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1 Cláudia Cardoso Gomes RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO-ANÁLISES CLÍNICAS Prof. Laisa Vieira Gnutzmann DOURADOS – MS 2022 2 CLÁUDIA CARDOSO GOMES RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO-ANÁLISES CLÍNICAS Trabalho de conclusão de Estágio apresentado à disciplina Estágio Supervisionado-Análises Clínicas para o curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera/Dourados. Orientador: prof. Laisa Vieira Gnutzmann DOURADOS/MS 2022 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................................4 2. OBJETIVO.........................................................................................5 3. O LABORATÓRIO.............................................................................6 4. ÁREA FÍSICA DO LABORATÓRIO..................................................7 5. FUNCIONAMENTO E QUADRO DE FUNCIONÁRIOS DO LABORATÓRIO...................................................................................8 6. RECEPÇÃO DO LABORATÓRIO.......................................................9 7. PROCEDIMENTOS DE COLETA REALIZADOS DURANTE O ESTÁGIO.............................................................................................10 7.1 COLETA DE SANGUE........................................................................10 7.2 COAGULOGRAMA-TS MÉTODO DE DUKE......................................11 7.3 SWAB NASAL......................................................................................11 7.4 TOXICOLÓGICO-CAPILAR.................................................................12 8. SETOR DE TRIAGEM..........................................................................13 9. SETOR DE URINÁLISE........................................................................14 10. SETOR DE BACTERIOLOGIA.............................................................15 11. SETOR DE PARASITOLOGIA.............................................................16 12. SETOR DE BIOQUÍMICA......................................................................17 13. SETOR DE HEMATOLOGIA.................................................................18 14. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................19 REFERÊNCIAS...........................................................................................10 4 1. INTRODUÇÃO Segundo a Portaria nº 302, de 13 de outubro de 2005, a definição Laboratório Clínico consiste no “serviço destinado à análise de amostras de paciente, com a finalidade de oferecer apoio ao diagnóstico e terapêutico, compreendendo as fases pré-analítica, analítica e pós-analítica.” Conforme o encarte do CFF- Análises Clínicas (2011): A fase pré-analítica compreende todas as atividades que antecedem o ensaio laboratorial, fora ou dentro do laboratório de análises clínicas, isto é, engloba desde a preparação do paciente, coleta, manipulação e armazenamento do espécime diagnóstico. A fase analítica tem início com a confirmação do sistema analítico, por meio do controle interno da qualidade na amplitude normal e patológica, e é encerrado, no momento que a determinação analítica gera um resultado. A fase pós-analítica tem início depois que a determinação analítica gera o resultado, quantitativo e/ou qualitativo, encerrando-se, após o laudo ser entregue, segundo legislação vigente. Através da padronização de todas as atividades realizadas, desde o atendimento ao paciente até a liberação do laudo, pode-se garantir a qualidade de todas as fases. Todas as atividades realizadas no laboratório têm que ser documentadas através de procedimentos operacionais padrão (POP) ou instruções de trabalho (IT), que precisam estar sempre disponíveis aos funcionários responsáveis pelas atividades (CHAVES,2010). 5 2. OBJETIVO Este relatório tem como objetivo relatar os conhecimentos adquiridos e atividades realizadas no estágio em Laboratório de Análises Clínicas. 