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MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO

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1 
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS EM MEIO ABERTO 
 
 
Definição de medida sócio-educativa 
Se um adolescente comete um ato infracional, lhe é aplicada uma medida sócio-
educativa. As medidas sócio-educativas se encontram elucidadas no art. 112 da Lei nº 
8.069/90(o ECA)
 1
, e detalhadas em artigos próprios. Essas medidas visam a atenção integral 
aos adolescentes autores do ato infracional, para que não ocorra uma reincidência. As medidas 
sócio-educativas sempre devem ser aplicadas levando-se em consideração as características 
do ato infracional cometido. 
O adolescente acusado de ato infracional tem direito a um devido processo legal, 
tendo direito a defesa. Após o processo, caso o adolescente seja considerado culpado, a 
medida é aplicada pelo Juiz da Vara de Adolescentes em Conflito com a Lei. A medida 
aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a 
gravidade da infração. 
Quando são aplicadas pelo MP ou pela autoridade judiciária, as medidas sócio-
educativas da liberdade assistida ou da prestação de serviço à comunidade, o adolescente (que 
deve estar acompanhado dos pais ou do responsável) será encaminhado ao Centro de Sócio-
educação (CENSE), com data pré-estabelecida para acolhimento. O adolescente e seus 
responsáveis então serão informados a respeito de como a medida será executada, e as 
consequências de seu eventual descumprimento. 
Então, será elaborado um “Plano Individual de Atendimento (PIA)”, de acordo 
com o disposto no art. 100, p. ú., incisos XI e XII, da Lei nº 8.069/90. 
 
1
 Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as 
seguintes medidas: 
I - advertência; 
II - obrigação de reparar o dano; 
III - prestação de serviços à comunidade; 
IV - liberdade assistida; 
V - inserção em regime de semi-liberdade; 
VI - internação em estabelecimento educacional; 
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. 
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a 
gravidade da infração. 
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado. 
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e 
especializado, em local adequado às suas condições. 
 
2 
A elaboração do PIA é de responsabilidade da equipe técnica da entidade 
responsável por monitorar a execução da medida, e terá como base o depoimento do 
adolescente e do seu grupo familiar, além dos relatórios/pareceres das equipes técnicas de 
todos os órgãos públicos, programas e entidades que prestarem atendimento e/ou orientação 
aos mesmos. Cópias deste PIA serão encaminhadas ao Juiz. 
As medidas sócio-educativas possuem dupla dimensão: uma dimensão formal 
jurídico-sancionadora e uma dimensão substancial ético-pedagógica, ou seja, uma dimensão 
de natureza coercitiva e uma dimensão de natureza educativa e protetiva (essa é a que 
prevalece). 
O caráter pedagógico da medida sócio-educativa é o que a diferencia da 
conceituação de pena. (COSTA) 
O adolescente que se encontra em medida sócio-educativa deve ter providenciadas 
condições de vida dignas e ser reconhecido como sujeito que pertence a uma coletividade. 
As medidas sócio-educativas são: 
Advertência: Se encontra conceituada no art. 115 do ECA, que diz que “A 
advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e assinada.”. A 
advertência é uma repreensão judicial, e tem como objetivo esclarecer ao adolescente as 
possíveis consequências que acarretariam uma reincidência infracional. Esta medida é 
aplicada ao adolescente que tenha sido autor de ato infracional leve, e que seja primário, pois 
é possível presumir-se que uma advertência se mostre suficiente. Normalmente a execução 
desta medida é realizada pelo Juiz da Infância e da Juventude (ou pelo Juiz da comarca, se for 
vara única). 
Reparação de dano: está conceituada no art. 116 do ECA, que explica que “Em se 
tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o 
caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra 
forma, compense o prejuízo da vítima.”. Porém, se não for possível que o dano seja reparado 
por qualquer razão, esta medida será troca por outra que se mostre adequada. 
Semi-liberdade: esta medida está conceituada no art. 120 do ECA que diz que “O 
regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de transição 
para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas, independentemente de 
autorização judicial.” A semi-liberdade é uma alternativa ao regime de internamento, 
privando apenas parcialmente a liberdade do jovem, não retirando totalmente seu contato com 
a comunidade. Esta medida não pode exceder três anos, como mostra o § 2º do Art. 120 
combinado com o § 3º do Art. 121, ambos do ECA. Enquanto durar o período do 
3 
cumprimento da medida, o adolescente deverá realizar avaliações periódicas que devem ser 
realizadas, no máximo, a cada seis meses, e partir do laudo resultante destas pode haver a 
sugestão de progressão para medidas em meio aberto, ou seja, liberdade assistida ou prestação 
de serviços à comunidade, ou, caso seja atestado que o cumprimento se mostrou satisfatório, 
pode ser efetuado o seu desligamento definitivo do programa de atendimento. 
Internação: Encontrada no art. 121 do ECA, que dispõe “A internação constitui 
medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito 
à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.”, é a medida mais restritiva. A aplicação 
desta medida sócio-educativa (devido ao fato de ela ser a mais gravosa, já que restringe 
integralmente a liberdade do adolescente) só pode ser efetivada em situações que já sejam 
admitidas pela lei, não podendo o julgador definir de acordo com seu critério pessoal. 
A Semi-liberdade e Internação são as únicas medidas, entre as que se encontram 
previstas ao adolescente infrator, que implicam a institucionalização. 
Existem ainda outras duas medidas sócio-educativas, que são medidas sócio-
educativas em meio aberto, e serão o foco central do presente trabalho: Prestação de Serviço a 
Comunidade(PSC) e Liberdade Assistida(LA). 
 
