qualquer atividade escolar deve ser significativa em suas três dimensões (cognitiva, motora e afetiva). Wallon (1879-1962) cr éd ito fo to : n ov ae sc ol a. or g. br 18 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS PARA IR ALÉM... Para aprofundar as teorias de aprendizagem, acesse: Psicologia da Educação Revista APRENDIZAGEM Com base no exposto, destacamos que existem inúmeras reflexões te- óricas que pretendem explicar os processos de aquisição das apren- dizagens, umas tradicionais e outras inovadoras, mas que será com o desenvolvimento de práticas pedagógicas, a partir de sequências de atividades, que essas aprendizagens serão, de fato, consolidadas. De modo geral, as teorias procuram esclarecer os mecanismos com- portamentais, sociais, cognitivos, afetivos e motores, mas exigem uma ação externa pedagógica, realizada pelos docentes com super- visão da coordenação pedagógica, e uma formação contínua que instrumentalize a ação docente. 19 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS O processo de ensino-aprendizagem é mediado pelos mais di- versos fatores que circundam o indivíduo e que não podem ser desconsiderados. A partir de toda essa mediação, o ser humano gera interpretações sobre si, sobre o outro e sobre o mundo. Veja o esquema ao lado: Sendo assim, quando pensamos nos seres humanos, preci- samos considerar que os fatores que os cercam são diferentes, bem como suas realidades e repertórios culturais, o que possi- bilita a compreensão de que as interpretações sobre si, sobre o outro e sobre o mundo social serão diferentes. Nesse sentido, as individualidades devem ser consideradas e respeitadas ao longo de todo o processo de ensino-aprendizagem. MEDIAÇÕES INTERPRETAÇÕES SER HUMANO Social Sobre si Cultural Sobre o Outro Ambiental Sobre o Mundo Social APRENDIZAGEM 20 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Trazendo o assunto para o contexto educacional, percebe-se que os estudantes vêm de diferentes realidades, trazem experiências diversas, têm trajetórias únicas e singulares, alémde olharem para si mesmos, o outro e o mundo social de forma particular. Tudo isso permite concluir que o processo de ensino-aprendizagem é individual, dependente de histórias particulares e vai além do ambiente escolar. Sendo assim, é necessário considerar cada um dos estudantes nas suas singularidades, com diferentes ritmos de aprendizagem, inte- resses e dificuldades. Compreende-se, dessa forma, que múltiplas estratégias, metodologias e recursos serão necessários para possibilitar um processo de ensino-aprendizagem mais significativo e individualizado. APRENDIZAGEM MEDIAÇÕES INTERPRETAÇÕES SER HUMANO A MEDIAÇÕES INTERPRETAÇÕES SER HUMANO B MEDIAÇÕES INTERPRETAÇÕES SER HUMANO C 21 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS AVALIACAO A discussão sobre avaliação é antiga e complexa. Discutir avaliação e como ela é realizada nos ambientes escolares é muito importante para compreender os caminhos e desafios que ainda são necessários trilhar para atualizar a compreensão sobre avaliação e sua execução. 22 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Segundo HADJI (2001), a prática avaliativa deve ser colocada, tanto quanto seja possível, a serviço das aprendizagens. Porém, ainda é muito comum que ela esteja servindo quase que exclusivamen- te como instrumento de verificação, seleção e classificação, visando à exatidão de reprodução do conteúdo comunicado em sala de aula, indicando uma abordagem tradicional do processo de ensi- no-aprendizagem. Em relação a isso, Perrenoud (1999) reforça que apesar da teoria avaliativa já ter avançado muito, o fazer avaliativo ainda traz resquícios de uma avaliação mensuradora e coercitiva. De acordo com Hoffmann (2008, p. 17), avaliação é: [...] uma ação ampla que abrange o cotidiano do fazer pedagógico e cuja energia faz pulsar o planeja- mento, a proposta pedagógica e a relação entre todos os elementos da ação educativa. Basta pensar que avaliar é agir com base na compreensão do outro, para se entender que ela nutre de forma vigo- rosa todo o trabalho educativo. Com os aspectos acima elencados, podemos ver que a avaliação é um elemento imprescindível no processo educativo, pois implica um diagnóstico prévio das necessidades individuais que funda- mentará um planejamento de ações pedagógicas com o objetivo de superar as dificuldades identi- ficadas. Nessa perspectiva, o estudante figura como protagonista do processo avaliativo formativo. Existem algumas classificações em relação aos tipos de avaliação. Nesse material, será abordada a avaliação diagnóstica, formativa e cumulativa. Vamos entender os objetivos dessas avaliações e quando elas acontecem? AVALIAÇÃO 23 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS AVALIAÇÃO Avaliação Diagnóstica: visa coletar informações sobre o estudante, identificando o que ele já sabe e o que ele ainda não aprendeu. A partir dessa avaliação, o docente pode definir quais estratégias e recursos utilizará para apoiar a ação formativa. Luckesi (1998) chama a atenção para a importância de se adotar uma prática avaliativa diagnóstica contínua nas escolas, para que não seja realizada somente no início do ano, mas ao longo de todo o percurso educativo. Avaliação Cumulativa: Feita depois da ação formativa, tem como objetivo verificar se as aquisições foram, de fato, atingidas. Essa avaliação possibilita um feedback ao estudante e ao docente se as aprendizagens foram efetivadas e se as metodologias e estratégias pedagógicas permitiram o seu