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AULA 1 
FINANCIAMENTO DO CAPITAL 
DE GIRO E FLUXO DE CAIXA
Prof. Francisco de Oliveira Cruz Granatto 
 
 
02 
CONVERSA INICIAL 
O curso de MBA (Master in Business Administration) tem o intuito de 
promover reflexão, debate e aprimoramento de conteúdos teórico-práticos 
gerenciais e administrativos. Quando direcionado à área de Gestão Financeira, 
Controladoria e Auditoria, deve proporcionar conteúdo e ferramentas para a 
alavancagem do desempenho profissional e organizacional. 
Com base nesse preceito, a disciplina de Financiamento do Capital de Giro 
e Fluxo de Caixa é estruturada em seis aulas segmentadas, abordando assuntos 
de relevância para o tema. 
• Aula 01 – Conceitos Básicos de Financiamento de Capital de Giro; 
• Aula 02 – Prazos Médios; 
• Aula 03 – Ciclometria; 
• Aula 04 – Fluxo de Caixa; 
• Aula 05 – Ativos e Passivos: Financeiros e Operacionais; 
• Aula 06 – Gestão do Capital de Giro. 
Desta forma, a presente aula versará sobre os Conceitos Básicos de 
Financiamento de Capital de Giro, momento este em que iniciaremos o estudo 
sobre temas que proporcionarão o embasamento teórico relacionado ao tema. 
Tenha uma excelente aula! 
 
 
CONTEXTUALIZANDO 
O universo competitivo no qual hoje em dia as empresas se encontram 
promove uma espécie de seleção natural, nos moldes da teoria de Darwin. Apenas 
os mais aptos tendem a sobreviver em um cenário de alta especialização e 
concorrência, impactando diretamente na saúde financeira e emocional das 
entidades. 
Em virtude disso, os resultados obtidos, em sua grande maioria, são 
considerados justos quando analisados pelo viés dos proprietários, que, muitas 
vezes, não conseguem ter margem para manter sua operação. 
A única saída obtida pelas empresas é buscar capital para a manutenção 
de suas operações e, assim, continuar em atividade, porém os custos desses 
 
 
03 
valores na sua maioria são exorbitantes. Isso força o empresário a estudar as 
possibilidades e benefícios que cada opção acarretará à empresa. 
TEMA 1 – CAPITAL DE GIRO 
Quando o intuito é conhecer o tema Financiamento de Capital de Giro, é 
imprescindível que o seu início percorra alguns caminhos já estudados, 
principalmente na sua base conceitual. Para isso, é preciso relembrar o conceito 
de Capital de Giro. 
Sabe-se que, para o funcionamento de uma empresa, é preciso uma 
construção do seu capital, que normalmente vislumbramos no seu ativo 
empresarial. Ele é composto por recursos que possuem renovação lenta, 
antigamente conhecidos como ativo permanente, e recursos que possuem um 
ciclo de renovação rápida, conhecidos como ativo circulante. 
Quadro 1 – Ativos empresariais 
Renovação Rápida Renovação Lenta 
• Dinheiro 
• Créditos 
• Estoques 
• Imóveis 
• Máquinas 
• Equipamentos 
 
O Capital de Giro representa o conjunto de valores para a empresa girar o 
seu negócio, ou seja, é considerado o ativo circulante que promove a 
operacionalização diária das atividades da empresa. 
𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 𝒅𝒅𝒅𝒅 𝑮𝑮𝑪𝑪𝑮𝑮𝑮𝑮 = 𝑨𝑨𝑪𝑪𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅 
O ativo circulante é composto por diversas contas: 
• Disponibilidades: caixa, bancos, títulos para negociação imediata; 
• Valores a receber em curto prazo: clientes; 
• Estoques; 
• Despesas Antecipadas. 
São itens de fácil conversão em moeda corrente e normalmente possuem 
prazo de realização de no máximo até o final do próximo exercício. Esse fator 
(tempo de conversão) é um diferencial no enquadramento do ativo no conceito de 
capital de giro, e será visto adiante quando estudarmos o tema ciclometria. 
 
