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DOENÇAS AVIÁRIAS

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Raissa Filgueira Macêdo 
Saúde de animais de produção 
DOENÇAS AVIÁRIAS 
• Marek- causa câncer, transmissão pela poupa 
da asa, inicialmente replica nos pulmões (vias 
respiratória). 
DOENÇA DE NEWCASTLE 
• Uma doença viral contagiosa que afeta várias 
espécies de aves, assim como repteis e 
mamíferos, e até mesmo o homem- zoonose 
• Doença político-sanitária (afeta a economia do 
local) que pode matar até 100% das aves de 
um lote de qualquer espécie e qualquer idade. 
• A exportação fica inviabilizadada se não houver 
controle da doença no país 
• Virose respiratória, também com 
sintomatologia nervosa e digestiva altamente 
contagiosa. 
• Ocorrência: 
➢ No Brasil 
➢ Primeiro relato no Brasil em 1953 no 
Macapá 
➢ Os últimos casos confirmados no brasil 
ocorreram em 2008- aves de 
subsistências nos estados do 
Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande 
do Sul. 
➢ Situação atual do Brasil 
➢ Endêmica: existe em todo o mundo 
➢ Galinhas, perus e patos- acomete aves 
jovens e adultas, selvagens ou 
domesticas. 
 
➢ Agente etiológico: 
➢ Paramixovírus aviário do sorotipo 1 
(APMV-1) 
➢ Patótipos: 
I. Viscerotrópico- velogênico 
(intestino ou respiratório) 
II. Neurotrópico- Velogênico 
(sistema nervoso, é mais 
patogênico, mais agressivo, 
relacionado a uma alteração 
fatal) 
III. Mesogênico 
IV. Lentogênico (respiratório) 
V. Assintomático (entérico) 
➢ Variante: Pigeon Paramixovírus- 
sorotipo 1 (PPMV-1) 
 
➢ Notificação obrigatória à OIE 
➢ Paramyxovírus aviário- família 
Paramyxoviridae. 
➢ RNA de fitas simples, envelopado 
➢ Apresentação duas projeções 
glicoprotéicas típicas- a hemaglutinina-
neuraminidase (HN) e a proteína de 
fusão (F) 
➢ Desencadeamento da resposta imune 
protetora induzida pelo VDN, nas aves. 
➢ Resistência no meio ambiente- 
carcaças, fezes, secreções, cascas, 
ovos, plumas 
➢ Inativação- raios solares e alta 
temperatura 
 
➢ Severidade da doença 
I. Viscerotrópico e velogênico- 
doença severa e fatal- apatia, 
diarréia esverdeada e lesões 
hemorrágica. 
II. Neurotrópico e velogênico- 
espirros e corrimento nasal, 
inchaço da cabeça e face, 
fraqueza, sintomas nervosos- 
mortalidade pode chegar até a 
100% das aves; 
III. Mesogênicos- leves sintomas 
respiratórios, queda de 
Raissa Filgueira Macêdo 
Saúde de animais de produção 
postura em poedeiras- 
mortalidade é normalmente 
baixa; 
IV. Lentogênicos- são comumente 
usadas como cepas vacinais e 
podemcausar sintomas 
respiratórios brandos em aves 
jovens. 
• Patogênese: 
➢ Forma quer o vírus adentra na célula 
➢ O núcleo com capsídeo adentra a 
célula fazendo a replicação viral e 
transcrição, as partículas virais vão 
promover as infecções virais em outras 
células. 
 
• Transmissão 
➢ Transmissão contato direto- entre as 
aves, aerossóis e secreções 
respiratórias são a principal via de 
transmissão, além de secreções 
oculares e fezes de aves infectadas 
(via fecal-oral) 
➢ Transmissão contato indireto- água, 
alimentos, fômites, insetos, roedores e 
outras pragas, cama, esterco e 
carcaças contaminadas 
➢ Zoonose- conjuntivite transitório em 
humanos. 
➢ S vírus da doença de Newcastle 
podem sobreviver por várias semanas 
no ambiente 
➢ Geralmente, o vírus é eliminado 
durante o período de incubação e por 
um curto período de tempo durante a 
recuperação, por isso a solução é o 
abate. 
➢ Pombos- transmissão intermitente 
durante um ano ou mais. 
➢ Quando o vírus é introduzido em um 
lote suscetível, praticamente todas as 
aves serão infectadas dentro de dois a 
seis dias. 
➢ Muitas pessoas dependem do 
consumo da carne de ave, por isso 
eliminar antes que se espalhe mais é a 
solução para não faltar. 
 
• Sinais clínicos 
➢ Morbidade e mortalidade variáveis 
➢ Aparecem entre dois e doze dias após 
a exposição e se espalha rapidamente 
pelo rebanho. 
➢ Algumas cepas de vírus atacam o 
sistema nervoso, outras o sistema 
respiratório ou digestivo 
➢ Os sinais clínicos incluem: sinais 
respiratórios- respiração ofegantes, 
tosse, espirros e estertores 
➢ Diarreia 
➢ Queda parcial, total na produção de 
ovos ou ovos mal formados. 
➢ Mortalidade é variável, mas pode 
chegar a 100% 
 
 
 
Raissa Filgueira Macêdo 
Saúde de animais de produção 
➢ Assintomáticos (entérico)- causa 
infecções entéricas (diarreia) 
subclínicas. Utilizando como cepa 
vaginal. 
 
