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DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO AFECÇÕES BENIGNAS DA MAMA TUMORES DE MAMA Desenvolvimento das glândulas mamárias: As glândulas mamárias são tipos de glândulas sudoríparas modificadas e altamente especializadas (é um glândula exócrina → libera para o meio externo) Os brotos mamários começam a se desenvolver durante a sexta semana em direção ao mesênquima subjacente (começa no desenvolvimento mamária) Os brotos mamários se desenvolvem a partir das cristas mamárias. As cristas mamárias surgem durante a quarta semana. Broto mamário primário dá origem aos brotos mamários secundários que se desenvolvem em ductos lactíferos. As glândulas crescem na puberdade em decorrência da gordura e tecidos conjuntivos influenciados pelo estradiol. Os sistemas de ductos e lobos crescem devido aos níveis aumentados de estrógenos e progesterona circulantes. A quantidade de estradiol na mulher faz com que tenha tecido mamário - estradiol = ele que faz produzir mama Linfonodo sentinela → é um tecido que ao ficar doente tem que tirar O músculo que está sobre a mama é o peitoral maior Tecido amarelo = gordura complexo aurélio papilar = CAP Afecções benignas da mama: - “Doenças benignas da mama” engloba um grupo heterogêneo de lesões: ampla variedade de sinais e sintomas e faixas etárias variadas - A incidência aumenta durante a segunda década de vida, com picos na quarta e quinta década - Alteração na mama acarreta grande sofrimento e angústia às pacientes, o bom profissional deve saber diferenciar as doenças mamárias malignas das benignas Doenças benignas das mamas mais frequentes na prática clínica cotidiana são: - Nódulo de mama - Dor mamária - Fluxo papilar - Processos inflamatórios da mama Nódulo de mama Fibroadenoma: - Decorrente de lesões fibroepiteliais - Nódulo sólido mais comum - Resposta exagerada aos estímulos hormonais fisiológicos após a menarca - Crescimento limitado, até 2 cm, tendência à involução pós menopausa Cistos mamários: - Estruturas redondas ou ovóides, preenchidas por líquido - Decorrente da unidade ducto lobular terminal - Mulheres entre a quarta década e o início da menopausa - Chamados microcistos Diagnóstico: - anamnese - propedêutica mamária → exame físico, radiológico e cito/histopatológico - exame físico → após a menstruação inspeção estática (somente olhar a mama para ver se tem retração ou alguma alteração) inspeção dinâmica (pedir para paciente fazer alguns movimentos como colocar o tórax para frente, colocar a mão na cintura para contrair o peitoral, levantar o braço com as mãos juntas) palpação (se a paciente estiver com dor começa pela outra mama, normalmente começa pela direita. Com as duas mãos faz palpação circulando as mamas com a paciente deitada com as mãos para cima para encostar na gradil costal) avaliação de linfonodos axilares e supraclaviculares As características que devem ser descritas são: consistência, limites, regularidade, tamanho e localização. Radiológico - USG (vê cistos, outros nodulos) → cisto anecóide é um cisto simples com água dentro, dá para ver que é simples porque ele faz uma sombra para baixo - mamografia (duas incisões crânio caudal e medial lateral → localização de lesões) - RNM (faz em situações especiais) Punção ou biópsia do nódulo - Agulha fina (PAAF) → obtém pelo material citológico, se sair líquido o exame dá negativo, se não sair nada é um nódulo - Agulha grossa (trocarte ou vácuo-assistida) → obtém material histológico (manda para ver se é benigno ou maligno) - Biópsia cirúrgica excisional → descartar o risco de carcinoma NÓDULO SUSPEITO = birads 4 - fazer punção com agulha grossa Tumor phyllodes: - crescimento rápido - entre 30 e 50 anos - formas benigna, borderline e maligna de acordo com o número de mitoses e celularidade do estroma - complicação é a recorrência local, margens menores de 1 cm - risco para o desenvolvimento de metástases