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Câncer de bexiga

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O câncer de bexiga urinária é a segunda 
neoplasia maligna genitourinária mais 
prevalente, após o câncer de próstata; 
 Qualquer hematúria deve ser 
valorizada!!!! 
É um câncer com maior taxa de 
recorrência, requer bastante cuidado; 
Etiologia 
O carcinoma urotelial (células 
transicionais) é o mais comum, cerca de 
90% dos casos. 
Fatores de risco 
- Tabagismo -> principal fator de risco 
para esse câncer, esse risco leva até 20 
anos para retornar a níveis normais; 
- Idade maior que 50 anos e sexo 
masculino; 
- Exposição a fatores ocupacionais -> 
aminas aromáticas (industrias químicas 
de corante...); 
- Malformações vesicais; 
- Abuso de analgésicos derivados da 
fenacetina -> paracetamol ; 
- Radioterapia pélvica externa -> TTO do 
câncer de próstata ou de útero; 
- Cálculos; 
- Catetes vesical por períodos 
prolongados; 
Patologia 
75% dos cânceres de bexiga são tumores 
superficiais, 25% infiltram o músculo 
detrusor e 5% metastática; 
 
 
O carcinoma de células transicionais é 
dividido em: invasivo da camada 
muscular e não invasivo. 
Essa neoplasia pode crescer em forma de 
tumor papilar ( tumor superficial), plano 
(carcinoma in situ) ou séssil (lesões 
sólidas); 
Os carcinomas de células transicionais se 
disseminam por contiguidade e pela via 
linfática ou hematogênica, apresentando 
metástases principalmente para fígado, 
pulmão e ossos 
Quadro clínico 
Cerca de 85-95% cursam com hematúria 
microscópica ou macroscópica, 
geralmente indolor e rocorrente; 
Em cerca de 20%, nos portadores de 
carcinoma in situ, possuem sintomas 
iniciais irritativos (polaciúria, urgência 
miccional e disúria); 
Os sintomas são semelhantes aos de 
infecções do trato urinário baixo, então 
como diferenciar? hematúria cíclica 
indolor e intermitente característico do 
câncer de bexiga e sumário de urina com 
ausência de leucócitos (esterilidade) ou 
urocultura negativa; 
Deve-se pensar em tumor vesical quando 
são encontradas massa sólida ou falha de 
enchimento em exames de imagem 
como a USG ou urografia excretora; 
 O diagnóstico deve sempre ser 
confirmado por cistoscopia com 
biópsia 
 Pacientes > 50 anos, tabagista com 
hematúria ou sintomas irritativos 
devem ser investigados!!!!! 
CÂNCER DE BEXIGA 
Diagnóstico 
Todo paciente > 40 anos que apresenta 
hematúria macroscópica persistente 
deve ser investigado; 
Anamnese detalhada, exames 
laboratoriais, exames de imagem, biopsia 
Laboratorial: 
- Urina tipo I (hematúria); 
- Urocultura (descartar ITU); 
- Citologia Urinária; 
- Exames bioquímicos; 
- Marcadores tumorais 
Imagem: 
- USG; 
- Urotomografia (PADRAO OURO); 
-RNM; 
Citoscopia 
Conduta padrão no diagnóstico e 
acompanhamento do câncer de bexiga. 
É capaz de detectar tumores superficiais 
pequenos, exame adicional mandatório! 
Deve ser feita sob anestesia – um 
endoscópio flexível é passado através da 
uretra e permite a inspeção cuidadosa da 
mucosa vesical 
Biópsia na base da lesão! 
Lesões compatíveis com câncer de bexiga 
são confirmadas pelo 
anatomopatológico; 
 No momento da citoscopia, realiza – 
se a ressecção transuretral do tumor 
(RTU) 
Estadiamento 
Se baseia na profundidade da invasão 
tumoral, utiliza o TNM; 
O estadiamento começa pelo resultado 
da biópsia cistoscópica → é importante 
saber se existe ou não invasão da 
camada muscular própria; 
Camada superficial -> até camada 
conjuntiva; 
Profundo -> muscular 
Tis, Ta e T1 -> câncer não invasivo (até 
camada conjuntiva) 
T2, T3 e T4 -> câncer invasivo (invasão da 
muscular) 
Tratamento 
O tratamento vai ser feito de acordo com 
o estádio tumoral, grau histológico e 
fatores de risco de reincidiva; 
Não músculo invasivo 
 A base da terapia é a ressecção 
transuretral via cistoscopia, 
complementada com terapia 
intravesical se alto risco de reicidiva 
ou invasão 
A ressecção transuretral é o 
procedimento padrão para diagnóstico, 
estadiamento e tratamento dos tumores 
superficiais. É realizado com anestesia 
regional e sedação. 
Faz-se uma avaliação interna e completa 
da mucosa vesical. Faz uma ressecção do 
tumor até a base da lesão, para realizar 
biópsia e, em seguida, retorna à 
ressecção com RTU até a camada 
muscular; 
 Está indicada nova ressecção em 
tumores de alto risco; 
Para tumores com maior risco de 
progressão e reicidiva como T1 de alto 
grau, Tis, múltiplos, maiores de 3 cm ou 
com recorrência prévia é indicado 
terapia adjuvante intravesical; 
A terapia adjuvante intravesical é uma 
injeção local de quimioterápicos ou 
agentes imunomoduladores (BCG), 
induzindo uma inflamação local. 
Pode ser feita de maneira profilática 
(complementa RTU completa) ou 
terapêutica (pós RTU incompleta) 
 Citoscopia é repetida a cada 3 meses 
no primeiro ano, se reicidiva: nova 
ressecção endoscópica + terapia 
intravesical; 
Tumores invasivos 
A conduta de escolha é a cistectomia 
radical com linfadenectomia pélvica 
ampliada. 
No homem, a cistectomia radial inclui a 
retirada da bexiga, próstata e vesículas 
seminais. Na mulher, há retirada da 
bexiga, uretra, trompas, útero, ovários e 
parede vaginal anterior. 
Para paciente que não querem ou não 
podem se submeter à cistectomia 
radical, pode-se fazer ressecção 
cistoscópica da lesão + radio e 
quimioterapia adjuvantes (pós-
operatórias); 
Estadiar paciente para ver se há 
metástase -> Pelve + abdome: TC ou 
RNM, Tórax -> RX e TC 
Tumor metastático 
O tratamento se baseia na quimioterapia 
sistêmica isolada; 
 
Seguimento 
Nos casos de tumor superficial, faz – se 
cistoscopia durante 5 anos: 
• Cistoscopia de controle com 3 meses 
• Cistoscopias de 6 em 6 meses por 2 
anos 
• Cistoscopias anuais por 3 anos 
Nos casos de tumor invasivo, cistoscopia 
+ citologia oncótica + exames de imagem 
+ marcadores tumorais e ressecção 
endoscópica 
Além disso, deve-se fazer avaliação 
clínica, observar função renal e hepática, 
USG de abdome (de preferência com TC 
ou RNM), eletrólitos (sódio, potássio, 
cloro, magnésio e fósforo), RX ou TC de 
tórax.

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