desenvolvimento. Segundo CARDINET (1986), esse tipo de avaliação tem como característica fornecer um balanço parcial ou total sobre um conjunto específico de aprendizagens. Avaliação Formativa: visa orientar o estudante quanto ao seu desenvolvimento ao longo de todo seu percurso educativo, procurando localizar suas dificuldades para ajudá-lo a descobrir os processos que lhe permitirão progredir na sua aprendizagem. Contribui para a regulação do processo ensino-aprendizagem, se realizada uma contínua troca entre educador e educando. Segundo HADJI (2001), a continuidade é outra característica da avaliação formativa, que deve estar inscrita no centro do processo educativo, formativo, proporcionando uma articulação mais eficaz e constante entre cole- ta de informações e ação remediadora. Sua prática transcende a ideia da classificação, da medição e da seleção. 24 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS AVALIAÇÃO Complementando as definições supracitadas, Hadji (2001) aponta que a avaliação formativa deve ser informativa, esclarecendo os atores do processo educativo. Dessa for- ma, o docente consegue compreender os efeitos reais de sua intervenção pedagógica, possibilitando que eles re- gulem sua ação. A partir disso, o estudante toma consci- ência das dificuldades que encontra e pode corrigi-las ao longo do processo. Hoffmann (2009) nos traz uma nova perspectiva de avaliação: a mediadora. A avaliação mediadora opõe-se ao modelo do “transmitir-verificar-registrar” e caminha no sentido de uma ação pedagógica reflexiva e desa- fiadora do educador. Esse tipo de avaliação favorece a troca de ideias entre educador e educando, na tenta- tiva de superar o saber transmitido e produzir o saber enriquecido: docente e estudante buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideias, reorganizando-as e regulando o processo de ensino-aprendizagem. A compreensão dos tipos de avaliação e suas inten- cionalidades pedagógicas permite pensar o fazer avalia- tivo a serviço das aprendizagens. É preciso conquistar um espaço de diálogo entre os sujeitos, compreenden- do o diálogo como a leitura curiosa e investigativa do docente no que se refere às aprendizagens de seus es- tudantes. A avaliação mediadora acontece na medida em que as estratégias do docente priorizam a proximi- dade corpo a corpo com o estudante, em um processo constante de diálogo e discussão. (HOFFMANN, 2009) O ato de avaliar pressupõe a reflexão acerca de in- formações obtidas, com o objetivo de planejar ações futuras. É de grande importância que a avaliação seja transformada em prática de aprendizagem, pois ela pressupõe, em si, perspectivas de mudanças na práxis escolar, com finalidade de melhoria do rendimento no processo de ensino-aprendizagem. Faz-se necessário compreender este processo a partir dos aspectos cog- nitivos e socioemocionais, para que sejam traçados pla- nos de atuações fidedignos e que, de fato, venha con- tribuir com todas as necessidades e dificuldades que os estudantes apresentarem. 25 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS IGUALDADE E EQUIDADE No âmbito educacional, muito se fala sobre igualdade e equidade. Apesar de estarem relacionados, esses dois termos não são sinônimos, pois existem importantes diferenças entre eles. Vamos analisar um exemplo prático da aplicação desses dois conceitos? 26 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Analise a situação A: Observa-se, nessa situação, que uma mesma bicicleta foi dada a diferentes sujeitos, mesmo apresen- tando características e necessidades distintas. Se o objetivo era propiciar a cada um dos sujeitos uma bicicleta, esse objetivo foi alcançado. Nessa situação, pode-se ver na prática o conceito de Igualdade. Agora analise a situação B: Nessa situação, antes de entregar as bicicletas a cada um, houve a tentativa de entender e fornecer o que eles precisavam, de acordo com suas características e necessidades. Como conclusão, foram entregues diferentes bicicletas aos diferentes sujeitos, sendo adaptadas a cada um deles de acordo com suas realidades. Se o objetivo nessa situação era, além de propiciar a cada um dos envolvidos uma bicicleta, que eles conseguissem utilizá-la de forma adequada, esse objetivo foi alcançado. É per- ceptível, nessa situação, o conceito de Equidade. Os dois conceitos têm o mesmo objetivo de promover justiça através da garantia da qualidade de vida a todos. Porém, o princípio da igualdade só funcionaria se todas as pessoas começassem suas vidas do mesmo ponto de partida,com as mesmas oportunidades, sob os mesmos fatores e condições e precisassem das mesmas coisas. Pensando no contexto da escola, nos diferentes processos de ensino-aprendizagem e trajetórias dos estudantes, a diretriz norteadora mais adequada é a EQUIDADE. É preciso entender os desafios enfrentados por cada estudante ou grupos de estudantes e fornecer suporte adequado a cada um para ajudá-los a superar os obstáculos. Apesar de não se ter garantia de resultados iguais a todos, o propósito principal é que se busque uma igual oportunidade de sucesso. IGUALDADE: visa garantir que todas as pessoas recebam o mesmo para que tenham qualidade de vida. EQUIDADE: envolve a tentativa de entender e fornecer às pessoas o que elas precisam para ter qualidade de vida. IGUALDADE & EQUIDADE Fonte: Programa Elas. Disponível em: https://programaelas.com.br/ diferenca-de-equidade-e-igualdade-de-genero/ A B 27 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS DOCUMENTOS ORIENTADORES BNCC, CURRÍCULO E MATRIZES DE REFERÊNCIA Você sabe o que significa BNCC? Para que serve? É o mesmo que currículo? Afinal, o que é currículo? Currículo é uma matriz de referência? 