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ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 168 CAPÍTULO 7 – VERIFICAÇÃO DOS ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO: VERIFICAÇÃO DA FISSURAÇÃO 7.1 – Introdução Quando se calcula uma peça de concreto armado ou protendido, deve-se garantir a segurança no estado limite último assim como verificar as condições de utilização. Então além das verificações no estado limite último é preciso verificar a estrutura em seu funcionamento, ou seja, em serviço ou uso. Essas verificações correspondentes aos estados limites de serviço de fissuração e deformação excessiva. Não basta uma estrutura ter um segurança à ruptura é preciso que funcione adequadamente e que tenha durabilidade compatível ao que foi projetada. A fissuração excessiva de uma peça em concreto protendido (pode haver fissuração como será visto na protensão parcial) pode comprometer significativamente sua durabilidade. Embora não seja a única causa, ou condição necessária, pode-se dizer que, quando de sua ocorrência, há grande risco de haver uma degradação rápida do concreto superficial e da armadura. Outros fatores, como: porosidade do concreto, cobrimento insuficiente da armadura, presença de produtos químicos, agentes agressivos etc., contribuem ou podem ser determinantes na durabilidade da estrutura. Examinados esses fatores, o projetista deve evitar que a peça sofra fissuração excessiva, devida à flexão, detalhando adequadamente a armadura na seção transversal e, se for o caso, aumentando a sua quantidade. Assim, em relação à questão de fissuração, em geral, deseja-se evitar situações em amesma possa causar uma diminuição na vida útil da estrutura, principalmente provocando a deterioração da armadura por corrosão. Como será visto nos próximos itens o uso de fator água cimento (A/C) adequado, cobrimentos mínimos adequados para armadura também fazem parte das prescrições de se evitar a corrosão da armadura e portanto a diminuição da vida útil da estrutura. Portanto, a adoção de resistência mínima de concreto, cobrimento mínimo para armadura e verificação de estados de fissuração se complementam dando condições, junto com as boas técnicas de detalhamento e de confecção da estrutura, para que haja garantia de uma vida útil mínima. A questão do estado limite de deformação excessiva está ligada realmente as questões de estética e funcionamento adequado. Deformação excessiva em um piso pode ser uma questão estética para quem consegue perceber este defeito, mas pode ser, no caso de piso industrial, uma impossibilidade de se montar máquinas que toleram um pequeno desnível entre seus apoios. Também uma peça do tipo calha não pode ao longo do tempo perder sua declividade de forma que acumule água (exemplo do capítulo 1, mostrada em 1.2a). Finalmente, embora tenha se colocado como verificação dos estados limites de serviço, os estados limites relativos à fissuração podem, no caso de concreto protendido, serem usados como procedimentos de dimensionamento da armadura longitudinal, conforme é visto nos exemplos no final do capítulo. 7.2 Definições de estados limites No seu item a NBR6118:2003 define uma série de estados limites que são empregados neste e nos próximos capítulos: ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 169 • estado limite último (ELU): Estado limite relacionado ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura. • estado limite de formação de fissuras (ELS-F): Estado em que se inicia a formação de fissuras. Admite-se que este estado limite é atingido quando a tensão de tração máxima na seção transversal for igual a fct,inf =0,21. 3 2ckf • estado limite de abertura das fissuras (ELS-W): Estado em que as fissuras se apresentam com aberturas iguais aos máximos especificados nos próximos itens. • estado limite de descompressão (ELS-D): Estado no qual em um ou mais pontos da seção transversal a tensão normal é nula, não havendo tração no restante da seção. Verificação usual no caso do concreto protendido. • estado limite de descompressão parcial (ELS-DP): Estado no qual garante- se a compressão na seção transversal, na região onde existem armaduras ativas. Essa região deve se estender até uma distância ap da face mais próxima da cordoalha ou da bainha de protensão (ver figura 3.1 e tabela 13.3). • estado limite de compressão excessiva (ELS-CE): Estado em que as tensões de compressão atingem o limite convencional estabelecido. Usual no caso do concreto protendido na ocasião da aplicação da protensão (ver 17.2.4.3.2.a). • estado limite de deformações excessivas (ELS-DEF): Estado em que as deformações atingem os estabelecidos para a utilização normal fixados. Assunto que será estudado no capítulo 12. 