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Tecnologia Mecânica Tecnologia Mecânica © SENAI-SP, 2010 Material didático organizado pelo núcleo de Meios Educacionais da Gerência de Educação, em parceria com Escolas SENAI-SP, para cursos de Qualificação da Formação Inicial e Continuada da área de Metalmecânica, a partir de conteúdos extraídos da intranet. Equipe responsável Organização Flavio Alves Dias José Joaquim Pecegueiro Marcos Antonio Oldigueri Meios Educacionais - GED Eduardo Francisco Ferreira Escola SENAI "Roberto Simonsen" Antonio Varlese Escola SENAI "Humberto Reis Costa" Manoel Tolentino Rodrigues Filho Escola SENAI "Mariano Ferraz" Roberto Aparecido Moreno José Carlos de Oliveira Escola SENAI "A. Jacob Lafer" Eugenício Severino da Silva Escola SENAI "Almirante Tamandaré" Rinaldo Afanasiev Escola SENAI "Hermenegildo Campos de Almeida" Celso De Hypólito Escola SENAI "Roberto Mange" Humberto Aparecido Marim Escola SENAI "Mário Dedini" José Serafim Guarnieri Centro de Treinamento SENAI - Mogi Guaçu Editoração Flavio Alves Dias José Joaquim Pecegueiro Marcos Antonio Oldigueri Priscila Ferri Meios Educacionais – GED Os elaboradores estão relacionados ao final de cada capítulo. SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de São Paulo Av. Paulista, 1313 - Cerqueira Cesar São Paulo - SP CEP 01311-923 Telefone Telefax SENAI on-line (0XX11) 3146-7000 (0XX11) 3146-7230 0800-55-1000 E-mail Home page senai@sp.senai.br http://www.sp.senai.br SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 SUMÁRIO 9 Introdução 11 Metais ferrosos 11 • Aço 13 • Principais elementos de liga e as propriedades que conferem ao aço especial 15 • Principais aços especiais e suas propriedades 17 • Ferro fundido 17 • Tipos de ferro fundido 20 • Principais elementos de liga e seus efeitos 23 Consequências da obtenção de metais ferrosos 23 • Introdução 23 • Riscos à saúde 25 • Impacto ambiental 26 • Controle de resíduos e efluentes 29 Metais não ferrosos 29 • Cobre 29 • Ligas de cobre 32 • Alumínio 33 • Chumbo 33 • Zinco 34 • Estanho 34 • Magnésio 37 Tratamento térmico 37 • Fatores de influência nos tratamentos térmicos 42 • Formas de tratamento térmico do aço 50 • Tratamentos Isotérmicos 54 • Tratamentos termoquímicos 61 Elementos comuns 61 • União mecânica 62 • Pino SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 66 • Parafuso 70 • Porca 72 • Trava e arruela 74 • Anel elástico 76 • Chaveta 80 • Junta 87 Eixo, árvore e mancal 87 • Eixos e árvores 91 • Mancais 101 Limas 102 • Limas abrasivas 102 • Limas diamantadas 102 • Limas metálicas 103 • Classificação 107 • Limas especiais 110 • Utilização das limas metálicas 111 • Defeitos na limagem 113 Serra manual 113 • Arco de serra 115 • Lâmina de serra 119 • Seleção da lâmina de serra 121 Furadeiras 121 • Tipos de furadeiras 127 • Manuseio da furadeira 129 Torno mecânico 130 • Partes principais do torno 138 • Acessórios do torno 139 • Tipos de torno 142 • Operações do torno 147 Fresadoras 147 • Fresadora 159 Retificadoras 159 • Partes da retificadora 160 • Características da retificadora 161 • Acessórios da retificadora 161 • Condições de uso e manutenção 162 • Retificadora plana 165 • Retificadora cilíndrica SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 171 • Retificadora sem centro 173 Velocidade de corte 176 • Velocidade de corte para retificação 185 Fluido de corte 190 • Manuseio dos fluidos 193 Manutenção 193 • Manutenção corretiva 193 • Manutenção preventiva 199 • Manutenção preditiva 202 • Conclusões 205 Medidas lineares 205 • Padrões 208 • Padrões do metro no Brasil 209 • O sistema inglês 211 • Conversões 215 • Regras de arredondamento (NBR 5891/77) 217 Paquímetro 231 Micrômetro 233 • Características do micrômetro 239 • Leitura do micrômetro no sistema métrico 241 • Leitura do micrômetro interno 242 • Leitura no sistema inglês 243 • Regulagem do micrômetro 244 • Conservação do micrômetro 245 Relógio comparador 247 • Mecanismos de amplificação dos relógios comparadores 249 • Condições de uso 250 • Aplicações dos relógios comparadores 252 • Relógio com ponta de contato de alavanca (apalpador) 255 Medidas angulares 255 • O sistema sexagesimal 258 • Adição e subtração de ângulos 260 • Multiplicação e divisão de ângulos 261 Goniômetro 263 • Resolução do goniômetro de precisão 263 • Leitura do goniômetro 264 • Conservação do goniômetro SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 265 Sistemas de tolerâncias e ajustes 270 • Extrato da tabela de valores numéricos de graus de tolerância-padrão IT 277 • Tabelas 295 Referências SENAI-SP – INTRANET - AA321-10 9 Introdução Você está iniciando o curso de qualificação profissional. O curso de Qualificação Profissional tem por objetivo o desenvolvimento de competências relativas ao manuseio de instrumentos e equipamentos de medição de acordo com normas técnicas, ambientais e de segurança. Este material didático foi produzido especialmente para conter os conteúdos técnicos necessários e úteis para o acompanhamento deste curso. Ele é um meio para auxiliar o docente na promoção de atividades significativas de aprendizagem que desenvolvam as competências necessárias para o desempenho da profissão. Você pode utilizá-lo como apoio à aprendizagem do conteúdo técnico, entendimento de processos indispensáveis, consulta a procedimentos relevantes, revisão de pontos importantes do assunto. Bom proveito e bom estudo! SENAI-SP – INTRANET - AA321-10 10 SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 11 Avaliado pelo Comitê Técnico de Tecnologia dos Materiais/2007 Metais ferrosos Metais ferrosos são materiais metálicos que contêm ferro. Eles são: o aço e o ferro fundido. Aço O aço é uma liga metálica de natureza complexa, formada basicamente de ferro e carbono, embora outros elementos secundários apareçam em sua composição. Na verdade, é o teor de carbono que determina se a liga metálica é um aço, ou não. Dessa forma, os aços comerciais costumam apresentar um teor máximo de 2% de carbono. Há dois tipos de aço: o fundido e o especial. Aço fundido Aço fundido é aquele que é vazado em moldes de areia ou de metal onde, após resfriamento, solidifica-se e adquire a forma exata da cavidade do molde. Deste modo, a peça já apresenta uma forma praticamente definitiva, sem necessidade de qualquer transformação mecânica posterior. As peças de aço produzidas por fundição apresentam grande variedade de formas e dimensões, razoáveis níveis de resistência e tenacidade a um custo relativamente baixo. Além disso, possuem boa usinabilidade e soldabilidade. Por outro lado, admite-se, geralmente, que o aço fundido é de qualidade inferior ao aço trabalhado, no que se refere às propriedades mecânicas do material. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 12 Além disso, como as peças fundidas freqüentemente apresentam alguns defeitos superficiais ou internos, típicos desse processo de fabricação, elas devem apresentar certos requisitos como: Homogeneidade; Granulação fina; Completa ausência de tensões internas. A homogeneidade é conseguida mediante projeto adequado da peça e do molde, com localização correta dos canais e desoxidação apropriada do aço durante a fusão. A granulação fina e a ausência de tensões internas são obtidas através do tratamento térmico. O tratamento térmico adequado possibilita normalizar a textura grosseira do aço fundido e eliminar as tensões internassurgidas durante a solidificação do metal no interior do molde. Essas tensões poderiam causar empenamento e distorções das peças quando em serviço. Classificação do aço para fundição e suas aplicações Os aços para fundição são classificados de acordo com o teor de carbono existente em sua composição. Assim, existem basicamente cinco tipos de aço fundido comercial: Aços de baixo teor de carbono (inferior a 0,20%); Aços de médio teor de carbono (entre 0,20% e 0,50%); Aços de alto teor de carbono (acima de 0,50%); Aços-liga de baixo teor de liga (teor total de liga inferior a 8%); Aços-liga de alto teor em liga (teor total de liga superior a 8%). Os aços de baixo teor de carbono são utilizados na fabricação de: Equipamentos elétricos; Caixas para recozimento; Engrenagens. Os aços de médio carbono são empregados na fabricação de: Autopeças; Peças para a indústria ferroviária; Peças para a indústria naval; SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 13 Implementos e máquinas agrícolas; Tratores; Equipamentos para escavação; Equipamentos elétricos. Os aços de alto teor de carbono, por sua alta dureza e resistência à abrasão, são empregados na fabricação de: Matrizes; Cilindros de laminadores; Peças para máquinas-ferramenta. Aços especiais A fabricação de certas peças e ferramentas requer muitas vezes aços de características especiais. Para que esses aços adquiram determinadas propriedades, é necessário que outros elementos, além do carbono, sejam adicionados à sua composição. Níquel, cromo, manganês, tungstênio, molibdênio, vanádio, silício, cobalto e alumínio são os elementos mais comumente adicionados para a obtenção dos aços especiais. As ligas resultantes dessa adição recebem o nome dos elementos e elas adicionados. Por exemplo: aço níquel-cromo. Principais elementos de liga e as propriedades que conferem ao aço especial Níquel (Ni) O níquel foi um dos primeiros metais utilizados com êxito para melhorar as propriedades do aço. Sua adição confere à liga as seguintes qualidades: Aumento de resistência e tenacidade; Elevação do limite de elasticidade; Boa ductilidade; Resistência à corrosão; Temperabilidade. Cromo (Cr) O cromo confere ao aço: Alta resistência; Dureza; SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 14 Elevado limite de elasticidade; Boa resistência à corrosão; Boa capacidade de corte. Manganês (Mn) Quando adicionado em quantidades convenientes, o manganês aumenta a resistência do aço ao desgaste e aos choques, sem prejudicar sua ductilidade. Tungstênio (W) O tungstênio em geral é adicionado aos aços juntamente com outros elementos. Sua adição confere aos aços as seguintes qualidades: Aumento de resistência ao calor; Aumento da dureza; Aumento da resistência à ruptura; Capacidade de corte. Molibdênio (Mo) O molibdênio tem sobre os aços uma ação semelhante à do tungstênio. Confere às ligas grande resistência, principalmente a esforços repetidos. Vanádio (Va) A adição do vanádio confere: Melhor resistência à tração sem prejudicar a ductilidade; Resistência à fadiga; Temperabilidade; Capacidade de corte. Silício (Si) O silício aumenta a temperabilidade e a resistência dos aços. Além disso, tem o efeito de isolar ou suprimir o magnetismo. Cobalto (Co) Em associação com o tungstênio, o cobalto aumenta a resistência dos aços ao calor. Além disso, influi favoravelmente nas propriedades magnéticas dos aços. