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3 - Conteudo Digital - Monitoramento Clínico

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29/07/2022 09:59 Monitoramento Clínico
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03725/index.html# 1/48
Monitoramento 
Clínico
Prof. Pedro Leite Azevedo
Descrição
Os princípios da monitorização terapêutica de medicamentos, fatores de influência do processo
farmacoterapêutico e a prescrição racional de medicamentos.
Propósito
O entendimento da aplicação e da importância de realizar o monitoramento terapêutico e de acompanhar o
paciente por meio dos marcadores biológicos na prática é essencial a todo profissional de saúde para
avaliar o prognóstico e a resposta à terapia. Além disso, conhecer os princípios da prescrição racional e
assertiva de medicamentos garantirá uma terapia medicamentosa mais segura e eficaz para cada paciente.
Objetivos
Módulo 1
Marcadores biológicos: conceito e principais marcadores
Reconhecer a importância dos marcadores biológicos na prática clínica.
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Módulo 2
Práticas farmacêuticas e monitorização terapêutica de
medicamentos
Identificar as ferramentas de práticas farmacêuticas e os fatores influentes no processo
farmacoterapêutico no monitoramento dos medicamentos.
Módulo 3
Aspectos legais da receita médica no Brasil
Identificar os aspectos legais da receita médica no Brasil.
Introdução
Por definição, o monitoramento clínico consiste no acompanhamento do estado clínico de um paciente.
Tem sido muito utilizado no controle da efetividade e segurança de um tratamento, bem como no
rastreamento e na identificação de fatores de risco, na promoção da saúde e na prevenção de doenças. De
forma geral, possui como objetivo realizar uma monitorização preventiva do estado de saúde por meio de
avaliações de parâmetros clínicos antropométricos, fisiológicos e bioquímicos.
Essa monitorização é essencial, por exemplo, para identificar fatores de risco de doenças cardiovasculares
e avaliar as condições de saúde em pessoas assintomáticas com a finalidade de prescrever medidas
preventivas e encaminhar os casos suspeitos a serviços de saúde especializados para elucidação
diagnóstica e tratamento. Além disso, o monitoramento terapêutico é muito importante para detectar
situações em que o paciente é exposto a doses tóxicas dos medicamentos, ou até mesmo a doses
subterapêuticas, não apresentando resposta à terapia.
Neste conteúdo, abordaremos especificamente quais marcadores biológicos podem ser utilizados durante
esse monitoramento, discutiremos com maiores detalhes os marcadores associados a doenças
autoimunes, alterações cardíacas, hepáticas e renais. Além disso, discutiremos também as ferramentas de
práticas farmacêuticas voltadas ao monitoramento terapêutico e os fatores que influenciam o processo

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farmacoterapêutico, tornando-o mais efetivo e seguro. Por fim, entenderemos como deve ser confeccionada
uma receita médica com o intuito de promover o uso racional de medicamentos, os principais erros ao
prescrever, além de discutir os aspectos legais da receita médica no Brasil.
1 - Marcadores biológicos: conceito e principais
marcadores
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância dos marcadores
biológicos na prática clínica.
Marcadores biológicos
Inicialmente, precisamos definir o que são os marcadores biológicos, também denominados como
biomarcadores. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1993), os biomarcadores são
metabólitos, enzimas e moléculas bioquímicas, que podem ser detectados a partir da análise de tecidos e
fluidos corporais, fornecendo dados que refletem a interação complexa do sistema biológico.
Em outras palavras, os marcadores biológicos são estruturas que podem ser
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medidas experimentalmente e indicam a ocorrência de uma determinada função
normal ou patológica de um organismo ou uma resposta a um medicamento.
E assim, podem estar relacionados com alterações fisiológicas, bioquímicas e moleculares. É importante
destacar que os marcadores biológicos presentes no organismo, neste caso, passíveis de detecção
experimental, denominados “analitos”, demonstrem um equilíbrio fisiológico no organismo.
Analitos
Substâncias ou componentes químicos em uma amostra, que é alvo de análise em um ensaio.
Mas qual a importância dos marcadores biológicos?
Resposta
Por meio do uso dos biomarcadores, é possível garantir maior precisão na avaliação de risco e,
consequentemente, maior proteção da saúde aos pacientes. O uso de biomarcadores validados para
monitorar populações expostas durante a triagem de patologias pode fornecer a base para uma intervenção
precoce e protetora da saúde. Além disso, a utilização dos marcadores biológicos tem permitido o
desenvolvimento da medicina personalizada com a individualização de diversos tratamentos.
Vale destacar que os marcadores biológicos mais importantes são os bioquímicos, pois podem ser
utilizados na investigação clínica do paciente e podem ser obtidos com relativa facilidade. E os marcadores
bioquímicos podem ser de diversos tipos, tais como:
Fisiológicos
Refletindo as funções de órgãos.
Físicos
Refletindo possíveis alterações características em estruturas biológicas.
Histológicos
Amostras de tecido obtidas por biópsia.
Anatômicos
Obtidos a partir de exames de imagem.
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Dentre os mais comuns, podemos incluir as proteínas, enzimas, células, lipídeos, antígenos, genes,
eletrólitos, glicídeos, hormônios, entre outros.
Os biomarcadores possuem diversas aplicações. Por exemplo, em processos fisiológicos normais, as
enzimas, proteínas e as provas de função hepática são marcadores biológicos. Existem alguns marcadores
cardíacos que são liberadas no sangue quando há lesão cardíaca, como a enzima creatina-quinase,
proteínas mioglobina e as troponinas. De forma interessante, alguns marcadores podem ser utilizados para
indicar ou não a resposta terapêutica do indivíduo no momento em que organismo se encontra exposto ao
medicamento. A detecção de sangue oculto nas fezes pode ser um indicativo de câncer de cólon. Em
processos tumorigênicos, as biópsias e os marcadores tumorais são considerados analitos.
Exemplo
Na prática, quando o paciente em monitoramento clínico apresenta a taxa de algum marcador tumoral
acima do valor de referência, o mesmo deve ser encaminhado para investigação. Mas é preciso ficar atento,
pois existem marcadores tumorais inespecíficos, como os níveis elevados de ß-HCG (gonadotrofina
coriônica humana), que podem ser encontrados em tumores trofoblásticos (câncer raro que envolve o
crescimento anormal de células no interior do útero), em coriocarcinomas (se desenvolvem a partir da
proliferação celular anormal de trofoblastos após a fertilização) e em tumores testiculares, e ao mesmo
tempo é um marcador utilizado para a detecção da gravidez. De forma inadequada, um homem com
coriocarcinoma pode apresentar resultado falso positivo em testes de gravidez devido à presença de HCG
em sua urina.
A identificação dos biomarcadores de forma geral pode ser feita a partir da coleta da amostra sanguínea,
geralmente utilizando soro para a realização de métodos cinético-enzimáticos, imunoensaio fluorescente,
quimioluminescência, entre outros, que fornecem dados quantitativos sobre a concentração de cada
marcador analisado.
Na prática, quando podemos utilizar os marcadores biológicos?
Para que os marcadores possam ser úteis, uma relação bem estabelecida entre os biomarcadores e
desfecho deve estar disponível. Assim, há a necessidade de identificar e validar para cada sistema orgânico
o parâmetro característico que é indicativo de disfunção do tecido, toxicidade clínica ou alteraçãopatológica, bem como estabelecer a especificidade (capacidade do mesmo teste ser negativo nos
indivíduos que não apresentam a alteração que está sendo investigada) e sensibilidade (corresponde ao
percentual de resultados positivos dentre as pessoas que têm uma determinada doença ou condição
clínica) de cada biomarcador e seu método de medição.
Na prática clínica ideal, espera-se que o marcador biológico apresente elevada:
Sensibilidade
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Detectando a alteração em todos os indivíduos afetados.
Especi�cidade
Detectando a alteração somente nos indivíduos afetados.
Espera-se que o marcador biológico esteja disponível no organismo rapidamente após o desfecho, que
permaneça alterado por tempo prolongado para avaliar a evolução, cronicidade e o diagnóstico tardio da
doença. Também é importante que a detecção laboratorial seja realizada de forma rápida e assertiva. Mas,
atualmente, sabemos que é muito difícil encontrar todos esses requisitos em um mesmo marcador
biológico. Veja a seguir dois exemplos dessa situação.
1. A mioglobina, proteína presente nas primeiras duas horas após o início dos sintomas do IAM (infarto
agudo do miocárdio). É considerada um marcador biológico com alta sensibilidade, essencial no
diagnóstico precoce do IAM. No entanto, por estar presente também em nossos músculos, em diversas
situações biológicas a mesma pode estar elevada na corrente sanguínea, sendo assim, possui baixa
especificidade, uma vez que o teste pode dar positivo em um indivíduo que não está sofrendo o IAM.
2. As enzimas hepáticas, como a gama glutamil transferase (GGT), embora tenha grande importância no
manejo clínico das doenças hepatobiliares e no alcoolismo, também está presente em altas
concentrações nos rins. Assim, um aumento na GGT pode estar associado a alterações hepatobiliares,
mas não é possível ter 100% de garantia de que essa alteração não está ocorrendo devido às alterações
renais.
