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Prof. Dr. João Coin UNIDADE I Realidade Institucional das Práticas Sociais O objetivo desta disciplina é tratar da especificidade da atuação do psicólogo junto às instituições por meio do compromisso social da prática profissional em torno de três vértices: o teórico (área da Psicologia), o situacional (a realidade brasileira), e o temático (processos institucionais), relativos à ação profissional em meio às políticas públicas destinadas à promoção e à defesa de direitos sociais. Para isso: Apresentação do lugar da Psicologia no diálogo interdisciplinar e intersetorial relacionado às políticas públicas; Reconhecimento da complexidade das relações de trabalho com diferentes profissionais; Consideração de práticas profissionais baseadas no acolhimento e nas práticas de cuidado. Apresentação: Realidade Institucional das Práticas Sociais Leitura obrigatória: BOCK, A. M. B. A Psicologia a caminho do novo século: identidade profissional e compromisso social. Estudos de Psicologia, v. 4, n. 2, 315-329, 1999. Disponível em: https://www.scielo.br/j/epsic/a/3kb7RpBydsW5QmGZxNGTwBQ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 13 ago. 2021. Leituras complementares: BOCK, A. M. B. Psicologia e sua ideologia: 40 anos de compromisso com as elites. In: BOCK, A. M. B. (Org.). Psicologia e compromisso social. São Paulo: Cortez, 2009. BOCK, A. M. B. Formação do psicólogo: um debate a partir do significado do fenômeno psicológico. Psicol. cienc. prof., v. 17, n. 2, 1997. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414- 98931997000200006. Acesso em: 15 mai. 2022. Compromisso social As ideias e teorias psicológicas historicamente responderam aos interesses das elites. Controle, higiene, diferenciação e categorização da população, com vistas à reprodução do capital. Colônia: exploração. Ideias psicológicas com vistas ao comportamento e aos aspectos morais de indígenas, mulheres e crianças. O papel da Igreja e de Portugal. Império: ideias psicológicas voltadas à higienização, na Medicina e na Educação. Moral como natural. Imoralidade associada à pobreza e à negritude. República: desenvolvimento econômico: ideias psicológicas ligadas ao trabalho. Testes psicológicos para a seleção dos aptos às funções nas fábricas. Uma história de compromisso com as elites A inserção de psicólogas e psicólogos na sociedade é pequena em comparação ao seu potencial humano e técnico. Pouca diversidade na atuação e, consequentemente, limitada contribuição à sociedade. A naturalização do desenvolvimento psíquico levou ao afastamento de um projeto de ser humano e de sociedade. Feminização da profissão. Psicologia Comunitária (anos 1970). Os 60 anos de profissão regulamentada 1. Caráter ideológico da Psicologia: “Ideologia compreendida como o processo de ocultamento da base material e social das ideias, processo esse que pode se dar em decorrência de construção teórica” (BOCK, 2009, p. 21). 2. A Psicologia tem naturalizado o fenômeno psicológico: Desconsideração do cotidiano, da cultura e dos valores sociais, das formas de produção de sobrevivência e das relações sociais que permitem compreender o mundo psíquico; O “verdadeiro eu” (naturalização); Correção de desvios e patologias. Por outro lado: Subjetividade: unir o mundo objetivo e o mundo subjetivo; O mundo psicológico é construído; Falar do mundo psíquico é falar do mundo social: transformação psíquica é, necessariamente, transformação social. Alguns elementos ideológicos da profissão 3. Os psicólogos não têm concebido as suas intervenções como trabalho: Psicologia consertaria o que foi planejado pela natureza e corrompido pela sociedade; Bastaria “ajudar”, incondicionalmente, as pessoas, colaborar e intervir para que o próprio sujeito se autoconduza e se autodesenvolva; A/O psicóloga(o) trabalha para transformar na direção do que é certo/normal socialmente e, caso a pessoa se enquadre, configura-se “cura”. Por outro lado: não significa dizer que estamos além da moral e dos valores sociais, mas é necessário perceber essa relação e não naturalizar. 