Prestação de Serviço a comunidade (PSC) 
 
A Prestação de serviço a comunidade se encontra estabelecida no artigo 117 do 
ECA
2
,e tem por característica a possibilidade de permitir que o adolescente possa reparar, 
através da realização de tarefas gratuitas de interesse geral, o dano causado à coletividade. O 
período do PSC não pode exceder seis meses. 
A execução da medida socioeducativa de PSC requer uma equipe técnica, que 
deve ser composta, no mínimo, por um técnico que pode ficar responsável por no máximo 
vinte adolescentes, uma referência sócio-educativa com no máximo dez adolescentes, e um 
orientador sócio-educativo que atenda no máximo dois adolescentes simultaneamente, para 
que não haja sobrecarga, e o atendimento individualizado seja possível. 
 
2
 Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por 
período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos 
congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. 
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo ser cumpridas 
durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a 
não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho. 
 
4 
A referência e o orientador sócio-educativo serão pessoas próprias dos locais de 
prestação de serviço, e estarãoincumbidos de acompanhar se o adolescente está devidamente 
cumprindo a medida. (SINASE) 
As tarefas executadas na PSC devem ser atribuídas de acordo com a aptidão do 
adolescente, e devem ser cumpridas em jornada máxima de oito horas semanais que podem 
ocorrer aos sábados, domingos e feriados, também podendo acontecer em dias úteis, se não 
prejudicarem a frequência escolar ou a jornada de trabalho. 
A PSC possui forte apelo educativo, afinal, envolve o adolescente que se encontra 
em situação conflituosa com a lei e a comunidade, e o leva a tentar, através de atividades que 
melhores a experiência da vida comunitária, a uma autorreflexão para o reconhecimento da 
sua conduta indevida e um fortalecimento da convicção do seu próprio valor como ser 
humano. 
Além disso, há também forte apelo comunitário, pois a comunidade do 
adolescente acaba se encontrando envolvida na realização desta medida. Antes mera 
observadora, a comunidade deve agir como executora da Doutrina de Proteção integral. Há o 
envolvimento do adolescente, de sua família e da comunidade nos serviços e bens sociais 
comunitários. 
A PSC traz ao adolescente a possibilidade de retornar à comunidade através da 
realização de tarefas e/ou serviços prestados gratuitamente por ele em junto a entidades 
sociais, hospitais, escolas, programas sociais e comunitários. O bem comum é satisfeito, pois 
é através da solidariedade social, do apoio mútuo e do vínculo de co-responsabilidade que 
interagem os homens entre si. O jovem, durante a execução do serviço, acaba refletindo sobre 
a infração cometida. 
Em primeiro momento o adolescente é acolhido no Centro de Sócio-educação, o 
CENSE, ou, caso não haja um CENSE no município, o acolhimento ocorre pelo órgão gestor. 
Em seguida, é apresentado ao jovem a equipe técnica que irá acompanhar o cumprimento da 
medida, e esta irá realizar os esclarecimentos em relação ao trabalho que o adolescente irá 
desenvolver, as normas para o cumprimento, e os deveres do adolescente e familiares. Haverá, 
também, o agendamento da primeira entrevista com o adolescente, que ocorrerá 
simultaneamente com a família. A primeira entrevista familiar poderá ocorrer em visita 
domiciliar ou no próprio Órgão Gestor. 
As entidades ou instituições na qual o serviço comunitário será realizado devem 
possuir estruturação adequada e atividades que apresentem equidade em relação às aptidões 
dos adolescentes, e regularidade com as normas vigentes. A localidade onde as atividades 
5 
serão realizadas devem se encontrar situadas o mais próximo possível da residência do 
adolescente. A equipe técnica deve estar devidamente preparada para realizar o atendimento 
do adolescente e sua família, sempre prezando pelo respeito e pela dignidade. 
As atividades jamais devem apresentar caráter humilhante, perigoso, penoso ou 