Tipos de biomarcadores
Conforme descrito pela OMS, três classes de biomarcadores são identificadas:
São usados para confirmar e avaliar a exposição individual ou de um grupo, para determinada
substância, estabelecendo uma ligação entre a exposição externa e a quantificação da exposição
interna. Assim, uma substância exógena ou seu metabólito ou o produto de uma interação entre o
agente xenobiótico (composto químico estranho ao organismo) e alguma molécula ou célula-alvo é
medida nos tecidos e fluidos corporais do organismo.
Eles fornecem informações sobre a dose ou a duração da exposição. As concentrações de uma
substância ou de seu metabólito no sangue ou na urina medem as exposições recentes, enquanto os
níveis nos cabelos e nas unhas podem mensurar a exposição em um período de meses. Um exemplo
Biomarcadores de exposição 
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desse biomarcador é a mensuração de chumbo nos ossos por raios X fluorescentes, o que estima a
exposição ao chumbo por toda a vida.
São indicadores de uma capacidade inerente ou adquirida de um organismo para responder ao
desafio da exposição a uma substância xenobiótica. Ou seja, com o uso desse biomarcador
conseguiríamos responder à pergunta: por que alguns indivíduos adoecem e outros não? Esses
biomarcadores indicam quais fatores podem aumentar ou diminuir o risco de desenvolver a resposta
do organismo decorrente da exposição aos xenobióticos. Portanto, são usados para prever quais
indivíduos são propensos a desenvolver toxicidade em resposta a uma dada substância.
Os exemplos mais comuns incluem polimorfismos de nucleotídeos simples em genes de enzimas
metabolizadoras envolvidas na ativação ou desintoxicação de um tóxico. Outro exemplo desse
biomarcador são as mutações em BRCA1 e BRCA2, genes que codificam proteínas que atuam nas
vias de proteção do genoma humano, associados com a predisposição para desenvolver câncer de
mama e de ovário. A mutação no Fator V Leiden também predispõe para o desenvolvimento do
tromboembolismo e a presença do papiloma vírus humano (HPV) predispõe para o desenvolvimento
do câncer do colo do útero.
É um parâmetro biológico, ou seja, uma alteração bioquímica, fisiológica ou outra mensurável dentro
de um organismo que pode ser associada a uma doença ou comprometimento de saúde
estabelecido. Muitos biomarcadores de efeito são usados na prática clínica para confirmar um
diagnóstico clínico, ou até mesmo utilizados para documentar alterações pré-clínicas ou efeitos
adversos à saúde provocados pela exposição a um produto químico.
Caso o objetivo seja utilizar esse biomarcador com o propósito de prevenção, o mesmo deve ser
capaz de ser detectado em um estágio ainda reversível (ou precoce), quando ainda não representa
agravo à saúde. No entanto, certos biomarcadores de efeitos não reversíveis ainda podem ser muito
úteis em estudos epidemiológicos ou oferecer a oportunidade de intervenção clínica precoce. Além
disso, podem ainda ser utilizados para estratificar doentes e identificar a gravidade ou progressão de
uma determinada doença, prever um prognóstico ou monitorizar um determinado tratamento para
que seja menos provável que alguns efeitos secundários ocorram.
Biomarcadores de suscetibilidade 
Biomarcadores de efeito 
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Discutiremos, a seguir, alguns exemplos de marcadores biológicos utilizados na clínica, classificados como
biomarcadores de efeito.
Biomarcadores associados a doenças autoimunes
No cenário das doenças autoimunes, os marcadores biológicos quando associados à história clínica e ao
exame físico do paciente são de grande importância para determinação da gravidade da enfermidade, do
prognóstico e ainda podem auxiliar a escolha terapêutica. Um exemplo da utilização desses biomarcadores
ocorre no diagnóstico do lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Inicialmente, é importante relembrarmos como era realizado o diagnóstico do LES.
Em muitas situações, o mesmo só ocorria em estágio avançado e, por essas razões, considerava-se uma
doença grave com reduzida sobrevida. No entanto, hoje, com a disponibilidade de biomarcadores para o
LES, como a identificação do anticorpo antinúcleo, anticorpos anti-DNA e o anticorpo anti-SSA/Ro, é
possível realizar o reconhecimento de formas mais leves da doença, associadas a elevadas taxas de
sobrevida. Além disso, a presença de anticorpos anti-DNA e a queda nos níveis séricos do sistema
complemento, principalmente níveis de C3 e C4, foram identificados como indicadores de atividade da
doença. Dessa forma, a detecção dessas alterações em indivíduos em fase de remissão da doença indica a
necessidade de um acompanhamento e monitorização mais frequente e, se necessário, iniciar a terapia
farmacológica precoce com os corticosteroides e drogas imunomoduladoras.
Exemplo
A artrite reumatoide também pode ser diagnosticada a partir da detecção laboratorial do fator reumatoide e
dos anticorpos citrulinados (anticorpos produzidos pelo sistema imunológico e que atacam as próprias
células e tecidos saudáveis das articulações) na circulação sanguínea do paciente.
Da mesma forma, a detecção desses marcadores é um indicador de artrite reumatoide, antes mesmo de
surgirem os primeiros sintomas de doença. Lembrando que o seu diagnóstico, no passado, era dependente
de achados radiológicos que detectavam erosões ósseas em estágio avançado da doença, e assim,
associado a um pior prognóstico. Desse modo, o uso dos biomarcadores permitiu ao médico um
diagnóstico precoce da doença, a definição de uma melhor estratégia de tratamento, assim como a
monitorização dessa resposta ao tratamento.
Marcadores biológicos cardíacos
Os marcadores biológicos cardíacos são essenciais para a avaliação e triagem do risco cardíaco. Dentre
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eles, destacam-se os peptídeos natriuréticos (BNP e NT-proBNP) e a proteína C-reativa de alta sensibilidade
(PCR-HS), conforme tabela 1.
Marcador O que é
Razão de
aumento
Quando/como é
usado
PCR-HS Proteína Inflamação
Pode ajudar a
determinar o risco de
eventos cardíacos
em pacientes que
tiveram um infarto
do miocárdio.
BNP e NT-
proBNP
Hormônio
Insuficiência
cardíaca (IC)
Ajuda o diagnóstico,
a avaliação e o
prognóstico de
insuficiência
cardíaca. Uso
durante o
tratamento.
Tabela 1: Marcadores biológicos para avaliar o risco cardíaco. 
Extraído de Marcadores cardíacos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA, 2019).
De acordo com a Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda, o uso dos peptídeos
natriuréticos está bem estabelecido no diagnóstico e no prognóstico da IC. Na prática, centros de
emergências hospitalares têm utilizado os níveis dos peptídeos natriuréticos para diferenciar o quadro de
dispneia (dificuldade de respirar) que ocorre na IC e de quadros de dispneia causada por outros fatores. Mas
é preciso ficar atento, pois esses peptídeos podem elevar-se na presença de anemia, insuficiência renal
crônica e idade avançada, e de forma contrária, apresentar níveis reduzidos na presença de obesidade.
Níveis aumentados da proteína C-reativa de alta sensibilidade estão associados
com o aumento no risco de doença arterial periférica, infarto do miocárdio, AVC
(acidente vascular cerebral) e morte súbita cardiovascular.
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Além desses, existem marcadores cardíacos liberados no sangue associados à lesão cardíaca aguda. Isso
porque quando as células miocárdicas sofrem lesão, suas membranas celulares perdem a integridade, as
proteínas intracelulares se difundem e vão para a corrente sanguínea, sendo estas utilizadas como
marcadores biológicos.
Esses marcadores podem ser utilizados para diagnosticar, avaliar e monitorar pacientes com suspeita de
síndrome coronariana aguda, que deve ser realizada de forma rápida (a angina instável e o infarto agudo do
miocárdio (IAM) compõem a SCA). Portanto, assim que o paciente chega ao serviço de urgência
apresentando os sintomas sugestivos de SCA (dor no peito, sudorese, náuseas e dispneia), devem ser feitos
a avaliação desses marcadores e o exame físico, associados aos exames bioquímicos, eletrocardiográficos
e de imagem, além da estratificação do risco, com resultados rápidos para minimizar a lesão cardíaca e
complicações futuras.
Síndrome coronariana aguda
SCA, caracterizada por uma diminuição súbita da quantidade de sangue e oxigênio que chega ao coração.
Atenção!
Mas é preciso ficar atento, pois sintomas como dor ou sensação de pressão no tórax, náuseas e/ou falta de
ar podem estar associados ao IAM e a quadros de angina, mas também podem ser relacionados com
problemas não cardíacos, e assim, os marcadores são essenciais para facilitar esse diagnóstico, e avaliar a
gravidade da situação o mais cedo possível, para que comece o tratamento adequado.
Atualmente, os marcadores de escolha para lesão cardíaca são: as troponinas I e T (TnI, TnT), creatinina
quinase (CK e a CK-MB) e a mioglobina, conforme descrito a seguir na tabela 2. Dentre eles, as troponinas
apresentam maior especificidade para lesão miocárdica e habilidade em detectar pequenas lesões
miocárdicas nas SCA, não detectáveis pela CK-MB.
