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Sífilis - SanarFlix

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SUMÁRIO
1. Definição ....................................................................... 3
2. Epidemiologia .............................................................. 3
3. Agente etiológico e transmissão ......................... 4
4. Infecção local precoce e tardia .............................. 5
5. Manifestações clínicas ............................................. 6
6. Neurossífilis ................................................................15
7. Sífilis congênita .........................................................23
8. Diagnóstico ................................................................27
9. Interpretação dos casos ........................................30
10. Tratamento ..............................................................31
Referências bibliográficas ........................................35
3SÍFILIS 
1. DEFINIÇÃO
A sífilis é uma infecção sexualmente 
transmissível causada pela bactéria 
Treponema pallidum, da ordem das 
espiroquetas. As manifestações clíni-
cas da doença vão depender do está-
gio em que se encontra, como vere-
mos adiante.
2. EPIDEMIOLOGIA
Dados da Organização Mundial da 
Saúde (OMS) estimaram que em 
2016, houve cerca de 20 milhões 
de casos de sífilis em adolescentes 
e adultos, entre 15 e 49 anos, sen-
do 6,3 milhões de casos novos. Em 
2014, a taxa média foi de 17,2 casos 
SÍFILIS
Infecção 
sexualmente 
transmissível
Agente 
etiológico: 
Treponema 
 pallidum
Bactéria gram 
negativa Espiroqueta
por 100.000 mulheres e 17,7 casos 
por 100.000 homens, sendo mais 
prevalente em região de Pacífico Oci-
dental, seguido por África e América. 
Segundo a OMS, a situação da sífilis 
no Brasil não é diferente da de outros 
países. No novo Boletim Epidemio-
lógico, pode-se observar que a sífilis 
adquirida, agravo de notificação com-
pulsória desde 2010, teve sua taxa de 
detecção aumentada de 59,1 casos 
por 100.000 habitantes, em 2017, 
para 75,8 casos por 100.000 habi-
tantes, em 2018. Também em 2018, 
a taxa de detecção de sífilis em ges-
tantes foi de 21,4/1.000 nascidos vi-
vos, a taxa de incidência de sífilis con-
gênita foi de 9,0/1.000 nascidos vivos 
e taxa de mortalidade por sífilis con-
gênita foi de 8,2/100.000 nascidos 
vivos. Entretanto, apesar do aumento 
de casos notificados, nenhuma Uni-
dade da Federação (UF) apresentou 
taxa de incidência de sífilis congênita 
mais elevada que a taxa de detecção 
de sífilis em gestantes, o que pode 
refletir a melhora da notificação dos 
casos de sífilis em gestantes no país.
O Ministério da Saúde vem executan-
do diversas estratégias de abrangên-
cia nacional para o controle da sífilis 
no país, entre as quais: compra cen-
tralizada e distribuição de insumos 
de diagnóstico e tratamento (testes 
rápidos, penicilina benzatina e crista-
lina); desenvolvimento de instrumen-
tos de disseminação de informação 
estratégica aos gestores, auxiliando 
4SÍFILIS 
a tomada de decisão; realização de 
Campanha Nacional de Prevenção; 
e desenvolvimento de estudos e 
pesquisas voltados para o enfrenta-
mento da sífilis no SUS.
Figura 1. Evolução das taxas de sífilis de 2010 a 2018. DISPONÍVEL EM: https://portalarquivos2.saude.gov.br/ima-
ges/pdf/2019/outubro/30/Boletim-S--filis-2019-internet.pdf
Outro parecer epidemiológico impor-
tante é que existe uma alta taxa de 
co-infecção pelo HIV entre HSH (ho-
mens que fazem sexo com homens) 
com sífilis. Cerca de 42% dos HSH 
com sífilis estão infectados pelo HIV, 
em comparação com 8% dos homens 
que fazem sexo com mulheres e 4% 
das mulheres.
3. AGENTE ETIOLÓGICO E 
TRANSMISSÃO
O Treponema pallidum, é uma bacté-
ria gram-negativa da ordem das es-
piroquetas. Possui aproximadamente 
10 a 13 mícrons de comprimento, 
mas apenas 0,15 de largura, o que o 
torna muito delgado, dificultando sua 
visualização por microscopia direta. 
Assim, a visualização desse organis-
mo é feita por microscopia de campo 
escuro, sendo um organismo delica-
do, em forma de saca-rolhas, com 
espirais firmemente enroladas e um 
movimento rotativo, suficientes no 
diagnóstico da sífilis.
5SÍFILIS 
Figura 2. Treponema pallidum. Fonte: http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/sifilis_estrategia_diagnos-
tico_brasil.pdf
A transmissão ocorre, geralmente, 
através do contato direto com a lesão 
infecciosa durante o ato sexual. Para 
ocorrer infecção, a lesão deve estar 
aberta e com presença de microrga-
nismos, como ocorre na lesão primária 
e em algumas manifestações secun-
dárias da sífilis (manchas mucosas e 
condiloma lata). Já as lesões cutâneas 
apresentam baixas risco de transmis-
são por conter poucos treponemas. 
Pacientes com sífilis latente também 
são considerados infecciosos. O de-
senvolvimento da doença é feito por 
inoculação do agente em qualquer 
parte do corpo, levando ao desen-
volvimento de uma sífilis primária na-
quele local, podendo se espalhar por 
todo o corpo.
Além disso, gestantes que não fo-
ram tratadas ou tratadas inadequa-
damente, a sífilis pode ser transmiti-
da para o feto (transmissão vertical), 
mais frequentemente intraútero (com 
taxa de transmissão de até 80%), 
embora a transmissão também possa 
ocorrer na passagem do feto pelo ca-
nal do parto. 
SE LIGA! Não há vacinas contra a sífi-
lis e a infecção pela bactéria causadora 
não confere imunidade protetora. Assim, 
pessoas infectadas pelas sífilis podem 
ser reinfectadas tantas vezes quantas 
forem expostas ao Treponema pallidum.
4. INFECÇÃO LOCAL 
PRECOCE E TARDIA
A contaminação ocorre a partir do 
contato com o tecido subcutâneo por 
meio abrasões microscópicas da pele. 
A lesão ulcerativa inicial (cancro duro) 
surge após cerca de 30 horas. Duran-
te esse período pode ocorrer infesta-
ção de linfonodos locais, com disse-
minação subsequente. No infiltrado 
da lesão foram encontrados, além 
de linfócitos TCD4 e TCD8, monó-
citos ativados, macrófagos e células 
dendríticas com receptores do HIV. 
A presença desses receptores pode 
justificar o vínculo entre a infecção 
por sífilis e a transmissão do HIV. O 
desenvolvimento da resposta imune 
humoral também acontece no início 
da infecção, levando ao desenvolvi-
mento de anticorpos que podem ser 
detectados na fase inicial.
6SÍFILIS 
A vasculite de pequenos vasos, co-
mum nos estágios secundários, ocor-
re pelo aumento do número de lin-
fócitos e células plasmáticas que se 
infiltram em vasos e tecidos perivas-
culares. Como consequência, pode 
ocorrer envolvimento do arco ascen-
dente da aorta e da válvula aórtica, 
levando ao que chamamos de sífilis 
cardiovascular.
5. MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS
Pacientes com sífilis podem apresen-
tar inúmeros sintomas ou podem tes-
tar positivo no teste sorológico sem 
presença de sintomas (sífilis latente). 
A sífilis precoce compreende a sífi-
lis primária e secundária que ocorre, 
geralmente, semanas a meses após 
a infecção inicial. Quando não trata-
da, essa infecção pode progredir para 
uma doença latente tardia ou desen-
volver uma sífilis terciária. A manifes-
tação clínica tardia pode ocorrer de 
1 a 30 anos após a infecção inicial e 
apresenta repercussões sistêmicas.
SE LIGA! As manifestações clínicas em 
gestantes são as mesmas que a da po-
pulação em geral, não sendo afetadas 
pelo estado gravídico.
SE LIGA! O Treponema pallidum facilita 
significativamente o risco de se contrair 
a infecção pelo vírus HIV, uma vez que 
as lesões genitais facilitam a entrada do 
vírus. Além disso, a presença do T. palli-
dum no organismo acelera a evolução 
da infecção pelo HIV para a AIDS.
Se por um lado as respostas imunoló-
gicas são capazes de controlar a lesão 
inicial, ocorre ao mesmo tempo uma 
disseminação generalizada de espi-
roquetas em um indivíduo não trata-
do, levando a manifestações clínicas 
de sífilis secundárias ou terciárias. 
Na sífilis tardia pode ocorrer, anterior-
mente, um período prologando de la-
tência que pode ser explicada por:
Diminuição da imunidade com o enve-
lhecimento, facilitando o desenvolvi-
mento de pequenos treponemas que 
sobreviveramem locais sequestrados
Hospedeiro hipersensível parcial-
mente imune que pode reagir à pre-
sença de treponemas, gerando uma 
resposta inflamatória crônica.
Assim, na infecção tardia pode ter 
o aparecimento de granulomas em 
pele, vísceras ou outros tecidos, co-
nhecido como Gummas ou sífilis 
benigna tardia. Essa manifestação 
ocorre em indivíduos com resposta 
imune insuficiente para ser proteto-
ra, mas substancial o suficiente para 
causar danos aos tecidos e levar a 
formação de granulomas.
7SÍFILIS 
A sífilis pode ser classificada de duas 
formas:
• Segundo o tempo de infecção: 
◊ Sífilis adquirida recente (me-
nos de um ano de evolução); 
◊ Sífilis adquirida tardia (mais de 
um ano de evolução). 
• Segundo as manifestações clíni-
cas da sífilis adquirida:
◊ Sífilis primária
◊ Sífilis secundária
◊ Sífilis latente
◊ Sífilis terciária
Tempo de 
infecção
Manifestações 
clínicas
Classificação 
da sífilis
< 1 ano de 
evolução
Recente (até um 
ano de infecção)
> 1 ano de 
evolução
Tardia (mais de um 
ano de infecção)
Adquirida 
recente
Sífilis 
secundária
Adquirida 
tardia
Sífilis latente
Sífilis primária
Sífilis terciária
8SÍFILIS 
CONCEITO! Sífilis adquirida recente 
compreende sífilis primária, secundária 
e latente precoce.
• Sífilis primária ou cancro duro: 
Após um período médio de 21 dias 
de incubação (variando de 3 dias 
a 3 meses), pode ocorrer o apa-
recimento de lesão genital ulcera-
da, quase sempre única, indolor, 
de bordos endurecidos, de fundo 
limpo e rica em treponemas. Essas 
lesões ulceradas, geralmente não 
possuem uma base exsudativa e 
podem ocorrer em outras regiões 
além de genitália, como região oral, 
faringe posterior e ânus. A lesão 
dura cerca de 2 a 6 semanas e de-
saparece espontaneamente. Além 
disso, pode ocorrer, associado à 
lesão, adenopatia satélite inguinal 
indolor, que se diferencia do linfo-
granuloma venéreo por se apre-
sentar, em geral, bilateralmente.
Figura 3. Lesões de cancro duro de 4mm. Fonte: Mat-
tei, P.L. and cols. Syphilis: A Reemerging Infection. Am 
Fam Physician. 2012.
Figura 4. Cancro duro em região genital. Fonte: https://
go.aws/2IE4IAa
O cancro representa uma infecção lo-
cal inicial, mas a sífilis rapidamente se 
torna sistêmica com ampla dissemi-
nação das espiroquetas. Essa disse-
minação pode ou não estar associada 
a sintomas sistêmicos concomitantes, 
mas é a base fisiopatológica da sífilis 
secundária e/ou tardia subsequente, 
incluindo a neurossífilis.
9SÍFILIS 
• Sífilis secundária: Cerca de 25% 
dos pacientes com sífilis primá-
ria não tratada desenvolvem uma 
doença sistêmica que represen-
ta a sífilis secundária. Pacientes 
com sífilis secundária podem não 
ter tido apresentação do cancro 
(assintomáticos) ou essa lesão ter 
passado despercebida. Suas ma-
nifestações ocorrem cerca de 4 a 
8 semanas após o aparecimento 
do cancro. Assim como na sífilis 
primária, as lesões desaparecem 
espontaneamente, mesmo na au-
sência de terapia, exceto em casos 
mais graves como na lues maligna. 
SÍFILIS PRIMÁRIA
Cancro duro
21 dias após contato sexual
Adenopatia unilateral, múltipla e sem sinais de flogose
Desaparece em 04 semanas mesmo sem tratamento
VOCÊ SABIA?
Lues maligna é uma forma grave de sífilis secundária que ocorre em pacientes gravemen-
te imunocomprometidos, principalmente os infectados por HIV, e é caracterizada por lesões 
cutâneas ulcerativas não resolvidas.
Figura 5. Lues maligna, forma grave de sífilis secundária. Fonte: https://www.uptodate.com/contents/
image?topicKey=7584&search=lues%20maligna&source=outline_link&imageKey=ID%2F50771&sp=0
10SÍFILIS 
Os pacientes com sífilis secundária 
não tratada sofrem episódios de re-
cidiva, que podem ocorrer em até 5 
anos após a infecção inicial. Os sin-
tomas associados a sífilis secundá-
ria acontecem, principalmente, pela 
resposta imune rápida resultante 
da disseminação generalizada do T. 
pallidum.
• Sintomas constitucionais: febre, 
cefaleia, mal-estar, anorexia, odi-
nofagia, mialgias e perda de peso. 
• Adenopatia: aumento de linfo-
nodos palpáveis em região cer-
vical posterior, axilar, inguinal e 
femoral, com consistência mini-
mamente macia, firme e aspecto 
emborrachado.
Figura 6. Linfonodo cervical posterior na sífilis secundária. Fonte: https://www.uptodate.com/con-
tents/image?imageKey=ID%2F59275&topicKey=ID%2F7584&search=sexually%20transmited%20
disease&source=see_link
• Erupção cutânea: É o achado mais 
característico da sífilis secundária. 
Se apresenta como erupção ma-
cular ou papular difusa, simétrica, 
envolvendo todo o tronco e as ex-
tremidades, incluindo palmas das 
mãos e sola dos pés.
