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Livro Contabilidade e Análise de Balanços

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CONTABILIDADE E ANÁLISE 
DE BALANÇOS
Contabilidade.indb 1 3/3/2010 11:31:30
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
Reitor
Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJ
Vice-reitor
Pe. José Ivo Follmann, SJ
Editora Unisinos
Diretor
Pe. Pedro Gilberto Gomes, SJ
Editora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Editora Unisinos
Av. Unisinos, 950
93022.000 São Leopoldo RS Brasil
Telef.: 51.35908239
Fax: 51.35908238
editora@unisinos.br
Contabilidade.indb 2 3/3/2010 11:31:39
CONTABILIDADE E ANÁLISE 
DE BALANÇOS
Alexandre Vertes
Adolpho Walter Würch
Colaboradores
Ernani Ott 
Osmar Silva Carneiro
Charline Barbosa Pires
Carla Rosangela Wachholz
Editora Unisinos
2010
Contabilidade.indb 3 3/3/2010 11:31:39
© dos autores
2010 Direitos de publicação e comercialização da
Editora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
EDITORA UNISINOS
Esta obra segue as normas do Acordo Ortográfi co 
da Língua Portuguesa vigente desde 2009.
Editor
Carlos Alberto Gianott i
Revisão
Renato Deitos
Editoração
Paulo Furasté Campos
Capa
Isabel Carballo
Impressão, verão de 2010
A reprodução, ainda que parcial, por qualquer meio, das páginas que
compõem este livro, para uso não individual, mesmo para fi ns
didáticos, sem autorização escrita do editor, é ilícita
e constitui uma contrafação danosa à cultura.
Foi feito o depósito legal.
V567c Vertes, Alexandre, 1908-1996.
 Contabilidade e análise de balanços / Alexandre Vertes, 
 Adolpho Walter Würch ; colaboradores, Ernani Ott , Osmar
 Silva Carneiro, Charline Barbosa Pires, Carla Rosangela Wachholz. – 
 São Leopoldo, RS : Unisinos, 2010.
 101 p. : il. – (EAD Unisinos).
 ISBN 978-85-7431-368-9
 1. Contabilidade. 2. Balanço (Contabilidade).
 I. Würch, Adolpho Walter. II. Título. III. Série.
 
 CDU 657
 CDU 657
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Bibliotecário Flávio Nunes CRB 10/1298)
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APRESENTAÇÃO
A Contabilidade é uma ciência social que tem como objetivo fornecer 
os insumos necessários (informações) para que os seus usuários, internos e 
externos, tenham condições de tomar decisões. Mais do que destinada a cum-
prir determinadas exigências legais de uma empresa, a Contabilidade fornece 
informações que são, predominantemente, fi nanceiras e econômicas, mas que 
também podem ser de natureza física, de produtividade, social e ambiental.
Entre os usuários internos das informações contábeis destacam-se os 
gestores da empresa que, de posse das informações geradas pelo sistema con-
tábil, podem, por exemplo, avaliar as taxas de retorno da atividade, a situação 
de liquidez e endividamento da empresa, o comportamento dos custos de 
produção etc. É também por meio dos relatórios contábeis que os gestores 
prestam contas da gestão que realizam.
Os investidores atuais e potenciais, os empregados, os credores, os for-
necedores, os clientes, os governos e suas agências e o público em geral, são 
os usuários externos das informações contábeis, demandando o mais variado 
conjunto de informações, conforme suas necessidades.
Assim, as informações geradas pela Contabilidade interessam não 
apenas aos proprietários e/ou gestores de uma empresa, mas também àqueles 
que direta ou indiretamente com ela se relacionam, os denominados stakehol-
ders. 
Evidentemente, não basta estar de posse das informações geradas pela 
Contabilidade, é preciso saber lê-las e compreender o que elas signifi cam. 
Mais do que isso, para fazer uso das informações contábeis é preciso “pensar 
contabilmente”, de maneira sistêmica, e ser capaz de interpretar as informa-
ções disponibilizadas e de perceber de que forma estas podem infl uenciar as 
decisões a serem tomadas.
Assim, entende-se que a inserção de disciplinas de Contabilidade em 
cursos da área de negócios como Administração e Comércio Exterior é de 
suma importância, tendo em vista que estes profi ssionais, direta ou indire-
tamente, tomam decisões que interferem nos rumos a serem tomados pelas 
empresas. Decisões estas que podem ser mais acertadas se eles tiverem, entre 
outras coisas, condições de utilizar corretamente as informações geradas pelo 
sistema contábil.
Neste contexto, este livro destina-se ao ensino da Contabilidade para 
não contadores e aborda, inicialmente, os conceitos básicos relacionados à 
compreensão dos mecanismos de funcionamento da Contabilidade como ins-
trumento de movimentação e controle do patrimônio. Na sequência são dis-
cutidas as técnicas de análise das demonstrações contábeis, que permitem a 
análise da situação econômica e fi nanceira das empresas.
Com este propósito, o livro está estruturado de forma que, ao con-
cluir o semestre, o aluno deverá ter sólidos conhecimentos sobre: (a) o “pa-
trimônio”, mediante o estudo e elaboração de Inventários Gerais; (b) as “va-
riações patrimoniais”, permutativas e modifi cativas, mediante o registro de 
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6ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
transações; (c) as “contas”, sua natureza e classifi cação; (d) o “método das 
partidas dobradas”, com ênfase especial na determinação racional do débito e 
do crédito das contas; (e) a escrituração das operações com mercadorias pelo 
sistema de “três contas”; (f) a elaboração da “Demonstração do Resultado do 
Exercício” e do “Balanço Patrimonial”; (g) a análise horizontal e vertical das 
demonstrações contábeis; e (h) a análise da situação econômica e fi nanceira da 
empresa por meio de indicadores.
Finalmente, cabe destacar que este livro se trata de uma reedição de 
parte das obras Iniciação à Dupla Contabilidade Geral (Novo Hamburgo: Otomit, 
1987), de autoria do professor Dr. Alexandre Vertes, e Estrutura, Análise e Inter-
pretação de Balanços (Novo Hamburgo: Otomit, 1977), de autoria do professor 
Dr. Alexandre Vertes e do professor Adolpho Walter Würch, que foram revisadas 
e sofreram acréscimos e supressões. Além disso, a equipe de colaboradores 
agradece à Sra. Maria Inês, nora do professor Vertes, e ao professor Adolpho 
Walter Würch, que gentilmente concederam a autorização para utilização do 
material.
São Leopoldo, fevereiro de 2010.
Equipe de colaboradores
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: O INVENTÁRIO GERAL ..................................................................... 9
1.1 A importância do Inventário Geral ............................................................ 9
1.2 Estrutura gráfi ca do Inventário Geral ..................................................... 10
1.3 Relações possíveis entre os valores do Ativo Total 
 e do Passivo Total ...................................................................................... 12
1.4 Conceito de patrimônio ............................................................................. 13
1.5 A equação patrimonial básica ................................................................... 13
CAPÍTULO 2: O INVENTÁRIO GERAL FINAL ....................................................... 15
2.1 O novo levantamento inventarial: o Inventário Geral Final ................ 15
2.2 Relações possíveis entre os valores do Capital Próprio 
 de dois inventários gerais ......................................................................... 17
2.3 Considerações sobre os inventários gerais apresentados ..................... 18
2.4 Conclusões sobre a importância do Inventário Geral ........................... 19
CAPÍTULO 3: NOÇÕES SOBRE BALANÇO ............................................................ 21
3.1 O Balanço Patrimonial ............................................................................... 21
3.1.1 Noções fundamentais sobre o Balanço Patrimonial ..................... 22
3.1.2 A contabilidade é uma sequência de balanços .............................. 24
3.1.3 A contabilidade é um balanço único movimentado ..................... 26
3.1.4 A natureza das transações: as Variações 
 Permutativas ou Variações Qualitativas ........................................28
3.1.5 O nascimento das contas patrimoniais ........................................... 29
3.1.6 A contabilidade é um circuito fechado ........................................... 35
3.1.7 A conceituação de débito e crédito ................................................. 36
CAPÍTULO 4: O NASCIMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO ......................... 39
4.1 O nascimento das contas de resultados .................................................. 39
4.2 A natureza das transações: Variações Modifi cativas 
 ou Variações Quantitativas do Patrimônio ............................................. 40
4.2.1 Variações Modifi cativas (Quantitativas) lançadas 
 diretamente na conta Capital Próprio ............................................ 41
4.2.2 A conta Lucros e Perdas, como “subconta” da conta
 Capital Próprio e o surgimento da Dupla Contabilidade ............ 43
4.2.3 O nascimento das contas de resultado como 
 subcontas da conta Lucros e Perdas ............................................... 45
CAPÍTULO 5: ADMINISTRAÇÃO DE MERCADORIAS PELO 
 SISTEMA DE TRÊS CONTAS ............................................................ 49
5.1 A conta mista de Mercadorias .................................................................. 49
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8ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
5.2 Escrituração de mercadorias pelo sistema de três contas ..................... 50
5.3 A técnica de instalação das subcontas de Mercadorias ........................ 52
5.4 Critérios de avaliação dos estoques de mercadorias ............................. 58
5.4.1 Método FIFO ou PEPS .......................................................................... 58
5.4.2 O método do Preço Médio Unitário Ponderado Variável ........... 59
CAPÍTULO 6: DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS..................................................... 63
6.1 Balanço Patrimonial ................................................................................... 63
6.1.1 Apresentação gráfi ca do Balanço Patrimonial ............................... 64
6.1.2 Agrupamento das contas no Balanço Patrimonial........................ 64
6.1.2.1 Ativo ............................................................................................ 64
6.1.2.2 Passivo ......................................................................................... 66
6.1.2.3 Patrimônio Líquido ...................................................................... 66
6.2 Demonstração do resultado do exercício ................................................ 67
6.2.1 Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício .............. 67
6.2.1.1 Agrupamento das contas da Demonstração do 
 Resultado do Exercício ............................................................. 68
CAPÍTULO 7: ANÁLISE COMPARATIVA DAS 
 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...........................................................71
7.1 Análise Horizontal dos Balanços Patrimoniais ...................................... 71
7.2 Análise Vertical dos Balanços Patrimoniais ........................................... 72
7.2.1 O Balanço Patrimonial em percentagens ....................................... 72
7.2.1.1 A utilidade do Balanço Patrimonial em percentagens ................. 72
7.2.1.2 Elaboração do Balanço Patrimonial em percentagens .................. 74
7.2.2 Interpretação do Balanço em percentagens ................................... 76
7.2.2.1 Análise e interpretação da composição do Ativo – 
 em percentagens ........................................................................... 78
7.2.2.2 Análise e interpretação da composição do Passivo 
 e Patrimônio Líquido – em percentagens ..................................... 80
CAPÍTULO 8: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 POR COEFICIENTES ......................................................................... 85
8.1 Análise por meio de coefi cientes .............................................................. 85
8.1.1 Análise Financeira ............................................................................. 85
8.1.1.1 Coefi cientes de Liquidez ............................................................... 86
8.1.1.2 Coefi cientes de Endividamento (Estrutura de Capital) ............... 88
8.1.1.3 Coefi cientes de Rotatividade ........................................................ 91
8.1.2 Análise Econômica ............................................................................ 94
8.1.2.1 Coefi cientes de Lucratividade ....................................................... 95
8.1.2.2 Coefi cientes de Rentabilidade ....................................................... 98
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CAPÍTULO 1
O INVENTÁRIO GERAL
Este capítulo trata do Inventário Geral, um dos mais importantes instrumentos usados na Contabilidade. Aborda a 
importância do Inventário Geral, bem como sua estrutura gráfi ca (Cabeçalho, Corpo, Data e Assinatura). Apresenta 
as defi nições de Ativo (bens e direitos) e Passivo (dívidas e obrigações) e as relações possíveis entre estes elemen-
tos que compõem o Patrimônio de uma entidade. Por fi m, discute o conceito de Patrimônio e descreve a Equação 
Patrimonial Básica.
