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Os desafios enfrentados pelos brasileiros para o acesso à saúde pública

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Os desafios enfrentados pelos brasileiros para o acesso à saúde pública
Jeca Tatu, famoso personagem de Monteiro Lobato, apresenta Ancilostomose, doença causada e aprofundada pelo descaso do sistema público de saúde para com o indivíduo. Saindo da ficção, essa situação é comum, ou seja, o corpo social brasileiro é fragilizado quanto ao acesso devido ao sistema de saúde, principalmente em áreas periféricas e interioranas. Nesse viés, os principais desafios enfrentados nesse aspecto pelo brasileiro são a ineficiência de políticas públicas e desigualdade social que abrangem o país. 
Dessa forma, o Brasil, a princípio, tem um dos melhores sistemas de saúde pública do mundo, porém peca em concretizá-lo, devido a problemas no percurso entre a teoria e à prática da ação efetiva. Nesse sentido, são muitos os empecilhos que impedem o pleno funcionamento de programas, como o maior deles, o SUS, entre os quais, a corrupção médica e administrativa, além de erros de conduta de profissionais da área, fatores que somados dificultam a socialização do sistema. À vista disso, Bourdieu, através da Teoria da Violência Simbólica, explica que quando o indivíduo é excluído ou coagido socialmente, ele sofre danos psicológicos, muitas vezes, irreparáveis, e ao fazer-se uma ligação disso ao tema observa-se que quando o ser é negligenciado ele está sendo vítima e com marcas profundas em seu desenvolvimento. Em suma, essa situação traz para o indivíduo problemas, muito além dos que têm momentaneamente e os causadores dessa violência simbólica são àqueles que impedem o outro de ter acesso a seus devidos direitos. 
Outrossim, apesar do problema da saúde pública abranger grande parte do país, ele se concentra em áreas periféricas, as quais também, geralmente, falta saneamento básico, água encanada, entre outros componentes de extrema necessidade para uma prevenção de doenças e garantia de bem-estar. Nesse sentido, essa situação, é algo muito díspar, pois muitos brasileiros tem acesso fácil a medicamentos e tratamentos, devido a seu orçamento, mostrando que a questão salutar está estritamente ligada a disparidade social existente. Em vista disso, Karl Marx defende que a desigualdade social se apresenta de várias formas, isto é, ao fazer uma contextualização com o tema, observa-se que a saúde é campo de mercantilização e espelho da sociedade capitalista, a qual o país vive, e principalmente,devido ao fato de, segundo o índice de Gini, ser um dos mais díspares do mundo. Enfim, essa situação se dá devido a um problema estrutural do país e que está entrelaçado à história social, que culmina em fatores excludentes e desrespeitosos de direitos básicos.
Portanto, é notório que existem vários desafios que impossibilitam o pleno acesso à saúde pública, predominando aspectos de desigualdade social e administração pública. Portanto, cabe ao Estado investir em melhores métodos de funcionamento do SUS, por meio de estudos aprofundados com profissionais da área salutar e políticas voltados ao social, de modo que se invista em áreas socialmente fragilizadas e negligenciadas, com o fito de garantir a esse corpo social esse direito constitucional. Além disso, cabe a mídia, divulgar dados de corrupção na área da saúde, seus problemas de administração e dados que comprovem a relação entre desigualdade social e de atendimento salutar, através de reportagens chamativas, de maneira que se mostre as causas e consequências dessa situação, a fim de esclarecer a sociedade quanto a esse problema tão abrangente.

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