6 3. O LABORATÓRIO O estágio foi realizado no Laboratório de Análises Clínicas Ponta Porã, localizado na área Central de Ponta Porã/MS, na Rua Guia Lopes nº 794. O Laboratório iniciou suas atividades em 01 de março de 1974. O Laboratório conta com três filiais situadas em Ponta Porã, mas todas as análises são realizadas na Matriz. A política de qualidade do laboratório é prestar serviços que superem as expectativas de seus clientes, garantindo confiabilidade nos resultados e excelência em atendimento. A qualidade dos serviços prestados no laboratório fez com que recebesse categoria Diamante pelo PNCQ (Programa Nacional de Controle de Qualidade) e o Certificado de Acreditação pelo DICQ (Sistema Nacional de Acreditação). 7 4. ÁREA FÍSICA DO LABORATÓRIO O ambiente é dividido em: • Sala ampla dividida em 5 áreas: de recepção, registro de pacientes, recepção de materiais, espera e entrega de laudos; • 5 salas de coleta de material; • 1 sala de exame toxicológico; • 1 sala de exames infantil; • 1 sala de repouso; • Área para café dos pacientes; • 1 sala de triagem; • 1 sala de Urinálise; • 1 sala de Bacteriologia; • 1 sala de parasitologia; • 1 sala ampla: Bioquímica e Biologia Molecular; • 1 sala administrativa; • 1 sala de esterilização e lavagem de material; • 1 sala do Diretor técnico; • 1 sala para depósito de materiais de limpeza; • 3 sanitários; • 1 sala de vestiário; • Copa. 8 5. FUNCIONAMENTO E QUADRO DE FUNCIONÁRIOS DO LABORATÓRIO O Laboratório de Análises Clínicas Ponta Porã, funciona de segunda a sexta, das 6 h da manhã até as 17:30h e nos sábados das 6h até as 11:30h. O quadro de funcionários é composto por: • 6 atendentes na recepção; • 7 técnicos responsáveis pela coleta de material biológico; • 5 farmacêuticos e 2 biomédicos responsáveis pelas análises; • 1 gerente administrativa; • 2 funcionárias no RH; • 1 faxineira. 9 6. RECEPÇÃO DO LABORATÓRIO A recepção do Laboratório de Análises Clínicas Ponta Porã tem como missão: • o cadastro dos pacientes; • fichas ambulatoriais; • Agendar e confirmar exames; • Orientar o paciente sobre a coleta e a preparação necessária para a realização dos exames; • Entregar acessórios como coletores de urina e fezes para os pacientes; • Encaminhar o paciente para a coleta; • Impressão e entrega de laudos; • Recebimento e identificação de materiais e amostras dos pacientes; • Recebimento de valores referentes aos exames; 10 7. PROCEDIMENTOS DE COLETA REALIZADOS NO LABORATÓRIO DURANTE O ESTÁGIO Os técnicos recebem as fichas já feitas pelos recepcionistas. Conferem os dados e verificam se o paciente obedeceu às restrições necessárias para o exame. 7.1 COLETA DE SANGUE No caso da coleta de sangue, o técnico higieniza as mãos, seleciona os tubos, agulhas e demais materiais necessários à coleta. Os tubos são identificados. O paciente é posicionado corretamente na cadeira de coleta. O técnico aplica o torniquete, pede para o paciente fechar a mão e examina o local para realizar a punção. O técnico coloca as luvas. Aplica o antisséptico no local da punção e espera secar. Logo é realizada a punção. É retirado o torniquete. Posiciona-se a gaze sobre o local da punção. A agulha é removidae descartada. É pressionado o local da punção para cessar o sangramento e aplicada uma bandagem adesiva. Logo após a coleta, o sangue é transferido para os tubos de coleta de acordo com as necessidades. Para cada teste existe um tubo diferente. Desse modo, cada tubo possui a tampa de uma cor que é referente ao aditivo presente dentro do recipiente. • Azul - possui citrato de sódio, que é utilizado com objetivo de inibir a coagulação, preservando os fatores. • Vermelho - ativador de coágulo, por isso, objetiva acelerar a coagulação do sangue coletado. • Amarelo - possui ativador de coágulo + gel. Esses dois componentes fazem com que o sangue coagule mais rapidamente e, após a coagulação, o gel realiza a separação física entre a porção celular e a líquida (soro). • Rosa/roxo/lilás - as paredes desse tubo são jateadas com EDTA, conhecido por ser o melhor anticoagulante para a preservação da morfologia celular, sendo assim, é recomendado para as rotinas de hematologia. • Verde - Esse tubo possui heparina de lítio, um aditivo que ativa enzimas antiplaquetárias que bloqueiam a cascata da coagulação. • Cinza - fluoreto de sódio e EDTA, com as funções de inibidor glicolítico e anticoagulante, respectivamente, esses compostos são utilizados para análises que incluem dosagem de glicose. Logo, são encaminhados os tubos, devidamente identificados, para o setor de triagem. 