Marcador O que é
Tecido de
origem
Razão de
aumento
Creatina
quinase (CK)
Enzima – há 3
isoenzimas
Coração, cérebro
e músculo
esquelético
Lesão muscular
esquelética ou
cardíaca
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CK-MB
(isoforma da
creatinina
quinase
existente em
grande
quantidade na
massa
miocárdica)
Isoenzima
cardíaca da CK
Principalmente
coração, mas
também
músculo
Lesão muscular
cardíaca e/ou
esquelética
Mioglobina
Proteína
armazenadora de
oxigênio
Coração e
outras células
musculares
Lesão muscular
ou cardíaca
Troponina
Complexo
proteico
regulador. Duas
isoformas
específicas: I e T
Presente nos
filamentos finos
da musculatura
estriada do
coração
Lesão cardíaca
Tabela 2: Marcadores biológicos utilizados para diagnosticar, avaliar e monitorizar pacientes com suspeita de síndrome coronariana aguda. 
Adaptado de marcadores cardíacos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA, 2019).
Conforme ilustrado na imagem a seguir, esses biomarcadores podem ser dosados nas primeiras horas a
partir do início dos sintomas, durante o curso clínico e após a estabilização do evento, permitindo o
diagnóstico diferencial e o risco de progressão para IAM do paciente, para que se possa seguir com o
tratamento adequado. E assim, recomenda-se que se faça a dosagem desses biomarcadores a partir da
admissão do paciente para acompanhar a sua evolução.
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Descrição esquemática da cinética de vários marcadores cardíacos após um IM.
Alguns marcadores são menos específicos para lesão cardíaca e podem aumentar com lesão de músculos
esqueléticos, doenças hepáticas e doenças renais, como, por exemplo, o uso isolado da CK-MB, tendo em
vista que ela pode ser detectada em pessoas saudáveis ou na presença de lesão muscular esquelética.
Assim, o seu uso sempre deve estar associado com as dosagens de outros marcadores biológicos.
Marcadores biológicos de hepatotoxicidade e
nefrotoxicidade
Biomarcadores de toxicidade hepática
A toxicidade hepática tem sido estimada tradicionalmente medindo as atividades enzimáticas, por exemplo,
das aminotransferases no soro, que são encontradas quando as células do fígado são danificadas. Existem
dois tipos de aminotransferases com importância clínica: a alanina aminotransferase (ALT ou TGP) e a
aspartato aminotransferase (AST ou TGO), também chamadas de transaminases. De forma interessante, a
ALT é encontrada em grande concentração no fígado e em baixa quantidade no rim, no coração e nos
músculos. Por sua vez, a AST é menos específica ao fígado, sendo também encontrada no músculo
cardíaco e esquelético, nos rins, no cérebro, nos pulmões, no pâncreas, nos leucócitos e nos eritrócitos.
Conforme ilustrado na imagem a seguir, essas enzimas são muito utilizadas na prática clínica para o
rastreamento de danos hepáticos e no acompanhamento da progressão de doenças hepáticas. Além disso,
também podem ser úteis na avaliação da eficácia do tratamento e no monitoramento da ação de fármacos
potencialmente hepatotóxicos.
Situações patológicas em que há o aumento das concentrações de aminotransferases e os valores encontrados.
As atividades séricas das enzimas fosfatase alcalina e da gama-glutamil transpeptidase (GGT) também
podem ser utilizadas como biomarcadores de lesão hepática envolvendo principalmente a excreção biliar.
Outros testes de função hepática menos específicos também podem ser usados, que incluem a
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concentração plasmática de albumina e fatores de coagulação, ou concentrações séricas de ácidos biliares,
ambos sintetizados no fígado. No entanto, esses parâmetros carecem de especificidade, uma vez que
infecções virais hepáticas, uso de álcool e drogas afetam essas enzimas.
A determinação da atividade das enzimas colinesterase eritrocitária e colinesterase plasmática em
indivíduos expostos à superdosagem dos inseticidas organofosforados (Ex.: Malation) e carbamatos, que
atuam no bloqueio da atividade dessas enzimas, também é muito utilizada para o diagnóstico e o
tratamento das intoxicações. Entretanto, não apresenta correlação muito significativa em exposições
ambientais e/ou ocupacionais leves ou moderadasa esses inseticidas. Ainda assim, é considerado o
marcador biológico de escolha.
Biomarcadores de nefrotoxicidade
Um exemplo prático é o aumento da ureia no plasma, que pode estar associada à doença renal aguda ou
crônica, em decorrência da menor excreção glomerular dada a insuficiência renal. O aumento da
concentração de ureia no sangue causa a hiperuricemia, cujos sinais e sintomas incluem acidemia, náuseas
e vômito, progredindo para alteração da consciência e coma.
A creatinina também pode ser utilizada como um biomarcador de nefrotoxicidade (resultado de lesões do
glomérulo, nos túbulos, nos vasos sanguíneos ou no tecido intersticial renal), uma vez que é filtrada
principalmente nos rins, embora uma pequena quantidade seja secretada ativamente. O comprometimento
da filtração renal eleva os níveis plasmáticos de creatinina, no entanto, o aumento da creatinina plasmática
também pode decorrer de outras causas, como traumas, distrofias musculares, poliomielite, esclerose
amiotrófica, fome, hipertrofia prostática, uso excessivo de diuréticos, diabetes insípido, dentre outras
causas.
A orientação é que, para a dosagem de creatinina, deve-se evitar prática de exercício físico em um período
que compreende 8h antes da dosagem e evitar ainda a ingestão de carne vermelha em excesso 24h antes.
Marcadores biológicos na prática clínica: estudo de caso
Confira agora um ou mais estudos de casos que demonstrem como os marcadores podem ser utilizados na
prática clínica.

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Marcadores biológicos
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Tipos de biomarcadores
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Biomarcadores associados a doenças autoimunes
Todos
Módulo 1 - Video
Marcadores biológicos na prática clínica: estudo de caso
Módulo 2 - Video
A atuação farmacêutica em casos clínicos de monitorização terapêutica de medicamentos
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 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 
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Módulo 3 - Video
Como identi�car e evitar erros nas prescrições
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
(Farmacêutico Bioquímico – CESPE/CEBRASPE – 2013) Os marcadores tumorais são macromoléculas
presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e/ou alterações em
suas concentrações estão relacionados com a gênese e o crescimento de células neoplásicas. Com relação
a esse assunto, assinale a opção correta.
A
Marcadores tumorais normalmente são úteis no manejo clínico dos pacientes com
câncer, mas a presença de vários marcadores pode dificultar a maioria dos processos de
diagnóstico.
B
Os marcadores tumorais são caracterizados ou quantificados apenas por meios
imunohistoquímicos.
C
Cada marcador tumoral tem um valor de referência determinado. Pacientes que
apresentarem taxas acima do valor de referência devem ser investigados.
D
Marcadores tumorais não podem ser proteínas, apenas peptídeos e/ou aminoácidos,
incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios.
E
A fração beta (ß-HCG) é utilizada apenas para diagnóstico, monitorização e prognóstico
de pacientes com distúrbios de células germinativas.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
No caso dos marcadores tumorais, que podem ser proteínas, o uso de mais de um marcador
durante o manejo do paciente não dificulta o processo diagnóstico, além disso, eles não são
apenas caracterizados por meios imunohistoquímicos, também podem ser quantificados por
métodos cinético-enzimáticos, imunoensaio fluorescente e quimioluminescência. E a fração beta
pode ser utilizada no diagnóstico da gravidez.
Questão 2
(Analista Judiciário – Medicina do Trabalho – FCC – 2011) No estudo do câncer ocupacional, a
identificação de carcinógenos químicos constitui ainda hoje um grande desafio. A epidemiologia molecular
tem sido incorporada em nosso meio e visa identificar biomarcadores que possam detectar sinais precoces
e específicos de exposição ou mesmo de doença em populações de risco. Os biomarcadores que permitem
avaliar o prognóstico da doença são do tipo de
A exposição.
B inferência.
C suscetibilidade.
D sensibilidade.
E efeito.
Parabéns! A alternativa E está correta.
O biomarcador de efeito permite que o clínico compreenda a progressão da doença ou a eficácia
de um fármaco durante a terapia farmacológica, e assim, avaliar o prognóstico da doença.

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2 - Práticas farmacêuticas e monitorização terapêutica
de medicamentos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as ferramentas de práticas
farmacêuticas e os fatores in�uentes no processo farmacoterapêutico no monitoramento dos
medicamentos.
Importância do farmacêutico no processo
farmacoterapêutico
Nos últimos anos, tem sido explorada a participação mais efetiva do farmacêutico durante o processo
farmacoterapêutico. Com esse intuito, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) publicou em 2013 duas
importantes resoluções que regulamentaram as atribuições clínicas do farmacêutico (Resolução 585/2013),
bem como a prescrição farmacêutica (Resolução 586/2013), que juntas, fortalecem o papel do
farmacêutico clínico.
Após a publicação dessas resoluções, diversas estratégias e orientações foram criadas para auxiliar e
melhorar os serviços e procedimentos da prática farmacêutica, além de estimular, por exemplo, a
implementação e o desenvolvimento do serviço de monitorização terapêutica de medicamentos, importante
prática clínica exercida pelos farmacêuticos, de modo a contribuir para que os pacientes obtenham
resultados mais eficazes.
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Atenção!