 
04 
O ponto estrutural para o ativo circulante (capital de giro) está sedimentado 
nas disponibilidades, pois é com a utilização delas que a empresa compra 
matérias-primas e produtos para revenda, além de desenvolver as suas 
atividades. Retornando à estruturação do balanço patrimonial, na Figura 1 temos, 
do lado esquerdo, os bens e direitos, e, do lado direito, nossas obrigações. Sabe-
se que esses bens e direitos são financiados pelo lado direito, no qual temos o 
capital próprio (patrimônio líquido) e o capital de terceiros (passivo circulante e 
não circulante). 
Normalmente, as empresas buscam recursos de curto prazo com o intuito 
de financiar as atividades de curto prazo, pois essa relação influencia diretamente 
os indicadores de liquidez. O ideal é que a empresa possua capital de giro 
suficiente para cobrir suas obrigações (passivo circulante), caso contrário, será 
necessário buscar capital para sustentar a operação. Quando a empresa possui 
recursos excedentes às suas necessidades, chamamos de Capital Circulante 
Líquido ou Capital de Giro Líquido. 
Figura 1 – Estruturação do Balanço Patrimonial 
Ativo Circulante (AC) Realizável a Longo Prazo (RLP) 
Ativo Permanente Passivo Circulante (PC) 
Exigível Longo Prazo (ELP) Patrimônio Líquido (PL) 
 
CCL = CGL = Ativo Circulante - Passivo Circulante 
• CCL = Capital Circulante Líquido; 
• CGL = Capital de Giro Líquido. 
Quando o ativo circulante é maior que o passivo circulante, temos uma 
situação de liquidez positiva, ou seja, a empresa tem capacidade de pagamento 
de suas contas. Caso o ativo circulante seja menor que o passivo circulante, 
tempos um Capital de Giro Líquido negativo. 
 
 
05 
TEMA 2 – CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO 
O Capital de Giro Líquido, também chamado de Capital Circulante Líquido, 
por definição é a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante. 
Capital Circulante Líquido = Capital de Giro Líquido 
Capital Circulante Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante 
Capital de Giro Líquido = Ativo Circulante - Passivo Circulante 
Esse indicador representa a liquidez da empresa, ou seja, reflete a 
capacidade de pagamento de suas contas, ou, como alguns autores gostam de 
defender, a capacidade da empresa de gerenciar a relação entre fornecedores e 
clientes com base nas atividades principais e complementares. 
O grande desafio está na gestão financeira de curto prazo, administrando 
cada item que compõe o ativo circulante com o intuito de maximizar o lucro e 
minimizar o risco da atividade. 
O Capital de Giro Líquido representa a quantia de capital que sobra em 
relação às obrigações de curto prazo, porém, como já sabemos, os bens e direitos 
são proporcionados com base no capital próprio e de terceiros. Um CCL/CGL 
positivo demonstra que parte desse capital de giro é proporcionado pelo passivo 
circulante de longo prazo (capital de terceiros) ou até mesmo pelo capital próprio. 
Isso demonstra que a necessidade da empresa se encontra superestimada. 
Caso o CCL/CGL encontre-se negativo, isso demonstra que as obrigações 
de curto prazo superam o valor das disponibilidades. Embora o primeiro impacto 
a ser percebido seja de que a empresa não tem como pagar suas obrigações a 
curto prazo, também é identificado que estas obrigações financiam os ativos 
permanentes, o que é um risco para empresa, pois o retorno do ativo permanente 
é considerado lento. 
É claro que o método para chegar aos valores do Capital de Giro Líquido 
passa por uma simples operação matemática de subtração. Em virtude disso, é 
reforçada a importância da análise por um profissional capacitado, com a 
finalidade de destrinchar as informações fornecidas pela Contabilidade. 
 
 
06 
Figura 2 – Exemplo de análise da composição do passivo de uma empresa em 
2011 
 
 
 
 
07 
Figura 3 – Exemplo de análise da composição do passivo de uma empresa em 
2012 
 
TEMA 3 – INDICADORES DE LIQUIDEZ 
Conforme Assaf Neto (2010), os indicadores de liquidez são propostos na 
capacidade de pagamento das obrigações, levando em consideração contas, 
bens e direitos de curto prazo. Diretamente relacionados ao capital de giro, elenca-
se três indicadores. 
1. Indicador de liquidez corrente 
O indicador de liquidez corrente assinala quanto existe de ativo circulante 
para cadaR$ 1,00 (um real) de obrigação a curto prazo. Esse índice demonstra a 
capacidade de conversão de bens em moeda. Embora o equilíbrio das contas seja 
 
 
08 
encontrado na relação 1:1, Padoveze (2000) entende que o índice pode ser 
considerado ótimo se for mantido acima de 1,50. Esse gap demonstra capital de 
giro proporcionado por capitais de terceiros de longo prazo ou capital próprio. É 
calculado da seguinte forma: 
 