28 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Essas perguntas, por vezes, são feitas nos contextos escolares e precisam ser devidamente esclarecidas para que os educadores possam entender plenamente o significado desses documentos, sua importân- cia e relação com sua prática pedagógica. Antes de tudo, precisamos entender o que é currículo. Currículo pode ser analisado sob diferentes dimen- sões e perspectivas. De acordo com Sacristán (2000), o termo pode estar associado às seguintes dimensões: Currículo prescrito – documentos elaborados pelas esferas centrais para orientar o trabalho da escola. Currículo planejado – materiais produzidos para uso de docentes e estudantes nas escolas. Currículo organizado – arranjos de tempos, espaços, sujeitos e saberes no interior da escola. Currículo em ação – conjunto de atividades desenvolvidas por docentes e estudantes nas salas de aula, na articulação entre eles e o conhecimento a ser ensinado e aprendido. Currículo avaliado – explicita o que é considerado legítimo em termos de aprendizagem, indicando meca- nismos que podem ser produzidos no contexto interno ou no contexto externo à escola. Neste material, iremos focar na dimensão de currículo prescrito, ou seja, o documento que expressa as aprendizagens dos estudantes de cada território. Então vamos verificar o que é e como cada um nos auxilia na prática? BNCC, CURRÍCULO E MATRIZES DE REFERÊNCIA 29 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Documento O que é? Importante BNCC – Base Nacional Comum Curricular É um documento orientador, uma vez que define as aprendizagens essenciais que devem ser desenvolvidas ao longo de toda a Educação Básica. Esse documento apoia, como diretriz norteadora, as secretarias de educação na elaboração de seus currículos. A BNCC não substitui os currículos e não deve ser confundida como uma matriz de referência. BNCC não é matriz, é diretriz. Currículo Documento elaborado para orientar o trabalho da escola, indicando as aprendizagens que os estudantes devem desenvolver. Esse documento apoia o docente no cotidiano escolar, pois é a referência mais contextualizada para o planejamento de práticas pedagógicas, em função de competências e habilidades, que precisam ser trabalhadas em cada etapa. Não existe um currículo nacional. Cada território brasileiro possui o seu currículo - seja na esfera estadual ou municipal - para assim considerar suas especificidades, valorizando seus contextos locais e diversidade cultural. Matriz de Referência É um documento que explicita os descritores de habilidades que são esperadas dos estudantes em diferentes etapas de escolarização e que podem ser aferidas em testes padronizados de desempenho. Exemplos de matrizes: matriz SAEB e matriz ENEM As Matrizes de Referência não esgotam o conteúdo a ser trabalhado em sala de aula e, portanto, não devem ser confundidas com propostas curriculares, estratégias de ensino ou diretrizes pedagógicas. BNCC, CURRÍCULO E MATRIZES DE REFERÊNCIA 30 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS E agora, vamos entender o que são habilidades, competências e descritores. Quadro-resumo – Definições Habilidades, Competências e Descritores Na visão do Dicionário Aurélio Na visão de outras fontes Em resumo... Habilidade “qualidade daquele que é hábil. Capacidade, inteligência. Destreza. Astúcia, manha. Aptidão, engenho.” “[...]As habilidades expressam as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares.” (BNCC, 2018) Capacidade que uma pessoa tem de realizar algo. Saber fazer. Competência “qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão, idoneidade.” “[...]competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.” (BNCC, 2018) Mobilização de um conjunto de habilidades para resolver uma situação complexa. Descritor “que ou aquele que descreve” “Os descritores, por sua vez, traduzem uma associação entre os conteúdos curriculares e as operações mentais desenvolvidas pelos alunos. Os descritores, portanto, especificam o que cada habilidade implica e são utilizadas como base para a construção dos itens de diferentes disciplinas.” (INEP, 2019) Importante reforçar que um descritor precisa ser construído de tal forma que possa ser aferível em determinado item. BNCC, CURRÍCULO E MATRIZES DE REFERÊNCIA 31 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS APOIO A APRENDIZAGEM O NIVELAMENTO COMO APOIO À APRENDIZAGEM Para compreender a metodologia do Nivelamento, na perspectiva do apoio à aprendizagem, é preciso ter bastante clareza sobre o que significa "Nivelar", bem como sobre a diferença entre nivelamento e reforço. 32 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Compreende-se, portanto, que quando se trata de reforço, entende-se que uma base já está consolidada e o objetivo é apenas torná-la mais forte e resistente. Isso não se pode afirmar sobre Nivelamento, pois, nesse caso, a base está fragilizada, ela ainda precisará ser desenvolvida para que, em um outro momento, seja fortalecida. No contexto escolar, quando pensamos em uma atividade de reforço, estamos con- siderando que a habilidade daquele estudante ou grupo de estudantes já foi desenvol- vida. Mas, é importante considerar que ainda existe uma possibilidade de aprofunda- mento e fortalecimento daquela habilidade. Nesse sentido, uma atividade de reforço trabalha numa região potencial de desenvolvimento. Veja o esquema abaixo: O NIVELAMENTO COMO APOIO À APRENDIZAGEM Reforço Definição Dicionário Houaiss: "[...] ação ou fato de tornar algo mais resistente, mais forte, mais capaz, mais eficaz, etc". Nivelamento Definição Dicionário Houaiss: "[...] ação ou efeito de nivelar, nivelação". Vejamos o que o dicionário diz sobre esses dois termos. 