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Farmácia Hospitalar_07_Quimioterápicos

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AN02FREV001/ REV 3.0 
1 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
QUIMIOTERÁPICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
QUIMIOTERÁPICOS 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO ÚNICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 QUIMIOTERAPIA E AS ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO ONCOLÓGICO 
1.1 ATENDIMENTO ÀS PRESCRIÇÕES MÉDICAS 
1.2 CENTRAL DE MANIPULAÇÃO DE ANTINEOPLÁSICOS 
1.3 PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA MANIPULAÇÃO DE 
ANTINEOPLÁSICOS 
1.4 SEGURANÇA NA MANIPULAÇÃO DE QUIMIOTERAPIA 
1.5 CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DOS ANTINEOPLÁSICOS 
1.6 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA AO PACIENTE ONCOLÓGICO 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
4 
 
 
MÓDULO ÚNICO 
 
 
1 QUIMIOTERAPIA E AS ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO ONCOLÓGICO 
 
 
Nos Estados Unidos, depois da doença cardíaca, o câncer constitui a 
principal causa de morte. Aproximadamente um em cada cinco pessoas no mundo 
desenvolvido poderá morrer de câncer nas próximas décadas. 
De acordo com estatísticas apresentadas em todo mundo, o aumento 
crescente da incidência do câncer é consequência do crescimento demográfico, da 
longevidade e provavelmente da entrada de novos fatores cancerígenos causais ou 
concausais cuja natureza é pouco conhecida. 
O câncer é um distúrbio celular caracterizado por alterações no processo de 
duplicação do DNA, resultado em proliferação celular alterada, de forma 
desordenada. 
A terapia oncológica consiste no tratamento dos pacientes portadores de 
câncer, por meio de qualquer das modalidades disponíveis à prática médica. 
Atualmente o recurso mais empregado é o da quimioterapia, o qual utiliza os 
medicamentos antineoplásicos, por intermédio de protocolos de um ou mais 
medicamentos, dependendo do tipo e do estágio do tumor. 
 
 
1.1 ATENDIMENTO ÀS PRESCRIÇÕES MÉDICAS 
 
 
Conjunto de solicitações escritas pelo médico ao farmacêutico, para a 
preparação e entrega de um ou mais medicamentos, a prescrição ou receituário 
médico é redigida contendo informações direcionadas ao farmacêutico, visando ao 
atendimento do doente. Um receituário médico contém partes imprescindíveis que o 
torna, personificado e específico para cada paciente: 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
5 
 Nome do paciente; 
 Fármacos; 
 Vias de administração; 
 Forma farmacêutica; 
 Indicações de uso; 
 Forma de administração do medicamento. 
 
O farmacêutico ao receber uma prescrição deve se certificar de que todas as 
informações, necessárias a dispensação do medicamento, estão claras e de acordo 
com o protocolo predefinido pelo médico. Os fármacos devem ser prescritos pelo 
médico em letra legível de forma explícita, indicando as concentrações desejadas 
para o tratamento. Cabe ao farmacêutico conferir as doses prescritas de acordo com 
a superfície corporal do paciente. Caso as doses estejam aparentemente elevadas, 
o médico deverá sublinhar a dose desejada, demonstrando consistência do fato. Em 
se tratando de agentes antineoplásicos, estes dados devem ser cuidadosamente 
avaliados devido às suas características citotóxicas. 
O atendimento da prescrição médica inclui a confecção de rótulo, o qual 
deve conter todas as informações necessárias à identificação do paciente, 
características referentes à reformulação preparada a orientação para a 
enfermagem na assistência ao paciente. 
Seguindo o protocolo de cada paciente, o esquema posológico deve estar 
claro na prescrição médica. Formulado pelo médico, o protocolo quimioterápico, 
combina diversos medicamentos antineoplásicos destinado ao paciente oncológico e 
enviado ao farmacêutico para execução das diluições. O tratamento é repetido a um 
dado intervalo de tempo, denominado ciclo, de acordo com a evolução do paciente. 
O protocolo deve expressar com clareza: 
 Os fármacos; 
 O veículo; 
 A concentração; 
 A posologia; 
 Via de administração; 
 Tempo de infusão; 
 Informações sobre sequência e duração do tratamento; 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
6 
 Periodicidade dos ciclos; 
 Altura; 
 Peso; 
 Superfície corporal; 
 Diagnóstico do paciente. 
Para os esquemas de altas doses, é importante que o farmacêutico 
certifique-se junto ao médico de que a dose prescrita é a desejada. 
A via endovenosa é a mais utilizada, no entanto outras vias podem ser 
utilizadas, como tópica, oral, muscular, intratecal, intraperitoneal, intrapleural, 
intravesical e intrarretal. 
 