7.3- Tipos de protensão quanto aos estados de fissuração Em função do tipo de protensão (pós e pré-tração) e da condição de agressividade ambiental fica definida um tipo de protensão quanto à intensidade. Para cada tipo de protensão (em relação a intensidade) pode ser necessário verificar as tensões normais no concreto, nas seções transversais, para uma certa combinação de esforços solicitantes, ou ainda verificar a abertura máxima de fissuras, conforme será visto logo em seguida. Na prática o tipo de protensão exigido, quando a condição de fissuração for preponderante, conduz a uma armadura de protensão maior ou menor a ser empregada. Pode-se inclusive, teoricamente, definir o concreto armado como mais um item na classificação dada pela norma, em que não se tem armadura de protensão e as verificações de fissuração se restringem ao controle da abertura de fissuras. Os níveis de protensão estão relacionados com os níveis de intensidade da força de protensão que por sua vez é função da proporção de armadura ativa utilizada em relação à passiva. Só para que fique bem claro o avanço e as modificações que ocorreram em relação a fissuração apresenta-se aqui como a norma NBR 71979 de 1982 e a nova de NBR6118:2003 abordam a questão 7.3.1Níveis de protensão segundo a NBR 71979[ ] Segundo a NBR 71979 [1982], a antiga norma de protendido, os tipos de protensão relacionam-se com os estados limites de utilização referentes à fissuração. Os tipos de protensão definidos são: protensão completa, protensão limitada e protensão parcial. A escolha do tipo de protensão é feita em função do tipo de construção ou da agressividade do meio ambiente, conforme podia ser visto no item 4.2 dessa norma. A classificação para o nível da agressividade do meio ambiente era a ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 170 seguinte: a) não agressivo, como o interior dos edifícios, em que uma alta umidade relativa somente pode ocorrer durante poucos dias por ano, e em estrutura devidamente protegida; b) pouco agressivo, como no interior de edifícios, em que uma alta umidade relativa pode ocorrer por longos períodos, e nos casos de contacto da face do concreto próximo à armadura protendida com líquidos, exposição prolongada a intempéries ou a alto teor de umidade; c) muito agressivo, como nos casos de contacto com gases e líquidos agressivos ou com solo ambiente marinho. Uma vezdefinido o ambiente em que se executaria a obra protendida, se não houver nenhuma outra norma mais rigorosa ou específica deveria-se empregar a tabela 7.1 dada a seguir. TABELA 7.1- Níveis de protensão segundo a NBR 71979 Nível de Agressividade Exigência mínima quanto ao tipo de protensão. meio agressivo protensão completa pouco agressivo protensão limitada não agressivo protensão parcial Acrescenta-se às exigências anteriores as restrições de uso do item 4.3 dessa Norma, em que se determina em que para estruturas de pontes ferroviárias ou vigas de ponte rolantes só é admitida protensão com aderência. O concreto protendido sem aderência só pode ser empregado em casos especiais e sempre com protensão completa. 7.3.2- Níveis de protensão segundo a NBR 6118:2003 A Norma NBR6118:2003 acaba sendo mais precisa nas definições da intensidade de protensão definindo inicialmente as condições de agressividade ambiental dados na tabela 7.2. A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras previstas no dimensionamento. TABELA 7.2- Classes de Agressividade Ambiental segundo a NB6118:2003 Classe de Agressividade do Ambiente (CAA) Agressividade Classificação Geral do tipo de ambiente para projeto Risco de deterioração da estrutura I fraca Rural e Submersa insignificante II média Urbana 1) 2) pequeno III forte Marinha 1),2)e Industrial 1), 2) grande IV Muito forte Industrial 1), 3) Respingos de Maré elevado 1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura). 2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em: obras em regi ões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove raramente. 3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 171 Assim, conhecido o ambiente onde a estrutura será construída pode-se definir a intensidade da proteger a se usar sem o risco de ter a diminuída em relação aquilo que é esperado como normal.Para a norma NBR 6118:2003 os níveis de protensão permitidos são os listados na tabela 7.3 TABELA 7.3- Exigências e níveis de protensão segundo a NB6118:2003 TIPOS DE CONCRETO ESTRUTURAL AGRESSIVIDADE AMBIENTE EXIGÊNCIA COMBINAÇÃO DE AÇÕES A CONSIDERAR Concreto simples CAA I a CAA IV Não há - Concreto Armado (sem protensão) CAA I ELS-W ω ≤ 0,4 mm Freqüente Concreto Armado (sem protensão) CAA II a III ELS-W ω ≤ 0,3 mm Freqüente Concreto Armado (sem protensão) CAA IV ELS-W ω ≤ 0,2 mm Freqüente