Buscar

3vidaafetiva-130811110622-phpapp01

Prévia do material em texto

Dra. Maria Auxiliadora Motta Barreto 
maria.barreto@foa.org.br 
 Importância no comportamento humano 
 
Por quê??? 
 os afetos se expressam nos desejos, sonhos, 
fantasias, expectativas, nas palavras, nos 
gestos. 
 
Os poetas expressam os afetos de uma maneira 
que traduz com perfeição estados internos que 
não cabem na racionalidade científica, mais 
próximo do sentimento 
 Porque é parte integrante da subjetividade 
 
As expressões humanas não podem ser 
compreendidas, se não pelo afeto que 
carregam 
 
 Por exemplo, aquela idéia de que o melhor amigo 
irá se sair mal em uma competição, só adquire 
sentido quando descobrimos que sua origem está 
na inveja que se tem dele. 
 
 
 
 Em muitas situações de vida, não há a 
mediação do pensamento — são os afetos que 
determinam nosso comportamento. 
 “Como ele é impulsivo!”. 
 
Marx afirmou 
 “que o homem se define no mundo objetivo não 
somente em pensamento, senão com todos os 
sentidos (...). Sentidos que se afirmam, como 
forças essenciais humanas (...). Não só os cinco 
sentidos, mas os sentidos espirituais (amor, 
vontade...)” 
 
 
 O estudo da razão tem sido privilegiado na ciência, 
pois os afetos são vistos como deformadores do 
conhecimento objetivo. 
 Mesmo na Psicologia, não são todas as teorias que 
consideram a importância da vida afetiva, tendo, muitas 
delas, priorizado apenas o estudo da cognição, das 
funções intelectivas. 
 
 Estudar apenas alguns aspectos do homem é 
considerá-lo como um ser fragmentado, correndo-
se o risco de deixar de analisar aspectos 
importantes. 
 A vida afetiva abarca muitos estados pertencentes à 
gama prazer-desprazer 
 
 Até o século 19 usavam-se, indiscriminadamente, 
termos como emoção e sentimento 
 
 hoje, no estudo da vida afetiva, faz-se uma 
distinção mais precisa entre esses termos: 
 
 emoção: estado agudo e transitório. Exemplo: a ira. 
 sentimento: estado mais atenuado e durável. 
Exemplo:gratidão, lealdade. 
 
 
 Os afetos podem ser produzidos a partir de um 
estímulo externo — do meio físico ou social — 
tonalidade afetiva: agradável ou desagradável, por 
ex. 
 
 Para a Psicanálise, não há afeto sem representação, 
isto é, sem idéia. 
 Não existe afeto solto dentro de nós — uma sensação de 
mal-estar, por exemplo — mas a idéia à qual o afeto se 
refere pode estar inconsciente 
 
 
 O prazer e a dor são as matrizes psíquicas dos 
afetos = afetos originários. 
 Entre os dois extremos encontram-se inúmeras 
tonalidades, intensidades de afetos, que podem ser 
vagos, difíceis de nomear ou de serem discriminados 
 
 Existem dois afetos básicos que constituem a vida 
afetiva: o amor e o ódio. 
 
 Os afetos ajudam a: 
 
 avaliar as situações, 
 servem de critério de valoração positiva ou negativa; 
 preparam as ações = função adaptativa 
 
 
 Os afetos também estão ligados à consciência 
 permite dizer ao outro o que sentimos, expressando, 
através da linguagem, as emoções. 
 
 Mas muitas vezes os afetos são enigmáticos para 
quem os sente. 
 Exemplos: quando temos muitos motivos para não 
gostar de alguém de quem gostamos; ou quando 
deveríamos ser gratos a alguém de quem temos raiva. 
 
 Há motivos de afetos que estão fora do campo da 
consciência; nem mesmo quem os vivencia consegue 
explicar — só sente a estranheza daquele sentimento 
que parece “fora do lugar”. 
 
 muitas vezes, a reação não condiz com o que se 
sente. 
 Expressões afetivas acompanhadas de reações 
intensas e breves do organismo, em resposta a 
um acontecimento inesperado ou, às vezes, 
muito aguardado (fantasiado) 
 
 Nas emoções é possível observar uma relação 
entre os afetos e a organização corporal, ou 
seja, as reações orgânicas 
 modificações que ocorrem no organismo, como 
distúrbios gastrointestinais, cardiorrespiratórios, 
sudorese, tremor. 
 Durante muito tempo, acreditou-se no coração 
como o lugar da emoção, talvez pelo fato de, ao 
manifestar-se, vir freqüentemente acompanhada 
de fortes batimentos cardíacos. 
 
