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Direito Administrativo e Internacional - Atos Administrativos

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Documento não controlado - AN03FREV001 
85 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
86 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO IV 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou 
distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do 
conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências 
Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
87 
 
MÓDULO IV 
 
 
4 CONCEITO DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
Para Hely Lopes Meirelles, ato administrativo: 
 
“é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública 
que, agindo nesta qualidade, tenha por fim imediato adquirir, 
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor 
obrigações aos administrados ou a si mesma.” (MEIRELLES, 2005, 
página 149). 
 
São atos jurídicos que o estado pratica para realização de seus fins, 
exceto os contenciosos. Ou melhor, a administração pública desempenha sua 
função por meio de atos jurídicos que recebem a denominação especial de 
atos administrativos. Tais atos, por sua natureza, conteúdo e forma, 
diferenciam-se dos que emanam do Legislativo (leis) e do Judiciário (decisões 
judiciais), quando cumprem suas atribuições específicas de legislação e de 
jurisdição. Temos assim, na atividade pública geral, três modalidades de atos 
inconfundíveis entre si, são eles: atos legislativos, atos judiciais e atos 
administrativos. 
Para o surgimento do ato administrativo é preciso que a administração 
use de sua supremacia de Poder Público, visto que algumas vezes nivela-se ao 
particular e o ato perde a característica administrativa, igualando-se ao ato 
jurídico privado. Precisa, também, que contenha manifestação de vontade apta 
a produzir efeitos jurídicos para os administrados, para própria Administração 
ou para seus servidores, e que provenha de agente competente, com finalidade 
pública e revestindo forma legal. 
Além das autoridades públicas propriamente ditas, os dirigentes de 
autarquias e das fundações, os administradores de empresas estatais e os 
executores de serviços delegados podem praticar atos que se equiparam aos 
atos administrativos típicos, tornando-se passíveis de controle judicial por 
mandado de segurança e ação popular, se produzirem lesões. Sendo assim, 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
88 
podemos conceituar o ato administrativo com os mesmos elementos fornecidos 
pela Teoria Geral do Direito, acrescentando-se, apenas, a finalidade pública 
que é própria da espécie e distinta do gênero ato jurídico. 
 
 
4.1 REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
4.1.1 Competência 
 
 
Para que o ato administrativo seja válido é necessário que seja editado 
por autoridade competente, ou seja, para a prática do ato administrativo a 
competência é a condição primeira de sua validade. Pois nenhum ato 
discricionário ou vinculado poderá ser realizado validamente sem que o agente 
disponha de poder legal para praticá-lo. 
Portanto, entende-se por competência administrativa o poder atribuído 
ao agente da Administração para o desempenho específico de suas funções. A 
competência resulta da lei e por ela é delimitada. Assim, a competência 
administrativa, sendo um requisito de ordem pública, é intransferível e 
improrrogável pela vontade dos interessados. 
 
 
4.1.2 Finalidade 
 
 
Outro requisito necessário ao ato administrativo é a finalidade. A 
finalidade visa sempre atingir um interesse público ou social, nunca a um 
interesse particular. É, assim, elemento vinculado de todo ato administrativo, 
discricionário ou regrado, porque o direito positivo não admite ato 
administrativo sem finalidade pública ou desviado de sua finalidade específica. 
Portanto, a finalidade do ato administrativo é aquela que a lei indica explícita ou 
implicitamente. Não cabe ao administrador escolher outra, ou substituir a 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
89 
indicada na norma administrativa. Assim, nada resta para escolha do 
administrador, que fica vinculado integralmente à vontade legislativa. 
 
 
4.1.3 Forma 
 
 
O revestimento exteriorizador do ato administrativo constitui requisito 
vinculado e imprescindível à sua perfeição. Assim, todo ato administrativo é, 
em princípio, formal. A forma é escrita, embora atos existam consubstanciados 
em ordem verbais e até mesmo em sinais convencionais, como ocorre com as 
instruções momentâneas de superior a inferior hierárquico, com as 
determinações de polícia em casos de urgência e com a sinalização do 
trânsito. O que convém fixar é que só se admite o ato administrativo não escrito 
em casos de urgência, nas demais hipóteses é de rigor o ato escrito em forma 
legal, sem o quê se exporá à invalidade. 
 