33 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Quando a habilidade não foi consolidada naquele estudante ou conjunto de estudantes, uma atividade de reforço não atingirá sua finalidade. Nes- se caso, será necessário pensar em uma proposta de Nivelamento. O ob- jetivo de uma ação de nivelamento é consolidar uma habilidade que não foi plenamente desenvolvida, pois, caso isso não ocorra, as aprendiza- gens poderão ficar comprometidas. O foco da atividade de Nivelamento é atuar na Zona de desenvolvimento, para que, em um segundo momento, seja direcionada para uma Zona potencial de fortalecimento. O NIVELAMENTO COMO APOIO À APRENDIZAGEM Zona potencial de fortalecimento Zona potencial de fortalecimento Nível adequado de proficiência Nível adequado de proficiênciaZona de desenvolvimento ATIVIDADE DE REFORÇO ATIVIDADE DE NIVELAMENTO Podemos entender Nivelamento como uma metodologia que visa promover a consolidação de habilidades básicas não desenvolvidas em períodos anteriores do ano/série/etapa em curso. #NIVELAMENTO NA PRATICA Então, o que é Nivelamento? 34 | 60 35 | 60 QUAIS SÃO AS PREMISSAS PARA SE TRABALHAR O NIVELAMENTO COMO APOIO À APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS? Prática investigativa: é necessário que a escola assuma um papel investigativo no sentido de mapear as dificuldades dos estudantes para assim propor ações reparadoras, muitas vezes de caráter emergencial, para permitir o avanço de todos. Para isso, é preciso definir prioridades, objetivos, metas, estratégias pedagógicas e instrumentos de acompanhamento/ monitoramento do Nivelamento. A prática investigativa deve permear toda a ação formativa da escola. 36 | 60 QUAIS SÃO AS PREMISSAS PARA SE TRABALHAR O NIVELAMENTO COMO APOIO À APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS? Variabilidade pedagógica: reconhecer a pluralidade dos estudantes, seus ritmos de aprendizagem e seus contextos é o primeiro passo para se pensar nas estratégias que serão aplicadas no Nivelamento. Como nem todos aprendem da mesma forma, as estratégias pedagógicas devem oportunizar experiências educativas significativas aos estudantes, de forma que aquelas aprendizagens não desenvolvidas anteriormente possam, de fato, ser efetivadas. Não haverá apenas um recurso, uma prática de ensino e apenas um formato de se realizar o Nivelamento. As estratégias precisam ser pensadas, estruturadas e avaliadas continuamente. 37 | 60 QUAIS SÃO AS PREMISSAS PARA SE TRABALHAR O NIVELAMENTO COMO APOIO À APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS? Interlocução contínua: todos os atores da escola devem compreender a intencionalidade dessa metodologia e se comunicar continuamente. Os estudantes precisam entender quais são suas respectivas situações escolares, ou seja, quais aprendizagens possuem e quais ainda precisam desenvolver. Os docentes, a partir do diagnóstico de seus estudantes, devem estruturar as ações para superar as dificuldades mapeadas, a coordenação pedagógica deve apoiar os docentes no planejamento das atividades e estabelecer o panorama pedagógico da escola. A articulação de ensino, por sua vez, deve garantir formação continuada acerca dos recursos pedagógicos para instrumentalizar os docentes, a fim de criar oportunidades de aprendizagem aos estudantes. Além disso, cabe à gestão escolar verificar os resultados alcançados e direcionar esforços em prol das aprendizagens. 38 | 60 COMO ESSA METODOLOGIA PODE SE EFETIVAR NAS ESCOLAS? Essa metodologia pode acontecer em tempo e espaço destinados à proposta de Nivelamento, na forma de aulas específicas, voltadas para a recuperação efetiva do que não foi aprendido pelos estudantes. Mas, mesmo que não exista momento formal destinado para o Nivelamento, este pode ser inserido nos componentes curriculares e ser trabalhado ao longo de todo o processo formativo. Nas escolas de Tempo Integral, por exemplo, as atividades de nivelamento podem ser trabalhadas durante os Estudos Orientados. Outra alternativa, tanto para as escolas de tempo integral e parcial, consiste na destinação de um percentual temporário da carga horária de cada componente curricular/área de conhecimento para as atividades de Nivelamento. 39 | 60 NIVELAMENTO É ESPECÍFICO PARA OS COMPONENTES DE LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA? O Nivelamento é frequentemente aplicado aos componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática, porém não está restrito a eles. Todos os demais componentes podem elaborar atividades de Nivelamento, caso detectada a necessidade de desenvolvimento de habilidades não consolidadas. É importante a escola passar a desenvolver a interdisciplinaridade de forma que os docentes formem uma rede colaborativa de apoio que esteja a serviço das aprendizagens dos estudantes. 