 
1.2 CENTRAL DE MANIPULAÇÃO DE ANTINEOPLÁSICOS 
 
 
Setor onde são realizadas todas as atividades envolvendo a operação 
farmacêutica de preparo das soluções parenterais destinadas ao tratamento do 
câncer. As soluções são manipuladas de acordo com a prescrição médica destinada 
a cada paciente, de forma individual e personalizada. 
São extremamente complexas as técnicas empregadas para diluir os 
antineoplásicos, tornando-se aconselhável a centralização das atividades de 
manipulação desses fármacos. A manipulação centralizada apresenta as seguintes 
vantagens: 
 Melhor controle dos riscos decorrentes da exposição dos trabalhadores 
envolvidos com agentes antineoplásicos e meio ambiente; 
 Garantia de qualidade das soluções parenterais e dos serviços 
prestados aos pacientes oncológicos; 
 Redução dos cistos com recursos humanos, fármacos e material 
utilizado na manipulação dos antineoplásicos; 
 Melhor gerenciamento do setor, visando a alcançar eficácia, eficiência 
e efetividade nos serviços prestados. 
É necessária a elaboração de um projeto claro, conciso e coerente com a 
realidade de cada hospital ou clínica, para a implementação de uma Central de 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
7 
Manipulação de Antineoplásicos. Cada parte do projeto deve ser explicada com 
argumentos técnicos para justificar os equipamentos, a área física e os recursos 
humanos apresentados. 
A central de manipulação deve ser bem planejada, buscando atender a 
característica de cada hospital e visando a proporcionar segurança ao trabalhador. 
Em linhas gerais, deve possuir os seguintes espaços físicos: 
 Área de limpeza do material a ser utilizado: Este espaço destina-se ao 
armazenamento de limpeza de todo material utilizado na manipulação (Figura 1). 
 
 
FIGURA 1- SALA DE LAVAGEM DE MATERIAL 
 
FONTE: Arquivo pessoal (instalações do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira – 
IPPMG) 
 
 
 Área destinada a paramentação do trabalhador: Esta sala é composta 
por duas áreas separadas por um banco corrido ou por uma porta. Na primeira parte 
são deixadas as vestes, sapatos, joias e outros acompanhamentos de uso pessoal. 
Na segunda área o trabalhador faz a antissepsia das mãos com água e sabão 
neutro e se equipa com os equipamentos de proteção individual (EPI) (Figura 2). 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
8 
 
FIGURA 2- SALA DE PARAMENTAÇÃO DO TRABALHADOR 
 
FONTE: Arquivo pessoal (instalações do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira – 
IPPMG) 
 
 
 Sala contendo a câmara de segurança biológica: nesta área, além da 
câmara de segurança biológica classe II tipo B2, instalam-se as bancadas onde são 
colocados os materiais necessários as atividades de manipulação farmacêutica 
(Figura 3). São também colocadas nas bancadas as soluções já preparadas para 
processar a rotulagem. As paredes devem ser laváveis, com as bordas 
arredondadas e pelo menosuma das divisórias deve ser de vidro para manter 
contato visual com a área externa. O ar de dentro da sala deve ser filtrado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
9 
 
FIGURA 3 - SALA DE MANIPULAÇÃO DE ANTINEOPLÁSICOS 
 
FONTE: Arquivo pessoal (instalações do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira – 
IPPMG) 
 
 
 Área de transferência: após a limpeza, o material é colocado nesta 
área de onde é transferido para a sala de manipulação e para receber dessas as 
soluções já preparadas para serem conduzidas as clínicas. Na divisória de vidro que 
separa as duas salas há uma janela com sistema corrediço por onde é feita a 
transferência dos produtos. É uma sala que impede a formação de correntes de ar 
que irão influenciar decisivamente na estabilidade do fluxo de ar da câmara. Esta 
sala tem contato com a sala de limpeza por meio de uma porta. 
Deve ainda fazer parte do planejamento de implantação e reestruturação 
das centrais de manipulação de antineoplásicos um espaço destinado a recepção, 
cálculos e análises das prescrições. Nesta área devem-se localizar as estantes com 
as fichas dos pacientes oncológicos, o registro com a lista dos agentes 
desativadores de cada antineoplásico, as normas e procedimentos adotados em 
caso de acidentes, cópia dos certificados de manutenção da câmara e fichas 
contendo os dados de cada trabalhador, tais como dados pessoais e exames do 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
10 
programa de controle médico e saúde ocupacional (PCMSO), cadastro de cada 
paciente e um terminal de computador para processamento de dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Câmara de segurança biológica 
 As câmaras de segurança biológica (CSB), classe II B 2, são 
sistemas eletromecânicos, com pressão negativa de exaustão e 
filtragem absoluta do ar descendente e ou ascendente capaz de criar 
ambiente de fluxo laminar vertical, em pequenas áreas de trabalho, 
independentemente das condições do meio. A câmara de ar classe II 
são as que possuem fluxo laminar vertical. 
 As CSB são desenhadas especificamente para o trabalho com 
agentes de risco biológico e adaptadas para o manuseio de agentes 
antineoplásicos. Portanto, é de suma importância a obediência 
rigorosa de técnicas de manipulação a fim de minimizar os riscos de 
exposição a esses agentes. 
 A ventilação, a temperatura do ambiente e o controle 
microbiológico, dentro da área de manipulação da câmara, devem ser 
rigorosamente monitorados. Para limpeza dos equipamentos devem-
se utilizar agentes adequados e em intervalos regulares de tempo, 
observando-se as técnicas de procedimentos recomendadas pelo 
fabricante. Os desinfetantes devem ser trocados periodicamente para 
não devolver formas de microrganismos resistentes. 
 A limpeza da câmara deve ser feita por pessoal devidamente 
treinado e conhecedor do risco a que está expondo seguindo as 
instruções do fabricante. O certificado contendo o laudo de 
manutenção da câmara deve ser fornecido por empresa idônea. A 
câmara deve ser instalada em uma área sem turbulência e sem 
frequente tráfego de pessoas. 
 A movimentação excessiva das mãos, o excesso de materiais, 
ou objetos de grandes volumes distribuídos no espaço destinado à 
manipulação dos fármacos, dificulta a circulação do ar e gera um 
ambiente de ventilação instável, que prejudica a eficiência da 
câmara. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
11 
 
