Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO DO TRABALHO - Conceito: ramo da ciência do direito que tem por objeto as normas, instituições jurídicas e princípios que disciplinam as relações de trabalho. - Natureza do Direito do Trabalho: pertencem ao direito privado (referente aos contratos de trabalho) e ao direito público (referente ao processo trabalhista). Princípios - Principio da proteção É utilizado para impedir a exploração do capital, visando melhores condições de vida aos trabalhadores. Se divide em 2 vertentes: -> principio in dúbio pro operário: é aplicada sempre a lei mais benéfica ao empregado; -> condição mais benéfica: havendo mudanças em clausulas regulares por parte da empresa, as mesmas só passarão a valer para empregados que forem admitidos após essas mudanças; -> principio da norma mais favorável - Principio da irrenunciabilidade O empregado não pode renunciar seus direitos. - Principio da continuidade Em regra, todo contrato de trabalho deve ter prazo indeterminado e o contrato a prazo certo é admitido somente como exceção. - Principio da primazia da realidade Os fatos prevalecem sobre os ajustes e visa coibir a coação dento do ambiente de trabalho. - Principio da integralidade Protege o salário dos descontos indevidos - Principio da não discriminação Assegura a igualdade de tratamento entre todas as pessoas - Principio da irredutibilidade do contrato São vedadas alterações contratuais que causem prejuízo ao empregador - Principio da continuidade da relação de emprego Visa a preservação da empresa, pois a empresa é composta de sócios e empregados. - Principio da boa-fé O trabalhador deve cumprir seu contrato honestamente e o empregador também deve cumprir suas obrigações. Fontes do Direito do Trabalho - fontes materiais Fatores que ocasionam o surgimento de normas envolvendo fatos e valores. - fontes formais Formas de exteriorização do direito. -> Constituição Federal: é uma fonte formal de hierarquia superior. - leis: fonte formal que é um elemento para a manutenção de ordem social, atuando como fonte reguladora dos comportamentos em sociedade. - Atos do poder executivo O poder executivo podia editar decreto lei. -> sentença normativa: decisão proferida pelo TRT ou TST; -> convenções e acordos coletivos: emanam das vontades das partes e são manifestadas em assembléia promovida pelo sindicato. Diferença entre convenções e acordos -> convenções: ajustes celebrados entre entidades sindicais que estabelecem novas condições de trabalho; -> acordos: ajustes firmados entre empregados assistidos pelo respectivo sindicato e empresa, sem eficácia interpartes. - regulamentos da empresa: o empregador estabelece condições de trabalho, disciplinando a relação entre os sujeitos; - princípios jurídicos: também é considerado fonte, pois é reconhecida sua natureza normativa; - costumes: a conduta habitual do empregador que seja mais benéfica do que a previsão mínima contida na lei passa a ser obrigatória; - normas internacionais: são os tratados firmados entre dois ou mais Estados, bem como as convenções e recomendações emanadas da OIT. - jurisprudência: significa a reiteração de decisões dos tribunais, aplicando e interpretando as normas jurídicas. As sumulas exercem grande influencia na aplicação do direito. Contrato de Trabalho Acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Em regra, o contrato deve ser expresso, porém também existe a possibilidade de ser tácito. - requisitos de validade a) agente capaz: dos 16 anos até os 18 anos é necessário autorização do representante legal para trabalhar. Os menos de 16 anos são autorizados para firmais contrato como aprendiz. Obs: contra os menores não corre prescrição. efeitos da nulidade: não são retroativos, portanto o menos terá direito de receber e não anula os atos. b) objeto licito, possível e determinado - trabalho ilícito: pressupõe a ilicitude do objeto e o contrato não poderá produzir qualquer efeito. O contrato deverá conter uma atividade possível de ser exercida. - trabalho proibido: decorre de alguma restrição decorrente da condição especifica do empregado e sua nulidade será da declaração em diante. c) forma do contrato: não há forma prescrita em lei - requisitos de existência a) continuidade b) subordinação (ordem) c) onerosidade d) pessoalidade (empregado deve ser pessoa física) e) alteridade Característica do contrato de trabalho 1) comutatividade: os direitos e obrigações devem ser equivalentes para não ocorrer desequilíbrio; 2) bilateral: empregado e empregador; 3) consensualidade: livre de consentimento entre as partes Classificação do contrato de trabalho - Quanto á forma -> expresso: a manifestação da vontade das partes se dá por escrito; -> tácito: são ajustados verbalmente - Quanto á duração -> prazo indeterminado: a duração temporal não tem termo pré-fixado. -> prazo determinado: aqueles que a vigência depende de termo pré-fixado ou de serviços especificados. -> art 443, p. 3º (contrato intermitente): é aquele em que a prestação de serviços não ocorre de forma continua, ou seja, o empregado é convocado em determinado períodos para prestar serviço. Em regra, o trabalho intermitente deverá ser escrito e deverá constar o valor da hora de trabalho (não podendo ser inferior ao valor horário do salário mínimo). Convocação do empregado: será feita por um meio de comunicação eficaz com até 3 dias de antecedência. Se o empregado aceitar e não comparecer (sem justo motivo) deverá ser pago o valor de 50% da remuneração que seria pega. Contrato de trabalho de contrato afins - Contrato de trabalho individual Acordo firmado entre o empregado e empregador para a prestação de serviços, contendo elementos da relação de emprego. - Contrato de trabalho coletivo É o conjunto de normas que regulam as relações de uma categoria de trabalhadores na abrangência de seu sindicato. Esse contrato é uma garantia do profissional que seus direitos serão respeitados. - Contrato de trabalho e a empreitada -> Empreitada: contrato mediante o qual o proprietário contrata o empreiteiro para realizar uma obra mediante remuneração. Nessa relação não existe vinculo de subordinação e ele mesmo assume os riscos da sua atividade. - Contrato de trabalho na sociedade Existe a admissão dos riscos da atividade e o sócio não esta subordinada juridicamente. Na sociedade está presente a intenção dos sócios de compartilhar lucros e perdas. Sujeitos do contrato de trabalho 1) Empregado Não poderá ser empregado a pessoa jurídica, pois os serviços são regidos pelo direito civil. - requisitos do empregado: a) onerosidade: não existe contrato de trabalho gratuito, portanto deve haver remuneração; b) pessoalidade: deve ser pessoa física e não pode ser substituído por outra pessoa; c) habitualidade: prestação de serviço continua; d) subordinação: recebe ordens do empregador 2) Empregador Empresa individual ou coletiva que assume os riscos da atividade econômica, dirigindo a prestação pessoal de serviços, portanto o empregador pode ser pessoa física ou jurídica. Grupo de empresas: é chamado de grupo econômico, onde dois ou mais empresas estão sob o comando único (mesmo familiar ou sócio). Nesse caso, as empresas integrantes do grupo possuem responsabilidade solidaria em relação as obrigações da relação de emprego. Obs: não caracteriza grupo econômico a mera identidade dos sócios, sendo necessário demonstrar a atuação conjunta das empresas integrantes. Duração Do Contrato De Trabalho Regra: prazo indeterminado-Contrato por prazo determinado Trata-se do contrato em que sua vigência depende do termo pré-fixado, de execução de serviços determinados ou realização de certo acontecimento com previsão aproximada. - validade O contrato determinado so será valido: -> se tratando de serviço cuja natureza justifique a predeterminação do prazo; -> atividades empresariais de caráter transitório (ex: empresas criadas para comercializar artigos de natal); -> contrato de experiência (não pode exceder 90 dias) Prazo máximo de estipulação: não pode ser estipulado por período superior a 2 anos. - prorrogação Poderá ser prorrogado uma única vez, desde que não ultrapasse 2 anos. Obs¹: se ultrapassar será considerado prazo indeterminado Obs²: é necessário esperar 6 meses para renovar o contrato Suspensão do contrato a prazo determinado Tratando-se de contrato a termo, a sua suspensão não prorrogará a respectiva data de termino. Caso o contrato seja suspenso por motivo de doença de trabalho ou acidente, o empregador não pode rescindir o contrato, pois o empregado ainda estará recebendo auxilio e esse auxilio não pode ser interrompido. Nova contratação È necessário aguardar 6 meses para renovar o contrato. - Exceções: a) se a expiração do primeiro contrato depender da execução de serviço especializado (ex: contratação do empregado para montar determinada maquina); b) se a expiração do contrato dependeu da realização de certos acontecimentos (ex: pessoas que trabalham no shopping no final do ano). Extinção antecipada - se o empregador dispensa o empregado sem justa causa antes do fim do contrato, o empregador deve indenizar a metade do que falta ate o termo final; - se o empregado que se desliga antes do prazo estipulado, o mesmo deverá