40 | 60 COMO A EDUCAÇÃO INTEGRAL ESTÁ RELACIONADA COM O NIVELAMENTO? A Educação Integral tem a preocupação de considerar os sujeitos nas suas diferenças e singularidades, proporcionando uma educação que dialogue com os processos individuais de aprendizagem. Aqui não se trata, exclusivamente, de escolas em Tempo Integral, ou seja, com carga horária diária estendida, pois a Educação Integral deve ser considerada pela busca da garantia do desenvolvimento pleno dos sujeitos de aprendizagem. Dessa forma, o Nivelamento é uma ferramenta importante para lidar com ambientes mais equânimes, aplicando práticas inclusivas que reconheçam o direito de todos de aprender, acessar oportunidades educativas diferenciadas, contribuindo para que essa proposta seja e se torne cada vez mais democrática e acessível, a partir da utilização de ferramentas que elevem a qualidade do ensino e deem condições de oportunidades, diminuindo a desigualdade. O Nivelamento também está ligado ao Projeto de Vida dos estudantes, que dependem de um adequado desenvolvimento acadêmico, portanto, é essencial que todos os estudantes desenvolvam habilidades e competências necessárias para ter, sem dificuldades, novas aprendizagens no ano/série em que estão matriculados. 41 | 60 COMO ESTRUTURAR E ORGANIZAR O NIVELAMENTO NAS ESCOLAS? A proposta contribui com a aprendizagem dos estudantes e caminha no sentido da equidade. Entretanto, para colher os resultados dessa metodologia, o seu planejamento é fundamental, bem como a definição dos papeis e a comunicação entre os envolvidos. Além disso, é necessário um olhar crítico e cuidadoso ao longo de toda a sua execução. Para isso, iremos refletir sobre a construção de um Plano de Nivelamento que oriente e apoie todos os envolvidos. Vamos discutir mais detalhadamente o Plano de Nivelamento? 42 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS PLANO DE NIVELAMENTO O Plano de Nivelamento, como instrumento de apoio à aprendizagem, deve ser elaborado conjuntamente por gestores, articuladores, coordenadores e docentes. 43 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS A sua concepção constitui-se como essencial ao processo, pois essa construção possibilitará analisar os dados e indica- dores internos (avaliações semanais, avaliações diagnósticas etc.), obtidos da avaliação externa (exame nacional e estadu- al), levantar hipóteses sobre as aprendizagens não consolida- das, assumir posicionamentos investigativos e propor ações pedagógicas, definindo prioridades, objetivos e metas. É, de fato, uma oportunidade para revisar a prática docente e os novos rumos que a escola deve tomar. Para facilitar o entendimento, o Plano de Nivelamento está dividido em 3 etapas principais: Avaliação Diagnóstica, Execu- ção do Nivelamento e Avaliação Cumulativa. Esse plano deve ser sempre revisitado e reavaliado, por isso sua representação cíclica. Veja o esquema abaixo: Vamos nos aprofundar em cada umas das etapas? PLANO DE NIVELAMENTO Avaliação Diagnóstica Execução do Nivelamento Avaliação Cumulativa 44 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS PLANO DE NIVELAMENTO Avaliação Diagnóstica ANÁLISE DO CURRÍCULO SELEÇÃO DAS HABILIDADES DESENHO DO INSTRUMENTO RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA 45 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS 7.1. Avaliação Diagnóstica Sem dúvidas, a Avaliação Diagnóstica é o ponto de partida para se discutir Nivelamento. Para facilitar a compreensão dessa avaliação, iremos subdividi-la em: análise do currícu- lo, seleção das habilidades, desenho do instrumento e re- sultados da avaliação diagnóstica. A- Análise do currículo Para pensar em avaliação diagnóstica, é essencial conhe- cer e compreender os documentos curriculares Referencial Curricular de Alagoas e as matrizes de referência de avalia- ções externas. Como vimos anteriormente, são nesses do- cumentos que estão definidas as aprendizagens que devem ser garantidas aos estudantes. A compreensão do currículo envolve analisar também o que está previsto paraetapas de ensino anteriores. Como exemplo, por vezes, os estu- dantes chegam ao ensino médio sem dominar as habilida- des do ensino fundamental e, por isso, é importante ter um olhar sobre como o currículo, de maneira mais ampla, está delineado e qual o conjunto de habilidades que poten- cialmente o estudante precisará desenvolver. B- Seleção das habilidades Para a realização dessa etapa, é considerado o conjunto de habilidades do ano/série anterior. Entretanto, o docente, juntamente com o olhar da equipe pedagógica, deverá ter sensibilidade de verificar se não é necessário também in- PLANO DE NIVELAMENTO cluir habilidades de etapas anteriores. Baseado na premis- sa de que todos devem aprender e, no conceito da equida- de, é preciso garantir que as habilidades essenciais estejam desenvolvidas e que o percurso formativo dos estudantes não será comprometido. C- Desenho do Instrumento Primeira pergunta a ser respondida é: qual o público da mi- nha avaliação diagnóstica? Se for uma avaliação diagnóstica de rede e tiver como ob- jetivo aprofundar o conhecimento sobre ela, planejar e avaliar políticas educacionais e melhorar os resultados dos estudan- tes de maneira geral, o instrumento quantitativo é o mais in- dicado. Esse instrumento é organizado em questões objetivas que permitem maior facilidade de tabulação e análise. Entretanto, avaliação diagnóstica não se resume apenas a avaliações de rede. Ela deve acontecer continu- amente nas escolas, adaptadas e personalizadas para a realidade do público local. Nesse caso, a escola e os do- centes não precisam se limitar a instrumentos quantita- tivos. Instrumentos mais qualitativos também podem ser utilizados, mesclando análises quantitativas e quali- tativas. Outras possibilidades de diagnosticar qualitati- vamente o nível de aprendizagem dos estudantes, são: · Atividades de leitura e interpretação; · Produções de texto; · Reflexões sobre a vida do estudante; · Jogos