𝑳𝑳𝑪𝑪𝑳𝑳𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝒅𝒅𝑳𝑳 𝑪𝑪𝑮𝑮𝑮𝑮𝑮𝑮𝒅𝒅𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅 =
𝑨𝑨𝑪𝑪𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅
𝑷𝑷𝑪𝑪𝑷𝑷𝑷𝑷𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅
 
Gráfico 1 – Índice de liquidez corrente de uma empresa 
 
2. Indicador de liquidez seca 
O indicador de liquidez seca designa quanto existe de ativo circulante para 
cada R$ 1,00 (um real). Porém, diferente do indicador de liquidez corrente, 
desconsidera os valores pertencentes às contas de estoque e despesas 
antecipadas. A justificativa para exclusão dessas contas está na questão de que 
o estoque não é convertido em disponibilidade imediatamente (primeiro é alocado 
na conta clientes). Já as despesas antecipadas não representam despesas do 
exercício, logo, não podem ser consideradas. A liquidez seca é calculada da 
seguinte forma. 
𝑳𝑳𝑪𝑪𝑳𝑳𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝒅𝒅𝑳𝑳 𝑺𝑺𝒅𝒅𝑪𝑪𝑪𝑪 =
𝑨𝑨𝑪𝑪𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅 − 𝑬𝑬𝑷𝑷𝑪𝑪𝑮𝑮𝑳𝑳𝑪𝑪𝒅𝒅𝑷𝑷 − 𝑫𝑫𝒅𝒅𝑷𝑷𝑪𝑪𝒅𝒅𝑷𝑷𝑪𝑪𝑷𝑷 𝑨𝑨𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝑪𝑪𝑷𝑷
𝑷𝑷𝑪𝑪𝑷𝑷𝑷𝑷𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅
 
 
 
 
09 
Gráfico 2 – Índice de liquidez seca de uma empresa 
 
3. Indicador de liquidez imediata 
O indicador de liquidez imediata demonstra uma relação direta entre o que 
a empresa possui de disponibilidades e as suas obrigações de curto prazo. Esse 
indicador se difere dos outros por considerar apenas as contas de disponibilidade. 
Segundo Assaf Neto (2010), o quociente tende a ter valores menores 
devido à falta de interesse das empresas em dispor de recursos monetários em 
caixa, visto que a rentabilidade desse ativo é irrisória. A liquidez imediata é 
calculada com a seguinte fórmula: 
𝑳𝑳𝑪𝑪𝑳𝑳𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝒅𝒅𝑳𝑳 𝑰𝑰𝑰𝑰𝒅𝒅𝒅𝒅𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 =
𝑫𝑫𝑪𝑪𝑷𝑷𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪í𝑨𝑨𝒅𝒅𝑪𝑪
𝑷𝑷𝑪𝑪𝑷𝑷𝑷𝑷𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅
 
 
 
 
010 
Gráfico 3 – Indicador de liquidez imediata de uma empresa 
 
TEMA 4 – INDICADORES DE PARTICIPAÇÃO 
A importância da criação de indicadores é pautada justamente na 
necessidade de compartilhar informações relevantes com os colaboradores 
envolvidos na atividade empresarial. O conceito base para o entendimento dos 
indicadores de participação é a já conhecida análise vertical. 
A análise vertical consiste em comparar um dos elementos de uma 
demonstração financeira, relacionando-o ao total do grupo em que se encontra. 
Quadro 2 – Conceitos de análise vertical 
PADOVEZE ASSAF NETO 
“A análise vertical é a análise da estrutura da 
demonstração de resultados e do balanço 
patrimonial, buscando evidenciar as 
participações dos elementos patrimoniais e 
de resultados dentro do total.” 
“A análise vertical é um comparativo em 
percentual de um componente a seu grupo 
dentro da demonstração contábil.” 
Fonte: Adaptado de Padoveze (2000) e Assaf Neto (2002). 
𝑵𝑵ú𝑰𝑰𝒅𝒅𝑮𝑮𝑮𝑮 − í𝑪𝑪𝒅𝒅𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅 = 
𝑽𝑽𝑽𝑽
𝑽𝑽𝑽𝑽
× 𝑽𝑽𝟏𝟏𝟏𝟏 
Onde: 
• V1: Valor contábil da conta; 
• VR: Valor contábil de referência. 
 