11 7.2 COAGULOGRAMA -TS MÉTODO DE DUKE Faz-se a assepsia do lóbulo auricular com álcool 70°. Espera-se a região secar. Punciona-se uma lanceta na região. Ativa-se o cronômetro assim que o sangue começar a escoar. Conta-se 1 minuto e com papel filtro absorver a gota de sangue de 30 em 30 segundos, usando em cada vez uma parte limpa do papel. Para-se o cronômetro assim que o sangue não manchar mais o papel filtro. Segundo Lourenço, “o tempo de sangramento é a medida da função plaquetária in vivo. Consiste na realização de uma perfuração com cerca de 1 mm de profundidade, de modo a lesar apenas pequenos vasos, onde atuam os processos envolvidos na hemostasia primária. O tempo de sangramento de Duke é realizado preferencialmente no lóbulo da orelha, pois a polpa digital é mais sujeita a variações determinadas pelo tônus vascular.” 7.3 SWAB NASAL Explica-se detalhadamente ao paciente como será realizado o procedimento, o tempo a ser gasto e que poderá ocorrer algum incômodo momentâneo. Inclina-se a cabeça do paciente sem causar desconforto. Insere- se o Swab em uma narina fazendo-se movimentos de rotação suaves. Retira-se o Swab lentamente. Abre-se a tampa do tubo e mergulha-se a ponta do swab no tubo fazendo-se movimento de rotação por alguns segundos. Encaminha-se o tubo com swab para a triagem. Segundo o site da Fleury medicina e saúde (2021), “PCR em tempo real é o exame mais indicado para o diagnóstico da Covid-19, o teste é usado para uma pessoa saber se está com a doença no momento. Baseia-se na detecção do material genético do vírus em amostras coletadas nas vias respiratórias por meio de um swab, tipo de cotonete grande, introduzido no nariz e na garganta. Como o exame consegue detectar a presença do próprio vírus, a coleta da amostra deve ser feita quando há suspeita de infecção, preferencialmente na primeira semana de sintomas. Apesar disso, seu uso pode se estender a indivíduos sem sintomas, em protocolos de prevenção de transmissão, como viagens aéreas, internações em hospitais, procedimentos cirúrgicos e outras situações”. 12 7.4 TOXICOLÓGICO – CAPILAR Coleta-se uma pequena amostra de cabelos ou pelos e coloca-se em um envelope de alumínio. Logo encaminha-se para o setor de triagem. Segundo Domingues et al(2018), “o uso de pelos e cabelos para a realização do exame toxicológico tem como princípio o crescimento fisiológico, que absorve drogas circulantes e seus metabólitos em sua estrutura, sendo um exame de larga janela de detecção (realizados em queratina cabelos, pelos ou unhas), pois detectam o consumo de drogas em aproximadamente 3 meses, tendo como vantagem o seu potencial de exame em uma escala de tempo muito maior, quando comparado com os testes em urina ou saliva, que detectam o consumo de drogas em até 3 dias após sua ingestão”. 13 8. SETOR DE TRIAGEM No setor de triagem do Laboratório de Análises Clínicas Ponta Porã é feita a conferência dos exames no sistema. É recebido todo o material coletado no próprio laboratório, o material coletado em suas filiais e o material trazido pelos pacientes para a realização análises. O material é conferido e encaminhado para o setor de análise correspondente, ou se necessário, é encaminhado para o laboratório de apoio. 14 9. SETOR DE URINÁLISE O setor de urinálise do laboratório de Análises Clínicas Ponta Porã é inteiramente automatizado. Conta com o Analisador de sedimentos urinários automático URISED 3 PRO e Analisador de urina automático LabUMat 2. Recebe-se o material (urina) do setor de triagem. Logo identifica-se o tubo e coloca-se etiquetas com códigos de barra. Vira-se a urina no tubo e coloca-se no equipamento. Observa-se os resultados na tela. Caso ocorra algum parâmetro alterado encaminha-se a amostra para o setor de bacteriologia. Se não houver alterações, coloca-se o resultado no sistema do laboratório para ser entregue ao paciente. 