1.1 A importância do Inventário Geral
O Inventário Geral permite conhecer a composição do patrimônio de 
uma entidade e através da comparação de dois inventários é possível deter-
minar o resultado de um exercício. O patrimônio levantado e o resultado apu-
rado com a utilização deste instrumento será o mais exato possível.
No tocante à apuração do resultado, o Inventário Geral é capaz de dis-
pensar a escrituração contábil. Esta, no entanto, constitui-se em um instrumento 
indispensável e imprescindível para a contabilidade gerar informações que per-
mitam a compreensão e a análise do resultado apurado.
As partes científi ca e técnica do Inventário Geral podem ser examina-
das utilizando-se o seguinte exemplo: Com o falecimento do senhor Adriano 
da Silva, proprietário de uma empresa comercial do ramo de tecidos, a referida 
empresa foi herdada e fi cou sob a responsabilidade do seu fi lho único, o senhor 
José da Silva. Este, que até então nunca havia se envolvido com os negócios, pro-
curou imediatamente inteirar-se do que lhe fora legado por seu pai. Para tanto 
procurou, no dia 31 de março do ano X1, coincidentemente o último dia do mês 
de março, verifi car in loco a situação em que se encontrava a empresa, adotando 
os seguintes procedimentos:
verificou a quantidade de dinheiro existente no cofre, contando a. 
e anotando os valores encontrados;
verifi cou, também, que existiam alguns valores a receber provenien-b. 
tes de vendas efetuadas a prazo. Anotou o nome de cada cliente, o 
número do documento (duplicata), a data do vencimento e o seu res-
pectivo valor;
efetuou a medição das mercadorias (tecidos) destinadas à venda, c. 
anotando por espécie a quantidade física em metros, o preço uni-
tário de compra e calculou o seu montante total (quantidade vezes 
preço unitário);
relacionou todos os móveis e utensílios e equipamentos existentes d. 
que se destinavam ao uso próprio da loja.
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10ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
Além de encontrar todos os bens e direitos acima descritos, localizou, 
também, algumas anotações em que estavam registradas dívidas e obrigações 
da empresa. Organizou-as em duas listas separadas. Em uma lista relacio-
nou as dívidas provenientes de compras de mercadorias a prazo na qual fez 
constar, além da data do vencimento, o nome do fornecedor, o número do do-
cumento (duplicata) e o seu respectivo valor. Na outra lista relacionou os em-
préstimos de dinheiro obtidos pela empresa junto a terceiros, mencionando, 
além da data do vencimento, o nome da pessoa ou instituição que lhe havia 
feito o empréstimo, o número do documento (nota promissória, contrato) e o 
seu respectivo valor.
Obtidas todas estas informações e devidamente relacionadas, o Sr. José 
somou, separadamente, os valores do grupo de bense direitos e o de dívidas 
e obrigações e efetuou a comparação dos mesmos. Para isto utilizou um ins-
trumento simples, claro e preciso: o Inventário Geral.
1.2 Estrutura gráfi ca do Inventário Geral
O Inventário Geral apresenta a seguinte estrutura gráfi ca:
a) Cabeçalho, no qual constam:
- a denominação “Inventário Geral” (Inicial ou Final);
- o número de ordem dos inventários já feitos;
- o nome da empresa;
- a data do seu levantamento.
b) Corpo, que está dividido em três partes:
b.1) Ativo
Sob esta denominação são agrupados todos os bens e direitos da em-
presa. O ativo, inicialmente, encontra-se segmentado nos seguintes itens:
- Caixa
- Clientes
- Mercadorias
- Móveis e Utensílios
b.2) Passivo
Sob esta denominação são agrupadas todas as dívidas e obrigações 
da empresa. O passivo, inicialmente, encontra-se segmentado nos seguintes 
itens:
- Fornecedores
- Empréstimos a Pagar
b.3) Comparação
Sob esta denominação registra-se a diferença entre a soma dos 
bens e direitos e das dívidas e obrigações. Signifi ca o que so-
braria de recursos ao Sr. José da Silva se ele pagasse todas as 
dívidas/obrigações (Passivo), com os recursos provenientes da 
venda de todos os bens e cobrança de todos os direitos (Ativo), 
ou seja:
Comparação = Ativo Total - Passivo Total
c) Data e Assinatura 
Na Figura 1, a seguir, apresenta-se o Inventário Geral (Inicial) da em-
presa José da Silva, levantado em 31 de março do ano X1.
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11 O INVENTÁRIO GERAL
INVENTÁRIO GERAL (Inicial) – nº 1
Da empresa José da Silva, de São Leopoldo.
Levantado em 31 de março do ano de X1
Nº Descrição Quantidade Preço Unitário Parcial Total
I – ATIVO
1 Caixa: em moeda corrente nacional 1.000,00
2 Clientes
P. Afonso, duplicata nº 23, vencimen-
to 15/4/X1 1.500,00
A. Paz, duplicata nº 31, vencimento 
10/5/X1 500,00 2.000,00
3 Mercadorias
 Tecido Marca Estrela, cor rosa 300m 12,00 3.600,00
 Tecido Marca Neve, cor preta 120m 10,00 1.200,00
 Tecido Marca Ouro, cor azul 400m 8,00 3.200,00 8.000,00
4 Móveis e Utensílios
 Prateleira, nº 1, uso próprio 1 80,00
 Prateleira, nº 2, uso próprio 1 40,00
 Cofre Forte, nº 3, uso próprio 1 120,00
 Balcão de madeira, nº 4, uso próprio 1 50,00
 Escrivaninhas, nos 5 e 6, uso próprio 2 30,00 60,00
Cadeiras Estofadas nos 7, 8, 9 e 10, 
uso próprio 4 10,00 40,00 390,00
5 Equipamento de Informática
 Computador Dell, nº 11, uso próprio. 1 1.800,00 1.800,00
ATIVO TOTAL 13.190,00
II – PASSIVO
1 Fornecedores
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12ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
L. Ely, duplicata nº 16, vencimento 
15/4/X1 1.000,00
H. Leal, duplicata nº 36, vencimento 
10/5/X1 1.500,00 2.500,00
2 Empréstimos a Pagar
R. Ramos, NP nº 9103, vencimento 
20/4/X1 800,00
Bradesco, NP nº 680X, vencimento 
2/5/X1 2.700,00 3.500,00
PASSIVO TOTAL 6.000,00
III – COMPARAÇÃO
Ativo Total 13.190,00
(-) Passivo Total 6.000,00
CAPITAL PRÓPRIO 7.190,00
São Leopoldo, 31 de março do ano X1.
José da Silva
(assinatura)
Figura 1: Inventário Geral Inicial da empresa José da Silva.
1.3 Relações possíveis entre os valores do Ativo Total e do Passivo Total
A comparação entre os valores do Ativo Total e os valores do Passivo 
Total (parte III do Inventário Geral) conduz à constatação da existência ou não 
de Capital Próprio.
O Capital Próprio é a parte da empresa que pertence ao proprietário, 
pois representa a parcela que resta de todos os bens/direitos existentes (ATI-
VO), após serem liquidadas todas as dívidas e obrigações (PASSIVO). Esta com-
paração pode apresentar as seguintes situações:
AT > PT = Capital Próprio ou Patrimônio Líquido
AT < PT = Passivo a Descoberto (inexiste Capital Próprio ou Patrimônio 
Líquido)
AT = PT = Situação Nula (inexiste Capital Próprio ou Patrimônio Líquido)
Quando o valor do Ativo Total (AT) é maior do que o valor do Passivo 
Total (PT), tem-se como resultante o Capital Próprio ou o Patrimônio Líquido, 
como também é denominado. Assim:
Ativo Total .........................................................R$ 13.190,00
(-) Passivo Total .................................................R$ 6.000,00
(=) Capital Próprio/Patrimônio Líquido........R$ 7.190,00
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13 O INVENTÁRIO GERAL
Quando o valor do Ativo Total (AT) é menor do que o valor do Passivo 
Total (PT), tem-se como resultante o Passivo a Descoberto, ou seja, os valores 
do Ativo não dão cobertura aos valores do Passivo, inexistindo, neste caso, 
Capital Próprio ou Patrimônio Líquido. Supondo-se que o Ativo Total seja de 
R$ 6.000,00 e o Passivo Total de R$ 13.190,00, tem-se:
Ativo Total ........................... R$ 6.000,00
(-) Passivo Total ................... R$ 13.190,00
(=) Passivo a Descoberto ... (R$ 7.190,00)(valor negativo)
Quando o valor do Ativo Total (AT) é igual ao valor do Passivo Total 
(PT), tem-se como resultante uma Situação Nula. Neste caso, também, inexiste 
Capital Próprio ou Patrimônio Líquido, mas, a empresa não possui Passivo 
a Descoberto, pois os bens e direitos (Ativo) cobrem exatamente as dívidas e 
obrigações (Passivo). Supondo-se então que o Ativo Total seja de R$ 6.000,00 
e o Passivo Total de R$ 6.000,00, tem-se:
Ativo Total .................... R$ 6.000,00
(-) Passivo Total ............ R$ 6.000,00
(=) Situação Nula .......... R$ 0,00
1.4 Conceito de patrimônio
O patrimônio é o conjunto de bens, direitos, dívidas e obrigações de 
uma empresa, o que signifi ca que estes elementos não podem ser considera-
dos separadamente.