Protensão parcial Nível 1 Pré-tração CAA I Pós tração –CAA I e II ELS-W ω ≤ 0,2 mm Freqüente Protensão limitada Nível 2 Pré-tração CAA II Pós-tração CAA III e IV (*) E.L.S-F. Fiss. (*) E.L.S-D. Fiss. Freqüente Quase permanente Protensão completa Nível 3 Pré-tração – CAA III e IV (*) E.L.F. Fiss. (*) E.L.S-D. Fiss. Rara Freqüente (*) As duas condições deverão ser verificadas simultâneamente Com ω abertura máxima de fissura; CAA refere-se às condições ambientais fornecidas no item 7.4.1. Notar a diferença entre a nova norma e a anterior, principalmente no que diz respeito a protensão sem aderência que só era permitida com protensão completa. Na nova redação nenhuma restrição é feita quanto a este tipo de protensão. Além da definição das intensidades de protensão de acordo com as condições ambientais a norma estipula ainda fatores água cimento máximos, resistência à compressão do concreto mínimos e finalmente cobrimentos mínimos de cobertura de na armadura. Os valores dos fatores água cimento (A/C) máximos e as resistências à compressão do concreto mínimas estão indicados na tabela 7.4 TABELA 7.4 – Correspondência entre a classe de agressividade e qualidade do concreto ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 172 Na tabela 7.4 são apresentados os valores de cobrimento mínimo da armadura exigido pela NBR6118:2003 em função do tipo de elemento e a correspondente classe de agressividade ambiental. Maiores detalhes deste assunto são visto nos capítulos posteriores. TABELA 7.4 – Correspondência entre a classe de agressividade e cobrimentos mínimos com =10mm Tipos de Estrutura Componentes ou elementos Classe de agressividade ambiental I II III IV cobrimento nominal em mm Concreto Armado Laje Viga/pilar 20 25 35 45 25 30 40 50 Concreto protendido Todos 30 35 45 55 7.4 –Combinação de ações em serviço. Para se realizar as verificações em serviço é preciso finalmente definir em quais situações, ou sob, que ações a verificação deve ser feita. No item 11.8 da NBR6118:2003 são apresentadas as combinações a serem feitas. Resumem-se, em seguida, alguns dos principais aspectos deste procedimento. Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidades não desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um período preestabelecido. A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura; a verificação da segurança em relação aos estados limites últimos e aos estados limites de serviço deve ser realizada em função de combinações últimas e combinações de serviço. Em geral, o coeficiente de ponderação das ações para estados limites de serviço é dado pela expressão: γf = γf2 . γ onde: γf2 tem valor variável conforme a verificação que se deseja fazer (tabela 7.5): γf2 = 1 para combinações raras; γf2 =Ψ1 para combinações freqüentes e γf2 = Ψ2 para combinações quase permanentes. Os valores da tabela anterior podem ser modificados em casos especiais aqui não contemplados, de acordo com a NBR 8681 [ ]. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 173 TABELA 7.5- Valores dos coeficientes γf2 segundo a NB6118:2003 γf2 Ψ0 Ψ1 Ψ2 Cargas acidentais de edifícios Locais em que não há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas 2) Locais em que há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de tempo, ou de elevada concentração de pessoas 3) Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,5 0,4 0,3 0,7 0,6 0,4 0,8 0,7 0,6 Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0 TemperaturaVariações uniformes de temperatura em relação à média anual 0,6 0,5 0,3 Cargas Móveis e seus efeitos dinâmicos Passarelas para pedestres Pontes Rodoviárias Pontes ferroviárias não especializadas Pontes ferroviárias especializadas Vigas de rolamento 0,6 0,4 0,3 0,7 0,5 0,3 0,8 0,7 0,5 1,0 1,0 0,6 1,0 0,8 0,5 1)Para os valores de ψ1 relativos às pontes e principalmente aos problemas de fadiga, ver seção 23 da NBR6118:2003. 2)Edifícios residenciais. 3)Edifícios comerciais, de escritórios, estações e edifícios públicos. * Os valores de Ψ0 são usados nos estados limites últimos Para facilitar a visualização as combinações de serviço usuais apresenta-se a tabela 7.6 Tabela 7.6 - Combinações de serviço Combinações de serviço (ELS) Descrição Cálculo das solicitações Combinações quase permanentes de serviço (CQP) Nas combinações quase permanentes de serviço, todas as ações variáveis são consideradas com seus valores quase permanentes ψ2.Fqk Fd,ser = ΣFgik + Σψ2j Fqjk (7.1) Combinações freqüentes de serviço (CF) Nas combinações freqüentes de serviço, a ação variável principal Fq1 é tomada com seu valor freqüente ψ1 Fq1k e todas as demais ações variáveis são tomadas com seus valores quase permanentes ψ2 Fqk Fd,ser = ΣFgik +ψ1 Fq1k + Σψ2j Fqjk (7.2) Combinações raras de serviço (CR) Nas combinações raras de serviço, a ação variável principal Fq1 é tomada com seu valor característico Fq1k e todas as demais ações são tomadas com seus valores freqüentes ψ1.Fqk Fd,ser = ΣFgik + Fq1k + Σψ1j Fqjk (7.3) Onde: Fd,ser é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço, Fq1k é o valor característico das ações variáveis principais diretas,Ψ1 é o fator de redução de combinação freqüente para ELS, Ψ2 é o fator de redução de combinação quase permanente para ELS. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 174 Antes de continuar pode-se agora, depois de introduzidos os conceitos anteriores, fazer um breve resumo do procedimento do projetista quando desenvolve um projeto de protendido. Inicialmente o projetista deve identificar dois aspectos importantes o tipo ou destinação da obra a ser projetada (enquadra-la na descrição da tabela 7.5 é um ediciio público? Uma ponte?) em seguida deve-se verificar, através da localização da obra, qual é a condição de agressividade ambiental que mais retrata o meio que cerca a obra. De posse destas duas informações o projetista deve saber, escolher o tipo de protensão quanta a execução que vais ser empregada (pré ou pós tração). Agora com três informações básicas anteriores é possível através das tabelas 7.4 e 7.5 fixar os valores máximo de A/C; resistência de compressão mínima do concreto e cobrimentos mínimos para a armadura de diversos os elementos. Com o tipo de protensão em relação ao processo construtivo, a condição fica determinada a intensidade de protensão a ser utilizada (parcial, limita ou completa). Finalmente com todos estes dados pode-se definir a maneira de verificar a fissuração (abertura de fissuras ou verificação de tensões) e ainda as combinações a serem usadas (quase permanente, freqüente ou rara). Figura 7.2 Esquema de procedimento para se atender, em relação ao projeto, as condições de durabilidade previstas pela NBR6118:2003. Na figura 7.2 representa-se esquematicamente como pode-se proceder para, em relação ao projeto, atender as condições de durabilidade previstas pela NBR6118:2003. Define-se CAA e tipo da edificação (prédio público, ponte) Ficam fixados valores de A/C máximo; fck mínimo (Tabela 7.4) e cobrimentos mínimos de armadura (tabela 7.5) Define-se ou escolhe-se o tipo de protensão se pré ou pós tração. Com CAA e tipo de protensão (pré ou pós tração) Define-se Protensão parcial Protensão limitada Protensão completa Protensão parcial Abertura de fissuras Combinação freqüente Protensão limitada Verificação de tensões Combinação quase permanente Combinação frequente Protensão completa Verificação de tensões Combinação frequente Combinação rara ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 175 7.6 –Abertura máxima de fissuras A discussão do controle da abertura máxima das fissuras em peças de concreto protendido é similar as de concreto armado por esta razão usa-se aqui trechos do texto de CARVALHO & FIGUEIREDO FILHO [2004]. De acordo com a NBR6118:2003 deve-se garantir, com razoável probabilidade, que as aberturas das fissuras fiquem dentro de limites que não comprometam as condições de serviço e a durabilidade da estrutura. As aberturas, dentro desses limites, geralmente não causam perda de segurança no estado limite último. Fissuras são inevitáveis em estruturas de concreto e permitidas em peças em concreto protendido com protensão parcial em que existem tensões de tração resultantes de carregamento direto ou por restrição a deformações impostas. Podem ainda ocorrer por outras causas, como retração plástica ou térmica e expansão devida às reações químicas internas do concreto nas primeiras idades. Essas aberturas podem representar um estado de fissuração inaceitável. As fissuras devem ser evitadas ou limitadas por meio de cuidados tecnológicos, especialmente na definição do traço do concreto e nos cuidados de cura do mesmo. De maneira geral, em estruturas bem projetadas e construídas e sob cargas especificadas na normalização (com combinação de ações freqüente), quando as fissuras apresentarem aberturas que respeitem, no caso de concreto protendido a abertura de 0,2 mm como indica a tabela 7.2 ( 0,2; 0,3 e 0,4 para peças em concreto armado), não haverá perda de durabilidade ou perda de segurança quanto aos estados limites últimos. As aberturas wk da tabela 7.3 referem-se a valores característicos limites para garantir proteção adequada das armaduras quanto à corrosão. Não se deve esperar, no entanto, que as aberturas reais de fissuras correspondam estritamente aos valores indicados, isto é, fissuras reais podem eventualmente ultrapassar estes limites. Finalmente, a combinação freqüente em serviço para a verificação de abertura de fissuras, será feita, de acordo com as tabelas 7.5 e 7.6. 