pedagógicos; · Debates, seminários, entre outras apresentações. Para cada habilidade incluída no diagnóstico, deve-se pen- sar em diferentes formas de avaliá-la, em níveis distintos de complexidade, para que a situação do estudante, ao fi- nal da avaliação, seja a mais assertiva possível. D- Resultados da avaliação diagnóstica Instrumento construído e validado pelos responsáveis? Se sim, a avaliação pode acontecer. É importante explicitar para os estudantes a intencionalidade dessa avaliação, in- dicando que os resultados nortearão os próximos passos do percurso formativo. Será necessário retomar algumas habilidades? Quais habilidades? Como será o trabalho em sala de aula? Essas respostas serão obtidas a partir da aná- lise dos resultados. Os resultados não devem somente ser tabulados, mas também analisados criteriosamente pelos docentes com apoio e revisão da equipe pedagógica e gestora e ações re- paradoras devem ser instituídas, se necessário. É impor- tante lembrar que essas ações devem ser colocadas a ser- viço das aprendizagens. 46 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Execução do Nivelamento RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICAS AGRUPAMENTO DE ESTUDANTES DEFINIÇÃO DE ESTRATEGIAS & RECURSOS DIDÁTICOS EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES PLANO DE NIVELAMENTO 47 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS 7.2. Execução do Nivelamento A execução do Nivelamento como apoio à aprendizagem ocorrerá a partir da realização do diagnóstico e análise dos resultados. Para facilitar a compreensão dessa etapa, de- ve-se organizar ações para agrupamento de estudantes, definição de estratégias e recursos didáticos e execução das atividades. A) Agrupamento dos estudantes: uma estratégia que pode apoiar os docentes na condução das atividades de nivelamento é pensar em como os agrupamentos de es- tudantes podem ser realizados. A obtenção de um pano- rama geral da sala e a análise das dificuldades mais re- correntes e de maior criticidade são fundamentais para a priorização do docente. É importante destacar que as estratégias de agrupamento dos estudantes não eviden- ciam as dificuldades individuais, mas fortalecem a colabo- ração entre os pares. B) Definição de estratégias e recursos didáticos: como vimos anteriormente, uma das premissas do Nivelamen- to é a variabilidade didática. Nesse sentido, experiências educativas diversas devem ser oportunizadas para pos- sibilitar aprendizagens não desenvolvidas. É preciso con- PLANO DE NIVELAMENTO siderar as diferentes formas de aprender, as diferentes metodologias ativas de aprendizagem (sala de aula inver- tida, aprendizagem baseada em problema, rotação por estações etc.), a construção de sequências de atividades contextualizadas que promovam o desenvolvimento dos múltiplos saberes dos estudantes, dentre outras metodo- logias que deem diferentes enfoques e possibilidades. A articulação de ensino deve apoiar os docentes na seleção dessas estratégias e contextualização para o público da unidade. Esse exercício demanda uma revisão contínua da prática docente e entendimento de que não existe um único caminho, e que as estratégias traçadas poderão so- frer ajustes ao longo do processo. C) Execução das atividades: Após definidas as estraté- gias pedagógicas para alcançar os objetivos de aprendi- zagens previstos, já é possível executar as atividades. O importante dessa etapa é a constante avaliação, feedback e intervenções ao longo do processo. O que foi planejado está surtindo efeito? Os estudantes estão se desenvol- vendo? Algo precisa ser revisto? Essas perguntas devem ser respondidas ao longo dos momentos destinados para as atividades de Nivelamento. 48 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Avaliação Cumulativa PLANO DE NIVELAMENTO ESTUDANTE PROFESSOR ESCOLA 49 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS 7.3. Avaliação Cumulativa A avaliação cumulativa é aquela que indica se as atividades que foram execu- tadas no Nivelamento surtiram efeitos e resultados na aprendizagem. Ela é realizada após a ação formativa e tem como principais objetivos: Fornecer devolutiva aos estudantes sobre suas aprendizagens, indicando se as atividades que foram realizadas por ele contribuíram para seu desen- volvimento, e como foi sua dedicação e envolvimento em todo o processo (lembrar que é importante gerar o sentimento de corresponsabilidade pe- los resultados); Dar retorno ao docente sobre as estratégias, metodologias e recursos sele- cionados. É momento de verificar se as habilidades foram desenvolvidas ou se, de maneira mais ampla, as estratégias surtiram o efeito esperado; Indicar se a escola está dedicando esforços necessários e mobilização su- ficiente para atingir resultados mais positivos de aprendizagem. É possível reavaliar o plano de ação da escola, atualizá-lo e até mesmo definir novas diretrizes. De maneira geral, como são divididos os papéis e responsabilidades em um Plano de Nivelamento? PLANO DE NIVELAMENTO Levantar habilidades que precisam ser diagnosticadas; Realizar avaliação diagnóstica e consolidar resultados níveis estudante e turma; Elaborar o Plano de Nivelamento (planejamento) PROFESSOR Analisar criticamente o Plano de Nivelamento; Consolidar resultados da escola nos níveis: série e escola. COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA Criar oportunidades de formação continuada para utilização de metodologias ativas no nivelamento; Orientar em relação aos recursos e estratégias didáticas. ARTICULAÇÃO DE ENSINO Ter ciência dos resultados da escola; Acompanhar as ações pedagógicas; Considerar os indicadores no Plano de Ação da escola. DIREÇÃO ESCOLAR 50 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS SEQUENCIAS DE ATIVIDADES As sequências são um conjunto de atividades organizadas de forma intencional, ligadas entre si, planejadas para desenvolver habilidades e atingir objetivos educacionais específicos. 