11SÍFILIS 
Figura 7. Múltiplas pápulas eritematosas esca-
mosas em tronco de paciente com sífilis secun-
dária. Fonte: https://www.uptodate.com/contents/
image?imageKey=DERM%2F60313&topicKey=I-
D%2F7584&search=sexually%20transmited%20
disease&source=see_link
A erupção cutânea também pode 
acometer superfícies mucosas, se 
apresentando com lesões grandes 
elevadas, cinza, esbranquiçada, prin-
cipalmente em boca e períneo, sendo 
referidas como condiloma lata.
Figura 8. As manchas mucosas da sífilis secundária 
podem aparecer em uma variedade de membranas 
mucosas. Eles estão cheios de organismos e, portanto, 
são altamente infecciosos. Fonte: https://www.upto-
date.com/contents/image?imageKey=ID%2F66087&-
topicKey=ID%2F7584&search=sexually%20
transmited%20disease&source=see_link
Figura 9. Condiloma lata em região perianal de uma 
mulher com sífilis secundária. Fonte: https://www.
uptodate.com/contents/image?imageKey=ID%-
2F63924&topicKey=ID%2F7584&search=s%C3%A-
Dfilis&source=see_link
12SÍFILIS 
• Alopecia: É vista ocasionalmente 
e é chamada de alopecia “devo-
rada por traça”, devido ao padrão 
irregular de queda de cabelo. Pode 
ocorrer em região de couro cabelu-
do, sobrancelhas ou barba e é re-
versível com o tratamento.
Figura 10. Alopecia irregular na sífilis secundária. Fonte: https://www.uptodate.com/contents/
image?imageKey=ID%2F52213&topicKey=ID%2F7584&search=s%C3%ADfilis&source=see_link
• Anormalidades gastrointestinais: A 
hepatite sifilítica é caracterizada por 
aumento sérico de fosfatase alcali-
na, geralmente com transaminases 
normais. Quando leve, desapare-
ce com o tratamento. Pode ocorrer 
ainda infiltrados ou ulcerações em 
TGI, o que pode ser diagnosticado 
erroneamente como linfoma.
• Anormalidades renais: Albuminúria 
transitória leve, síndrome nefrótica 
ou nefrite aguda com hipertensão 
e IRA. O tratamento para sífilis é 
capaz de reverter o quadro.
• Achados neurológicos/oculares: 
Cefaleia, meningite aguda, déficit 
de nervos cranianos, doença me-
ningovascular ou AVC. Paciente 
com sífilis pode ainda desenvolver 
uveíte anterior, posterior e panuve-
íte, de características granuloma-
tosas, associado a diminuição de 
acuidade visual. O envolvimento 
ocular deve ser considerado uma 
manifestação da neurossífilis.
13SÍFILIS 
• Sífilis latente: Representa o pe-
ríodo de infecção pelo T. pallidum 
comprovado por teste sorológico, 
mas sem apresentação sintomá-
tica. A categoria “sífilis de duração 
desconhecida” foi eliminada pelo 
Centro de Controle e Prevenção 
de Doenças e categorizaram nova-
mente a sífilis latente em precoce, 
quando a infecção ocorreu nos 12 
meses anteriores, e tardia quan-
do após 12 meses. Essa distinção, 
além da conduta terapêutica ser 
SÍFILIS SECUNDÁRIA
 4 a 8 semanas após cancro duro
Linfadenopatia generalizada
40% do treponema detectado em SNC
Regride em 2-6 semanas com períodos 
de remissão mais intervalados
Lesões cutâneo mucosas
Alopécia
Anormalidade renais, gastrointestinais
Achados neurológicos/oculares
diferente, é importante para enten-
der o risco de transmissão, visto que 
pacientes com sífilis latente tardia 
não são considerados infecciosos 
em seus contatos sexuais recen-
tes, já que não apresentam lesões 
que possam transmitir a doença. 
Pacientes com sífilis latente pre-
coce podem ter contaminado seusparceiros sexuais através de lesão 
recentemente ativa, mas que não 
está mais presente ou por meio de 
14SÍFILIS 
lesão obscura ou indolor que não foi 
descoberta no exame físico.
SE LIGA! Diante de um indivíduo com 
diagnóstico confirmado, em que não é 
possível inferir a duração da infecção 
(sífilis de duração ignorada), trata-se 
como sífilis latente tardia. 
CONCEITO! Sífilis adquirida tardia 
compreende sífilis latente tardia e sífilis 
terciaria. Ocorre em indivíduos infecta-
dos que não foram tratados adequada-
mente ou não realizaram tratamento. 
• Sífilis terciária Cerca de 25 a 
40% dos pacientes com sífilis não 
tratada pode evoluir para sífilis tar-
dia, podendo ser latente tardia ou 
terciária. Não necessariamente os 
indivíduos tiveram sífilis primária/
secundária sintomáticas antes de 
desenvolver a tardia. Na sífilis ter-
ciária, os achados são:
◊ Sífilis cardiovascular: aortite 
com envolvimento do arco as-
cendente, resultando em aorta 
dilatada e regurgitação da val-
va aórtica. Relaciona-se esse 
distúrbio como consequência 
da vasculite nos vasa vasorum, 
levando um enfraquecimento 
da parede da aorta. Apresen-
ta-se com sopro assintomático 
ou insuficiência cardíaca es-
querda. Aparecem tipicamente 
15 a 30 anos após a infecção
◊ Sífilis gomatória: Também cha-
mado de Gummas. É mais raro, 
sendo um achado mais fre-
quente em paciente infectados 
por HIV. Pode ocorrer em qual-
quer lugar, como pele, muco-
sas, ossos ou órgãos internos.
• Sífilis cutânea: as manifestações po-
dem ser em forma de nódulos, tubér-
culos, placas nódulo-ulceradas ou 
tuberocircinadas e gomas. Podem 
ser solitárias ou em pequeno núme-
ro, assimétricas, com pouca inflama-
ção, endurecidas, com bordas de-
marcadas, policíclicas ou em formato 
de círculos, destrutivas, com tendên-
cia à cura central com extensão peri-
férica, com formação de cicatrizes e 
hiperpigmentação periférica.
Figura 11. Lesão cutânea característica da sífilis 
terciária. Fonte: http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/
v81n02a02.pdf
15SÍFILIS 
Neurossífilis tardia: Sífilis terciária do 
sistema nervoso central (SNC) re-
presentado por paresia geral e tabes 
dorsalis, meningite aguda, goma do 
cérebro ou da medula, atrofia do ner-
vo óptico, lesão do sétimo par crania-
no, paralisia geral e demência 
É tão importante que vamos abrir um 
tópico para falarmos somente sobre 
neurossífilis.
6. NEUROSSÍFILIS
Existem muitas formas de sífilis do 
SNC, como as formas precoces (sífi-
lis precoce) e tardias (sífilis terciária), 
podendo ocorrer até 25 anos após a 
infecção inicial. Existem cepas espe-
cíficas de T. pallidum que podem ter 
maior probabilidade de causar neu-
rossífilis. Esse acometimento come-
ça com a invasão do líquido cefalor-
raquidiano (LCR) pelos organismos 
causadores em 25% dos pacientes 
com sífilis não tratada. A meningite 
persistente é resultado da falha de re-
moção do organismo no LCR, sendo 
que esses pacientes possuem “neu-
rossífilis assintomática”, podendo 
evoluir para neurossífilis sintomática 
posteriormente.