indenizar o empregador se a rescisão acarretar prejuízos (deve-se indenizar com a metade que faltar). Direito recíproco Trata-se de “clausula assecuratória de direito recíproco da rescisão”, o que significa que se as partes firmarem um contrato, mas inserirem o direito recíproco de fazer cessá-lo antes do prazo fixado, a parte terá direito ao aviso prévio indenizado e FGTS + multa de 40%. Espécies De Contratos De Trabalho Trabalhador Autônomo Tem por objeto a prestação de serviços por conta própria a uma ou mais pessoas ou empresas, sem vínculo empregatício, de forma não subordinada, assumindo os riscos de sua atividade econômica, por conta própria. Trabalhador Temporário Esse contrato deve ser firmado através de empresa especializada em trabalho temporário, isto é, por meio de empresa interposta. - Cabimento Essa forma de contratação é cabível em duas situações: - para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente - quando há acréscimo extraordinário de serviços. Nesta modalidade estão envolvidos três sujeitos: - o trabalhador - a empresa tomadora de serviços (empresa-cliente) - empresa de trabalho temporário (fornecedora de mão de obra): será responsável pelos direitosoriundos da contratação na hipótese de falência da empresa detrabalho temporário (art. 16 da Lei 6.019/1974). - Tempo: o contrato firmado entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder a 3 meses, salvo autorização. Obs. o período de 180 dias poderá ser prorrogado por até 90 dias consecutivos ou não e o empregado é beneficiário embora não goze de qualquer espécie de estabilidade provisória (gestante, acidente de trabalho, etc). Terceirização A terceirização trata-se da entrega a terceiros de atividades meio e fim da empresa, com o objetivo de diminuir os custos, além de uma maior eficiência e melhora quanto à qualidade do produto ou do serviço. Trabalhador eventual É aquele que presta serviços de natureza urbana ou rural em caráter eventual. Normalmente, é a pessoa contratada apenas para trabalhar em uma certa ocasião, num determinado evento (exemplo: pintores, jardineiros, etc). Características: - ausência de habitualidade - prestação de serviços de curta duração - não atua com profissionalidade - relação jurídica bilateral entre o trabalhador e o tomador dos serviços, ou seja, existe a presença de 2 atores sociais. Obs: São considerados eventuais os "chapas" (trabalhadores que prestam serviços em várias empresas, carregando e descarregando caminhões), assim como, os "bóias-frias" (que um dia trabalham em uma fazenda e outro dia, trabalham em outra). Trabalhador avulso São características do trabalho avulso a intermediação do sindicato dos trabalhadores na colocação da mão de obra ou comissão de gestão, a curta duração do serviço prestado a um beneficiado e a remuneração paga basicamente em forma de rateio procedido pelo sindicato. Diferença entre trabalhador eventual e trabalhador avulso A principal diferença está relacionada no fato de que no trabalho eventual existe uma relação jurídica bilateral, ou seja, envolvendo apenas 2 atores sociais (trabalhador e tomador); já o trabalho avulso é pautado em uma relação jurídica trilateral ou triangular (trabalhador, tomador e intermediador). Trabalhador voluntário Trata-se da pessoa física que dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos. A prestação de serviços voluntários não geram obrigações trabalhistas e nem previdenciárias, embora o prestador do serviço voluntário possa ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho das atividades voluntárias. Estagio É o aluno regularmente matriculado em uma instituição pública ou privada de educação superior; educação profissional; ensino médio; educação especial ou nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos, que presta serviços com a finalidade de complementação do ensino recebido. Objetivo: proporcionar aprendizados ao exercício de determinada profissão e também objetiva preparar o estudante para o trabalho e exercício da cidadania, portanto o cursodeve ser compatível necessariamente com a atividade desempenhada pelo estagiário. O estágio é realizado mediante a celebração do termo de compromisso entre o estudante e a parte concedente, com a supervisão obrigatória da instituição de ensino e não cria vínculo empregatício de qualquer natureza. Requisitos: - matrícula e frequência regular do educando no curso - celebração de termo de compromisso - compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas consignados no termo de compromisso. Jornada de trabalho do estagiário a) 4 horas diárias e 20 semanais nos casos de estudante de educação especial e dos profissional de nível médio e do ensino médio regular; b) 6 horas diárias e 30 horas semanais no caso de estudantes de ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. Obs: A duração do estágio será de, no máximo, 2 anos, não se admitindo o prazo indeterminado. Bolsa – auxilio Não é obrigatório, portanto será acordado entre as partes no caso de estágio não obrigatório. E como não tem natureza salarial não é necessário estabelecer um salário mínimo. Obs: o estagiário terá, ainda, direito a um período de recesso de 30 dias quando tiver duração igual ou superior a um ano, gozado preferencialmente durante as férias escolares. Figuras Especiais De Empregados Empregado Doméstico Consideram-se empregado doméstico a pessoa física que presta serviços no âmbito residencial de pessoa ou família, de forma contínua (não eventual). Requisitos - prestar serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidadenão lucrativa à pessoa ou à família - os serviços devem ser prestados por mais de 2 (dois) dias por semana Serão considerados domésticos: - os empregados em chácaras recreativas e casas de campo desde que nos referidos locais não seja exercida atividade econômica (comercialização de produtos, por exemplo; - os empregados porteiros, zeladores, faxineiros e serventes de prédios de apartamentos residenciais são regidos pela C L T desde que a serviço da administração do edifício. O doméstico faz jus: a) Registro em CTPS; b) Ao salário-mínimo ou ao piso salarial estadual, fixado em lei; c) Jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias e 44 horas semanais; d) Seguro contra acidentes de trabalho; e) irredutibilidade do salário; f) Horas Extras – com no mínimo 50% de acréscimo sobre o valor da hora normal; g) Adicional noturno – equivalente 20% do valor da hora normal; h) Décimo terceiro salário; i) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; j) Férias vencidas, acrescidas de 1/3 constitucional; k) Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 constitucional; l) Férias em dobro, quando concedidas ou pagas fora do prazo; m) Salário-família; http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salario_minimo.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/horas_extras.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salario_familia.htm n) Vale transporte, nos termos da lei; o) FGTS equivalente a 8% da remuneração do empregado. Empregado Rural Empregado rural é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviço de natureza não eventual a empregador rural, sob a pendência deste mediante salário. Obs ¹: Propriedade rural é aquela que não se encontra em zona urbana e que sua destinação majoritária é agrícola; Obs ²: o prédio rústico pode ser entendido como aquele que, situado na zona rural ou mesmo em zona urbana, tem como destinação a exploração de atividade agroeconômica. Características do empregado: - pessoa física - natureza não eventual - subordinação - salário - função ligadas diretamente a agricultura ou pecuária Salário utilidade (in natura): para o rural, as utilidades de alimentação e habitação, não são consideradas como salário in natura. O salário in natura é entendido como sendo toda parcela, bem ou vantagem fornecida pelo empregador como gratificação pelo trabalho desenvolvido ou pelo cargo ocupado. Empregado Aprendiz É o trabalhador com idade compreendida entre 14 e 24 anos que é admitido aos serviços de um empregador na condição de aprendiz, sendo necessário que o aprendiz esteja matriculado em uma escola de formação profissional e, nas horas de folga escolar, compareça à sede do empregador para exercitar o aprendizado. OBS: o aprendiz tem registro em CTPS e todos os direitos dos demais trabalhadores, diferenciando-se, apenas, por não prestar serviços diretamente, mas por estar sendo preparado para futuramente exercer Art. 430 da CLT - na hipótese de os Serviços Nacionais de Aprendizagem não oferecerem cursos ou vagas suficientes para atender às demandas dos estabelecimentos, a aprendizagem poderá ser suprida por outras entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica, tais como: - escolas técnicas de educação; - entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a assistência ao adolescente e a educação profissional, Jornada de trabalho do aprendiz Não excederá 6 horas diárias não se permitindo prorrogação ou compensação de jornada. Teletrabalho O teletrabalho é uma forma de trabalho exercida à distância de forma autônoma onde se utiliza ferramentas telecomunicacionais e de informação que asseguram um contato direto entre