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Curso Gestão de Pessoas nas Organizações MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 28 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. MÓDULO II SUMÁRIO Modelos de Gestão de Pessoas - os quatro principais: Modelo de Gestão de Pessoas como departamento de pessoal; Modelo de Gestão de Pessoas como gestão do comportamento humano; Modelo estratégico de Gestão de Pessoas; Modelo de Gestão de Pessoas articulado por competências; (classificação de modelos segundo André Luiz Fischer) 29 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. OS MODELOS DE GESTÃO DE PESSOAS Porque as fases sucedem-se, em processo evolutivo influenciado e mesmo conduzido por fatores sócio-políticos, econômicos, ambientais (no sentido de ambiente e cultura organizacional), que nem sempre caracterizam uma ou outra instituição como partícipe do processo mais atual, mais “na moda”, ou mais eficaz, definido por estudos e avanços tecnológicos, muitas vezes podemos encontrar organizações que embora atuando no século XXI, adotam, ainda, parâmetros de administração do século XIX. É muito importante, até para que uma instituição busque atualização de seus métodos e aperfeiçoamento de seus quadros na busca de uma atuação mais em consonância com os novos paradigmas, que se reconheça e avalie alguns Modelos de Gestão de Pessoas. Assim é que, neste módulo, serão apresentados os mais significativos modelos, configurados pelas quatro principais correntes de pensamento atuantes em suas formulações. Cada um, como é esperado, pode trazer características de outro modelo, ou uma determinada instituição pode ser considerada como atuando dentro de um modelo, mas ao mesmo tempo trazer alguns procedimentos e características próprias de outro padrão de administração. Esse fato não deve causar estranheza, pois cada vez mais vemos e temos a certeza de que o mundo está em constante mudança, num intercâmbio saudável e favorável ao crescimento e à evolução. QUATRO GRANDES CORRENTES DA GESTÃO DE PESSOAS: • Modelo de Gestão de Pessoas como Departamento Pessoal. • Modelo de Gestão de Pessoas como Gestão do Comportamento. • Modelo Estratégico de Gestão de Pessoas. • Modelo de Gestão de Pessoas Articulado por Competências. 30 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Também se pode dizer Modelo de Gestão de Pessoas articulado como Departamento Pessoal, Articulado como Gestão do Comportamento, articulado como modelo estratégico de gestão de pessoas, ou articulado por competências. Isso porque ao levarmos nosso olhar para cada um dos modelos, percebemos que todos, na verdade, articulam-se, estruturam-se, em torno de algum conceito que lhes dá base e orienta seu desenvolvimento. Essa estrutura de apresentação dos modelos não é a única forma de estudar o assunto. Por uma questão de objetividade e por apresentar a matéria de maneira clara sem torná-la excessivamente extensa, foi aqui escolhida a apresentada por André Luiz Fischer, que integra o primeiro capítulo do livro As Pessoas na Organização, em que estão reunidos textos de vários autores dos mais expressivos e conceituados na área de Gestão de Pessoas no Brasil. Modelo de Gestão de Pessoas como Departamento Pessoal Esse modelo de gestão de pessoas surgiu nos Estados Unidos, como resultado da evolução da teoria organizacional naquele país. Sucedeu o Departamento Pessoal como mero controlador de listagens de nomes, freqüência, folhas de pagamento. Articulou-se, porém, como modelo, mas em torno dos mesmos conceitos, integrando a partir de então, a noção de que os empregados representavam também um fator de produção, cujos custos deveriam ser administrados tão racionalmente quanto os custos dos outros fatores de produção. O desenvolvimento desse Modelo de Gestão de Pessoas como Departamento Pessoal surgiu, portanto, da necessidade da grande corporação de gerenciar os funcionários como custos, o elemento diferenciador de competitividade na época. A constatação anterior reforça a premissa de que os recursos humanos resultam de um conjunto de necessidades empresariais, delimitadas pelas características sociais e culturais da época – uma função organizacional que surge como conseqüência, e não causa, dos processos de mudança que ocorriam na 31 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. empresa e fora dela. No caso de grandes empresas americanas do início do séc. XX, o modelo de gestão deveria preocupar-se com as transações, os procedimentos e os processos que fizessem o homem trabalhar da maneira mais efetiva possível. Nos Estados Unidos se considerou 1890, como ano do nascimento do modelo de administração de recursos humanos. O primeiro centenário do surgimento da ARH (HRM, Human Resources Management, em inglês), foi comemorado por Beverly Springer, autora que identificou o surgimento da ARH como tendo sua origem na data em que a NCR Corporation criou seu personnel office. Selecionar melhor para identificar quais futuros trabalhadores, entre a imensa massa de candidatos, iriam corresponder à expectativa de tornarem-se eficientes ao melhor custo possível, era a principal tarefa e objetivo da função dos departamentos de pessoal nas organizações. Beverly Springer destaca como fatores de ordem cultural, econômica e organizacional que determinaram o surgimento da função de gestão de pessoal nessa época: • A NCR havia assumido porte e especialização que recomendavam uma função específica voltada para a administração de pessoal; • A livre empresa e o individualismo tornaram-se valores sedimentados na cultura americana, o que permitia às empresas escolherem livremente com quem e como trabalhar; • A força de trabalho do país ganhara maior mobilidade e era grande o contingente de migrantes que deveriam ser adaptados ao trabalho; • Os sindicatos não se haviam disseminado dentro do novo tipo de corporação que surgia como modelo empresarial. Esses fatores desencadearam a iniciativa tomada pela NCR no sentido de investir em uma área especificamente voltada para se alcançar a finalidade na 32 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. época, de gerir as pessoas como ativos, como fatores de produção a serem rentabilizados ao máximo, com o menor custo possível. O conjunto de fatores em jogo nessa estrutura para administrar as pessoas, reforça a constatação de que os recursos humanos são administrados de forma a se adequarem a um conjunto de necessidades empresariais delimitadas pelas características sociais e culturais de cada época. No caso das grandes empresas americanas do início do Século XX, o modelo de gestão tinha seu foco nos procedimentos e processos que concretizassem: • Produtividade; • Recompensa; • Eficiência de Custos com o Trabalho. A inesgotável busca pelo padrão excelente leva inevitavelmente ao choque entre o prescrito como modelo e o modelo praticado no dia-a-dia. À ideologia organizacional baseada na administração científica, se adequava muito bem o modelo de gestão articuladocomo departamento pessoal. Porém, em torno dos anos 20, quando eram ainda os pressupostos tayloristas que regiam a administração das empresas e das pessoas, iniciou-se um descompasso entre a teoria e a prática. No caso da administração das empresas, esse distanciamento entre teoria e prática começou a ser sentido quando se tornaram influentes os conceitos trazidos por Elton Mayo e seus seguidores, que passaram a promover um contato maior entre a administração e a psicologia, que resultou numa nova fase na história da administração de recursos humanos. Começou então a se delinear a predominância de um novo modelo na gestão de pessoas. 