7.6.1 Controle da fissuração através da limitação da abertura estimada das fissuras No item 17.3.3 da NBR 6118:2003 estão estabelecidos os critérios para a verificação dos valores limites da abertura de fissuras, dados na Tabela 7.2, para peças lineares, analisadas isoladamente, e submetidas à combinação de ações definidas no item anterior. A avaliação dos valores das aberturas de fissuras, na verificação do estado limite (item 17.3.3.2 da norma), é feita para cada elemento ou grupo de elementos das armaduras passivas e ativas aderente (excluindo os cabos de protendido que estejam dentro de bainhas), que controlam a fissuração da peça, considerando-se uma área Acr do concreto de envolvimento, constituída por um retângulo cujos lados não distam mais de 7,5⋅φ do contorno do elemento da armadura (Figura 4.4). É conveniente que toda a "pele" (região próxima à superfície) da viga na sua zona tracionada tenha armaduras que limitem a abertura de fissuras na região Acr,i considerada, conforme indicadona Figura 7.2. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 176 Figura 7.2 Concreto de envolvimento da armadura (Figura 17.3, da NBR 6118:2003). O tamanho da abertura de fissuras (w) determinado para cada parte da região de envolvimento, será o menor dentre os obtidos pelas duas expressões a seguir, com σsi, φi, Esi, ρri definidos para cada área de envolvimento: ( )⎪⎪ ⎪ ⎩ ⎪⎪ ⎪ ⎨ ⎧ ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ρ⋅ σ⋅η⋅ φ σ⋅⋅σ⋅η⋅ φ 45 + 4 E12,5 f 3 E 12,5 entremenor = w risi si i i mct, si si si i i )6.7( )5.7( sendo: Acri − área da região de envolvimento protegida pela barra φi; Esi − módulo de elasticidade do aço da barra φi considerada; φi − diâmetro da barra que protege a região de envolvimento considerada; ρri − taxa de armadura passiva ou ativa aderente (que não esteja dentro de bainha) em relação à área da região de envolvimento (Acr); ηi − coeficiente de conformação superficial η1 da armadura passiva considerada(1); fct,m − resistência média do concreto à tração(2); σsi − tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada, calculada no estádio II(3). Nos elementos estruturais de protensão, σsi é o acréscimo, no centro de gravidade da armadura, entre o estado limite de descompressão e o carregamento considerado. Deve ser calculado no estádio II considerando toda a armadura ativa, inclusive aquela dentro de bainha. ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 177 Notas: 1. O coeficiente η1 que mede a conformação superficial é dado no item 9.3.2.1 da norma, e vale 1,0 para barras lisas (CA-25), 1,4 para barras entalhadas (CA-60) e 2,25 para barras (nervuradas) de alta aderência (CA-50). Para fois lisos de protensão η1=ηp1=1,0 para cordoalhas de 3 e sete fios ηp1=1,2 e para fios dentados ηp1=1,4 2. fct,m é definido no item 8.2.5 da norma (ver Capítulo 1, Seção 1.6.2.4, eq. 1.5). 3. O cálculo no Estádio II (que admite comportamento linear dos materiais e despreza a resistência à tração do concreto) pode ser feito considerando 15e =α (relação entre os módulos de elasticidade do aço e do concreto). Para evitar o cálculo no estádio II pode-se, a favor da segurança, considerar, de maneira simplificada, a tensão na armadura dada por: qgg qggf qgg qggf ykyd si ++ ⋅++⋅⋅=++ ⋅++⋅= 21 121 21 121 15,14,14,1 ψψσ (7.6) Nas vigas usuais, com altura menor que 1,2 m, pode-se considerar atendida a condição de abertura de fissuras em toda a pele tracionada, se a abertura de fissuras calculada na região das barras mais tracionadas for verificada e houver uma armadura lateral de pele que atenda o item 17.3.5.2.3 da NBR 6118:2003. 7.6.2 Controle da fissuração sem a verificação da abertura de fissuras A peça atenderá ao estado limite de fissuração (aberturas máximas esperadas da ordem de 0,3 mm para o concreto armado) sem a avaliação da grandeza da abertura da fissura (item 17.3.3.3, NBR 6118:2003), quando forem atendidas as exigências de cobrimento e de armadura mínima determinadas pela norma e as restrições da Tabela 7.4 (Tabela 17.2, NBR 6118:2003), quanto ao diâmetro máximo (φmax)e ao espaçamento máximo (smax). A tensão σs deverá ser determinada no Estádio II. Tabela 7.7 Valores máximos de diâmetro e espaçamento, com barras de alta aderência. Valores máximos para concreto sem armaduras ativas Tensão σs na barra (MPa) φmáx (mm) smáx (cm) 160 32 30 200 25 25 240 16 20 280 12,5 15 320 10 10 360 8 6 Finalmente cabe destacar que alem das condições citadas anteriormente: imposição de valor mínimo para fck e relação máxima de A/C, controle do estado ou ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 178 abertura de fissura para garantir a durabilidade da peça é preciso também impor recobrimentos mínimos na armadura (inclusive a de protensão) que são dadas no outro capítulo. 