Para melhor compreensão deste conceito, pode-se utilizar como metá-
fora o ser humano, que pode ter associados a si virtudes e defeitos. As virtudes 
podem ser associadas aos bens e direitos e os defeitos podem ser associados 
às dívidas e obrigações. Então, é possível separar o ser humano em partes? 
Separar a parte que corresponde às virtudes e a parte que corresponde aos 
defeitos? Evidentemente que não, pois o ser humano é um ser único, estando 
nele concentrados, ao mesmo tempo, os seus aspectos positivos e negativos. 
Tomando-se por base o exemplo acima, pode-se afi rmar que não é so-
mente o conjunto dos valores ativos e nem somente o conjunto dos valores 
passivos, considerados de forma isolada, que compõem o patrimônio. O pa-
trimônio é o conjunto de todo este conteúdo, sem que se expresse comparação 
entre seus valores ativos e seus valores passivos, o que signifi ca que ele é o 
somatório destes conteúdos. Disto resulta, conceitualmente, a seguinte equa-
ção:
ATIVO + PASSIVO = PATRIMÔNIO
1.5 A equação patrimonial básica
Uma vez conhecidos os valores do Ativo Total (bens e direitos) e do 
Passivo Total (dívidas e obrigações), pode-se efetuar o confronto dos mes-
mos.
Desse confronto o que resta é o Capital Próprio ou Patrimônio Líquido 
o que foi apurado na terceira parte do Inventário Geral (III – Comparação), ou 
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14ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
seja, a parte que pertence à empresa (aos proprietários da empresa). Signifi ca 
que, ao liquidar-se o Passivo com os valores do Ativo, os valores passivos 
desaparecem e então claramente se identifi cam quais os valores ativos que 
formam o Capital Próprio ou Patrimônio Líquido. Esse fato dá base à equação 
patrimonial básica, apresentada a seguir:
ATIVO + (- PASSIVO) = CAPITAL PRÓPRIO ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ou
ATIVO - PASSIVO = CAPITAL PRÓPRIO ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO
PARA COMPLEMENTAÇÃO DE ESTUDOS
Para conhecer um pouco mais da história da Contabilidade em nosso país, acesse o site do 
7º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade e leia o artigo intitulado “Pesquisa Docu-
mental e História Oral Temática: sua utilização na elaboração de biografi as de professores e 
pesquisadores da área contábil no Brasil”, elaborado pelos autores Carla Rosangela Wachholz 
e Ernani Ott. O estudo traz a biografi a do professor Dr. Alexandre Vertes, que se dedicou 
durante trinta anos ao ensino e à pesquisana área contábil no Brasil, destacando elementos 
relacionados à sua vida pessoal, acadêmica e profi ssional. Entre os temas abordados está o 
“Inventário Geral Patrimonial”, foco deste capítulo.
TERMOS-CHAVE
Inventário Geral: é o instrumento contábil 
que permite conhecer a composição do pa-
trimônio de uma entidade e o seu resultado, 
quando da comparação entre dois inventá-
rios.
Patrimônio: é o conjunto de bens, direi-
tos (Ativo Total), dívidas e obrigações (Pas-
sivo Total) de uma empresa.
Patrimônio Líquido ou Capital Pró-
prio: é o resultado do confronto entre o 
Ativo e o Passivo de uma entidade.Ativo: é o conjunto de bens e direitos de 
uma entidade.
Passivo: são as dívidas e obrigações de 
uma entidade.
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CAPÍTULO 2
O INVENTÁRIO GERAL FINAL
Neste capítulo se discute o Inventário Geral Final, que, ao ser comparado com o Inventário Geral Inicial, permite a 
apuração do Resultado (ganhos ou perdas) da entidade. As relações possíveis entre os valores do Capital Próprio de 
dois inventários são descritas e, na sequência, também são discutidos os conceitos de liquidez e exigibilidade, bem 
como outros aspectos que devem ser observados na elaboração de um inventário, Inicial ou Final. Finalmente, são 
apresentadas conclusões sobre a importância do Inventário Geral para as entidades.
2.1 O novo levantamento inventarial: o Inventário Geral Final
Decorrido um ano, no dia 31 de março do X2, o Sr. José da Silva, que 
continuou as atividades da empresa, resolveu examinar como está a sua situa-
ção atual. Para tanto, utilizando a mesma maneira adotada quando tomou a 
posse da empresa de seu pai, levantou um novo Inventário Geral: o Inventá-
rio Geral (Final) nº 2.
Mesmo não tendo se preocupado com a escrituração contábil das transa-
ções efetuadas neste período, embora elas sejam necessárias e importantes, ne-
cessitava informações sobre a composição do seu patrimônio e sobre os resultados 
(ganhos ou perdas) ocorridos nesse ano de atividades.
Para tanto, adotou a mesma técnica usada no ano imediatamente an-
terior, isto é, anotando o dinheiro encontrado em caixa, os valores a receber 
dos clientes, as mercadorias em estoque, os móveis e utensílios existentes e as 
dívidas e obrigações para com terceiros.
Ao relacionar os móveis e utensílios, observou que alguns componen-
tes anteriormente existentes não mais existiam, havendo outros que foram 
adquiridos durante o ano. Os móveis e utensílios e o equipamento de infor-
mática que permaneceram, por se apresentarem mais desgastados pelo uso, 
tiveram esta situação reconhecida mediante a redução de seu valor em 10% e 
20%, respectivamente.
Conhecendo, então, o valor do Ativo Total e do Passivo Total, o que está 
discriminado na Figura 2, a seguir, constatou que após a comparação do Ativo 
Total e do Passivo Total seu Capital Próprio (Patrimônio Líquido) em 31 de março 
do ano de X2 atingiu a soma de R$ 22.925,00. Isso permitiu que efetuasse, também, 
outra comparação, desta feita entre os Capitais Próprios obtidos no Inventário Ge-
ral Inicial e no Inventário Geral Final. Isso determinou que se fi zesse a inserção de 
uma quarta parte no Inventário denominada de Resultado. Então, comparando-se 
os Capitais Próprios dos dois Inventários (Final e Inicial), constatou-se um aumen-
to de R$ 15.735,00 no mesmo.
Esta variação (positiva), no exemplo, é representada pelo aumento do 
Capital Próprio do ano anterior em relação ao atual e demonstra o ganho ob-
Contabilidade.indb 15 3/3/2010 11:31:40
16ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
tido no período. Tecnicamente denomina-se este ganho de Lucro Líquido ou 
Rédito Positivo, assim representado:
Capital Próprio do ano X2 .......... R$ 22.925,00
(-) Capital Próprio do X1 ............ R$ 7.190,00
(=) Lucro Líquido ou Rédito Positivo R$ 15.735,00
O Inventário Geral (Final) nº 2, levantado em 31 de março do ano de 
X2, está representado na fi gura 2.
INVENTÁRIO GERAL (Final) – nº 2
Da empresa José da Silva, de São Leopoldo.
Levantado em 31 de março do ano de X2.
Nº Descrição Quanti- dade
Preço 
Unitário Parcial Total
I – ATIVO
1 Caixa: em moeda corrente 1.550,00
2 Clientes
H. Troll, duplicata nº 111, vencimento 15/5/
X2 2.100,00
M. Prates, duplicata nº 117, vencimento 
26/6/X2 4.500,00
A. Tavares, duplicata nº 121, vencimento 
30/6/X2 3.400,00 10.000,00
3 Mercadorias
Tecido Marca M, cor amarela 700m 12,00 8.400,00
Tecido Marca R, cor azul 450m 10,00 4.500,00
Tecido Marca A, cor preta 200m 8,00 1.600,00
Tecido Marca T, cor cinza 400m 25,00 10.000,00 24.500,00
4 Móveis e Utensílios
Prateleira nº 12, uso próprio 1 500,00
Cofre forte nº 3, uso próprio 1 108,00
Balcão de madeira, nº 4, uso próprio 1 45,00
Escrivaninhas, nos 6 e 7, uso próprio 2 27,00 54,00
Cadeiras estofadas, nos 8, 9, 10 e 11, uso pró-
prio 4 9,00 36,00
5 Equipamento de Informática 743,00
Computador Dell, nº 11, uso próprio 1 1.440,00 1.440,00
ATIVO TOTAL 38.233,00
II – PASSIVO
1 Fornecedores
Ouro Ltda, duplicata nº 138, vencimento 
2/5/X2 2.500,00
Perfect S/A, duplicata nº 452, vencimento 
20/5/X2 308,00 2.808,00
2 Empréstimos a Pagar
Banco Itaú, contrato nº 6872, vencimento 
15/5/X2 12.500,00
PASSIVO TOTAL 15.308,00
III – COMPARAÇÃO
Ativo Total 38.233,00
(-) Passivo Total 15.308,00
Capital Próprio 22.925,00
IV – RESULTADO
Contabilidade.indb 16 3/3/2010 11:31:40
17 O INVENTÁRIO GERAL FINAL
Capital Próprio do ano atual (X2) 22.925,00
(-) Capital Próprio do ano anterior (X1) 7.190,00
LUCRO LÍQUIDO 15.735,00
São Leopoldo, 31 de março do ano X2.
José da Silva
(assinatura)
Figura 2: Inventário Geral Final da empresa José da Silva.
2.2 Relações possíveis entre os valores 
do Capital Próprio de dois inventários gerais
Na quarta parte do Inventário (IV – Resultado), que possibilita apurar o 
resultado das atividades, podem existir as seguintes alternativas:
Capital Próprio do ano atual maior que o Capital Próprio do ano ante-
rior, de acordo com o que consta no Inventário Geral Final nº 2:
Capital Próprio do ano atual .............................................................. R$ 22.925,00
(-) Capital Próprio do ano anterior ............. ..................................... R$ 7.190,00
(=) Lucro Líquido, Rédito Positivo, Resultado Positivo ................. R$ 15.735,00
Capital Próprio do ano atual menor que o Capital Próprio do ano ante-
rior, de acordo com o que consta no Inventário Geral Final nº 2:
Capital Próprio do ano atual .............................................................R$ 8.600,00
(-) Capital Próprio do ano anterior ...................................................R$ 12.100,00
(=) Prejuízo, Rédito Negativo, Resultado Negativo .......................R$ (3.500,00)
Capital Próprio do ano atual igual ao Capital Próprio do ano anterior, 
de acordo com o que consta no Inventário Geral Final nº 2:
Capital Próprio do ano atual ..........................................................R$ 4.000,00
(-) Capital Próprio do ano anterior ................................................R$ 4.000,00
(=) Situação Nula, Rédito Nulo, Não houve Resultado ............. R$ ZERO
Generalizando a quarta parte do Inventário Geral, pode-se representá-
la da seguinte forma:
Capital Próprio atual > Capital Próprio anterior = Lucro Líquido, Rédito 
Positivo, Resultado Positivo 
Capital Próprio atual < Capital Próprio anterior = Prejuízo, Rédito Nega-
tivo, Resultado Negativo
Capital Próprio atual = Capital Próprio anterior = Situação Nula, Rédito 
Nulo, Não houve resultado
Contabilidade.indb 17 3/3/2010 11:31:40
18ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
2.3 Considerações sobre os inventários gerais apresentados
Os inventários seguem uma determinada ordem na sua elaboração. Os 
valores do Ativo, por exemplo, estão colocados segundo a ordem decrescente 
de sua possível transformação em dinheiro, isto é, em ordem de liquidez:
Caixa representa o dinheiro existente
Clientes representam direitos de cobrançana data de seus vencimen-tos
Mercadorias representam as existências em estoque que precisam ser ven-didas para serem transformadas em dinheiro
 Móveis e Utensílios representam os bens adquiridos para uso próprio da entida-de. São os que estão mais longe de se transformarem em di-
nheiro, pois não se destinam à venda.