33 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Modelo de Gestão de Pessoas como Gestão do Comportamento Humano A aproximação da psicologia e da administração empresarial provocou uma nova visão sobre as possibilidades da psicologia no sentido de intervir e apoiar a administração de pessoas. A administração passou, então, a ter o foco em relação às pessoas, não apenas no custo, na tarefa e nos resultados, mas também buscando atuar sobre o comportamento dos empregados. Essa influência da psicologia na administração deu-se pela atuação de duas escolas, que se sucederam no tempo e na forma de atuação - escola behaviorista e escola humanista: a) A escola behaviorista, predominante nas décadas de 30 e 40, cujos maiores expoentes estavam ligados à Universidade de Yale, integrou aos processos de administração de pessoas os métodos e instrumentos de avaliação; trouxe para o mercado os chamados testes de psicometria e outros instrumentos, que formariam o conjunto de meios para aplicação da psicologia no mundo empresarial; b) A escola humanista já não privilegia o comportamento apenas como resultado do controle behaviorista (comportamental) consubstanciado no conceito de recompensa ou punição dele resultante; já nos anos 30, houve o rompimento configurado pelas teorias de Abraham Maslow (conforme mencionado no módulo I), que ao romper com a escola comportamentalista (ou behaviorista), inaugurou a nova fase na psicologia, a escola humanista, na qual se seguem autores como Hersberg, McGregor, McClelland (igualmente mencionados no Módulo I). A utilização da expressão “gerenciamento de recursos humanos” e o foco prioritário no comportamento humano, podem ser considerados os principais resultados da afirmação definitiva da psicologia humanista na teoria organizacional (A.L.Fischer, 2002, em As Pessoas na Organização). 34 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Nos anos 60 e 70, a escola de relações humanas, nome pelo qual ficou conhecida essa linha de pensamento, predominou como matriz de conhecimento em gestão de pessoas. Reconhecer a importância e levar o gerente de linha a exercer adequadamente seu papel, constituiu a principal preocupação da gestão de recursos humanos nessa fase. O foco de atuação se concentraria no treinamento gerencial, nas relações interpessoais, nos processos de avaliação de desempenho e de estímulo ao desenvolvimento de perfis gerenciais desejados pela empresa. Motivação e liderança passariam a constituir os conceitos-chave do modelo humanista. O objetivo básico era inverter a visão anterior de gestão de recursos humanos centrada na otimização dos custos, para uma perspectiva de valorização de ativos. Daí surgiu o jargão - hoje já bastante desgastado - de que “o trabalho humano constitui o principal ativo de uma organização”. De tudo o que se viu até aqui, pode-se constatar que este modelo se articula em torno de três binômios: • Envolvimento-motivação; • Fidelidade-estabilidade; • Assistência-submissão. “Vestir a camisa da empresa” era o slogan para empregar e manter as pessoas nas empresas. Para aumentar a produtividade, nessa fase foi incentivado o engajamento das pessoas nos processos, buscando-se para tanto reconhecer as expectativas dos funcionários, manifestando o fato de que são úteis e importantes naquilo que fazem. 35 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Há ainda, nitidamente, um caráter de conduzir as pessoas à obtenção dos fins desejados pela alta cúpula, mas ao mesmo tempo se reconhece a importância da motivação, no desempenho do trabalhador. Embora o conceito de motivação seja desenvolvido lentamente, até que todos cheguem à compreensão de seu real significado e valor, é sem dúvida, um prenúncio de mudanças na maneira de encarar esse trabalhador. Tal compreensão do que vem a ser a motivação partiu inicialmente de um conceito em que se dizia que a organização, ou as gerências, poderiam motivar os trabalhadores. Daí até o conceito atual, de que motivação é algo intrínseco ao indivíduo, dependente de múltiplos fatores, influências e experiências de cada um, a administração de pessoas percorreu um razoável caminho. Hoje já não mais se diz que a organização ou a gerência podem motivar as pessoas. O que se sabe hoje, é que o que é possível fazer, é buscar e tornar disponíveis, condições para que cada um se sinta motivado, mas a motivação difere de indivíduo para indivíduo, mesmo que aparentemente tenha iguais condições de status social, salário, nível de conhecimentos. Esse percurso, porém, no desenvolvimento do significado e das implicações dos fatores motivacionais, trouxe um alargamento de visão muito importante para o desenvolvimento da administração de recursos humanos, porque acabou por deixar patente o valor das diferenças entre as pessoas, o entendimento pelos superiores de que o que eles considerariam como fatores de motivação, muitas vezes poderiam não ter qualquer efeito em alguns de seus subordinados. Essa constatação acabou por gerar alterações até mesmo nas políticas salariais, quando estatisticamente se verificou, por exemplo, que aumentos de salário, antes vistos como único fator para resolver as insatisfações entre os funcionários, revelavam-se como elemento de solução apenas nos primeiros dias. Passado seu impacto as verdadeiras causas de insatisfação voltavam a atuar, prejudicando o ambiente e o desempenho. Pode hoje parecer óbvio, mas esses aspectos de comprovação quanto às diferenças individuais, representaram um importante impulsionador para que novas alternativas surgissem na gestão de pessoas. Assim é que, em contraposição à fase anterior, da gestão como 36 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. departamento pessoal, com ênfase burocrática e processual, a gestão com caráter humanista buscou voltar-se para a promoção de integração, comprometimento, flexibilidade, adaptabilidade, qualidade. Nesse sentido, Mahoney e Deckop, conforme citado por A.L.Fischer em As Pessoas na Organização, estabelecem seis aspectos que diferenciam a gestão meramente burocrática (Departamento Pessoal) da ARH (Administração de Recursos Humanos) com foco na gestão do comportamento: 1) Planejamento da alocação das pessoas no trabalho – uso de técnicas que estabeleçam um elo entre a estratégia de negócios da empresa e as pessoas; 2) Comunicação com os empregados – adota como focos de atuação a comunicação direta e a negociação permanente com os empregados; 3) Sentimentos dos funcionários – a gestão deveria concentrar-se na satisfação das pessoas e em tudo aquilo que pudesse interferir na cultura organizacional da empresa; 4) Gestão dos empregados – ocorreria por meio dos mecanismos tradicionais de recursos humanos, na seleção,no treinamento e na compensação dos funcionários; 5) Gestão de custos e benefícios – contemplaria os esforços orientados para a redução dos custos com mão-de-obra, tais como redução da rotatividade, do absenteísmo e outros fatores que interferem na efetividade organizacional; 6) Gestão do desenvolvimento – corresponderia à preocupação com a criação de competências necessárias para o futuro da empresa. Dessa constatação verifica-se que a partir desse novo olhar sobre as pessoas e as implicações que favorecem seu desempenho, começaram a surgir concepções mais atuais sobre o que é mais eficaz na administração de recursos humanos. Passou-se a perceber essa gestão como um conjunto de ações que buscam de forma coordenada, proporcionar o alcance dos objetivos da empresa ou 37 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. organização, voltada para um alinhamento com os seus interesses, que podem ser resumidos em três eixos, todos relacionados à efetividade: efetividade econômica, técnica e comportamental. Efetividade econômica é, obviamente, o resultado alcançado por uma administração que gere o máximo de lucros, com o mínimo de custos – o que evidencia uma relação direta com o modelo anterior. Efetividade técnica é representada por um desempenho humano que construa qualidade para os bens e serviços produzidos. Efetividade comportamental é o alcance de condições que satisfaçam motivação e interesses dos funcionários, para que, tendo eles atendidas necessidades, anseios, expectativas, produzam com maior empenho, favorecendo assim a produtividade. Este modelo de gestão de pessoas é considerado o mais influente e conhecido modelo de gestão de pessoas da história da teoria organizacional. Modelo Estratégico de Gestão de Pessoas Nas décadas de 70 e 80 um novo critério – o caráter estratégico – passou a ser considerado como critério para avaliar a efetividade dos modelos de gestão de recursos humanos. Com o advento da administração geral baseada no Planejamento Estratégico, portador de uma visão de médio e longo prazo, a busca da concretização eficaz dessa nova administração passou a necessitar com maior intensidade, de uma eficaz gestão dos recursos humanos, para adequar da melhor e mais conveniente forma, o desempenho das pessoas aos objetivos da empresa. Assim, uma das funções mais cruciais da gestão de recursos humanos passou a ser a busca da melhor adequação possível de sua população de colaboradores