 
4.1.4 Motivo 
 
 
O motivo ou causa é a situação de direito ou de fato que determina ou 
autoriza a realização do ato administrativo. O motivo pode vir expresso em lei 
como pode ser deixado ao critério do administrador. No primeiro caso será um 
elemento vinculado, no segundo, quanto à sua existência e valoração. 
 
 
4.1.5 Objeto 
 
 
Todo ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou 
comprovação de situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou 
atividades sujeitas à ação do Poder Público. Assim, o objeto identifica-se com o 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
90 
conteúdo do ato, por meio do qual a administração manifesta seu poder e sua 
vontade, ou atesta simplesmente situações preexistentes. É bom lembrar que, 
além dos requisitos acima mencionados, pelas implicações com a eficácia de 
certos atos, o mérito administrativo e o procedimento administrativo, elementos 
que, embora não integram sua contextura, concorrem para sua formação e 
validade. Sem eles não se aperfeiçoa o ato. 
Assim, o mérito do ato administrativo, conquanto não se possa 
considerar requisito de sua formação, deve ser apreciado neste tópico, dadas 
as suas implicações com o motivo e o objeto do ato e, consequentemente, com 
as suas condições de validade e eficácia. Procedimento administrativo é a 
sucessão ordenada de operações que propiciam a formação de um ato final 
objetivado pela Administração. 
 
 
4.2 ATRIBUTOS 
 
 
Possui o ato administrativo alguns atributos que o diferenciam dos atos 
jurídicos privados, dando-lhes características próprias, tais como, a presunção 
de legitimidade, a imperatividade e a autoexecutoriedade. 
 
 
4.2.1 Presunção de Legitimidade 
 
 
Todo ato administrativo, qualquer que seja sua categoria ou espécie, 
nasce com a presunção de legitimidade, independentemente da norma legal 
que a estabeleça, em virtude do princípio da legalidade da Administração. Por 
esta presunção juris tantum, a execução dos atos administrativos fica 
imediatamente autorizada, mesmo havendo vício ou defeito que os levem à 
invalidade. O ato administrativo pressupõe sempre um ato válido e, se 
acabado, perfeito. 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
91 
O ato administrativo é perfeito quando completa o ciclo necessário à 
sua formação, ou seja, depois de esgotadas todas as fases necessárias à sua 
produção. É válido quando expedido em conformidade com as exigências ao 
sistema normativo, isto é, quando atendidos todos os requisitos estabelecidos 
pela ordem jurídica. 
 Outra consequência da presunção de legitimidade é a transferência do 
ônus da prova de invalidade do ato administrativo para quem a invoca. A prova 
do defeito apontado contra o ato ficará semprea cargo do impugnante e, até 
prova em contrário, o ato terá plena eficácia. A eficácia é a idoneidade que se 
reconhece ao ato administrativo para produzir seus efeitos específicos. 
 Assim, todo ato é eficaz quando os efeitos que lhes são próprios não 
dependem de qualquer evento posterior, como uma condição suspensiva, 
termo inicial ou ato controlador a cargo de outra autoridade. Portanto, o ato 
Administrativo deve ser perfeito, válido e eficaz. 
 
 Perfeito, válido e eficaz, quando concluído o seu ciclo de formação, 
encontra-se plenamente ajustado às exigências legais e está disponível 
para produzir seus efeitos; 
 
 Perfeito, inválido e eficaz, quando concluído seu ciclo de formação e, 
apesar de não se achar de acordo com as exigências normativas, 
encontra-se produzindo os efeitos que lhes são próprios; 
 
 Perfeito, válido e ineficaz, quando concluído seu ciclo de formação e 
estando adequado aos requisitos de legitimidade, ainda não se encontra 
disponível para produzir seus efeitos típicos. 
 