A ordem de liquidez deve ser observada, também, dentro dos itens ou 
grupos do Ativo que representam valores a receber de terceiros cujas datas de 
vencimento são identifi cadas nos documentos de origem. É o caso, por exem-
plo, de Clientes que devem ser descritos no Inventário pela ordem crescente 
de vencimento, isto é, do mais próximo do seu recebimento ao mais distante. 
Já os valores do Passivo estão colocados segundo a ordem crescente de 
vencimento das dívidas e obrigações, isto é, em ordem de exigibilidade:
Fornecedores representam as dívidas por compra de mercadorias a prazo
Empréstimos a Pagar representam as dívidas por empréstimos recebidos em di-
nheiro
A ordem de exigibilidade deve ser observada dentro de cada elemento 
que compõe o Passivo, no caso, Fornecedores e Empréstimos a Pagar. Por isto 
a ordem de descrição de cada dívida ou obrigações inicia-se pelo vencimento 
mais próximo à data do Inventário Geral até o mais distante. Costuma-se repre-
sentar “Fornecedores” como primeiro elemento do Passivo e assim as dívidas 
nele constantes serão descritas obedecendo à ordem de exigibilidade comentada 
anteriormente. Em seguida, aparecem os Empréstimos a Pagar, cujo tratamento 
será idêntico. 
Mesmo que haja um Empréstimo a Pagar cujo vencimento seja ante-
rior a uma dívida descrita em Fornecedores, os Fornecedores sempre serão 
descritos em primeiro lugar no Passivo. Em todos os casos, o que deve ser 
considerado é a ordem de exigibilidade dentro de cada elemento, o que está 
adequadamente demonstrado na fi gura 2 (Inventário Geral Final nº 2).
Outro aspecto é que, para apurar o resultado de um exercício, efetua-
se o confronto dos Capitais Próprios de dois Inventários Gerais; o primeiro 
denominado Inventário Geral Inicial e o segundo denominado Inventário Ge-
ral Final.
O Inventário Geral Final de um exercício será o Inventário Geral Inicial do 
exercício seguinte.
Um Inventário Geral tomado isoladamente revela a situação patrimonial 
de uma entidade em um determinado momento, ou seja, revela o patrimônio 
líquido sob seu aspecto estático. 
Contabilidade.indb 18 3/3/2010 11:31:40
19 O INVENTÁRIO GERAL FINAL
A comparação entre dois Inventários Gerais apresenta o resultado ob-
tido entre as duas datas do levantamento inventarial, ou seja, revela o patri-
mônio líquido em dois momentos, ou seja, seu aspecto dinâmico. Não explica, 
porém, nem como e nem de que forma foram produzidas as variações que o 
alteraram. Consegue-se saber que as atividades apresentaram um lucro (hou-
ve um aumento no Capital Próprio de R$ 15.735,00), mas não se sabe como foi 
gerado este lucro. Esta informação, como já enfatizado anteriormente, é obti-
da mediante o processo de escrituração contábil, que será detalho em capítulos 
específi cos.
2.4 Conclusões sobre a importância do Inventário Geral
O que foi exposto permite concluir:
Sem o inventário geral não existe contabilidade. 
Sem o levantamento inventarial não é possível apurar o resultado 
exato de um exercício.
Se o levantamento inventarial não for efetuado com exatidão, o re- 
sultado apurado através da escrituração não oferecerá a segurança 
necessária.
Um inventário revela o aspecto estático do patrimônio da entidade; 
a comparação de dois inventários revela o aspecto dinâmico do pa-
trimônio.
A comparação de dois inventários (inicial e fi nal) permite a apura- 
ção do resultado de um exercício.
O resultado obtido através da comparação de dois inventários (ini- 
cial e fi nal) é o mesmo que se obteria mediante a utilização da mais 
perfeita e organizada escrituração contábil.
O inventário reúne todos os bens, direitos, dívidas e obrigações de 
uma entidade em um determinado momento.
O Capital Próprio não é passivo. Ele é o resultado da soma algébrica 
do Ativo e do Passivo; é o resultado da comparação entre os valores 
que a empresa possui (ativos) e os valores que ela deve (passivo). 
Representa o valor que restaria à entidade se ela vendesse todos os 
seus ativos, transformando-os em dinheiro, e pagasse todas as suas 
dívidas.
PARA COMPLEMENTAÇÃO DE ESTUDOS
Como mencionado neste capítulo e no Capítulo 1, o Inventário Geral é capaz de dispensar a 
escrituração contábil, pois possibilita que se conheça a composição do Patrimônio e o resulta-
do de uma entidade. Por outro lado, o Inventário Geral não explica como foram produzidas as 
variações que alteram o Patrimônio Líquido da entidade. Faz-se necessário, então, realizar a 
escrituração contábil. Diante disto, para compreender por que a escrituração contábil, que per-
mite o registro e o controle dos fatos que modifi cam a composição do Patrimônio da empresa, 
é importante e por consequência proporciona a geração de informações, pode-se pesquisar as 
fi nalidades para as quais se usa a informação contábil, no livro Contabilidade Introdutória1, 
elaborado pela equipe de professores da FEA/USP.
1 Equipe de professores da FEA/USP. Contabilidade introdutória: livro-texto e de exercícios. 10. 
ed. São Paulo: Atlas, 2006.
Contabilidade.indb 19 3/3/2010 11:31:40
20ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
TERMOS-CHAVE
Resultado: é a quarta parte do Inventário 
Geral Final, na qual são comparados os Ca-
pitais Próprios de dois Inventários (Inicial e 
Final) para apuração do resultado da enti-
dade.
Situação Nula: signifi ca que não houve 
resultado (ganho ou perda), pois o Capital 
Próprio do período atual não se modifi cou 
em relação ao Capital Próprio do período 
anterior.
Lucro Líquido: é o ganho obtido no período. 
Representa uma variação positiva do Capital 
Próprio do ano atual em relação ao ano an-
terior.
Ordem de Liquidez: é a ordem decres-
cente de possível realização em dinheiro 
dos elementos que formam o Ativo.
Ordem de Exigibilidade: é a ordem cres-
cente de vencimento na qual devem ser 
organizadas as dívidas e obrigações da en-
tidade.
Prejuízo: é o resultado negativo (perda) do 
período. Representa uma redução do Capi-
tal Próprio do ano atual em relação ao ano 
anterior.
Contabilidade.indb 20 3/3/2010 11:31:40
CAPÍTULO 3
NOÇÕES SOBRE BALANÇO
Neste capítulo se apresenta o Balanço Patrimonial, que nada mais é do que um inventário sintético, elaborado a partir 
do Inventário Geral. São discutidas as noções fundamentais sobre o Balanço Patrimonial, relacionadas principalmente 
à sua estrutura e a seu funcionamento, bem como aos conceitos de origem e aplicações de recursos. Apresenta-se a 
Contabilidade como uma sequência de balanços e como um balanço único movimentado. As variações permutativas 
ou qualitativas são descritas e a Contabilidade é apresentada como um circuito fechado. Por fi m, são discutidos os 
conceitos de débito e crédito. 
3.1 O Balanço Patrimonial
Uma vez que se tenha um Inventário Geral bem elaborado, a difi culda-
de de se fazer um Balanço Patrimonial praticamente desaparece. O Inventário 
Geral é, portanto, a base do Balanço Patrimonial, assim como os alicerces so-
bre os quais se constrói um edifício.
O Balanço Patrimonial é um inventário sintético, uma vez que se abs-
tém de especifi car em detalhes os valores que compõem o patrimônio (Ativo e 
Passivo), apresentando-os em grupos homogêneos. Trata-se da representação 
gráfi ca sintética do patrimônio de uma entidade em um determinado momen-
to. Sua representação se apresenta sempre na forma da letra maiúscula “T”, o 
que lhe dá como característica a fi gura de uma “balança”.
O Ativo, que é o conjunto de bens e direitos de uma entidade, e o Passi-
vo, que agrupa suas dívidas e obrigações. A diferença entre ambos é o Capital 
Próprio ou Patrimônio Líquido da entidade.
Assim, por exemplo, o Ativo do Inventário Geral nº 2 (fi gura 2), está 
formado pelosseguintes itens e seus respectivos valores:
Caixa ............................... R$ 1.550,00
Clientes ........................... R$ 10.000,00
Mercadorias ................... R$ 24.500,00
Móveis e Utensílios ...... R$ 743,00
Equip. de Informática .. R$ 1.440,00
ATIVO TOTAL ............... R$ 38.233,00
O Passivo do mesmo Inventário Geral nº 2 (fi gura 2) encontra-se for-
mado pelos seguintes itens e valores:
Fornecedores ....................R$ 2.808,00
Empréstimos a Pagar ......R$ 12.500,00
PASSIVO TOTAL .............R$ 15.308,00
Contabilidade.indb 21 3/3/2010 11:31:40
22ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
Por convenção é aceita a colocação dos valores ativos no lado esquerdo 
do Balanço, e por consequência os valores passivos do lado direito do Balan-
ço, ou seja, os valores passivos são colocados no lado contrário aos valores 
ativos.