4. A Psicologia entende os sujeitos como responsáveis e capazes de promover o seu próprio desenvolvimento: Barão de Munchhausen: o homem como um ser capaz de, através de seu próprio esforço, se autodeterminar; Sociedade como uma barreira ao desenvolvimento; Consequências: responsabilização das pessoas pelo seu desenvolvimento. Alguns elementos ideológicos da profissão Crítica à ausência e isenção da discussão de projetos sociais na Psicologia, porque, da forma como se concebe a Psicologia, não há a necessidade de discussão. Se as relações sociais e as formas de produção da vida são responsáveis pela produção do mundo psicológico, há a necessidade de inclusão da cultura na sua compreensão. Necessidade de superação das ideologias para a construção de um compromisso com a sociedade, de trabalho pela melhoria da qualidade de vida, em nome dos direitos humanos e sociais. Fechando a reflexão Leitura obrigatória: YAMAMOTO, O. H. Políticas sociais, “Terceiro Setor” e “compromisso social”: perspectivas e limites do trabalho do psicólogo. Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 19, n. 1, p. 30-37, abr. 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-71822007000100005. Acesso em: 15 mai. 2022. Perspectivas e limites do trabalho do psicólogo Os primeiros anos da profissão foram marcados pelo elitismo, pois havia a preferência pela atividade clínica associada ao modelo de profissional liberal (médicos), afastando a profissão dos segmentos do bem-estar e do setor público. Abordagens tradicionais centradas no indivíduo, sem a consideração dos determinantes sociais da conduta humana. O contexto do desenvolvimento da profissão: Debate interno, à época do início da profissão no Brasil, restrito a um número pequeno de profissionais e de instituições de ensino; Surgimento e desenvolvimento da profissão em meio ao regime autocrático-burguês. Após o colapso do “milagre brasileiro” (fim dos anos 1970), os movimentos científico-profissionais se politizam. Na Psicologia, nos anos de 1980, destaca-se a inserção nos movimentos sociais (luta antimanicomial, Conferências Nacionais) e no campo público do bem-estar social. Compromisso social e o contexto do desenvolvimento da profissão Questão social: conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos postos pela emergência da classe operária no processo de constituição da sociedade capitalista. Manifestação no cotidiano da vida social da contradição capital-trabalho. Quando a Psicologia se insere no terreno do bem-estar social (política do Estado), a profissão (prática institucionalizada, socialmente legitimada e legalmente sancionada) é remetida para atuar nas sequelas da fragmentação da questão social. Limites da intervenção profissional: (1) organização político-econômica e situação da profissão; (2) modelo de intervenção e condições da formação; e (3) (in)capacidade de resistência das classes subalternas. Ajuste neoliberal, desajuste social e a lógica da parceria com o “Terceiro Setor”. O programa neoliberal na América Latina acentuou as desigualdades e aprofundou o quadro de miséria social. Precarização e privatização. Lógica: estatal-gratuito-precário X privado-mercantil-boa qualidade X filantrópico-voluntário-qualidade questionável. As políticas sociais (públicas) e as parcerias com o Terceiro Setor A expansão dos serviços de Psicologia para as camadas mais amplas da população tem relação com: (1) inserção no campo do bem-estar social e (2) presença no Terceiro Setor. Retomando o compromisso social, ao pensar a abrangência da profissão deve-se ir além da abertura de mercado de trabalho e considerar como alcançar determinadas parcelas da população. Ao mesmo tempo em que deve ser feita a crítica à utilização das formas convencionaise inadequadas de intervenção clínica nas diversas modalidades de ação, é preciso evitar fazer exigências que vão além das possibilidades da ação profissional (confundindo a ação profissional que comporta uma dimensão política com a ação propriamente política). A ampliação dos limites da dimensão política da ação profissional passa tanto pela aproximação com os setores progressistas para o avanço nas políticas, quanto pelo desenvolvimento de outras possibilidades teórico-técnicas no campo acadêmico e no trabalho. Políticas sociais, Terceiro Setor e os limites do compromisso social Considerando o compromisso da Psicologia com a sociedade brasileira, analise as asserções a seguir: I. As ideias e as teorias psicológicas historicamente responderam aos interesses da população em geral; II. Historicamente, as ideias psicológicas buscavam responder ao controle, à higiene, à diferenciação e à categorização da população, com