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 15 Alumínio (Al) O alumínio tem efeito semelhante ao do silício. Devido à sua grande afinidade com o oxigênio, é considerado um importante elemento na desoxidação do aço durante o processo de fabricação. Nos aços que são submetidos à nitretação, a adição do alumínio facilita a penetração do nitrogênio. Principais aços especiais e suas propriedades Aço níquel-cromo Os aços níquel-cromo estão entre os mais importantes aços para a construção mecânica. São empregados, em geral, para peças de dimensões médias, sujeitas a muitas solicitações. Com adições de cromo entre 0,5 e 1,5% e de níquel entre 1,5% e 5%, o aço adquire grande resistência ao choque, à torção e à flexão. É empregado na construção de eixos de manivelas, engrenagens, peças de motores de grandes velocidades bielas, acoplamentos e alavancas. Aços rápidos Aços rápidos, isto é, de corte rápido, são aços cuja composição de liga lhes confere dureza elevada e máxima resistência ao desgaste. Em vista disso, os aços rápidos permitem a adoção de altas velocidades de corte. Esses aços possuem teores elevados de tungstênio (até 18,5%) e molibdênio (entre 4 e 9,2%) associados a outros elementos de liga (como o vanádio e o cobalto). Os aços rápidos são empregados na construção de ferramentas de corte de todos os tipos: brocas helicoidais, ferramentas de corte para tornos automáticos e tornos- revólver, serras para metais, machos e tarraxa, fresas, escareadores, além de cilindros para laminadores, matrizes, fieiras e punções. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 16 Aços inoxidáveis Os aços inoxidáveis são ligas de aço que apresentam elevada resistência aos ataques do meio ambiente bem como à ação corrosiva de ácidos orgânicos (como o vinagre) e inorgânicos (por exemplo, o ácido clorídrico). Esta resistência é conferida pela presença de cromo (teores elevados, entre 13 e 19%) e de níquel (teores entre 2,0 e 20%) além de molibidênio, cobalto e titânio em pequenas quantidades. Os aços inoxidáveis são empregados na fabricação de utensílios domésticos, instrumentos cirúrgicos, artigos de cutelaria, utensílios e aparelhos para indústria química e alimentar, hélices para navios, caçambas para turbinas, porcas, parafusos e tubulações sujeitas a meios corrosivos. Aço-prata O aço-prata é um aço de aparência brilhante, com alto teor de carbono e presença de manganês e cromo como elementos de liga. O aço-prata possui grande dureza superficial adquirida através de tratamento térmico. É empregado na produção de limas, serras, martelos, machados e ferramentas para trabalhar a madeira. Soldabilidade dos aços Tipos de aço Composição Soldabilidade geral Preaquecimento Recozimento para alívio de tensões Aço-carbono, com C abaixo de 0,15% Aço-liga de baixo teor em liga e C abaixo de 0,15% Prontamente Soldável Idem Desnecessário Idem Desnecessário Idem Aço-carbono, com C entre 0,35% e 0,50% Aço-liga de baixo teor em liga e C entre 0,15% e 0,30% Soldável com precauções Idem Preferível Idem Preferível Idem Aço-carbono, com C acima de 0,50% Aço-liga, com teor em liga acima de 3% e C acima de 0,30% Difícil de soldar Idem Necessário Idem Necessário Idem SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 17 Ferro fundido O ferro fundido, de fundamental importância para a indústria mecânica, é uma liga formada basicamente do ferro, carbono e silício (Fe –C –Si). Mediante a introdução de outros elementos de liga (como o cromo, o níquel e o vanádio) e a aplicação de um tratamento térmico adequado, o ferro fundido substitui o aço em muitas aplicações industriais. Por isso, é sempre necessário determinar a composição da fundição que melhor atenda às necessidades de cada aplicação. Tipos de ferro fundido Dentro da denominação geral de ferro fundido podem ser distinguidos os seguintes tipos de liga: Ferro fundido cinzento; Ferro fundido nodular; Ferro fundido branco; Ferro fundido maleável. Ferro fundido cinzento O ferro fundido cinzento apresenta elevadas porcentagens de carbono (de 3,5% a 5%) e de silício (2,5%). Uma parte do carbono apresenta-se em estadolivre sob a forma de grafita, conferindo ao material sua coloração cinzenta. As peças fabricadas com ferro fundido cinzento apresentam as seguintes características: Excelente usinabilidade, isto é, capacidade de serem trabalhadas por aplainamento, torneamento, furação, rosqueamento; Grande resistência à compressão, ao desgaste, à corrosão e às vibrações; Pequena resistência à tração. Dentre as várias aplicações do ferro fundido cinzento, pode-se destacar a fabricação de: Bases de máquinas; Carcaças metálicas; Barramentos; Cabeçotes; SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 18 Mesas de máquinas operatrizes; Colunas de máquinas; Buchas; Grandes blocos de motor; Engrenagens; Cilindros hidráulicos. Ferro fundido nodular O ferro fundido nodular (ou dúctil) caracteriza-se por sua ductilidade, tenacidade e resistência mecânica. A composição química do ferro fundido nodular é semelhante à do ferro cinzento. Um tratamento realizado quando o ferro se encontra ainda em estado líquido, dá uma esferoidal ao carbono livre. Isso confere ao material sua principal característica: a ductilidade. Essa ductilidade fornece às peças fabricadas com ferro fundido nodular razoáveis níveis de resistência ao choque e à fadiga. Por causa dessas características, o ferro fundido nodular é indicado para a fabricação de virabrequins, compressores, lingoteiras e bielas. O ferro fundido nodular também pode ser indicado para a fabricação de peças das quais se exijam elevada dureza e resistência mecânica. Nesse grupo, incluem-se: Engrenagens; Excêntricos; Mancais Matrizes; Virabrequins; Cilindros de laminação; Polias; Rodas dentadas; Engates; Sapatas; Tambores de freios. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 19 Ferro fundido branco O ferro fundido branco também é constituído por uma liga de ferro, carbono e silício (Fe – C – Si). Nela, o carbono apresenta-se combinado sob a forma de carboneto de ferro (Fe3C). Isso acontece porque o teor de silício, que favorece a decomposição do carboneto de ferro, é muito menor no ferro fundido branco do que no cinzento ou no nodular. Além da composição química adequada, a velocidade de resfriamento também determina a obtenção do ferro fundido branco. O sistema usado chama-se coquilhamento, através do qual o metal líquido é derramado em moldes metálicos e sofre um resfriamento muito rápido. Elevada dureza e resistência ao desgaste são as propriedades fundamentais desse material. Como conseqüência, ele apresenta um alto nível de fragilidade além de ser difícil usinagem. Por causa dessas propriedades, é utilizado na fabricação de peças com elevado índice de resistência ao desgaste, tais como: Revestimentos de moinhos; Bolas para moinhos de bolas; Rodas de ferro para vagões; Cilindros para laminação de borracha, vidro, plástico, metal; Peças para britadeiras; Matrizes. Ferro fundido maleável O ferro fundido maleável é obtido a partir do ferro fundido branco submetido a um tratamento térmico especial. Através desse tratamento, chamado maleabilização, a liga adquire ductilidade e torna-se mais tenaz. A maleabilização consiste em promover um aquecimento prolongado do ferro fundido branco sob condições controladas. Com o aquecimento, o carbono combinado com a grafita sofre transformações, conferindo ao material seguintes propriedades: Resistência à tração, à fadiga, ao desgaste e à corrosão; Dureza; Boa usinabilidade. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 20 Por causa dessas características, o ferro fundido maleável é usado nas seguintes aplicações industriais: Conexões para tubulações hidráulicas e linhas de transmissão elétrica; Correntes; Suportes para molas; Caixas de direção, engrenagem e diferencial; Cubos de rodas; Sapatas de freios; Pedais de embreagem e freio; Bielas. Principais elementos de liga e seus efeitos Elementos de liga são elementos que, adicionados às ligas de aço ou ferro, têm a capacidade de melhorar suas propriedades. Níquel, cromo, alumínio, cobre são exemplos desse tipo de elemento. Nos ferros fundidos, os elementos de liga têm dois efeitos: Funcionam como elementos grafitizantes (silício, alumínio, níquel, cobre e titânio); Retardam a formação da grafita (manganês, cromo, molibidênio e vanádio). Todos os elementos de liga tendem a aumentar a dureza do material e sua resistência à tração. Cromo No ferro fundido branco, o cromo é utilizado em baixos teores, com o objetivo de controlar a profundidade do coquilhamento e garantir a presença de uma estrutura sem grafita. O cromo serve para corrigir pequenos erros de composição do ferro fundido. No ferro fundido cinzento, o cromo aumenta a resistência à tração. Níquel No ferro fundido branco, o níquel reduz a profundidade de coquilhamento. Ao atingir o teor de 4 a 5%, a diminuição de profundidade do coquilhamento é acompanhada por um aumento da dureza. No ferro fundido cinzento, o níquel é adicionado na proporção entre 0,5 e 1,5% e confere às peças resistência à ruptura transversal. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 21 Molibidênio O molibidênio aumenta a profundidade de coquilhamento. A adição desse elemento ao ferro fundido (teores entre 0,25 e 0,75%) melhore a resistência da superfície coquilhada em relação a fenômenos de lascamento, corrosão localizada, trincamento pelo calor; além disso endurece e melhora a tenacidade do material. Nas peças de ferro cinzento, o molibidênio aumenta a resistência da peça à ruptura transversal. Cobre O cobre é um elemento que melhora a usinabilidade do material e sua resistência à corrosão, principalmente nos meios que contêm enxofre. No ferro fundido branco, na proporção abaixo de 4%, o cobre diminui a profundidade de endurecimento. Acima de 4%, ele aumenta a dureza e a profundidade da coquilha. Freqüentemente, é usado juntamente com o cromo a fim de manter uma profundidade de coquilhamento constante. No fero fundido cinzento, o cobre é adicionado usualmente em teores entre 0,5 e 2%. Vanádio O vanádio, como estabilizador do carboneto, aumenta a profundidade de coquilhamento. Em peças de pequena espessura, esse efeito pode ser contrabalançado através da adição de níquel ou cobre ou pelo aumento dos teores de carbono ou de silício. Em teores entre 0,10 e 0,50%, o vanádio também refina a estrutura das peças coquilhadas. Em teores entre 0,5 e 1%, aumenta a resistência à tração das peças produzidas com ferro fundido cinzento. Boro O boro é utilizado de modo limitado na produção de ligas de ferro fundido branco. Com adições em torno de 0,5%, ele aumenta a dureza e refina a estrutura da peça coquilhada. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 22 Créditos Comitê Técnico de Tecnologia dos Materiais/2007 Elaboradora: Regina Celia Roland Novaes Conteudista: Maurício Conde Evirley Lobo Marques Francisco Egidio Messias Gilberto Burkent Gilberto Carlos de Lima Marcelo da Silva Guerra Marcos Domingos Xavier Referência SEANAI.SP. Mecânico de Manutenção – Tecnologia. São Paulo, 1990. 206 p. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 23 Adaptado pelo Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010 Consequências da obtenção de metais ferrosos Introdução Os metais ferrosos são ligas de ferro com carbono e outros elementos tais como o silício, o manganês, o fósforo, o enxofre e outros. Segundo o conteúdo de carbono, as ligas de ferro se dividem em ferro fundido e aço. Pesquisadores descobriram em uma mina situadana Califórnia um super micróbio que come ferro, sobrevive em uma substância semelhante à existente nas baterias de automóveis e pode ser uma das causas principais de contaminação por metais e ácidos em locais de exploração mineral. O micróbio produz ácido sulfúrico. O micróbio chama-se Feroplasma acidarmanus, é uma nova espécie de arqueano, uma família de organismos microscópicos que vive em ambientes inóspitos, como vulcões submarinos. Riscos à saúde O ar considera-se poluído desde que contenha um ou mais dos compostos considerados poluentes em quantidades tais e durante um tempo suficientemente longo para que se manifestem efeitos nocivos ao nível de conforto e variedade dos seres vivos ou ao nível das conservações dos materiais, do clima, das culturas e da saúde humana. A poluição atmosférica é um fenômeno complexo de causas múltiplas, que pode apresentar-se segundo fortes variações no espaço e no tempo e que não conhece fronteiras, quer naturais, quer políticas. Por esta razão, é um dos problemas atuais mais graves e de difícil resolução. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 24 Os poluentes podem ser classificados, arbitrariamente, em 5 categorias: Gases inorgânicos: SO2, Nox, NH3, CO, halogêneos (CI, F, etc.); Vapores orgânicos ou compostos orgânicos voláteis (COV): hidrocarbonetos tais como o benzeno, CFC’S, formaldeído, etc.; Líquidos inorgânicos: H2SO4, HNO3, HF, HCL; Partículas minerais: metais pesados (Cd, Pb), fibras de amianto, de vidro, de rocha, etc.; Partículas orgânicas: hidrocarbonetos orgânicos policíclicos (HAP), dioxinas, etc. Gases Gás é a denominação dada às substâncias que, em condições normais de pressão e temperatura (25ºC e 700mmHg), estão no estado gasoso. Uma vez emanado no ar, pode poluir a atmosfera com substâncias tóxicas, podendo se aglomerar com gotículas de água. Caindo em forma de chuva, pode afetar a natureza, pois nessas partículas serão encontradas grandes quantidades de ácidos. Os gases podem ser classificados em irritantes, anestésicos e asfixiantes. Poeiras tóxicas Poeiras tóxicas são partículas geradas em operações e processos mecânicos, onde materiais sólidos são quebrados, moídos ou triturados. Quanto menor o tamanho das partículas, por mais tempo elas vão permanecer suspensas no ar ambiente, constituindo situação de risco à saúde do trabalhador, pois são facilmente inaladas e absorvidas pelo sistema respiratório. São geralmente encontradas em indústrias têxteis, de mineração, de cimento, de baterias, de fertilizantes, cerâmicas, siderúrgicas, metalúrgicas, automobilísticas, beneficiamento de grãos, partículas, etc. Dentre as mais comuns destacam-se o amianto, a sílica, cimento refinado, fibras têxteis, pó de chumbo, minério de ferro, minério de carvão, talco, cal. O grau de risco destes contaminantes pode variar de acordo com o tempo de exposição do trabalhador sob a situação de risco, a concentração de contaminante no ambiente, a toxidez do material, a freqüência respiratória do trabalhador em função do seu esforço físico e sua sensibilidade individual. Dentre as poeiras estão os fumos, que são partículas formadas em processamento de combustão, condensação de materiais comumente sólidos, tais como fusão de metais e a combustão de madeira. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 25 Para a higiene industrial, os fumos de maior interesse são os metálicos. A maioria dos metais e seus compostos utilizados em qualquer processo industrial apresentam algum risco. Os mais importantes são o chumbo, mercúrio, arsênio, cromo, manganês e seus compostos. Logo vem, com menor importância, o que não quer dizer menor risco: o antimônio, estanho, cobre, níquel, zinco, cádmio, selênio, ferro e seus compostos. Entre os fumos metálicos de maior toxidade distinguem-se os de chumbo, que produzem a doença ocupacional chamada de plumbismo. Doenças causadas pelo óleo de corte Óleos de corte são substâncias utilizadas nas indústrias mecânicas, nas operações de corte e usinagem dos metais. Muitos são os tipos de óleo utilizados nos mais diversos trabalhos, tais como: óleos minerais, sulfurados e clorados, insolúveis, solúveis, etc. Ao serem usados prolongadamente, os óleos de corte podem causar: foliculite, eritema, rachaduras, descamação, etc. Impacto ambiental Os riscos de dano ao meio ambiente no processo de fabricação do ferro e do aço começam na extração do minério de ferro, processo que muda de forma negativa a paisagem, abre crateras e contamina, quando efetuado de forma desordenada (o que é frequente em países como o Brasil). Nos altos fornos, o consumo de carvão vegetal é enorme; como ele é produzido de árvores, provoca desmatamento. Os governos de muitos países, apoiados por organizações não governamentais, têm providenciado leis de reflorestamento com o objetivo de minimizar esses danos. As aciarias das usinas siderúrgicas geram montanhas imensas de “escórias”, que se acumulam aos milhares de toneladas sem destinação ambientalmente correta, levando ao lençol freático grande quantidade de óxidos, metais pesados e outros materiais. Fauna e flora A poluição da atmosfera, dos mananciais, das florestas da natureza, em geral pode determinar diversas mudanças radicais na flora e na fauna de um determinado lugar. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 26 Poluição atmosférica - pode afetar os seres vivos de forma direta, através de problemas de respiração, alergias, problemas cutâneos, etc., e de forma indireta. Por exemplo: a atmosfera está carregada de poluentes e substâncias tóxicas. Esses poluentes se misturam com as micro gotículas de água presentes no ar. Essa “água poluída” cai na forma de chuva ácida, o que afeta seriamente a sobrevivência da flora, principalmente. Poluição dos mananciais - com a poluição dos rios e lagos, a fauna aquática da região sofre sérios danos. Peixes e algas morrem devido à poluição, principalmente por causa dos resíduos industriais que são lançados nas águas, na maioria das vezes sem nenhum tratamento. Mananciais Há que demarcar os riscos diretos e indiretos, pois nem sempre estes lodos são lançados diretamente nos mananciais. Controle de resíduos e efluentes Governos, empresas e instituições vêm criando sistemas de controle de resíduos e efluentes. Muitos municípios confundem suas atribuições e os órgãos ambientais relaxam sua postura de polícia e fiscalização, e recebem em seus aterros domiciliares resíduos industriais e tóxicos. Dessa forma, conforme a lei e normas, o aterro passa a ter a mesma caracterização de aterros industriais, com os mesmos riscos dos resíduos ali depositados e que, depois de misturados, não mais podem ser desqualificados de sua periculosidade. Cuidados com o descarte, acondicionamento e tratamento O sistema convencional opera com a coleta de resíduo e a disposição em aterros, e na sua maioria dispõe todos os materiais em valas comuns, ou seja, todos os resíduos são lançados juntos e sobrepostos de forma que, após misturados, inviabiliza uma futura reciclagem e que contradiz quaisquer princípios de tecnologia de produção limpa ou de sistemas auto-sustentáveis, levando os aterros a uma situação inusitada de poderem tornar-se responsáveis por prejuízos ambientais ou a terceiros, mesmo que seu resíduo não lhes tenha causado prejuízo diretamente. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 27 Esses prejuízos ambientais podem ser relacionados como sendo: Geração de calor; Reações violentas; Geração do fogo; Explosões; Geração de gases inflamáveis ou tóxicos, etc. Reciclagem Depois de separadas do lixo, as latas de aço precisam passar por processo de limpeza em peneiras para a retirada de terra e de outros contaminantes. Em seguida, são prensadas em fardos para facilitar o transporte nos caminhõesaté as indústrias recicladoras. Ao chegar na usina de fundição, a sucata vai para fornos elétricos ou a oxigênio aquecidos a 1.550oC. Após atingir o ponto de fusão e chegar ao estado de líquido fumegante, o material é moldado em tarugos e placas metálicas que serão cortados em forma de chapas de aço. A sucata demora somente um dia para ser reprocessada e transformada novamente em lâminas de aço usadas por vários setores industriais - das montadoras de automóveis às fábricas de latinhas em conserva; o material pode ser reciclado infinitas vezes, sem causar grandes perdas ou prejudicar qualidade. Aciarias de porte médio equipadas com fornos elétricos processam a suta por custo inferior ao das siderúrgicas convencionais. Das latas de aço consumidas no Brasil, 18% são recicladas, o que equivale a cerca de 108 mil toneladas por ano. Nos EUA, 48% das embalagens de folhas de flandres retornaram à produção de aço em 1993. No Japão, a taxa é de 61%. Se o país reciclasse todas as latas de aço que consome atualmente, seria possível evitar a retirada de 900 mil toneladas de minério de ferro por ano, prolongando a vida útil de nossas reservas minerais. Além disso, deixaria de ocupar 8,6 milhões de metros cúbicos em aterros todos os anos e proporcionaria economia de 240 milhões de Kw/h de energia elétrica - equivalente ao consumo de quatro bilhões de lâmpadas de 60 watts. Isso sem falar nos 45 milhões de árvores - nativas e de reflorestamento comercial - que deixariam de ser cortadas para a produção de carvão vegetal usado como redutor do minério de ferro. Somente na cidade de São Paulo são jogadas, diariamente, no lixo, 360 toneladas de latas de aço usadas. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 28 Créditos Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010 Elaboradores: Regina Célia Roland Novaes Selma Ziedas Conteudistas: Abílio José Weber Adriano Ruiz Secco Antonio Varlese Celso De Hypólito Eduardo Francisco Ferreira Eugenício Severino da Silva Humberto Aparecido Marim José Carlos de Oliveira José Serafim Guarnieri Manoel Tolentino Rodrigues Filho Rinaldo Afanasiev Roberto Aparecido Moreno Referência SEANAI.SP. Mecânico de Manutenção – Tecnologia. São Paulo, 1990. 206 p. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 29 Avaliado pelo Comitê Técnico de Tecnologia dos Materiais/2007 Metais não ferrosos Metais não ferrosos são materiais metálicos que não contêm ferro. Dentre esses materiais podemos citar: o cobre, o alumínio, o chumbo, o zinco, o estanho, o magnésio e o antimônio. Cobre O cobre é um metal marrom-avermelhado que apresenta as seguintes propriedades: Ótimo condutor de calor e eletricidade; Boa resistência mecânica; Boa usinabilidade; Boa ductilidade; Boa resistência à corrosão, embora seja atacado por todos os tipos de ácidos. Devido a essas propriedades, o cobre é empregado: Na indústria elétrica, na fabricação de cabos elétricos, motores geradores, transformadores, contatos etc.; Na indústria química, nas caldeiras, destiladores, tubulações de vapor, ar, água fria ou quente e óleo; Na indústria de alimentos, nos tanques e recipientes para processamento de alimentos; Na indústria mecânica, na forma de peças para permutadores de calor, radiadores de automóveis, arruelas, rebites e outros componentes na forma de tiras e fios. Ligas de cobre Existem dois tipos de ligas de cobre: As de baixo teor de liga; As de alto teor de liga. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 30 As ligas de cobre de baixo teor de liga apresentam baixíssimas quantidades de outros elementos (teores entre 0,02%, como na liga cobre-prata tenaz, até um máximo de 1,2%, como na liga de cobre-chumbo). Esses elementos são acrescentados para melhorar as propriedades mecânicas do cobre, dependendo do tipo de aplicação que lhe será dada. Por exemplo, numa liga cobre-chumbo, a adição do segundo elemento melhora a usinabilidade do cobre. Essa liga é empregada na fabricação de componentes (como conectores, parafusos etc) dos quais exige, além da alta condutibilidade elétrica, um grau elevado de usinabilidade. Dentre as ligas de cobre de alto teor de liga, as que mais se destacam: Latão; Bronze; Cobre-alumínio; Cobre-níquel; Alpaca; Cobre-berílio; Cobre-silício. As ligas mais importantes são: Latão O latão é uma liga cobre-zinco, cujos teores de zinco variam entre 5 e 50%. A presença do zinco altera as propriedades do cobre. À medida que o teor de zinco aumenta, as seguintes modificações ocorrem: Diminuição da resistência à corrosão em certos meios agressivos; Ligeiro aumento da resistência à tração; Aumento considerável da ductilidade. O latão é empregado na fabricação de objetos ornamentais, ferragens, cartuchos de armas, carcaças de extintores de incêndio, roscas para lâmpadas, quando os teores de zinco vão até 36%. Quando o teor de zinco ultrapassa 36% há uma queda mais acentuada de ductilidade. Os latões com esse teor de zinco são utilizados na fabricação de peças, por meio de estampagem leve (como componentes de lâmpadas e chaves elétricas) ou componentes forjados para a indústria mecânica. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 31 Latões especiais Além do zinco, os latões especiais apresentam em sua composição chumbo (teores entre 1,0 e 3,7%) ou alumínio(teores entre 1,8 e 2,5%) ou estanho (teores entre 0,9 e 1,3%). Os latões que contêm chumbo possuem alta usinabilidade e por isso aplicam-se na fabricação de componentes elétricos e mecânicos como parafusos, rebites, porcas, terminais de baterias elétricas e velas de ingnição, buchas, mancais etc. As ligas que apresentam alumínio em sua composição possuem melhor resistência à corrosão e por isso são usadas principalmente nas indústrias química e mecânica. As ligas que contém estanho apresentam boa resistência à corrosão em água doce ou salgada. São empregadas na fabricação de placas e tubos para permutadores de calor, para peças forjadas para equipamentos de refinação de petróleo e na construção naval em geral. Bronze O bronze é uma liga de cobre-estanho na qual o segundo elemento aparece em teores que variam de 1,0 a 11,0%. À medida que o teor de estanho aumenta, aumentam também a dureza e as propriedades relacionadas com a resistência mecânica, sem diminuição da ductilidade. O bronze pode ser trabalhado a frio e possui elevada resistência à corrosão. Dependendo dos teores de estanho presentes no bronze, esse poderá ser usado na fabricação de componentes de aparelhos de telecomunicação, tubos flexíveis, varetas e eletrodos de soldagem, tubos para águas ácidas, parafusos, rebites, porcas, discos antifricção, molas para serviços pesados etc. Quando se acrescentam à liga cobre-estanho outros elementos como o fósforo, o zinco, o chumbo ou o níquel, obtém-se o bronze para fundição, o qual poderá ser utilizado na fabricação de engrenagens, parafusos, válvulas, flanges, bombas de óleo, buchas, mancais. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 32 Alumínio O alumínio é um metal não ferroso branco acinzentado que apresenta as seguintes propriedades: Boa condutibilidade térmica; Baixo peso específico; Boa resistência à corrosão; Alta ductilidade e, portanto facilidade em ser laminado, forjado e trefilado; Ausência de magnetismo. Por causa dessas propriedades e das grandes jazidas mundiais do seu minério principal (bauxita), o alumínio está se tornando o metal mais importante para indústria, após o ferro. É largamente empregado nas indústrias ferroviária, naval, aeronáutica, mecânica,química e elétrica. Ligas de alumínio O alumínio puro é extremamente maleável, o que limita suas aplicações. Por causa disso, foram desenvolvidas ligas que melhoram a resistência mecânica do alumínio, ampliando consideravelmente suas possibilidades de aplicação. A adição de pequenas quantidades de cobre, silício, manganês, magnésio ou ferro, aliada a um tratamento térmico adequado, aumenta consideravelmente a resistência da liga e mantém uma de suas principais características que é a leveza. Duralumínio Duralumínio é a mais importante das ligas de alumínio e contém cobre (4%), magnésio (0,5%) e manganês (0,7%). Ao ser tratado termicamente adquire um limite de resistência à tração semelhante ao do aço doce. Esse tipo de liga é empregado principalmente na construção de peças forjadas e estampadas, barras, chapas e rebites. Aplicações do alumínio e suas ligas Praticamente todos os setores da indústria beneficiam-se com o emprego do alumínio e suas ligas. Dentre essas aplicações podemos destacar: motores, hélices, tanques de combustível, tambores de freios, corpos de carburadores e compressores, vagões, cascos de barcos, antenas, chassis de aparelhos eletrônicos, componentes para eletrodomésticos, utensílios de cozinha etc. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 33 Chumbo O chumbo, um dos primeiros metais a ser utilizado pelo homem, tem cor acinzentada e apresenta as seguintes características: Baixa resistência mecânica; Elevada resistência à corrosão; Elevado peso específico. Dependendo da utilização que lhe será dada, o chumbo poderá formar ligas: Com o arsênio, o bismuto, o cálcio, o cobre ou o antimônio (baixos teores), utilizadas para revestimento de cabos elétricos; Com o estanho (teores entre 18 e 50%), utilizada como material de soldagem fraca; Com a prata e o cobre para a fabricação de canos de água para suportar grandes pressões internas; Com o antimônio (teores entre 6 e 12,5%), para fabricação de tubos especiais e recipientes para produtos químicos. O chumbo também é extensamente utilizado para blindagem contra radiação emitida na produção de energia nuclear ou durante a manipulação de produtos radioativos. Zinco O zinco é um metal de coloração branco-azulada que apresenta as seguintes propriedades: Alta resistência à corrosão; Alta maleabilidade, que permite que ele seja facilmente laminado em chapas ou estirado em fios; Boa usinabilidade. O zinco é empregado como elemento de liga nos latões, na fabricação de chapas para telhados e condutores de água pluviais, em ligas para fundição sob pressão e na fabricação de pigmentos para a indústria química. Por sua alta resistência à corrosão, serve de elemento de proteção na galvanização do aço, ou por meio de outros métodos de deposição como a metalização e a pintura. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 34 Estanho Estanho é um metal não-ferroso que apresenta coloração branco-prateada, levemente amarelada. Apresenta as seguintes características: Alta ductilidade e maleabilidade; Baixa resistência mecânica; Elevada resistência à corrosão; Boa soldabilidade. A principal aplicação do estanho é através da estanhação de chapas ou folhas de aço, seja por imersão à quente, seja por eletrodeposição. Através da estanhação, obtêm-se as folhas de flandres, que se caracterizam pela elevada resistência à corrosão, daí seu extenso emprego na confecção de latas ou recipientes para embalagem de produtos alimentícios. Devido ao seu baixo ponto de fusão, o estanho é empregado em dispositivos de segurança contra o fogo, alarmes, metais de soldagem e vedação. O estanho é um elemento de ligas importantes como os bronzes. Magnésio O magnésio é um metal não-ferroso que pertence ao grupo dos chamados metais leves e apresenta as seguintes características: Relativa maleabilidade; Baixa ductilidade, resistência mecânica e tenacidade; Resistência à ação dos álcalis; Boa usinabilidade. Devido a essas características, ele pode ser forjado, extrudado, laminado, fundido em areia, moldes permanentes ou sob pressão. O magnésio pode formar ligas com o alumínio, o manganês, o zinco, o zircônio ou o tório. As ligas de maior resistência mecânica são as que contêm zinco (4,6 a 6,0%) e zircônio (0,7%) ou zinco (até 5,7%), tório 1,8 A 3,3%) e zircônio (0,7%). SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 35 As aplicações das ligas de magnésio são feitas na indústria aeronáutica (componentes de motores, fuselagem, trens de pouso), na indústria automobilística (caixas de engrenagens, rodas) e em componentes de máquinas em geral (máquinas operatrizes, máquinas de escrever, calcular, aparelhos domésticos etc.). Antimônio Antimônio é um metal não-ferroso de cor semelhante a do chumbo. Por suas propriedades específicas, ele nunca é empregado isoladamente, mas como componente de ligas onde serve para melhorar a resistência mecânica. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 36 Créditos Comitê Técnico de Tecnologia dos Materiais/2007 Elaboradora: Regina Célia Roland Novaes Conteudista: Maurício Conde Evirley Lobo Marques Francisco Egidio Messias Gilberto Burkent Gilberto Carlos de Lima Marcelo da Silva Guerra Marcos Domingos Xavier Referência SENAI.SP. Mecânico de Manutenção – Tecnologia. São Paulo, 1990. 206 p. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 37 Adaptado pelo Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010 Tratamento térmico Tratamentos térmicos são ciclos térmicos a que são submetidos os aços. São compostos por operações de aquecimento, a uma velocidade adequada, com permanência por tempo suficiente em temperatura de tratamento correta e velocidade de resfriamento compatível com o objetivo desejado. Os tratamentos térmicos visam alterar a estrutura natural dos aços, conferindo ou melhorando suas propriedades mecânicas. Os principais objetivos dos tratamentos térmicos são os seguintes: remoção de tensões internas (oriundas de resfriamento desigual, trabalho mecânico ou outra causa); aumento ou diminuição da dureza; aumento da resistência mecânica; melhora da ductilidade; melhora da usinabilidade; melhora da resistência ao desgaste; melhora das propriedades de corte; melhora da resistência à corrosão; melhora da resistência ao calor; modificação das propriedades elétricas e magnéticas. Fatores de influência nos tratamentos térmicos O tratamento térmico é composto por um ciclo de tempo - temperatura, e os fatores mais importantes a considerar são: aquecimento, tempo de permanência nessa temperatura e resfriamento. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 38 Aquecimento - como o objetivo principal do tratamento térmico é a modificação de suas propriedades mecânicas. Verifica-se que isso só é conseguido mediante uma alteração em sua estrutura. Assim sendo, o aquecimento é feito acima da zona crítica até sua completa austenitização, ou seja, a dissolução total do carboneto de ferro no ferro gama. O diagrama de fase Fe-C permite visualizar as temperaturas mínimas de transformação alotrópica em função do teor de carbono do aço em tratamento. Na fase de aquecimento, dentro do processo de tratamento térmico, são apropriadamente consideradas a velocidade e a temperatura máxima de aquecimento. A velocidade de aquecimento deve ser adequada à composição e ao estado de tensões do aço. Como tendência geral, o aquecimento muito lento provoca um crescimento excessivo dos grãos de austenita, tornando o aço frágil.Por outro lado, um aquecimento muito rápido em aços ligados ou em aços com tensões internas (provocadas por fundição, forjamento, etc.) poderá provocar empenamento ou mesmo aparecimento de fissuras. A temperatura de aquecimento deverá ser adequada para que ocorram as modificações estruturais desejadas. Se ela for inferior a temperatura de transformação, as modificações não ocorrerão; se for demasiadamente superior ocorrerá um crescimento indesejável dos grãos de austenita. Essa temperatura de aquecimento depende da composição química do aço e principalmente do seu teor de carbono. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 39 A figura a seguir mostra de modo esquemático o crescimento do grão da austenita devido a temperaturas excessivas. Na prática, o máximo que se admite é 50C acima de A3 para os aços hipoeutetóides. Para os aços hipereutetóides, devido à necessidade de altas temperaturas para dissolução do carboneto de ferro, será inevitável o crescimento de grão de austenita. No tratamento térmico, o crescimento do grão de austenita é mais prejudicial que a presença de carboneto não dissolvido; assim, a temperatura recomendada é inferior à linha Acm, mais precisamente, 50C acima de A1. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 40 Tempo de permanência na temperatura de aquecimento - o tempo de permanência na mesma temperatura deve ser o suficiente para que as peças se austenitizem de modo uniforme em toda a secção. Se o tempo de permanência for além do necessário, pode haver indesejável crescimento dos grãos de austenita. Empiricamente, adotam- se 2 minutos por milímetro de espessura. Assim, para uma peça com 20mm de espessura serão necessários 40 minutos de permanência na temperatura de aquecimento para a completa difusão dos elementos da liga na austenita. Resfriamento - Este é o fator mais importante do ponto de vista de tratamento térmico, pois a velocidade de resfriamento determinará efetivamente a estrutura e as propriedades finais desejadas. Os meios de resfriamento usuais são: ambiente do forno, ar e meios líquidos. O quadro abaixo apresenta em ordem crescente de velocidade alguns meios de resfriamento. Meio de resfriamento Solução aquosa a 10% NaOH Solução aquosa a 10% NaCL Solução aquosa a 10% Na2CO3 Água a 0ºC Água a 18ºC Água a 25ºC Óleo 1 Óleo 2 Óleo 3 Água a 50ºC Tetracloreto de carbono Água a 75ºC Água a 100ºC Ar liquido Ar Vácuo SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 41 A próxima figura permite comprovar a importância do diagrama de resfriamento contínuo na determinação dos constituintes e suas respectivas propriedades, que resultam de quando os aços são submetidos a diferentes velocidades de resfriamento. Examinando a figura podemos concluir que: um aço esfriado muito lentamente, no forno, por exemplo (curva A), começa a se transformar em perlita ao atingir o ponto Ai e, ao atingir Af, é inteiramente Transformado em perlita. Essa perlita é de granulação grosseira e apresenta baixa dureza; logo, aços esfriados muito lentamente apresentam, em temperatura ambiente, o constituinte perlita de granulação grosseira e de baixa dureza. Com esfriamento mais rápido, em ar, por exemplo (curva B), o aço apresentará perlita fina, com dureza elevada. Com velocidade de esfriamento maior, em óleo (curva C), a transformação iniciada em Ci e terminada em Cf dá como constituinte perlita mais fina, com dureza maior. Com resfriamento ainda mais rápido (curva D), verifica-se que o início de transformação se dá no ponto Di. A velocidade de esfriamento agora é tal que não possibilita que a curva de esfriamento D toque na curva de fim de transformação, de modo que a transformação em perlita apenas se inicia, interrompendo-se em seguida e, ao atingir o ponto DMi, a austenita que não se transformou passa a martensita, cuja formação termina em DMf. A estrutura resultante dessa velocidade de esfriamento é simultaneamente perlita e martensita. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 42 Com esfriamento muito rápido (curva F), em água, verifica-se que a curva de esfriamento não toca na curva de transformação, de modo que não há transformação da austenita em produto lamelar, mas simplesmente passagem a martensita, quando, no esfriamento, são atingidas as temperaturas correspondentes a Mi e Mf. Logo, os aços esfriados mais rapidamente são os mais duros. Há uma curva de esfriamento (curva E), que tangencia a curva C de início de transformação para esfriamento contínuo. Essa velocidade de esfriamento, denominada velocidade crítica de têmpera, indica que é desnecessário esfriar-se o aço mais rapidamente para que se produza estrutura martensítica. Pode-se definir a velocidade crítica de esfriamento (ou de têmpera) como “a menor velocidade de esfriamento que produzirá estrutura inteiramente martensítica”. Em última análise, o tratamento térmico será escolhido de acordo com a estrutura e as propriedades que se desejam. Assim, quando se visa obter a máxima dureza, deve-se procurar produzir a estrutura martensítica, isto é, escolher um tratamento térmico com esfriamento rápido. Quando se visa ao mínimo de dureza, é necessária a estrutura perlítica, ou seja um resfriamento lento. Efeitos da secção da peça - A velocidade de esfriamento é afetada pela secção da peça, pois seu interior se esfria mais lentamente que a superfície. A figura abaixo mostra de modo esquemático o esfriamento do centro e o da superfície de uma peça em três meios de esfriamento diferentes. Formas de tratamento térmico do aço Recozimento - é o tratamento térmico que visa reduzir a dureza do aço, aumentar a usinabilidade, diminuir a resistência à tração, remover tensões de trabalhos a frio ou a quente, atingindo a microestrutura ou as propriedades desejadas. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 43 Existem, basicamente, 3 tipos principais de recozimento: Recozimento total ou pleno; Recozimento para alívio de tensões ou subcrítico; Esferoidização. Recozimento total ou pleno - consiste em austenitizar o aço a uma temperatura de mais ou menos 50C acima da linha A3 para aços hipoeutetóides e de 50C acima de A1 para hipereutetóides. O aço deve ser mantido nesta temperatura o tempo suficiente para que ocorra a solubilização do carbono e dos outros elementos de liga na austenita. Em seguida, deve-se fazer um resfriamento lento dentro do próprio forno, controlando-se a velocidade de resfriamento de aproximadamente 25C por hora. O diagrama de fase Fe-C apresentado abaixo mostra de modo esquemático as faixas de temperatura para o recozimento pleno. Obtém-se, no recozimento pleno, uma estrutura de perlita grosseira que é a microestrutura ideal para melhorar a usinabilidade dos aços de baixo e médio teor de carbono (0,2% a 0,6%C); para aços de alto carbono, é preferível a estrutura “esferoidita”; obtida pelo coalescimento. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 44 A figura a seguir indica que os constituintes estruturais que resultam do recozimento pleno são: perlita para os aços eutetóide, perlita e ferrita para os aços hipoeutetóides e perlita e cementita para os aços hipereutetóides. Recozimento para alívio de tensões ou subcrítico - consiste no aquecimento do aço a uma temperatura entre 10C e 20C abaixo de A1, objetivando aliviar tensões provocadas por transformações mecânicas, corte por chama, soldagem, etc. A peça deve ser mantida a essa temperatura de 1 a 2 horas e, em seguida, resfriada lentamente no próprio forno, na cal ou ao ar livre. A figura a seguir mostra esquematicamente as faixas de temperaturas utilizadas no recozimento para alívio de tensões ou subcrítico. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 45 Esferoidização - o recozimento de esferoidização aplica-se principalmente em aços de médio e altoteor de carbono, com a finalidade de melhorar a usinabilidade. O tratamento objetiva transformar a rede de lâminas de cementita, em forma globular ou esferoidal de carboneto, em aço. A figura a seguir mostra esquematicamente a microestrutura do aço, antes e após o recozimento de esferoidização. N ov o T el ec ur so T ra ta m en to té rm ic o. T ra ta m en to d e su pe rf íc ie . 2 01 0 Imagem de esferoidita em microscópio metalográfico N ov o T el ec ur so T ra ta m en to té rm ic o. T ra ta m en to d e su pe rf íc ie . 2 01 0 Representação de esferoidização SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 46 Para ocorrer essa transformação, o aço deve ser aquecido entre 680C e 750C. Esta temperatura deve ser mantida o tempo suficiente para homogeneizar a temperatura em toda a peça e o resfriamento deve ser lento, cerca de 10 a 20C por hora. A figura a seguir mostra esquematicamente as faixas de temperaturas utilizadas no recozimento de esferoidização. Normalização - esse tratamento térmico consiste na austenitização completa do aço, seguida de resfriamento em ar tranqüilo. A figura a seguir mostra no diagrama Fe-C que a faixa de temperatura para a normalização, supera a linha A3 para os aços hipoeutetóides e a linha Acm para os aços hipereutetóides. Essa temperatura situa-se entre 35C e 40C, conforme o teor de carbono do aço em consideração. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 47 O objetivo deste tratamento é obter uma microestrutura mais fina e homogênea dos cristais. A normalização é usada no aço, após a fundição, forjamento ou laminação, preparando-o para uma boa resposta à têmpera. Têmpera - é um tratamento térmico que executamos no aço com teor de carbono maior que 0,3%C, com a finalidade de obter combinações de dureza e resistência mecânica. A estrutura que permite tais combinações é a estrutura martensítica. A têmpera é composta por um conjunto de três etapas: aquecimento, manutenção numa determinada temperatura e resfriamento. No aquecimento, o aço deve ser austenitizado em torno de 50C acima da linha A3 para aços hipoeutetóides. Para aços hipereutetóides a temperatura é de 50C acima de A1, isto é, nos aços hipoeutetóides a ferrita e a perlita se transformam em austenita. Nos aços hipereutetóides a perlita se transforma em austenita e a cementita continua inalterada por ser um constituinte duro. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 48 A figura a seguir mostra no diagrama Fe-C a faixa de temperatura de têmpera em função da porcentagem de carbono no aço. A permanência do aço numa determinada temperatura deve ser suficiente para que a superfície e o centro da peça adquiram a mesma temperatura e ocorra a solubilidade completa do carbono. Como regra, 2 minutos por milímetro de espessura do material são suficientes. O resfriamento na têmpera determina efetivamente a estrutura martensítica, portanto ele deve ser feito em um meio que possibilite uma curva de resfriamento que passe à esquerda do cotovelo da curva em C, evitando assim a transformação da austenita em produtos normais. A figura a seguir mostra a curva de resfriamento para temperar aço 1080; a linha Mi indica o início, e a linha Mf, o fim da transformação da austenita em martensita. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 49 Revenido - é um tratamento térmico que normalmente se realiza após a têmpera com a finalidade de aliviar as tensões internas, diminuir a dureza excessiva e a fragilidade da martensita temperada, e, assim, aumentar a ductilidade e resistência ao choque. O revenido deve ser feito logo após a têmpera, para se evitar a perda de peças por ruptura provocada pelas tensões da têmpera. A figura a seguir mostra de modo esquemático o ciclo de têmpera e revenido. A temperatura do revenido varia em função do tipo de aço, dureza e característica mecânica desejada. O diagrama abaixo permite avaliar o efeito da temperatura de revenido sobre a dureza e a resistência ao choque de um aço 1045 temperado. Cada material possui uma curva característica. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 50 A temperatura de revenido também tem o objetivo de regularizar a dureza. Isso pode ser feito de duas maneiras. Uma delas é experimental, e se revine a peça aos poucos a partir de 100C, medindo-se a dureza em cada faixa até que se obtenha a dureza desejada. Outra maneira é a consulta aos diagramas de revenido, onde se lê diretamente o valor da temperatura em função da dureza desejada. Um exemplo de aplicação do diagrama é apresentado na figura abaixo. A manutenção numa determinada temperatura é um importante fator para peças de massa elevada. Como regra, deve-se manter por 60 minutos, adicionando-se uma hora para cada polegada de espessura da peça. O esfriamento após o revenido é feito em ar livre, salvo nos casos de aços que sofrem um fenômeno chamado fragilidade ao revenido (aços ligados ao Cr e Ni), quando revenidos nas faixas entre 260C e 315C e, também, entre 450C e 600C. É recomendado que, no caso de dúvida quanto à susceptibilidade do aço a este problema ou quando o revenido tiver que ser feito nestas faixas de temperatura, que seja seguido de resfriamento brusco em água fria. Tratamentos Isotérmicos Esses tratamentos baseiam-se no conhecimento das curvas em C ou TTT e nos fenômenos que ocorrem durante o aquecimento e o resfriamento dos aços, possibilitando substituir com vantagens os tratamentos térmicos convencionais. Dentre esses tratamentos, destacam-se a austêmpera e a martêmpera. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 51 Austêmpera - esse tratamento isotérmico aproveita as transformações da austenita que ocorrem a uma temperatura constante. O constituinte que se origina na austêmpera é a bainita, que se caracteriza pela alta ductilidade, tenacidade e resistência mecânica, conhecida como “efeito mola”, portanto, com propriedades superiores à da martensita revenida. A austêmpera consiste em submeter o aço a uma seqüência de operações e transformações: aquecimento a uma temperatura que possibilite a austenitização; como regra, seguir os parâmetros de aquecimento da têmpera; resfriamento num banho mantido a uma temperatura constante, geralmente entre 260C e 400C; permanência no banho a essa temperatura para, isotermicamente, ocorrer a transformação da austenita em bainita; resfriamento até a temperatura ambiente, em ar livre ou banho de sal. A figura a seguir representa esquematicamente o diagrama de transformação da austêmpera. Martêmpera - esse tratamento consiste em interromper o resfriamento a partir da temperatura de austenitização, de modo a retardar o resfriamento do aço por alguns instantes em uma temperatura pouco superior à linha MI (temperatura de início da transformação martensítica), resultando numa uniformização de temperatura na superfície e no centro das peças submetidas a esse tratamento. Esse procedimento diminui a perda de peças por trincas e empenos, que são defeitos causados pelo resfriamento rápido da têmpera convencional. A martêmpera consiste em submeter o aço a uma seqüência de operações: SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 52 Aquecimento a uma temperatura de austenitização; Resfriamento num meio fluido quente (óleo quente, banho de sal) até uma temperatura acima da transformação martensítica (linha Mi); Manutenção nesse meio de resfriamento até a uniformização da temperatura entre a superfície e o núcleo da peça; Resfriamento posterior a uma velocidade moderada (geralmente em ar) de modo a prevenir diferenças de temperatura entre a superfície e o núcleo das peças. Após a martêmpera, as peças são submetidas a uma operação comum de revenido, como se tivessem sido temperadas. A figura a seguir representaesquematicamente o diagrama de transformação da martêmpera. Têmpera superficial - Na têmpera superficial produz-se uma mudança da estrutura cristalina localizada apenas na superfície do aço, que adquire as propriedades e características típicas da estrutura martensítica. Esse processo tem como objetivo aumentar consideravelmente a resistência ao desgaste na superfície e manter a tenacidade do núcleo das peças tratadas. Devem ser empregados aços de 0,3% a 0,6% de teor de carbono. A têmpera superficial pode ser realizada por dois processos: chama e indução. Têmpera por chama - o aquecimento da peça é feito por meio da incidência de uma chama oxiacetilênica na superfície da peça, a uma temperatura acima da zona crítica (727C), atingindo uma camada predeterminada a endurecer; em seguida é feito um resfriamento por jateamento de água. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 53 Existem dois métodos de aquecimento para têmpera superficial, circular e linear. A figura a seguir mostra esquematicamente uma peça submetida ao método circular combinado com o movimento progressivo giratório. A próxima figura mostra esquematicamente um dispositivo próprio para têmpera superficial linear. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 54 Têmpera superficial por indução - O calor para aquecer a peça até a temperatura de austenitização pode ser gerado na própria peça por indução eletromagnética.A peça a ser temperada é colocada dentro de uma bobina. Um gerador fornece a corrente elétrica de alta freqüência, que cria um campo magnético na bobina. Esse campo magnético provoca um fluxo de corrente elétrica na peça (princípio de indução). O aquecimento da peça é gerado pela resistência do material ao fluxo da corrente elétrica. A figura a seguir mostra o processo de têmpera superficial por indução. N ov o T el ec ur so T ra ta m en to té rm ic o. T ra ta m en to d e su pe rf íc ie . 2 01 0 Equipamento para têmpera superficial por indução Alcançada a temperatura de têmpera, resfria-se rapidamente a peça por meio de um jato de água ou óleo. Tratamentos termoquímicos Os processos termoquímicos são aplicados nos aços com baixo teor de carbono com o objetivo de aumentar sua dureza superficial e a resistência ao desgaste, mantendo o núcleo dúctil e tenaz. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 55 Absorvendo um elemento endurecedor, o material modifica sua composição química superficial. A figura a seguir ilustra esta situação. Os tratamentos termoquímicos mais usados são: cementação; nitretação; carbonitretação; boretação. Esses tratamentos são feitos com substâncias sólidas, líquidas ou gasosas. Cementação - aplica-se a aços com até 0,30% de carbono e com baixo teor de elementos de ligas. A cementação é aplicada em peças como engrenagens, eixos, parafusos, etc., que necessitam de resistência mecânica e de alta dureza na superfície e núcleo dúctil com boa tenacidade. O aço é colocado em um meio rico em carbono e aquecido a uma temperatura acima da temperatura de transformação em austenita, pois neste estado ele consegue dissolver melhor o carbono. A profundidade de penetração do carbono depende do tempo de cementação. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 56 O diagrama abaixo mostra a influência do tempo e da temperatura na penetração superficial de carbono. Como o processo se dá por difusão, a camada superficial apresentará grande saturação do elemento carbono na superfície, decrescendo em direção ao núcleo como mostra a figura abaixo. As temperaturas de cementação mais elevadas favorecem a penetração reduzindo o tempo de cementação, porém, conferem uma granulação mais grosseira, o que reduz os limites de resistência a tração, torção, flexão, etc. Os valores mais usuais de temperatura de cementação oscilam de 850C a 950C. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 57 O tempo de cementação é determinado em função da espessura da camada cementada desejada, da temperatura e do meio cementante. Obviamente, quanto maior for o tempo e mais alta a temperatura, mais profunda será a camada. A tabela abaixo relaciona o tipo de cementação com os meios cementantes. Tipo de cementação Meios cementantes Sólida (caixa) Carvão vegetal duro Carvão coque 20% Ativadores 5 a 10% Líquida (banho em sais fundidos) Cianeto de sódio Cianeto de bário Cianato de sódio Cianato de bário Outros sais Gasosa (fornos de atmosfera) Gás metano Gás propano, etc. Os aços, depois de submetidos à cementação, devem ser temperados; geralmente não se faz o revenido, mas, se for necessário aliviar as tensões residuais da têmpera, faz- se, então o revenido com temperatura entre 160 e 200C. Nitretação - é um tratamento termoquímico de endurecimento superficial semelhante à cementação, que se caracteriza pela introdução superficial de nitrogênio no aço até uma certa profundidade, sob a ação de um ambiente nitrogenoso a uma temperatura determinada, para formar uma camada dura de nitretos. A nitretação é realizada com os seguintes objetivos: obtenção de elevada dureza superficial, maior do que nos outros processos, exceto na boretação; aumento da resistência ao desgaste; aumento da resistência à fadiga; aumento da resistência à corrosão; melhoria de resistência superficial ao calor. A nitretação é realizada com temperatura inferior à zona crítica, de 500C a 560C, tornando as peças menos suscetíveis a empenamentos ou distorções. Após a nitretação, não é necessário têmpera para produzir dureza na camada nitretada. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 58 A nitretação pode ser feita em meio líquido ou gasoso. O nitrogênio introduzido na superfície do aço combina-se com o ferro, formando uma camada de nitreto de ferro de elevada dureza. Na nitretação gasosa, o elemento nitretante é a amônia que se decompõe, parcialmente, fornecendo o nitrogênio. Nesse processo, o tempo de formação da camada é muito grande, como mostra o gráfico abaixo. Na nitretação líquida, o meio nitretante são banhos de sais fundidos, em geral cianetos e cianatos, responsáveis pelo fornecimento do nitrogênio. A nitretação líquida apresenta vantagens sobre a gasosa, pois confere ao açocamadas mais profundas em menos tempo e reduz a possibilidade de deformações. Oferece bons resultados também para os aços ao carbono. O gráfico a seguir mostra a influência do carbono e dos elementos de liga na profundidade da camada nitretada. Nota-se que a profundidade de penetração é tanto menor, quanto maior o teor de carbono. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 59 Carbonitretação - é um processo de introduzir carbono e nitrogênio no aço a partir de uma mistura gasosa apropriada. O carbono provém de um gás rico em carbono e o nitrogênio a partir da amônia. É um processo misto de cementação a gás e nitretação a gás, e sua temperatura varia de 700C a 900C. O objetivo principal da carbonitretação é formar no aço uma camada resistente ao desgaste, de 0,07mm a 0,7mm, e é usada geralmente em peças de pequeno porte, como componentes de máquinas de escrever, carburadores, relógios e aparelhos eletrodomésticos. Boretação - é o processo mais recente entre os tratamentos superficiais nos aços carbono, aços liga, ferro fundido comum e nodular. O processo consiste no enriquecimento superficial do aço com de boro e se efetua em meio sólido de carboneto de boro a uma temperatura de 800C a 1.050C. O composto formado na superfície da peça boretada é o boreto de ferro, com dureza elevadíssima, que, medida na escala Vickers, alcança 1.700kgf/mm2 a 2.000kgf/mm2 (16.680MPa a 19.620MPa). A alta dureza da camada boretada oferece elevada resistência ao desgastee resistência à corrosão. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 60 Essa camada é resultado do tempo de boretação que varia de 1 a 8 horas. O diagrama a seguir permite verificar a profundidade da camada boretada em função do tempo e da temperatura. O aço boretado é usualmente temperado e revenido. Créditos Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010 Elaboradores: Regina Célia Roland Novaes Selma Ziedas Conteudistas: Abílio José Weber Adriano Ruiz Secco Ilustradores: José Joaquim Pecegueiro José Luciano de Souza Filho Leury Giacomeli Antonio Varlese Celso De Hypólito Eduardo Francisco Ferreira Eugenício Severino da Silva Humberto Aparecido Marim José Carlos de Oliveira José Serafim Guarnieri Manoel Tolentino Rodrigues Filho Rinaldo Afanasiev Roberto Aparecido Moreno Referência SENAI.SP. Tecnologia aplicada II - Caminhão Betoneira Cara Chata. São Paulo, 1998. 184 p. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 61 Adaptado pelo Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010 Elementos comuns União mecânica A união mecânica consiste em juntar duas ou mais peças, estabelecendo, assim, uma conexão entre elas. Existem três formas básicas de uniões: União por fechamento de força: que se caracteriza pelo aperto de uma peça sobre a outra criando uma área de grande atrito. Exemplo Transmissão por correia em V; União por fechamento de forma: que se caracteriza pelo encaixe de uma peça na outra. Exemplo Transmissão por corrente tipo bicicleta. União por material: que se caracteriza pela aderência de uma peça sobre a outra. Exemplo Peças coladas ou soldadas. Uniões mecânicas SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 62 A seguir estudaremos alguns elementos que atuam nas uniões mecânicas. Pino O pino tem como finalidade alinhar ou fixar os elementos de máquinas. A figura seguinte mostra um pino alinhando uma tampa que foi fixada por parafuso no corpo da máquina e uma lavanca no eixo através de pino. No vo T el ec ur so E le m e nt os d e M á qu in as 1 . 20 10 Montagem de conjuntos com pino Os pinos se diferenciam pelas seguintes características: Utilização; Forma; Tolerâncias de medidas; Acabamento superficial; Material; Tratamento térmico. N ov o T el ec ur so E le m e nt os d e M á qu in as 1 . 20 10 Pinos SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 63 Pino cônico Pino cônico com rosca de fixação Pino cônico com porca de extração Pino estriado A superfície externa do pino estriado recebe três entalhados que formam ressaltos. A forma e comprimento dos entalhes determinam os tipos de pinos. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 64 A fixação desse pino é feita diretamente no furo por broca, dispensando o acabamento e a precisão do furo alargado. N ov o T el ec ur so E le m e nt os d e M á qu in as 1 . 20 10 Diferentes entalhes em cavilha Pino tubular partido É fabricado com fita de aço de mola enrolada. Ao ser introduzido no furo ele se prende na parede do furo pela força elástica de aperto. O furo não precisa ser alargado e esse tipo de união se solta facilmente quando existe vibração ou solicitação freqüente. Pino cupilhado DIN 1433 a 1438 Utilizado como eixo curto para uniões articuladas ou para suportar rodas, polias, cabos, etc. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 65 No vo T el ec ur so E le m e nt os d e M á qu in as 1 . 20 10 Pino sem cabeça No vo T el ec ur so E le m e nt os d e M á qu in as 1 . 20 10 Pino com cabeça Para suportar esforços de flexão e cisalhamento os pinos cupilhados são fabricados com: Pino sem cabeça - aço redondo estirado 9520k, St50k ou C35k; Pino com cabeça - St50, St60 ou C35; Pino com pivô roscado - material para parafuso 5.6. Observação Os pinos de guia, que servem para alinhar os elementos de máquinas, devem estar à maior distância possível entre si para diminuir os esforços cortantes. Quanto menor a proximidade entre os pinos, maior o risco de cisalhamento e menor precisão de ajuste. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 66 Parafuso O parafuso é um elemento mecânico de união que realiza, geralmente, uniões com fechamento de forças. Segundo as normas, os parafusos se diferenciam pela rosca, forma da cabeça, pescoço e a forma de acionamento. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 67 A figura seguinte mostra diferentes tipos de cabeças de parafusos. Novo Telecurso Elementos de Máquinas 1. 2010 SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 68 Usa-se parafuso sem cabeça com pontas especiais, quando existe a necessidade de embutir o parafuso. No vo T el ec ur so E le m e nt os d e M á qu in as 1 . 20 10 Parafuso sem cabeça com sextavado interno N ov o T el ec ur so E le m e nt os d e M á qu in as 1 . 20 10 Tipos de pontas de parafusos e representações técnicas As uniões roscadas, união por fechamento de força, sujeitas a solicitação transversal, necessitam de recursos adicionais para proteger o parafuso contra o cisalhamento e manter o posicionamento das partes. No vo T el ec ur so E le m e nt os d e M á qu in as 1 . 20 10 Tipos de montagens com parafusos passantes SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 69 Quando o parafuso está sujeito a forças de serviço severas, como, por exemplo, pressão de um gás, pressão de líquidos, pressão de explosão, etc., a união é feita através de parafusos com colo de dilatação. O aperto da união através de parafusos com o colo de dilatação deve ser calculado considerando: Elasticidade do colo de dilatação; Contração e dilatação das peças do conjunto; Coeficiente de segurança. Conjunto sem carga Forças que atuam sobre o parafuso FV = Força de tensão prévia medida através da chave dinamométrica Tensão prévia SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 70 F ’ v = Força de tensão prévia residual; Fb = Força de serviço; F2; F3 = Forças que atuam sobre o parafuso. Conjunto com carga dilatada por calor O parafuso com colo de dilatação absorve principalmente forças pulsatórias, ou seja, a força a absorver aumenta até um valor máximo e depois retrocede; como exemplo pode ser citado o motor do automóvel. Como F2 e F3, foças que atuam sobre o parafuso, dependem da Fb, e Fb é um dado que só o fabricante da máquina ou equipamento tem, é importante no uso de parafusos com colo de dilatação seguir rigorosamente o catálogo do fabricante. Porca A porca, um dos elementos de união mecânica, é fabricada em vários formatos segundo a aplicação. a. porca hexagonal; b. porca quadrada; c. porca cega; d. porca coroa; e. porca ranhurada; f. porca de fenda; g. porca de dois furos; h. porca de quatro furos em cruz. SENAI-SP – INTRANET – AA321-10 71 Para a resistência da união, através de parafuso e porca, é necessário que a porca tenha uma altura suficiente para resistir aos esforços e às montagens e desmontagens sem espanar. Como regra geral, a altura da porca é igual ao diâmetro nominal da rosca. Exceção a essa regra é feita à porca cega, onde a altura da rosca é igual a 0,8 do diâmetro nominal da rosca, e porcas para pequenos esforços, onde a altura é igual a 0,5 do diâmetro nominal da rosca. d1 = 6mm m = 5mm d2 = 9mm s = 10mm e1 = 11,05mm 8 = classe de resistência Porca hexagonal