o teletrabalhador e empregador. http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/vale_transporte.htm Caracteristicas: - a atividade é realizada a distância - as ordens são dadas sem condições de se ter o controle físico ou direto da execução - as tarefas são executadas por intermédio de computadores ou de outros equipamentos de informática Modalidades a) TELETRABALHO EM TELECENTROS Os telecentros são locais da empresa, porém situados fora da sua sede central, sendo uma forma de organização das atividades econômicas em um espaço, que é tecnicamente preparado para receber o teletrabalhador para o desempenho de suas atividades. Subordinação: implica maior possibilidade de controle da atividade do trabalhador, inclusive a possibilidade de fiscalização direta e pessoal do serviço e até mesmo o controle de jornada. b) TELETRABALHO EM DOMICILIO Ocorre quando o trabalhador realiza a prestação em seu próprio domicílio com a ajuda de mecanismos telemáticos. Subordinação: pode acarretar maior autonomia na execução das tarefas, mas a subordinação jurídica pode estar presente, inclusive com o controle de jornada, mormente se o trabalho for desenvolvido em conexão direta com o computador central. c) TELETRABALHO NÓMADE O Teletrabalho nômade, também chamado de móvel, é aquele prestado por trabalhadores sem lugar determinado para o desenvolvimento de suas tarefas. Estes trabalhadores laboram por um curto espaço de tempo em outras empresas a quem não estão subordinados. Subordinação: não afasta a possibilidade de existência do liame empregatício, basta a existência dos requisitos trazidos no art. 3° da C L T para configurar a existência da relação de emprego. Cooperativas de Trabalho (Lei 12.690/2012) Considera-se cooperativa de trabalho a sociedade constituída por trabalhadores para o exercício de suas atividades laborativas ou profissionais com proveito comum, autonomia e autogestão para obterem melhor qualificação, renda, situação socioeconômica e condições gerais de trabalho. Espécies de Cooperativa - de produção: quando constituída por sócios que contribuem com trabalho para a produção em comum de bens e a cooperativa detém, a qualquer título, os meios de produção - de serviço: quando constituída por sócios para a prestação de serviços especializados a terceiros, sem a presença dos pressupostos da relação de emprego. Objetivo: as sociedades cooperativas têm por finalidade a prestação de serviços aos associados para o exercício de uma atividade comum, econômica, sem que http://www.normaslegais.com.br/legislacao/lei-12690-2012.htm tenham objetivo de lucro. Obs: as cooperativas não podem juntar várias funções simultaneamente (ex: motoristas, porteiros, etc).\ Vínculo empregatício na cooperativa– Inexistência Inexiste vínculo empregatício entre associados e a sociedade cooperativa de qualquer natureza, entretanto, as cooperativas igualam-se às demais empresas em relação aos seus empregados para os fins da legislação trabalhista e previdenciária. Exerce atividade autônoma o trabalhador associado à cooperativa que, nessa qualidade, presta serviços a terceiros, entretanto, é possível que o associado seja contratado como empregado pela cooperativa, hipótese em que perderá o direito de voto e o de ser votado até que sejam apreciadas as contas do exercício em que foi desfeita a relação empregatícia. Suspensão e Interrupção Do Contrato De Trabalho Interrupção Na interrupção do contrato o empregado continuaria recebendo salários e haveria a contagem do tempo de serviço. Trata-se, portanto, de suspensão parcial, como paralisação temporária da prestação dos serviços, com a manutenção do pagamento de salários ou algum efeito do contrato de trabalho. Hipóteses de interrupção do contrato de trabalho a) Até 2 (dois) dias consecutivos no caso de falecimento de cônjuge, ascendente (pais, avós, bisavós etc), descendente (filhos, netos, bisnetos etc), irmão ou pessoa que viva sob dependência econômica do empregado, conforme declarado em sua CTPS; b) Até 3 (três) diasconsecutivos, em virtude de casamento; c) Por 1 (um) dia, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana - direito que foi ampliado para 5 (cinco) dias; d) Por 1 (um) dia, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada, a cada 12 meses; e) Até 2 (dois) dias, consecutivos ou não, para o fim de alistar-se eleitor, nos termos da lei; f) No período de tempo em que tiver de cumprir exigências do serviço militar ( no caso de prestação de serviço militar, enquanto perdurar a prestação do serviço serão computados como tempo de serviço e a obrigação dos depósitos do FGTS pelo empregador) g) Nos dias em que estiver realizando exames vestibulares para ingresso em estabelecimento de ensino superior, desde que devidamente comprovado; h) Pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. - Aborto não criminoso: a mulher possui direito a um repouso remunerado de duas semanas, com direito a retornar a função que ocupava antes do afastamento, na hipótese de aborto não criminoso, devidamente comprovado por atestado médico. https://jus.com.br/tudo/empregado O repouso remunerado será pago pela Previdência Social, sob a forma de salário- maternidade, correspondente a duas semanas. - Afastamento por doença: Os primeiros 15 dias de afastamento por motivo de doença são considerados de interrupção. Obs: o período posterior ao 15º dia a doutrina costuma classificar como hipótese de suspensão, pois, não há pagamento de salários, e sim, recebimento do benefício previdenciário. - Acidente de trabalho: é considerado interrupção mesmo após os 15 dias apesar do recebimento de auxílio-doença acidentário, tendo em vista que persiste a contagem do tempo de serviço e o empregador continua obrigado aos depósitos de FGTS durante o afastamento. - Licença maternidade: direito à licença de 120 dias, sem prejuízo do emprego e do salário, e o pagamento deve ser feito pelo empregador, que deverá promover a compensação junto à Previdência Social. Obs: durante o afastamento da empregada também são devidos os depósitos do FGTS. - Férias Anuais Remuneradas: durante as férias o empregado recebe a remuneração acrescida de um terço, tendo o período de gozo computado para todos os efeitos legais, inclusive como período aquisitivo do próximo período de férias. - Repouso semanal remunerado: trata-se de hipótese típica de interrupção do contrato de trabalho, em que o empregado não trabalha, mas seu empregador deverá obrigatoriamente pagar o salário correspondente. - Trabalho nas eleições: a Justiça Eleitoral deverá expedir uma declaração para o empregado apresentar, sem prejuízo do salário, vencimento ou qualquer outra vantagem, pelo dobro dos dias de convocação. Portanto, o direito às faltas ao trabalho, sem prejuízo de remuneração devido. - Intervalos para a amamentação: a mulher tem direito a dois descansos especiais, de meia hora cada um, para amamentar o próprio filho, até que este complete seis meses de idade. - Intervalos computados na jornada de trabalho: são hipóteses de interrupção do contrato de trabalho todos os intervalos intrajornadas computados na jornada de trabalho e que, portanto, são remunerados pelo empregador. São situações dos arts. 72, 253 e 298 da CLT. Suspensão Na suspensão, o pagamento de salários não seria exigido como também não se computará o tempo de afastamento como tempo de serviço; Entende-se como suspensão total esta, pois paralisa temporariamente a prestação dos serviços, com a cessação das obrigações patronais e de qualquer efeito do contrato enquanto perdurar a paralisação dos serviços. Hipóteses de suspensão do contrato de trabalho 1) Suspensão disciplinar 2) Faltas injustificadas ao serviço; 3) Aposentadoria por invalidez: nunca se torna definitivo, mesmo após o período de 5 (cinco) anos; 4) Prisão preventiva ou temporária do empregado 5) Condenação com trânsito em julgado, não sendo o trabalhador beneficiário da suspensão da execução da pena 6) Participação do empregado promovido pelo empregador em cursos ou programas de qualificação profissional. Durante tal período o empregador não poderá despedir o empregado desde o afastamento até 3 (três) meses após o retorno, sob pena de arcar com multa, em favor do empregado, em valor previsto em convenção ou acordo coletivo, no valor mínimo correspondente à última remuneração mensal do empregado anterior à suspensão do contrato, além de verbas rescisórias conforme previsão legal . Alteração Do Contrato De Trabalho O artigo 468 da CLT traz o principio da inalterabilidade das condições contratuais (ou principio da imodificabilidade). Requisitos da alteração a) Concordância do empregado: Essa pode ser escrita, verbal ou tácita, já que o contrato de trabalho não exige formalidade especial. b) Ausência de prejuízo ao trabalhador: o empregado não pode sofrer nenhum prejuízo, direta ou indiretamente, não só pecuniários, mas de qualquer natureza. Alterações Contratuais Subjetivas As alterações contratuais subjetivas dizem respeito a alteração das partes envolvidas em um contrato, porém as alterações subjetivas no contrato de trabalho tratam apenas da alteração da figura do empregador, pois a alteração se dá apenas no pólo passivo, através da sucessão trabalhista. Alterações