aos objetivos estratégicos, trabalhando para alinhar as políticas empresariais e os fatores ambientais, a esses objetivos. Passaram a ser desenvolvidos planos estratégicos dos processos de gestão de recursos humanos 38 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. derivados das próprias estratégias corporativas das organizações. Essa visão fazia parte da postura recomendada por pesquisadores da Universidade de Michigan. Dentre esses se destacam as atuações no setor, de Tichy, Fombrum e Devanna. Nesse modelo existe já um indício de ruptura com as escolas comportamentais. Não é mais a motivação genérica que o modelo deve buscar. Como diz A.L.Fischer, “Indivíduos motivados, satisfeitos e bem atendidos em suas necessidades, estão prontos para atuar, mas isso pode não significar absolutamente nada para as diretrizes estratégicas da empresa. É preciso adequar, fazer corresponder os objetivos pessoais aos objetivos empresariais”. Porém, esse modelo via, a princípio, como incumbência da ARH, apenas o objetivo de se adaptar à estratégia do negócio, implementando a partir daí, suas diretrizes específicas. Não era levada em consideração a possibilidade de a ARH intervir na estratégia corporativa, introduzindo, nas decisões tomadas, uma visão estratégica das pessoas e sua contribuição para a empresa. A expectativa em relação à área de Administração de Recursos Humanos era a de que ela se mostrasse capaz de fazer a adaptação e integração do planejamento estratégico da organização, implementando medidas adaptativas e de adequação, como mera executora e até certo ponto como capaz de simplesmente fazer a alquimia dessa adequação, sem que fosse ouvida ou se integrasse na elaboração daquele plano. Só nos anos 80, a Harvard Business School veio com uma nova perspectiva da gestão estratégica de pessoas, introduzindo no curso de ARH no MBA, uma abordagem mais ampla e integradora do que as anteriores. Lançado em 1981, o curso estava estruturado nas seguintes quatro áreas de políticas de recursos humanos: • Influência sobre os funcionários (filosofia de participação); • Processos de recursos humanos(recrutamento, desenvolvimento e demissão); • Sistemas de recompensa (incentivos, compensação e participação); • Sistemas de trabalho (organização do trabalho). 39 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Essa nova abordagem indica a necessidade de que o modelo de gestão de pessoas considere fatores internos e externos à organização. As áreas responsáveis pela elaboração das políticas seriam então afetadas, por um lado, pelos interesses dos acionistas, gerentes, grupos de empregados, sindicatos, comunidade e governo, e, por outro lado, pelas pressões situacionais, que como já largamente mencionamos, influenciaram sempre os modelos de gestão de pessoas – as condições sociais, econômicas e oriundas do ambiente político-administrativo do momento. No Brasil, a partir da década de 80, as organizações com maiores avanços na administração, conseqüentemente também com uma capacidade de olhar mais atentamente para as novas condições do mercado, passam a adotar uma postura mais alargada no sentido de integrar a área de recursos humanos como partícipe do processo de planejamento estratégico. Já na segunda metade da década, configurava-se nessas empresas uma tendência de aceitação, por parte da alta administração, do planejamento estratégico de recursos humanos. Fischer (1998) demonstrou que os formadores de opinião do setor percebiam que as organizações brasileiras enfrentavam grandes dificuldades para adotar uma perspectiva estratégica de gestão de pessoas, embora a pesquisa também tenha constatado que praticamente todas se orientavam por esse ideal. Assim, essa linha de pensamento trouxe novo conceito articulador do modelo de gestão: a busca de orientação estratégica para as políticas e práticas de RH. Essa linha de pensamento mostra o quanto são insuficientes soluções padronizadas, uma vez que as verdades sobre a questão do comportamento humano deixaram de ser gerais, para tornarem-se um problema do negócio e de sua estratégia. A nova perspectiva sobre a gestão de pessoas traz consigo como marca predominante, algo que caracteriza também o planejamento estratégico: o fato de 40 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. que deve ser olhado como um processo, nunca como um plano estanque. Numa época em que a tônica está na capacidade de flexibilização e mudança, a transformação torna-se, inevitavelmente, o identificador dos processos estratégicos, que são o norte orientador, mas um norte que já não é fixo, varia de acordo com as inovações e mutações constantes de todos os cenários. O sucesso da nova visão vai depender diretamente de duas estratégias básicas adotadas nos modelos de gestão de recursos humanos. Ambas se contrapõem e ditam o sucesso da administração de recursos humanos. Conforme apontado por Albuquerque (1999), são elas as estratégiasde controle e as de comprometimento. Ainda, segundo Albuquerque: “Na estratégia de controle, os empregados são vistos como números, custos e fator de produção, que, para desempenhar bem as funções, devem ser mandados e controlados. Na estratégia de comprometimento, as pessoas são consideradas parceiros no trabalho, nos quais a empresa deve investir para conseguir melhores resultados. Essa estratégia baseia-se no pressuposto de que o comprometimento dos colaboradores está intimamente relacionado com o aumento do desempenho.” Na primeira estratégia (controle) fica evidente a permanência dos conceitos tayloristas,- enquanto na segunda (comprometimento) já se torna patente a influência da psicologia humanista, inclusive com a adoção do termo colaborador, ao invés de empregado. Esses dois modelos de estratégia são os extremos, havendo, portanto, estratégias intermediárias entre ambas, o que até pode ser avaliado como fator usual em fases de transição, quando se busca implantar um novo modelo, mas se luta com as dificuldades de quebrar os paradigmas do modelo anterior. O quadro a seguir apresenta as características desses modelos extremos, que respaldam as respectivas estratégias: 41 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Concepções organizacionais comparadas Características Distintivas Modelo Estratégia de controle Modelo Estratégia de Comprometimento ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Altamente hierarquizada, separação “quem pensa” e “quem faz” Redução de níveis hierárquicos e de chefias intermediárias, junção do fazer e do pensar - empowerment Organização do Trabalho Trabalho muito especializado, gerando monotonia e frustrações Trabalho enriquecido, gerando desafios Realização do Trabalho Individual Em grupo Sistema de controle Ênfase em controle explícitos do trabalho Ênfase no controle implícito, pelo grupo RELAÇÕES DE TRABALHO Política de emprego Foco no cargo, emprego a curto prazo Foco no encarreiramento flexível, emprego a longo prazo Nível de educação e formação requerido Baixo, trabalho automatizado e especializado Alta, decisões tomadas em grupo Relações empregador- empregado Independência Interdependência, confiança mútua Relações com sindicatos Confronto baseado na divergência de interesses Diálogo, busca da convergência de interesses Participação dos Empregados nas Decisões Baixa, decisões tomadas de cima para baixo Alta, decisões tomadas em grupo POLÍTICA DE RECURSOS HUMANOS Contratação Contrata para um cargo ou para um conjunto especializado de cargos Contrata para uma carreira longa na empresa Treinamento Visão voltada ao aumento do desempenho na função atual Visão voltada a preparar o empregado para futuras funções Carreira Carreiras rígidas e especializadas, de pequeno horizonte e amarradas na estrutura de cargos Carreiras flexíveis, de longo alcance, com permeabilidade entre diferentes carreiras Salarial Focada na estrutura de cargos, com alto grau de diferenciação salarial entre eles Focada na posição da carreira e no desempenho, com baixa diferenciação entre níveis. Incentivos Uso de incentivos individuais Foco nos incentivos grupais vinculados a resultados empresariais. Fonte: Albuquerque (1999). Tudo isso traz, como conseqüência, uma maior valorização do profissional da área, que passa a integrar de forma mais concreta e visível, o quadro de decisões da alta cúpula da administração empresarial e organizacional. Dentro da perspectiva do Modelo de Gestão