A monitorização terapêutica de medicamentos pode ser definida como: especialidade clínica
multidisciplinar que visa melhorar a assistência prestada ao paciente, ajustando individualmente a dose de
medicamentos. Em outras palavras, também pode ser definida como “serviço que compreende a
mensuração e a interpretação dos níveis plasmáticos dos fármacos, em intervalos definidos, com o objetivo
de determinar as doses individualizadas necessárias e adequadas para a obtenção de concentrações
séricas efetivas e seguras”.
Dessa forma, o objetivo de aplicar a monitorização de fármacos na prática clínica visa otimizar a terapia
farmacológica, aumentar a probabilidade de eficácia, evitar ou detectar precocemente a ocorrência de níveis
tóxicos ou subterapêuticos. Além disso, é utilizada para avaliar a variabilidade inter e intraindivíduo dos
parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos. Vale destacar que diversos fatores podem modificar a
concentração sanguínea de um fármaco para uma dose específica, como a própria formulação do
medicamento, variações genéticas, fatores ambientais e/ou comportamentais, dentre outros.
Mas é preciso estar atento, pois esse monitoramento não se restringe apenas à mensuração da
concentração plasmática de fármacos e comparação com intervalos terapêuticos preestabelecidos, mas
compreende um conjunto de estratégias associadas, envolvendo técnicas e análises farmacêuticas,
farmacocinéticas e farmacodinâmicas com o intuito de contribuir para a identificação e resolver problemas
relacionados à farmacoterapia.
Já foi observado que esse monitoramento, desenvolvido pelo farmacêutico, é
capaz de refletir resultados positivos na saúde do paciente e reduzir o tempo de
internação, a duração do tratamento e o consumode medicamentos, favorecendo o
seu uso racional.
Mas qual seria o papel do farmacêutico nesse monitoramento?
Resposta
Após analisar a concentração plasmática do medicamento em determinado paciente, o farmacêutico pode,
por exemplo, recomendar, se necessário, o ajuste de dose ou da posologia com o intuito de alcançar
concentrações ideais (dentro da janela terapêutica), e assim, alcançar os desfechos clínicos esperados,
como redução do número de convulsões em uso dos anticonvulsivantes. Portanto, o farmacêutico clínico
junto à equipe multiprofissional pode discutir as metas e o plano de cuidado do paciente, individualizando
as intervenções.
Em um exemplo prático, já foi demonstrado que a individualização da dose dos aminoglicosídeos
(antibióticos), baseada na orientação do farmacêutico após avaliação do perfil farmacocinético do
medicamento individualizado (monitoramento do medicamento), foi associada a uma redução do tempo de
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internação e dos períodos febris, além de estar associada a concentrações plasmáticas mais adequadas.
Além disso, o serviço demonstrou ser custo-efetivo, havendo uma economia anual de mais de 2 milhões de
dólares, para cada 500 pacientes submetidos a esse serviço.
Aplicação da monitorização terapêutica
Quando realizar a monitorização terapêutica?
Em teoria, todos os fármacos já possuem estabelecida a sua janela terapêutica. No entanto, em alguns
pacientes se observam efeitos terapêuticos durante o uso de medicamentos em concentrações abaixo da
faixa estabelecida, bem como efeitos tóxicos mesmo em concentrações consideradas terapêuticas.
Portanto, os intervalos terapêuticos e os valores de referência podem variar.
Sendo assim, em situações especiais, a interpretação das concentrações plasmáticas obtidas de cada
paciente por meio do monitoramento pelo farmacêutico e a equipe multiprofissional deve ser realizada de
forma individualizada associada à resposta clínica do paciente com o intuito de garantir o efeito terapêutico
sem toxicidade.
A maioria dos fármacos pode ter sua ação terapêutica monitorada por meio do acompanhamento clínico do
paciente; no entanto, é necessária uma avaliação de quando o monitoramento deve ser realizado. Devido ao
elevado custo de execução, o mesmo não deve ser utilizado de forma indiscriminada para todos os
pacientes, uma vez que os regimes posológicos já são preconizados durante o desenvolvimento dos
fármacos.
Dessa forma, quais são as condições especiais em que o monitoramento é necessário e está indicado?
Pacientes que apresentam alguma patologia associada a alterações nos processos farmacocinéticos,
uma vez que, em algumas situações, pode ser necessária a individualização posológica.
Pacientes pediátricos, geriátricos, com câncer, politraumatizados, queimados (influencia na hidratação e
na resposta metabólica devido às lesões), infecção ativa (leva ao aumento da permeabilidade celular,
ocasionando mudanças no metabolismo de excreção), com insuficiência renal ou hepática (pode reduzir
a capacidade metabólica e alterar a ligação às proteínas plasmáticas, bem como influenciar na
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depuração renal dos fármacos), uma vez que esses pacientes são pouco contemplados em estudos de
desenvolvimento de novos fármacos.
Pacientes que utilizam medicamentos com janela terapêutica estreita, ou seja, pequenas variações na
concentração plasmática podem ultrapassar a concentração alvo e alcançar a concentração tóxica,
sendo maior o risco de efeitos indesejados ao paciente.
Fármacos que, em altas doses, podem produzir os mesmos efeitos da doença que está sendo tratada.
Fármacos que apresentam concentrações plasmáticas irregulares, e que o aumento da sua concentração
pode estar associado a quadros de toxicidade e efeitos adversos.
Casos de suspeita de eventos adversos ou intoxicação, na detecção e monitoramento de interações
medicamentosas, a fim de aumentar a segurança durante o tratamento.
Casos de suspeita de resposta subterapêutica ou ausência de resposta terapêutica, na avaliação da
adesão ao tratamento, principalmente quando há suspeita de não adesão ao tratamento ou para
promover maior efetividade do tratamento.
Na prática clínica, os fármacos que frequentemente exigem constante monitorização e apresentam
problemas clínicos que requerem acompanhamento farmacocinético são:
1. Antimicrobianos (amicacina, gentamicina, tobramicina, vancomicina).
2. Antirretrovirais (lopinavir, ritonavir).
3. Anticonvulsivantes (carbamazepina, fenitoína, valproato, fenobarbital, lamotrigina, topiramato).
4. Antineoplásicos e imunossupressores (ciclosporina, tacrolimo, sirolimo, ácido micofenólico,
metotrexato).
5. Antidepressivos (amitriptilina, imipramina).
�. Cardiovasculares (digoxina, lidocaína, quinidina, procainamida, amiodarona).
7. Broncodilatador (teofilina).
�. Usados no transtorno do humor (sais de lítio).
Já foi evidenciado que a utilização da terapia renal substitutiva (hemodiálise) em unidades de terapia
intensiva (UTI) pode alterar a farmacocinética dos antibióticos. Assim, sempre que possível, a dosagem
plasmática destes medicamentos está indicada para melhor ajustar as doses dos antibióticos, buscando
sempre níveis sanguíneos adequados, aumento da eficácia do tratamento e reduzindo de forma significativa
a mortalidade dos pacientes que apresentam infecções graves.
Implementação da monitorização terapêutica de
medicamentos
Etapas que compõem a monitorização terapêutica
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A implementação da monitorização terapêutica de medicamentos requer uma abordagem combinada,
abrangendo técnicas e análises farmacêuticas, farmacocinéticas e farmacodinâmicas. Assim, o
farmacêutico clínico pode utilizar inúmeras ferramentas para atuar em todas as etapas que compõem o
monitoramento, permeadas por uma prática laboratorial e clínica, e que podem ser divididas em: fase pré-
analítica, fase analítica e fase pós-analítica.
Fase pré-analítica
Nessa primeira etapa, o farmacêutico deve realizar uma anamnese farmacêutica e coletar todos os dados
do paciente, por meio de entrevista ou a partir do prontuário (no caso de pacientes hospitalizados), e assim,
obter as informações, como idade, etnia, sexo, hábitos sociais (tabagismo, alcoolismo), aspectos clínicos,
como a presença de comorbidades, alterações hepáticas e/ou renais, uso de outros medicamentos, e
quando possível, obter informações farmacogenéticas em relação à presença de possíveis polimorfismos.
Essas informações são essenciais para conhecer a história de saúde do paciente, identificar situações
especiais e elaborar o perfil farmacoterapêutico individualizado de acordo com as suas necessidades.
Portanto, na fase pré-analítica, é definido qual fármaco deve ser monitorado. Em
seguida, é selecionado o método adequado para análise, é realizada a requisição do
exame, e o paciente é encaminhado para coleta da amostra.
Além disso, após a administração, é essencial obter a amostra de sangue no tempo correto para avaliação
da concentração do fármaco. E para isso, é importante que o médico, ao iniciar a terapia com fármacos,
estabeleça quando os níveis séricos alcançam um nível terapêutico estável. Caso a terapia não seja iniciada
com o uso da dose de ataque, o equilíbrio de acúmulo é alcançado após aproximadamente 6 a 7 meias-
vidas de eliminação, e assim, deve-se aguardar a coleta até que o paciente se encontre nesse equilíbrio.
Para inúmeros fármacos já está estabelecido o tempo ideal após a administração, o tipo de amostra
biológica (plasma/soro/sangue total) e o número necessário a ser coletado para determinação dos níveis
plasmáticos do medicamento. Quando esses parâmetros não são considerados, há o risco de interpretaçãoequivocada das concentrações plasmáticas. A coleta feita no momento errado é responsável pelo maior
número de erros na interpretação dos resultados. Veja o resumo a seguir!
