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Manutenção da hidratação Manutenção da via de acesso Manutenção da vida É uma terapêutica de suporte O diagnóstico e o tratamento da doença de base são fundamentais para a cura do paciente Perdas sensíveis em cães: Perdas insensíveis em cães: Desidratação É uma diminuição na quantidade total de água corpórea com hiper, iso ou hipotonicidade dos fluidos orgânicos Importante na clínica: Considerações Perdas de água - urina: 20-40ml/kg/dia - fezes, respiração, suor: 20ml/kg/dia *Amamentação (fêmeas que amamentam perdem mais água Terapêutica VeterináriaTerapêutica Veterinária Fluidoterapia Reanimação (Choque): Salina Hipertônica de NaCl a 7,5% (quando estiver em início de choque) retira água do interstício e joga no espaço extracelular (vasos) Sol. Glicofisiológica (Glicose 5% + NaCl 0,9%) Ringer Simples Etapas da fluidoterapia 1. 2. Reidratação ou Reposição: Ringer Lactato (é tampão, tem cloro, sódio e potássio) Sol. NaCl 0,9% Na KCl Glicose 50% Frutose (Felinos) Dextrose 50% Gluconato de Cálcio Vit. Complexo B NaHCO3 à 8,4% Fosfato de Potássio + FLUIDOS Os gatos não possuem a enzima GLICOQUINASE Consequentemente o metabolismo da glicose no fígado é ↓ que o de espécies que possuem uma atividade normal dessa enzima Dessa forma o tempo de absorção da glicose é mais longo, seja por via oral ou intravenosa, mostrando maior intolerância a esta Neste caso deve-se usar a Frutose 3. Manutenção: Glicose x Felinos Este fato determina a limitada capacidade de metabolização da GLICOSE em felinos Desidratação ou hipovolemia? perdas no espaço intravascular- HIPOVOLEMIA perdas no espaço intersticial e intracelular- DESIDRATAÇÃO Desequilíbrio hídrico entre os compartimentos Mariana Tenório ↓ ingestão de água: ↓ acesso a água, alterações neurológicas e sistêmicas ↑ perda de fluidos: Poliúria, vômito, diarreia, febre, sudorese (cavalos), queimaduras extensas, efusões Isotônica: próxima a 140 mmol/L Perda de sal = água (proporcional) Na+ normal Não ocorre transposição de água do espaço extra para o intracelular PPT e Ht (VG) normal Perda de fluido isotônico (vômito, diarréia, hemorragia) Sugere-se: Solução de Ringer Simples ou NaCl a 0,9% pode ter tendência em acumular cloreto por causa do sódio Hipertônica: ↑ 140 mmol/L Perda de água é ↑ que a de sal Hipernatremia Água sai do IC e vai para o EC Alteração mínima na PPT e Ht (↑) Perda de fluido hipotônico (vômito, diarreia, insufic. renal, queimaduras, estresse calórico) Perda de água (febre persistente) ↓ ingestão de água Sugere-se: Dextrose a 5% em água, NaCl a 0,45% em dextrose a 2,5% (estas soluções não são fontes calóricas, e sim de água. Elas só fornecem 15% de caloria) Tipos de desidratação Sal + Água = 140 mmol/L (osmolaridade plasmática) Hipotônica: ↓ 140 mmol/L Perda de sal é ↑ que a de água Hiponatremia Água sai do EC e vai para o IC = ↓ severa volume circulante = ↑ PPT e Ht (muito elevados) Perda de fluido hipertônico (diuréticos, peritonite, pancreatite, piometra, hipoadrenocorticismo) Perda de fluido isotônico c/ reposição de água (diarreia, vômito, hemorragia) Inaparente: Até 5% Está desidratado, mas não apresenta sinais Leve: 5 a 7% Diminuição da elasticidade da pele (turgor cutâneo) Mucosas ressecadas Moderada: 8 a 9% Maior perda da elasticidade da pele Discreto aumento do TPC Enoftalmia (olho fundo) Severa: 10 a 12% Pele não retorna ao normal ↑ TPC Choque 12 a 15% Sugere-se: NaCl 0,9% Como avaliar a desidratação em cães e gatos? Obesidade* (mascara TPC e turgor cutâneo) Idade (quanto mais idoso, mais desidratado) Aguda X Crônica Pequeno aumento do TPC Tipo de desidratação Espécie/Raça PPT e Hematócrito Fatores que interferem na avaliação Moderado - 10% de desidratação: Ht: 