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Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva Conceito: Segundo a Portaria GM/MS no.1884 de 11 de novembro de 1994, UTIs são unidades hospitalares destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco, que dispõem de assistência médica e de enfermagem ininterruptas, com equipamentos específicos próprios, recursos humanos especializados e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a diagnóstico e terapêutica. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 1 A Unidade de Terapia Intensiva é idealizada como Unidade de Monitoração de paciente grave através da Enfermeira Florence Nightingale. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 2 Cria-se a Primeira UTI no Mundo - EUA em Boston em 1927 - 3 Leitos Neurocirúrgicos -Johns Hopkins Hospital Formam-se médicos anestesistas e na década de 1950 é preconizado o atendimento de urgência-emergência Ainda nesta época é formulado o ABC primário onde cria a técnica de ventilação artificial boca a boca e massagem cardíaca externa. Na cidade de Baltimore estabelece a primeira UTI cirúrgica e em 1962 na Universidade de Pittsburgh, cria a primeira disciplina de “critical care medicine”nos EUA. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 3 MINISTÉRIO DA SAÚDE PORTARIA Nº 3432 12 DE AGOSTO DE 1998 - EM VIGOR Ref.: Estabelecimentos de critérios de Classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo - UTI UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 4 O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições legais, considerando: a importância na assistência das unidades que realizam tratamento intensivo nos hospitais do pais, e a necessidade de estabelecer critérios de classificação entre as Unidades de Tratamento Intensivo, de acordo com a incorporação de tecnologia , a especialização dos recursos humanos e a área física disponível, resolve: Artº. 1º Estabelecer critérios de classificação entre as diferentes Unidades de Tratamento Intensivo - UTI. Art. 2º - Para as finalidades desta Portaria, as Unidades de Tratamento Intensivo serão classificadas em tipo I, II e III. § 1º - As unidades atualmente cadastradas pelo SUS, a partir da vigência desta Portaria, serão classificadas como tipo I. § 2º - As unidades que comprovarem o cumprimento das especificações do anexo desta Portaria, poderão ser credenciadas pelo gestor nos tipos II ou III, de acordo com a necessidade de assistência da localidade onde estão inseridas. Art. 3º - A partir da data de publicação desta portaria, serão cadastradas somente unidades do tipo II ou III. Art. 4º - Fica revogada a Portaria GM/MS/Nº 2918, de 9 de junho de 1998, publicada n o DOU nº111, de 15 de junho de 1998, e as demais disposição em contrário. Art. 5º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. JOSÉ SERRA ANEXO 1. Disposições Gerais: 1.1. As Unidades de Tratamento Intensivo devem atender às disposições da Portaria GM/MS nº 1884, de 11 de novembro de 1994, publicada no D.O nº 237, de 15 de dezembro de 1994. 1.2. São unidades hospitalares destinadas ao atendimento de pacientes graves ou de risco que dispõem de assistência médica e de enfermagem ininterruptas, com equipamentos específicos próprios, recursos humanos especializados e que tenham acesso a outras tecnologias destinadas a diagnóstico e terapêutica. 1.3. Estas unidades podem atender grupos etários específicos; a saber: Neonatal - atendem pacientes de 0 a 28 dias; Pediátrico - atendem pacientes de 28 dias a 14 ou 18 anos de acordo com as rotinas hospitalares internas; Adulto - atendem pacientes maiores de 14 ou 18 anos de acordo com as rotinas hospitalares internas.; Especializada - voltadas para pacientes atendidos por determinada especialidade ou pertencentes a grupo específico de doenças. 1.4. Todo hospital de nível terciário, com capacidade instalada igual ou superior a 100 leitos, deve dispor de leitos de tratamento intensivo correspondente a no mínimo 6% dos leitos totais. 1.5. Todo hospital que atenda gestante de alto risco deve dispor de leitos de tratamento intensivo adulto e neonatal. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 5 2 - Das Unidades de Tratamento Intensivo do tipo II: 2.1. Deve contar com equipe básica composta por: -um responsável técnico com título de especialista em medicina intensiva ou com habilitação em medicina intensiva pediátrica; -um médico diarista com título de especialista em medicina intensiva ou com habilitação em medicina intensiva pediátrica para cada dez leitos ou fração, nos turnos da manhã e da tarde; -um médico plantonista exclusivo para até dez pacientes ou fração; -um enfermeiro coordenador, exclusivo da unidade, responsável pela área de enfermagem; -um enfermeiro, exclusivo da unidade, para cada dez leitos ou fração, por turno de trabalho; -um fisioterapeuta para cada dez leitos ou fração no turno da manhã e da tarde; -um auxiliar ou técnico de enfermagem para cada dois leitos ou fração, por turno de trabalho; -um funcionário exclusivo responsável pelo serviço de limpeza; -acesso a cirurgião geral (ou pediátrico), torácico, cardiovascular, neurocirurgião e ortopedista. 2.2. O hospital deve contar com -laboratório de análises clínicas disponível nas 24 horas do dia; -agência transfusional disponível nas 24 horas do dia; -hemogasômetro; -ultra-sonógrafo; -eco-doppler-cardiógrafo; -laboratório de microbiologia; -terapia renal substitutiva; -aparelho de raios-x-móvel; -serviço de Nutrição Parenteral e enteral; -serviço Social -serviço de Psicologia; 2.3 O hospital deve contar com acesso a: -estudo hemodinâmico; -angiografia seletiva; -endoscopia digestiva; -fibrobroncoscopia; -eletroencefalografia. 2.4. Materiais e Equipamentos necessários: -cama de Fawler, com grades laterais e rodízio, uma por paciente; -monitor de beira de leito com visoscópio, um para cada leito; -carro ressuscitador com monitor, desfibrilador, cardioversor e material para intubação endotraqueal, dois para cada dez leitos ou fração; -ventilador pulmonar com misturador tipo blender, um para cada dois leitos, devendo um terço dos mesmos ser do tipo microprocessado; -oxímetro de pulso, uma para cada dois leitos; -bomba de infusão, duas bombas por leito; -conjunto de nebulização, em máscara, um para cada leito; UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 6 -conjunto padronizado de beira de leito, contendo: termômetro (eletrônico, portátil, no caso de UTI neonatal), esfigmomanômetro, estetoscópio, ambu com máscara (ressuscitador manual), um para cada leito; -bandejas para procedimentos de: diálise peritonal, drenagem torácica, toracotomia, punção pericárdica, curativos, flebotomia, acesso venoso profundo, punção lombar, sondagem vesical e traqueostomia; -monitor de pressão invasiva; -marcapasso cardíaco externo, eletrodos e gerador na unidade; -eletrocardiógrafo portátil, dois de uso exclusivo da unidade; -maca para transporte com cilindro de oxigênio, régua tripla com saída para ventilador pulmonar e ventilador pulmonar para transporte; -máscaras com venturi que permita diferentes concentrações de gases; -aspirador portátil; -negatoscópio; -oftalmoscópio; -otoscópio; -Pontos de oxigênio e ar comprimido medicinal com válvulas reguladoras de pressão e pontos de vácuo para cada leito; -cilindro de oxigênio e ar comprimido, disponíveis no hospital; -conjunto CPAP nasal mais umidificador aquecido, um para cada quatro leitos, no caso de UTI neonatal, um para cada dois leitos; -capacete para oxigênioterapia para UTI pediátrica e neonatal; -fototerapia, um para cada três leitos de UTI neonatal; -Incubadora com parede dupla, uma por paciente de UTI neonatal; -balança eletrônica, uma para cada dez leitos na UTI neonatal 2.5. Humanização: -climatização;-iluminação natural; -divisórias entre os leitos -relógios visíveis para todos os leitos; -garantia de visitas diárias dos familiares, à beira do leito; -garantia de informações da evolução diária dos pacientes aos familiares por meio de boletins. 3. As Unidades de Tratamento Intensivo do tipo III, devem , além dos requisitos exigidos paras as UTI tipo II, contar com: 3.1. Espaço mínimo individual por leito de 9m2, sendo para UTI Neonatal o espaço de 6m2 por leito; 3.2. Avaliação através do APACHE II se for UTI adulto, o PRISM II se UTI Pediátrica e o PSI modificado se UTI neonatal. 3.3. Além de equipe básica exigida pela a UTI tipo II, devem contar com: -um médico plantonista para cada dez pacientes, sendo que pelo menos metade da equipe deve ter título de especialista em medicina intensiva reconhecido pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB); -enfermeiro exclusivo da unidade para cada cinco leitos por turno de trabalho; -fisioterapeuta exclusivo da UTI; -acesso a serviço de reabilitação UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 7 3.4. Além dos requisitos exigidos para as UTI tipo II, o hospital deve possuir condição de realizar os exames de: -tomografia axial computadorizada; -anatomia patológica; -estudo hemoginâmico; -angiografia seletiva; -fibrobroncoscopia; -ultra-sonografia portátil. 