• Diagnóstico diferencial 
➢ Influenza aviária, laringotraqueíte 
Infecciosa Aviária (LTI), bronquite 
infecciosa, encefalomielite, doença de 
Gumboro, intoxicações, Hepatite Viral 
dos Patos, Cólera Aviária (forma 
aguda) e infecção por PPMV-1 
(columbiformes). 
➢ Sinais clínicos semelhantes 
➢ Os sinais clínicos e lesões não são 
patognomônicos definitivo depende de 
exame laboratorial. 
➢ Por ser uma doença de extrema 
importância para a economia, deve ter 
seu diagnostico definitivo realizado 
pelo medico veterinário oficial. 
➢ Mediante a suspeita clínica para a 
doença o médico veterinário deverá 
acionar imediatamente o serviço 
oficial. 
 
 
 
• Diagnóstico 
➢ O diagnostico do vírus pode ser 
realizado pela inoculação de 
macerados de órgãos de aves 
suspeitas em ovos embrionados ou 
cultura celular ou por testes 
moleculares, como RT-PCR. 
➢ Sequenciamento de DNA, para 
determinar a sua patogenicidade. 
➢ APMV-1 pode ser isolado em embriões 
de galinhas (SPF, livres de patógenos 
específicos), inoculados aos 8-11 dias 
de incubação via cavidade 
córiolantóide. 
➢ A OIE indica primeiramente o 
isolamento viral como método 
diagnóstico para o vírus da DNC, 
seguido da hemaglutinação de 
hemácias (HÁ) e do teste de inibição 
da hemaglutina (HI). 
➢ A replicação viral resulta em atividade 
hemaglutinante no líquido cório 
alantóide (LCA) 
➢ Clinicamente, com estirpes 
mesogênicas, a DN caracteriza-se por 
sinais respiratórios, incluindo 
conjuntivite (de lacrimejamento até 
hemorragia), corrimento nasal, 
diarréia, hemorragias (úlceras) 
intestinais e sinais nervosos centrais 
(incoordenação motora, opistótono, 
torcicolo). Estirpes velogênicas 
causam quadros muito mais graves, 
com alta mortalidade súbita 
(superagudos), muitas vezes sem 
sinais 
 
 
• Diagnóstico/ colheita de amostras 
➢ Deve-se utilizar equipamentos de 
proteção individual adequados. Para 
investigação laboratorial de casos 
prováveis, colher as seguintes 
amostras, preferencialmente, em aves 
com sinais clínicos ou lesões. 
➢ 30 suabes de traqueia individuais 
divididos em 6 polos (cada pool com 5 
suabes); 
➢ 30 suabes de cloaca individuais 
divididos em 6 pools (cada pool com 5 
suabes) 
➢ 5 pools de órgãos do sistema 
digestório (intestino delgado com 
pâncreas e ceco com tonsilas cecais) 
sendo um pool de órgãos para cada 
ave amostrada; 
➢ 5 pools de órgãos do sistema 
respiratório (pulmão e traqueia) sendo 
um pool de órgãos para cada ave 
amostrada 
Raissa Filgueira Macêdo 
Saúde de animais de produção 
➢ 5 pools de órgãos do sistema nervoso 
(cérebro e cerebelo) sendo um pool de 
órgãos para cada ave amostrada. 
 
• Critério de notificação 
 
➢ Notificação imediata ao SVO de 
qualquer caso suspeito de doença de 
Newastle (categoria 2 da lista de 
doenças de IN MAPA nº 50/2013 
 
• Tratamento: 
➢ Não há tratamento 
 
• Prevenção 
➢ No Brasil a DN pode ser prevenida por 
vacinação, com vacinas vivas 
pre paradas com estirpes não 
patogênicas (lentogências) do NDV, 
por exemplo no 1º dia de vida (estirpes 
Hitchner B1 ou HB1) e revacinações 
periódicas (es tirpe La Sota). Para aves 
de maior lon gevidade (poedeiras e 
reprodutores), o programa vacinal 
geralmente inclui revacinações com 
vacina viva durante o crescimento e a 
revacinação com vaci na inativada via 
intramuscular antes da postura. 
 
• Politica de erradicação 
➢ Isolamento da área; 
➢ Despovoamento; 
➢ Eliminação adequada da carcaça; 
➢ Limpeza e desinfecçãocompleta das 
instalações; 
➢ Aves de sentinela; 
➢ Controle de acesso às granjas 
avícolas. 
 
• Vigilância epidemiológicas 
➢ Vigilância no abate das aves 
➢ No frigorifico, o auditor fiscal federal 
agropecuário (AFFA) do SIF avalia as 
informações contidas no boletim 
sanitário e na GTA. 
➢ Caso sejam observadas altas taxas de 
mortalidade e não for comprovada a 
notificação ao SVO e a consequente 
investigação na granja, o fiscal 
realizará coleta de amostras no 
abatedouro para envio ao laboratório 
oficial do MAPA visando à pesquisa de 
vírus de influenza aviária e de doença 
Newcastle. 
➢ Caso seja constatada, no boletim 
sanitário, a visita do serviço de defesa 
sanitária animal a campo e a suspeita 
de doenças respiratórias e nervosas 
nas aves foi descartada pelo medico 
veterinário oficial, a colheita de 
amostra no abatedouro não se faz 
necessária. 
➢ Vigilância de aves importadas 
➢ O material genético (ovos férteis de um 
dia) e as aves ornamentais importadas 
também passam por vigilância ativa no 
país de origem e ao ingressante no 
Brasil. 
➢ Para importação de material genético 
avícola (ovos incubáveis e pintos de 
um dia), são colhidas amostras para 
pesquisa de vírus da influenza aviaria, 
vírus da doença Newcastle, 
salmonella, gallinarum, S. Pullorum... 
 
• Laboratório oficial 
➢ O laboratório Federal de Defesa 
Agropecuária de Campinas (LFDA/SP) 
é o laboratório oficial para diagnostico 
de casos prováveis de síndrome 
respiratória e nervosas.

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