 
 
011 
4.1 Participação das disponibilidades 
Quando existe o interesse em demonstrar a participação das 
disponibilidades financeiras, é necessária a comparação com o total do capital de 
giro. 
𝑷𝑷𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪çã𝑮𝑮 𝒅𝒅𝑪𝑪𝑷𝑷 𝑫𝑫𝑪𝑪𝑷𝑷𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑫𝑫𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝑪𝑪𝒅𝒅𝒅𝒅𝑷𝑷 = 
𝑫𝑫𝑪𝑪𝑷𝑷𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑫𝑫𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝑪𝑪𝒅𝒅𝒅𝒅𝑷𝑷
𝑨𝑨𝑪𝑪𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅
 
Cabe ressaltar que o cálculo da participação das disponibilidades é 
dependente do procedimento de reclassificação das contas contábeis, visto que é 
preciso identificar e classificar as contas que compõem o ativo circulante para 
definir realmente o que pode ser considerado disponibilidade. As contas mais 
comuns envolvem caixa, bancos, aplicações financeiras de curto prazo. 
4.2 Participação de clientes 
Embora na grande maioria das empresas não receba a devida importância, 
a conta de Clientes (Contas a Receber) é uma das principais responsáveis por 
consolidar o perfil empresarial. 
𝑷𝑷𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪çã𝑮𝑮 𝒅𝒅𝒅𝒅 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝑷𝑷 = 
𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅𝑷𝑷
𝑨𝑨𝑪𝑪𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅
 
Quando a entidade demonstra um alto índice de participação de clientes, 
significa que é realizada a política agressiva de concessão de crédito comercial. 
Um dos principais impactos está relacionado à possibilidade de inadimplência. 
4.3 Participação dos estoques 
Sabe-se que o estoque representa a oportunidade de negócios para a 
empresa. Sua relação com o capital de giro, assim como a conta de Clientes, 
deixa transparecer a gestão empresarial. 
𝑷𝑷𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪çã𝑮𝑮 𝒅𝒅𝒅𝒅 𝑬𝑬𝑷𝑷𝑪𝑪𝑮𝑮𝑳𝑳𝑪𝑪𝒅𝒅𝑷𝑷 = 
𝑬𝑬𝑷𝑷𝑪𝑪𝑮𝑮𝑳𝑳𝑪𝑪𝒅𝒅𝑷𝑷
𝑨𝑨𝑪𝑪𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅
 
Altos índices podem demonstrar um acompanhamento ciclométrico 
deficiente. 
 
 
 
012 
TEMA 5 – OUTROS CONCEITOS SOBRE CAPITAL DE GIRO 
O universo que compõe o assunto Capital de Giro é enorme e, em virtude 
disto, diversos temas aparecem em seu estudo. O Financiamento do Capital de 
Giro é um ponto de alta relevância para entendermos a realidade da empresa. 
O índice de financiamento pode ser um indicador válido para a equipe da 
gestão, simplesmente pelo fato de que normalmente o capital de giro é suportado 
por empréstimos e financiamentos bancários. 
Í𝑪𝑪𝒅𝒅𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅 𝒅𝒅𝒅𝒅 𝑭𝑭𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑰𝑰𝒅𝒅𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮 = 
𝑬𝑬𝑰𝑰𝑪𝑪𝑮𝑮é𝑷𝑷𝑪𝑪𝑪𝑪𝑰𝑰𝑮𝑮𝑷𝑷+ 𝑭𝑭𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑰𝑰𝒅𝒅𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑷𝑷 + 𝑬𝑬𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑬𝑬𝑮𝑮𝑷𝑷
𝑨𝑨𝑪𝑪𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝒅𝒅
 
Ter um índice de financiamento consideravelmente baixo representa que o 
Capital de Giro é suportado por capital próprio ou fornecedores, ou seja, com 
linhas de crédito bancário reduzidas. 
5.1 Necessidade de Capital de Giro 
Uma gestão empresarial eficiente deve conhecer a sua atividade a fundo e 
reconhecer a necessidade de Capital de Giro, pois a alocação de recursos 
ineficiente pode levar ao desperdício de recursos financeiros. Como assim? 
Um Capital de Giro elevado (acima do necessário) demonstra a falta de 
conhecimento sobre a atividade e as necessidades da organização, além de que 
esse capital poderia ser aplicado em outros ativos da empresa. 
Um Capital de Giro baixo (abaixo do necessário) também demonstra uma 
falha no processo de gestão, pelo fato essa necessidade não ser reconhecida, o 
que, por consequência, restringirá a operação empresarial. 
É obvio que os valores relativos à necessidade de Capital de Giro são 
estimados, mas existem diversas ferramentas que podem servir de apoio para o 
seu cálculo, como o orçamento. A partir disso, a necessidade de capital de giro 
normalmente é estimada com base no ciclo financeiro ou nos demonstrativos 
contábeis. 
5.1.1 Com base no Ciclo Financeiro: 
Realizar a estimativa do Capital de Giro com base no Ciclo Financeiro é a 
forma escolhida pelas empresas no início das suas atividades, pois não possuem 
demonstrativos contábeis. É um método bem interessante, pois cria a 
possibilidade de reconhecimento da necessidade de valores no chamado caixa 
 