Contratuais Objetivas As alterações contratuais objetivas são as que englobam as cláusulas contratuais ou circunstanciais, pois atingem o conteúdo do contrato de trabalho, modificando e afetando as cláusulas avençadas no contrato. O “JUS VARIANDI” DO EMPREGADOR O “jus variandi” se refere ao poder do empregador, exercido em face do empregado, ao estabelecer certas modificações quanto à prestação do serviço. Porém, o poder não é ilimitado. Se houver abuso, o empregado pode se opor, exercendo o seu direito chamado direito de resistência. Modalidades de “jus variandi” a) O “jus variandi ordinário”: autoriza pequenas modificações quanto ao exercício da prestação do trabalho, como por exemplo: alteração do horário de entrada/saída, uso de uniforme, etc. b) O “jus variandi” extraordinário: autoriza determinadas modificações em certas condições de trabalho de maior relevância. É exceção a regra, e por poder acarretar prejuízo ao empregado, exige-se seu exercício em hipóteses bem especificas autorizada pelo sistema jurídico. Hipóteses do “jus variandi” extraordinário Gratificação de função - para garantir a estabilidade financeira, o recebimento de gratificação de função deve ocorrer por dez anos ou mais. Presente esse tempo, se a reversão foi determinada sem justo motivo, ou seja, sem uma justificativa razoável para a medida, o empregado tem o direito de permanecer recebendo a gratificação de função, mesmo não exercendo mais a função de confiança. - Adicional noturno, alteração de turno de trabalho, possibilidade de supressão: Quando o empregado é transferido para o período diurno, ainda que implicitamente, está autorizado a referida mudança quanto ao turno de trabalho, tendo em vista que o trabalho no horário noturno é até mesmo prejudicial à saúde do empregado, autorizando ao empregador, ao exercer o "jus variandi", fundado no poder de organização do empreendimento, estabeleça a referida mudança. Obs: Não se admite a menciona alteração no turno de trabalho se o motivo for de perseguição contra o empregado, ou se houver tratamento discriminatório. Nesses casos, de abuso do exercício do direito do empregador, o empregado pode exercer seu direito de resistência ao requerer a invalidação do ato abusivo, ou mesmo eventual dispensa indireta inclusive com possíveis reparações de dano moral e material. O entendimento doutrinário é a mudança de turno depende da concordância do empregado.Alterações que dependem da tutela sindical Não há limites para a redução de salários, nem se exige mais a ocorrência de força maior ou prejuízos ao empregador. A única exigência é que essa redução seja pactuada em convenção ou acordo coletivo, e respeitado o salário mínimo. Outra hipótese de alteração sob tutela sindical, é quanto a jornada dos trabalhadores em turnos ininterruptos de revezamento, que é de seis horas, exceto se houver negociação coletiva que poderá autorizar jornada superior (até oito horas) sem pagamento de horas extras ou compensação. TRANFERÊNCIA DE EMPREGADOS Regra geral: impossibilidade de transferência sem anuência do empregado (não considera transferência a que não acarretar, necessariamente, a mudança de seu domicílio). Durante o período de transferência o empregado terá direito a um adicional de 25% do salário. Esse só é devido na transferência provisória e não na definitiva. Obs: entende-se que toda transferência é provisória até prova inequívoca no sentido contrario, ou se houver fechamento do local em que trabalhava o empregado. Independente de ser definitiva ou provisória, o empregador deve suportar as despesas que gerar, inclusive o direito ao aumento do vale transporte. - Possibilidade de transferência, sem a anuência do empregado: quando se tratar de exercício de cargo de confiança ou quando houver cláusula explicita ou condição implícita de transferência e está decorra de real necessidade de serviço. É, pois, uma hipótese de "jus variandi" do empregador. -Transferência no caso de extinção do estabelecimento em que trabalhar o empregado: essa é a transferência definitiva e independe da anuência do empregado, que é obrigado a se apresentar a nova sede da empresa. - Possibilidade da transferência se houver necessidade do exercício: outra hipótese de “jus variandi”, dependendo sempre da concordância do empregado, exceto nos casos de transferência unilaterais (não dependem da concordância), que são: a) Fechamento do estabelecimento b) Exercício de cargo de confiança c) Quando houver clausula explicita ou condição implícita de transferência no contrato. Compensação De Horários Admite-se a compensação de jornada por acordo ou convenção coletiva, e desde não haja norma coletiva em sentido contrario. É admitida também por acordo individual ou escrito, mas não se admite acordo verbal ou tácito. Jornada De Trabalho É o período estabelecido no contrato da empresa que deve ser cumprido pelo empregado. A CLT prevê a quantidade máxima de 8 horas diárias, um total de 44 horas semanais, desde que não seja definido outro horário específico. Essas horas devem estar registradas em um documento que pode ser chamado de folha de ponto para o controle de horas. Ele anotará o seu horário de saída e término, além dos intervalos. Intervalos e Pausas São períodos não contabilizados dentro das horas trabalhadas. Quando o indivíduo possui uma jornada com mais de 6 horas, por exemplo, deverá ter no mínimo 1 hora de intervalo e no máximo 2 horas. Obs: o empregador deve tolerar atrasos de até cinco minutos de seus empregados, enquanto o empregado não poderá postular o pagamento de horas em face de marcação de ponto com até cinco minutos de antecedência do horário normal ou cinco minutos excedentes por ocasião da saída. O tempo que o empregado leva para chegar até o local de trabalho e para retornar, por qualquer meio de transporte não será computado na jornada, salvo se for local de difícil acesso ou não servido por transporte público. Jornada de trabalho especiais BANCÁRIOS: O art. 224 da CLT assegura jornada de trabalho de 6 horas contínuas aos bancários, exceto sábado, totalizando 30 horas semanais. Exceção: bancários que exercem funções de direção, gerência, fiscalização, chefiam e equivalente, ou que desempenhem cargo de confiança, desde que recebam gratificação de função de pelo menos um terço do salário efetivo, a jornada será de 8 horas diárias, limitadas há 40 horas semanais, já que não existe expediente bancário aos sábados. Obs: a configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é insuscetível de exame mediante recurso de revista ou de embargos. SÚMULA 199. BANCÁRIO. I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão do trabalhador bancário, é nula. Os valores assim ajustados apenas remuneram a jornada normal, sendo devidas as horas extras com o adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento), as quais não configuram pré-contratação, se pactuadas após a admissão do bancário. ADVOGADOS: é assegurada jornada de 4 horas contínuas ao advogado, limitada a 20 horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou no caso de dedicação exclusiva (não implica exclusividade na prestação de serviços, e sim, o profissional cumpre jornada de 40 horas semanais, com previsão expressa no contrato individual de trabalho. Outras categorias a) Jornada de 6 horas ou 36 horas semanais aos empregados em serviço de telefonia, telegrafia submarina e subfluvial, de radiotelegrafia e radiotelefonia. b) Jornada de 6 horas aos operadores cinematográficos c) Jornada de 6 horas ou 36 semanais aos empregados em minas de subsolo d) Jornada de 5 horas aos jornalistas profissionais e) O ascensorista tem assegurada a jornada de 6 horas. MÉDICOS: sujeitam-se a uma jornada mínima de 2 horas e máxima de 4 horas, salvo clausula contratual em sentido contrario, e o mesmo dispositivo assegura jornada de 4 horas aos auxiliares do médico. Empregados excluídos das regras de limitação da jornada Alguns empregados, por exercerem função incompatível com fixação de horário, foram excluídos da regra que limita a jornada de trabalho. São eles: - os empregados que exerce atividade externa incompatível com a fixação, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho; - os gerentes, diretores, chefes de departamento ou filial (quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação da função se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40%) - os empregados em regime de teletrabalho. Acordo de compensação de horário Distribuição das horas de um dia pelos demais dias da semana (trabalhar 1hr a mais por dia e não trabalhar no sábado), já que a soma das jornadas completa às 44 horas, ou por meio do “banco de horas”. Pode ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou CCT, o excesso de horas em dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de 1 ano, à soma das jornadas semanais, nem seja ultrapassado o limite máximo de 10 horas diária. Obs: se houver rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, o trabalhador terá direito ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre a remuneração que recebia na data da rescisão. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. As horas trabalhadas além da jornada semanal normal serão pagas como horas extras, já as que forem compensadas, deveram ser pago apenas o adicional por trabalho extraordinário. Forma de acordo: não é admitido o acordo individual verbal, tampouco tácito para a compensação de horas. O banco de horas pode ser combinado por acordo individual escrito, desde que a compensação seja feita no período máximo de 6 meses. Acordo de prorrogação de horário Conceito: significa acrescer horas suplementares à jornada normal de trabalho, sendo que a duração normal do horário de trabalho poderá ser acrescentada de horas suplementares,mas não pode exceder 2 horas, e deve ser feita mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou contrato coletivo de trabalho. Na prorrogação o empregado terá direito a remuneração de horas extras com acréscimo de no mínimo 50%. A prorrogação diária se for maior que duas horas implica infração administrativa, mas não exime do empregador pagar todas as horas extras realizadas. Obs: é vedado ao menor de 18 anos o acordo de prorrogação. Se houver motivo de força maior, excepcionalmente pode haver a prorrogação até no máximo 12 horas, se o trabalho do menor for imprescindível ao funcionamento da empresa. Também não é permitida a prorrogação de horas aos cabineiros de elevador. Regime de tempo parcial Conceito: é considerado o trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda 30 horas semanais, e no qual os trabalhadores estão proibidos de prestar hora extra. Ou então, aquele cuja duração não exceda 26 horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até 6 horas suplementares semanais. Salário: o salário a ser pago aos empregados deve ser proporcional a sua jornada, comparado com os empregados que trabalham o período integral. Horas extras: as horas suplementares serão pagas com o acréscimo 50% do salario-hora normal. Se a jornada for inferior a 26 horas semanais, as horas suplementares serão consideradas hora extra também de 50%, estando também limitadas a seis horas semanais. Obs: o empregado pode exercer jornada de tempo parcial e converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário (conversão em dinheiro). Jornada noturna Quando o empregado realiza trabalho noturno, ele deverá pagar o adicional noturno. São todos os trabalhos realizados no horário inverso à jornada de trabalho normal. Trabalho noturno urbano: o trabalho é prestado entre 22 horas de um dia as 5 horas do dia seguinte, e deve ser observada a redução da hora noturna para 52 minutos e trinta segundos. Trabalho noturno rural: se o trabalho for realizado na lavoura (21 as 5h). Se na pecuniária (20h as 4h), e não se cogita redução da hora noturna. HORAS IN ITINERE É representado pelo tempo que o empregado se desloca de sua casa até o trabalho e vice-versa, sendo remunerado quando o transporte for oferecido pelo empregador ou quando o local que a empregada mora for de difícil acesso ou sem transporte público. Esse tempo que o empregado leva até chegar ao local de trabalho e de retorno não será computado na jornada de trabalho. Obs: a mera insuficiência de transporte publico não enseja o pagamento de horas in itinere. Se houver transporte regular em parte do trajeto percorrido, as horas limitam-se ao trecho que não for alcançado pelo transporte publico. As horas in itinere são compatíveis na jornada de trabalho, o tempo que extrapolar a jornada legal é considerado extra e deve ser pago o respectivo adicional. Período De Descanso A CLT prevê que o empregado deve, para prevenir a fadiga e estabelecer suas forças e saúde, ter alguns momentos de descanso. Esses descansos podem ser: relacionados com a jornada, relacionados com o trabalho e relacionados com o trabalho anual. Relacionados com a jornada - Intervalos Legais Os intervalos legais são períodos de tempo destinados ao descanso ou alimentação do trabalhador. - Intervalos Intrajornadas: são aqueles que ocorrem dentro da própria jornada de trabalho e que se destinam ao descanso e ou alimentação do trabalhador, podendo ou não ser remunerados. Serão remunerados quando forem computados na jornada de trabalho. Período do intervalo para a refeição e descanso: no mínimo, uma hora e, no máximo, duas horas, quando a jornada exceder a 6 (seis) horas. Obs: o intervalo poderá ser superior a duas horas, se houver acordo escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo. A inobservância do intervalo previsto no art. 71 da CLT acarreta o direito do empregado à remuneração de referido intervalo com acréscimo de pelo menos 50% sobre o valor da hora normal de trabalho. Possibilidade de fracionamento do intervalo: desde que estejam compreendidos entre o término da primeira hora trabalhada e o início da última hora de trabalho, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo, quando se tratar de motoristas, cobradores, fiscais de campo e afins nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de passageiros. Intervalos intrajornadas remunerados: a) 20 minutos de repouso para cada uma 1H40 minutos de trabalho para os empregados eu trabalham no interior de câmaras frigoríficas ou que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa; b) Intervalo de 15 minutos para cada três horas de trabalho em minas de subsolo; - Intervalos Interjornadas: período concedido entre uma jornada diária de trabalho e a próxima, ou seja, entre o fim de um expediente e o início de outro, tendo duração mínima de 11 horas. A inobservância do intervalo interjornadas implica ilícito administrativo, não autorizando por sí só, o pagamento de horas extras. Será necessário verificar se efetivamente houve a extrapolação do limite diário de (8 horas) ou do bloco semanal de (44 horas). Relacionados com o trabalho - Descanso semanal remunerado É o período de folga a que tem direito o empregado após um determinado número de dias ou de horas de trabalho por semana, devendo ser de 24 horas, preferencialmente no domingo. Salário: o salário do repouso pode ser descontado quando o empregado não tiver freqüência integral na semana. Existem empresas autorizadas a funcionar em feriados e domingos. Os empregados desses empreendimentos, que prestarem serviço aos domingos, terão direito a uma folga compensatória semanal. Já, para os que trabalham em feriados haverá folga compensatória ou pagamento da remuneração em dobro. Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho. Relacionados com o trabalho anual - Férias anuais remuneradas É o período de descanso anual, concedido ao empregado que trabalhar doze meses consecutivos para o mesmo empregador, representando o descanso pelo qual o trabalhador tem direito para eliminar o estresse físico e mental. Natureza jurídica: o instituto das férias tem dupla natureza jurídica. É uma obrigação para o empregador e um direito para o empregado. O empregador tem a obrigação de proporcionar o gozo de férias remuneradas ao trabalhador e de se abster de lhe exigir trabalho no período respectivo. Divisão dos períodos - período aquisitivo: é o espaço de 12 meses de vigência do contrato de trabalho no qual o empregador adquire o direito ao gozo de férias esse período de férias corresponderá ao máximo de 30 dias consecutivos se o empregado não tiver faltado injustificadamente mais de 5 vezes; vai se reduzindo gradativamente de acordo com o número de faltas injustificadas. Proporção das férias: I- 30(trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; II- 24(vinte e quatro) dias corridos, quando tiver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) dias de faltas; III- 18 (dezoito) dias corridos, quando tiver tido de 15 (quinze) a (vinte e três) dias de faltas; IV- 12 (doze) dias corridos, quando tiver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e dois) dias de faltas; Hipóteses de perda do direito de férias: a) Deixar o emprego e não ser readmitido dentro de 60 dias subseqüentes à saída; b) Permanecer em gozo de licença remunerada por mais de 30 dias; c) Deixar de trabalhar, com recebimento de salário, por mais de 30 dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; d) Tiver recebidoda Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 meses, embora descontínuos. - período concessivo: é o período de 12 meses subseqüentes ao período aquisitivo, no qual o empregado deve gozar as férias a que tem direito. Apenas em casos excepcionais é possível o fracionamento das férias em dois períodos, desde que nenhum deles seja inferior a 10 dias. Obs: aos menos de 18 anos e maiores de 50 o fracionamento não é permitido. Períodos: as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede ou dia de repouso semanal remunerado. Obs¹: os membros de uma família que trabalhem no mesmo estabelecimento da empresa têm direito a gozar as férias no mesmo período, ‘’se assim desejarem e se disto não resultar prejuízo ao serviço’’. Obs²: o empregado menor de 18 anos tem direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. A inobservância de concessão das férias no prazo legal importa a obrigação do empregador de pegar a remuneração em dobro, com acréscimo de um terço e sem prejuízo do gozo efetivo pelo trabalhador. - Remuneração das Férias As férias são remuneradas com acréscimo de um terço sobre o salário normal, com base na remuneração devida na data de sua