vistas à reprodução do capital; III. Durante a colonização, as ideias psicológicas visavam o comportamento e os aspectos morais de indígenas, mulheres e crianças, a partir da Igreja. Está correto, apenas, o que se afirma em: a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) I. e) II. Interatividade Considerando o compromisso da Psicologia com a sociedade brasileira, analise as asserções a seguir: I. As ideias e as teorias psicológicas historicamente responderam aos interesses da população em geral; II. Historicamente, as ideias psicológicas buscavam responder ao controle, à higiene, à diferenciação e à categorização da população, com vistas à reprodução do capital; III. Durante a colonização, as ideias psicológicas visavam o comportamento e os aspectos morais de indígenas, mulheres e crianças, a partir da Igreja. Está correto, apenas, o que se afirma em: a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) I. e) II. Resposta Leitura básica: ALMEIDA, J. M. C. de. Política de saúde mental no Brasil: o que está em jogo nas mudanças em curso. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 35, n. 11, e00129519, 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 311X2019001300502&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 15 mai. 2022. Leituras complementares: BRASIL. Ministério da Saúde. Nota Técnica n. 11/2019- CGMAD/DAPES/SAS/MS. Disponível em: http://pbpd.org.br/wp-content/uploads/2019/02/0656ad6e.pdf. Acesso em: 15 mai. 2022. GULJOR, A. P. et al. Nota de Avaliação Crítica da Nota Técnica 11/2019. Disponível em: http://www.crprj.org.br/site/wp-content/uploads/2019/02/Note- tecnica-Saude-Mental.pdf. Acesso em: 15 mai. 2022. Desafios da Psicologia na saúde mental A política de saúde mental brasileira, iniciada nos anos 1980, destacou internacionalmente o Brasil no campo de saúde mental. O Brasil foi um dos primeiros países, fora do grupo dos países mais ricos, a estabelecer e a implementar uma política nacional de saúde mental. Este processo não foi isento de dificuldades: a Lei de Saúde Mental, proposta em 1989, só foi aprovada em 2001. Inicialmente, o objetivo foi substituir o modelo baseado no hospital psiquiátrico por um novo sistema de serviços baseados na comunidade e na proteção dos direitos humanos das pessoas com o transtorno mental. Com o fortalecimento da política de saúde mental, ela se estendeu a outros objetivos: A prevenção dos transtornos mentais; A atenção à saúde mental de crianças e adolescentes; As estratégias contra as dependências de álcool e outras drogas. Política de saúde mental no Brasil: as mudanças em curso O sistema psiquiátrico brasileiro, até o final da década de 1970, era marcado pelo modelo manicomial, caracterizado por baixa qualidade de cuidados e ocorrência frequente de violações dos direitos humanos. As primeiras reformas psiquiátricas (Santos/SP) tiveram um papel decisivo no desenvolvimento de um modelo adaptado ao contexto brasileiro e deram as contribuições valiosas para os primeiros passos na construção de uma política nacional de saúde mental. A política nacional de saúde mental integra-se ao processo de redemocratização iniciado no decurso dos anos 1980 e vai se fortalecendo progressivamente. Inicialmente, as reformas focaram-se na desinstitucionalização. Os principais objetivos foram a substituição progressiva dos hospitais psiquiátricos por uma rede de serviços comunitários, tendo como núcleo os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). A política de saúde mental iniciada nos anos 1980: origens e evolução O desenvolvimento da política de saúde mental no Brasil esteve, estreitamente, associado à criação do Sistema Único de Saúde (SUS), à descentralização da administração da saúde no país, à mobilização de profissionais e às mudanças sociais e culturais da sociedade brasileira. A participação de todos os setores da sociedade foi outra característica importante da reforma brasileira (profissionais, usuários, famílias, ativistas sociais e culturais, além da ligação aos movimentos globais inovadores de saúde mental). A experiência brasileira foi, depois, enriquecida pelos desenvolvimentos registrados na integração da saúde mental à Atenção Primária à Saúde. Atenção Primária à Saúde: estratégia de organização da Atenção à Saúde voltada para responder de forma regionalizada, contínua e sistematizada a maior parte das necessidades de saúde