raras, principalmente para pulmões Fibroadenoma juvenil: - mulheres mais jovens (menos de 20 anos), após 2-3 anos da menarca - massa única, palpável, móvel, indolor, crescimento rápido, podendo causar assimetria mamária importante Hamartoma ou Fibroadenolipoma: - lesão benigna, tumores bem delimitados de limites precisos Alteração funcional benigna das mamas: - dor localizada, exame clínico há espessamento fibroelástico, móvel, que involui após a menstruação Neoplasias malignas: - nódulos endurecidos, limites indefinidos e aderidos a estruturas adjacentes - alteração cutânea (retração, hiperemia, edema), fluxo papilar suspeito, linfadenomegalia axilar e supraclavicular - indolores Esteatonecrose: - secundárias a trauma ou processo cirúrgico prévio - massa irregular, firme e nodular associada geralmente à retração cutânea Ectasia ductal: - nódulo retroareolar endurecido, sensibilidade dolorosa durante a palpação, inversão de mamilo e fluxo papilar - acomete mulheres na quarta década de vida e na perimenopausa. ● Pode mimetizar neoplasia maligna - esse somente acompanha, não faz nada Papiloma: - acomete mulheres entre 30 e 50 anos - fluxo papilar sanguinolento - associado a nódulos próximos à aréola Dor mamária ou mastalgia Cíclica = normal, acontece antes de todos os ciclos de menstruação Acíclica = anormal, unilateral, pode ter irradiação Diagnóstico: - clínico - anamnese - exame físico - exames de imagem examinar para rastrear câncer de mama Tratamento: - não medicamentoso → orientação verbal, tranquilização - medicamentoso → Diuréticos / progestágenos / antidepressivos, Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) / Analgésicos ansiolíticas ou antidepressivos, Tamoxifeno Fluxos papilares Se sair água, sangue da mama = examinar, pois pode ser algo ruim - chamados de descarga ou derrame papilar → quando sai líquido em 1 mama só, prestar atenção, porque o comum é nas 2 - exteriorização espontânea de material fluido pela papila mamária fora do ciclo gravídico-puerperal - representam 5% a 10% das queixas no ambulatório de mastologia - 90% a 95% têm origem benigna - comum durante o menacme - paciente idosa: suspeitar de doença neoplásica Fisiopatologia: Intraductais: proliferações epiteliais, infecções intraductais e neoplasia ontraductal com necrose Extraductais: neoplasias malignas, infecções, galactorreias Classificação: Fisiológico: - não lactantes podem apresentar pequena quantidade de secreção - estimulação excessiva do mamilo Pseudoderrame: - alterações como mamilos invertidos - infecção da glândula mamária - eczemas - maceração da pele Patológico: - associados a lesões proliferativas ou carcinomas - uniductais, espontâneos, unilaterais, aquosos ou sanguíneos Diagnóstico: - anamnese - exame físico - USG - mamografia - RNM - ductografia Somente a excisão permite um diagnóstico histológico definitivo e continua sendo o padrão-ouro nas lesões suspeitas Tratamento: - orientação e tranquilização - purulentos = antibioticoterapia - suspeitos de câncer = cirurgico - galactorreia: medicamentos - adenomas de hipófise = medicamentoso ou cirúrgico Processos inflamatórios da mama Denominados de mastites - infecções que se instalam no tecido mamário - mais comum na faixa etária entre 18 e 50 anos Classificação: Aguda: - principal é a mastite puerperal - evolução clínica com duração inferior a 30 dias - infecção do parênquima mamário no puerpério Crônicas: - evolução clínica maior que 30 dias ou pela recorrência após o tratamento - evolução lenta - maior incidência em mulheres jovens (30 a 40 anos) Quadro clínico: Aguda (puerperal ou lactacional): edema, eritema e aumento da temperatura da mama. Flutuação (abscesso), sintomas sistêmicos como febre alta, anorexia, náuseas e vômitos Crônicas infecciosas: abscesso subareolar crônico recidivante, mastite tuberculosa, astite por micobactérias, mastite viral, mastite luética ou sífilis Crônicas não infecciosas: mastite