 
013 
operacional. É uma forma simples, porém muito efetiva, de estimativa e demanda 
um conhecimento da ciclometria empresarial. Este assunto seráabordado mais 
para a frente. 
5.1.2 Com base no Balanço Patrimonial: 
No momento em que decidimos utilizar as demonstrações contábeis como 
fonte para a elaboração da necessidade de Capital de Giro, o estudo toma a base 
do conteúdo inicial desta aula. 
A construção dos valores das contas contábeis possui algumas 
características específicas, como podemos entender sobre o conceito de contas 
flutuantes. 
As contas flutuantes ou transitórias, apesar de comporem ativo e passivo 
circulantes, não necessariamente representam uma necessidade empresarial de 
capital de giro. Retornamos neste ponto ao entendimento da relevância de realizar 
a reclassificação das contas contábeis, para que aí possam ser consideradas 
corretamente. Para isso, defende-se a seguinte classificação: 
Quadro 3 – Contas contábeis 
Ativo permanente: 
Formado pelos itens de longo prazo 
do ativo. Ex.: realizável a longo prazo, 
investimento, imobilizado. 
Passivo permanente: 
Formado pelos itens de longo prazo 
no passivo e recursos próprios. 
Ativo operacional: 
Representa os recursos utilizados 
nas operações da empresa que 
dependem das características do 
ciclo operacional. Ex.: clientes, 
estoques. 
Passivo operacional: 
Representa as contas vinculadas ao 
ciclo operacional. Ex.: fornecedores, 
salários. 
Ativo flutuante: 
Corresponde aos itens de curtíssimo 
prazo e de natureza transitória. Ex.: 
caixa, bancos. 
Passivo flutuante: 
Corresponde ao curtíssimo prazo do 
passivo que não tem vínculo direto 
com a operação empresarial. 
Fonte: Adaptado de Lima (S.d.). 
 𝑵𝑵𝑪𝑪𝑮𝑮 = 𝑨𝑨𝑪𝑪𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑶𝑶𝑪𝑪𝒅𝒅𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 − 𝑷𝑷𝑪𝑪𝑷𝑷𝑷𝑷𝑪𝑪𝑨𝑨𝑮𝑮 𝑶𝑶𝑪𝑪𝒅𝒅𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑮𝑮𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪𝑪 
 
 
 
014 
FINALIZANDO 
A evolução do mercado proporcionou um ambiente de concorrência hostil 
e fez com que as empresas buscassem cada vez mais a eficiência nas suas 
atividades, pois, nos últimos anos, salvo raras exceções, o mercado determina o 
preço do produto e cabe às empresas reduzirem seus custos. 
Com base nesse cenário, a disponibilidade de recursos tornou-se restrita e 
demandou um aperfeiçoamento do processo de gestão, a fim de evitar maiores 
desperdícios. 
Assim como a importância da área de custos, a gestão dos recursos 
disponíveis é um diferencial para obtenção do sucesso empresarial, visto que, se 
realizada corretamente, pode ser um fator de alavancagem. 
 
 
 
015 
REFERÊNCIAS 
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-
financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
_____. _____. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 
_____. _____. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
_____. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003. 
_____.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. São Paulo: Atlas, 
2002. 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 2. ed. Porto Alegre: 
Bookman, 2001. 
_____. _____. 10. ed. São Paulo: Pearson, 2004. 
LIMA, E. B. Capital de giro. Revista CADE, Rio de Janeiro, n. 7, S.d. Disponível 
em: 
<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad
=rja&uact=8&ved=0ahUKEwicqvHD-
tLYAhWN8oMKHXEDBFEQFggwMAE&url=http%3A%2F%2Fwww.mackenzie.br
%2Ffileadmin%2FFMJRJ%2Fcoordenadoria_pesq%2FRevista_CADE%2FCADE
_7%2Fgiro.doc&usg=AOvVaw0AVgv31y9asPhr5S_tbwRz>. Acesso em: 12 jan. 
2018. 
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de 
informação contábil. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.