Estratégica de Pessoas, com o 42 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. advento da competitividade como fator de base para o sucesso das organizações, surge um novo modelo, na verdade decorrente de um aprimoramento da visão estratégica, mas que por suas características próprias e desenvolvimentos decorrentes, se destaca como o modelo mais adequado para enfrentar os desafios da sociedade da informação e do conhecimento. Trata-se da Gestão de Competências. Modelo de Gestão de Pessoas Articulado por Competências Deixa-se aqui registrado o fato de que os aspectos a seguir apresentados estão apoiados em André L.Fischer, Lindolfo Galvão de Albuquerque, Maria Rita Gramigna, Joel Dutra, por ter-se a apresentação do assunto formulada por esses autores, reconhecidamente autoridades no assunto no Brasil, reconhecidas como as mais práticas e objetivas na sua exposição. Com o advento da competitividade, ficaram cada vez mais estreitos os vínculos entre o desempenho humano e os resultados do negócio da empresa. A ênfase na competição direciona, de forma decisiva, toda a teoria organizacional e cria as bases do surgimento do modelo de gestão de pessoas baseado em competências. A era da competitividade trouxe consigo a exigência de um novo papel da gestão de recursos humanos. A chamada ofensiva japonesa, a partir da década de 80, passou a exigir das empresas americanas uma profunda busca por competitividade. Nessa busca passam a predominar temas como: • Estratégia competitiva e vantagem competitiva; • Reengenharia e reestruturação; • Competências essenciais e reinvenção do setor. 43 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Para entender a emergência deste novo modelo é preciso compreender a influência de tal visão de gestão de negócios na ARH. Gestão de pessoas e vantagem competitiva A noção de vantagem competitiva aparece com Porter (1989), que em seu segundo livro sobre o tema, analisa o problema da incapacidade de as empresas traduzirem suas estratégias em ações práticas. “A vantagem competitiva surge do valor que uma empresa consegue criar para seus compradores e que ultrapassa o custo de fabricação pela empresa”. A partir de então se tornaria muito difícil falar de gestão de recursos humanos sem fazer referência à questão da competitividade e da agregação de valor para o negócio e os clientes. Algumas práticas apresentadas e recomendadas então, na busca dessa vantagem competitiva, foram: rotação de cargos, reuniões e fóruns cruzados, iniciativas de promoção interna. Gestão de Pessoas e Reengenharia Famosa por ser considerada a principal responsável pelas conseqüências perversas das reestruturações empresariais nas décadas de 80 e 90, a reengenharia propõe a mudança radical de todos os princípios que orientaram a administração de empresas nos últimos dois séculos. Ao contrário das demais propostas, a reengenharia não utiliza os conceitos de estratégia, vantagem competitiva e competitividade. Tais conceitos estão implícitos, e o foco de atenção dessa linha teórica fica circunscrito à reformulação dos processos empresariais. 44 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. A introdução da reengenharia nas organizações provocou, sem dúvida, impactos fundamentais na gestão de recursos humanos e foi uma das principais motivadoras para a emergência do modelo competitivo de gestão. Síntese das mudanças introduzidas pela reengenharia: • As unidades de trabalho mudam de departamentos funcionais para equipes de processo; • Os serviços mudam de tarefas simples para trabalhos multidimensionais; • Os papéis das pessoas mudam de controlados para autorizados; • A preparação para os serviços muda de treinamento para educação; • O enfoque das medidas de desempenho e remuneração altera-se da atividade para os resultados; • Os critérios de promoções mudamdo desempenho para a habilidade; • Os fatores mudam de protetores para produtivos; • Os gerentes mudam de supervisores para instrutores; • As estruturas organizacionais mudam de hierárquicas para niveladas; • Os executivos mudam de controladores do resultado para líderes. A Reengenharia trouxe, sem dúvida, um grande movimento à gestão de pessoas. Todavia, foi aplicada de maneiras nem sempre positivas, transformando-se muitas vezes, apenas em um processo de downsizing (diminuição nos quadros de colaboradores), provocando, ao invés de sucesso, uma reação de rejeição, medo, não alinhamento das pessoas. Sua grande contribuição foi alertar os diretores e executivos para a necessidade de focar os resultados no processo. Entretanto, quando o objetivo permaneceu exclusivamente na redução de custos, trouxe para as empresas apenas resultados de sobrevivência de curtíssimo prazo. 45 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Gestão de Pessoas e Competências Como conseqüências surgiram conceitos como o de que a empresa competitiva seria aquela que, além da reengenharia e da simples reestruturação operacional, tivesse condições de criar um novo espaço competitivo, em vez de esforçar-se por se posicionar melhor no espaço competitivo atual. A competitividade empresarial está condicionada à possibilidade de a empresa transformar não só a si própria, mas também seu setor, estabelecendo, com isso, uma referência nova para todos os que nele atuam. Trata-se agora de adequar competências a lugares, desenvolvendo potenciais para que se manifestem as competências necessárias a cada setor. Essa posição reitera o caráter sistêmico dos diferentes níveis de manifestação da competitividade, demonstrando que os vínculos de dependência entre os diferentes níveis e estruturas se estreitam no mundo moderno. Vimos até aqui, como as empresas de vanguarda chegaram à opção pela Gestão de Pessoas com base em um Modelo Articulado por Competências. O modelo é qualificado como competitivo por dois motivos principais: 1. Porque deve ser condizente com o ambiente de competitividade que caracteriza as organizações contemporâneas; 2. Porque privilegia e se articula em torno de competências. Essa nova fase traz o surgimento de conceitos como: A noção de EVENTO: aquilo que ocorre de forma imprevista, e interfere no desenrolar normal do sistema de produção exigindo a CONTÍNUA mobilização de recursos para resolver novas situações de trabalho; COMUNICAÇÃO: significa entrar em acordo com objetivos 46 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. organizacionais, partilhar normas sobre sua gestão. Exige estruturas e fronteiras mais flexíveis; A noção de SERVIÇOS: presente em todas as áreas e situações focalizando clientes internos e externos. Competência 1. Palavra do senso comum utilizada para designar uma pessoa QUALIFICADA para realizar alguma coisa; 2. Qualidade ou estado de ser funcionalmente adequado ou de ter suficiente conhecimento, julgamento, habilidade ou força para determinada tarefa: Dois pontos importantes: CONHECIMENTO E TAREFA; (Dicionário Webster, 1981). 3. Capacidade para resolver qualquer assunto, aptidão, idoneidade - introduz outro: capacidade legal para julgar pleito (Aurélio, 1975). Definição de Competência: “Saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”. Maria Tereza Fleury, 2000 Destacamos aqui importante nota: O conceito muito apropriadamente colocado por Joel Souza Dutra (2001), de que o “importante é fazermos a diferença entre - o que o indivíduo faz / o que o indivíduo entrega”. 47 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Esse conceito explicita que: “As pessoas possuem determinado conjunto competência, sendo cada competência definida como um conjunto, os “CHAs” (Conhecimentos, Habilidades, Atitudes) o que não garante que a organização se beneficie diretamente deles. Para compreender melhor o conceito de competência, é preciso incorporar a noção de entrega, o seja, aquilo que a pessoa realmente quer entregar à organização. O termo “entrega” refere-se ao indivíduo que sabe agir de forma responsável e é reconhecido por isso”. Joel Souza Dutra (2001) QUAL O SIGNIFICADO DE COMPETÊNCIA NO MUNDO DO TRABALHO? 