51 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Devem ter início e fim conhecidos, tanto para docentes, quanto para estudantes. Demaneira geral, elas são or- ganizadas em módulos ou unidades para que o apren- dizado seja construído, etapa por etapa. Uma forma de organizá-las é através dos objetos de conhecimento, po- dendo, a partir deles, trabalhar diferentes habilidades. De maneira geral, em uma sequência de atividades, são aprofundadas habilidades do próprio componente curri- cular ou de uma ou mais áreas do conhecimento. Veja ao lado um exemplo de organização de uma sequ- ência de atividades de Matemática, o objeto do conheci- mento é Números Negativos: SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES 52 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Observe que a estrutura é dividida em 5 unidades, a primeira é “A ideia dos números negativos” e a quinta é “Problemas com números negativos”. Para cada unidade, é sugerido um número de aulas, que varia de acordo com a complexidade da unidade ou do número de atividades propostas para o desenvolvimento daquela habilidade. Algumas características da sequência de atividades : Interativa: para despertar interesse e autonomia; Contextualizada: problemas reais e situações do cotidiano; Interdisciplinaridade: traz algumas possibilidades de abor- dagem com outros componentes e áreas do conhecimento (no exemplo, o componente Geografia e a área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas). SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES 53 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS LINGUAGEM CLARA & OBJETIVA. EXPLORAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DOS OBJETOS DO CONHECIMENTO TRABALHADOS. CONTEXTUALIZAÇÃO PARA A REALIDADE DOS ESTUDANTES. PROMOÇÃO DA AUTONOMIA & AUTORREGULAÇÃO DOS ESTUDANTES. ABORDAGEM DE TEMAS TRANSVERSAIS, SEMPRE QUE POSSÍVEL. UTILIZAÇÃO DE TEXTO & PROBLEMAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE COMPLEXIDADE. ATIVIDADES COM DIFERENTES ENFOQUES (PRODUÇÃO, RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS, INTERPRETAÇÃO, REFLEXÃO ETC.). PROGRESSÃO DE DIFICULDADE. INTERDISCIPLINARIDADE. ORGANIZAÇÃO & APRESENTAÇÃO DE FORMA SEQUENCIAL. Para cumprir com seus objetivos pedagógicos, uma sequência de atividades deve atender a alguns aspectos importantes. Vamos sistematizar esses aspectos? SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES 54 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS É importante salientar que os modelos de sequências de ativida- des expostos não se configuram como uma diretriz para a execu- ção do Nivelamento. Nesse sentido, as unidades de ensino, salvo outras determinações da SEDUC, poderão adotar modelos de se- quências de atividades que já utilizam no cotidiano de suas práti- cas, desde que atendam à proposta do Nivelamento. SEQUÊNCIAS DE ATIVIDADES 55 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS ESTRATEGIAS E ORIENTACOES Nesta seção, apresentaremos algumas estratégias para ampliação da metodologia do Nivelamento para outras áreas do conhecimento, além dos componentes de Língua Portuguesa e Matemática, de forma a envolver mais docentes nesse processo. 56 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS Além disso, indicaremos algumas orientações para ela- boração de sequências de atividades, partindo do pres- suposto de que todo docente pode ser um elaborador dessas sequências. 9.1. Estratégias O termo interdisciplinaridade é bastante discutido nas redes de ensino e encontra embasamento legal para sua aplicação na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na- cional/LDB nº 9394/96, Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e, mais re- centemente, na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e no Referencial Curricular de Alagoas, os quais traduzem a articulação de ações entre diferentes componentes curri- culares e áreas do conhecimento que buscam o interesse comum. Dessa forma, a interdisciplinaridade estabelece uma relação compartilhada com as demais áreas, para aprendizagem dos objetos de conhecimento e consolida- ção de habilidades e competências, com foco na Educação Integral, rompendo com os limites de aulas, voltadas para componentes curriculares específicos e promovendo o de- senvolvimento pleno dos estudantes. Nesse contexto, é fundamental construir novos es- paços que facilitem a experiência interdisciplinar no pro- cesso de ensino-aprendizagem. Dessa forma, o ateliê pedagógico se configura como um espaço que propor- ciona práticas pedagógicas que fomentam a interdiscipli- naridade e valorizam a experiência colaborativa. Assim, importa criar situações de aprendizagem que coloquem o estudante no centro do processo de construção de “metodologias ativas”, cujo conceito propõe que a ele se- jam dadas oportunidades para pensar, criar e executar (ALAGOAS, 2020). Para concretização da aprendizagem, os docentes podem recorrer a diversas estratégias, tais como: ensino híbrido, laboratórios de aprendizagem, ofi- cinas, laboratório rotacional, rotação por estação, sala de aula invertida, rotação individual, entre outras. A utilização de