 
4.2.2 Imperatividade 
 
 
É o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade para o seu 
cumprimento ou execução, estando ele presente em todos os atos. Decorre da 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
92 
própria existência do ato administrativo, sem depender da sua validade ou não, 
visto que as manifestações de vontade do Poder Público trazem em si a 
presunção de legitimidade. Assim, o ato administrativo, dada sua 
imperatividade, deve ser sempre cumprido, sob pena de sujeitar-se à execução 
forçada pela Administração ou pelo Judiciário. Lembre-se, no entanto que, nem 
todos os atos administrativos possuem tal característica, veja, por exemplo, os 
Atos Anunciativos. 
 
 
4.2.3 Autoexecutoriedade 
 
 
Consiste na possibilidade presente que certos atos administrativos 
ensejam de imediata e direta execução pela própria Administração, 
independentemente de ordem judicial. Assim, as prestações típicas 
decorrentes do poder de polícia, em atos de fiscalização, por exemplo, podem 
ser exigidas e executadas imediata e diretamente pela Administração, sem 
mandado judicial. Contudo, o reconhecimento da autoexecutoriedade tomou-se 
mais restrito em face do art. 5°, LV, da Constituição Federal de 1988 (CF/88), 
que assegura o contraditório e a ampla defesa, inclusive contra os 
procedimentos administrativos. 
 
 
4.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
Inicialmente, podemos classificar os atos administrativos quanto aos 
destinatários gerais e individuais: 
 
 
 
 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
93 
 
4.3.1 Gerais 
 
 
Atos administrativos gerais ou regulamentares são aqueles expedidos 
sem destinatários determinados, com finalidade normativa, alcançando todos 
os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato abrangida por seus 
preceitos. Ou seja, se destinam a sujeitos indeterminados e todos aqueles que 
se veem abrangidos pelos seus preceitos, temos como exemplos, o Edital; 
Regulamentos; Instruções, circulares ordinárias de serviços. 
 
 
4.3.2 Individuais 
 
 
A característica dos atos gerais é que eles prevalecem sobre os atos 
individuais, ainda que provindos da mesma autoridade. Sendo assim, um 
decreto individual não pode contrariar um decreto geral ou regulamentar em 
vigor. Os atos individuais ou especiais são todos aqueles que se dirigem a 
destinatários certos, criando-lhes situação jurídica particular. Destinam-se a 
uma pessoa em particular ou a um grupo de pessoas determinadas. Temos 
como exemplos os decretos de desapropriação, de nomeação, de exoneração, 
Outorga de Licença, permissão e autorização e outros. 
 
 
4.3.3 Atos Internos e Externos 
 
 
Agora, iremos analisar os atos internos e externos. Os atos internos 
são os destinados a produzir efeitos no recesso das repartições 
administrativas. Os destinatários são os órgãos e agentes da Administração 
Pública. Como exemplo, temos as circulares, portarias, etc. Já os atos 
administrativos externos alcançam os administrados de modo geral, só entram 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
94 
em vigor depois de publicados, divulgados em órgão oficial. Como exemplo, 
temos a admissão, licença. 
A publicidade de tais atos é princípio de legitimidade e moralidade 
administrativa que se impõe tanto à administração direta como à indireta, 
porque ambas geram bens e dinheiros públicos cuja guarda e aplicação todos 
devem conhecer e controlar. 
 