3.5. Além dos materiais e equipamentos necessários para as UTI tipo II, o hospital deve contar com: -Metade dos ventiladores do tipo microprocessado, ou um terço, no acaso de UTI neonatal; -monitor de pressão invasiva, um para cada cinco leitos; -equipamento para ventilação pulmonar não invasiva; -capnógrafo; -equipamento para fototerapia para UTI Neonatal, um para cada dois leitos; -marcapasso transcutâneo. REGULAMENTO TÉCNICO PARA FUNCIONAMENTO DE UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA – AMIB 1. OBJETIVO 1.1 Estabelecer padrões mínimos exigidos para o funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva, objetivando a redução de riscos aos pacientes, aos profissionais e ao meio ambiente. 2. ABRANGÊNCIA 2.1 Este regulamento é aplicável a todas as Unidades de Terapia Intensiva do país, públicas e privadas, civis ou militares. 3. DEFINIÇÕES 3.1 Para os efeitos deste Regulamento Técnico são adotadas as seguintes definições: 3.1.1 Alvará de Licenciamento: Documento expedido pelo órgão sanitário competente Estadual, do Distrito Federal ou Municipal, que libera o funcionamento dos estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de Vigilância Sanitária. 3.1.2 Centro de Terapia Intensiva (CTI): o agrupamento, numa mesma área física, de mais de uma Unidade de Terapia Intensiva. 3.1.3 Enfermeiro assistencial: enfermeiro legalmente habilitado, que presta assistência direta ao paciente e acolhimento do familiar participante. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 8 3.1.4 Enfermeiro coordenador: enfermeiro legalmente habilitado, responsável pela coordenação da equipe de enfermagem. 3.1.5 Eventos Adversos Graves (EAG): ocorrência clínica desfavorável que resulte em morte, risco de morte, hospitalização ou prolongamento de uma hospitalização preexistente, incapacidade significante, persistente ou permanente. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 9 3.1.6 Familiar Participante: representante da rede social do usuário que garante a integração com a equipe profissional dos serviços de saúde. 3.1.7 Humanização da atenção à saúde: valorização da dimensão subjetiva e social, em todas as práticas de atenção e de gestão da saúde, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o respeito às questões de gênero, etnia, raça, religião, cultura, orientação sexual e às populações específicas. 3.1.8 Índice de Gravidade: valor que reflete o grau de disfunção orgânica de um paciente. 3.1.9 Médico diarista: profissional médico, legalmente habilitado, especialista em medicina intensiva, responsável pelo acompanhamento diário dos pacientes e pela garantia de continuidade do plano de tratamento de cada paciente; 3.1.10 Médico plantonista: profissional médico, legalmente habilitado, que presta assistência sob regime de plantões. 3.1.11 Médico intensivista: profissional médico, legalmente habilitado, especialista em medicina intensiva, capacitado para o tratamento de doenças agudas ou crônicas que levem a grave disfunção dos principais órgãos ou sistemas do corpo humano. 3.1.12 Médico Coordenador (MC): profissional médico, legalmente habilitado, especialista em medicina intensiva, responsável pelo gerenciamento técnico- administrativo da unidade. 3.1.13 Paciente Grave: paciente com comprometimento de um ou mais dos principais sistemas fisiológicos, com perda de sua auto-regulação, necessitando de assistência contínua. 3.1.14 Processamento de artigos e superfícies: 3.1.15 Sistema de Classificação de Severidade de Doença: sistema que permite auxiliar na identificação de pacientes graves por meio de indicadores e índices de gravidade calculados a partir de dados colhidos dos pacientes. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 10 3.1.16 Teste Laboratorial Remoto (TRL): Teste realizado por meio de um equipamento laboratorial situado fisicamente fora da área de um laboratório clínico. Também chamado Teste Laboratorial Portátil - TLP, do inglês Point-of-care testing - POCT. 3.1.17 Unidade de Terapia Intensiva (UTI): unidade destinada à internação de pacientes graves, que requerem atenção profissional especializada contínua, materiais específicos e tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização e terapia. 3.1.18 Unidade de Terapia Intensiva Adulto (UTI-A): destinada à assistência a pacientes com idade acima de 14 ou acima de 18 anos, sendo este critério definido de acordo com as rotinas hospitalares internas. 3.1.19 Unidade de Terapia Intensiva Especializada: aquela destinada à assistência a pacientes selecionados por tipo de doença, como as UTI Coronarianas, UTI Neurológica, entre outras. 3.1.20 Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI-N): destinada à assistência a pacientes com idade de 0 a 28 dias. 3.1.21 Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-P): destinada à assistência a pacientes com idade de 29 dias a 14 ou 18 anos, sendo este limite definido de acordo com as rotinas hospitalares internas 3.1.21 Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Mista (UTI-Pm): destinada à assistência a pacientes recém-nascidos (0-28 dias) e pediátricos (29 dias a 14 ou 18 anos, limite este definido de acordo com as rotinas hospitalares internas). 4. CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS 4.1 O serviço de saúde em que a UTI está inserida deve possuir alvará de licenciamento atualizado, expedido pela vigilância sanitária local. 4.1.1 A Unidade de Terapia Intensiva que tenha CNPJ próprio deve requerer junto à vigilância sanitária o alvará de licenciamento próprio (ver Medicina Nuclear) UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 11 4.2. O estabelecimento de saúde em que a UTI está inserida deve estar inscrito no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e manter atualizada a quantidade de leitos de UTI existentes 4.3 É obrigatória a existência de Unidade de Terapia Intensiva em todo hospital terciário, e nos secundários que apresentem capacidade igual ou superior a 100 leitos, bem como nos especializados. (MS) 4.3.1 É obrigatória a existência de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal nos hospitais que realizem mais de 4000 partos por ano (1 leito para cada 80 recém-nascidos/ano com peso de nascimento abaixo de 2500g). 4.4 O número de leitos da Unidade de Terapia Intensiva em cada hospital deve correspondera um mínimo de 6% do total de seus leitos, não podendo ser inferior a 05 (cinco) leitos por unidade. (MS) 4.5 O Hospital Materno-Infantil que realiza pré-natal e parto de gestantes de alto risco deve ter Unidades de Tratamento Intensivo Adulto e Neonatal (MS) e RDC 36/2008 4.6 O serviço de saúde, público ou privado, deve prever e prover os recursos humanos e materiais necessários à operacionalização das Unidades de Terapia Intensiva. 4.7 A Unidade de Terapia Intensiva deve ter profissionais qualificados, com treinamento específico, atendendo aos requisitos mínimos deste Regulamento Técnico. 4.8 Todos os profissionais da UTI devem ser vacinados em conformidade com a legislação vigente ou contra doenças epidemiologicamente importantes. 4.8 A equipe da UTI deve implantar e implementar ações de farmacovigilância, tecnovigilância, hemovigilância e vigilância do controle de infecção e eventos 5 UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 12 adversos, conforme definidas pelo Programa de Controle de Infecção e Eventos Adversos (PCIPEA). (ver com Gipea) 4.9 A equipe da UTI deve notificar os casos suspeitos, surtos e eventos adversos à coordenação do PCIPEA no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas, colaborando na investigação epidemiológica e na adoção de medidas de controle. ver com Gipea 4.10 A equipe da UTI deve orientar os familiares e acompanhantes dos pacientes, quando houver, em ações de controle de infecção e eventos adversos. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 13 UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 14 5. INFRA-ESTRUTURA FÍSICA 5.1 A UTI deve obedecer aos requisitos de Unidades de Terapia Intensiva determinados na RDC/ Anvisa n. 50, de 21 de fevereiro de 2002, RDC/Anvisa n. 307, de 14 de novembro de 2002 e RDC/Anvisa nº. 189, de 18 de julho de 2003, e prover meios de garantir a privacidade dos pacientes. 5.1.1 Ficam alterados os seguintes itens da RDC 50 e RDC 307, acima mencionadas (3 - DIMENSIONAMENTO, QUANTIFICAÇÃO E INSTALAÇÕES PREDIAIS DOS AMBIENTES): 5.1.1.1 A Sala de Entrevistas passa a ser considerada como “Ambiente de Apoio”; 5.1.1.2 Os seguintes “Ambientes de Apoio” podem ser situados fora do ambiente da UTI, desde que sejam de fácil acesso: Sala de entrevistas, Copa, Sanitários com vestiários para funcionários (masculino e feminino), Depósito de material de limpeza e Rouparia 5.2 Os lavatórios para higienização das mãos podem ter formatos e dimensões variadas, porém a profundidade deve ser suficiente para que se lavem as mãos sem encostá-las nas paredes laterais ou bordas da peça e tampouco na torneira. 6. RECURSOS HUMANOS 6.1 A Unidade de Terapia Intensiva deve dispor, da seguinte equipe: 6.1.1 Um Médico Coordenador (MC), legalmente habilitado, com título de especialista em medicina intensiva, específico para a modalidade de assistência da UTI sob sua responsabilidade (adulto, neonatal ou pediátrica); 6.1.1.1 O MC pode assumir a responsabilidade por, no máximo, 02 (duas) UTI; 6.1.1.2 Em caso de UTI Neonatal, o MC poderá ter título de especialista em Neonatologia ou em Medicina Intensiva Pediátrica; 6.1.1.3 A UTI deve contar com um MC substituto para responder em caso de impedimento do RT, atendendo aos mesmos requisitos de formação profissional deste; 6.1.2 Um médico diarista para no máximo 10 (dez) leitos ou fração (ver), com título de especialista em medicina intensiva específico para a modalidade de assistência da UTI na qual está lotado; 6.1.2.1 Nas unidades que dispõe de um número máximo de 10 (dez) leitos, o Médico Coordenador pode exercer cumulativamente a função de médico diarista; 6.1.2.2 Em caso de UTI Neonatal, o diarista pode ter título de especialista em Neonatologia ou em Medicina Intensiva Pediátrica. 