qualquer estratégia pedagógica para o Nivelamento como apoio à aprendizagem fundamenta- -se na elaboração de Sequências de atividades. É preciso pensar em propostas pedagógicas interdisciplinares que envolvam os docentes em práticas de estudo e de plane- jamento coletivo, o que também requer a aplicação de competências da BNCC, importantes para o trabalho em grupo, tais como: autoconhecimento; repertório diferen- ciado; pensamento crítico, reflexivo e criativo; comunica- ção; empatia e cooperação; entre outros. A participação de profissionais das diversas áreas como elaboradores de sequências de atividades pode possibilitar a integração entre os conhecimentos de for- ma mais fluida, considerando os conhecimentos prévios dos estudantes e seus contextos. Para facilitar essa in- tegração, é importante que os profissionais tenham um cronograma de trabalho conjunto nessas ações e que coordenadores pedagógicos e articuladores de ensino acompanhem a construção no sentido de orientar e faci- litar a produção dos docentes. Destaca-se a estratégia de envolvimento não ape- nas dos profissionais atuantes em determinada unida- de escolar, mas também da rede como um todo, a partir da disponibilização de um repositório de sequências de atividades , disponível nos sites oficiais da Secretaria de Estado de Educação, no qual todos os docentes da rede podem participar e contribuir. Dessa forma, é possível consultar esse repositório na procura de propostas bem estruturadas como fonte principal para criar e elaborar as sequências de atividades e avaliação diagnóstica. Além das vantagens de pluralidade, participação, colaboração, diversidade e troca, a vantagem de uma ferramenta as- sim é propiciar materiais de apoio aos professores da rede estadual de ensino. ESTRATÉGIAS & ORIENTAÇÕES 57 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS 9.2. Orientações Inicialmente, vale ressaltar que o processo de elabora- ção de sequências de atividades, importante ferramenta neste procedimento, passa pelo conhecimento do públi- co atendido pela escola. A participação efetiva dos do- centes nesse contexto é fundamental, uma vez que são os profissionais que têm um contato mais próximo aos estudantes, a suas singularidades e a sua rotina. O do- cente não deve participar da elaboração de Sequências apenas como um sujeito cumpridor de protocolos, mas com consciência pedagógica, se inserindo por completo nesse processo. As sequências de atividades podem ser elaboradas coletivamente por área ou por componente, com o apoio da coordenação e articulação, contribuindo para a cria- ção de diferentes formatos de atividades, a partir das diversas metodologias. Nessa perspectiva, os docentes podem contribuir com sugestões de atividades, utilizan- do suas experiências pessoais e a compreensão sobre a aprendizagem dos estudantes de uma mesma turma, dado que os mesmos sujeitos se comportam de forma diversa em sala de aula, dependendo do docente ou do componente curricular. Para a construção de uma sequência de atividades, são es- senciais alguns quesitos, tais como: partir das necessida- des de aprendizagem apontadas na avaliação diagnóstica,identificar objetivos de aprendizagens claros nas propos- tas que atendam às necessidades apresentadas pelos es- tudantes, e que as atividades possam, de fato, consolidar os objetos de conhecimento, competências e habilidades. Sugere-se a abordagem de temas contemporâneos e transversais, possibilitando a integração dos saberes por meio da interdisciplinaridade e transversalidade, a fim de se questionar a fragmentação do conhecimento humano. Os temas transversais estão definidos em diversos mar- cos legais da educação brasileira, sobretudo na Base Na- cional Comum Curricular. Diferentes formatos de ativida- des devem ser propostos, assim como estratégias para atender às diferentes necessidades de aprendizagens, respeitando as características e especificidades dos obje- tos de estudo a serem consideradas numa sequência. As propostas de uma sequência devem promover atividades entre os pares, possibilitando uma aprendiza- gem colaborativa e a participação ativa dos estudantes no processo de ensino-aprendizagem. É imprescindível a compreensão de que nem todos estarão no mesmo nível ao realizar essas tarefas, de forma a não serem desen- volvidas atividades que excluam estudantes do proces- so. Mas também é importante propiciar atividades mais desafiadoras, para que os demais consigam reforçar ha- bilidades que já foram desenvolvidas. Na elaboração dessas sequências, é interessante atentar-se para o uso de metodologias ativas e de estra- tégias que fomentem e oportunizem aos estudantes exer- cerem seu protagonismo. Isso contribuirá para que, em cada etapa, tornem-se autônomos e corresponsáveis na construção do seu conhecimento e para que haja intera- ção entre docentes e estudantes, tornando a aprendiza- gem mais significativa, prazerosa e munida de desafios que os levem a querer saber mais, a criar e a inovar. Para isso, os objetivos precisam ser específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e exequíveis, sendo necessário as- segurar a flexibilização de modo a atingir todos os estu- dantes nas suas especificidades e necessidades especiais. ESTRATÉGIAS & ORIENTAÇÕES 58 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS REFERENCIAS 59 | 60 CADERNO DE APOIO ÀS APRENDIZAGENS ALAGOAS. Ateliês Pedagógicos. Nota técnica. Governo do Estado de Alagoas. Secretaria de Estado da Educação. Maceió, 2019. 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