1. O trabalho não é mais o conjunto de tarefas associadas descritivamente ao cargo, mas ao prolongamento direto das competências que o indivíduo mobiliza em face de uma situação profissional cada vez mais mutável e complexa; 2. Não é um TALENTO NATURAL, que pode vir a ser aprimorado (aptidão); 3. Não é DEMONSTRAÇÃO de um talento particular na prática (habilidades); 4. Não é o que a pessoas precisam SABER para desempenhar uma tarefa (conhecimentos); 5. Inteligência prática de situações, que se apóia nos conhecimentos adquiridos e os transformam com tanto mais força quanto maior for a complexidade das situações; 6. Capacidade de assumir iniciativas; 7. Ir além das atividades prescritivas, ser capaz de compreender e dominar novas situações no trabalho, ser responsável e reconhecido por isso. (Zarifian, 1999). 48 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Recursos e Competências Organizacionais Para autores como Mills et al. (2002) e Javidan (1998), os recursos articulados entre si, formam as competências organizacionais. Para os mesmos autores existem ainda recursos e competências importantes para a organização, por serem fontes para sustentarem atuais ou potenciais vantagens competitivas. Mills et all. dizem, também, que todas as competências são recursos e competências da organização, daí a importância de criar categorias distintivas. Esses autores propõem as seguintes competências: • Competências essenciais; • Competências distintivas; • Competências de suporte. 49 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. A dimensão estratégica: competências essenciais (CEs) É um conjunto de habilidades e tecnologias que aportam um diferencial fundamental à competitividade organizacional. São fundamentais para a sobrevivência da organização e centrais em sua estratégia. A dimensão estratégica: as competências distintivas São as reconhecidas pelos clientes como diferenciais em relação aos competidores; conferem à organização, vantagens competitivas. A dimensão estratégica: competências de suporte Estão nas atividades que servem de alicerce para outras atividades da organização. Por exemplo, a construção e o trabalho eficiente das equipes, podem ter grande influência na velocidade e qualidade de muitas atividades dentro da organização. Competência Gerencial Mobilização, integração e transferência de conhecimentos, recursos e habilidades num contexto profissional determinado. A gestão de sucesso de equipes é fonte de valor para Indivíduos e Organizações A gestão de sucesso supõe: 50 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. • Saber agir; • Mobilizar recursos; • Integrar saberes múltiplos e complexos; • Saber aprender, se engajar, assumirresponsabilidades. Papel da competência gerencial na organização PAPEL DA COMPETÊNCIA GERENCIAL NA ORGANIZAÇÃO Missão Visão Estratégia Atribuições dos Gerentes e Coordenadores Competências Gerenciais Resultados/Performance 51 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Exemplificando o modelo Perfil do Profissional que atua na Área de Gestão Empresarial Competências e capacidades a serem desenvolvidas: Competências de Gestão: • Reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente, introduzir modificações nos processos de trabalho, atuar preventivamente, transferir conhecimentos e exercer o processo de tomada de decisão. Envolvem capacidade para: 1) contextualizar/analisar ambiente interno e externo; 2) Visão sistêmica; 3) Sistematizar tomada de decisão; 4) Prontidão à mudança – flexibilidade; 5) Visão do Negócio; 6) Negociação. Estratégia Aprendizagem Competência 52 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Competências Sociais: • Desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o exercício profissional, inclusive nos processos de negociação e nas comunicações interpessoais ou intergrupais. Envolvem capacidade para: 1) Relacionamento interpessoal; 2) Comunicação; 3) Gestão de pessoas; 4) Trabalhar em grupo; 5) Desenvolver equipes. Competências Técnicas: • Conhecer especificamente o trabalho a ser realizado, as ferramentas necessárias e também os processos de trabalho. Envolvem capacidade para: 1) Conhecer processos e atividades de trabalho; 2) Conhecer e saber como e quando aplicar ferramentas; 3) Integrar conhecimentos específicos e gerais em sua área de atuação; 4) Rever conceitos e estabelecer raciocínio crítico e analítico sobre os mesmos. Competências de Aprendizagem: • Ser capaz de relacionar informações, aprender com a experiência, sua e dos outros, estar aberto para absorver o novo. Principalmente nos tempos de hoje, em que tudo se renova a cada instante, essa competência se torna essencial nos papéis 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. gerenciais, em que a capacidade de auto-aprendizagem é inclusive a tônica de todos os processos atuais de desenvolvimento de pessoas. Espírito crítico, investigativo, pró-atividade também são indispensáveis para que as competências de aprendizagem se manifestem. Envolvem capacidade de: 1) Reflexão; 2) Visão crítica – emancipatória; 3) Estabelecer um conhecimento reflexivo; 4) Auto-desenvolvimento; 5) Lançar mão dos conhecimentos na ação – AGIR. Gestão de Pessoas Hoje – As Melhores Práticas Pretende-se aqui explicitar com mais profundidade os processos de Agregação de Pessoas, sendo os demais componentes da -Gestão de Pessoas Hoje- mencionados, porém não descritos em profundidade, uma vez que são todos importantíssimos para agregar e manter os melhores e mais competitivos profissionais, porém têm características de definição, desenho, instalação dentro dos sistemas de gestão de pessoas, estreitamente dependentes da cultura e do estilo gerencial de cada organização. Sendo assim, dependem de um estudo muito mais caso a caso, para sua correta discussão, recomendação, priorização e modos de implantação de cada subprojeto. Importante também destacar que os componentes aqui considerados formam a Área de Gestão de Pessoas Hoje, considerando-se o Modelo Estratégico, dentro do qual está como o mais difundido e visto como mais eficaz, o Modelo de Gestão de Competências (ou Gestão por Competências). 54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Atribuições da Área de Gestão de Pessoas Hoje • Assessorar o desenvolvimento de diretrizes na solução de problemas específicos de gestão do desempenho humano nas organizações; • A ARH como um processo – ciclo com subsistemas integrados; • Pautado na teoria de sistemas – todo integrado com partes interdependentes. Tensões que atuam na Área de Gestão de Pessoas • Tendências conservadoras da maioria do empresariado, dos executivos, dirigentes e dos próprios profissionais da área de Gestão de Pessoas; • As práticas de Gestão de Pessoas apresentam evolução em ritmo mais lento em relação às práticas que agitam os ambientes sociais e organizacionais; • Práticas burocratizadas com pouco impacto nas diretrizes organizacionais; • Atuação heterogênea – níveis diferenciados de preocupação das organizações com suas políticas de Gestão de Pessoas; • Tradicional foco em práticas que auxiliam a organização a atingir seus objetivos. Cenários – Sociedade • Mudanças profundas que não apresentam uma direção única; • Globalização da economia; • Revolução da comunicação e da informação; • Ampliação do setor de serviços; 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. • Diversificação da força de trabalho; • Alteração da jornada de trabalho; • Ampliação do nível de exigência do mercado. Cenários – Organizações • Necessidade de agilidade, competitividade e maior qualidade e produtividade dos produtos e serviços; • Produção flexível, demanda por profissionais polivalentes e multifuncionais; • Trabalho organizado em grupos auto-gerenciados; • Avanços tecnológicos e administração virtual; • As capacidades dinâmicas requerem que as organizações estabeleçam processos que as habilitem a mudar e adaptar constantemente, suas rotinas, serviços, produtos e mercados; • Terceirização, descentralização, atendimento a interesses múltiplos; • Design organizacional com fronteiras mais permeáveis entre unidades, papéis e organizações; • Responsabilidade social; • Argumento de que as organizações com ambientes complexos e dinâmicos requerem flexibilidade para se adaptarem às mudanças. Tendências • Pensamento estratégico – angariar informações de vários subsistemas de recursos humanos e orientá-las segundo uma visão sobre o rumo da organização; • Para ser realmente estratégica, a área de gestão de pessoas precisa formular 56 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. a estratégia e não se alinhar a uma estratégia formulada externamente; • A interdependência entre as várias práticas; • Atenção convergida para recursos humanos porque o futuro de uma organização é uma coleção de habilidades e capacidades; • Processo de planejamento estratégico envolvendo todos, criando continuamente novos rumos e reportando oportunidades. Teoria do Capital Humano • Pressuposto de que a força de trabalho altamente habilidosa e altamente motivada é fonte de vantagem competitiva; • Uma força interna é crítica quando ela é: valorizável, rara, não-substituível, difícil e cara para se imitar; • Vantagem competitiva de pessoas refere-se ao potencial da organização em capturar um “estoque de talento humano excepcional – gerenciar a mutualidade (alinhar os interesses), ou seja, criar uma talentosa e comprometida força de trabalho”; • Desenvolver indivíduos e equipes para criar uma organização capaz de aprender com suas experiências. Gestão por Competência Tudo isso requer que as pessoas engajem-se em comportamentos que reflitam a competência e a natureza desuporte dos sistemas de gerenciamento de pessoas para desenvolvimento e manutenção da competência. As competências dos indivíduos são as competências da organização. 