Antiarrítmicos:
Lidocaína
Agentes cardíacos 
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Intervalo terapêutico: 1,5-5µg/mL 
Níveis tóxicos: > 6µg/mL 
Meia-vida (h): 1,5-2. 
Momento da coleta: A cada 24h. 
Tipo de amostra: Plasma/soro.
Quinidina
Intervalo terapêutico: 2-5µg/mL 
Níveis tóxicos: > 8µg/mL 
Meia-vida (h): 6-8. 
Momento da coleta: Antes da próxima dose. 
Tipo de amostra: Plasma/soro.
Cardiotônicos:
Digoxina
Intervalo terapêutico: 0,8-2ng/mL. 
Níveis tóxicos: > 2,5ng/mL. 
Meia-vida (h): 150-250. 
Momento da coleta: 6-12h após a dose. 
Tipo de amostra: Plasma/soro.
Digitoxina
Intervalo terapêutico: 18-35ng/mL. 
Níveis tóxicos: > 35ng/mL. 
Meia-vida (h): 20-60. 
Momento da coleta: Antes da próxima dose. 
Tipo de amostra: Plasma/soro.
Amicacina
Intervalo terapêutico: Pico: 15-30µg/mL/ Vale: 5-10µg/mL. 
Níveis tóxicos: Vale: > 8µg/mL. 
Meia-vida (h): 2-3. 
Momento da coleta: Antes da próxima dose ou 1h após a dose. 
Tipo de amostra: Soro.
Antibióticos 
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Gentamicina
Intervalo terapêutico: Pico: 4-10µg/mL/ Vale: < 2µg/mL 
Níveis tóxicos: Vale: > 2µg/mL. 
Meia-vida (h): 2-3. 
Momento da coleta: Antes da próxima dose. 
Tipo de amostra: Soro.
Ácido valproico
Intervalo terapêutico: 50-100µg/mL 
Níveis tóxicos: > 100µg/mL. 
Meia-vida (h): 8-15. 
Momento da coleta: Antes da próxima dose. 
Tipo de amostra: Plasma/soro.
Carbamazepina
Intervalo terapêutico: 8-12µg/mL 
Níveis tóxicos: > 12µg/mL. 
Meia-vida (h): 15-40. 
Momento da coleta: Antes da próxima dose. 
Tipo de amostra: Plasma/soro.
Teofilina
Intervalo terapêutico: 10-20ng/mL. 
Níveis tóxicos: > 20ng/mL. 
Meia-vida (h): 10. 
Momento da coleta: Pico: 1h após a dose /Vale: antes da próxima dose. 
Tipo de amostra: Plasma/soro.
Anticonvulsivantes 
Broncodilatadores 
Psicofármacos 
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Haloperidol
Intervalo terapêutico: 5-15ng/mL. 
Níveis tóxicos: > 50ng/mL. 
Meia-vida (h): 15-40. 
Momento da coleta: Pico: 3-6h após a dose 
Tipo de amostra: Soro.
Lítio
Intervalo terapêutico: 0,6-1,2mEq/L. 
Níveis tóxicos: > 1,5mEq/L. 
Meia-vida (h): 18-24. 
Momento da coleta: 12h após a dose. 
Tipo de amostra: Soro.
Metotrexato
Intervalo terapêutico: 9ng/mL. 
Níveis tóxicos: > 9ng/mL. 
Meia-vida (h): 5-9. 
Momento da coleta: 24-72h após a infusão. 
Tipo de amostra: Soro.
Ciclosporina
Intervalo terapêutico: 100-300ng/mL (rim) /200-350ng/mL (coração, pâncreas, fígado) 
Níveis tóxicos: > 400µg/mL. 
Meia-vida (h): 8-24. 
Momento da coleta: Pico: 2h após a dose/Vale: 12h após a dose. 
Tipo de amostra: Sangue total.
Tacrolimo
Citotóxicos 
Imunossupressores 
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Intervalo terapêutico: 4-20ng/mL. 
Níveis tóxicos: - 
Meia-vida (h): 10-24. 
Momento da coleta: Antes da próxima dose. 
Tipo de amostra: Sangue total.
Sirolimo
Intervalo terapêutico: 5-15ng/mL. 
Níveis tóxicos: > 15ng/mL. 
Meia-vida (h): - 
Momento da coleta: Antes da próxima dose. 
Tipo de amostra: Sangue total.
Embora as concentrações sanguíneas de muitos fármacos cheguem ao ponto máximo 1 a 2 horas após a
administração oral (concentração denominada nível de pico), fatores como absorção lenta podem retardar
significativamente o tempo no qual as concentrações máximas são alcançadas. Por isso, com poucas
exceções, as amostras devem ser coletadas antes da próxima dose (concentração denominada no nível de
vale). Esses níveis de vale apresentam menor probabilidade de serem influenciados pela absorção ou por
problemas de distribuição. Em geral, a concentração no nível de pico é útil na avaliação da toxicidade e, no
nível de vale, para demonstrar a concentração terapêutica satisfatória. Em ambos os casos, o momento da
coleta e o horário da última dose devem ser informados junto com o resultado, para garantir a correta
interpretação.
Fase analítica
Essa etapa é a fase laboratorial do monitoramento dos medicamentos. A mesma deve apresentar agilidade,
para que ocorra a liberação dos resultados analíticos o mais breve possível. Para o correto processamento
da amostra, o farmacêutico clínico deve selecionar a técnica analítica específica para cada fármaco,
estando atento para a presença de possíveis interferentes (metabólitos ou outras substâncias similares à
medicação) que podem alterar o resultado das análises realizadas, e provocar resultados falsamente
elevados ou diminuídos da medicação.
Exemplo
Os resultados dos imunoensaios para determinar a concentração plasmática do antibiótico vancomicina
podem ser alterados devido ao aumento da bilirrubina (>20mg/dL), elevando falsamente a concentração da
vancomicina. O aumento da lipemia (hiperlipidemia) pode afetar os resultados dos ensaios turbidimétricos,
elevando falsamente a concentração dos fármacos por eles medidos.
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O farmacêutico também deve estar atento às amostras hemolisadas, uma vez que podem alterar a
determinação das concentrações plasmáticas dos fármacos (os hemolisados apresentam propriedades
fotométricas, fluorométricas e quimioluminescentes). Em situações como pré-eclâmpsia e insuficiência
cardíaca alguns pacientes apresentam o interferente digoxin-like immunoreactive substances, que pode ser
responsável por reação cruzada no monitoramento da digoxina por imunoensaios.
As técnicas laboratoriais mais comumente utilizadas para a dosagem dos
medicamentos são imunoensaios, enzimaimunoensaios ou quimioluminescência
(eletroquimioluminescência). A técnica por espectrometria de massas foi
recentemente introduzida com o intuito de minimizar a interferência por reações
cruzadas. No entanto, apresenta elevado custo.
Para a maioria dos fármacos, a amostra de sangue pode ser obtida em tubos com ou sem anticoagulantes
(plasma ou soro, respectivamente).
Fase pós-analítica
Nessa etapa, ocorre a interpretação dos resultados obtidos na fase analítica (laboratorial). Ou seja, o
farmacêutico deve realizar a correlação da concentração plasmática dos medicamentos com o efeito
clínico, analisando se os mesmos se encontram dentro da meta terapêutica, ou até mesmo se o paciente
apresenta concentrações elevadas do fármaco, associadas a efeitos colaterais e tóxicos. E quando
necessário, o farmacêutico pode então sugerir alterações no tratamento para a equipe responsável pelo
paciente. Quando pertinente, pode documentar a evolução farmacêutica no prontuário do paciente,
definindo condutas e metas terapêuticas, com o intuito de otimizar as concentrações do medicamento,
aumentar a eficácia e o sucesso da terapia farmacológica prescrita.
No resumo apresentado anteriormente, encontram-se os intervalos terapêuticos (meta terapêutica) dos
fármacos que frequentemente são monitorados. O ideal é alcançar esses intervalos, pois com eles
aumenta-se a probabilidade de alcançar a eficácia terapêutica (resposta farmacológica), com toxicidade
mínima, na maioria dos pacientes.
Atenção!
É preciso estar atento, pois concentrações menores do que as esperadas podem estar relacionadas a não
adesão ao tratamento, ou a erros na dose, uso errado do medicamento, baixa absorção ou
biodisponibilidade e até mesmo momento inadequado da coleta.
Quando o paciente apresenta concentrações maiores do que as esperadas após a coleta adequada da
amostra de sangue, casos em que o risco de efeito tóxico está aumentado, deve-se considerar a
possibilidade de maior absorção ou biodisponibilidadedo fármaco, diminuição da excreção do fármaco e
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até mesmo volume de distribuição diminuído. Em alguns casos, pode-se observar concentrações corretas
no sangue, mas sem resposta terapêutica adequada. Nessas situações, pode haver diminuição da
sensibilidade dos receptores do fármaco ou antagonismo em relação a outros fármacos.
Por fim, o farmacêutico deve acompanhar o paciente durante a modificação da sua terapia, realizar novas
avaliações quando necessárias, para confirmar se o mesmo alcançou as metas de forma total, parcialmente
ou não atingiu, e com base nas condições do paciente encaminhá-lo para outro profissional.
A atuação farmacêutica em casos clínicos de
monitorização terapêutica de medicamentos
Confira agora a atuação do farmacêutico no monitoramento de medicamentos.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Importância do farmacêutico no processo farmacoterapêutico
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Quando realizar a monitorização terapêutica?