Ainda no Inventário Geral nº 2, além do Ativo e do Passivo encontra-se 
uma terceira parte, chamada de “Comparação”, cujo resultado denomina-se 
de “Capital Próprio” ou “Patrimônio Líquido”. Os valores correspondentes 
são os seguintes:
Ativo Total ......................................................... R$ 38.233,00
(-) Passivo Total ................................................. R$ 15.308,00
CAPITAL PRÓPRIO ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO ...... R$ 22.925,00
O Capital Próprio, assim obtido, é colocado no lado menor, normalmente 
no lado do Passivo, com a fi nalidade de manter a igualdade do balanço. Isso 
ocorre porque, sendo o Capital Próprio a diferença entre o Ativo e o Passivo, 
sua colocação no lado do Passivo resulta, forçosamente, na igualdade entre os 
dois lados do Balanço. Isso é o mesmo que ocorre na balança, a qual possui dois 
pratos e a igualdade se dá no momento em que pesos iguais são neles colocados, 
ou seja, em cada um dos lados da balança, provocando o equilíbrio entre ambos. 
Esta é a essência do conceito de balanço.
A representação do Balanço Patrimonial baseada nas premissas acima 
referidas é a seguinte:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.550,00 Fornecedores 2.808,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.500,00
Mercadorias 24.500,00 Passivo Total 15.308,00
Móveis e Utensílios 743,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 38.233,00 Passivo Total + Capital Próprio 38.233,00
3.1.1 Noções fundamentais sobre o Balanço Patrimonial
Como mencionado anteriormente, por uma questão de costume ou 
convenção, colocam-se os valores do Ativo no lado esquerdo do Balanço e os 
valores do Passivo no lado direito. O Capital Próprio ou Patrimônio Líquido 
é colocado também no lado direito (lado do Passivo), forçando desta forma a 
igualdade entre os dois lados.
O Passivo, lado direito do balanço, é também denominado lado dos ca-
pitais, ou ainda o lado das origens dos capitais. Representam os recursos (capi-
tais) capazes de dar origem a todos os valores que compõem o Ativo. Os capi-
tais que formam o lado direito do balanço (origens) dividem-se em:
Capitais de Terceiros: Dívidas/Obrigações (fornecedores, emprésti-
mos a pagar, notas promissórias a pagar etc.);
Capital Próprio ou Patrimônio Líquido: Diferença entre o Ativo Total e 
o Passivo Total
Os capitais de terceiros e o capital próprio são os responsáveis pela 
formação de todo o conjunto de bens e direitos que constituem o Ativo da 
entidade. Portanto, pode-se afi rmar que é no Ativo que são aplicados todos 
Contabilidade.indb 22 3/3/2010 11:31:40
23 NOÇÕES SOBRE BALANÇO
os capitais (de terceiros e próprios); consequentemente, o Ativo é o lado da 
aplicação dos capitais.
Para que se tenha uma melhor compreensão a respeito, imagine-se 
a situação de uma empresa individual que esteja iniciando. O Sr. João Dias 
(proprietário) manifesta a intenção de fazer a entrega dentro de um prazo 
determinado de R$ 100.000,00 para a empresa dar início às suas atividades. O 
que signifi ca esta intenção? Signifi ca a quantidade de recursos que o Sr. Dias 
empregará na empresa, ou seja, o seu Capital Próprio inicial. O Balanço que 
descreve esta situação é o seguinte:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO (aplicações) R$ PASSIVO + CAP. PRÓPRIO (origens) R$
Capital a integralizar 100.000,00 Capital Próprio 100.000,00
Com a integralização do capital, isto é, no momento em que o Sr. Dias 
efetivamente entrega o dinheiro para a empresa, o balanço passa a ter outro 
visual: a denominação “Capital a Integralizar” (representativa da intenção) 
desaparece por estar quitada, e em seu lugar surge a denominação “Caixa”, 
representativa dos bens numerários em disponibilidade (dinheiro). O Balanço 
assim se apresentará:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO (aplicações) R$ PASSIVO + CAP. PRÓPRIO (origens) R$
Caixa 100.000,00 Capital Próprio 100.000,00
Pode-se afi rmar que os valores aplicados em “Caixa” tiveram a sua ori-
gem no “Capital Próprio”.
Assim, obtém-se o valor do Capital Próprio ou Patrimônio Líquido de 
R$ 100.000,00 (Ativo de R$ 100.000,00 menos Passivo de R$ 0,00). 
Portanto, somente existirá aplicação se houver origem. Jamais ocorrerá o con-
trário.
O aparecimento do Capital de Terceiros
Se, por exemplo, num momento seguinte a empresa fi zer uma compra 
de mercadorias a prazo no valor de R$ 65.000,00, o Balanço Patrimonial passa 
a apresentar a seguinte confi guração:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO (aplicações) R$ PASSIVO + CAP. PRÓPRIO (origens) R$
Caixa 100.000,00 Fornecedores 65.000,00
Mercadorias 65.000,00 Capital Próprio 100.000,00
Ativo Total 165.000,00 Passivo Total + Capital Próprio 165.000,00
Como se vê, o item “Mercadorias” passa a fazer parte do Ativo no va-
lor de R$ 65.000,00 e no mesmo momento é contraída uma dívida que aparece 
no Passivo, no item “Fornecedores”, no mesmo valor de R$ 65.000,00.
Em outro momento, a empresa adquire móveis e utensílios à vista no 
valor de R$ 50.000,00, utilizando o dinheiro existente em caixa. Há uma dimi-
nuição das aplicações representadas por “Caixa” e ao mesmo tempo há um 
aumento de aplicações em “Móveis e Utensílios”. O Balanço Patrimonial refl e-
tirá esta situação:
Contabilidade.indb 23 3/3/2010 11:31:40
24ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO (aplicações) R$ PASSIVO + CAP. PRÓPRIO (origens) R$
Caixa 50.000,00 Fornecedores 65.000,00
Mercadorias 65.000,00 Capital Próprio 100.000,00
Móveis e Utensílios 50.000,00
Ativo Total 165.000,00 Passivo Total + Capital Próprio 165.000,00
E assim seguem-se os registros das atividades da empresa, que vão al-
terando continuamente a representação do seu patrimônio, visando demons-
trar sua posição atualizada, permanecendo imutável, sempre, a igualdade 
entre os dois lados:
Ativo (Aplicações) Passivo + Capital Próprio (Origens)
3.1.2 A contabilidade é uma sequência de balanços
Para melhor entender a escrituração contábil e seus refl exos sobre o 
balanço, exemplifi cam-se a seguir algumas transações (registro de operações), 
cujo raciocínio de seu registro mostra como acontecem as movimentações e 
seu efetivo refl exo sobre o Balanço. Inicialmente, a partir das informações do 
Inventário Geral nº 2 (Final) elabora-se o primeiro Balanço Patrimonial (In-
ventário Sintético), retirando-se do inventário apenas os itens que o compõem 
(não seu detalhamento). Colocam-se os itens que compõem o Ativo em seu 
lado esquerdo e os itens que compõem o Passivo e o Capital Próprio são colo-
cados em seu lado direito. Este primeiro balanço passará a denominar-se de 
Balanço Patrimonial nº 1. A seguir registram-se as transações.
BALANÇO PATRIMONIAL nº 1
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.550,00 Fornecedores 2.808,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.500,00
Mercadorias 24.500,00 Passivo Total 15.308,00
Móveis e Utensílios 743,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 38.233,00 Passivo Total + Capital Próprio 38.233,00
Primeira transação:
A empresa comprou à vista uma escrivaninha para uso em seu escritó-
rio, no valor de R$ 150,00. Com esta transação, verifi ca-se queo item “Caixa” 
situado no lado do Ativo sofreu uma diminuição (redução) no valor de R$ 
150,00, mas, ao mesmo tempo, o item “Móveis e Utensílios” também localiza-
do no lado do Ativo, teve um aumento (acréscimo) na mesma proporção de R$ 
150,00, provocando, em consequência, uma alteração compensatória apenas 
no lado do Ativo, pois ao mesmo tempo este é diminuído e aumentado. Note-
se que esta transação não muda o valor do Ativo Total, mantendo, portanto, a 
igualdade. Após a transação tem-se o seguinte Balanço Patrimonial nº 2:
BALANÇO PATRIMONIAL nº 2
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.400,00 Fornecedores 2.808,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.500,00
Contabilidade.indb 24 3/3/2010 11:31:41
25 NOÇÕES SOBRE BALANÇO
Mercadorias 24.500,00 Passivo Total 15.308,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 38.233,00 Passivo Total + Capital Próprio 38.233,00
Segunda transação:
A empresa, para prorrogar o pagamento de uma dívida junto a um 
fornecedor, já vencida, assina uma Nota Promissória no mesmo no valor da 
dívida de R$ 300,00. Apesar de não ter havido alteração quantitativa nas dí-
vidas da empresa, ocorreu uma alteração qualitativa e esta alteração deve ser 
registrada. As dívidas com “Fornecedores” diminuem em R$ 300,00 enquanto 
os “Empréstimos a pagar” aumentam em R$ 300,00, resultando em uma alte-
ração compensatória no lado do Passivo, pois ao mesmo tempo é diminuído 
e aumentado. Note-se que esta transação não muda o valor do Passivo Total 
+ Capital Próprio, mantendo, portanto, a igualdade. O Balanço Patrimonial nº 
3 refl ete esta alteração:
BALANÇO PATRIMONIAL nº 3
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.400,00 Fornecedores 2.508,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a pagar 12.800,00
Mercadorias 24.500,00 Passivo Total 15.308,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 38.233,00 Passivo Total + Capital Próprio 38.233,00
Terceira transação:
A empresa compra mercadorias a prazo no valor de R$ 1.700,00. Nota-
se agora que, se de um lado aumenta o valor do item “Mercadorias” no Ativo, 
aumenta, também, na mesma proporção, o valor a pagar aos “Fornecedores” 
que está situado no Passivo. Esta transação provoca alteração no Ativo Total e 
ao mesmo tempo alteração de mesma intensidade no Passivo Total + Capital 
Próprio. Note-se que os respectivos totais passaram de R$ 38.233,00 para R$ 
39.933,00. O novo Balanço Patrimonial nº 4 assim se apresenta:
BALANÇO PATRIMONIAL nº 4
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.400,00 Fornecedores 4.208,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.800,00
Mercadorias 26.200,00 Passivo Total 17.008,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 39.933,00 Passivo Total + Capital Próprio 39.933,00
Quarta transação:
A empresa paga uma dívida a um fornecedor no valor de R$ 508,00. 
Nesta transação observa-se que houve uma diminuição no item “Caixa”, que 
está no Ativo, e que foi correspondida por uma diminuição equivalente no item 
“Fornecedores” que está posicionado no Passivo. Esta transação provoca altera-
ção no Ativo Total e ao mesmo tempo alteração de mesma intensidade no Pas-
sivo Total + Capital Próprio. Note-se que os respectivos totais passaram de R$ 
39.933,00 para R$ 39.425,00. O Balanço Patrimonial nº 5 refl ete esta transação:
Contabilidade.indb 25 3/3/2010 11:31:41
26ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
BALANÇO PATRIMONIAL nº 5
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 892,00 Fornecedores 3.700,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.800,00
Mercadorias 26.200,00 Passivo Total 16.500,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 39.425,00 Passivo Total + Capital Próprio 39.425,00
Encerrado este conjunto de transações, pode-se concluir que:
Cada transação implica, necessariamente, em duas alterações no a. 