6.1.3 Um médico plantonista, exclusivo da unidade, para no máximo 10 (dez) leitos ou fração, por turno; 6.1.3.1 O médico plantonista que presta assistência ao paciente neonatal e pediátrico deve ter formação em pediatria; UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 15 6.1.4 Um enfermeiro coordenador, responsável pela coordenação da equipe de enfermagem, exclusivo da unidade na qual está lotado, capacitado para atendimento em terapia intensiva e com experiência de, no mínimo, 03 (três) anos de trabalho no tipo de UTI que estará coordenando’ UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 16 6.1.4.1 O enfermeiro coordenador deverá contar com um substituto para responder em caso de impedimento, atendendo aos mesmos requisitos de formação profissional do enfermeiro coordenador. 6.1.5 Um enfermeiro assistencial, exclusivo da unidade, para no máximo 05 (cinco) leitos ou fração, por turno; 6.1.6 Um fisioterapeuta, exclusivo da unidade, para no máximo 10 (dez) leitos ou fração, por turno; 6.1.7 Um técnico de enfermagem exclusivo da unidade, para no máximo 02 (dois) leitos, por turno; 6.1.8 Um auxiliar administrativo exclusivo da unidade; 6.1.9 Um funcionário responsável pelo serviço de limpeza, exclusivo da unidade, por turno; 7. COMPETENCIAS/RESPONSABILIDADES E ATRIBUIÇÕES 7.1 O médico coordenador e o enfermeiro coordenador têm a responsabilidade de planejar, implementar e garantir a qualidade dos processos. 7.2 O médico coordenador deve garantir a implantação de um programa de educação permanente para toda a equipe, devidamente registrado, contemplando: 7.2.1 elaboração e revisão de normas e rotinas técnicas; 7.2.2 incorporação de novas tecnologias; 7.2.3 capacitação de novos profissionais; 7.2.4 atualização de conhecimento de todos os profissionais. 7.3 A equipe da UTI deve: 7.3.1 possuir estrutura organizacional documentada; 7.3.2 preservar a identidade e a privacidade do paciente, assegurando um ambiente de respeito e dignidade; UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 17 7.3.3 promover ambiência acolhedora; 7.3.4 incentivar e promover a participação da família na atenção ao paciente; 7.3.4.1 garantir o direito a acompanhante para pacientes pediátricos e adolescentes; 7.3.5 fornecer orientações aos familiares e aos pacientes, quando couber, em linguagem clara, sobre o estado de saúde do paciente e a assistência a ser prestada desde a admissão até a alta; 7.3.6 promover ações de humanização da atenção à saúde; 7.3.7 dispor de manual de normas e rotinas técnicas implantadas. 7.4 O manual de normas e rotinas técnicas deve ser elaborado em conjunto com os setores envolvidos na assistência ao paciente grave, considerando o PCIPEA, 7.4.1 O manual deve ser assinado pelo MC e pelo enfermeiro coordenador; atualizado anualmente ou sempre que houver a incorporação de novas tecnologias ou procedimentos e estar disponível para todos os profissionais da unidade. 7.5 O manual de normas e rotinas técnicas deve contemplar, no mínimo, os seguintes procedimentos: 7.5.1 médicos; 7.5.2 de enfermagem; 7.5.3 de fisioterapia; 7.5.4 de biossegurança; 7.5.5 de processamento de artigos e superfícies; 7.5.6 de controle de operação e manutenção de equipamentos; 7.5.7 de transporte do paciente grave. 7.6 A UTI deve contar com a presença, em tempo integral, do médico plantonista, do enfermeiro assistencial, do fisioterapeuta e dos técnicos de enfermagem do turno. 8 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 8.1 A UTI deve manter disponível na unidade, para usoexclusivo, de acordo com a faixa etária e peso do paciente os seguintes itens: UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 18 8.1.1 cama com ajuste de posição, grades laterais e rodízios ou berços com ajuste de posição, grades laterais e rodízios (para serviços pediátricos) ou incubadora com parede dupla ou berço de terapia intensiva (para serviços neonatais): 01(um) por leito; 8.1.2 equipamento para monitoração contínua de eletrocardiograma (monitor cardíaco): 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; 8.1.3 equipamento para monitoração de pressão arterial não invasiva (monitor): 01 (um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; 8.1.4 equipamento de oximetria de pulso: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; 8.1.5 equipamento para monitoração de pressão invasiva: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; 8.1.6 ventilador pulmonar mecânico microprocessado: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos, sendo que cada equipamento deve dispor de, no mínimo, 02 (dois) circuitos; 8.1.7 equipamento para ventilação mecânica não invasiva: 01(um) para cada 05 (cinco) leitos quando o ventilador pulmonar mecânico microprocessado não possuir recursos para realizar a modalidade de ventilação não invasiva; 8.1.8 equipamentos de interface facial para ventilação pulmonar não invasiva, adaptáveis às idades dos pacientes, 02 (duas) para cada 05 (cinco) leitos para a UTI adulto ou pediátrica e 02 (duas) para cada 02 (dois) leitos para a UTI neonatal ou mista; 8.1.9 ressuscitador manual do tipo balão auto-inflável com reservatório e máscara facial: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos; 8.1.10 conjunto de nebulização em máscara: 01(um) por leito; 8.1.11 máscara facial que permita diferentes concentrações: 01 (um) para cada 02 (dois) leitos, exceto para os serviços neonatais; 8.1.12 equipamento para infusão contínua e controlada de drogas (bomba de infusão): 03 (três) por leito, com reserva operacional de 05 (cinco) equipamentos para cada 10 (dez) leitos, sendo que, em caso de nutrição enteral, deve ser reservada uma bomba de infusão específica para esta finalidade; 8.1.13 termômetro: 01(um) por leito; 8.1.14 estetoscópio: 01(um) por leito; 8.1.15 capnógrafo: 01 (um) por unidade; 8.1.16 material de emergência para reanimação, composto por carro ou maleta de emergência, contendo medicamentos, ressuscitador manual com reservatório, máscaras, UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 19 10 UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 20 laringoscópio completo, tubos endotraqueais, conectores, máscaras laríngeas, cânulas de Guedel e fio guia estéril: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração; 8.1.17 aparelho desfibrilador e cardioversor, 01 (um) para cada 10 (dez) leitos para a UTI-Adulto e 01 (um) para a UTI-Pediátrica ou mista e 01 (um) para a UTI- Neonatal; 8.1.18 marcapasso cardíaco temporário, eletrodos e gerador: 01 (um) para a UTI adulto e 01 (um) para a UTI pediátrica ou mista; 8.1.19 aspirador a vácuo portátil: 01 (um) por unidade; 8.1.20 eletrocardiógrafo portátil: 01 (um) para cada 20 leitos, exceto UTI- Pediátrica, Mista ou Neonatal, que deverão ter acesso a este equipamento no próprio hospital 24 horas por dia; 8.1.21 negatoscópio: 01 (um) por unidade, exceto quando a UTI utilizar radiologia digital; 8.1.22 oftalmoscópio: 01 (um) por unidade; 8.1.23 otoscópio: 01 (um) por unidade; 8.1.24 equipamento para aferição de glicemia capilar: 01 (um) por unidade; 8.1.25 fitas para aferição de, glicemia capilar, glicosúria e densidade urinária; 8.1.26 material de intubação traqueal, um conjunto de laringoscópio com lâminas e cânulas endotraqueais de tamanhos variados: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos; 8.1.27 material para diálise peritoneal em sistema fechado; 8.1.28 material para drenagem torácica em sistema fechado; 8.1.29 material para punção pericárdica; 8.1.30 material para curativos; 8.1.31 material para flebotomia; 8.1.32 material para acesso venoso profundo; 8.1.33 material para punção lombar; 8.1.34 material para drenagem liquórica em sistema fechado; 8.1.35 material para cateterismo vesical de demora em sistema fechado; 8.1.36 material para traqueostomia; 8.1.37 foco cirúrgico portátil; 8.1.38 relógio visível para todos os leitos; 8.1.39 geladeira, exclusiva para guarda de medicamentos, com monitorização e controle da temperatura, 01 (uma) por unidade; UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 21 8.1.40 balança portátil: 01 (uma) por unidade; 8.2 As Unidades de Terapia Intensiva pediátrica e neonatal, além do mencionado no item 8.1, devem dispor de: UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 22 8.2.1 aparelho de fototerapia: 01 (um) para cada 02 (dois) leitos neonatais; 8.2.2 poltrona removível destinada ao acompanhante: 01 (uma) para cada leito pediátrico; 8.2.3 estadiômetro (régua para aferição de estatura): 01 (um) para a unidade; 8.2.4 fita métrica: 01 (uma) por leito neonatal; 8.2.5 balança: 01 (uma) para a unidade; 8.2.6 material para cateterismo umbilical e exsanguíneo transfusão. 8.2.7 capacetes ou tendas para oxigenoterapia. 8.3 A UTI deve possuir equipamentos e instrumentos de acordo com a complexidade do serviço e necessários ao atendimento de sua demanda. 8.4 Os equipamentos e materiais utilizados, nacionais e importados, devem estar regularizados junto à Anvisa, de acordo com a legislação vigente. 8.5 Novos equipamentos ou materiais podem substituir os listados neste regulamento técnico, desde que tenham comprovada sua eficácia propedêutica e terapêutica e sejam regularizados pela Anvisa. 