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Etapas que compõem a monitorização terapêutica

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Todos
Módulo 1 - Video
Marcadores biológicos na prática clínica: estudo de caso
Módulo 2 - Video
A atuação farmacêutica em casos clínicos de monitorização terapêutica de medicamentos
Módulo 3 - Video
Como identi�car e evitar erros nas prescrições
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
 Todos Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 
Questão 1
(Farmacêutico – UFRJ – 2018) Uma das atribuições clínicas do farmacêutico é a monitorização terapêutica
por meio de dados de farmacocinética clínica. Entretanto, tal monitoramento não se aplica a qualquer caso,
pois depende de características inerentes ao medicamento que se pretende monitorar. Assinale a alternativa
que descreve corretamente uma característica do medicamento que torna possível e/ou necessário o
monitoramento terapêutico.
A
Janela terapêutica ampla, na qual a dose de um fármaco que produz as concentrações
terapêuticas desejadas seja distante da dose que também pode produzir concentração
sérica tóxica.
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B Presença de um parâmetro clínico claramente definido que permita ajustes de dose.
C
Toxicidade que possa levar à hospitalização, a danos irreversíveis nos órgãos e até à
morte.
D Relação previsível entre a dose e o desfecho clínico.
E
Ausência de correlação entre a concentração sérica do fármaco e sua eficácia e
toxicidade.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O monitoramento está indicado para medicamentos que quando apresentam aumento de seus
níveis plasmáticos estão associados a quadros de toxicidade e efeitos adversos, visando
aumentar a segurança durante a utilização desses medicamentos.
Questão 2
(Farmacêutico – FGV – 2021) A monitoração laboratorial de medicamentos é uma prática clínica
laboratorial importante para identificar a ocorrência de concentrações tóxicas ou concentrações
subterapêuticas, em pacientes internados em unidade hospitalar. Essas diferenças interindividuais podem
ser causadas por:
I. Fatores farmacocinéticos, como capacidade de absorção, volume de distribuição do medicamento,
biodisponibilidade e função renal e/ou hepática. 
II. Fatores farmacodinâmicos, como interações medicamentosas, polimorfismo no receptor do fármaco e
tolerância ao medicamento. 
III. Fatores biológicos, como pacientes que possuem função renal diminuída, causando toxicidade mesmo
com a dose dentro do intervalo terapêutico, e na infância devido à capacidade metabolizante dos
medicamentos ser menor.
Está correto o que se afirma em:
A I, somente.
B I e II, somente.
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C I e III, somente.
D II e III, somente.
E I, II e III.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Diversos fatores farmacocinéticos, farmacodinâmicos e biológicos podem alterar a
biodisponibilidade dos medicamentos, e consequentemente, a concentração plasmática dos
mesmos, alcançando concentrações tóxicas, terapêuticas ou subterapêuticas. Dessa forma, o
monitoramento está indicado para pacientes que apresentam alterações clínicas significativas
nesses fatores.

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3 - Aspectos legais da receita médica no Brasil
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os aspectos legais da receita médica no
Brasil.
Prescrição racional e suas etapas
Após o paciente ser avaliado e diagnosticado com algum problema clínico, o médico, baseado nos
protocolos clínicos, pode optar entre diversas abordagens terapêuticas, como a utilização dos
medicamentos, cirurgia, fisioterapia, entre outras, sendo o tratamento farmacológico uma escolha frequente,
fazendo-se necessária a confecção de uma prescrição médica.
A prescrição ou receita médica descreve em detalhes o tratamento específico para determinado paciente. A
receita médica é um documento com valor legal, fruto de uma anamnese cuidadosa, um exame físico
rigoroso e uma hipótese diagnóstica embasada. E então, para que essa prescrição possa ser realizada de
maneira correta, etapas racionais devem ser seguidas:
Inicialmente, baseado nas diretrizes clínicas e nos protocolos terapêuticos, o médico deve
estabelecer um diagnóstico específico, mesmo que presuntivo (que tem possibilidades de
ser; provável). Assim, a prescrição não deve ser baseada apenas no desejo de satisfazer as
necessidades psicológicas do paciente por algum tipo de tratamento.
Após estabelecido o diagnóstico específico, o médico deve considerar a sua fisiopatologia, ou
seja, quais alterações fisiológicas estão sendo alteradas. Além disso, o médico deve explicar
essas alterações ao paciente em linguagem simples, passível de entendimento.
Após identificar os processos fisiopatológicos, o médico deve selecionar um objetivo
terapêutico para cada processo. Nessa etapa, vale destacar que o paciente com uma única
patologia pode apresentar mais de um objetivo terapêutico. Como, por exemplo, na artrite
reumatoide, o paciente pode apresentar dois objetivos terapêuticos, um no sentido de alívio
d d ( d ã d i fl tó i ) t bl i d l ã d
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da dor (redução do processo inflamatório), e outro para bloqueio da evolução do processo
patológico.
A partir da definição do objetivo terapêutico, deve-se selecionar o fármaco de escolha, ou um
conjunto deles, para cada objetivo, considerando as características específicas do paciente e
de sua apresentação clínica. Ou seja, deve-se avaliar a faixa etária, a presença de outras
doenças, confirmar a inexistência de contraindicação e se o paciente já consome outra
medicação, que pode culminar em interação farmacológica.
Após escolher o fármaco, deve-se determinar o esquema posológico baseado nos
parâmetros farmacocinéticos do fármaco. Por exemplo, o uso de medicamentos em
pacientes com insuficiência renal ou hepática deve ser realizado com muita cautela, devido a
importantes processos de metabolismo e à excreção dos medicamentos estarem
comprometidos.
Após definida a terapia farmacológica, o médico deve elaborar um plano para a monitorização
da ação do fármaco, ou seja, explicar ao paciente todos os efeitos esperados com a utilização
daquele fármaco e a forma como os efeitos serão monitorados, além de determinar um
parâmetro de avaliação final para a terapia.Um exemplo prático dessa etapa é em relação aos
pacientes quefrequentemente deixam de tomar uma medicação após parar de apresentar os
sintomas iniciais, como durante o uso da penicilina no tratamento da faringite estreptocócica.
Diversos pacientes não são alertados durante a consulta médica para a importância de
continuar a tomar o medicamento mesmo após o desaparecimento dos sintomas agudos. E
que esse uso irracional dos antibióticos pode favorecer a resistência bacteriana.
Por fim, o médico deve planejar um programa de educação do paciente. E assim, estar
disponível ao paciente para repetir, estender e reforçar as informações transmitidas tantas
t f á i D h l d i f l i t
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Nesse sentido, essas instruções ao paciente sobre como e quando tomar os medicamentos, a duração do
tratamento e os objetivos da prescrição devem ser explicados de forma detalhada tanto pelo médico como
também pelo farmacêutico. Por exemplo, no momento da dispensação do medicamento na farmácia, o
farmacêutico não pode acreditar que o médico já tenha realizado as instruções, e nem mesmo o médico
confiar que o farmacêutico realizará as instruções, pois caso nenhum profissional o faça, quem sairá sem a
correta orientação será o paciente.
Relembrando
É preciso relembrarmos que o diagnóstico e a prescrição de medicamentos são atos de competência
exclusiva do médico, cirurgião-dentista e veterinário, nos casos restritos às respectivas especialidades. No
entanto, o farmacêutico também pode realizar a indicação de medicamentos isentos de prescrição (MIPs –
regulamentados pela RDC 98, de 01/08/2016. Exemplo: naproxeno, ibuprofeno, fenilefrina, cetoprofeno,
neomicina etc.), desde que atendidos os critérios éticos e legais previstos, conforme disposto no item
5.17.2 do Anexo da RDC 67/2007. Já o enfermeiro só pode atuar como prescritor de medicamentos quando
fizer parte de uma equipe médica, seguir as orientações de um Programa de Saúde Pública, ou regimento
interno de instituição de saúde.
Elementos da prescrição médica
Apresentaremos agora os principais elementos do receituário simples utilizado para prescrição de
medicamentos que apresentam tarja vermelha, com os dizeres “venda sob prescrição médica” e que
seguem as regras descritas na Lei nº 5.991/1973. Esse receituário pode ser utilizado para prescrição de
medicamentos de uso contínuo, mas limitado ao uso por 60 dias.
O receituário simples pode ser feito de forma impressa, eletrônica ou manuscrita (à mão), desde que sejam
cumpridas todas as exigências legais. Nesse sentido, alguns elementos devem obrigatoriamente estar
presentes na prescrição médica, conforme ilustrado na imagem a seguir.
vezes quanto for necessário. Deve-se reconhecer o valor de informar e envolver o paciente em
cada uma das etapas discutidas acima, refletindo no aumento da adesão desses pacientes
ao tratamento.
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Elementos obrigatórios no receituário simples.
Entre os elementos obrigatórios destacados na imagem, encontram-se:
Devem ser descritos o nome completo do médico, sua especialidade, endereço e número de telefone
do consultório. Esse campo é essencial, pois, caso haja alguma dúvida antes de dispensar a
prescrição, por meio desse contato é possível facilitar a comunicação entre os profissionais
envolvidos.