15 10. SETOR DE BACTERIOLOGIA No setor de bacteriologia do Laboratório de Análises Clínicas Ponta Porã, recebe-se o material do setor de Urinálise ou do setor de triagem. Realiza-se o isolamento em meios de cultura, identifica-se agentes patogênicos e antibiograma. Analisa-se as amostras e coloca-se no sistema do laboratório para ser entregue ao paciente. 16 11. SETOR DE PARASITOLOGIA No setor de Parasitologia do Laboratório de Análises Clínicas Ponta Porã, recebe-se o material do setor de triagem. Analisa-se sangue oculto nas fezes. Pesquisa-se parasitas nas fezes e na urina. 17 12. SETOR DE BIOQUÍMICA O setor de Bioquímica do Laboratório de Análises Clínicas de Ponta Porã é automatizado. Conta com o Analisador Automático. Coloca-se a amostra e o reagente no equipamento. Logo sairá os resultados. Libera-se o resultado no sistema do laboratório para ser entregue ao paciente. 18 13. SETOR DE HEMATOLOGIA O setor de Hematologia do Laboratório de Análises Clínicas de Ponta Porã é automatizado. Conta com Analisador Hematológico Automatizado. Coloca-se a amostra e o reagente no equipamento. Logo sairá os resultados. Libera-se o resultado no sistema do laboratório para ser entregue ao paciente. 19 14. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estágio foi realizado no período das 7 horas da manhã até as 13 horas, por 37 dias, no total de 220 horas. Pude vivenciar o dia a dia do profissional farmacêutico em um laboratório de análises clínicas, suas responsabilidades e atribuições. Participei de todas as atividades realizadas no laboratório, contribuindo assim, para meu crescimento, tanto pessoal como profissional, pois pude concluir que, além de ser um profissional ético e responsável é necessário ter um bom relacionamento com a equipe. 20 REFERÊNCIAS BRASIL. Resolução RDC nº 302, de 13 de outubro de 2005. Dispõe sobre Regulamento Técnico para funcionamento de LaboratóriosClínicos. Diário Oficial da União. Disponível em: https://www.sbac.org.br/blog/2014/06/17/resolucao-rdc-no-302-de-13-de- outubro-de-2005/. Acesso em: 07 jun 2022. OLIVEIRA, Gabriel Lima-. Gestão da Qualidade Laboratorial. 2011, n 1,encarte CFF. Disponível em: https://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/132/encarte_analises_clinicas. pdf. Acesso em: 06 jun 2022. CHAVES, Carla D. Controle de Qualidade no Laboratório de Análises Clínicas. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/jbpml/a/kCG4xpDYCvvqQTByBcLJhbF/?lang=pt. Acesso em: 05 jun 2022. Tubos para coleta venosa: principais usos e diferenças. Diagnósticos do Brasil. 2019. Disponível em: https://www.diagnosticosdobrasil.com.br/artigo/coleta-venosa. Acesso em: 06 jun 2022. Conheça as diferenças entre os testes diagnósticos para Covid-19. Fleury Medicina e Saúde. 2021. Disponível em: https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/conheca-as-diferencas- entre-os-testes-diagnosticos-para-covid-19. Acesso em: 06 jun 2022. LOURENÇO, Dayse Maria. Avaliação Laboratorial da Hemostasia. Cap.60. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2463460. Acesso em: 08 jun 2022. https://www.sbac.org.br/blog/2014/06/17/resolucao-rdc-no-302-de-13-de-outubro-de-2005/ https://www.sbac.org.br/blog/2014/06/17/resolucao-rdc-no-302-de-13-de-outubro-de-2005/ https://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/132/encarte_analises_clinicas.pdf https://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/132/encarte_analises_clinicas.pdf https://www.scielo.br/j/jbpml/a/kCG4xpDYCvvqQTByBcLJhbF/?lang=pt https://www.diagnosticosdobrasil.com.br/artigo/coleta-venosa https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/conheca-as-diferencas-entre-os-testes-diagnosticos-para-covid-19 https://www.fleury.com.br/medico/artigos-cientificos/conheca-as-diferencas-entre-os-testes-diagnosticos-para-covid-19 https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2463460
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