A neurossífilis é dividida em precoce, 
podendo ser assintomática, por me-
ningite sintomática, meningovascu-
lar, sífilis ocular e otossífilis ou tardia, 
podendo levar a paresia geral e tabes 
dorsalis.
A neurossífilis precoce ocorre por 
acometimento do LCR, meninges e 
vasculatura. Seus tipos são:
• Neurossífilis assintomática: Não 
apresentam sinais e sintomas do 
SNC, mas podem apresentar ma-
nifestações de sífilis primária ou 
secundária concomitantemente. 
Pode surgir de semanas a meses 
após infecção inicial, raramente 
ocorre posterior a 2 anos de in-
fecção. O diagnóstico é feito desta 
forma:
Linfócitos no LCR > 5 células/microL, 
geralmente <100 células/microL
Proteínas no LCR > 45mg/dL
geralmente <100 mg/dL
Teste VDRL reativo
DIAGNÓSTICO NEUROSSÍFILIS 
ASSINTOMÁTICA
OU
OU
Existem duas ressalvas para esse 
diagnóstico: 
1. Pacientes com neurossífilis assin-
tomática e COM infecção pelo HIV, 
que não é reativo ao LCR-VDRL, 
mas apresenta-se com pleiocitose 
leve e/ou proteína elevada no LCR, 
o diagnóstico torna-se difícil porque 
a presença desses critérios pode 
ocorrer devido ao próprio HIV.
16SÍFILIS 
náuseas, vômitos e rigidez de 
nuca. Os sinais que podem es-
tar presentes são os de neuropa-
tias cranianas, particularmente de 
nervo óptico (sífilis ocular), facial e 
auditivo (otossífilis). Pode causar 
ainda hidrocefalia e arterite de va-
sos pequenos, levando a isquemia 
do cérebro ou da medula espinhal 
(meningovascular). A inflamação 
da meninge pode levar a presen-
ça de gomas sifilíticas, se apre-
sentando como lesões de massas 
contíguas às leptomeninges (arac-
noide e pia-máter), característica 
da sífilis secundária.
2. Pacientes com neurossífilis assin-
tomática, independentemente da 
reatividade do LCR-VDRL, devem 
ser tratados com neurossífilis para 
evitar a progressão para doença 
sintomática.
• Meningite sintomática: Geral-
mente ocorre no primeiro ano após 
a infecção, mas pode ocorrer tam-
bém anos depois. Os achados de 
sífilis precoce podem ocorrer tam-
bém simultaneamente, principal-
mente as erupções cutâneas da 
doença secundária. Esses pacien-
tes apresentam cefaleia, confusão, 
Figura 12. Goma sifilítica em RM cerebral de paciente infectado pelo HIV com sífilis secundá-
ria. Em A, RM em sequência T1 com contraste, em corte coronal, mostrando realce meníngeo fo-
cal no lobo frontal esquerdo com edema circundante. Em B, RM FLAIR, em corte axial mostran-
do edema significativo no lobo frontal posterior esquerdo. Fonte: https://www.uptodate.com/contents/
image?imageKey=NEURO%2F64262&topicKey=NEURO%2F7599&search=s%C3%ADfilis&source=see_link
* FLAIR: recuperação de inversão atenuada por fluido
17SÍFILIS 
O diagnóstico é feito também com 
base nos valores linfocíticos e protei-
cos, sendo que o LCR-VDRL é quase 
sempre reativo.
Linfócitos no LCR entre 
200 e 400 células/microL
Proteínas no LCR entre 100 e 200 mg/dL
Teste VDRL quase sempre reativo
DIAGNÓSTICO MENINGITE 
SINTOMÁTICA
A neuroimagem de gummas cere-
brais mostram áreas focais de realce 
adjacentes às meninges, geralmen-
te com uma “cauda dural” e edema 
circundante.
Meningovascular
A meningite sifilítica pode causar uma 
arterite infecciosa que pode afetar 
qualquer vaso no espaço subaracnoi-
de ao redor do cérebro ou da medula 
espinhal, levando a trombose, isque-
mia ou infarto. Apresentam queixas 
de cefaleia, tontura ou alterações de 
personalidade, por dias ou semanas 
antes do início da isquemia ou do 
AVC. Esses sintomas são provavel-
mente devido a meningite concomi-
tante. A artéria cerebral média (ACM) 
e seus ramos são os mais comumen-
te afetados. O diagnóstico é muito 
parecido com a de meningite aguda, 
porém menos grave.
A angiografia cerebral é um método 
de diagnóstico útil para diferenciar a 
isquemia por acidente vascular cere-
bral da isquemia provocada por sífilis 
cerebrovascular, a qual tem manifes-
tações clínicas semelhantes. Na neu-
rossífilis ocorre, habitualmente, envol-
vimento multifocal de ramos arteriais 
de menor calibre, observando-se na 
angiografia um acometimento difu-
so e irregular de artérias e arteríolas 
intra-cerebrais.
Linfócitos no LCR entre 
10 e 100 células/microL
Proteínas no LCR entre 100 e 200 mg/dL
Teste VDRL quase sempre reativo
DIAGNÓSTICO NEUROSSÍFILIS 
MENINGOVASCULAR
18SÍFILIS 
Figura 13. RM cerebral em cortes coronais nas ponderações T1 (em A) e T2 (em B) de um doente com neurossífilis. 
As setas indicam áreas de infarto lacunar. DISPONÍVEL EM: http://www.scielo.mec.pt/pdf/am/v19n3/v19n3a05.pdf
Sífilis ocular
A uveíte e panuveíte posteriores são 
as mais comuns e apresentam-se 
com diminuição da acuidade visual. 
Ocorre frequentemente acompanha-
da de meningite sifilítica. 
Otosífilis
A perda auditiva, com ou sem zum-
bidos, é considerado como parte dos 
sintomas neurológicos e como si-
nais de neurossífilis. Pode ou não ser 
acompanhada de meningite sifilítica.
A neurossífilis tardiaafeta parênqui-
ma cerebral e medula espinhal. São as 
consideradas formas terciárias de sífilis.
• A paresia geral: É uma demência 
progressiva, também chamada 
de paralisia geral dos loucos ou 
neurossífilis parética. Geralmen-
te surge após 10 a 25 anos após 
infecção. Embora o exame neu-
rológico possa parecer normal 
em alguns pacientes, os achados 
anormais comuns são disartria, 
hipotonia facial e dos membros, 
tremores de intenção de face, lín-
gua e mãos e anormalidades re-
flexas. Os achados pupilares são 
mais comuns de tabes dorsalis. O 
diagnóstico:
Linfócitos no LCR entre 
25 e 75 células/microL
Proteínas no LCR entre 50 e 100 mg/dL
Teste VDRL reativo
DIAGNÓSTICO NEUROSSÍFILIS 
 PARÉTICA
19SÍFILIS 
A neuroimagem geralmente revela 
atrofia cerebral.
• Tabes dorsalis: Também chamado 
de ataxia locomotora. É uma do-
ença das colunas posteriores da 
medula espinhal e raízes dorsais. 