7.7.Exemplos Numéricos Exemplo numérico 7.1. Verificar, para a seção mais solicitada, o estado de serviço em relação a fissuração de uma laje maciça quadrada de 10x10m com 25 cm de espessura submetida a uma ação de sobrecarga permanente de 1,75 kN/m2 e a uma carga acidental de 5 kN/m2. Considerar a laje simplesmente apoiada em todo seu contorno e que a rotação é livre. Dados: prédio residencial e ambiente de orla marítima com protensão com pós-tração e como solução inicial cabos parabólicos de cordoalha engraxada (φ=1/2”)que efetuarão no tempo infinito uma carga de –4 kN/m2. RESOLUÇÃO A solução deste problema atribuindo um valor de carga a ser equilibrado pela protensão é uma técnica atribuída T. Y. LIN ( ) muito usada nas décadas de 50 e 60 quando o projeto de protensão basicamente era feito através do controle de tensões normais. Hoje é preciso lembrar que alem das verificações de tensões (fissuração) é preciso também atender a condição de estado limite último. • Condições de durabilidade. Por se tratar de ambiente marinho pela tabela 7.3 tem-se CAA III e como a protensão é com pós-tração deve-se, segundo a tabela 7.2 usar protensão limitada. Com a tabela 7.4 conclui-se que o concreto deve ter fck=35 MPa e o máximo A/C é de 0,50e pela tabela 7.5 conclui-se, considerando edifício residencial, que os valores de Ψ1 e Ψ2 são respectivamente 0,4 e 0,3. O cobrimento recomendado para esta situação (ver próximo capítulo) é de 4,5 cm. • A ação de protensão atuante na laje pode ser considerada a partir do uso da carga equivalente u apresentada no capítulo 1 é dada por (ver figura 7.3): 2 8 l ePu = com P – Força de protensão considerada constante no trecho analisado e – flecha da parábola do cabo l - vão da parábola Figura 7.3- Carga equivalente de protensão devido um cabo parabólico Como se trata de laje armada em duas direções (cabos em duas direções). ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 179 2 16 l Peu = o valor de e pode ser visto na figura 7.4 assim P=4x102/(16x0,675)=370 kN 25 12,5 4,5 1,25 1,25 4,75 6,75 cm cordoalha Ø1/2" Figura 7.4- Seção transversal no meio do vão da laje mostrando o valor da excentricidade e=6,76 cm • Características Geométricas Em se tratando de laje maciça toma-se uma faixa de um metro e portanto: A=bxh=1X0,25=0,25 m2; Wi=Ws= == 6 25,01 6 22 xbh 0,01042 m3. • Momentos Como se trata de placa maciça pode-se se calcular os momentos máximos usando a teoria de placas delgadas e as tabelas correspondente como em CARVALHO & FIGUEIREDO FILHO [2001] e sendo quadrada a placa: mx=my= 100 2 xx plμ com xμ -coeficiente tabelado que no caso é igual a 4,41 p – ação uniforme atuante xl - valor do vão na menor direção neste caso igual a 10 m. Aplicando a expressão anterior obtêm-se os seguintes os momentos de pesopróprio carga acidental e de protensão. Tabela 7.7 – Momentos atuante Momento fletor màximo Valor do momento (kN.m/m) Devido ao peso próprio (g1+g2=8 kN/m2) mx, g1+g2= 35,3 Devido à carga acidental (q=5 kN/m2) mx, q=22,0 Devido ao efeito da protensão (p=-4 kN/m2) mx, p=-17,64 • Verificações de tensões Usando a tabela 7.16 e lembrando sempre que é necessário considerar as máximas e mínimas ações, como já feito nos exemplos do capítulo 1. Estado limite de formação de fissuras (E.L.S-F).→Combinação de ações Freqüente ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 180 Os limites neste caso são Tração → fct,inf = -0,21. 3 2ckf (ver item 3.6) e como se trata de seção retangular este valor deve ser multiplicado por 1,5 ficando –0,315. 3 2ckf Compressão → estado limite de compressão excessiva (ELS-CE) → 0,7 fck Substituindo fck=35 chega-se a condição: 22 245003370 m kN m kN ≤≤− σ BORDA INFERIOR Situação momento máximo 1) σi= i g2g1 i pp W M W M A N +++ i q1 W .Mψ+ = =−−+ 0,01042 0,4x22,0 0,01042 35,2 0,01042 6,17 0,25 370 -1059 kN/m2 ( são usadas aqui as convenções do capítulo em que o sinal negativo indica tensão de tração e o positivo o de compressão e ainda que o momento positivo leva a uma tração na borda inferior). Situação momento mínimo 2) = i g2g1 i pp W M W M A N +++ i q1 W .Mψ+ = =−−+ 0,01042 0,4x0 0,01042 35,2 0,01042 6,17 0,25 370 -214 kN/m2 (neste caso específico o momento mínimo corresponde a não atuação da carga acidental, ou seja, Mq=0). BORDA SUPERIOR Situação momento máximo 3) σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ s q1 W .Mψ+ = =++− 0,01042 0,4x22,0 0,01042 35,3 0,01042 6,17 0,25 370 4019 kN/m2 Situação momento mínimo 4) s= s g2g1 s pp W M W M A N +++ s q1 W .Mψ+ = =++− 0,01042 0,4x0 0,01042 35,3 0,01042 6,17 0,25 370 3174 kN/m2 As condições de tensão estão atendidas para a combinação freqüente pois na situações extremas (condições 1 e 3) tem-se: σ = -1059>-3270 kN/m2 e σ = 4019<24500 kN/m2 Estado limite de formação de descompressão (E.L.S-D).