concessão. Integram a remuneração das férias os adicionais legais (horas extras, insalubridade, periculosidade, noturno) pela média de 12 meses do período aquisitivo, e também será levado em conta as gratificações ajustadas, prêmios e demais parcelas de natureza salarial. Férias Coletivas São férias coletivas as concedidas, de forma simultânea, a todos os empregados de uma empresa, ou apenas aos empregados de determinados estabelecimentos ou setores de uma empresa, independentemente de terem sido completados ou não os respectivos períodos aquisitivos. Períodos: possibilidade de fracionamento em 2 períodos, desde que nenhuma seja inferior a 10 dias. No entanto, o empregador deverá comunicar referida concessão ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego, com antecedência mínima de 15 dias. - Empregados com menos de 12 meses de trabalho: o gozo de férias obedecerá à proporcionalidade de meses trabalhados iniciando-se novo período aquisitivo após o retorno. Efeitos da cessação do contrato de trabalho. Na hipótese de extinção do contrato de trabalho o empregado terá direito à indenização dos períodos de férias não gozadas, de forma simples ou em dobro, desde que não tenha sido demitido por justa causa. O período mínimo de trabalho para o recebimento das férias proporcionais, 6 seis meses. Ademais o empregado que se demite antes de completar 12 meses de serviço tem direito às férias proporcionais. Extinção Do Contrato De Trabalho - Pode ocorrer: a) Por iniciativa do empregador: Pode ser com ou sem justa causa. -> sem justa causa: o empregado é dispensado sem ter cometido alguma falta grave que implicasse diretamente na impossibilidade de continuação da relação empregatícia. Desde que o empregado não seja portador de estabilidade no emprego, poderá ser demitido sem justa causa. O empregador deverá conceder: aviso prévio de, no mínimo, 30 dias; saldo salarial; indenização de férias proporcionais; indenização de férias vencidas e não gozadas; 13° salário; acréscimo de 40% sobre os depósitos do FGTS, a ser depositado na conta vinculada do empregado, além de entregar o termo de rescisão contratual para movimentação da conta vinculada do FGTS e as guias do seguro-desemprego para que o empregado possa se habilitar ao recebimento do referido benefício. O pagamento das verbas rescisórias deve ser feito com observância da formalidade prevista no parágrafo 1° do art. 477 da CLT. -> despedida por justa causa: quando houver o cometimento por parte do empregado de alguma falta grave que, por sua vez, se caracteriza quando há a quebra do vínculo de confiança que deve existir entre empregado e empregador, tornando inviável a continuação da relação de emprego. Nesse caso, o empregado não terá direito a nenhuma das verbas supramencionadas, recebendo apenas saldo de salário; e férias vencidas, caso tenha adquirido-as. Há uma taxatividade da gravidade do ato, imperioso destacar, como requisito para a configuração da justa causa a imediação e a proibição de se punir duplamente o empregado pela mesma falta. Isto significa que a despedida por justa causa requer atuação imediata do empregador, a partir da ciência do ato faltoso, sob pena de configurar o perdão tácito. Hipóteses de justa causa De acordo com o art. 482 da CLT, constituem justa causa: a) ato de improbidade: o que indica caráter desonesto do empregado, desde furto, até apresentação de atestados falsos. b) incontinencia de conduta ou mau procedimento: a incontinência de conduta está relacionada ao desregramento do empregado na sua vida privada que possa interferir na relação de emprego. A doutrina diz que refere-se à vida sexual do empregado, tais como pratica de atos obscenos, assedio sexual, etc. c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador: atos do comércio praticados pelo empregador, restando tipificada a justa causa se não houver permissão do empregador. d) condenação criminal do empregado: transitada em julgado, não precisa ter relação com o contrato de trabalho. O empregado não pode ter obtido o beneficio da suspensão da execução da pena (sursis). e) desidia no desempenho das funções: a desídia do empregado traduz-se em desleixo, má vontade e desinteresse pelo serviço e se externa, via de regra, sob a forma de reiterados atrasos e faltas injustificadas. f) embriaguez habitual ou em serviço. g) violação de segredo da empresa: cometerá referida falta o empregado que divulgar a terceiros (empresas concorrentes ou não) algum segredo da empresa, carecendo de relevância se o faz o intuito de obter vantagem ou gratuitamente. h) ato de indisciplina ou insubordinação: a indisciplina do empregado ocorre quando descumpre ordens gerais de serviço, a serem observadas por todos os empregados, como por exemplo, fumar em local proibido. A insubordinação ocorre quando o empregado descumpre ordens pessoais de serviço. Seria a hipótese do empregado que se recusa a cumprir ordens de serviços passadas pelo chefe imediato, desde que as ordens sejam legais e morais. i) abandono de emprego: momento em que o empregado deixa de comparecer ao trabalho com ânimo de não mais retornar. Não é possível presumir, o empregador deve provar a ocorrência em eventual demanda trabalhista. j) ofensas físicas ou ato lesivo da honra e da boa fama praticados no serviço contra qualquer pessoa: a legitima defesa elide a justa causa. k) ofensas físicas ou ato lesivo da honra ou boa fama praticados contra o empregador e superiores hierárquicos: referida justa causa diverge da anterior, eis que não se limita a configuração ao meio ambiente de trabalho, podendo se dar a ofensas realizadas em locais totalmente diversos. l) prática constante de jogos de azar: o entendimento é que referida justa causa só se configura quando já prejuízo para o trabalho. Se o empregado pratica jogos de azar, mesmo com habitualidade, fora do ambiente de trabalho não há justa causa. m) perda da habitualidade ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado: referido dispositivo consolidado arrola como justa causa para a despedida do empregado a ͚͛prática ͛͛, devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios contra a segurança nacional, que podem consistir em atos de terrorismo ou subversão. b) Por iniciativado empregado: A extinção do contrato de trabalho por iniciativa do empregado pode ocorrer em três situações: -> pedido de demissão: é a modalidade de extinção do contrato de trabalho por iniciativa do empregado e sua ocorrência impossibilita a movimentação da conta vinculada do FGTS e obriga o empregado à dação do aviso prévio do empregador, sob pena de ter descontado o salário correspondente ao período. Contudo, vale lembrar que o aviso prévio dado pelo empregado ao empregador será de 8 dias se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior (art. 487, I, CLT) e o empregado contar até 12 meses de serviços prestados à empresa; e será de 30 dias nos demais casos recebimento de salário por quinzena ou tempo superior ou contar o empregado mais de 12 meses de serviços prestados à empresa – art. 487, II, CLT). Recomenda-se que o pedido de demissão seja sempre escrito. No caso do empregador que pede demissão antes de completar 12 meses de trabalho a rescisão ou pedido de demissão dispensa a assistência do sindicato profissional ou órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, mas, mesmo que seja incompleto o período de 12 meses, o empregador deve pagar as férias proporcionais ao empregado. -> rescisão indireta do contrato de trabalho: hipótese em que o contrato de trabalho se extingue por iniciativa do empregado, mas em face de justa causa praticada pelo empregador. A rescisão indireta do trabalho equipara-se à despedida sem justa causa no que respeita aos direitos do trabalhador e obrigações trabalhistas do empregador. O empregado tem direito ao aviso prévio de 30 dias, ao acréscimo de 40% sobre os depósitos do FGTS, ao seguro-desemprego, ao 13° salário e férias proporcionais (estas acrescidas de um terço) e a movimentação da conta vinculada do FGTS – além, é claro, do saldo salarial e eventuais indenizações que decorram de férias não gozadas e outros direitos não observados pelo empregador ao longo do período contratual. O empregado tem a faculdade de permanecer ou não no emprego após pleitear a rescisão indireta de seu contrato de trabalho. Nos demais casos o empregado deve se afastar imediatamente do emprego após pleitear referida modalidade de rescisão do contrato de trabalho. Hipóteses: 1) não cumprir o empregador as obrigações do contrato 2) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários͛. -> abandono de emprego. c) Por iniciativa de ambos os contratantes (acordo): que é quando tanto quando o empregador e empregado acordam em rescindir o contrato de trabalho amigavelmente. Nesse caso, algumas verbas rescisórias poderão ser negociadas, salvo as verbas salariais e as férias vencidas. E também não é permitido a movimentação no FGTS. d) em decorrência de ato ou fato de terceiro Diferença de extinção do contrato de trabalho em rescisão e cessação Rescisão: extinção do contrato por conta das PARTES – EMPREGADOR, EMPREGADOR OU AMBOS. Cessação: Resulta de um FATO – Incluindo ato de terceiro que INDEPENDE da