Possui período latente mais longo 
entre a infecção primária e o início 
de todas as formas de neurossífilis, 
com intervalo médio de 20 anos. É 
o acometimento de SNC menos 
comum. Os sintomas frequente-
mente associados são ataxia sen-
sorial, dores lancinantes (dores 
súbitas, breve e intensas, em pon-
tada que podem afetar membros, 
costas ou face) e alterações pupi-
lares (pupila de Argyll-Robertson). 
Disfunção da bexiga, como reten-
ção urinária ou incontinência po-
dem ocorrer no início do curso da 
doença.
SAIBA MAIS! 
PUPILA DE ARGYLL-ROBERTSON: São pupilas bilateralmente pequenas que não respon-
dem a luz, mas se contraem normalmente para acomodação e convergência, dilata-se ao 
estímulo midriático e não dilata em resposta a estímulos dolorosos. É um dos sinais mais 
comuns de tabes dorsalis.
Figura 14. Pupila de Argyll-Robertson, não reativa à luz. Fonte: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/
NEJMicm1507564
20SÍFILIS 
SAIBA MAIS! 
Para pessoas com HIV, o risco de neurossífilis assintomática e sintomática é aumentado na-
quelas com menor número de células T CD4+ periféricas, RNA plasmático detectável do HIV 
e/ou nenhuma terapia antirretroviral.
Meningite persistente
Neurossífilis assintomática recente
Invasão do SNC
INFECÇÃO 
SÍFILIS
Clareamento
Neurossífilis sintomática recente
(Semanas-meses-anos)
Neurossífilis sintomática tardia
(Anos-décadas)
Meningite sintomática Tabes dorsalis
Meningovascular Paresia geral
O diagnóstico de tabes dorsalis é 
feito:
Linfócitos no LCR normal ou pleiocitose leve 
(entre 10 a 50 células/microL)
Proteínas no LCR entre 45 e 75 mg/dL
Teste VDRL reativo em 75% dos casos
DIAGNÓSTICO TABES DORSALIS
21SÍFILIS 
HORA DA REVISÃO
SÍFILIS ADQUIRIDA RECENTE 
Sífilis primária: Geralmente consiste em um único cancro no local da inoculação indolor e 
acompanhado por adenopatia regional bilateral.
Sífilis secundária: Doença sistêmica que geralmente inclui erupção cutânea (disseminada e/
ou envolvendo as palmas das mãos e as plantas dos pés), febre, mal-estar e outros sintomas 
como faringite, hepatite, manchas mucosas, condiloma lata e alopecia.
Sífilis latente precoce: Refere-se ao período em que um paciente está infectado com Trepo-
nema pallidum, conforme demonstrado por testes sorológicos, mas não apresenta sintomas. 
A sífilis latente precoce ocorre dentro do primeiro ano da infecção inicial.
SÍFILIS ADQUIRIDA TARDIA
Sífilis terciária: Paciente com sífilis tardia que apresentam manifestações sintomáticas en-
volvendo o sistema cardiovascular ou doença granulomatosa (pele, mucosa, tecidos subcutâ-
neos, ossos ou vísceras).
Sífilis latente tardia: Período em que um paciente infectado com T. pallidum, conforme de-
monstrado por testes sorológicos, mas não apresenta sintomas. A sífilis latente tardia, por 
definição, ocorre mais de um ano após infecção inicial. Se o momento de uma infecção não 
for conhecido, presume-se sífilis latente tardia.
NEUROSSÍFILIS
Pode ocorrer a qualquer momento durante o curso da infecção.
Neurossífilis precoce: Pacientes com neurossífilis precoce podem ter meningite assintomáti-
ca; meningite sintomática; doença meningovascular (menos comum), isto é, meningite e der-
rame; perda da visão ou da adição, com ou sem meningite concomitante.
Neurossífilis tardia: As formas mais comuns envolvem cérebro e medula espinha (paresia 
geral e tabes dorsalis).
Figura 14. Evolução da sífilis. https://www.sanarmed.com/caso-clinico-sifilis-ligas
22SÍFILIS 
Agente 
etiológico
Secundária
Terciária
Primária
Latente 
precoce
Neurossífilis
SÍFILIS
Indolor
Bordas elevadas
Aortite
Treponema pallidum
Úlcera genital
Sintomas constitucionais
Assintomático
Lesões cutâneo mucosas
Achados neurológicos/oculares
Anormalidades gastrointestinais
Doença cardiovascular
Linfadenopatia generalizada
Erupções cutâneas
Doença granulomatosa (pele, osso, 
vísceras, mucosa, tecido subcutâneo)
Alopécia
< 1 ano de infecção
Anormalidades renais
Lesões gomosas, nodulares e 
destrutivas
23SÍFILIS 
7. SÍFILIS CONGÊNITA
A definição de sífilis congênita requer 
que: (1) a criança apresente sinais fí-
sicos, laboratoriais ou radiográficos de 
sífilis congênita (confirmada ou pro-
vável) OU (2) criança que nasceu de 
mãe não tratada, inadequadamente 
tratada ou subtratada.
Alguns especialistas também presu-
mem que os bebês têm sífilis con-
gênita se suas mães tiveram contato 
com uma pessoa com sífilis primária 
ou secundária dentro de 90 dias an-
tes do parto e não foram tratadas ou 
inadequadamente tratadas.
A sífilis congênita é um importan-
te problema de saúde, complicando 
cerca de 1 milhão de gestações por 
ano em todo o mundo, refletindo o 
aumento de incidência de sífilis em 
mulheres em idade fértil e o acesso 
precário ao pré-natal um importante 
fator de risco para sífilis congênita.
A sífilis congênita geralmente é ad-
quirida pela transmissão transplacen-
tária de espiroquetas na corrente san-
guínea materna ou, ocasionalmente, 
pelo contato direto com uma lesão 
infecciosa durante o parto. Mulheres 
com sífilis primária ou secundária não 
tratada são mais propensas a trans-
mitir sífilis para seus fetos (60-90%) 
do que mulheres com doença laten-
te (40% na latência inicial e <10% 
na latência tardia). O T. pallidum não 
é transferido no leite materno, mas a 
transmissão pode ocorrer se a mãe ti-
ver uma lesão infecciosa na mama.
As manifestações clinicas da sífilis 
congênita precoce (antes dos 2 anos 
de idade), apesar de 60 a 90% dos 
recém-nascidos vivos são assinto-
máticos ao nascimento, são:
• Hepatomegalia: pode ou não estar 
associada à esplenomegalia, mas a 
esplenomegalia isolada não ocorre.
• Icterícia: associado a hepatomega-
lia e colestase.
• Corrimento nasal: geralmente se 
desenvolve durante a primeira se-
mana de vida e raramente após o 
terceiro mês. A secreção nasal é 
branca e pode ser sanguinolenta 
(secundária à erosão da mucosa) 
ou purulenta se houver infecção 
bacteriana secundária.
• Erupção cutânea: podem ocorrer em 
qualquer lugar, principalmente em 
costas, nádegas, coxas e sola dos 
pés. A erupção geralmente progri-
de em uma a três semanas, seguida 
de descamação e crostas. À medi-
da que desaparece, as lesões ficam 
vermelhas escuras ou cor de cobre, 
e a pigmentação pode persistir. Se 
presente ao nascimento, a erupção 
cutânea pode ser amplamente dis-
seminada e bolhosa (pênfigo sifi-
lítico). Lesões ulcerativas e líquido 
bolhoso contêm espiroquetas, são 
contagiosas e podem transmitir in-
fecção por contato direto.