→Combinação de ações Quase Permanente Os limites neste caso são Tração → σ = 0 Compressão → estado limite de compressão excessiva (ELS-CE) → 0,7 fck Substituindo fck=35 chega-se a condição: ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 181 500.240 ≤≤σ BORDA INFERIOR Situação momento máximo 5) σi= i g2g1 i pp W M W M A N +++ i q2 W .Mψ+ = =−−+ 0,01042 0,3x22,0 0,01042 35,2 0,01042 6,17 0,25 370 -848 kN/m2 Situação momento mínimo 6) σi= i g2g1 i pp W M W M A N +++ i q2 W .Mψ+ = =−−+ 0,01042 0,3x0 0,01042 35,2 0,01042 6,17 0,25 370 -214 kN/m2 BORDA SUPERIOR Situação momento máximo 7) σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ i q2 W .Mψ+ = =++− 0,01042 0,3x22,0 0,01042 35,3 0,01042 6,17 0,25 370 3808 kN/m2 Situação momento mínimo 8) σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ i q2 W .Mψ+ = =++− 0,01042 0,3x0 0,01042 35,3 0,01042 6,17 0,25 370 3174 kN/m2 As condições de tensão não estão atendidas para a combinação quase permanente pois na situação de momento máximo e mínimo na borda inferior (condição 5 e 6) tem-se tração: σ = -848 > 0 kN/m2 (não atende!) Exemplo numérico 7.2. Dimensionar o esforço de protensão a ser aplicada na laje do exemplo anterior, com protensão uniforme ao longo de toda a laje de maneira que na seção mais solicitada, o estado de serviço em relação a fissuração esteja atendido. Considerar os mesmos dados que o problema anterior. RESOLUÇÃO Considerando o cobrimento mínimo (tabela 7.2 da NBR6118:2003) de 4,5 cm e que será utilizada cordoalha engraxada de ½” o valor do cg da armadura estará a 5,7 cm da borda inferior (no meio do vão). Tomando uma faixa de um metro tem-se: 22 10 0675,01682 PePu ××=×= l =-0,0108P N=P e Mp= - ( 100 1041,40108,0 2××× P )P= -0,0476P ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 182 Usando já as equações do problema anterior Estado limite de formação de fissuras (E.L.S-F).→Combinação de ações Freqüente BORDA INFERIOR 1*) σi= i g2g1 i pp W M W M A N +++ 3370 W .M i q1 −≥+ψ 3370 0,01042 0,4x22,0 0,01042 35,3 0,01042 0476,0 0,25 P −≥−−+ xP → P≥ 100,6 kN 2*) σi= i g2g1 i pp W M W M A N +++ 24500 W .M i q1 ≤+ψ 24500 0,01042 0,4x0,0 0,01042 35,3 0,01042 0476,0 0,25 P ≤−−+ xP → P≤ 2463 kN BORDA SUPERIOR 3*) σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ 24500 W .M s q1 ≤+ψ 245000 0,01042 0,4x22,0 0,01042 35,3 0,01042 0476,0 0,25 P ≤++− xP → P≥ -35559 kN 4*) σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ 3000 W .M s q1 −≥+ψ 3370 0,01042 0,4x0,0 0,01042 35,2 0,01042 0476,0 0,25 P −≥++− xP → P≤ 11887 kN Estado limite de formação de descompressão (E.L.S-D).→Combinação de ações Quase Permanente BORDA INFERIOR 5*) σi= i g2g1 i pp W M W M A N +++ 0 W .M i q2 ≥+ψ 0 0,01042 0,3x22,0 0,01042 35,3 0,01042 0476,0 0,25 P ≥−−+ xP → P≥ 469 kN 6*) σi= i g2g1 i pp W M W M A N +++ 245000 W .M i q2 ≤+ψ 245000 0,01042 0,3x0,0 0,01042 35,3 0,01042 0476,0 0,25 P ≤−−+ xP → P≤ 3259 kN ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 183 BORDA SUPERIOR 7*) σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ 24500 W 2.M s q ≤+ψ 245000 0,01042 0,3x22,0 0,01042 35,2 0,01042 0476,0 0,25 P ≤++− xP → P≥ -35929 kN 8*) σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ 0 W .M s q2 ≥+ψ 0 0,01042 0,3x0,0 0,01042 35,3 0,01042 0476,0 0,25 P ≥++− xP → P≤ 5942 kN Finalmente o valor da força de protensão deverá estar contida no intervalo kNP 2463469 ≤≤ Exemplo Numérico 7.3 Considerando o exemplo e que o valor de d=20 cm e que σpt=∞=945 MPa calcule a força de protensão (ou o número de cabos) necessária no meio da laje (em cada direção) para atender o estado limite último. Aço CP 190. RESOLUÇÃO o momento no estado limite último é dado por: Md =1,4(35,3+22)=80 kNm/m para o valor de KMD tem-se KMD= 4,1 3500020,01 80 2 ×× =0,08 que conduz εs=1,0% e kz=0,9472 Para o pré-alongamento tem-se: εp=945/200000=0,472% Assim considerando inicialmentea armadura aderente tem-se εt =εs+εp =1+0,472=1,472 que conduz (tabela 6. ) a σpd=150,7 kN/cm2 Ap = 15020,09472,0 80 ×× = 2,81 cm 2 Imaginando agora que a seção final seja já determinada com mais 15% Ap=3,23 cm2 usando a expressão 6.1 Δσp= 70 + fck/(100ρp) = 70+35/(3,23/20)=286,7 σpd=σpt=∞ + Δσp =945+286,7=1231 MPa Ap = 12320,09472,0 80 ×× = 3,43 cm 2 Com este novo valor Δσp= 70 + fck/(100ρp) = 70+35/(3,43/20)=274 σpd=σpt=∞ + Δσp =945+274=1219 MPa Ap = 9,12120,09472,0 80 ×× = 3,46 cm 2 que pode ser considerada a seção final e que conduz a uma força de: ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 184 Np =3,46×94,5=327 kN (menor que o valor encontrado no exercício anterior 496 kN) Assim se a armadura fosse dimensionada inicialmente pelo ELU ao se fazer a