57 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Subsistemas de Pessoas Quem irá trabalhar na organização? Qual o profissional que queremos? • Agregação de Pessoas (recrutamento, seleção de pessoas); • O que as pessoas farão na organização? Como saber o que farão? • Aplicação (cargos e salários, avaliação de desempenho); • Desenvolvimento de Pessoas (capacitação e desenvolvimento de pessoas); • Como manter as pessoas trabalhando na organização? Como manter seu desempenho? ; • Manutenção de Pessoas (Remuneração, Recompensas, Benefícios, Segurança e Saúde no trabalho, Higiene Mental); • Como saber o que são, o que fazem, como estão as pessoas? • Monitoramento de Pessoas (sistemas de informações sobre as pessoas que atuam na organização); Agregação de Pessoas (recrutamento, seleção de pessoas) 1- Etapas Preliminares – planejamento e recrutamento: • Identificação das Políticas de Gestão de Pessoas da organização; • Definição da análise de cargos; • Classificação das atribuições dos cargos em termos de importância; • Análise dos requisitos essenciais e desejáveis para os cargos; • Elaboração do Perfil Profissiográfico. 58 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 2- Análise de Cargos: Procedimento pelo qual se determinam as obrigações dos cargos existentes na organização, bem como as características das pessoas que devem ser contratadas para eles. Gera informações sobre os requisitos do cargo. 2.1 Produtos Gerados: a) Descrição de cargos (em que se constitui cada trabalho); b) Especificações dos cargos (tipos de pessoas a serem contratadas); c) Questão a ser respondida pela área de GP e gerência: Que conhecimentos a pessoa deve ter? 2.2 Métodos de Coleta de Dados para Análise de Cargos: a) Entrevistas: individuais, ou em grupo, com ocupantes do cargo e com supervisores que conheçam detalhadamente o cargo a ser analisado; Perguntas: Qual a função desempenhada? Quais as principais atividades, responsabilidades? O que você faz exatamente? b) Questionário: instrumento por meio do qual o profissional é solicitado a descrever as principais responsabilidades e atribuições do trabalho; Lista de Verificação estruturada, contendo várias atribuições ou tarefas específicas. c) Observação: é útil quando o trabalho consiste principalmente de atividade física observável. Em cargos tais como: Porteiro, Operário de linha de montagem e Balconista; Não é recomendável para atividades mentais não mensuráveis (advogado, engenheiro, etc.) d) Registro do Participante: cada atividade realizada pelo funcionário é 59 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. registrada detalhadamente por ele em um diário, bem como o tempo empregado. Complementa os dados das entrevistas realizadas com funcionário e gerente; e) Descrições de Cargo: é o estabelecimento escrito sobre o que o funcionário faz, como faz e em que condições o trabalho é desempenhado. Serve de base para definir a especificação do cargo- apresenta o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHAs) necessários para o desempenho satisfatório do trabalho. 3- Recrutamento de Pessoas: Definição: processo que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes para ocupar cargos dentro da organização. Meios de Recrutamento: a escolha dos meios de recrutamento a serem utilizados deve levar em consideração dados relativos à natureza do trabalho e a análise de custo/benefícios. a) Recrutamento Interno Vantagens Desvantagens Familiaridade dos profissionais com a organização; Demonstra interesse da organização em promover seus colaboradores. Pode criar dificuldades de relacionamento entre as áreas de gestão de pessoas e a de lotação do profissional e entre a área de gestão de pessoas e o próprio candidato. 60 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. b) Cartazes Vantagens Desvantagens Baixo custo Captação de candidatos nas proximidades da organização. Utilizado preferencialmente para cargos mais simples - Nível Básico. Colocado em geral na portaria da organização. c) Recomendação Vantagens Desvantagens Baixo custo; Aumenta probabilidade de captação de candidatos com predisposição ao ambiente de trabalho. Eventuais constrangimentos da área de gestão de pessoas, em relação à fonte de recomendação, em caso de não aproveitamento do candidato. Necessidade de avaliação objetiva do candidato, que muitas vezes é difícil de ocorrer, pois pela influência exercida pelo indicador, ou pelas informações de vida pessoal trazidas, pode ocorrer um julgamento subjetivo. 61 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. d) Agências - Evita gastos de tempo e dinheiro no processo de recrutamento e na realização da entrevista; - Mantém sigilo; - Oferece candidatos qualificados; - É um meio de recrutamento utilizado, preferencialmente, para captação de candidatos a empregos temporários que não necessitem de contratação efetiva. e) Anúncios Por que anunciar? - Para atrair leitores certos para responder ao anúncio e eliminar candidatos que não convenham; - Para melhorar a reputação da organização através da imagem projetada pelo anúncio. Onde anunciar? Critérios de avaliação: - Tiragem do jornal ou revista; - Custo do anúncio; - Quantidade de anúncios semelhantes na publicação; - Freqüência e data da publicação. Como anunciar? Fatores a serem considerados: - Orçamento da organização para publicidade de seleção; - Prestígio da organização no mercado; - Nível de escassez de pessoal qualificado para o cargo em questão. 62 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Outras formas de divulgação, através de anúncio falado ou impresso: - Panfletos distribuídos em escolas ou faculdades; - Visitas a diretórios acadêmicos, buscando parcerias para divulgação; - Breves apresentações em salas de aula – muito eficaz para cargos de melhor posição hierárquica e junto às escolas profissionalizantes; - Rádios locais e comunitárias, centros de emprego. f) Headhunters - meio de recrutamento utilizado preferencialmente para captação de executivos de alto nível no mercado de trabalho. A maior vantagem, nesse caso, é a possibilidade de contratação de profissionais qualificados, muitas vezes em período de tempo significativamente menor do que mediante outros procedimentos. g) Banco de Talentos - interno Pode ser alimentado pelo próprio setor de gestão de pessoas e também ter um campo onde se anuncia as novas disponibilidades e as pessoas podem se inscrever. 4- Seleção de Pessoas: Importância da Seleção de Pessoas - profissionais com ”CHAs"’ necessários farão um trabalho melhor para a organização. É oneroso recrutar e contratar pessoas. Existem implicações legais envolvidas em processos seletivos inadequados: discriminação de grupos minoritários e antecedentes criminais são aspectos importantes a serem considerados. 