24SÍFILIS 
Figura 15. Lesões pigmentadas nas solas de uma criança com sífilis congênita. DISPONÍVEL EM: https://www.
uptodate.com/contents/image?imageKey=PEDS%2F81352&topicKey=PEDS%2F14428&search=s%C3%ADfilis&-
source=see_link
Já as manifestações da sífilis con-
gênita tardia (após 2 anos de ida-
de) estão relacionadas a cicatrizes ou 
inflamação persistente de infecção 
precoce e são caracterizadas pela 
formação de goma em vários tecidos. 
Se desenvolve em aproximadamente 
40% dos bebês nascidos de mulhe-
res com sífilis não tratada durante a 
gravidez.São representadas por:
• Abaulamento dos ossos frontais, 
depressão da ponte nasal (nariz 
em sela”), maxila curta, mandíbula 
protuberante.
• Linfadenopatia generalizada, prin-
cipalmente epitroclear
• Anormalidades esqueléticas.
• Acometimento do SNC: O envolvi-
mento sintomático do SNC é raro 
em bebês com sífilis congênita, 
mas pode se desenvolver a partir 
da disseminação contínua em be-
bês que não são tratados no perí-
odo neonatal. A sífilis sintomática 
do SNC em bebês tem duas apre-
sentações sobrepostas: leptome-
ningite sifilítica aguda e sífilis me-
ningovascular crônica.
25SÍFILIS 
Figura 16. Os estigmas faciais da sífilis con-
gênita descritos acima incluem abaulamento 
dos ossos frontais e depressão da ponte nasal 
(“nariz em sela”), ambos devido à periostite; 
rinite causada por lesões nas mucosas nasais 
(«fungadas») e uma erupção cutânea circumo-
ral. DISPONÍVEL EM: https://www.uptodate.
com/contents/image?imageKey=PEDS%-
2F69781&topicKey=PEDS%2F14428&sear-
ch=s%C3%ADfilis&source=see_link
• Ceratite intersticial: Inflamação da estrutu-
ra do tecido conjuntivo da córnea. Geral-
mente é bilateral.
Figura 17. Névoa estromal nos dois olhos desta criança devido a ceratite 
intersticial, uma manifestação de sífilis congênita tardia. Fonte: https://
www.uptodate.com/contents/image?imageKey=PEDS%2F52740&topi-
cKey=PEDS%2F14428&search=s%C3%ADfilis&source=see_link
• Alterações esqueléticas: curvatu-
ra anterior das canelas (“canela de 
sabre”), artrite indolor dos joelhos 
(“articulações de Clutton”). Esta 
última é uma condição indolor que, 
geralmente, ocorre durante os es-
tágios finais da sífilis congênita
Figura 18. “Canela de sabre” 
secundária a sífilis congênita. 
Fonte: https://www.uptodate.
com/contents/image?imageKe-
y=PEDS%2F81604&topicKe-
y=PEDS%2F14428&sear-
ch=s%C3%ADfilis&source=-
see_link
26SÍFILIS 
Figura 19. “Articulações de Clutton” ou hidrartrose 
simétrica da articulação do joelho. DISPONÍVEL EM: 
https://www.uptodate.com/contents/image?imageKe-
y=PEDS%2F78286&topicKey=PEDS%2F14428&se-
arch=s%C3%ADfilis&source=see_link
Na sífilis congênita, é importante o 
diagnóstico diferencial com condi-
ções semelhantes, como infecção por 
toxoplasmose, por rubéola, citome-
galovírus e vírus herpes simplex.
O diagnóstico pode ser feito por vi-
sualização direta ou coloração com 
anticorpo fluorescente de fluidos ou 
lesões corporais infectadas, placenta 
ou cordão umbilical; por testes soro-
lógicos típicos da sífilis. Pode ser re-
alizado também a detecção de DNA 
do T. pallidum por PCR.
EVOLUÇÃO 
ESTÁGIOS DA SÍFILIS 
CONGÊNITA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Sífilis congênita 
(antes de dois 
anos de idade) 
Precoce
• Hepatomegalia com ou sem esplenomegalia e icterícia
• Lesões cutâneas (pênfigo palmo-plantar, condiloma plano),
• petéquias, púrpura
• Periostite ou osteíte ou osteocondrite, pseudoparalisia dos 
membros
• Sofrimento respiratório com ou sem pneumonia
• Rinite sero-sanguinolenta, anemia e linfadenopatia generali-
zada (epitroclear)
• Fissura peribucal, síndrome nefrótica, hidropsia, edema, 
convulsão e meningite
Sífilis congênita 
(após dois anos 
de idade) 
Tardia
• Tíbia em “lâmina de sabre”
• Articulações de Clutton
• Fronte “olímpica” e nariz “em sela”
• Dentes incisivos medianos superiores deformados (dentes 
de Hutchinson), molares em “amora”
• Rágades periorais, mandíbula curta, arco palatino elevado
• Ceratite intersticial
• Surdez neurológica e dificuldade no aprendizado
Tabela 1. Manifestações clínicas de acordo com a evolução e estágios da sífilis congênita. Fonte: Ministério da sáude.
27SÍFILIS 
em pacientes com imunossupressão 
ou doença precoce.
• Os testes não treponêmicos são os 
utilizados na triagem e incluem:
◊ VDRL: Laboratório de Pesqui-
sa em Doenças Venéreas
◊ RPR: Reagin Rápido de Plasma
◊ TRUST: Teste de Soro Não 
aquecido a Toluidina Vermelha.
Testes não treponêmicos positivos 
são relatados como um título de an-
ticorpo, por exemplo 1:32, que repre-
senta a detecção de um anticorpo no 
soro diluído 32 vezes. Esses títulos 
tendem a ir diminuindo com o tempo, 
mesmo sem tratamento.
• Os testes treponêmicos são mais 
complexos e mais caros para serem 
realizados. São utilizados como 
confirmatórios quando os testes 
não treponêmicos são reativos. Os 
testes treponêmicos incluem:
◊ FTA-ABS: Absorção Flu-
orescente de Anticorpos 
Treponêmicos
◊ MHA-TP: Teste de Micro-He-
maglutinação para Anticorpos 
contra T. pallidum
◊ TPPA: Ensaio de Aglutinação 
de Partículas de T. pallidum
◊ TP-EIA: Imunoensaio com En-
zima T. pallidum
◊ CIA: Imunoensaio quimiolu- 
minescente
8. DIAGNÓSTICO
A triagem diagnóstica da sífilis deve 
ser realizada em pacientes:
1. Com sinais e sintomas de infecção: 
úlcera genital indolor (sífilis primá-
ria); uma erupção macular ou pa-
pular difusa, simétrica, envolvendo 
todo o tronco e extremidades (sí-
filis secundária); paresia geral; ou 
tabes dorsalis (sífilis terciária);
2. Sem sinais e sintomas, mas com 
alto risco de adquirir doença ou 
transmitir a outras pessoas;
3. Mulheres grávidas; 
4. HSH (homens que fazem sexo 
com homens) e sexualmente ati-
vos anualmente;