8.6 Quando houver a terceirização de fornecimento de equipamentos médico- hospitalares, deve ser estabelecido contrato formal entre o hospital e a empresa contratante, com a garantia de entrega dos equipamentos na UTI em, no máximo, 30 (trinta) minutos após solicitação à empresa terceirizada. 8.7 A equipe da UTI deve: 8.7.1 manter instruções escritas referentes a equipamentos e materiais, que podem ser substituídas ou complementadas por manuais do fabricante em língua portuguesa; 8.7.2 assegurar o estado de integridade do equipamento; 8.7.3 monitorar o registro da realização das manutenções preventivas e corretivas. 8.7.4 manter os equipamentos de reserva em condições de uso. 9 ACESSO A RECURSOS ASSISTENCIAIS 9.1 O hospital em que a UTI está inserida deve garantir que o paciente receba assistência, por meios próprios ou terceirizados, na própria unidade, aos seguintes serviços: UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 23 9.1.1 assistência clínica vascular; 9.1.2 assistência clínica cardiovascular, com especialidade pediátrica; 9.1.3 assistência clínica neurológica e neurocirúrgica; 9.1.4 assistência clínica ortopédica; 9.1.5 assistência clínica urológica; 9.1.6 assistência clínica gastroenterológica; 9.1.7 assistência clínica nefrológica, incluindo hemodiálise; 9.1.8 assistência clínica hematológica; 9.1.9 assistência oftalmológica; 9.1.10 assistência de otorrinolaringologia; 9.1.11 assistência nutricional; 9.1.12 assistência farmacêutica; 9.1.13 assistência fonoaudiológica; 9.1.14 assistência psicológica; 9.1.15 assistência em terapia ocupacional; 9.1.16 assistência social; 9.1.17 assistência hemoterápica (24 horas); 9.1.18 terapia nutricional (enteral e parenteral); 9.1.19 serviço de laboratório clínico, incluindo microbiologia e hemogasometria(24 horas); 9.1.20 serviço de anatomia patológica; 9.1.21 serviço de radiografia móvel; 9.1.22 serviço de ultrassonografia portátil. 9.1.23 serviço de endoscopia digestiva alta e baixa. 9.1.24 serviço de fibrobroncoscopia. 9.2 O hospital em que a UTI está inserida deve dispor, na própria estrutura hospitalar, por meio próprio ou terceirizado, dos seguintes serviços diagnósticos e terapêuticos: 9.2.1 serviço radiológico convencional; UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 24 9.2.2 serviço de ecodopplercardiografia, com especialidade pediátrica para os pacientes pediátricos e neonatais; 9.2.3 serviço de eletroencefalografia; 9.2.4 assistência cirúrgica geral. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 25 9.3 O hospital em que a UTI está inserida deve garantir o acesso aos seguintes serviços diagnósticos e terapêuticos, na sua estrutura ou em outro estabelecimento, por meio de acesso formalizado: 9.3.1 assistência cirúrgica cardiovascular, com especialidade pediátrica; 9.3.2 assistência cirúrgica vascular 9.3.3 assistência cirúrgica neurológica; 9.3.4 assistência cirúrgica ortopédica; 9.3.5 assistência cirúrgica urológica; 9.3.6 assistência cirúrgica buco-maxilo-facial; 9.3.7 assistência radiológica intervencionista; 9.3.8 serviço de tomografia computadorizada. 9.4 Toda UTI que utilizar em suas dependências equipamentos destinados a realização de testes laboratoriais remotos (TLR), devem fazê-lo em conformidade com a RDC/Anvisa n. 302, de 13 de outubro de 2005. 10 PROCESSOS ASSISTENCIAIS 10.1 Todo paciente internado em UTI deve receber assistência integral e interdisciplinar. 10.2 Todo paciente internado em UTI deve ser avaliado quanto ao seu estado clínico em todos os turnos e nas intercorrências clínicas pelas equipes médica, de enfermagem e de fisioterapia, com registro legível, assinado e datado em prontuário. 10.3 As assistências nutricional, farmacêutica, psicológica, fonoaudiológica, de assistência social e de terapia ocupacional devem estar integradas às demais atividades assistenciais prestadas ao paciente. 10.4 A avaliação de outros profissionais envolvidos na assistência ao paciente quando realizada, deve ser registrada, assinada e datada em prontuário, de forma legível. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 26 10.5 Todo paciente internado em UTI tem que ser avaliado por meio do Sistema de Classificação de Severidade de Doença para a previsão da mortalidade. 10.5.1 O SAPS III (Simplified Acute Physiology Score) é o índice prognóstico escolhido para determinação da estimativa de mortalidade em UTI adulto, o PRISM II (Pediatric Risk of Mortality) ou o PIM (Pediatric Index of Mortality) em UTI pediátrica e o CRIB II (Clinical Risk Index for Babies) em UTI neonatal. . 10.5.2 O Médico Coordenador da UTI deve correlacionar a mortalidade geral de sua unidade com a mortalidade geral esperada de acordo com o escore utilizado. . 10.5.3 Os registros destes dados devem estar disponíveis em local de fácil acesso, inclusive para auditoria externa. 10.6 A equipe da UTI deve proceder ao uso racional de antimicrobianos, estabelecendo protocolos de forma interdisciplinar com as equipes de Controle de Infecção e de Farmácia Hospitalar. 10.7 A equipe da UTI deve monitorar e manter registros dos eventos sentinela que possam indicar a má qualidade da assistência, tais como extubação acidental, perda de cateter venoso e úlceras de pressão e estabelecer medidas de controle ou redução dos mesmos. 10.8 A atenção ao paciente grave internado em qualquer unidade do hospital é de responsabilidade da referida unidade, podendo haver suporte técnico da equipe da UTI. 11 TRANSPORTE DOS PACIENTES 11.1 A UTI deve ter disponível, para transporte de pacientes graves: 11.1.1 maca para transporte de pacientes adultos e pediátricos, com grades laterais, suporte para soluções parenterais e suporte para cilindro de oxigênio, exceto para os serviços neonatais; 11.1.2 incubadora para transporte de pacientes neonatais; UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 27 11.1.3 cilindro transportável de oxigênio; 11.1.4 ventilador mecânico para transporte; 11.1.5 equipamento portátil para monitoração contínua de eletrocardiograma (monitor cardíaco), oximetria de pulso e pressão arterial não invasiva; 11.1.5 medicamentos de emergência como: antiarrítmico, anti-hipertensivo, barbitúrico, benzodiazepínico, broncodilatador, diurético, drogas vasoativas, vasodilatador e vasoconstritor coronarianos, anticonvulsivante, glicose hipertônica e isotônica, solução fisiológica e água destilada, dentre outros; 11.1.6 materiais e equipamentos de emergência, incluindo ressuscitador manual com reservatório, jogo de laringoscópio completo, máscaras, tubos endotraqueais, conectores e cânulas de Guedel de numeração correspondente ao paciente transportado, fio guia estéril, dentre outros. 11.2 Em caso de transporte intra-hospitalar, o paciente deve ser transportado com o prontuário, com o registro de todas as informações relativas ao seu quadro clínico, procedimentos e evolução durante o transporte. 11.2.1 No transporte de pacientes intubados e sob ventilação mecânica, a equipe deverá ter em sua composição pelo menos 1 médico, 1enfermeira e 1 técnico de enfermagem. 11.3 Em caso de transferência inter-hospitalar, o paciente deverá ser acompanhado de um relatório de transferência, o qual será entregue no local de destino do paciente; 11.3.1 O relatório de transferência deve conter, no mínimo: 11.3.1.1.1 dados referentes ao motivo de internação na UTI, incluindo diagnósticos. 11.3.1.1.2 dados referentes ao período de internação na UTI, incluindo principais intercorrências, realização de procedimentos invasivos, infecção por germes multirresistentes, transfusões de sangue e hemoderivados, tempo de permanência em assistência ventilatória mecânica invasiva e não-invasiva, realização de diálise e exames diagnósticos. 11.3.1.1.3 dados referentes à alta e ao preparatório para a transferência, incluindo prescrições médica e de enfermagem do dia, especificando aprazamento de horários, doses e cuidados administrados antes da transferência; data de realização e tipo de curativo, quando couber; perfil de monitorização hemodinâmica, equilíbrio ácido- básico, balanço hídrico e sinais vitais das últimas 24 horas. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 28 11.4 Todo paciente grave deve ser transportado com o acompanhamento contínuo de um médico e de um enfermeiro, ambos com habilidade comprovada para o atendimento de urgência e emergência. 11.5 O transporte do paciente deve ser realizado de acordo com o manual de normas, rotinas e procedimentos estabelecido pela equipe da UTI, em conformidade com este Regulamento Técnico. 12 PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO 12.2 A UTI deve cumprir as medidas de prevenção e controle de infecções definidas pelo Programa de Controle de Infecção do serviço de saúde. 12.3 A equipe da UTI deve orientar os familiares e demais visitantes dos pacientes sobre ações de controle de infecção e eventos adversos. 12.4 A UTI deve disponibilizar os insumos, produtos, equipamentos e instalações necessários para as práticas de higienização de mãos de profissionais de saúde e visitantes. 12.5 Os lavatórios para higienização das mãos devem possuir provisão de sabonete líquido, além de papel toalha que possua boa propriedade de secagem. 12.6 As preparações alcoólicas para higienização das mãos devem estar disponibilizadas na entrada da unidade, entre os leitos e outros locais estratégicos definidos pelo Programa de Controle de Infecção do serviço de saúde. 