63 Este material deve ser utilizadoapenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 4.1 Métodos de Seleção – são procedimentos capazes de comparar os diferentes candidatos, com a finalidade de selecionar os potencialmente mais capazes. - Permitem o conhecimento das habilidades dos candidatos e ainda, a previsão de seu comportamento no cargo a ser ocupado. - Devem ser válidos e confiáveis. Validade - refere-se a evidenciar que o teste é relacionado ao trabalho em questão. O desempenho no teste permite um prognóstico válido do subseqüente desempenho no cargo ou função. Confiabilidade - refere-se à consistência do teste. É a consistência entre as pontuações obtidas pela mesma pessoa quando novamente submetida a um teste idêntico ou equivalente. Métodos de Seleção a) Análise dos Currículos: levantamento de dados relacionados à: competência profissional, ao desejo de permanência no emprego e de seguir carreira, experiência prática, adequação ao grupo, vontade de trabalhar e de aceitar novos desafios. b) Testes Escritos: utilizados para cargos que requerem conhecimentos e habilidades específicos: dissertações, testes com perguntas abertas e/ou fechadas, etc. c) Testes Práticos: importantes para cargos de natureza operacional ou relacionados à produção onde se confere ênfase especial aos aspectos psicomotores. d) Testes Psicológicos: identificam as aptidões do potencial intelectual, das habilidades específicas, (raciocínio verbal, abstrato, mecânico), bem como traços de personalidade do candidato. 64 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. e) Entrevista: Vantagens Limitações Contato direto com o candidato; Identificação de sua capacitação para o cargo; Obtêm dados em profundidade; Pode ser utilizada de maneira exclusiva ou complementar aos outros procedimentos. Muito tempo para aplicação; Dispendiosa; Alto grau de subjetividade; Dificulta registro das informações. Etapas da entrevista: Elaboração do roteiro da entrevista; Definição do local e participantes; Preparação do material; Quebra-gelo; Formulação de perguntas; Registro das informações; Pré-seleção dos candidatos; Análise comportamentos não verbais; Conclusão e sumarização da entrevista. 65 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. f) Técnicas Vivenciais Provas situacionais, Psicodrama, Dinâmicas de Grupo. - Nas provas situacionais: são apresentados para solução problemas relacionados ao cargo a que a pessoa se candidata: operar uma empilhadeira, redigir um documento, negociar uma venda. - No psicodrama: o foco está em proporcionar a vivência de situação em que a pessoa expresse sua personalidade através de um papel social atribuído, em que ela se expressa de acordo com a linguagem e dimensões desse papel. Por se tratar de uma representação, o candidato se sente livre para expressar sentimentos, valores, emoções. - Nas dinâmicas de grupo: O processo consiste em colocar os candidatos reunidos em grupo diante de situações em que terão de demonstrar sua forma de reação. É uma técnica adequada para avaliação de características dos candidatos, tais como: iniciativa, liderança, tomada de decisão, comunicação, habilidade para lidar com situações de conflito. Recomenda-se a elaboração e uso de planilhas de avaliação em que estejam especificados os fatores a serem avaliados. Obs.: O nome dinâmica de grupo, dado às atividades que buscam analisar as dinâmicas que se desenvolvem durante sua realização, resulta na verdade de uma impropriedade, uma vez que em todos os grupos e interações entre pessoas verifica-se uma dinâmica própria – como a atividade destina-se a analisar a avaliar os comportamentos que imprimem essa dinâmica e ao mesmo dela resultam, estendeu-se a palavra para identificar a atividade – essa denominação passou então a ser aceita como um nome para a atividade. 66 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 5- Avaliação dos Candidatos: Análise e interpretação dos dados para definição das vantagens e desvantagens da contratação do candidato. 5.1 Passos envolvidos na interpretação: a) A separação do material; b) Aceitação ou rejeição das informações; c) Organização dos traços do candidato. 5.2 Tomada de Decisão: a) Foco nas realizações mais do que nas credenciais do candidato; b) Exclusão de preconceitos de raça, idade e religião; c) Candidatos fortes ameaçam gerentes fracos; d) Superqualificação costuma gerar desmotivação; e) Finalistas não devem ser dispensados até que o escolhido aceite definitivamente o cargo. 6- Combinação de técnicas de seleção: Constituem os chamados assesment centres, em que, através da análise de resultados de várias atividades, proporciona-se melhor qualidade ao processo. É considerado um processo com mais garantia de neutralizar os aspectos da subjetividade, uma vez que vários selecionadores encarregam-se das diferentes etapas – mesmo no caso de utilização de entrevistas, estas são preferencialmente semi-estruturadas, realizadas em duas ou três etapas, por diferentes entrevistadores, com algumas questões comuns aos respectivos questionários. O esquema a seguir ilustra o processo em todas as suas etapas. 67 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Outros Aspectos da Gestão de Pessoas Hoje Alguns dos principais processos que serão implementados, até como decorrência da nova visão nas relações empregador-empregado, serão: • Os sistemas de recompensa: O sistema de recompensas pode ser estabelecido em outras variáveis, que não somente a remuneração. Neste momento veremos os aspectos ligados à remuneração, para depois discutir outros meios de recompensa. No primeiro momento, em que o sistema foi baseado em cargos, foi mais linear o estabelecimento de valores de remuneração, uma vez que, num sistema mais simplificado e mais fechado, em que a tal cargo corresponde determinada agregação de valor, a tarefa de determinar esses valores se restringe à adequação do ocupante do cargo a sua descrição e desempenho já desenhado. Com as mudanças no conceito de administração de pessoas, abrindo-se oportunidades para valorização de outros aspectos, como competências agregadas Captação: Internet, networking, indicação, anúncios, agências. Avaliação Dinâmicas Simulações Entrevistas Testes Projetos Triagem: currículo, ficha cadastral, Questionários, testes, entrevistas de pré-seleção. 68 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. com o próprio desempenho da função, contribuições espontâneas, gerenciamento participativo, condições de mobilidade na função e no organograma, novos componentes tiveram de ser trazidos à arquitetura dos planos de remuneração. Temos como decorrência uma sofisticação do sistema, exemplificada no quadro a seguir, conforme exposição de José Antonio Monteiro Hipólito, em capítulo do livro As Pessoas na Organização: Remuneração variável Remuneração fixa Outras Sistemas de recompensa devem buscar formas mais alinhadas à filosofia de gestão da empresa e neles o salário representa a forma fixa da remuneração, enquanto os demais aspectos compõem a remuneração flexível. • Os sistemas de capacitação: Os sistemas de capacitação também serão desenhadosde acordo com o Planejamento Estratégico e a Filosofia de Administração da Empresa, privilegiando ainda, na visão mais atual sobre o assunto, áreas de interesse e estilos de aprendizagem dos envolvidos. C on ju nt o de R ec om pe ns as Longo prazo (ex: participação acionária). Curto prazo (participação nos lucros e resultados, comissionamento de vendas etc. Benefícios (assistência médica, seguro de vida, auxílio- transporte/alimentação, clube, etc.). Salário (definido conforme o “valor dos profissionais para a organização”, considerando-se política salarial, mercado de trabalho, legislação, condições financeiras da organização/setor de atividade etc.). Recompensas alternativas (promoções, acesso a programas de desenvolvimento, participação em congressos e eventos etc. 69 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Essas ações de capacitação buscam não só aperfeiçoar o indivíduo na função atual, mas capacitá-lo para novos desafios, tanto na área em que se encontra como em futuras mudanças, ou realocação de setor. • As organizações que aprendem: Lembramos aqui os conceitos de Peter Senge, em Organizações que Aprendem (também traduzido como Organizações de Aprendizagem, as Learning Organization). Peter Senge, autor de ‘A Quinta Disciplina’, define como organizações que aprendem aquelas em que as pessoas continuamente expandem sua capacidade de criar novos padrões de pensamento e onde aprendem, continuamente, a trabalhar juntas, em equipe. Uma organização que aprende nunca é um produto final, é mais um processo contínuo. Organizações que aprendem e organizações mais inteligentes são sinônimas. Segundo Senge, o ciclo de aprendizagem é iniciado e mantido pela prática de 5 disciplinas: Domínio Pessoal – expandir a nossa capacidade pessoal para atingir os objetivos que desejamos; criar um ambiente organizacional que encoraje os seus colaboradores a alcançar seus propósitos individuais. Modelos Mentais – refletir, clarificar e melhorar continuamente os modelos que construímos do mundo e verificar como é que eles influenciam as nossas ações. Visão compartilhada - construir um senso de compromisso coletivo, partilhando uma visão, bem como os princípios e práticas que se seguirão para concretizá-la. Aprendizado em Equipe – ganhar capacidades de conversação e pensamento coletivo de forma a gerar inteligência e perícia superior à soma dos talentos individuais (sinergia). Pensamento Sistêmico (ou raciocínio sistêmico) – compreender e 70 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. descrever as forças e relações que condicionam o comportamento dos sistemas. Características de uma Organização que Aprende: 1. Existe uma visão compartilhada com a qual todos os membros concordam. 