Balanço Patrimonial.
As alterações podem ocorrer em um mesmo lado do balanço, ou b. 
seja, só no lado do Ativo ou só no lado do Passivo, e neste caso 
terão sinais distintos. Quando isso ocorre, haverá uma diminuição 
e um aumento simultâneo no lado afetado (ou do Ativo ou do Pas-
sivo). Isso está a seguir exemplifi cado:
Se no lado do Ativo se aumenta R$ 00,00, nele se diminui, ime- 
diatamente, R$ 100,00;
Se no lado do Passivo se aumenta R$ 80,00, nele se diminui, 
imediatamente, R$ 80,00.
As alterações podem ocorrer em lados opostos do Balanço. Quando c. 
isso ocorre, haverá uma alteração no lado do Ativo e a outra no 
lado do Passivo, e terão sinais iguais (aumentando ou diminuindo), 
pois o valor que é aumentado no lado do Ativo deve ser imediata-
mente aumentado no lado do Passivo e vice-versa. 
Se no lado do Ativo se aumenta R$ 40,00, imediatamente se 
aumenta R$ 40,00 no lado do Passivo;
Se no lado do Ativo se diminui R$ 35,00, imediatamente se di- 
minui R$ 35,00 no lado do Passivo.
Nesta sequência de balanços observa-se que cada lançamento atinge sem-
pre dois itens que o compõem, individualmente, nos quais é registrado 
o mesmo valor. Este procedimento serve de base para a compreensão do 
“método das partidas dobradas”.
3.1.3 A contabilidade é um balanço único movimentado
Mesmo se conhecendo pouco de contabilidade, torna-se claro que a 
execução da escrituração por meio de inúmeros balanços é impraticável. Sua 
utilização se restringe ao processo de aprendizagem. Então, imagine-se um 
procedimento que possibilite o registro das transações e, por consequência, 
a constante alteração dos valores, sem que se tenha que elaborar inúmeros e 
continuados balanços ou apagar as cifras para modifi cá-las.
Utilizando-se o mesmo Balanço Patrimonial nº 1, do tópico anterior, 
faz-se o mesmo registro das quatro transações apresentadas, porém, sob outra 
técnica, a qual consiste em modifi car um único balanço, mas com espaço su-
fi ciente em seu corpo, para colocar e acumular as transações. Assim, recupe-
ram-se, a seguir, os dados do Balanço Patrimonial e as transações efetuadas, 
para posteriormente aplicar a técnica de um balanço único movimentado.
Contabilidade.indb 26 3/3/2010 11:31:41
27 NOÇÕES SOBRE BALANÇO
BALANÇO PATRIMONIAL nº 1
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.550,00 Fornecedores 2.808,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.500,00
Mercadorias 24.500,00 Passivo Total 15.308,00
Móveis e Utensílios 743,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 38.233,00 Passivo Total + Capital Próprio 38.233,00
Primeira transação:
Compra à vista de uma escrivaninha, 
para uso próprio: ......................................................... R$ 150,00 ( +A -A).
Segunda transação:
Assinatura de Nota Promissória: prorrogação 
de dívida com fornecedor:..............................................R$ 300,00 (-P +P).
Terceira transação:
Compra de mercadorias a prazo: ..............................R$ 1.700,00 (+A +P).
Quarta transação:
Pagamento, em dinheiro, de dívida 
a fornecedor: .....................................................................R$ 508,00 (-A -P).
Os lançamentos ou registros destas transações no Balanço Patrimonial 
obedecem ao esquema demonstrado a seguir.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
1. Caixa .............................. 1.550,00 1. Fornecedores ......................... 2.808,00
1º lançamento ..................... - 150,00 2º lançamento ........................... - 300,00
4º lançamento ..................... - 508,00 3º lançamento ........................... + 1.700,00
Saldo fi nal .......................... 892,00 4º lançamento ........................... - 508,00
2. Clientes .......................... 10.000,00 Saldo fi nal ................................. 3.700,00
Saldo fi nal .......................... 10.000,00 2. Empréstimos a Pagar ......... 12.500,00
3. Mercadorias ................... 24.500,00
2º lançamento ........................... + 300,00Saldo fi nal ................................. 12.800,00
3º lançamento ..................... + 1.700,00
Saldo fi nal ..........................
26.200,00 3. Capital Próprio ou
 Patrimônio Líquido .............. 22.925,00
4. Móveis e Utensílios ..... 743,00 Saldo fi nal ................................. 22.925,00
1º lançamento ..................... + 150,00
Saldo fi nal .......................... 893,00
5. Equip. de Informática 1.440,00
Saldo fi nal .......................... 1.440,00
Ativo Total ......................... 39.425,00 Passivo Total + Capital Próprio 39.425,00
Observa-se que o “Saldo fi nal” de cada item e o “Total” dos dois lados 
do Balanço Patrimonial Movimentado são idênticos aos valores do Balanço Pa-
trimonial nº 5, que foi o último balanço da sequência de balanços proveniente 
das mesmas transações. Confi rma-se por esta demonstração a possibilidade 
de juntar em um único Balanço todas as transações, o que corrobora o enun-
ciado e as conclusões feitas após o Balanço Patrimonial nº 5, que são:
Contabilidade.indb 27 3/3/2010 11:31:41
28ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
Cada transação implica, necessariamente, duas alterações no Balanço a. 
Patrimonial.
As alterações podem ocorrer em um mesmo lado do balanço, ou b. 
seja, só no lado do Ativo ou só no lado do Passivo, e neste caso 
terão sinais distintos. Quando isso ocorre, haverá uma diminuição 
e um aumento simultâneo no lado afetado (ou do Ativo ou do Pas-
sivo). Isso está a seguir exemplifi cado:
Se no lado do Ativo se aumenta R$ 00,00, nele se diminui, ime- 
diatamente, R$ 100,00;
Se no lado do Passivo se aumenta R$ 80,00, nele se diminui, 
imediatamente, R$ 80,00.
As alterações podem ocorrer em lados opostos do Balanço. Quando c. 
isso ocorre, haverá uma alteração no lado do Ativo e a outra no 
lado do Passivo, e terão sinais iguais (aumentando ou diminuindo), 
pois o valor que é aumentado no lado do Ativo deve ser imediata-
mente aumentado no lado do Passivo e vice-versa. 
Se no lado do Ativo se aumenta R$ 40,00, imediatamente se 
aumenta R$ 40,00 no lado do Passivo;
Se no lado do Ativo se diminui R$ 35,00, imediatamente se di- 
minui R$ 35,00 no lado do Passivo.
3.1.4 A natureza das transações: 
as Variações Permutativas ou Variações Qualitativas
Todas as transações (operações) até aqui apresentadas não provoca-
ram alteração no CAPITAL PRÓPRIO ou PATRIMÔNIO LÍQUIDO, o que signifi ca que 
a empresa não se tornou nem mais rica, nem mais pobre. Estas transações, 
também denominadas de variações, que não modifi cam o Capital Próprio, são 
as Variações Permutativas ou Variações Qualitativas. Denominam-se Permutativas 
porque provocam trocas entre os itens que compõem o Balanço na mesma 
intensidade de valor; Qualitativas porque alteram a qualidade dos itens.
Cita-se, como exemplo, a aquisição à vista de uma escrivaninha para 
uso próprio. Na transação troca-se (permuta-se) bens numerários (Caixa: di-
nheiro existente) por bens de uso (Móveis e Utensílios: escrivaninha), o que 
altera a qualidade dos ativos existentes no patrimônio da entidade. Tem-se, 
então, menos disponibilidades, mas por outro lado tem-se mais um bem ne-
cessário para a atividade da empresa.
Existem quatro tipos de variações permutativas:
1. Aumento do Ativo (+ A ) correspondendo a uma diminuição 
 do Ativo ( - A );
2. Diminuição do Passivo ( - P ) correspondendo a um aumento 
 do Passivo ( + P );
3. Aumento do Ativo ( + A ) correspondendo a um aumento 
 do Passivo ( + P );
4. Diminuição do Ativo ( - A ) correspondendo a uma diminuição 
 do Passivo ( - P ).
Então, tem-se:
+ A - A Permutação entre Ativos
- P + P Permutação entre Passivos
+ A + P Alongamento do Balanço (permutação compensatória)
- A - P Encurtamento do Balanço (permutação compensatória)
Contabilidade.indb 28 3/3/2010 11:31:41
29 NOÇÕES SOBRE BALANÇO
Dessa forma, cada alteração de um elemento patrimonial leva a duas 
compensações possíveis:
Aumento de um Ativo Diminui outro Ativo ouAumenta um Passivo
Diminuição de um Passivo Aumenta outro Passivo ouDiminui um Ativo
Diminuição de um Ativo Aumenta outro Ativo ouDiminui um Passivo
Aumento de um Passivo Diminui outro Passivo ouAumenta um Ativo
3.1.5 O nascimento das contas patrimoniais
O Balanço Patrimonial único movimentado, que mostrou a sua utilida-
de ao eliminar o levantamento de balanços diretamente associados à quanti-
dade de transações, também tem seus inconvenientes pela necessidade de se 
efetuar somas e subtrações intermediárias.
Visando evitar que se misturem somas e subtrações na mesma colu-
na, utiliza-se um procedimento técnico que é o de separar os aumentos e as 
diminuições isoladamente em lados opostos. Este procedimento é possível 
mediante o uso de contas, que correspondem à síntese de cada item que com-
põe o Balanço. As contas podem ser de natureza patrimonial e de natureza de 
resultado. Neste tópico são examinadas as contas patrimoniais, ou seja, aquelas 
que representam o patrimônio.
Como visto no início deste capítulo, o balanço é uma representação 
gráfi ca sintética que contém os elementos que compõem o patrimônio de uma 
entidade em um determinado momento e, como a conta irá representar cada 
elemento deste patrimônio, é natural que esteja no mesmo formato adotado 
para o balanço. A conta é, pois, a representação gráfi ca de cada elemento do 
patrimônio de uma empresa.