40 a 50% PPT: 7,5 a 8,5 g/dl Mucosas ressecadas Perda do turgor da pele Enoftalmia Paciente em estação ou decúbito esternal Como avaliar a desidratação em grandes animais? Avaliação – Bovinos (Jennings, 1984) Fonte: Google Imagens Severo – 15% de desidratação: Ht: 50 a 65% PPT: > 8,5 g/dl Diminuição da temperatura corporal Decúbito lateral Animal moribundo Fonte: Google Imagens A perda de 10% da reserva hídrica é fatal Eliminam em torno de 6 a 12L/dia de urina (1ml/Kg/hora) Urinam de 5 a 8 vezes/dia Considerações – Bovinos (Dirksen et al., 1993) Perdas insensíveis: (suor): 300 a 500ml/dia (respiração): 200 a 400ml/dia Necessidades hídricas Bovino corte: 50 - 80ml/Kg/dia Bovino leite: 60 – 120ml/Kg/dia Bezerros: 50 – 100ml/Kg/dia Inaparente – até 4% de desidratação Moderado – 4 a 6% de desidratação Perda da elasticidade da pele Ressecamento das mucosas e Xerostomia (ressecamento de boca) TPC aumentando Diminuição do débito urinário Severo – 8 a 10% de desidratação Ressecamento da córnea (pode formar úlcera) Enoftalmia Pulso fraco Hematócrito acima de 60% (VR: 32-53%) A perda de 15% da reserva hídrica é fatal Necessidades hídricas: 20 a 75L/dia Fêmeas em lactação elevam em 15 a 30L/dia a ingestão hídrica Potros neonatos eliminam 145 – 155ml/Kg/dia de urina Exercícios intensos promovem perda de 10 – 15L de fluidos/hora (suor e respiração) Restaurar a perfusão tecidual a fim de normalizar as funções orgânicas Para emergências deve-se aplicar grandes volumes em pouco intervalo de tempo, o que gera um grande desafio Avaliação – Equinos Considerações – Equinos Objetivo da fluidoterapia Reanimação ou ressucitação volêmica? Trauma com hipovolemia (atropelamento com hemorragia) 10 a 30 mL/kg de 20 a 30 min Septicemias: 10 a 15 mL/kg de 10 a 15 min Desidratação intensa: 20 mL/kg (cães), 10 mL/kg (gatos) por 15 min Cristalóides- são soluções que contêm solutos eletrolíticos e não eletrolíticos capazes de penetrar em todos os compartimentos corporais Colóides- são soluções que se mantêm exclusivamente no plasma, devido seu alto peso molecular Alcalinizante/Reposição Acidose metabólica Levemente acidificante Reposição Alcalose metabólica Acidificante/Reposição Alcalose, Hipoadrenocorticismo Insuficiência renal em oligúria ou anúria, hipercalcemia Reposição Sem especificações Emergências Qual fluido administrar? Cristalóide ou Colóides? Características das soluções Ringer Lactato Na Ringer simples Cloreto de Sódio NaCl 0,9% Sol. Glicofisiológica (glicose 5% + NaCl 0,9%) Reanimação Hemorragias, queimaduras, hipovolemia, choque Choque hipovolêmico (PPT e Albumina, < 3,5mg/dl e 1,5mg/dl), respectivamente Alcalose por perda de ácido (Cl-) Usar acidificante Sol. Ringer simples, Sol. NaCl 0,9% Acidose por perda de HCO3 Usar alcalinizante Sol. Ringer c/ lactato, NaCl 0,9% + NaHCO3 Acidose por perda de HCO3 Usar alcalinizante Sol. Ringer lactato Avaliar maior perda Hipertônica NaCl 7,5% Colóide Acidificante Em resumo: Vômito = Perde ácido → Subs. acidificantes → Ringer Simples ou Nacl 0,9% Diarreia = Perde base → Subs. alcalinizantes → Ringer Lactato Vômito e diarréia em menos de 24 horas → Ringer Simples ou Nacl 0,9% Se o vômito for agudo (até 24 horas e com conteúdo estomacal), usa Ringer simples ou Nacl 0,9%. Se for crônico (+ 24 horas e com conteúdo intestinal), usa Ringer com lactato Indicações e contraindicações das principais soluções: Vômito agudo (até 24h) e de conteúdo estomacal: Vômito crônico ou c/ conteúdo intestinal (após 24h): Diarreia: Vômito e diarreia: Pacientes muito doentes, desidratação severa, perda aguda de fluidos Doses precisas, rápida expansão de volume, nutrição parenteral total (paciente tem que esta hidratado, porque esse tipo de alimentação tem alto peso