 Outras reações orgânicas acompanham as 
emoções e revelam vivências ou estados 
emocionais: tremor, riso, choro,lágrimas, 
expressões faciais etc. 
 As reações orgânicas fogem ao controle. 
 Podemos “segurar o choro”, mas não conseguimos 
deixar de “chorar por dentro”, sentindo nó na 
garganta. 
 
 Todas essas reações são importantes descargas de 
tensão do organismo emocionado, pois 
 
 as emoções são momentos de tensão em um 
organismo, e as reações orgânicas são descargas 
emocionais. 
 
 Infelizmente, nossa cultura estimula algumas 
reações emocionais e reprime outras - “Homem 
não chora” 
 
 As reações emocionais orgânicas são, até certo 
ponto, aprendidas – a cultura “escolhe” algumas 
formas como sendo mais adequadas a 
determinadas situações ou tipo de pessoas (por 
exemplo, de acordo com a idade, o sexo ou a 
posição social). 
 
 Durante nossa socialização, aprendemos essas 
formas de expressão das emoções aceitas pelo 
grupo a que pertencemos. 
 passamos a associar reações do organismo às 
emoções. Por exemplo, distinguimos o choro de 
tristeza do choro de alegria; o riso de alegria do riso 
de nervoso. 
As emoções não devem ser escondidas, mas 
gerenciadas 
 são uma espécie de linguagem na qual 
expressamos percepções internas; 
 são sensações que ocorrem em resposta a fatores 
geralmente externos. 
 São fortes, passageiras; intensas, mas não 
imutáveis  o que hoje nos emociona, poderá 
amanhã não nos emocionar mais. 
 
As emoções são muitas: 
 surpresa, raiva, nojo, medo, vergonha, 
 tristeza, desprezo, alegria, paixão, atração física 
 
 Respostas emocionais sempre abrangem: 
 Reações fisiológicas 
 Reações comportamentais/expressivas 
 
 Reações orgânicas – Lieury 
 
 Desejo  movimentos exploratórios 
 Cólera  agressão 
 Tristeza  choro 
 Medo  fuga 
 
 
 
 Respiração ofegante 
 Tremores 
 Mudança de cor 
 Dilatação de pupilas 
 Aceleração cardíaca 
 Aumento PA 
 Diminuição da salivação 
 Liberação de açúcar 
 Reações pilo motoras 
 Alterações na digestão 
 Estimulação das glândulas endócrinas 
Atitude corporal exteriorizada por gestos, 
olhar, voz e sinais faciais 
 
 As pessoas comunicam emoções básicas pelas 
expressões faciais 
 
 Músculos faciais respondem facilmente às emoções 
 
 Temos ampla variedade de expressões faciais, mas 
que podem ser identificadas com razoável precisão, 
se agrupadas: 
 
 Preservar espécie = valor adaptativo, pois comunica 
estados necessários ao equilíbrio e bem-estar 
 
 Aprendizagem = expressando emoções ensina-se a 
interiorizar valores e regras sociais 
 
 Preparação para a ação = relaciona estímulos com 
respostas 
 
 Modelagem de comportamento = orienta respostas futuras 
- evitação 
 Regulação da interação social = permite melhor 
compreensão do nosso comportamento e dos outros 
 
 Tomada de decisão = análise lógica e racional 
permite analisar alternativas, mas as emoções 
definem e selecionam as escolhas 
 
 Os afetos básicos (amor e ódio), além de manifestarem-se como 
emoções, podem expressar-se como sentimentos. 
 
 Os sentimentos diferem das emoções por serem mais 
duradouros, menos “explosivos” e por não virem acompanhados 
de reações orgânicas intensas. 
 
 Assim, consideramos que a paixão é emoção e a ternura, a 
amizade são sentimentos, isto é, manifestações do mesmo afeto 
básico — o amor. 
 
 Presença constante, prolonga-se no tempo e não precisa de um 
desencadeador 
 
 Estado interior individual, introvertido – diferente das emoções 
que são extrovertidas = dirigidas para fora 
 
A vida afetiva — emoções e sentimentos — 
constitui um aspecto de fundamental 
importância na vida psíquica. 
 
As emoções e os sentimentos são comoalimentos de nosso psiquismo e estão 
presentes em todas as manifestações de 
nossa vida. 
 
Dão cor e sabor à vida, orientam e ajudam 
nas decisões.

Continue navegando