 
4.3.4 Atos de Império, Gestão e de Expediente 
 
 
Temos também os atos de império, de gestão e de expediente, 
conforme analise abaixo. Quanto ao ato de Império ou de autoridade são todos 
aqueles que a administração pratica usando de sua supremacia sobre o 
administrado ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento. É o que ocorre 
nas desapropriações; interdição, etc. 
Atos de gestão são praticados pela Administração Pública em situação 
de igualdade com os particulares, sem usar sua supremacia. Como exemplo, 
temos alienação, aquisição de bens. Já os atos de expediente são atos 
praticados por agentes subalternos, de rotina interna. Ou seja, são todos 
aqueles que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que 
tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a decisão de mérito a 
ser proferida pela autoridade competente. 
E, por fim, temos os atos vinculados e os discricionários. Atos 
vinculados ou regrados são aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos 
e condições de sua realização. Ou seja, quando não há, para o agente, 
liberdade de escolha, deve se sujeitar às determinações da Lei. Assim, o 
administrador fica inteiramente preso ao enunciado da lei, que estabelece 
previamente um único comportamento possível a ser adotado em situações 
concretas. Como exemplo, temos o pedido de aposentadoria por idade, em que 
o servidor demonstra ter atingido o limite exigido pela Constituição Federal. 
Já os atos discricionários são aqueles praticados com liberdade de 
opção, mas dentro dos limites da lei. Pode praticar com liberdade de escolha 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
95 
de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua 
oportunidade e do modo de sua realização. O administrador também fica preso 
ao enunciado da lei, mas ela não estabelece um único comportamento possível 
a ser adotado em situações concretas, existindo assim espaço para a 
realização de um juízo de conveniência e oportunidade. Como exemplos, 
temos a concessão de uso de bem público que depende das características de 
cada caso concreto, pedido de moradores exigindo o fechamento de uma rua 
para festas juninas, etc. 
A discricionariedade administrativa encontra fundamento e justificativa 
na complexidade e variedade dos problemas que o Poder Público tem que 
solucionar a cada passo e para os quais a lei, por mais casuística que possa 
ser não poderia prever todas as soluções, ou, pelo menos, a mais vantajosa 
para cada caso ocorrente. Portanto, discricionário só podem ser os meios e 
modos de administrar, nunca os fins a atingir, pois o fim é sempre imposto 
pelas leis e regulamentos, seja explícito ou implicitamente. 
Além das classificações acima, outras podem ser apresentadas, como 
por exemplo, os atos simples, complexo e composto, etc. Ato simples resulta 
da manifestação da vontade única de um órgão. Não importa o número de 
pessoas que participam da formação do ato. O que importa é a vontade unitária 
que expressa para dar origem, afinal, ao ato colimado pela administração. 
Atos complexos resultam da soma de vontade de dois ou mais órgãos. 
Ou seja, é o que se forma pela conjugação de vontades de mais de um órgão 
administrativo. Por exemplo, a investidura de um funcionário é um ato 
complexo consubstanciado na nomeação feita pelo Chefe do Executivo e 
complementado pela posse e exercício dados pelo chefe da repartição em quevai servir o nomeado. 
Ato composto é o que resulta da vontade única de um órgão, mas 
depende da verificação por parte do outro, para se tornar exequível. Por 
exemplo, uma autorização que dependa de um visto de uma autoridade 
superior. 
 
 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
96 
 
4.4 ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
Podemos dividir os atos administrativos em cinco espécies, tais como, 
normativos, ordinatórios, negociais, enunciativos, punitivos, conforme análise 
abaixo. 
 
 
4.4.1 Atos Normativos 
 
 
Atos Normativos contêm comando geral do Executivo, visando à 
correta aplicação da lei. A essa categoria pertencem os Decretos 
regulamentares e os regimentos, bem como as resoluções, deliberações e 
portarias. Assim, a competência exclusiva dos Chefes do Executivo. Decreto 
regulamentar ou de execução é o que visa explicar a lei e facilitar sua 
execução. 
Os regulamentos são atos administrativos postos em vigência por 
decreto, para especificar os mandamentos da lei ou prover situações ainda não 
disciplinadas por lei. Quanto aos regimentos, são atos administrativos 
normativos de atuação interna, dado que se destinam a reger o funcionamento 
de órgãos colegiados e de corporações legislativas. Como ato regulamentar 
interno, o regimento só se dirige aos que devem executar o serviço ou realizar 
a atividade funcional regimentada, sem obrigar aos particulares em geral. 
Resoluções são atos administrativos normativos expedidos pelas altas 
autoridades do executivo. Mas não pelo chefe do Executivo, que só deve 
expedir decretos. As resoluções normativas ou individuais são sempre atos 
inferiores ao regulamento e ao regimento, não podendo inová-los ou contrariá-
los. Deliberações são atos administrativos normativos ou decisórios emanados 
de órgãos colegiados. As deliberações devem sempre obediência ao 
regulamento e ao regimento que houver para a organização do colegiado. 
 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
97 
 