degradante ao adolescente, como é disposto em nossa própria legislação, seja na CLT (arts. 
403 a 405), ou no ECA(art. 67), além de resoluções esparsas. 
A equipe técnica responsável por acompanhar o adolescente realizará visitas 
periódicas às entidades ou instituição nas quais a medida tem sido executada, para correção de 
eventual problema, ou apenas para orientar os responsáveis da entidade ou instituição a 
respeito das atividades do adolescente. 
Além deste acompanhamento do andamento da atividade, deve haver um 
acompanhamento da vida pessoal do adolescente e de seu meio de convivência, observando se 
a frequência escolar se encontra correta, se os pais tem se mostrado presentes ou ausentes na 
vida do jovem (ou qualquer outro problema de natureza familiar), e se esta não se está 
fazendo uso de substância psicoativa de qualquer natureza. Caso algum problema seja notado, 
pode haver o apoio do Conselho Tutelar Municipal, e as devidas providências serem tomadas, 
sejam elas simples advertência, ou até mesmo o encaminhamento do adolescente e sua família 
para que tenham atendimento complementar em outros programas e serviços, como, por 
exemplo, os CREAS/CRAS e CAPs. 
 
 
Liberdade Assistida (LA) 
 
A medida sócio-educativa da Liberdade assistida (LA) se encontra no art. 118 do 
ECA
3
. A LA determina condições ao cotidiano de vida do adolescente, tendo em vista que 
haja o redimensionamento de suas atitudes, valores e a convivência com a família e a 
comunidade. 
O adolescente que estiver com esta medida é encaminhado ao órgão gestor 
(normalmente ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS). O 
 
3
 Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada para o fim de 
acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente. 
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por 
entidade ou programa de atendimento. 
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser 
prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. 
 
http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaoespecial/creas
6 
acompanhamento, auxílio e orientação do adolescente são realizados por equipes 
multidisciplinares. 
Diferente da Prestação de Serviços a comunidade, a Liberdade assistida possui um 
prazo mínimo de vigência de seis meses, e este prazo pode se estender até o adolescente 
completar vinte e um anos(vale dizer que há debate jurídico acerca da aplicação da LA em 
jovens acima dos dezoito anos). 
Quem faz o acompanhamento do adolescente na Liberdade Assistida é o 
orientador social, e este tem regras a serem obedecidas enquanto estiver realizando o 
acompanhamento. Tais regras se encontram no artigo 119 do ECA
4
, que dispõe, entre outras 
funções, que cabe ao orientador inserir a família do adolescente em programa de auxílio e 
assistência social, supervisionar o aproveitamento escolar do adolescente (promovendo, 
inclusive, sua matrícula) e ainda diligenciar para que o jovem seja inserido no mercado de 
trabalho. 
O próprio artigo 119 do ECA diz que o orientador contará com “o apoio e a 
supervisão da autoridade competente”, no caso o Juiz, e que fará relatórios do caso. Tais 
relatórios constarão se o jovem já se mostra merecedor que ocorra a extinção da medida, ou se 
a Liberdade assistida não se mostra suficiente e outra medida socioeducativa se faz 
necessária. 
Assim, e o adolescente apresenta comportamento inverso ao definido pela LA, 
como também ocorre na Prestação de Serviços a comunidade, caso as condições sejam 
descumpridas, o juiz pode determinar, inclusive, a possibilidade de privação de liberdade do 
adolescente, impondo medida sócio-educativa de internação. Na via oposta, verificando-se 
que a Liberdade Assistida teve êxito em relação a orientação do adolescente, com a 
ressocialização e a socioeducação, tendo ocorrido satisfatoriamente, a extinção da medida 
deve ser requerida pelo orientador. 
Vale dizer que muitos especialistas consideram a LA como “a rainha das 
medidas”, pois, quando bem elaborada, é a medida com os menores índices de reincidência, o 
 