de uma população, integrando as ações preventivas e curativas, bem como a atenção aos indivíduos e às comunidades. Política de saúde mental e o SUS Entre 2001 e 2014, verificou-se uma drástica redução do número de leitos em hospitais psiquiátricos: de 53.962 para 25.988. Entre as conquistas que vieram com a Lei da Reforma Psiquiátrica (2001) esteve o desenvolvimento de serviços residenciais terapêuticos dirigidos à melhoria da atenção aos pacientes de longa permanência, acolhendo, até, oito pacientes. Outra mudança foi a diminuição de hospitais psiquiátricos com mais de 400 leitos (30% do total de leitos psiquiátricos antes da reforma e reduziram para 10,5%) e o aumento dos hospitais menores, com menos de 160 leitos (antes da reforma 22%; depois, 52%). Estratégia inovadora: Programa “De Volta para Casa” (2003). Apoio financeiro oferecido aos pacientes desinstitucionalizados; acesso ao programa de gerenciamento de casos (apoio) através do CAPS de sua área residencial. Progressos, fragilidades e desafios Fragilidades: Financiamento insuficiente para a implementação de diversos componentes da reforma; Desenvolvimento de recursos humanos; Qualidade da informação produzida pelos serviços; Integração da saúde mental na Atenção Primária; Sustentabilidade das associações de usuários. Desafios: A ampliação do acesso; Integração da saúde mental com a Atenção Primária; Desenvolvimento de respostas de internação de agudos no hospital geral; Articulação entre os vários componentes do sistema. Fragilidades e desafios Embora os documentos oficiais sobre a estratégia de governo, a partir de 2016, sejam escassos e, em muitos aspectos, contraditórios, tudo leva a crer que a estratégia que se pretende implementar tem objetivos, em muitos pontos, contrários aos da política anterior. As mudanças propostas “representam, na verdade, o abandono dos princípios legais, assistenciais e das várias estratégias de atenção psicossocial consolidados pela Reforma Psiquiátrica brasileira, com risco real de retrocessos das políticas de saúde mental no país”. Por quê? Recolocação do hospital psiquiátrico e demais serviços de internação, como as comunidades terapêuticas (álcool e drogas), no centro da assistência em saúde mental. Criação de Unidades Psiquiátricas Especializadas em hospitais gerais e Unidades Ambulatoriais Especializadas – com a fragmentação do sistema e o desaparecimento da continuidade de cuidados. Criação de serviços de internação para as crianças e os adolescentes.Mudanças após 2016 Leituras obrigatórias: SCAVACINI, K. O suicídio é um problema de todos: a consciência, a competência e o diálogo na prevenção e posvenção do suicídio. Doutorado – Programa de Pós-Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano. Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 2018. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde- 26102018-155834/publico/scavacini_do.pdf. Acesso em: 15 mai. 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e Prevenção do Suicídio, e Promoção da Saúde no Brasil: 2017 a 2020. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Leitura complementar: SILVA, M. N. R. M. O.; COSTA, I. I. A rede social na intervenção em crise nas tentativas de suicídio: elos imprescindíveis da atenção. Rev Tempus Actas Saúde Colet., v. 4, n. 1, 2010. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/11358/1/ARTIGO_R edeSocialIntervencao.pdf. Acesso em: 15 mai. 2022. Desafios da Psicologia na saúde Cerca de oitocentas mil pessoas cometem suicídio por ano; uma taxa de mortalidade mundial de 10,7 por 100 mil habitantes. O suicídio é a 15ª causa de morte no mundo e a 2ª mais frequente em indivíduos de 15 a 20 anos de idade, de ambos os sexos, o que corresponde a uma morte a cada quarenta segundos e uma tentativa a cada quatro segundos (OMS, 2022). Primeiras compreensões sobre o suicídio: filosofia e religião. Em 1621, passou a ser tratado pela Psiquiatria; no séc. XIX, pela Sociologia; e, depois, pela Psicologia e saúde pública. Atualmente, utiliza-se o conceito de multifatoriedade – fatores múltiplos, em que o suicídio é um resultado multifacetado de vários fatores inter-relacionados: fatores culturais, sociais, psicológicos, psiquiátricos, biológicos, filosóficos, econômicos, religiosos, entre outros. Representações sociais do suicídio: fraqueza ou coragem, (mitologia, religião). A conotação negativa relaciona o ato