O elemento “Caixa” (dinheiro ou disponibilidade), por exemplo, repre-
senta um item do patrimônio, assim como Mercadorias (estoques) ou como For-
necedores (dívidas por aquisição de mercadorias a prazo). Cada um dos citados 
representa e é um elemento do patrimônio, razão pela qual pode-se representar 
as contas sob a representação gráfi ca do Balanço. Note-se que tanto o Balanço 
como as contas possuem a mesma estrutura gráfi ca, ou seja, estão representados 
sob a forma de um “T” maiúsculo.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO
CAIXA FORNECEDORES
SI 1.550,00 SI 2.808,00
CLIENTES EMPRÉSTIMOS A PAGAR
SI 10.000,00 SI 12.500,00
MERCADORIAS CAPITAL PRÓPRIO
SI 24.500,00 SI 22.925,00
MÓVEIS E UTENSÍLIOS
SI 743,00
EQUIP. DE INFORMÁTICA
SI 1.440,00
Totais 38.233,00 0,00 Totais 0,00 
38.233,00
Contabilidade.indb 29 3/3/2010 11:31:41
30ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
No exemplo acima, verifi ca-se que as contas do Ativo, representativas 
dos bens e direitos da empresa, estão colocadas no lado esquerdo do balanço e 
que as contas do Passivo, que representam as dívidas e obrigações da entida-
de, estão colocadas no lado direito do balanço. 
A conta representativa do Capital Próprio está colocada no lado direito do 
balanço, para forçar a igualdade dos dois lados deste.
É relevante observar que, somando todo o lado esquerdo das contas 
(inclusive as contas do Passivo) e somando todo o lado direito das contas 
(inclusive do Ativo), elas mostram a mesma igualdade. A partir desta cons-
tatação, deve-se compreender como elas funcionam, ou seja, como se faz sua 
movimentação, e isso passa pelo entendimento da sua estrutura, que está a 
seguir descrita.
A estrutura das contas que representam itens do Ativo (bens e direitos), 
que são denominadas de contas patrimoniais ativas, tem o seguinte formato:
CAIXA
 SI 1.550,00
A conta patrimonial ativa sempre tem sua situação inicial (SI) posicio-
nada no lado esquerdo da conta, pois segue o paradigma do Ativo que está, 
por convenção ou costume, posicionado no lado esquerdo do Balanço. No 
exemplo a conta “Caixa”.
A estrutura das contas que representam itens do Passivo (dívidas e 
obrigações), que são denominadas de contas patrimoniais passivas, tem o se-
guinte formato:
FORNECEDORES
 SI 2.808,00
A conta patrimonial passiva sempre tem sua situação inicial (SI) posi-
cionada no lado direito da conta, pois segue o paradigma do Passivo que está, 
por convenção ou costume, posicionado no lado direito do Balanço. No exem-
plo: a conta de “Fornecedores”.
Resumindo-se a estruturadas contas patrimoniais (ativas e passivas):
a situação inicial das contas ( SI) segue o posicionamento do seu gru-
po (Ativo ou Passivo);
a conta patrimonial ativa (bens e direitos) tem sempre sua situação 
inicial no lado esquerdo do Balanço. Exemplo: conta Caixa;
a conta patrimonial passiva (dívidas e obrigações) tem sempre sua 
situação inicial no lado direito do Balanço. Exemplo: a conta “For-
necedores”.
Esta conceituação da conta ainda não esclarece como a mesma pode 
ser utilizada. É preciso, para isso, resgatar o conceito de Patrimônio inserido 
no item 1.4 Capítulo 1, em que está consignada a seguinte equação:
ATIVO + PASSIVO = PATRIMÔNIO
Resgata-se esta equação pela simples razão de que com a mesma pode-
se afi rmar que os valores do Ativo podem ser designados como positivos (+) 
e os valores do Passivo também podem ser designados como (+), permitindo 
sinalizar tanto o Ativo como o Passivo (+), como segue:
Contabilidade.indb 30 3/3/2010 11:31:41
31 NOÇÕES SOBRE BALANÇO
BALANÇO PATRIMONIAL
( + ) ATIVO PASSIVO ( + )
CAIXA FORNECEDORES
SI 1.550,00 SI 2.808,00
Esta sinalização mostra que, sendo “Caixa” uma conta pertencente ao 
Ativo, terá o sinal positivo (+) no lado esquerdo, seguindo a mesma indicação 
do que está estabelecido para o Ativo (+) no Balanço.
( + ) CAIXA
 SI
De igual forma mostra que, sendo “Fornecedores” uma conta perten-
cente ao Passivo, terá o sinal positivo (+) no lado direito, seguindo a mesma 
indicação do que está estabelecido para o Passivo (+) no Balanço.
FORNECEDORES ( + )
 SI
Observa-se, então, que, instalada a conta, cada elemento do Balanço, 
seja do Ativo ou do Passivo possui, além de seu posicionamento natural (à 
esquerda se for um Ativo e à direita se for um Passivo), outro lado que lhe faz 
oposição e que por isto é sinalizado com sinal negativo (-).
Por meio desta técnica, cada item adquire uma dinâmica própria e, 
portanto, uma maneira bem mais adequada de registrar as transações do que 
foi visto no balanço único movimentado. Para tanto, é preciso considerar as 
seguintes afi rmações:
a) os aumentos nas contas que pertencem ao Ativo são registrados em seu 
lado esquerdo; consequentemente, no lado que lhe faz oposição, o lado direi-
to, são anotadas as diminuições;
b) os aumentos nas contas que pertencem ao Passivo são registrados em seu 
lado direito; consequentemente no lado que lhe faz oposição, o lado esquerdo, 
são anotadas as diminuições;
c) a conta de Capital (Próprio) ou Patrimônio Líquido, por estar posiciona-
da no lado do Passivo, funciona de forma idêntica ao ilustrado no item 
“b” acima.
Exemplifi ca-se isso por meio de uma conta do Ativo, no caso a conta 
“Caixa”.
( + ) CAIXA ( - )
SI . . . . . . . . . . . . . 1.550,00 150,00
508,00
Soma. . . . . . . . . . 1.550,00 Soma . . . . . . . . . . . .658,00
No exemplo, verifi ca-se que a conta “Caixa” (conta patrimonial ativa 
que representa a existência de um bem: dinheiro) recebeu a sua grandeza ini-
cial de R$ 1.550,00 no lado esquerdo. Registraram-se, em seguida, os valores das 
transações: no lado esquerdo nenhum lançamento no Caixa e no lado direito 
R$ 150,00 e R$ 508,00, que diminuíram o montante de recursos em Caixa. Es-
tas movimentações determinaram que o lado esquerdo desta conta do Ativo 
Contabilidade.indb 31 3/3/2010 11:31:41
32ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
somasse R$ 1.550,00 (R$ 1.550,00 do saldo inicial apenas, pois não houve lan-
çamento que aumentasse o Caixa), e que o lado direito desta conta do Ativo 
somasse R$ 658,00 (R$ 150,00 e R$ 508,00).
Portanto, todas as contas patrimoniais ativas (provenientes do Ativo 
do Balanço) têm as suas grandezas iniciais inscritas no lado esquerdo, o que 
caracteriza a natureza destas contas, e seus aumentos lançados em seu lado 
esquerdo signifi cando, em consequência, que suas diminuições devem ser re-
gistradas em seu lado direito, lado oposto à sua natureza.
A título de exemplo, observe-se uma conta do Passivo, no caso a conta 
“Fornecedores”.
( - ) FORNECEDORES ( + )
300,00 SI. . . . . . . . . . . . . 2.808,00
508,00 1.700,00
Soma.. . . . . . . . . . . . 808,00 Soma. .. . . . . . . . . . 4.508,00
No exemplo, verifi ca-se que a conta “Fornecedores” (conta patrimonial 
passiva que representa as dívidas existentes por compras a prazo de mercado-
rias) recebeu a sua grandeza inicial de R$ 2.808,00 no lado direito. Registrou-se, 
em seguida, o valor de transação no lado direito de R$ 1.700,00, que aumen-
tou o valor a pagar a Fornecedores e no lado esquerdo duas transações de 
R$ 300,00 e R$ 508,00, que diminuíram o montante a pagar a fornecedores. 
Estas movimentações determinaram que o lado direito desta conta do Passi-
vo somasse R$ 4.508,00 (R$ 2.808,00 do saldo inicial mais um aumento de R$ 
1.700,00), e que o lado esquerdo desta conta do Passivo somasse R$ 808,00 (R$ 
300,00 e R$ 508,00).
Portanto, todas as contas patrimoniais passivas (provenientes do Pas-
sivo do Balanço) têm as suas grandezas iniciais inscritas no lado direito, o que 
caracteriza a natureza destas contas e, portanto, seus aumentos lançados em 
seu lado direito signifi cando, em consequência, que suas diminuições devem 
ser registradas em seu lado esquerdo, lado oposto à sua natureza.
Então, o esquema geral de funcionamento das contas patrimoniais ati-
vas e passivas é o seguinte:
+ CONTAS ATIVAS - - CONTAS PASSIVAS +
SITUAÇÃO 
INICIAL
( - )
DIMINUIÇÕES
( - ) 
DIMINUIÇÕES
SITUAÇÃO 
INICIAL
( + )
AUMENTOS
( + )
AUMENTOS
SITUAÇÃO FINAL 
(saldo final)
SITUAÇÃO FINAL 
(saldo final)
A conta Capital (Próprio), por estar posicionada no lado do Passivo, 
tem o mesmo esquema de funcionamento das contas patrimoniais passivas, 
ou seja, situação inicial e aumentos no lado direito e diminuições no lado es-
querdo.
Um aspecto importante relacionado ao Capital Próprio ou Patrimônio 
Líquido deve ser ressaltado neste momento. Utilizou-se, até então, o conceito 
de Capital Próprio de forma fechada, mas ele também tem desdobramentos 
internos que podem ser resumidos em três elementos, a saber:
Capital Social; 
Reservas e 
Prejuízos Acumulados. 
Contabilidade.indb 32 3/3/2010 11:31:41
33 NOÇÕES SOBRE BALANÇO
O Capital Social é a representação legal da integralização dos recursos 
dos sócios derivada de cláusula inserida nos atos constitutivos da empresa 
(declaração de fi rma, contrato social, estatuto social etc.) que devem ser re-
gistrados e arquivados nas Juntas Comerciais Estaduais. O Capital Social re-
presenta o valor inicial aplicado pelos sócios na empresa e somente pode ser 
modifi cado mediante alteração dos atos constitutivos devidamente registra-
dos nas Juntas Comerciais. 
As Reservas, em um plano restrito, representam as retenções de lucros 
gerados pela empresa.
Os Prejuízos Acumulados representam os prejuízos apurados pela em-
presa no exercício atual ou em exercícios anteriores, até que sejam compensa-
dos com lucros, saldos de reservas ou assumidos pelos sócios. 