Devem ser descritos o nome completo do paciente, endereço e a idade. Esses dados asseguram que
o fármaco chegue ao paciente específico e também para fins de identificação e registro. A descrição
do peso do paciente pode ser útil para evitar erros de cálculo da dose, principalmente quando os
fármacos são prescritos à população pediátrica.
Nesse local devem ser descritas todas as informações da medicação, como o nome do princípio
ativo do fármaco, a sua concentração, dosagem, forma farmacêutica, posologia e as instruções para
a administração.
Identidade do médico 
Identificação do paciente 
Instruções da terapia 
Data da prescrição 
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Considerando que a prescrição tem valor legal e que, em geral, há alguma relação com a data da
consulta médica, o farmacêutico deve recusar-se a dispensar a prescrição sem antes solicitar
confirmação telefônica caso tenha se passado muito tempo desde a data registrada.
Esses dados são úteis para fins de identificação do médico e de registro.
As instruções de uso devem ser específicas para cada paciente; no caso de uma preparação oral, as
instruções devem começar com tomar ou administrar; para os produtos de uso externo, as instruções
devem começar com o termo aplicar; para os supositórios, com o termo colocar; e para as soluções
oculares, otológicas ou nasais, prefere-se o termo pingar. Expressões como “usar como indicado”, “tomar
quando necessário”, “tome conforme recomendado” não devem ser usadas, pois podem confundir os
pacientes durante a administração.
O preenchimento dessas informações deve ser realizado de forma simplificada, uma vez que o não
entendimento de como realizar o tratamento pode refletir na não adesão terapêutica, que é uma das
principais causas de fracasso terapêutico. Além disso, a inclusão dessas instruções é uma medida de
segurança adicional para o paciente, porque o farmacêutico pode confirmar que o fármaco está sendo
dispensado de maneira correta com base no esquema prescrito.
Exemplo
O uso de losartana para tratar hipertensão pode necessitar de 100mg/dia (1,4mg/kg/dia), enquanto para
tratar insuficiência cardíaca congestiva, a dose não deve ultrapassar 50mg/dia, sendo assim, o
farmacêutico consegue confirmar se a dose está adequada de acordo com a indicação terapêutica do
paciente.
Nesse sentido, as melhores instruções ao paciente incluem um lembrete quanto à finalidade pretendida do
fármaco, por exemplo: fármaco utilizado “para o alívio da dor”, “para atenuar o prurido” ou “para controle da
pressão arterial”.
A quantidade de medicação prescrita deve ser suficiente para suprir todo o período do tratamento. Além
disso, a utilização do nome genérico quando comparado ao nome comercial dos medicamentos pode
eliminar a confusão durante a dispensação dos fármacos e favorecer a economia do paciente.
Assinatura do prescritor e dados de identificação do conselho da profissão 

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Como identi�car e evitar erros nas prescrições
Confira agora orientações para identificar e evitar erros de prescrição.
Receituários segundo a legislação brasileira
Classi�cação dos receituários
Diversos medicamentos estão sujeitos a controle especial e, para serem adquiridos, devem apresentar
outros tipos de receituários, além do receituário simples apresentado anteriormente, obedecendo à
legislação brasileira. Entre os profissionais sempre existe a dúvida. Por exemplo: qual receituário é utilizado
na prescrição e dispensação dos antibióticos e outros medicamentos? Dessa forma, descreveremos a
seguir cada um desses receituários.
Receituário de antimicrobianos
A receita para aquisição de antimicrobianos é determinada pela Resolução RDC-Anvisa nº 471, de 24 de
fevereiro de 2021, que definiu os critérios para a prescrição, dispensação, controle, embalagem e rotulagem
de medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos. Também nessa data, foi
publicada a IN (Instrução Normativa) nº 83/21, que define a lista de substâncias classificadas como
antimicrobianos de uso sob prescrição, isoladas ou em associação.
Não existe um modelo específico para a prescrição dos antimicrobianos, a mesma
pode ser realizada com o receituário de controle especial devidamente preenchido
ou até mesmo com o receituário simples.
No entanto, o receituário simples obrigatoriamente deve conter o nome completo,endereço, idade e sexo do
paciente (caso o prescritor não informe a idade e o sexo do paciente, esses dados podem ser preenchidos
pelo farmacêutico responsável pela dispensação), emitido em duas vias, uma delas destinada à retenção
pela farmácia onde se dará a aquisição e a outra via devolvida ao paciente. No ato da dispensação, o
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farmacêutico deve anotar nas duas vias a data, quantidade e número do lote do medicamento dispensado e
rubricar.
A receita de antimicrobianos é válida em todo o território nacional, por dez dias a contar da data de sua
emissão. Em situações de tratamento prolongado, a receita poderá ser utilizada para aquisições posteriores
dentro de um período de 90 (noventa) dias a contar da data de sua emissão. A mesma poderá conter a
prescrição de outras categorias de medicamentos desde que não sejam sujeitos a controle especial, e não
há limitação do número de itens contendo medicamentos antimicrobianos prescritos por receita.
Saiba mais
A retenção e a escrituração (movimento de entrada, saída, perda e transferência de medicamentos) das
receitas são obrigatórias. Farmácias e drogarias devem realizar a escrituração por meio do SNGPC (Sistema
Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados).
Outros medicamentos de controle especial estão sujeitos à regulamentação definida pela Secretaria de
Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde (Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998). Em geral, esses
medicamentos podem trazer riscos para a saúde e são substâncias com ação no sistema nervoso central,
capazes de causar dependência física ou psíquica, motivo pelo qual necessitam de um controle mais rígido
do que as substâncias comuns.
Receituário de controle especial.
De acordo com a portaria nº 344, as substâncias e os medicamentos sujeitos ao controle especial são
divididos em listas: A (A1, A2 e A3), B (B1 e B2), C (C1, C2, C3, C4 e C5), D (D1e D2), E e F. Essas listas
(Anexo I da Portaria nº 344) são atualizadas e disponibilizadas por meio de Resoluções de Diretoria
Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e devem ser acessadas por todos os
profissionais que trabalham com substâncias sujeitas a controle especial.
Medicamentos presentes na lista A
Todos os medicamentos dessa lista estão sujeitos à retenção de receita tipo A obrigatória. Esses
medicamentos recebem tarja preta, na qual se encontra impresso: “Venda sob prescrição médica –
Atenção: pode causar dependência física ou psíquica”.
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A1
Substâncias entorpecentes. Ex.: morfina e análogos.
A2
Substâncias entorpecentes de uso permitido somente em concentrações especiais. Ex.: codeína.
A3
Substâncias psicotrópicas. Ex.: anfetamina e análogos.
A Notificação de Receita A tem coloração amarela e é fornecida pela Autoridade Sanitária Estadual
mediante solicitação do profissional ou instituição. Essa notificação pode conter no máximo 5 ampolas (no
caso de formulações injetáveis) e, para as demais formas farmacêuticas de apresentação, poderá conter a
quantidade correspondente no máximo a 30 dias de tratamento. A notificação possui validade de 30 dias
após realizada a prescrição.
Notificação de Receita A.
Medicamentos presentes na lista B
Todos os medicamentos dessa lista estão sujeitos à retenção de receita tipo B obrigatória. Esses
medicamentos também recebem tarja preta, na qual se encontra impresso: “Venda sob prescrição médica –
Atenção: pode causar dependência”.
B1
Substâncias psicotrópicas. Ex.: benzodiazepínicos e barbitúricos.
B2
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Substâncias psicotrópicas anorexígenas. Ex.: sibutramina.
Para a prescrição da sibutramina, também é necessário apresentar o “Termo de responsabilidade do
prescritor para uso de medicamento contendo a substância sibutramina”, e devem ser preenchidas três
vias, sendo uma arquivada no prontuário do paciente, outra arquivada na farmácia e uma terceira devolvida
ao paciente.
A Notificação de Receita B tem coloração azul e deve ser impressa pelo profissional ou instituição, de
acordo com o modelo definido na Portaria, contendo sequência numérica fornecida mediante solicitação
junto a Autoridade Sanitária Estadual. Essa notificação pode conter no máximo cinco ampolas e, para as
demais formas farmacêuticas de apresentação, quantidade correspondente a no máximo 60 dias de
tratamento. A notificação possui validade de 30 dias após realizada a prescrição. Veja a seguir os modelos
de receitas B, B2 e o termo de responsabilidade para sibutramina.
Notificação de Receita B.
Notificação de Receita B2.
Termo de responsabilidade para uso do medicamento contendo a substância sibutramina.
Eu, Dr.(a) ________________________________________, registrado no Conselho Regional de Medicina do Estado sob o número ___________________, sou o respon-
sável pelo tratamento e acompanhamento do(a) paciente _____________________________, do sexo ___________________, com idade de ______ anos completos,
com diagnóstico de __________________________________, para quem estou indicando o medicamento à base de SIBUTRAMINA.
Informei ao paciente que:
1. O medicamento contendo a substância sibutramina:
a. Foi submetido a um estudo realizado após a aprovação do produto, com 10.744 (dez mil, setecentos e quarenta e quatro) pacientes com sobrepeso ou obesos, com
55 (cinqüenta e cinco) anos de idade ou mais, com alto risco cardiovascular, tratados com sibutramina e observou-se um aumento de 16% (dezesseis por cento) no
risco de infarto do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral não fatal, parada cardíaca ou morte cardiovascular comparados com os pacientes que não usaram
o medicamento; e
item 3 e as precauções descritas no item 4.
acompanhado da diminuição de parâmetros metabólicos considerados fatores de risco da obesidade; e
b. o medicamento deve ser utilizado como terapia adjuvante, como parte de um programa de gerenciamento de peso para pacientes obesos com índice de massa
corpórea (IMC) > ou = a 30 kg/m2(maior ou igual a trinta quilogramas por metro quadrado), num prazo máximo de 2 (dois) anos, devendo ser acompanhado por um
programa de reeducação alimentar e atividade física compatível com as condições do usuário.