4.4.2 Atos Ordinários 
 
 
Atos Ordinatórios visam disciplinar o funcionamento da Administração. 
É a conduta funcional dos seus agentes. Tais atos emanam do poder 
hierárquico. Podemos citar como atos ordinatórios: circulares, avisos, portarias, 
ordens de serviços, os ofícios e os despachos. Portaria é utilizada por chefes 
de órgãos, repartições ou serviços, dirigida aos seus subordinados, com efeitos 
internos, transmitindo determinações, designando servidores ou, ainda, 
iniciando sindicâncias e processos administrativos. 
Avisos são atos emanados dos Ministros de Estado a respeito de 
assuntos afetos aos seus ministérios. Ofício são as cartas oficiais ou o meio de 
comunicação formal entre os agentes e órgãos administrativos. São 
comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e 
superiores e entre Administração e particulares, em caráter oficial. Circular é 
ordem escrita, traz ordens concretas endereçadas a uma determinada 
categoria de agentes. 
 
 
4.4.3 Atos Negociais 
 
 
Atos Negociais produzem efeitos concretos e individuais para seu 
destinatário e para a Administração que os expede, contém uma declaração de 
vontade da Administração para concretizar negócios jurídicos com os 
particulares ou a atribuição de certos direitos ou vantagens aos administrados. 
Neste conceito, temos atos administrativos de admissão, licença, permissão, 
autorização, aprovação, homologação, renuncia, etc. 
Admissão é o ingresso em estabelecimento público para receber um 
serviço. É ato vinculado. O interesse é predominantemente do particular. 
Temos como exemplo ingresso aos estabelecimentos de ensino mediante 
concurso de habilitação. Autorização é o ato administrativo discricionário e 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
98 
precário pelo qual o Poder Público torna possível ao pretendente a realização 
de certa atividade, serviço ou utilização de determinados bens particulares ou 
públicos, de seu exclusivo ou predominante interesse, como uso especial de 
bem público, o porte de arma, etc. 
 Licença é o ato vinculado e definitivo pelo qual o Poder Público, 
verificando que o interessado atendeu todas as exigências legais, faculta-lhe o 
desempenho de atividades ou a realização de fatos materiais antes vedados ao 
particular. Temos como exemplo o exercício de uma profissão, a construção de 
um edifício em terreno próprio. 
Homologação é ato vinculado, de controle, que consiste na 
concordância de ato anterior da própria Administração ou de particular, a fim de 
lhe dar validade e eficácia. Permissão é ato administrativo negocial, 
discricionário e precário, pelo qual o Poder Público faculta ao particular a 
execução de serviços de interesse coletivo, ou o uso especial de bens públicos, 
a título gratuito ou remunerado, nas condições estabelecidas pela 
Administração. 
Dispensa é o ato que exime o particular do cumprimento de 
determinada obrigação até então exigida por lei. Temos como exemplo a 
prestação do serviço militar. Renúncia é o ato pelo qual o Poder Público 
extingue unilateralmente um crédito ou um direito próprio, liberando 
definitivamente a pessoa obrigada perante a Administração. 
Protocolo Administrativo é o ato pelo qual o Poder Público acerta com o 
particular a realização de determinado empreendimento ou atividade ou a 
abstenção de certa conduta, no interesse recíproco da Administração e do 
administrado signatário do instrumento protocolar. 
 