verificalçao de ELS (problemas 1 e 2) ficaria claro a necessidade em aumentar a força de protensão, ou seja, o número de cabos. Exemplo numérico 7.4 Para uma viga cuja seção transversal tem a forma de te com os valores de bf=10,5 m hf=20 cm d= 1,85m pede-se: 1) calcular a armadura necessária em S5 no ELU e verificar a condição de fissuração. Considerar o uso de cabos 12φ1/2” (Ap- 11,45 cm2) cujo representante tem σpt=∞ = 900 MPa, e ainda concreto com fck=35 MPa, Considerar ainda como dados os valores das tabelas 7.6 e 7.7. Resumo dos momentos fletores das ações. Os valores dos Momentos fletores são apresentados na tabela A5 para as seções S0,S2 e S5. TABELA 7.6 Momentos fletores (kN.m) Mg1 Mg2 Mqmin ϕMqmin Mqmáx ϕMqmáx S0 -4228 -305 -2470 -3211 0 0 S2 7688 918 -1999 -2590 2737 -500 S5 13526 1602 -1285 -1670 4180 -200 Tabela 7.7- Resumo das características geométricas de S0, S2 e S5 A (m2) ys (m) yi (m) I (m4) Wi (m3) Ws (m3) S0 6,3825 0,8722 1,1278 3,4577 3,066 3,964 S2 5,2235 0,7907 1,2093 2,9451 2,435 3,724 S5 4,5875 0,7220 1,2780 2,5740 2,015 3,565 Resolução ELU pré alongamento εp=900/200000=0,45% Md =1,35 (Mg1+Mg2)+1,5 Mq = 1,35(13526+1602)+1,5×4180=20422+6270=22693 kN.m situação de equilíbrio da seção no ELU 4,1 3500085,15,10 22693 2 ×× =KMD =0,03 que conduz a kz=0,9759, kx=0,0449 e εp=1% Assim x=0, 0449×1,85=0,08m <hf (correto !) εt=εp+εs=1+0,45=1,45% da tabela σpd=150,5 Ap= =×× 5,15085,19759,0 22963 84,51 cm2 (8 cabos) Força normal de protensão Np= 90×8×14,5=10440 kN Verificação da fissuração ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 185 • Verificações de tensões Usando a tabela 7.6 e lembrando sempre que é necessário considerar as máximas e mínimas ações, como já feito nos exemplos do capítulo 1. Estado limite de formação de fissuras (E.L.S-F).→Combinação de ações Freqüente Os limites neste caso são Tração → fct,m = -0,3. 3 2ckf Compressão → estado limite de compressão excessiva (ELS-CE) → 0,7 fck Substituindo fck=35 chega-se a condição: 22 245003370 m kN m kN ≤≤− σ BORDA INFERIOR Situação momento máximo 9) σi= i g2g1 i pp W M W M A N +++ i q1 W .Mψ+ = =−+−×+ 2,015 0,4x4180 2,015 160213526 2,015 128,110400 4,5875 10400 2267+5821-7507-830= -249 kN/m2 ( são usadas aqui as convenções do capítulo em que o sinal negativo indica tensão de tração e o positivo o de compressão e ainda que o momento positivo leva a uma tração na borda inferior). Situação momento mínimo 10) = i g2g1 i pp W M W M A N +++ i q1 W .Mψ+ = =++−×+ 2,015 0,4x200 2,015 160213526 2,015 128,110400 4,5875 10400 2267+5821-7507+40= 621 kN/m2 BORDA SUPERIOR Situação momento máximo 11) σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ s q1 W .Mψ+ = =+++×− 2,574 0,4x4180 2,574 160213526 2,574 128,110400 4,5875 10400 2267-4457+5877+650= 4377 kN/m2 Situação momento mínimo 12) σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ s q1 W .Mψ+ = =−++×− 2,574 0,4x200 2,574 160213526 2,574 128,110400 4,5875 10400 2267-4457+5877-31= 3656 kN/m2 ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 186 As condições de tensão estão atendidas para a combinação freqüente pois na situações extremas (condições 1 e 3) tem-se: σ = -249>-3370 kN/m2 e σ = 4377<24500 kN/m2 Estado limite de formação de descompressão (E.L.S-D).→Combinação de ações Quase Permanente Os limites neste caso são Tração → σ = 0 Compressão → estado limite de compressão excessiva (ELS-CE) → 0,7 fck Substituindo fck=35chega-se a condição: 500.240 ≤≤σ BORDA INFERIOR Situação momento máximo 13) σi= i g2g1 i pp W M W M A N +++ i q2 W .Mψ+ = =−+−×+ 2,015 0,3x4180 2,015 160213526 2,015 128,110400 4,5875 10400 2267+5821-7507-622= -41 kN/m2 Situação momento mínimo 14) σi= i g2g1 i pp W M W M A N +++ i q2 W .Mψ+ = =++−×+ 2,015 0,3x200 2,015 160213526 2,015 128,110400 4,5875 10400 2267+5821-7507+30= 581 kN/m2 BORDA SUPERIOR Situação momento máximo 15) σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ i q2 W .Mψ+ = =+++×− 2,574 0,3x4180 2,574 160213526 2,574 128,110400 4,5875 10400 2267-4457+5877+487= 4174 kN/m2 Situação momento mínimo σs= s g2g1 s pp W M W M A N +++ i q2 W .Mψ+ = =−++×− 2,574 0,3x200 2,574 160213526 2,574 128,110400 4,5875 10400 2267-4457+5877-23= 3664 kN/m2 As condições de tensão estão praticamente atendidas porque mesmo para a combinação quase permanente pois na situação de momento máximo na borda inferior (condição 5) tem-se uma tração que poderia ser facilmente evitando mudando-se o valor de e ESTRUTURAS EM CONCRETO PROTENDIDO: CÁLCULO E DETALHAMENTO CAP. 7 – Verificação dos Estados Limites de Serviço ROBERTO CHUST CARVALHO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 187 σ = -41 ≅ 0 kN/m2 (situação atendida!) Bibliografia NBR 71979[ ] NBR 6118:2003[ ]
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