3. O uso da sibutramina está contra-indicado em pacientes:
a. Com índice de massa corpórea (IMC) menor que 30 kg/m2 (trinta quilogramas por metro quadrado);
b. Com histórico de diabetes mellitus tipo 2 com pelo menos outro fator de risco (i.e., hipertensão controlada por medicação, dislipidemia, prática atual de tabagis-
mo, nefropatia diabética com evidência de microalbuminúria);
periférica, arritmia ou doença cerebrovascular (acidente vascular cerebral ou ataque isquêmico transitório);
d. Hipertensão controlada inadequadamente, > 145/90 mmHg (maior que cento e quarenta e cinco por noventa milímetros de mercúrio);
e. Com idade acima de 65 (sessenta e cinco) anos, crianças e adolescentes;
f. Com histórico ou presença de transtornos alimentares, como bulimia e anorexia; ou
g. Em uso de outros medicamentos de ação central para redução de peso ou tratamento de transtornos psiquiátricos.
4. As precauções com o uso dos medicamentos à base de sibutramina exigem que:
a. Ocorra a descontinuidade do tratamento em pacientes que não responderem à perda de peso após 4 (quatro) semanas de tratamento com dose diária máxima de 15
mg/dia (quinze miligramas por dia), considerando-se que esta perda deve ser de, pelo menos, 2 kg (dois quilogramas), durante estas 4 (quatro) primeiras semanas; e
b. Haja a monitorização da pressão arterial e da frequência cardíaca durante todo o tratamento, pois o uso da sibutramina tem como efeito colateral o aumento, de
forma relevante, da pressão arterial e da frequência cardíaca, o quepode determinar a descontinuidade do tratamento.
 Nº XX/20XX.
6. O paciente deve informar ao médico prescritor toda e qualquer intercorrência clínica durante o uso do medicamento.
de que tome conhecimento.
8. Para viabilizar e facilitar o contato, disponibilizo ao paciente os seguintes telefones, e-mail, fax, ou outro sistema de contato: ____________________________.
Assinatura e carimbo do(a) médico(a):
________________________________ C.R.M.: _________
Data: ____/____/_____
A ser preenchido pelo(a) paciente:
Eu, _______________________________________, Carteira de Identidade Nº: ____________, Órgão Expedidor _________________, residente na rua
________________________, Cidade ___________________________, Estado _________, telefone ___________________, recebi pessoalmente as informações sobre
o tratamento que vou fazer. Entendo que este remédio é só meu e que não devo passá-lo para ninguém.
Assinatura: _____________________________________
Data: ____/____/_____
A ser preenchido pela Farmácia de manipulação no caso de o medicamento ter sido prescrito com indicação de ser manipulado:
Eu, Dr.(a) _______________________________________________, registrado(a) no Conselho Regional de Farmácia do Estado sob o número ___________________,
sendo o responsável técnico da Farmácia _________________________________________, situada no endereço _____________________________________________,
sou responsável pelo aviamento e dispensação do medicamento contendo sibutramina para o paciente ___________________________.
Informei ao paciente que:
1. Deve informar à farmácia responsável pela manipulação do medicamento relatos de eventos adversos durante o uso do medicamento; e
eventos adversos de que tome conhecimento.
3. Para viabilizar e facilitar o contato, disponibilizo ao paciente os seguintes telefones, e-mail, fax, ou outro sistema de contato: ______________________________
Assinatura e carimbo do(a) farmacêutico(a):
______________________________ C.R.F.: _________
Data: ____/____/_____
Assinatura do (a) paciente:
______________________________________________
Data: ____/____/_____
b. Portanto, a utilização do medicamento está restrita às indicações e eficácia descritas no item 2, e respeitando-se rigorosamente as contraindicações descritas no
2. As indicações e eficácia dos medicamentos contendo sibutramina estão sujeitas às seguintes restrições:
c. Com histórico de doença arterial coronariana (angina, história de infarto do miocárdio), insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia, doença arterial obstrutiva
a. A eficácia do tratamento da obesidade deve ser medida pela perda de peso de pelo menos de 5% (cinco por cento) a 10% (dez por cento) do peso corporal inicial
5. O uso da sibutramina no Brasil está em período de monitoramento do seu perfil de segurança, conforme RDC/ANVISA
7. É responsabilidade de o médico prescritor notificar ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, por meio do sistema NOTIVISA, as suspeitas de eventos adversos
2. É de responsabilidade do responsável técnico da Farmácia notificar ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, por meio do sistema NOTIVISA, as suspeitas de
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As notificações de Receita A e B são documentos que, acompanhados da respectiva receita médica,
autorizam a aquisição dos medicamentos presentes nas listas A e B, e ficam retidos pela farmácia ou
drogaria, enquanto a receita é devolvida devidamente carimbada, como comprovante da dispensação.
Medicamentos presentes na lista C
Conheça os medicamentos presentes na lista C: C1, C2, C3, C4 e C5.
C1
Substâncias sujeitas a controle especial. Ex.: neurolépticos (ou antipsicóticos): clorpromazina e droperidol;
os anticonvulsivantes: ácido valproico, carbamazepina, fenitoína e topiramato; os antidepressivos:
amitriptilina, doxepina e imipramina; buspirona etc.
Esses medicamentos estão sujeitos à Receita de Controle Especial (de acordo com o modelo definido na
Portaria, de cor branca).
C2
Substâncias retinoicas para uso sistêmico. Ex.: adapaleno, bexaroteno, isotretinoína.
A notificação de receituário especial desses medicamentos apresenta validade de 30 dias. Podem ser
prescritas apenas cinco ampolas, e para as demais formas farmacêuticas, a quantidade necessária para o
tratamento é correspondente, no máximo, a 30 dias a partir de sua emissão. A Notificação de Receita
Especial para a dispensação de medicamentos de uso sistêmico contendo substâncias da lista C2 deve ser
acompanhada do “Termo de Consentimento Pós-informação”.
Notificação de receita especial dos retinoides sistêmicos.
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Termo de conhecimento de risco e de consentimento para o uso de substâncias da isotretinoína.
C3
Substâncias imunossupressoras. Ex.: talidomida. O tratamento deve ser prescrito com duração de até 30
dias, sendo a prescrição válida por 15 dias após confeccionada.
Receituário da talidomida.
C4
Substâncias antirretrovirais. Ex.: ritonavir, zidovudina, efavirenz.
Apresentam formulário próprio estabelecido pelo Programa de Doenças Sexualmente
Transmissíveis/Aids/MS.
C5
Substâncias anabolizantes. Ex.: testosterona, oxandrolona.
A prescrição de anabolizantes, de acordo com a Lei 9.965, de 27 de abril de 2000, deve trazer a identificação
do profissional, o número de registro no conselho profissional, o número de Cadastro da Pessoa Física
(CPF), o endereço e o telefone profissional, além do nome e endereço do paciente e o Código Internacional
de Doenças (CID).
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Medicamentos presentes na lista D
Veja os medicamentos presentes na lista D: D1 e D2.
D1
Substâncias precursoras de entorpecentes e/ou psicotrópicos (substâncias sujeitas à Receita Médica sem
Retenção) Ex.: ergometrina e ergotamina.
D2
Insumos químicos utilizados como precursores para fabricação e síntese de entorpecentes e/ou
psicotrópicos (contêm substâncias sujeitas a controle do Ministério da Justiça). Ex.: acetona, ácido
clorídrico, ácido sulfúrico.
Medicamentos presentes nas listas E e F
Além das citadas anteriormente, temos ainda as listas E e F:
Lista E
Plantas que podem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas. Ex.: Cannabis sativa e
Erythroxylum coca.
Lista F
Substâncias de uso proscrito (proibido) no Brasil. Ex.: metilfentanila e beta-hidroxifentanila.
Receita digital
Em 2020, durante a pandemia da covid-19 foi criado no Brasil um sistema de prescrição eletrônica por meio
de uma plataforma desenvolvida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com o Conselho
Federal de Farmácia (CFF) e o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), plataforma válida para
todo o território nacional. Por meio dela é possível emitir de forma mais ágil e eficiente as receitas simples,
de antimicrobianos e de controle especial (medicamentos que contenham substâncias das listas C1 e C5 e
das listas A1, A2 e B1).
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As receitas digitais são confeccionadas a partir de uma consulta médica on-line, que pode ser enviada por
arquivo eletrônico para o paciente e para as farmácias simultaneamente. Para resguardar o paciente e as
farmácias, o Governo Federal lançou a validação de assinatura de prescrições pela Internet. Mas atenção, a
digitalização de uma receita escrita em papel não é considerada prescrição digital.
Fluxograma do passo a passo da prescrição eletrônica e da dispensação do medicamento.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Prescrição racional e suas etapas
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Elementos da prescrição médica
Módulo

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