 
4.4.4 Atos Enunciativos 
 
 
Atos Enunciativos são todos aqueles em que a administração se limita 
a certificar ou atestar um fato, ou então a emitir uma opinião acerca de um 
determinado assunto. Dentre os atos mais comuns desta espécie temos as 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
99 
certidões, os atestados e os pareceres administrativos. Certidões 
administrativas são cópias ou fotocópias fiéis e autenticadas de atos ou fatos 
constantes no processo, livro ou documento que se encontre nas repartições 
públicas. Podendo ser inteira ou resumida, desde que expressem fielmente o 
que se contém no original de onde foram extraídas. 
Atestados administrativos são atos pelos quais a Administração 
comprova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus 
órgãos competentes. Pareceres administrativos são manifestações de órgão 
técnico sobre assuntos submetidos à sua consideração, tem caráter 
meramente opinativo, não vinculado à Administração ou aos particulares a sua 
motivação ou conclusões, salvo se aprovado por ato subsequente. 
Embora contenha um enunciado opinativo, pode ser de existência 
obrigatória no procedimento administrativo e dar ensejo à nulidade do ato final 
se não constar do processo, como ocorre, por exemplo, nos casos em que a lei 
exige a prévia audiência de um órgão consultivo, antes da decisão terminativa 
da Administração. 
Parecer normativo é aquele que, ao ser aprovado pela autoridade 
competente, é convertido em norma de procedimento interno. Tal parecer, para 
o caso que propiciou, é ato individual e concreto, já para os casos futuros, é ato 
geral normativo. Parecer técnico é o que provém de órgão ou agente 
especializado na matéria, não podendo ser contrariado por leigo ou por 
superior hierárquico. Nesse parecer ou julgamento não prevalece a hierarquia 
administrativa, pois não há subordinação no campo da técnica. 
Apostilas são atos enunciativos ou declaratórios de uma situação 
anterior criada por lei. Apostilar significa averbar, contar, registrar. Temos como 
exemplo averbação de tempo de serviço. 
 
 
4.4.5 Atos Punitivos 
 
 
Atos punitivos são os que contêm uma sanção àqueles que infringem 
disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens e serviços 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
100 
públicos, visam punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta 
irregular dos servidores ou dos particulares perante a Administração.Os atos 
administrativos punitivos podem ser de atuação externa e interna. 
Internamente, cabe à administração punir disciplinarmente seus servidores e 
corrigir os serviços defeituosos por meio de sanções estatutárias. 
Externamente, incumbe-lhe de velar pela correta observância das normas 
administrativas. 
Dentre os atos administrativos punitivos de atuação externa temos a 
multa, a interdição de atividades e a destruição. Multa administrativa é 
imposição pecuniária a que sujeita o administrado a título de compensação do 
dano presumido da infração, é de natureza objetiva e se torna devida 
independentemente da ocorrência de culpa ou dolo do infrator. 
Interdição administrativa de atividade é o ato pelo qual a Administração 
veda a alguém a prática de atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre 
seus bens, deve ser precedida de processo regular e do respectivo auto, que 
possibilite defesa do interessado. Destruição de coisas é o ato sumário da 
Administração pelo qual se inutilizam alimentos, substâncias, objetos ou 
instrumentos imprestáveis ou nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei. 
Quanto aos atos punitivos de atuação interna, outros atos punitivos 
podem ser praticados pela Administração visando disciplinar seus servidores, 
segundo o regime jurídico a que estão sujeitos. 
 
 
4.5 INVALIDAÇÃO, ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DOS ATOS 
ADMINISTRATIVOS 
 
 
4.5.1 Invalidação 
 
 
A invalidação dos atos administrativos inconvenientes, inoportunos ou 
ilegítimos constitui tema de alto interesse tanto para a Administração como 
para o Judiciário, uma vez que a ambos cabe, em determinadas circunstâncias, 
desfazer os que se revelarem inadequados aos fins visados pelo Poder Público 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
101 
ou contrários às normas legais que os regem. Para Hely Lopes Meirelles e 
Celso Antonio Bandeira de Mello, 
 
“... o direito administrativo tem um sistema de invalidade próprio que 
não se confunde com o do direito privado, pois os princípios e valores 
do direito administrativo são diferentes. No direito privado, o ato nulo 
atinge a ordem pública e o anulável, num primeiro momento, atinge 
os direitos das partes. Há autores que trazem ainda o ato inexistente. 
Já no direito administrativo nunca haverá um ato que atinja apenas as 
partes, pois todo vício atinge a ordem pública”. (MEIRELLES e 
MELLO, ano, página). 
 
 
A faculdade de invalidação dos atos administrativos pela própria 
Administração é bem mais ampla que a que se concede à Justiça comum. A 
Administração pode desfazer seus próprios atos por considerações de mérito e 
de ilegalidade, ao passo que o judiciário só os pode invalidar quando ilegais. 
Segundo a Súmula 473 do STF: 
 
“A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de 
vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, 
ou revogá-los por motivos e conveniência e oportunidade, respeitados 
os direitos adquiridos e ressalvadas em todos os casos, a apreciação 
judicial”. (SÚMULA 473 do STF). 
 