5. Comportamento sexual de risco;
6. Indivíduos infectados por HIV.
Os testes sorológicos são utilizados 
para a triagem dos pacientes. Exis-
tem dois tipos de testes sorológicos 
para sífilis: teste não treponêmicos e 
testes específicos do treponema. O 
diagnóstico é feito com base nesses 
dois tipos de testes, visto que o teste 
sorológico, principalmente o não tre-
ponêmico, está associado a resulta-
dos falso-positivos. Resultados falso-
-negativos também podem ocorrer, 
já que necessita de resposta imune 
humoral para positivar o teste. Assim, 
estes testes apresentam limitações 
28SÍFILIS 
Os testes sorológicos rápidos são 
feitos utilizando microscopia de cam-
po escuro para examinar o exsudato 
de lesões quanto a presença de mi-
crorganismos de T. pallidum, porém 
não é o mais recomendado rotineira-
mente. A maioria são testes específi-
cos do treponema que não distinguem 
entre sífilis ativa e previamente trata-
da. Possuem baixa sensibilidade 74 a 
86% e especificidade de 96 a 100%.
Figura 20. Treponema pallidum em microscopia de 
campo escuro. Fonte: https://www.uptodate.com/con-
tents/image?imageKey=ID%2F63806&topicKey=ID%-
2F7588&search=s%C3%ADfilis&rank=1~150&sour-
ce=see_link
Os métodos diretos são utilizados 
para diagnóstico definitivo de sífilis. 
Como o T. pallidum não pode ser cul-
tivado em laboratório, o organismo 
deve ser identificado em visualização 
direta ou detecção de amostras clíni-
cas. Para isso, foi desenvolvido testes 
de reação em cadeia da polimerase 
(PCR) para detecção de DNA do T. 
pallidum de amostras clínicas. A sen-
sibilidade desse teste é de 70 a 95% 
e parece ser maior do que a observa-
da em microscopia de campo escuro. 
A especificidade variou de 92 a 98%. 
Não deve ser realizado em pacientes 
assintomáticos, já que em amostras 
de sangue e de líquido cefalorraqui-
diano a sensibilidade do teste cai para 
24 a 32%.
29SÍFILIS 
Fonte: https://www.sanarmed.com/caso-clinico-sifilis-ligas
PRINCIPAIS TESTES DIAGNÓSTICOS DA SÍFILIS
TESTE DESCRIÇÃO VANTAGENS LIMITAÇÕES 
Microscopia de cam-
po escuro
Visualização direta 
das espiroquetas no 
fluído da lesão.
Diagnóstico imediato.
Permite notificação rápida do 
parceiro.
Não útil para lesões orais.
Exige técnico experiente para 
realização do exame.
Não treponêmico
VDRL
Detecta anticorpo 
anticardiolipina no 
sangue. 
Baixo custo.
Títulos são correlacionados 
com sucesso ou falência no 
tratamento.
Falta de reatividade antes da se-
gunda semana na sífilis primária. 
1 a 2% de falso-positivos na ges-
tante e em pessoas com doenças 
autoimunes, malária, cirrose e 
tuberculose.
Treponêmico
FTA-Abs
Detecta anticorpos 
anti-T. Pallidum no 
sangue.
Teste confirmatório com alta 
especificidade e baixa taxa 
de falso-positivo. Torna-se 
reagente precocemente na 
sífilis primária comparado aoutros testes treponêmicos.
Custo mais elevado.
Só se torna reagente depois de 
15 dias na sífilis primária.
Tabela 2. Principais testes diagnósticos na sífilis. Fonte: Guia de Referência Rápida. Doenças Sexualmente Transmis-
síveis. 1ª Edição. Rio de Janeiro, 2013 http://subpav.org/download/prot/destaque/APS_DST_final_completo.pdf
REAGENTENÃO REAGENTE
Reagente Reagente Não-reagente Não-reagente 
FTA-AbsFTA-Abs
Doença 
não tratada 
ou tratada 
recentemente 
Sífilis primária 
precoce ou 
doença de 
longa evolução 
possivelmente 
curada
Falso positivo Não se evidencia sífilis, mais pode 
ser período de 
incubação 
VDRL
30SÍFILIS 
9. INTERPRETAÇÃO DOS 
CASOS
Sífilis adquirida
• Situação 1:
Indivíduo assintomático com tes-
te não treponêmico reagente com 
qualquer titulação e teste treponê-
mico reagente
• Situação 2:
Indivíduo sintomático para sífilis 
com pelo menos um teste rea-
gente (treponêmico ou não trepo-
nêmico com qualquer titulação).
Sífilis em gestantes
• Situação 1:
Mulher assintomática para sífilis, 
que durante o pré-natal, o parto e/
ou puerpério apresente pelo me-
nos um teste reagente (trepo-
nêmico ou não treponêmico com 
qualquer titulação) e sem registro 
de tratamento prévio.
• Situação 2: 
Mulher sintomática para sífilis, que 
durante o pré-natal, o parto e/ou 
puerpério apresente pelo menos 
um teste reagente (treponêmico 
OU não treponêmico com qualquer 
titulação).
• Situação 3:
Mulher que durante o pré-natal, 
o parto e/ou puerpério apresente 
teste não treponêmico reagente 
com qualquer titulação E teste tre-
ponêmico reagente, independen-
te de sintomatologia da sífilis e de 
tratamento prévio
SAIBA MAIS! 
O rastreamento de sífilis em gestante, pelo teste não treponêmico- VDRL é feito logo na pri-
meira consulta do pré-natal. Caso positivo é confirmado pelo teste treponêmico FTA-ABS. O 
teste deve ser repetido no terceiro trimestre (entre 28 e 32 semanas), no momento do parto 
e em casos de abortamento. O tratamento deve ser feito seguindo as recomendações do 
adulto, exceto com uso de Doxiciclina (contraindicado na gravidez).
Sífilis congênita
• Situação 1: 
Todo recém-nascido (RN), nati-
morto ou aborto de mulher com 
sífilis não tratada ou tratada de for-
ma não adequada
• Situação 2: 
Toda criança com menos de 13 
anos de idade com pelo menos 
uma das seguintes situações:
◊ Alteração clínica, liquóri-
ca ou radiológica de sífilis 
31SÍFILIS 
congênita E teste não trepo-
nêmico reagente
◊ Títulos de teste não treponê-
mico do lactente maiores do 
que os da mãe, em pelo menos 
duas diluições de amostras de 
sangue periférico, coletadas 
simultaneamente
◊ Títulos de testes não treponê-
micos ascendentes em pelo 
menos duas diluições
◊ Títulos de testes não treponê-
micos ainda reagentes após 
6 meses de idade, exceto 
em situação de seguimento 
terapêutico
◊ Testes treponêmicos reagen-
tes após 18 meses de idade 
sem diagnóstico prévio de sí-
filis congênita. 
*Nesta situação deve ser sempre afastada a possibili-
dade de sífilis adquirida.
• Situação 3:
Evidência microbiológica de in-
fecção pelo Treponema pallidum 
em amostra de secreção nasal ou 
lesão cutânea, biópsia ou necrop-
sia de criança, aborto ou natimorto.