4
 Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização dos 
seguintes encargos, entre outros: 
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, 
em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social; 
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula; 
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho; 
IV - apresentar relatório do caso. 
 
7 
que reforça a importância de haver acompanhamento personalizado e minucioso de cada caso, 
para que a ressocialização seja devidamente alcançada. 
Apesar de ser executadaem meio aberto, a LA possui características coercitivas, 
pois, assim como na Prestação de Serviços a Comunidade, há um acompanhamento da vida 
social do adolescente. Porém, também uma intervenção educativa que se manifesta através do 
acompanhamento personalizado para cada adolescente, garantindo a este inserção na 
comunidade, incentivo ao mantimento de frequência escolar satisfatória, fortalecimento dos 
vínculos familiares e inserção no mercado de trabalho(através do término dos estudos e com 
cursos de orientação profissional e profissionalizantes) e, por conseguinte, um sentimento de 
proteção envolve o adolescente. 
 
O SINASE diz a respeito da LA: 
 “O cumprimento em meio aberto da medida sócio-educativa de 
Liberdade assistida tem como objetivo estabelecer um processo de 
acompanhamento, auxílio e orientação ao adolescente. Sua 
intervenção e ação sócio-educativa deve estar estruturada com ênfase 
na vida social do adolescente (família, escola, trabalho, 
profissionalização e comunidade) possibilitando, assim, o 
estabelecimento de relações positivas, base de sustentação do processo 
de inclusão social a qual se objetiva. Desta forma o programa deve ser 
o catalisador da integração e inclusão social desse adolescente e sua 
família. Na execução da medida socioeducativa de liberdade assistida 
a equipe mínima deve ser composta por técnicos de diferentes áreas 
do conhecimento, garantindo-se o atendimento psicossocial e jurídico 
pelo próprio programa ou pela rede de serviços existentes, sendo a 
relação quantitativa determinada pelo número de adolescentes 
atendidos.” 
 
 
Os doutrinadores criadores do ECA afirmam com unanimidade que a LA não se 
trata de um instituto inovador, pois, segundo eles, no Código de menores há um instituto 
muito parecido, a Liberdade Vigiada. Porém, ao fazer comparação da liberdade vigiada e da 
liberdade assistida, é possível perceber que, enquanto esta tem o objetivo de evitar que o 
adolescente pratique novamente o ato infracional, mas, acima disso ajudar o jovem a construir 
uma vida melhor, com reforço dos laços familiares e comunitários, aquela possui visão do 
jovem como objeto de intervenção judicial, que, em nome de uma suposta regularização da 
situação na qual se encontra o “menor”, deverá ele sofrer a intervenção do juiz, que atuará 
como um pai enérgico com o único intuito de corrigir o jovem, fazendo aquilo o que a família 
não fez. Não há intenção de reforçar os laços familiares, apenas um intuito de “correção à 
8 
força”. Com o advento da doutrina da proteção integral, o magistrado não mais é um 
interventor na vida do adolescente, e sim um protetor, um apoiador. 
As medidas da Liberdade Assistida e da Prestação de Serviços a Comunidade tem 
como objetivo central possibilitar ao adolescente que este rompa com a criminalidade, através 
do empenho e cooperação do mesmo, da família, da equipe técnica que acompanha o caso e 
da própria sociedade, que deve realizar a quebra dos preconceitos impostos a jovens ainda em 
fase de desenvolvimento pessoal ( e que, por isso, acaba vulnerável a influências, sejam elas 
positivas ou negativas), e com a quebra de tais preconceitos, uma ressocialização de mostrará 
possível.

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