molecular) Veias cefálica, jugular, safena, femoral e auricular Cateteres de silicone: Fornece fluidoterapia até 72 horas Adequado ao calibre do vaso (não deve ocluir mais que 70% do vaso) Risco: Flebite, Infecção Trombose Deve-se fazer antissepsia com iodo povidine, clorexidina ou álcool 70% Tricotomia adequadaGato é alérgico a esparadrapo Animais pequenos ou muito jovens, com risco de trombose ou vasos colapsados por desidratação severa Via extremamente dolorosa, precisa de ambiente cirúrgico Tuberosidade da tíbia, fossa trocantérica do fêmur, asa do íleo e tubérculo maior do úmero Atenção: Osteomielite e dor Permite até 3 dias de administração Escolha do acesso Tamanho do paciente Agulha adequada: Trocáter, Hipodérmica Cateter pediátrico Prática e barata Não usar em desidratação severa, hipotermia, vasoconstrição periférica e nas perdas agudas e severas de fluidos Não usar soluções c/ K+ , hipertônicas Não usar solução com glicose/frutose NÃO RECOMENDADO Vias de administração Intravenosa Intraóssea Subcutânea É a mais fisiológica Ideal para sol. hipertônicas c/ alto teor calórico Não usar quando há vômitos ou perda líquida aguda e severa (diarreia) Usa fluido sem K+ até 90 mL/kg/h (cão) 55 mL/kg/h (gato) na 1ª h Bovinos e Equinos – desid. Moderada (90ml/Kg/h) Esse volume é usado nas primeiras 3 horas, nas 21 horas seguintes se faz outro cálculo 4 mL/kg/h (cães e gatos) 10-20 mL/kg/h (cão) 5-6 mL/kg/h (gato) Bovinos e Equinos (15 a 50ml/Kg/h) Esses valores são para as primeiras 24 horas Depois de 3 horas, deve-se avaliar o paciente novamente e recalcular (pode causar edema cerebral e pulmonar) Equinos (2 a 3ml/kg/h) Bovinos (1 a 2ml) Oral Velocidade de administração Choque hipovolêmico Velocidade X comorbidades Pneumopatas/Cardiopatas/Nefropatas Velocidade X gravidade das perdas Sem choque Soluções com Glicose a 5% Adultos: 40-50ml/kg/dia Filhotes: 70 ml/Kg/dia Neonatos e lactentes: 150 ml/Kg/dia Requerimento basal Caninos e Felinos- Hídrico 40 mL/kg/dia (cães de grande porte e idosos) 50 mL/kg/dia (cães de médio porte e adultos) 60 mL/kg/dia (cães de pequeno porte e gatos jovens) 60 a 150 mL/kg/dia (filhotes e neonatos) 50-80 ml/Kg/dia (adultos) 50-100 mL/Kg/dia (bezerros) 50 ml/kg/dia (adulto) 100 ml/kg/dia (jovem) 150 ml/kg/dia (neonato) 50 ml/kg/dia (vaca seca) 80 ml/kg/dia (vaca em lactação) 40-50 ml/Kg/dia de água 100 ml/kg/dia (jovem) 150 ml/kg/dia (neonato) Peso (se aumentar é o correto, se diminuir ou permanecer deve-se ajustar) Grau de hidratação Produção de urina Hiperidratação Disposição do Cateter / equipo Extravasamento para subcutâneo Hiperhidratação (renal e cardíaca) Desequilíbrio eletrolítico (↓ K, ↑ Cl, ↑ Na) Sangramento Embolia por ar, fragmentos do cateter, trombos Infecção pelo cateter (local e sistêmica) Flebite (mecânica, química, infecciosa) Específico Requerimento basal bovinos Específico Requerimento basal equinos Observações Na monitoração deve-se observar: Complicações: Corrimento nasal Tosse Taquipnéia Ascite Crepitação pulmonar úmida (Edema pulmonar iatrogênico) Efusão pleural TGI ↑ pressão intra-abdominal translocação bacteriana íleo paralítico Edema cardíaco alteração da condução ↓ contratilidade disfunção sistólica Rins ↓ perfusão e filtração Fígado colestase De acordo com melhora clínica (TPC, FC, coloração mucosas e FR). Ganho de peso (pacientes que não ganham peso continuam desidratados) Pacientes oligúricos ou cardiopatas – monitoramento mais frequente Quanto mais desidratado estiver o paciente: Maior o volume a ser administrado e maior a velocidade de administração Sinais clínicos da hiper hidratação ↪ não pode ser drenado ↪ pode ser drenada Conclusões O ajuste do paciente é baseado:
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