12.7 O RT e o enfermeiro coordenador devem estimulara adesão às práticas de higienização das mãos pelos profissionais de saúde e demais usuários. 17 UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 29 12.8 Os saneantes para uso hospitalar e os produtos usados nos processos de limpeza e desinfecção devem ser utilizados segundo as especificações do fabricante e estar regularizados junto à Anvisa, de acordo com a legislação vigente. 12.9 As UTI que realizam processamento de produtos para a saúde devem atender às seguintes regulamentações: 12.9.1 RE/Anvisa n. 2.606/2006, que dispõe sobre as diretrizes para elaboração, validação e implantação de protocolos de reprocessamento de produtos médicos; 12.9.2 RE/Anvisa n. 2.605/2006, que estabelece a lista de produtos médicos enquadrados como de uso único, proibidos de serem reprocessados; 12.9.3 RDC/Anvisa n. 156/2006, que dispõe sobre o registro, rotulagem e reprocessamento de produtos médicos. 13 BIOSSEGURANÇA 13.1 As normas e rotinas técnicas relacionadas a biossegurança mencionadas no item 7.5.4 devem contemplar os seguintes itens: 13.1.1 condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e ambiental; 13.1.2 instruções de uso para os equipamentos de proteção individual (EPI) e de proteção coletiva (EPC); 13.1.3 procedimentos em caso de acidentes; 13.1.4 manuseio e transporte de material e amostra biológica. 14 NOTIFICAÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS GRAVES 14.1 A equipe da UTI deve implantar e implementar ações de farmacovigilância, tecnovigilância, hemovigilância e vigilância do controle de infecção e de eventos adversos. 14.1.1 O monitoramento dos eventos adversos ao uso de sangue e componentes deve ser realizado em parceria e de acordo com o estabelecido pelo serviço de hemoterapia da instituição ou serviço fornecedor de sangue e hemocomponentes. 18 UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 30 14.2 A equipe da UTI deve notificar os casos suspeitos, surtos e eventos adversos graves à coordenação do Programa de Controle de Infecção do serviço de saúde. 14.3 O coordenador do Programa de Controle de Infecção do serviço de saúde deve notificar surtos e casos suspeitos de eventos adversos graves à vigilância sanitária local, no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas. 14.4 A notificação não isenta o coordenador pelo Programa de Controle de Infecção do serviço de saúde da investigação epidemiológica e da adoção de medidas de controle do evento. 14.5 A equipe da UTI deve colaborar com a equipe de Controle de Infecção em Serviços de Saúde e com a vigilância sanitária, na investigação epidemiológica e na adoção de medidas de controle. 15. DESCARTE DE RESÍDUOS 15.1 A UTI deve implantar as ações do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), atendendo aos requisitos da RDC/Anvisa n. 306, de 07 de dezembro de 2004, e Resolução Conama n. 358, de 29 de abril de 2005. 16. AVALIAÇÃO 16.1 O médico coordenador deve implantar, implementar e manter registros de avaliação do desempenho e qualidade do funcionamento da UTI, buscando processo contínuo de melhoria da qualidade. 16.2 A avaliação deve ser realizada levando em conta os Indicadores para a Avaliação dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal e as demais disposições estabelecidas na Instrução Normativa (IN) da Anvisa. 16.3 A UTI deve disponibilizar à vigilância sanitária as informações referentes ao monitoramento dos indicadores durante o processo de inspeção sanitária ou de investigação de surtos e eventos adversos. 19 16.4 A UTI deve encaminhar à vigilância sanitária local o consolidado dos indicadores do semestre anterior, nos meses de janeiro e julho. 16.5 O consolidado do município deve ser encaminhado à Secretaria Estadual de Saúde e o consolidado dos estados à Anvisa. São Paulo, 24 de abril de 2009. Comissão de Defesa do Exercício Profissional UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 31 ELETROCARDIOGRAMA Definição: É a representação visual da atividade elétrica do coração, conforme observação dos vários ângulos sobre a superfície cutânea, nos planos horizontal e frontal. A informação registrada no ECG representa os impulsos elétricos que estimulam a contração cardíaca. (DUBIN,1996) O ECG nos fornece evidências para confirmar um diagnóstico, juntamente com a história e o exame físico do paciente. Ele é uma ferramenta, uma técnica que estuda a atividade elétrica do coração O ECG é feito na forma de um traçado sobre uma fita de papel ou é mostrado na tela de um osciloscópio. Cada fase do ciclo cardíaco é representada por ondas específicas que são captadas e registradas. A atividade elétrica é captada por um conjunto de eletrodos colocados em pontos específicos sobre o corpo em posições anatômicas padronizadas. A atividade elétrica da célula miocárdica compreende a sucessão cíclica de dois eventos: o potencial de ação e o potencial de repouso Fase 0: Despolarização. Aumento do potencial de ação. Entrada de Na+ célula Fase 1: Inicio da repolarização. Diminuição da permeabilidade ao Na+. Fase 2: Plateau. Diminuição da permeabilidade ao K+, entrada lenta de Na+/Ca+ + Fase 3: Repolarização. Retorno ao potencial da membrana. Saída de K+. Fase 4: Diástole elétrico. (Bomba de Na+/K+) UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 32 Condução do Impulso Elétrico O ECG padrão constitui-se de 12 derivações: DERIVAÇÕES PERIFÉRICAS (plano frontal) Com os quatros eletrodos das extremidades instalados podem ser registradas as seis primeiras derivações: DI – diferença de potencial entre o braço D e o E. DII – diferença de potencial entre o braço D e a perna E. DIII – diferença de potencial entre o braço E e a perna E. aVR – aVL – aVF – são os potenciais absolutos do BD, BE, e perna em relação ao coração. DERIVAÇÕES PRECORDIAIS OU TORACICAS (plano horizontal) São registradas de modo semelhante: é o potencial de pontos na superfície do coração. V1 – 4º EIC a direita do esterno V2 – 4º EIC a esquerda do esterno V3 – entre V2 e V4 V4 – 5º EIC, linha hemiclavicular V5 – 5º EIC, linha axilar anterior V6 – 5º EIC, linha axilar média. DII, DIII e aVF - olham a parede inferior do coração. aVR - olha o AD. DI, e aVL - olham a parede lateral alta do coração. V1 a V4 - olham a parede antero-septal UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 33 V3 e V4 - baixo septo V1 a V6 - anterior extenso V5 e V6 - apical O Traçado Eletrocardiográfico O papel é quadriculado, sendo 1mm de lado cada quadrado menor (“quadradinho”). A cada cinco quadradinhos a linha é mais forte tanto na horizontal como na vertical o que corresponde a um quadrado maior. Velocidade padrão (n): 25mm é a distância percorrida em 1s. A medida na horizontal de cada quadradinho corresponde a 4 centésimos de segundo (0,04s) e de um quadrado 0,20 s. A medida na vertical registra a amplitude das deflexões. Assim 1mm ou seja um quadradinho corresponde a 0,1 mV e dois quadrados -10mm equivale a 1mV. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 34 Análise do ECG O ECG é composto por várias ondas: P, Q, R, S, T, U. Pelo complexo QRS, segmento ST, intervalo PR e intervalo QT. ONDA P: representa a despolarização do músculo atrial – sístole atrial. É positiva obrigatoriamente em D1, D2 e aVF e negativa em aVR, com polaridade variavel em D3 e aVL. Amplitude = 2,5mm ou 0,25mV. Se maior indica sobrecarga atrial. Duração = 0,10s - varia com a idade e FC. Aumento pode indicar crescimento atrial UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 35 ONDA Q – 1ª deflexão negativa após a onda P. Duração = 0,03s, amplitude = até 0,3mm. Deve ser menor que 25% da R que a sucede. ONDA R – 1ª deflexão positiva . cresce atév5 e diminui em v6 ONDA S – deflexão negativa. Cresce até v2 ou v3. COMPLEXO QRS – representa a despolarização do músculo ventricular. Os ventrículos tem uma grande massa, portanto ocorre grande deflexão – QRS. Duração = 0,06 – 0,10s. deve ser medida no plano frontal. Nem todos os complexos QRS tem todas as 3 ondas. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 36 ONDA T – representa a repolarização do músculo ventricular, vem a seguir de complexo QRS e geralmente tem a mesma deflexão . É (+) em v5 e v6 obrigatoriamente e em D1, D2 e aVF e é (-) em aVR. Amplitude: não há critérios bem definidos para a amplitude da onda t, possui uma forma assimétrica com seu ramo ascendente lento e o seu ramo descendente rápido. ONDA U - representa a repolarização das fibras de Purkinje. Pode ser vista em pacientes com hipocalemia (baixos níveis de potássio no sangue) ou em ritmos bradicárdicos. Ocorre com maior freqüência nas derivações D2, aVL, v3, v4, v5. Aparece normalmente na angina, distúrbios metabólicos e sobrecarga ventricular UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 37 SEGMENTO ST - representa a repolarização ventricular inicial, vai desde o final da onda S até o começo da onda T. pode indicar sinais de deficiência de suprimento de O2 ao coração. Tem duração variável. Alarga-se na hipocalcemia e encurta-se na hipercalcemia . INTERVALO – PR – é medido desde o inicio da onda P até o começo da onda Q ou onda R e representa o tempo necessário para a despolarização atrial e desaceleração do impulso no nódulo AV antes da despolarização ventricular. Sua duração vai de 0,12 a 0,20 s. se maior que 0,20s pode indicar BAV de 1º. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 38 INTERVALO – QT – representa o tempo total de despolarização e repolarização ventriculares. É medido desde o começo da onda Q ou da onda R, até o final da onda T. este intervalo varia com a FC. Tem duração de 0,32 a 0,40s se a FC estiver entre 65 a 95 bat/min. Aumenta com a bradicardia e encurta com a taquicardia. Freqüência cardíaca Há 300 quadrados grandes em 1 minuto do traçado. Em um ritmo regular pode-se contar o número de quadrados grandes entre 2 ondas R e dividir 300 pelo número encontrado. Ex: se tenho 2 quadrados entre 2 ondas R, a FC = 150; já se houver 5 quadrados entre 2 ondas R, a FC = 60 bat/ min. Outro método menos eficaz é usado quando o ritmo é irregular: contar o número de intervalos RR durante 6s e multiplicar o resultado por 10. usualmente o papel de ECG é marcado a intervalos de 3s ( 15 quadrados grandes, horizontalmente ) por uma linha vertical na linha superior do papel. EIXO CARDIACO = está em um ângulo reto (90º) às derivações nas quais as ondas R e S são do mesmo tamanho. O eixo cardíaco é medido em graus. A derivação DI é definida como olhando para o coração a partir de 0º. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 39 A derivação DII é definida como olhando para o coração a partir de +60º. A derivação DIII é definida como olhando para o coração a partir de +120º. A derivação aVF é definida como olhando para o coração a partir de +90º. Já as derivações aVL, aVR são definidas como olhando para o coração a partir de –30º e –150º respectivamente. O eixo cardíaco normal está na faixa entre –30º a +90º. EIXO CARDÍACO UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 40 ELETROCARDIOGRAMA NORMAL Avaliar: Ritmo Eixo cardíaco: -30º a +120º Freqüência cardíaca Duração: onda p e intervalos PR,QRS,QT Morfologia da onda p e t. Definição de Ritmo Sinusal Ritmo sinusal é o ritmo normal do coração. O impulso é originado no nó sinusal em ritmo regular em uma freqüência regular. Ritmo Sinusal: Presença de onda p. Onda “p” anteceder o complexo QRS. Onda “p” ter a mesma morfologia em uma mesma derivação, ser positiva em D2 e negativa em aVR. Intervalo RR regular Onda “t” acompanhar o complexo QRS. Onda “u” ter a mesma carga da onda “t” Eixo: -30º a +120º Freqüência cardíaca: 60 a 100 bpm Duração Onda p: 0,10 s UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 41 Intervalo PR: 0,12 a 0,20s • Complexo QRS: 0,06s a 0,10s Onda Q: 25% da amplitude da onda R Verificar nivelamento do QRS com seguimento PT Intervalo QT: 0,42 a 0,44s Morfologia Onda p: Deve ser analisada em DII ou V1, geralmente é arredonda e monofásica. Onda t: Normalmente são assimétricas com seu ramo ascendente lento e o seu ramo descendente rápido. Arritmias Cardíacas É quando a freqüência, o ritmo, ou o contorno das ondas não se enquadram nos padrões normais, o distúrbio é denominado de arritmia. 1- CLASSIFICAÇÃO A- Distúrbios da formação do impulso São classificadas de acordo com o local de origem e com o mecanismo do distúrbio,os principais locais de origem das arritmias são: Nódulo S.A. (ritmo sinusal). Átrio (ritmo atrial). Área Nódulo A.V. (ritmo nodal ou juncional). Ventrículos (ritmo ventricular). B - Distúrbios de condução Refere-se ao retorno ou bloqueio na passagem do impulso cardíaco do nódulo S.A, através das fibras de Purkinje dos ventrículos. Os bloqueios podem ocorrer em qualquer lugar ao longo do curso do sistema de condução, mas costumam ser classificados de acordo com os três principais locais anatômicos. Os bloqueios que ocorrem dentro do nódulo S.A ondas átrios e os ventrículos (Bloqueio S.A). Os bloqueios entre os átrios e os ventrículos (Bloqueio A.V). Os bloqueios que ocorrem dentro dos ventrículos (Bloqueio Intraventriculares). CLASSIFICAÇÃO MAIS COMUM: Arritmias devidas a distúrbios na formação do impulso As arritmias sinusais: Taquicardia Sinusal Bradicardia Sinusal Arritmia Sinusal Assistólia ou parada sino-atrial As arritmias atriais Extra-sistole atrial UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 42 Taquicardia atrial Paroxística Flutter atrial Fibrilação atrial Assistólia atrial As arritmias funcionais (nódulo A.V): Extra-sístole juncional Ritmo juncional passivo Taquicardia juncional paroxística Taquicardia juncional não paroxítica As arritmias ventriculares: Extra-sístole ventricular Taquicardia ventricular Fibrilação ventricular Arritmias devidas aos distúrbios de condução Bloqueio sino-atrial Bloqueio Atrioventricular • B.A.V de 1ºgrau • B.A.V de 2ºgrau – Tipo 2:1 – Mobitz tipo II - Wenckebach • B.A.V completo (3ºgrau) ou BAVT. Bloqueio Intraventricular; Bloqueio de ramo esquerdo Bloqueio de ramo direito Bloqueio bilateral de ramo Assistolia ventricular Arritmias Sinusais 1- Taquicardia sinusal Nó sinusal acelera FC>100 bpm Causas: Aumento do tônus simpático 2- Bradicardia Sinusal Nó sinusal com FC<60 bpm Causas: sono, atletas, IAM... UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 43 3- Arritmia Sinusal Distúrbio do ritmo. Intervalo RR variável. Arritmias Atriais 1- Flutter Atrial Conceito: Ritmo ectópico atrial rápido ocorrendo freqüências atriais de 250 a 350 bpm. ECG: Ondas “F” (dente de serra) não existe onda p. Intervalos RR irregulares, porém com certa regularidade. 2- Fibrilação Atrial Conceito: Ritmo ectópico atrial rápido ocorrendo com freqüências atriais de 400 a 650 bpm. ECG: Ondas “f”, não existem ondas p discerníveis . Linha de base irregular, com oscilações que podem ser grosseiras ou finas. RR irregulares UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 44 Arritmias Juncionais É definido como sendo um impulso ectópico de um foco na junção AV, ocorrendo prematuramente, antes do próximo impulso sinusal. Arritmias Ventriculares 1- Taquicardia Ventricular (TV) Conceito: É uma sucessãode três ou mais extrassístoles ventriculares com uma freqüência média entre 130 a 180 bpm ECG: FC elevada Complexos ventriculares anormais (QRS alargados 0,12s ou mais) bizarros com entalhes UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 45 2- Fibrilação Ventricular Conceito: Despolarização rápida, irregular e ineficaz do ventrículo. ECG: Traçado é absolutamente irregular. As deflexões são caóticas e é impossível a identificação de qualquer onda no ECG. Extrassístoles Conceito: Batimento prematuro (contração prematura). Podem ser de origem atrial, ventricular ou juncional. ECG: Complexos bizarros, pausa compensatória. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 46 Bloqueio átrio ventricular Conceito: Distúrbio em alguma parte do sistema de condução AV que resulta em um retardo no batimento ou bloqueio completo. 1- BAV 1º grau Intervalo PR prolongado >0,20s 2- BAV 2º grau 2.1- Mobitz tipo I: prolongamento progressivo intervalo PR até não ocorrer mais condução pelo nó AV 2.2- Mobitz tipo II: Contrações atriais bloqueadas periodicamente. Ocorre certa independência entre o átrio e o ventrículo. 3- BAV Total UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 47 Independência total entre átrio e ventrículo. Nó sinusal ativa porém sem resposta ventricular Bloqueio de Ramo Conceito: Ocorre um bloqueio funcional ou patológico em um dos principais ramos do sistema de condução intraventricular. Á medida que a condução de um feixe é bloqueada, o impulso percorre ao longo do feixe não afetado. I- Bloqueio de Ramo Direito: rSR’ em aVR, V1 e V2 II- Bloqueio de Ramo Esquerdo: qS profundo em D1, aVL, V5 e V6 Infarto Agudo do Miocárdio Conceito: É o desenvolvimento de necrose miocárdica decorrente de isquemia severa. Resulta geralmente de rotura de uma placa de ateroma e formação de um trombo oclusivo, que interrompe o fluxo sanguíneo em uma artéria coronária. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 48 Diagnóstico 1. Exame Físico: • Distensão venosa jugular • Hipotensão • Taquicardia • Desdobramento da 2ª bulha, B3 ou sopro • Creptações Tratamento 1. Analgesia 2. Oxigenoterapia 3. Reperfusão – química/ mecânica 4. Cirurgia de Revascularização do miocardio Cuidados de Enfermagem 1. Promover analgesia 2. Estimular repouso no leito 3. Monitorização cardíaca e oximetria 4. Avaliar débito urinário 5. Avaliar nível de consciência 6. Avaliar parâmetros hemodinâmicos 7. Avaliar padrão respiratório 8. Realizar ECG sempre que necessário 9. Avaliar dor 10. Acompanhar exames laboratorias 2. Quadro clínico • Dor torácica • Identificação de fatores de risco 3. Eletrocardiograma • Elevação do segmento ST em duas ou mais derivações • BRE novo 4. Marcadores bioquímicos • Dosagem seriadas de CK, CKMB e troponina I ou T Regra dos Três I’s: Infarto = Onda Q. Infarto é resultado da necrose isquêmica do miocárdio. Portanto, significa que houve lesão miocárdica irreversível devido ao tempo prolongado de isquemia. Injúria= Supradesnivelamento do segmento ST. A corrente de lesão ou SUPRA de ST representa uma área de miocárdio em risco. Existe uma lesão isquêmica porém reversível, se houver alguma intervenção terapêutica rápida. Isquemia= Alterações da onda T. Significa que existem áreas de miocárdio com sofrimento isquêmico, porém, sem evidência de lesão. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 49 Ondas T apiculadas (Onda T Hiperaguda) Supra do segmento ST (Corrente de Lesão) 20min Ondas Q patológicas (após horas de isquemia contínua) Inversão de onda T e normalização do segmento ST (dias após a oclusão) Positivação da onda T. Localização das Lesões IAM PAREDE ANTERIOR Artéria Coronária Esquerda ou Descendente Anterior Esquerda (DAE) IAM PAREDE LATERAL Artéria Coronária Circunflexa (CX), ramos da DAE e marginal UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 50 IAM DE PAREDE INFERIOR Coronária direita (CD) IAM DE PAREDE POSTERIOR CD ou CX Tratamento 1. M O N A P (Morfina, oxigenoterapia, nitratos, AAS, propranolol 2. Reperfusão – química (estreptoquinase)/ mecânica (angioplastia) 3. Cirurgia de Revascularização do miocárdio Angioplastia UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 51 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA “A ICC acontece quando o coração é incapaz de bombear o sangue em uma taxa proporcional às necessidades dos tecidos metabolizantes ou é capaz disso, apenas com uma pressão de enchimento elevada.” Epidemiologia UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 52 ◦ O maior problema de saúde dos EUA. Em torno de 5 milhões de pessoas tem ICC ◦ 500.000 novos casos a cada ano ◦ 300.000 pessoas morrem por ano devido a ICC ou devido a contribuição dessa patologia ◦ 6% a 10% das pessoas com 65 anos ou mais possuem ICC ◦ No ano de 2007, as doenças cardiovasculares representaram a terceira causa de internações no SUS, com 1.156.136 hospitalizações. A IC é a causa mais freqüente de internação por doença cardiovascular. Origem ◦ Problemas primários – miocardiopatias ◦ Aterosclerose ◦ Cardiopatia valvar ◦ HAS ◦ Eventos agudos Fisiopatologia O aspecto dominante na ICC é a passagem lenta de sangue para os tecidos e orgãos tornando o oxigênio insuficiente, o que acarreta a diminuição DC e provoca manifestações amplas: Tontura, confusão, fadiga, intolerância aos esforços e ao calor, estremidades frias, oligúria, tosse, dispnéia, hipóxia, edema generalizado (anasarca ), ascite, esplenomegalia, hepatomegalia, veias do pescoço dilatadas, pressão arterial baixa, ganho de peso e disritmias. Classificação Funcional New York Heart Association Classe I - ausência de sintomas (dispnéia) durante atividades cotidianas. A limitação para esforços é semelhante à esperada em indivíduos normais; Classe II - sintomas desencadeados por atividades cotidianas; Classe III - sintomas desencadeados em atividades menos intensas que as cotidianas ou pequenos esforços; Classe IV - sintomas em repouso. PRIORIDADES DE ENFERMAGEM: Melhorar a contratilidade miocárdica/perfusão sistêmica. Reduzir a sobrecarga de volume hídrico Prevenir complicações UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 53 Proporcionar informação sobre doença/prognóstico, necessidades terapêuticas. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Débito cardíaco diminuído: relacionado a contratilidade alterada do miocárdio, alterações na freqüência, ritmo e condução elétrica, evidenciado por FC aumentada, arritmias, mudanças na PA, débito urinário diminuído, dor torácica, edema. Ações/prescrições: - Auscultar pulso apical; avaliar FC; ritmo. - Avaliar sons cardíacos - Palpar pulsos periféricos - Monitorizar PA - Avaliar a pele quanto a palidez ou cianose - Monitorizar débito urinário - Observar alterações sensoriais – letargia, confusão, ansiedade Intolerância a atividade: relacionada a fraqueza generalizada, repouso no leito, desequilíbrio entre a demanda e suprimento de oxigênio, evidenciado por Fraqueza, fadiga, alterações nos sinais vitais, arritmias, dispnéia, palidez. Ações/prescrições: - Verificar sinais vitais, antes e imediatamente após a atividade. - Monitorizar arritmias, taquicardias, dispnéia, palidez. - Proporcionar ajuda com as atividades de autocuidado. Excesso de volume de líquidos relacionado a débito cardíaco diminuído e retenção de sódio e água evidenciado por oligúria, edema, ganho de peso, hipertensão, dispnéia. Ações/prescrições: - Monitorizar débito urinário - Monitorizar/calcular o balanço entre a ingestão e o débito de 24 horas - Sentar ou manter em repouso no leito em posição semi-fowler. - Monitorizar ingesta hídrica. Realizar higiene oral freqüente. - Avaliardistensão das veias do pescoço e periféricas. Inspecionar áreas de edema. - Auscultar sons respiratórios. Observar dispnéia, tosse persistente - Monitorizar PA e PVC. Pesar diariamente - Avaliar sons intestinais. Náuseas, constipação, anorexia. - Observar o aumento da letargia, hipotensão, cãibra muscular. Déficit de conhecimento sobre o distúrbio, tratamento, necessidades de autocuidado e alta pode estar relacionado a falta de compreensão evidenciado or questionamentos, preocupações, incompreensões, internações recorrentes. Ações/prescrições: - Discutir sobre o funcionamento cardíaco normal - Discutir o tratamento incluindo a família no ensino UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 54 - Encorajar o desenvolvimento de exercícios regulares no domicilio e orientações sobre atividade sexual. - Orientar repouso entre as atividades - Encaminhar à nutricionista para orientações específicas - Orientar a ingestão adequada dos medicamentos e melhores horários. - Discutir com o paciente os fatores de risco e fatores precipitantes. - Proporcionar ao paciente oportunidades para perguntas, discutir preocupações. Assistência Circulatória Mecânica É a parte do arsenal terapêutico utilizado em pacientes com ICC grave que não respondem às medidas convencionais. Objetivos: • Restaurar a perfusão adequada de órgãos vitais • Reverter distúrbios metabólicos • Diminuir trabalho cardíaco Balão Intra-aórtico (BIA) Esta modalidade de assistência circulatória temporária e de curta duração (alguns dias), requer a existência de atividade cardíaca para a sua aplicação, uma vez que a pulsação do balão é sincronizada com a atividade mecânica do coração do paciente. O balão é insuflado durante a diástole e esvaziado durante a sístole. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 55 • O princípio que rege a aplicação do balão intra-aórtico é denominado contrapulsação. • A insuflação do balão durante a diástole cardíaca, produz um aumento da pressão de perfusão coronariana e, dessa forma, a função miocárdica torna-se mais eficaz. • A desuflação do balão durante a sístole cardíaca evita o aumento da resistência ao esvaziamento do ventrículo esquerdo; o rápido colapso do balão cria um efeito de sucção que favorece a redução do trabalho ventricular esquerdo. EFEITOS DO BIA: 1. Redução das necessidades de oxigênio do miocárdio, porque o trabalho necessário à ejeção sistólica é menor; 2. O tempo de ejeção sistólica é menor; isso aumenta a duração da diástole, que resulta em mais fluxo para as artérias coronárias; 3. O volume de sangue ejetado em cada sístole aumenta, devido à redução da resistência ao fluxo (redução da pós-carga) e, finalmente; 4. A função do ventrículo direito pode melhorar indiretamente, em razão da redução das pressões de enchimento do ventrículo esquerdo. Complicações: • Isquemia do membro usado para a inserção do balão • Contrapulsação Ineficaz • Trombocitopenia • injúria da parede arterial, • perfuração e/ou dissecção da artéria utilizada para a inserção do catéter-balão. • dissecção aórtica à partir de traumatismos produzidos pela extremidade do catéter-balão. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 56 Pós operatório de cirurgia cardíaca A rotina empregada a chegada do paciente à UTI inclui: Monitorização clínica: Pressão Arterial Invasiva ECG contínuo Pressão Venosa Central Parâmetros respiratórios Diurese Temperatura Descida dos drenos, colocação em aspiração contínua e observar drenagem pleural e mediastinal Monitorização do catéter de swan-ganz, se necessário Glicemia capilar Coleta de exames Sinais vitais Perfusão Periférica Amplitude de Pulso Ausculta cardíaca e respiratória Exame neurológico Observação do funcionamento e ajuste do ventilador Obtenção de informações do transoperatório Complicações: IAM Hipovolemia Disfunção ventricular Tamponamento cardíaco Síndrome Vasoplégica Arritmias cardíacas Hipertensão Infecção Hemorragias Pericardite UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 57 CATETER DE SWAN-GANZ É um cateter de dispositivo de multilúmem usado a beira do leito para monitorização hemodinâmica Permite obter dados pressóricos da: Artéria pulmonar (P.A.P.) Artéria capilar pulmonar (P.C.P.) Débito cardíaco (D.C) Via distal (AP): transmite a pressão da artéria pulmonar (PAP) e da pressão de oclusão da artéria pulmonar (POAP). Pode ser coletado sangue venoso misto desta via, já que a ponta do cateter está na artéria pulmonar. Drogas ou soluções hiperosmóticas não devem ser administradas nesta via, pois podem causar lesão vascular local ou reação tecidual. Via do balão: via para insuflar o balão. Via proximal (AD): localiza-se a 30 cm da ponta do cateter, no átrio direito e transmite a pressão do mesmo. Pode-se administrar drogas, fluídos e eletrólitos. A solução para a realização da medida do débito cardíaco é injetada nesta via. Via do termistor: está localizada de 4 a 6 cm da ponta do cateter e transmite a variação da temperatura no sangue. Esta variação é importante para a medida do UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 58 débito cardíaco, onde é injetada uma solução fria e identificada a variação da temperatura na passagem do sangue neste local. Também é utilizado para a medida da temperatura sangüínea. Principais Indicações 1 - Avaliação da função cardiovascular e sua resposta às manobras terapêuticas em pacientes com: IAM complicado ICC crônica descompensada Disfunção valvar aguda Tamponamento cardíaco Monitorização intra e pós operatória em cirurgia de revascularização miocárdica Cirurgia de grande porte em pacientes com cardiopatia importante 2 – Distinção entre quadros de edema pulmonar