 
4.5.2 Anulação 
 
 
Anulação é a declaração de invalidação de um ato administrativo 
ilegítimo ou ilegal, feita pela própria Administração ou pelo poder judiciário. Ou 
seja, é o desfazimento do ato administrativo por razões de ilegalidade. Pode 
ser feita pela administração pública, com base no seu poder de autotutela 
sobre os seus próprios atos, assim como pelo Poder Judiciário, mediante 
provocação dos interessados. 
Anulação pela própria Administração constitui a forma normal de 
invalidação de atividade ilegítima do Poder Público. Essa faculdade assenta no 
poder de autotutela do estado. É uma justiça interna, exercida pelas 
autoridades administrativas em defesa da instituição e da legalidade de seus 
atos. Uma vez anulado o ato pela própria Administração, cessa imediatamente 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
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sua operatividade, não obstante possa o interessado pleitear judicialmente o 
restabelecimento da situação anterior, e até mesmo obter em mandado de 
segurança a suspensão liminar dos efeitos do ato invalidatório. 
Os atos administrativos nulos ficam sujeitos à invalidação não só pela 
própria Administração como, também, pelo poder Judiciário, desde que levados 
à sua apreciação pelos meios processuais cabíveis que possibilitem o 
pronunciamento anulatório. A anulação pode ser total, quando a declaração 
atinge todo o conteúdo do ato. Pode ser parcial, quando é anulada somente 
uma parte dela. 
A anulação tem natureza constitutiva, visto que inaugura uma nova 
situação jurídica. A anulação retroage, ou seja, atinge o ato desde sua origem, 
restaurando à situação vigente anterior ao ato inválido, respeitando somente os 
efeitos produzidos que atingiram os terceiros de boa-fé. 
 
 
4.5.3 Revogação 
 
 
Revogação é a supressão de um ato discricionário legítimo e eficaz, 
realizada pela Administração. Ou seja, é o ato administrativo discricionário pelo 
qual a administração extingue um ato válido, por razões de oportunidade e 
conveniência. A revogação funda-se no poder discricionário de que dispõe a 
Administração para rever sua atividade interna e encaminhá-la adequadamente 
à realização de seus fins específicos. 
Em princípio, todo ato administrativo discricionário é revogável, mas 
motivos óbvios de interesse na estabilidade das relações e de respeito aos 
direitos adquiridos pelos particulares afetados pelas atividades do poder 
Público impõem certos limites e restrições a essa faculdade da Administração. 
A revogação pode ser total (ab-rogação), quando todo ato é retirado do 
ordenamento jurídico. Pode ser parcial (derrogação), quando somente um dos 
direitos provenientes do ato é excluído. A revogação também pode ser 
expressa, quando a administração declara revogado o ato ou pode ser tácita, 
quando a administração edita novo ato incompatível com o primeiro. 
 
 Documento não controlado - AN03FREV001 
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A revogação não retroage, ou seja, produz efeitos a partir da própria 
revogação, respeitando os efeitos já produzidos pelo ato. A revogação produz 
efeitos ex nunc, porque atinge um ato que foi editado em conformidade com a 
lei. Ele é legal, mas não é mais conveniente. Assim, a diferença entre 
revogação e anulação do ato administrativo fica da seguinte forma: o ato 
administrativo é revogado exclusivamente pela administração quando se 
verifica que ele é inoportuno ou inconveniente, é anulado quando não preenche 
os requisitos legais de forma ou conteúdo. 
A competência para a revogação de um ato administrativo é privativa 
da própria administração pública, visto que somente esta pode apreciar os 
fundamentos da oportunidade e conveniência. Os órgãos que podem anular um 
ato administrativo são a Administração ou o Poder Judiciário. Nesse sentido, as 
Súmulas do STF 346 e 473. 
 
 
 
 
 
 
 
 
-------------------------FIM DO MÓDULO IV-------------------------

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