à culpa, à covardia, à debilidade e à loucura, distante da concepção científica atual, mas representa a visão da sociedade, influenciando as crenças de famílias e indivíduos. Entrando no tema: história e sociedade Refere-se a todo ato pelo qual o indivíduo causa lesão em si mesmo, qualquer que seja o grau de intenção letal e de conhecimento do verdadeiro motivo desse ato. Essa noção possibilita conceber o comportamento suicida ao longo de um continuum, a partir de pensamentos de autodestruição, passando por ameaças, gestos e tentativas de suicídio, e finalmente, o suicídio. O comportamento suicida engloba: a ideação; os planos; o ato, propriamente, como questão de saúde pública. Inicialmente, é necessário definir três aspectos importantes: O suicídio não é um transtorno mental; é um comportamento; Comportamentos de autoagressão podem, ou não, ter a intenção ou um desfecho fatal; Ideações suicidas caracterizam-se por pensamentos de morte e podem ser acompanhadas de planos estruturados ou não, imediatos ou não, sendo uma situação que requer intervenção de saúde imediata. Comportamento suicida Scavancini (2018) definiu o comportamento suicida como um fenômeno multifatorial, multideterminado e transnacional, que se desenvolve por trajetórias complexas, porém identificáveis. Sendo identificáveis, podemos desenvolver as estratégias de prevenção ao suicídio. A prevenção do suicídio envolve as ações que vão desde proporcionar as melhores condições de vida, passando pelo tratamento eficaz de transtornos mentais, até o controle de fatores de risco. Passa, ainda, pela informação e a mobilização da comunidade para as ações de prevenção, a identificação de pessoas em situação de vulnerabilidade de comportamento suicida, para, então, se elaborar as intervenções eficazes (SCAVANCINI, 2018). Os fatores de proteção são definidos como aqueles fatores que diminuem a probabilidade de levar adiante o suicídio, mesmo quando vários fatores de risco estão presentes. É necessário ressaltar que nenhum fator de proteção ou risco pode, independentemente, definir ou evitar o evento suicida. Prevenção A OMS estima que, para cada morte por suicídio, há uma média de cinco a dez pessoas que serão, severamente, afetadas pelo evento, na maioria das vezes, com laços consanguíneos. Os sobreviventes enlutados por suicídio podem ser familiares, amigos, colegas de trabalho/escola, pacientes, médicos e terapeutas. Considera-se que os sobreviventes são pessoas que perderam alguém significativo por suicídio ou qualquer pessoa que teve a sua vida afetada ou mudada por causa dessa morte. No processo de luto devemos, sempre, considerar as singularidades do enlutado e da cultura a que pertence. Sobreviventes podem vivenciar uma série de emoções contraditórias e confusas após o suicídio, o que altera as suas vidas para sempre. Na maioria das vezes, o luto é enfrentado sem a necessidade de ajuda especializada; no entanto, o luto por suicídio deixa marcas por isso, o seu enfrentamento é diferenciado de outras causas de morte. Luto por suicídio Em relação à Política de Saúde Mental brasileira, antes de 2016, analise as asserções a seguir: I. Foi integrada à estratégia de Atenção Primária à Saúde; II. Foi aceita mesmo por setores mais tradicionais da sociedade que reconheceram as conquistas no campo dos direitos humanos; III. Estabelece a abstinência e a internação em comunidades terapêuticas, como a principal estratégia em cuidados na área de álcool e drogas. Está correto, apenas, o que se afirma em: a) I e II. b) I e III c) II e III. d) II. e) I. Interatividade Em relação à Política de Saúde Mental brasileira, antes de 2016, analise as asserções a seguir: I. Foi integrada à estratégia de Atenção Primária à Saúde; II. Foi aceita mesmo por setores mais tradicionais da sociedade que reconheceram as conquistas no campo dos direitos humanos; III. Estabelece a abstinência e a internação em comunidades terapêuticas, como a principal estratégia em cuidados na área de álcool e drogas. Está correto, apenas, o que se afirma em: a) I e II. b) I e III c) II e III. d) II. e) I. Resposta OMS. Saúde Mental e Uso de Substâncias. Dados de suicídio. Disponível em: https://www.who.int/teams/mental-health-and-substance-use/data-research/suicide- data. Acesso em: 06 jun. 2022. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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