2. As pessoas descartam suas velhas maneiras de pensar e as rotinas padronizadas que usam para resolver problemas ou executar seus trabalhos. 3. Os membros pensam em todos os processos, atividades, funções e interações organizacionais com o ambiente como parte de um sistema de inter- relações. 4. As pessoas comunicam-se horizontalmente umas com as outras – através de fronteiras verticais e horizontais – sem medo de crítica ou de castigo. 5. As pessoas sublimam seus interesses pessoais e interesses departamentais fragmentados para trabalharem juntas com o objetivo de alcançar a visão partilhada da organização. (fonte: Idalberto Chiavenato – em Construção de Talentos) Esses novos conceitos provocaram o aparecimento de muito mais técnicas inovadoras e criativas, essenciais para o acompanhamento do ritmo de expansão do conhecimento, com a necessária busca de identificar e manter talentos. Manter talentos torna-se também crucial, pois a intensa competitividade, os investimentos na busca dos mais capacitados, somados aos investimentos com desenvolvimento das pessoas, desenham um quadro em que muitas vezes a perda de um elemento altamente qualificado pode representar imenso prejuízo financeiro para a organização. Essa conjuntura gera o aparecimento de mais algumas novidades por parte da administração de recursos humanos, agora já identificada como Gestão de 71 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Pessoas ou Gestão de Talentos. Exemplos de novas ferramentas resultantes dessa nova conjuntura são os conceitos de Coaching e Mentoring. Conforme explicitado por Chiavenato em Construção de Talentos, Coaching e Mentoring são: Coaching Nota: quem faz coach é “o coach”, ou são “os coaches”, não é o coacher, como freqüentemente vemos aplicado o termo em alguns textos traduzidos. Pelo próprio emprego da palavra coach (treinador), muitas vezes a atividade é confundida com treinamento, orientação, gestão de carreira, liderança, mentoring. Ele na verdade não é qualquer dessas atividades, mas envolve os quatro primeiros conceitos. Significa um esforço conjugado de desenvolvimento pessoal, um processo de aconselhamento e de encarreiramento e um processo de liderança renovadora. É um investimento que traz retornos significativos, com efeitos na vida pessoal do empregado e na organização. É um tipo de relacionamento no qual o coach se compromete em apoiar e ajudar o aprendiz para que este possa atingir determinado resultado ou seguir determinado caminho. É um relacionamento que produz novas competências. Em grandes organizações, as pessoas recorrem ao coach para definir padrões de melhoria, para saberem como são vistas na e pela organização, o que podem fazer para melhorar seu desempenho e satisfação. 72 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Mentoring Nota: O mentoring é exercido pelo mentor. Embora seja em definição um conceito bem próximo ao de coaching, o mentoring define-se como a participação de uma pessoa experiente (mentor), para ensinar e preparar outra pessoa (o orientando ou protegido) com menos conhecimento ou familiaridade em determinada área. Em geral essa atividade de mentoring é parte de processos de progressão de carreira ou planejamento de carreira. A aprendizagem se focaliza em objetivos, oportunidades, expectativas, padrões de assistência, na plena realização das potencialidades do orientando. É uma relação de apoio e suporte, na qual uma pessoa mais experiente transfere seu conhecimento, sabedoria e experiência, a um novato no sentido de ajudá-lo no desenvolvimento de sua carreira. Diferenças entre coaching e mentoring Quando se fala em liderança participativa, surge naturalmente o conceito de coaching. Quando se fala em desenvolvimento de carreira, o conceito de mentoring predomina: 73 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Coaching Mentoring Condução ativa da pessoa pelo superior imediato. Orientação profissional por alguma pessoa da organização. Estilo de liderança e supervisão. Estilo de desenvolvimento de carreira. Foco no curto prazo e no cotidiano. Foco no longo prazo e no futuro. Relação entre líder e subordinado. Relação entre protetor e protegido. Impulso no trabalho atual Impulso no encarreiramento futuro. • Programas de qualidade de vida Constituem um aspecto relativamente recente como fator de cuidado na Gestão de Pessoas, com vistas não só à imagem da organização, mas mesmo com reflexos na economia e na produtividade.Funcionários cuidados, conhecendo aspectos que contribuem para uma melhor organização dos aspectos de cuidados com a saúde, que alcançam sucesso no conciliar vida profissional e pessoal/familiar, representam na verdade um ativo muito mais eficiente e eficaz, reduzindo absenteísmo, assistência médica, outros motivos de insatisfação pessoal e profissional. • Programas de responsabilidade social Esses programas constituem uma importante vertente para reforçar a imagem da organização e a forma como o empregado se vê dentro da organização e da comunidade, da vida social. Desenvolvem-se com participação em causas sociais, programas de 74 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. voluntariado, sejam assistenciais ou voltados à preservação do ambiente e reciclagem, com o estímulo da empresa, seja na forma de reforço social individual, de verbas para projetos, algumas vezes com disponibilidade do funcionário para dedicar algum tempo à atividade durante seu período normal de trabalho. Quando bem conduzidos e coordenados, esses programas reforçam a imagem corporativa na comunidade e internamente e trazem um novo sopro de entusiasmo às pessoas, que se sentem reforçadas por esse trabalho, encontram reconhecimento quase imediato pelas ações desempenhadas, contribuem para integração das pessoas. Esse conjunto de resultados favorece os relacionamentos e a cooperação entre as pessoas dentro do ambiente profissional. • Programas de incentivo à cultura Também muito em evidência atualmente está o crescente interesse na participação das empresas em projetos culturais, o chamado marketing cultural, patrocinando e promovendo a criatividade, não só internamente, mas na sociedade. Esses projetos dão grande visibilidade às empresas, o que os torna um importante recurso de marketing. Podem incluir tanto ações internas, como criação de grupos musicais, teatro, encontros de discussão sobre temas atuais, promoção de palestras, ingressos de cortesia para espetáculos de teatro, música, cinema, como também o patrocínio direto de eventos ou artistas. • Programas de incentivo ao esporte Nos moldes do incentivo a eventos culturais, com patrocínio a atletas e eventos esportivos. 75 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. • Mediação corporativa e negociação Embora possam ser vistas como atividades de capacitação, as formações e o desenvolvimento em mediação corporativa e negociação merecem um destaque especial na nova visão da Gestão de Pessoas, por promoverem um importante salto qualitativo nos aspectos relacionais. São ações de desenvolvimento, que resolvem conflitos e divergências de forma extremamente produtivas, fazendo com que trabalhem realmente a favor do crescimento individual e coletivo. No módulo III dedicaremos especial atenção aos aspectos da escolha de um modelo de Gestão de Pessoas de acordo com os padrões e estilos gerenciais adotados na organização, suas fases de implantação, motivação para a aceitação, passos para a transição. ----------------------- FIM DO MÓDULO II ------------------