vontade das partes. Outras formas de extinção do contrato de trabalho - Morte Do Empregado No caso de falecimento do empregado os direitos trabalhistas são devidos aos dependentes habilitados perante a Previdência Social, em cotas iguais: e, na falta destes, aos herdeiros indicados na legislação civil. Nesta hipótese de rescisão do contrato de trabalho são devidas as seguintes parcelas: 13° salário proporcional, férias proporcionais (e vencidas se houver), saldos salariais (inclusive horas extras e adicionais devidos); bem como há direito ao levantamento do FGTS. Não há direito ao aviso prévio nem ao acréscimo de 40% sobre o FGTS. - Morte Do Empregador No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, o diploma consolidado faculta ao empregado rescindir o contrato de trabalho. - Cessação Das Atividades Do Empregador A cessação das atividades do empregador – que pode decorrer de falência, insolvência civil ou fechamento do estabelecimento sem a transferência para outra unidade - acarreta a rescisão do contrato de trabalho. Nesta hipótese compreende- se que a extinção do contrato de trabalho se equipara à despedida sem justa causa, não militando em favor do empregador a alegação de que a rescisão tenha se dado por motivo de força maior. - Término Do Contrato Por Tempo Indeterminado O término do contrato por prazo determinado implica a extinção do vínculo de emprego e conseqüente satisfação de 13° salário proporcional, férias proporcionais acrescidas de um terço, saldos salariais (inclusive horas extras e adicionais porventura devidos); bem como assegura o levantamento dos depósitos do FGTS. Como não se trata de ruptura do contrato por iniciativa de qualquer das partes, inexistirão o direito ao acréscimo de 40% sobre os depósitos do FGTS e a obrigação de dação do aviso prévio. Contudo, a extinção do contrato por prazo determinado antes do termo Final acarretará ao empregador a obrigação de indenizar o empregado no valor correspondente à metade da remuneração a que teria direito até o término do contrato. - Aposentadoria Espontânea Em relação à aposentadoria por idade nenhuma dúvida remanesce em face da extinção do vínculo laboral. Admitindo-se a extinção do contrato de trabalho com a aposentadoria espontânea, não haverá direito ao aviso prévio e acréscimo de 40% sobre os depósitos do FGTS. Após incontroversas, Entendeu-se, pois, o STF que a aposentadoria espontânea não extingue o contrato de trabalho, entendimento que vincula a própria Administração Pública e demais instâncias do Poder Judiciário, notadamente a Justiça do Trabalho. - Culpa Recíproca Ocorre quando há culpa por parte do empregado e do empregador. Ex: um xinga o outro, que reage dando um soco em seu rosto. Não é legitima defesa pois não há desproporção entre os atos. O empregado tem direito: a 50% do valor do aviso prévio, do 13° salário e das férias proporcionais, mas não tem direito ao seguro desemprego. O empregador fica obrigado a depositar o acréscimo de 20% sobre os depósitos do FGTS. COM A REFORMA TRABALHISTA, foi permitido que o contrato de trabalho seja extinto também por ACORDO entre empregado e empregador, e serão devidas: – Por metade: a)O aviso prévio, se indenizado; e b)A indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no parágrafo ° do art. 18 da Lei n° 8.036, de 11 de maio de 1990. – Na integridade, as demais verbas trabalhistas. Não é autorizado o seguro desemprego. Proteção Do Salário E Equiparação Salarial A proteção se dá em face do empregador, dos credores do empregado ou empregador e até mesmo em face da imprevidência do empregado. A legislação trabalhista estabelece algumas regras para proteger o salário contra abusos do empregador. Com isso ela visa a impedir, principalmente, que o empregador, de uma forma ou outra, fraude o pagamento do salário. Proteção contra os abusos do empregador. - Regras de proteção contra os abusos do empregador: a) A proibição de pagamento do salário "in natura" na sua totalidade: pelo menos 30% deverão ser pagos em dinheiro (parágrafo único do art. 82 da CLT); b) Irredutibilidade salarial: busca combater duas modalidades centrais de diminuição de salários: a redução salarial direta (diminuição nominal de salários) e a redução salarial indireta (redução da jornada ou do serviço, com conseqüente redução salarial). c) Intangibilidade salarial: veda a realização de descontos no salário d) Proibição de salários com moeda estrangeira: bônus, notas promissórias ou outros símbolos representativos de moeda, os quais não possuem curso forçado no país (art. 463 da CLT); e) Proibição de estipulação de salário por período superior a um mês e pagamentoaté o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido (art. 459 da CLT) ; f) Garantia de recebimento do salário mínimo: para quem recebe remuneração variável. Proteção contra os credores do empregado Não é objeto da legislação do trabalho, porém o CPC C disciplina a impenhorabilidade dos t salários, salvo para pagamento de prestação alimentícia. Proteção contra os credores do empregador - Proteção jurídica na recuperação extrajudicial: A recuperação extrajudicial atinge certos créditos dirigidos contra o patrimônio do empregador, ampliando o prazo de pagamento de tais parcelas e reduzindo-lhes o custo financeiro regular. Todavia, não produz efeitos no Direito do Trabalho, não atingindo os créditos trabalhistas. - Recuperação judicial: A recuperação judicial dilata em até 01 ano o prazo para pagamento dos salários. Apenas os créditos salariais vencidos nos últimos 03 meses, até o limite de 05 salários mínimos por empregado, deverão ser pagos em até 30 dias. Portanto, essa forma de recuperação da empresa afeta diretamente o obreiro, pondo em risco a sua subsistência e de sua família, em face do caráter alimentar do salário. - Proteção jurídica na falência do empregador: tem direito ao recebimento dos salários subsiste, cumprindo assinalar que consistem créditos privilegiados a totalidade dos salários devidos ao empregado e indenizações a que tenha direito, até o limite de 150 salários-mínimos (art. 83, I, da Lei 11.101 de 2005). O que excede a 150 salários-mínimos é considerado crédito quirografário (art. 83, VI, "c"), sujeitando-se ao rateio. Equiparação Salarial -> Um trabalhador que exerce uma determinada função, mas na verdade tem atribuições de um cargo superior, pode pedir equiparação salarial. -> Função idêntica: sendo a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não for superior a 2 anos (art. 461 da CLT). -> Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquele que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente, ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante (art. 460 da CLT). Requisitos 1) Identidade de funções; 2) Trabalho de Igual valor (aquele realizado com a mesma produtividade e igual perfeição técnica entre pessoas cuja diferença de tempo na função não seja superior a dois anos); 3) Prestação de serviços ao mesmo empregador; 4) Prestação de serviços na mesma localidade (observamos que se refere, em princípio, ao mesmo Município); 5) Simultaneidade na prestação dos serviços; 6) Ausência de quadro de carreira devidamente homologada no órgão competente (A existência de quadro de carreira, devidamente homologado perante o órgão http://www.guiatrabalhista.com.br/tematicas/clt.htm http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salarios_pgto.htm competente, também exclui o direito de equiparação salarial, desde que haja previsão de promoções); 7) O paradigma não esteja em regime de adaptação (não poderá servir de paradigma para fins de equiparação salarial o empregado que esteja em regime de readaptação por motivo de doença física ou mental atestada pelo órgão previdenciário). Estabilidade no Emprego Trata-se do direito do empregado de permanecer no emprego, mesmo contra a vontade do empregador, desde que inexista fato objetivo que justifique a extinção do contrato de trabalho. Espécies de estabilidade - Legal: decorre da lei (ex: gestante, dirigente sindical e membros do CIPA); - Convencional: aquela prevista no próprio contrato de trabalho, em convenção coletiva ou acordo coletivo - Absoluta: é aquela que assegura a permanência do trabalhador no emprego, salvo na hipótese da extinção da empresa, do estabelecimento ou setor em que trabalha o empregado, bem como no caso de cometer falta grave, nos termos da lei. Exemplos: estabilidade decenal (dos empregados urbanos, exceto os empregados domésticos, não optantes pelo FGTS , que completaram 10 anos de serviço na mesma empresa antes da promulgação da Constituição Federal de 1988); dos empregados dirigentes sindicais (desde o registro da candidatura e, se eleitos, até um ano após o término do mandato); dos membros representantes dos empregados nas comissões de conciliação prévia (desde a candidatura até um ano após o término do mandato); dos empregados de empresas que sejam eleitos diretores de sociedade de cooperativas por eles próprios criadas. - Relativa: o empregador pode rescindir o contrato de trabalho do empregado nas hipóteses de ato faltoso. -> Hipóteses: - da empregada gestante desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto; - do empregado eleito membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, inclusive na condição de suplente, desde o registro da candidatura e, se eleito, até um ano após o término do mandato; - do empregado acidentado no trabalho. - Definitiva: pode ser assegurada no próprio contrato ou normas coletiva. - Provisória: é o período em que o empregado tem seu emprego garantido, não podendo ser dispensado por vontade do empregador, salvo por justa causa ou força maior. As estabilidades provisórias não deveriam beneficiar os empregados que estejam vinculados ao empregador por meio de contrato de trabalho por tempo determinado, a menos que as partes tivessem acordado de forma http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/justa_causa_empregado.htm diversa. Contudo, a jurisprudência evoluiu nesta questão, já admitindo a estabilidade provisória, mesmo nos contratos por tempo determinado, nas hipóteses da empregada gestante e do empregado que sofre acidente do trabalho. Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) Trata-se de uma reserva de dinheiro destinada a amparar o trabalhador momentaneamente desempregado. É assegurado o pagamento de uma indenização, com base na maior remuneração, quando o empregado está vinculado por contrato de trabalho por prazo indeterminado e é despedido sem justa causa. A indenização supramencionada corresponderá a um mês de remuneração por ano de serviço efetivo, considerando como ano completo a fração igual ou superior a 6 meses. Constituição do FGTS: é constituído de depósitos mensais, feitos pelas empresas em nome de seus empregados, no valor equivalente ao percentual de 8% das remunerações que lhes são pagas ou devidas. No caso de contrato temporário de trabalho com prazo determinado, o percentual é de 2%. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NO DIREITO DO TRABALHO PRESCRIÇÃO: Atinge a pretensão condenatória. É a perda da pretensão de reparação do direito violado, em virtude da inercia de seu titular, no prazo previsto em lei. Pode-se definir prescrição como a perda de uma pretensão (Impossibilidade de ingressar judicialmente para haver determinada verba), decorrente da falta de ação por parte do credor. É A PERDA DO DIREITO DA AÇÃO. – Perder do direito de INGRESSAR com a ação. DECADÊNCIA: Algo que ocorre em relação a extinção das ações (que só depende do titular do direito) quando a lei estabelece prazo para a propositura da ação. PERDA DO DIREITO. – Perder prazo. MAPINHA SOBRE PRESCRIÇÃO E DECADENCIA ANEXO ! PRAZOS DA PRESCRIÇÃO NO DIREITO DO TRABALHO Prazo prescricional de 5 anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho. CAUSAS DE IMPEDIMENTO DA PRESCRIÇÃO (impedem que o prazo prescricional comece a correr). Ex: Contra os menores de 18 anos não correm nenhum prazo de prescrição. Existem condições que podem ser impeditivas ou suspensivas, dependendo do momento que ocorrerem: Ex 1.) Contra os ausentes do país em serviço Publico da União, dos Estados ou dosMunicípios; 2.) Contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas em tempo de guerra. INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO: Os prazos da prescrição podem ser suspensos ou interrompidos. A suspensão do contrato de trabalho por acidente do trabalho, da percepção do auxilio doença ou da aposentadoria por invalidez NÃO SUSPENDE os prazos da prescrição quinquenal, ressalvada a hipótese de absoluta impossibilidade de acesso ao Poder Judiciário. A interrupção dos prazos prescricionais na Justiça do trabalho ocorre tanto no Ajuizamento de Protesto Judicial (medida aplicável no processo do trabalho, por força do art. 769 da CLT), assim como, na distribuição da reclamação trabalhista. No caso da propositura de outra reclamação trabalhista, a interrupção dos prazos prescricionais só será válida para os pedidos idênticos ao da ação originária, independentemente de ser a mesma causa de pedir. Já os prazos decadenciais, em regra não estão sujeitos à suspensão e à interrupção. A JUSTIÇA DO TRABALHO RECONHECE-SE COMO DE NATUREZA DECADENCIAL: - O prazo de 30 dias para ajuizamento da ação de inquérito para apuração de falta grave, na hipótese em que o empregado titular da estabilidade foi suspenso na forma do art. 494 da CLT. - O prazo de dois anos a contar do trânsito em julgado para o ajuizamento da ação rescisória, conforme Súmula 100 do TST. - O prazo de 120 dias contados da ciência, pelo interessado do ato, para requerer mandado de segurança, conforme Lei 12.016/2009. Sobre a questão observar a Súmula 632 do STF. PRESCRIÇÃO RECONHECIDA DE OFÍCIO Há quem entenda que a prescrição não deve ser reconhecida de ofício pelo juiz pela incompatibilidade com o processo trabalhista, contudo, com preceito que atualmente existe, a prescrição deve ser reconhecida de ofício pelo magistrado objetivando a segurança jurídica e a celeridade processual. “Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de ofício". Em qualquer grau de jurisdição. OBSERVAÇÕES: - As ações declaratórias não prescrevem. - A PRESCRIÇÃO PARA O AVISO DO FGTS: Prazo de 30 anos desde que na forma de pedido principal. Caso haja a necessidade de outro direito para o reconhecimento do direito atinente ao FGTS o prazo será de 5 anos (como pedido acessório). Em 13 de novembro de 2014, o plenário do STF declarou a inconstitucionalidade das normas que previam prazo prescricional de 30 anos para as ações relativas a valores não depositados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviços. O entendimento é o de que o FGTS está expressamente definido na Constituição da República (artigo 7°, III) como direito dos trabalhadores urbanos e rurais e, portanto, deve sujeitar à prescrição trabalhista de cinco anos. - Para os casos cujo termo inicial da prescrição - ou seja, a ausência do depósito do FGTS - ocorra após a data do julgamento, aplica-se, desde logo, prazo de cinco anos. Para aqueles em que o prazo prescricional já esteja em curso, aplica-se o que ocorrer primeiro: 30 anos, contatos do termo inicial, ou cinco anos, a partir do julgamento. - A prescrição para o pleito de Indenização por danos morais, atinente a alguma lesão relacionada com a relação de emprego, de acordo com a EC 45 será de competência da Justiça do Trabalho, logo caberá a prescrição bienal (dois anos após a extinção do contrato de trabalho), assim como a prescrição quinquenal (retroage 5 anos). ASSEDIO MORAL É a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comuns em relações hierárquicas autoritárias e sem simetrias, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, culpabilidade e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos com a vítima e, frequentemente, reproduzem e reatualizam ações e atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o pacto da tolerância e do silêncio no coletivo, enquanto a vítima vai gradativamente se desestabilizando e fragilizando, perdendo sua autoestima, criando o chamado terror psicológico “mobbing” – que desencadeia danos emocionais e doenças, causando depressão e até mesmo o suicídio. Caracteriza-se bullying previsto na lei 13.185/2015 – as ofensas podem ser verbais, morais (difamação calunia), psicológica (perseguir, amedrontar, intimidar), físico, material e virtual. O assedio moral afronta os princípios da dignidade da pessoa humana e valorização social do trabalho. ASSEDIO SEXUAL Assédio sexual pode ser definido como o ato de constranger alguém, prevalecendo-se de relações de confiança e de autoridade com a finalidade clara de obter vantagem sexual. Na prática, são comentários de cunho sexual, elogios inoportunos, brincadeiras fora de hora, convites invasivos, toques ou tentativas de beijo. O assedio pode ocorrer de todos os graus hierárquicos, tanto do menos para o maior, iguais ou cargos menores do abusado, embora o ultimo aconteça com menos frequência. Não se pode confundir o assedio sexual com simples gestos de gentileza, cordialidade e coleguismo. O assedio sexual acarreta grave violação da dignidade da pessoa humana, acarretando em despedida indireta em favor do empregado assediado, ou dispensa por justa causa do empregado assediador. DANO MORAL Conceito: O dano moral caracteriza-se como a ofensa ou violação dos bens de ordem moral de uma pessoa, tais sejam o que se referem à sua liberdade, à sua honra, à sua saúde (mental ou física), à sua imagem. Se tratando de PJ, o dano moral de que é vitima atinge seu nome e tradição de mercado, sofrendo sempre repercussão econômica. De qualquer modo, o dano moral implica em alguma perda e por isso deve ser indenizado, visto que, representa um aviltamento da dignidade do ofendido. Se o dano moral e material ocorrem no mesmo fato, as indenizações serão cumuláveis. – sumula 37 STJ. DANO EXTRAPATRIMONIAL Danos extrapatrimoniais são aqueles que afligem a honra, a liberdade, a imagem, a saúde, a existência em plenitude, o convívio com os entes mais próximos, enfim, a própria dignidade do ser humano. Nesse aspecto, a reforma trabalhista dispõe que o dano extrapatrimonial se refere à lesão moral ou existencial, e que a respectiva indenização passa a ter limites máximos de pagamento, considerando especialmente a natureza da afronta e o último salário contratual do trabalhador prejudicado. – art. 223
Compartilhar