cardiogênico e não cardiogênico 3 – Choque de qualquer natureza 4 – Monitorização de reposição volêmica em pacientes com: Trauma severo Grande queimado Valores Normais Artéria pulmonar: Sistólica: 20 a 30 mmhg Diastólica: 08 a 12 mmhg Média: 09 a 17 mmhg Capilar pulmonar Média: 02 a 12 mmh Débito cardíaco = FC x VS : 04 a 06 l/min. PAM = (PAD x2) + PAS : 70 a 105 mmhg 3 Pressão do átrio direito: 10 mmhg Complicações UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 59 Relacionadas a punção venosa Punção arterial Pneumotórax Lesão transitória do plexo braquial Embolia gasosa Relacionadas a passagem do cateter Arritmias Enovelamento do cateter e nó do cateter Perfurações da aorta pulmonar e danos nos sistemas valvares Relacionadas à presença do cateter Trombose venosa no local da inserção Sepse, endocardite, infecção Infarto pulmonar e embolismo Procedimento Técnica asséptica Via utilizada mais comum: veia jugular interna ou subclávia Passagem do cateter: Observação constante da curva de pressão característica de cada cavidade: - Insere –se o cateter por uma grande veia e alcança o átrio direito - insufla-se o balonete existente na ponta do cateter - Ultrapassa a valva tricúspide - Ventrículo direito - Passa a valva pulmonar chegando com o cateter no tronco pulmonar - Ramo direito da artéria pulmonar - Amortecimento da curva quando há impactação e obtenção da pressão de oclusão pulmonar - Desinsufla-se então o balonete, a curva da A.P.desaparece. Fixação. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 60 UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 61 UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 62 Assistência de enfermagem na monitorização hemodinâmica Curativo oclusivo com técnica asséptica Manipulação do cateter/camisinha Manter a permeabilidade do catetere circuito Infecção Sangramento Retirada do cateter: ideal 48 a 72 h, compressão por 20 minutos, conforme necessidade. Exames complementares: UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 63 gasometria arterial e venosa, Hb, HTC Ventilação FiO2 a 100% por 20 min. Anotação na ficha de monitorização HDN. Removendo o cateter de Swan-Ganz A remoção do cateter de Swan-Ganz pode ser realizada pelo médico ou enfermeiro. Para evitar algumas complicações, antes de remover, observe criteriosamente alguns pontos importantes: Visualizar o cateter de Swan-Ganz em um Rx de tórax recente. Observar se não há nó ou laço no cateter nas estruturas do sistema cardiovascular. Verificar se o balão está desinsuflado. Todas as saídas do sistema devem ser fechadas para o paciente. O paciente deve ser posicionado em decúbito dorsal e horizontal Paciente acordado e consciente: Deve-se explicar o procedimento e solicitar que ele realize a manobra de Valsalva durante a retirada do cateter. - Paciente sedado ou inconsciente: Mantê-lo em decúbito a zero graus durante a retirada do cateter Nestes dois casos, o importante é manter uma pressão intratorácica aumentada, para evitar a entrada de ar durante ou logo após a retirada do cateter O cateter desliza facilmente durante a retirada e nunca apresenta resistência. Caso haja dificuldade ou resistência, pare imediatamente e comunique ao médico, pois o cateter pode estar preso em alguma estrutura cardíaca. Após a retirada do cateter, deve-se manter o local com curativo compressivo durante, pelo menos, 24 horas. Nestas 24 horas deve-se observar: Sinais e sintomas para embolia pulmonar. Sinais e sintomas para tromboembolismo. Sangramento no local. PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA Punção é feita: Aa radial Aa braquial Aa femoral Aa pediosa Finalidade: fornecer em tempo real e de forma constante a pressão arterial média Fórmula = PAM = (PAD X 2) + PAS 3 Valor normal = 70 a 105 mmhg Indicações: - cirurgias de grande porte - pacientes instáveis - monitorização da pressão constante - obtenção de amostras de sangue Complicações: UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 64 Obstrução local Hemorragia externa Hematoma Equimose maciça Embolia gasosa Dor local perfusão periférica Edema na mão ( Aa radial) Procedimento Punção é feita por jelco (abocath) nº 14 ou 16 anestesia local Kit com introdutor, domus, extensor, tree way Soro heparinizado Equipo macrogotas Esparadrapos/ fita adesiva/ faixa crepe Monitor cardíaco com cabos UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 65 MONITORIZAÇÃO NEUROLÓGICA Monitorização da Pressão Intracraniana O somatório do volume do encéfalo, do líquor e do sangue é responsável pela pressão no interior do continente cranio-vertebral o qual é praticamente inextensível. Qualquer aumento de volume de um dos componentes sem a correspondente redução de outro, resultará em aumento da pressão intracraniana (doutrina de Monro-Kellie). PIC = Volume ( encéfalo + sangue + líquor ) • A pressão intracraniana normal é de 18cm de H2O ou 14mmHg em condições basais. • A manutenção do adequado fluxo sanguíneo cerebral (FSC) pode ser depreendida da equação de Poiseouille – Hagen aplicada ao sangue: (PAM – (PIC + PJ)) FSC = -------------------------- RCV FSC = fluxo sanguíneo cerebral PAM = pressão arterial média PIC = pressão intracraniana PJ = pressão venosa jugular RCV = resistência cerebrovascular • A pressão venosa jugular (PJ) em geral é baixa e pode ser desprezada na maioria dos casos. O numerador da fração ficaria PAM – PIC que traduz a pressão de perfusão cerebral (PPC), a qual deve ser mantida acima de 70mmHg, para que haja adequada perfusão cerebral. PPC = PAM – PIC • Em condições normais o FSC está em torno de 50 a 55ml / 100g de tecido / minuto. • Com FSC se aproximando de 25ml / 100g / min começa a haver edema e acúmulo de ácido lático. • Abaixo de 20ml / 100g / min cessa a condução neuronal de impulsos elétricos. • Reduzindo-se para 15ml / 100g / min cessa a atividade da bomba de Na / K que mantém potencial eletroquímico através da membrana neuronal. Finalmente sobrevem a morte celular. UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 66 Manifestações Clínicas da HIC Tríade da hipertensão intracraniana: • Cefaléia • Vômito • Edema de papila Tríade de Cushing • hipertensão arterial • Bradicardia • alterações do padrão respiratório Causas de HIC: • Edema cerebral • Hidrocefalia • Processos expansivos intracranianos: hematomas, tumores, abcessos, cistos • Combinações entre as três causas acima. Tratamento da HIC Medidas Gerais • Cabeceira elevada 30º • Não comprimir jugulares • Desobstruir vias aéreas • Evitar hipotensão arterial • Analgesia (evitar hipotensão) • Normotermia Medidas Específicas • Manter PaCO2 entre 35 e 45 mmHg e Sat. O2 > 95% • Manter PPC > 70 mmHg , PIC < 20 mmHg, PAM = 80-100 mmHg ou 90-110 mmHg • Drenar ventrículo; ressecar processo expansivo intracraniano. • Administrar soluções isotônicas IV ( cristalóides ou colóides ), para manter normovolemia com pressão venosa central (PVC ) entre 8 e 12 cm de H2O. • Anticonvulsivantes Para monitorização da PIC é necessário um catéter posicionado que pode estar: • Intraventricular • Subdural • Intraparenquimatoso • Extradural UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 67 • O sistema para mensurar a PIC deve ser calibrado tendo como nível zero a pressão atmosférica, na altura do conduto auditivo externo do paciente. • Utiliza-se um domus, deve ser retirado todo o ar do sistema Escala de Coma de Glasgow Abertura Ocular Espontaneamente 4 Abertura Ocular Ao comando verbal 3Abertura Ocular A dor 2 Abertura Ocular Sem resposta 1 Melhor Resposta Motora Obedece ao comando verbal 6 Melhor Resposta Motora Localiza a dor 5 Melhor Resposta Motora Flexão - Sem localizar 4 Melhor Resposta Motora Flexão anormal (decorticação ) 3 Melhor Resposta Motora Extensão (descerebração ) 2 Melhor Resposta Motora Sem resposta 1 Melhor Resposta Verbal Orientado e conversando 5 UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 68 Melhor Resposta Verbal Desorientado e conversando 4Melhor Resposta Verbal Palavras inapropriadas 3 Melhor Resposta Verbal Sons inapropriados 2 Melhor Resposta Verbal Sem resposta 1 AvaliaçãoPupilar Midríase Anisocoria Miose UNIPAC – UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS Prof. Ms. Fabíola Alves Gomes Page 69 Escala de Sedação de Ramsay: 1. Ansioso, agitado ou inquieto. 2. Tranqüilo, cooperativo, orientado. 3. Sedado, porém responsivo a comandos. 4. Sedado, com resposta rápida à leve toque da glabela ou estímulo auditivo alto. 5. Sedado, responde lentamente a estímulo auditivo alto ou toque da glabela 6. Sedado, não responsivo. SEPSE Infecção: fenômeno microbiológico caracterizado por uma resposta inflamatória à presença de microoganismos. SIRS: Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica – Resposta inflamatória sistêmica a diversos insultos clínicos graves (T> 38 ºC ou < 36 ºC FC > 90 bat/ min, FR >20, contagem de leucócitos >12.000 ) SEPSE: Síndrome da resposta inflamatória sistêmica associada à infecção. Choque Séptico: Sepse com hipotensão apesar de adequada ressucitação hídrica, juntamente com anormalidades da perfusão. Disfunção múltipla de órgãos e sistemas: presença de função orgânica alterada em uma paciente agudamente enfermo de maneira que homeostase não pode ser mantida sem intervenção. Etiologia 1. Organismos Gram-negativos 2. Gram-positivos 3. Fungos Fisiopatologia Microorganismos ou produtos constitucionais estimulam a liberação de mediadores inflamatórios:
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