*Detecção do T. pallidum por meio de exames dire-
tos por microscopia de campo escuro ou com material 
corado.
 
10. TRATAMENTO
Como vimos, pacientes com sinais 
e sintomas de sífilis devem ser sub-
metidos a testes sorológicos para 
confirmar diagnóstico. No entanto, 
o tratamento empírico pode ser fei-
to para sífilis precoce, ou seja, com 
base na suspeita de cancro duro, ou 
em exposição recente conhecida, es-
pecialmente quando pouco provável 
o acompanhamento deste pacien-
te. Um teste não treponêmico deve 
ser obtido antes do tratamento para 
adequação da resposta sorológica 
pós-tratamento.
Sífilis adquirida recente 
• Sífilis primária, secundária e laten-
te recente (com menos de um ano 
de evolução).
32SÍFILIS 
Fonte: https://www.uptodate.com/contents/image?imageKey=ID%2F50435&topicKey=ID%2F7597&search=neur-
rossifilis&source=outline_link
Monitoramento após tratamento: 
Exame clínico e teste sorológico com 
um teste não treponêmico (por exem-
plo RPR) aos 6 e 12 meses. Os títulos 
devem ser verificados com mais fre-
quência se o paciente estiver infecta-
do pelo HIV, o acompanhamento for 
incerto ou se houver reinfecção.
Doxiciclina 100 mg, VO, 2x/dia, por 14 dias 
(contraindicado na gravidez)
Doxiciclina 100 mg, VO, 2x/dia, por 4 semanas 
(contraindicado na gravidez)
Penicilina G benzatina 2,4 milhões 
de unidades, IM, dose única (1,2 milhão 
UI em cada glúteo).
Penicilina G benzatina 2,4 milhões de 
unidades, IM, 1x/semana, por 3 semanas 
(1,2 milhão UI em cada glúteo).
Ceftriaxona 1 a 2 g por dia, IM 
ou IV, por 10 a 14 dias
Ceftriaxona 2 g por dia, IM ou 
IV, por 10 a 14 dias
Tetraciclina 500 mg, VO, 4x/dia, por 14 dias
Amoxicilina 3 g + Probenecide 500 mg, VO, 2x/
dia, por 14 dias
TRATAMENTO ALTERNATIVO
TRATAMENTO ALTERNATIVO
TRATAMENTO PREFERIDO
TRATAMENTO PREFERIDO
Sífilis adquirida tardia
• Sífilis latente tardia (com mais de 
um ano de evolução) ou laten-
te com duração ignorada e sífilis 
terciária.
Fonte: https://www.uptodate.com/contents/image?imageKey=ID%2F50435&topicKey=ID%2F7597&search=neur-
rossifilis&source=outline_link
33SÍFILIS 
SE LIGA! Indicação para retratamento: 
Se um paciente assintomático com sus-
peita de sífilis latente tiver sido tratado 
anteriormente para sífilis, mas o rece-
bimento de um regime de tratamento 
apropriado não for verificado, o regime 
completo de três doses de penicilina 
recomendado para sífilis latente tardia 
deve ser administrado.
Monitoramento após tratamento: 
Exame clínico e teste sorológico com 
um teste não treponêmico (por exem-
plo RPR) aos 6, 12 e 24 meses.
Neurossífilis
Ceftriaxona 2 g por dia, IV, por 10 a 14 diasPenicilina G cristalina 3 a 4 milhões de 
unidades, IV, 4/4h, por 10 a 14 dias
Penicilina G procaína 2,4 milhões de 
unidades, IM, diariamente + Probenecide 500 
mg, VO, 4x/dia, por 10 a 14 dias
TRATAMENTO ALTERNATIVOTRATAMENTO PREFERIDO
Fonte: https://www.uptodate.com/contents/image?imageKey=ID%2F50435&topicKey=ID%2F7597&search=neur-
rossifilis&source=outline_link
*Se possível, pacientes alérgicos à penicilina devem ser dessensibilizados e tratados com penicilina IV.
Monitoramento após tratamento: 
Exame clínico e teste sorológico com 
testes não treponêmico (por exemplo 
RPR). A frequência depende do es-
tágio da doença (precoce ou tardio). 
O monitoramento do LCR pode ser 
garantido.
SE LIGA! Nas primeiras 24h após a 
primeira dose de penicilina, principal-
mente na sífilis secundária, a paciente 
pode apresentar a Reação de Jarisch- 
-Herxheimer, caracterizada por febre, 
artralgia, mal-estar e exacerbação das 
lesões cutâneas. Essa reação não confi-
gura alergia à penicilina e ocorre em res-
posta ao derrame de proteínas e de ou-
tras estruturas dos treponemas mortos 
pela penicilina na corrente sanguínea. 
O tratamento é feito com analgésicos e 
antitérmico.
34SÍFILIS 
Adquirida 
recente
Adquirida 
tardia NeurossífilisPrimária
Métodos 
diagnósticos Tratamento
Secundária
Terciária
Neurossífilis
Congênita
VDRL
RPR
TRUST
FTA-Abs
MHA-TP
TP-EIA
Imunoflores-
cência em 
campo escuro
Penicilina 
G 
benzatina 
2,4 
milhões de 
unidades, 
IM, dose 
única 
2ªop: 
Doxiciclina 
100 mg, 
VO, 2x/dia, 
por 
14 dias 
Penicilina 
G 
benzatina 
2,4 
milhões de 
unidades, 
IM, 1x/
semana, 
por 3 
semanas 
2ª op: 
Doxiciclina 
100 mg, 
VO, 2x/
dia, por 4 
semanas 
Penicilina G 
cristalina 3 a 
4 milhões de 
unidades, IV, 
4/4h, por 10 
a 14 dias OU 
Penicilina G 
procaína 2,4 
milhões de 
unidades, IM, 
diariamente + 
Probene-cide 
500 mg, VO, 
4x/dia, por 10 
a 14 dias
2ªop: 
Ceftriaxona 2 g 
por dia, IV, por 
10 a 14 dias
SÍFILIS
Clinica
Treponema 
pallidum
Agente 
etiológico
Não 
treponêmicos Treponêmicos
Pesquisa 
direta
35SÍFILIS 
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS 
Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico- Sífilis. Secretaria de Vigilância em Saúde. N° 
Especial, Out. 2019
Hicks, C.B., Clement, M. Syphilis: Epidemiology, pathophysiology, and clinical manifestations 
in HIV-uninfected patients. Uptodate, Oct 24, 2019. Atualizado em: Fev, 2020.
Marra, C.M. Neurosyphilis. Uptodate, Dec, 2018. Atualizado em: Fev, 2020
Hicks, C.B., Clement, M. Syphilis: Screening and diagnostic testing. Uptodate, Jun 12, 2019. 
Atualizado em: Fev, 2020
Hicks, C.B., Clement, M. Syphilis: Treatmente and monitoring. Uptodate, May 21, 2018. Atu-
alizado em: Fev, 2020
Dobson, S.R. Congenital syphilis: Clinical features and diagnosis. Uptodate, Jan 29, 2019. 
Atualizado em: FEV, 2020
Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e He-
patites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas 
com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Brasília-DF, 2015
36SÍFILIS

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