periductal, mastite granulomatosa idiopática, Síndrome de Mondor, sarcoidose mamáriaDiagnóstico: Aguda - clinico - USG Crônicas - anamnese - exame físico - mamografia - USG - RX torax para mastite tuberculosa Tratamento: Aguda: - manter a amamentação - ordenha manual delicada das mamas - uso de sutiã ou faixas para sustentar adequadamente as mamas - analgésicos, antitérmicos e antibióticos Crônicas: - antibiotico - cirurgia Antibióticos: cefalexina, cefadrolaxila, amoxicilina/clavulanato, ciprofloxacina, trimetropim/sulfametoxazol, metronidazol e cefalexina, oxacilina, cefoxitina e clindamicina. Câncer de mama A) Diagnóstico precoce → abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas da doença B) Rastreamento → aplicação de teste ou exame numa população assintomática, aparentemente saudável, com o objetivo de identificar lesões suspeitas de câncer em estádio pré-clínico Rastreamento: O autoexame das mamas não é recomendado como forma de rastreamento do câncer de mama - mamografia (faz a partir dos 40 anos, pois tem lipossubstuição adiposa) Exame clínico das mamas: - anamnese - exame clínico → inspeção estática, dinâmica, palpação, expressão, palpação axilar e fossa supraclavicular Mulheres abaixo de 40 anos: - Mamografia: não se recomenda, só em forma individualizada → mutações de BRCA1/BRCA2, irradiacação do tórax entre os 10 e 30 anos, histórico de lesões precursoras de câncer invasivo de mama ou ovário - Ultrassonografia: não se recomenda a realização, só em forma individualizada: alto risco para câncer de mama, nas quais o rastreamento por ressonância magnética pode ser inclusive mais apropriado - Ressonância magnética: não se recomenda , exceto: alto risco para câncer de mama, mutação BRCA Mulheres entre 40 e 69 anos: - Mamografia: recomendado para todas as mulheres anualmente - Ultrassonografia: não se recomenda, só em forma individualizada (complementar à mamografia nas mulheres com mamas densas ou como “second-look após RM) - Ressonância magnética: não se recomenda, só faz em mulheres com alto risco para câncer de mama Mulheres acima de 70 anos: - Mamografia: recomenda-se somente em mulheres com expectativa maior que sete anos que possam ser submetidas a tratamento do câncer, considerando suas comorbidades Exames para cito-histologia: 1. Punção aspirativa com agulha fina 2. Core biopsy (biópsia percutânea com agulha grossa) 3. Mamotomia (biópsia por aspiração a vácuo) → biópsia por aspiração a vácuo guiada pelo exame 4. Biópsias excisionais e incisionais Categoria 0 = incompleto, precisa solicitar outra exame de imagem Categoria 1 = negativa, não tem câncer. Voltar em 1 ano Categoria 2 = benigno. Voltar em 1 ano Categoria 3 = manda repetir em 6 meses Categoria 4 = suspeita do câncer, mas já faz biópsia com agulha grossa Categoria 5 = quase certeza do câncer e faz biópsia para confirmar Categoria 6 = é câncer e está acompanhando a mamografia e quimioterapia por algum motivo Lesões precursoras do câncer de mama: Quando não tratadas as lesões, elas podem virar câncer Os marcadores de alto risco, são: - hiperplasia ductal atípica (HDA) - neoplasia lobular (NL) - hiperplasia lobular atípica (HLA) - carcinoma lobular in situ (CLIS) Terapia redutora de risco: Correção de hábitos e estilo de vida - Controle de peso - Dieta - Atividade física - Diminuição da ingesta de álcool - Tabagismo - Gestação - Anticoncepcional hormonal - TRH Quimioprevenção - SERMs (tamoxifeno e raloxifeno) - Inibidores de aromatase (anastrozol, exemestano) Tratamento: - cirúrgico (todo quadrante que tira tem que fazer quimioterapia + radioterapia) radioterapia hormonioterapia terapia anti-her2 Tirar sempre o quadrante ou um pedaço e não a mama toda, pois nunca se sabe se o câncer vai voltar no mesmo lugar ou se ele pode aparecer em outro. O QUE SABER: anamnese exame físico (inspeção, palpação) quadrantes da mama exames de imagem biópsia birads
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