Transcrevendo, novamente, as transações já examinadas, agora sob a 
técnica da “conta”, tem-se a seguinte representação gráfi ca:
BALANÇO PATRIMONIAL
(+) ATIVO ( - ) ( - ) PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO (+)
+ CAIXA - - FORNECEDORES +
SI 1.550,00 150,00 (1) (2) 300,00 SI 2.808,00
508,00 (4) (4) 508,00 1.700,00 (3)
+ CLIENTES - - EMPRÉSTIMOS A PAGAR +
SI 10.000,00 SI 12.500,00
300,00 (2)
+ MERCADORIAS - - CAPITAL PRÓPRIO +
SI 24.500,00 SI 22.925,00
(3) 1.700,00
+ MÓVEIS E UTENSÍLIOS -
SI 743,00
(1) 150,00
+ EQUIP. DE INFORMÁTICA -
SI 1.440,00
Com base na representação gráfi ca acima se conclui que:
As contas patrimoniais representam uma parcela do patrimônio. 
Toda transação (operação) implica, necessariamente, em dois re- 
gistros (lançamentos): um, no lado esquerdo de uma conta, outro, 
do mesmo valor, no lado direito de outra conta, e vice-versa (mé-
todo das partidas dobradas).
Os aumentos do Ativo são registrados no lado esquerdo das contas 
ativas.
As diminuições do Ativosão registradas no lado direito das contas 
ativas.
Os aumentos do Passivo são registrados no lado direito das contas 
passivas.
As diminuições do Passivo são registradas no lado esquerdo das 
contas passivas.
Contabilidade.indb 33 3/3/2010 11:31:41
34ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
Até o momento aprendeu-se a reconhecer a situação inicial (SI) de cada 
conta (ativa ou passiva), sua movimentação com aumentos e diminuições, a 
aposição do sinal (+) e (-) e como eles devem ser instalados na conta patrimo-
nial ativa e na conta patrimonial passiva, faltando ainda um último ponto que 
é a determinação da situação fi nal (SF) das contas.
Para apurar o saldo fi nal (SF) de uma conta, do ativo ou do passivo, 
deve-se efetuar as somas de ambos os lados da mesma (lado esquerdo e lado 
direito). Depois de obtidas as somas, subtrai-se o valor da soma maior do 
valor da soma menor, apurando-se uma diferença. Esta diferença deve ser co-
locada no lado da soma menor para que seja atingida a igualdade das somas 
dos dois lados da conta. Veja o exemplo da conta “Caixa”, a seguir.
 ( + ) CAIXA ( - )
SI 1.550,00 150,00 (1)
508,00 (4)
Soma 1.550,00 658,00 Soma
892,00 SF
Total 1.550,00 1.550,00 Total
Soma do lado esquerdo da conta............................................... 1.550,00
Soma do lado direito da conta................................................... 658,00
Diferença, colocada no lado direito como Situação fi nal, para 
forçar a igualdade dos dois lados da conta ............................. 892,00
Aplicando-se esta técnica para todas as contas que compõem o Ativo e 
o Passivo, obtém-se a representação gráfi ca completa da conta, que pode ser 
visualizada na fi gura 3.
BALANÇO PATRIMONIAL
(+) A T I V O PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO (+)
+ CAIXA - - FORNECEDORES +
SI 1.550,00 150,00 (1) (2) 300,00 2.808,00 SI
508,00 (4) (4) 508,00 1.700,00 (3)
SF 892,00 SF 3.700,00
1.550,00 1.550,00 4.508,00 4.508,00
+ CLIENTES - - EMPRÉSTIMOS A PAGAR +
SI 10.000,00 12.500,00 SI
SF 10.000,00 SF 12.800,00 300,00 (2)
10.000,00 10.000,00 12.800,00 12.800,00
+ MERCADORIAS - - CAPITAL PRÓPRIO +
SI 24.500,00 22.925,00 SI
(3) 1.700,00 SF 26.200,00 SF 22.925,00
26.200,00 26.200,00 22.925,00 22.925,00
+ MÓVEIS E UTENSÍLIOS -
SI 743,00
1) 150,00 SF 893,00
893,00 893,00
+ EQUIP. DE INFORMÁTICA -
SI 1.440,00
SF 1.440,00
1.440,00 1.440,00
Figura 3: Patrimonial da empresa José da Silva.
Contabilidade.indb 34 3/3/2010 11:31:41
35 NOÇÕES SOBRE BALANÇO
3.l.6 A contabilidade é um circuito fechado
O coroamento de toda a exposição é agora apresentado. Neste momen-
to dá-se o fecho dos procedimentos adotados desde a instalação do inventário 
sintético (Balanço Patrimonial), passando por sua movimentação e apuração 
de saldos através da técnica da conta. O raciocínio é simples:
A partir do Balanço Patrimonial Inicial desprendem-se todos os itens do 
Balanço que passam a ser apresentados sob a forma de conta, tomando 
posição individual, mas extremamente facilitadora para seu funciona-
mento do registro das operações.
O desmembramento do Balanço em contas individualizadas nada muda, 
o Balanço Patrimonial apenas ganha outro formato. Permanece em vigor 
o entendimento de que cada variação atinge, sempre, duas contas, uma 
no lado esquerdo, outra no lado direito, resultando no registro duplo do 
mesmo valor (método de Partidas Dobradas).
A CONTABILIDADE É UM CIRCUITO FECHADO
+ CAIXA -
SI 1.550,00 150,00 1.
 508,00 4.
 892,00 SF 
 1.550,00 1.550,00
+ CLIENTES -
SI 10.000,00 
 10.000,00 SF
 10.000,00 10.000,00
+ MERCADORIAS -
SI 24.500,00 
3. 1.700,00 26.200,00 SF
 26.200,00 26.200,00 
+ MÓVEIS E UTENSÍLIOS -
SI 743,00 
1 150,00 893,00 SF
 893,00 893,00 
+ EQUIP. DE INFORMÁTICA -
SI 1.440,00 
 1.440,00 SF
 1.440,00 1.440,00
ATIVO PASSIVO
CAIXA 892,00 FORNECEDORES 3.700,00
CLIENTES 10.000,00 EMPRÉSTIMOS 12.800,00
MERCADORIAS 26.200,00 CAP. PRÓPRIO 22.925,00
MÓVEIS e UTENS. 893,00
EQUIP. de INFO. 1.440,00
 39.425,00 39.425,00
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
CAIXA 1.550,00 FORNECEDORES 2.808,00
CLIENTES 10.000,00 EMPRÉSTIMOS 12.500,00
MERCADORIAS 24.500,00 CAP. PRÓPRIO 22.925,00
MÓVEIS e UTENSÍLIOS 743,00
EQUIP. de INFORMÁTICA 1.440,00
 38.233,00 38.233,00
BALANÇO PATRIMONIAL
+ FORNECEDORES -
2 300,00 2.808,00 SI
4 508,00 1.700,00 3.
SF 3.700,00 
 4.508,00 4.508,00
- EMPRÉSTIMOS +
 12.500,00 SI
 300,00 2.
SF 12.800,00 
 12.800,00 12.800,00 
- CAPITAL PRÓPRIO +
 22.925,00 SI
SF 22.925,00 
 22.925,00 22.925,00
Contabilidade.indb 35 3/3/2010 11:31:41
36ALEXANDRE VERTES E ADOLPHO WALTER WÜRCH
Dessa forma, o Balanço Patrimonial inicial é desdobrado em contas, 
nas quais são lançadas as operações, apurando-se no fi nal o saldo e novamen-
te transportando as contas para o Balanço (Balanço Final). O ciclo empreendi-
do que se inicia no Balanço Patrimonial Inicial passando pelas variações das 
contas (registro das transações) termina no Balanço Patrimonial Final, e isso 
constitui um circuito fechado, o que permite concluir que a contabilidade é 
um circuito fechado.
3.l.7 A conceituação de débito e crédito
Evitou-se até o momento o uso dos termos “débito” e “crédito”, prefe-
rindo-se utilizar as expressões lado direito e lado esquerdo das contas. 
Não se pode esquecer, entretanto, que se está fazendo até agora o uso 
de sinais (+ e -) e o conceito de débito e crédito não é inteiramente compatível 
com estes sinais. Observe: no lado esquerdo de uma conta patrimonial ativa o 
sinal é (+), enquanto que na conta patrimonial passiva ele é (-); no lado direito 
de uma conta patrimonial ativa o sinal é (-), mas na conta patrimonial passiva 
o sinal é (+). Esta pequena insegurança é imediatamente sanada ao reportar-se 
a equação do patrimônio e aos conceitos estudados na instalação das “contas 
patrimoniais”.
Para iniciar o entendimento do conceito, é preciso aceitar como pre-
missa básica que:
Há uma convenção internacionalmente consagrada que estipula que:
o Ativo é o lado dos DÉBITOS e que o Passivo é o lado dos CRÉDITOS.
Esta convenção permite que se expresse o Balanço, conforme abaixo 
especifi cado.
BALANÇO PATRIMONIAL
(+) ATIVO (aplicações) (+) PASSIVO (origens)
DÉBITO CRÉDITO
Atente-se para os sinais (+) que compõem o conceito básico sobre o 
Balanço Patrimonial, o que mostra que o débito aumenta e o crédito também 
aumenta. Verifi ca-se que tanto o Ativo como o Passivo têm o sinal positivo, 
isso equivale dizer que o lado esquerdo e o lado direito são positivos.
Por via de consequência, o débito está no lado positivo, e o crédito 
também está no lado positivo. Como compreender então esta pretensa ano-
malia? Como compatibilizar os dois conceitos?
Estas são inquietações que estão presentes quando se está diante desta 
problemática. Para isso deve-se examinar por partes o que está aqui enun-
ciado. Para proporcionar a compreensão desta problemática, primeiro des-
prende-se do Balanço uma conta patrimonial ativa e uma conta patrimonial 
passiva. Tem-se então:
BALANÇO PATRIMONIAL
(+) ATIVO (aplicações) (+) PASSIVO (origens)
DÉBITO CRÉDITO
 (+) CAIXA ( - ) ( - ) FORNECEDORES ( + )
 Débito Crédito
Crédito Débito
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37 NOÇÕES SOBRE BALANÇO
Nota-se que a conceituação está mantida, pois:
A conta patrimonial ativa inicia com sinal (+) e é um débito, confor-
me se defi niu em relação ao Ativo;
A conta patrimonial passiva inicia com sinal (+) e é um crédito, con-
forme se defi niu em relação ao Passivo.
Observe-se também que os lados que têm o sinal (-), tanto da conta 
patrimonial ativa como da conta patrimonial passiva, foram colocados na se-
gunda linha, em itálico.
A expressão débito sempre se mantém na posição corres- 
pondente ao lado esquerdo da conta;
A expressão crédito sempre se mantém na posição corres- 
pondente ao lado direito da conta.
Então, como

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