1.3 PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA MANIPULAÇÃO DE 
ANTINEOPLÁSICOS 
 
 
Os antineoplásicos para uso oral não são prescritos com muita frequência, e 
muito embora os fármacos nesta apresentação já estejam prontos para a 
dispensação, são necessários alguns cuidados ao manuseá-los. A operação 
mecânica de fracionamento dos comprimidos ou individualização das cápsulas para 
dispensação faz liberar pó, cuja composição é semelhante a das formas 
farmacêuticas que lhes deram origem. Quando o fracionamento requer ajuste da 
dose, a operação farmacêutica envolve atividades minuciosas, como pulverização, 
pesagem e/ou dissolução de fármaco. É conveniente que se tenha um local 
exclusivo, com ventilação natural adequada para esta operação, dotado de um 
sistema exaustão de tal forma que as partículas não contaminem o ambiente de 
trabalho. É indispensável que o trabalhador esteja equipado com o EPI adequado. 
Na execução das atividades de manipulação de quimioterapia é 
aconselhável que o farmacêutico tenha auxiliares, tendo como atribuições: 
 Ligar e preparar CSB; 
 Separar o material; 
 Suprir a sala de manipulação com todos os materiais necessários ao 
preparo das soluções, rotulá-las e acondicioná-las adequadamente; 
 Limpar e desligar a câmara; 
 Adicionar adequadamente todos os resíduos de antineoplásicos. 
 
Essas atribuições possibilitam maior segurança ao manipulador, uma vez 
que este não precisa se levantar ou se movimentar muito enquanto manipula 
podendo desenvolver sua atividade com destreza e a rapidez que a técnica exige. 
Além disso, viabiliza um trabalho mais racional, evitando erros, desperdícios e 
diminuindo custos. 
São necessárias algumas precauções para minimizar a formação de 
aerossol no ambiente de trabalho, tais como: a diluição deve ser rápida, cuidadosa e 
com rigorosa técnica asséptica; deve-se ter cuidado de não deixar ar dentro da 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
12 
seringa, colocando o bisel em contato com o líquido de dentro do frasco-ampola, 
afim de não aspirar o ar existente; a seringa deve ser selecionada de acordo com o 
volume a aspirar. 
A sequência para a manipulação dos antineoplásicos segue, em linhas 
gerais, os seguintes passos: 
 Análise das prescrições, realização dos cálculos e confecção dos 
rótulos; 
 Separação e limpeza do fármaco e da bolsa de diluente. Conduzi-los à 
sala de transferência e desta à sala de manipulação; 
 Após se desfazer de todos os adornos pessoais, faz-se a antissepsia 
das mãos e antebraço. Segue-se a paramentação com os EPI; 
 Cubra a bancada com um campo de plástico e sobre este outro campo 
de papel absorvente, ambos estéreis; 
 O auxiliar vai distribuindo o material sobre a bancada à medida que 
forem sendo desenvolvidas as atividades de manipulação; 
 Posicionar-se junto à câmara e calçar as luvas cirúrgicas; 
 Proceder à reconstituição do fármaco e à sua diluição de acordo com 
as técnicas de manipulação farmacêutica, observando a dose prescrita pelo médico; 
 Conectar o equipo e verificar a ocorrência de vazamento; 
 Entregar ao auxiliar para a rotulagem; 
 A utilização de gazes estéreis é sempre recomendada para dar mais 
segurança, no momento de quebrar a ampola, aspirar à solução do frasco-ampola e 
ao adicionar o medicamento reconstituído à bolsa de sistema fechado, contendo 
soro fisiológico, glicosado ou outro diluente. 
 
 
1.4 SEGURANÇA NA MANIPULAÇÃO DE QUIMIOTERAPIA 
 
 
Diante da evidência do risco de exposição ocupacional em que ocorre a 
possibilidade dos antineoplásicos causarem mutação e câncer em trabalhadores 
expostos, muitos países têm elaborado recomendações para a manipulação segura 
destes agentes. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
13 
Alguns trabalhadores se expõem desnecessariamente a esses agentes, 
porque não são devidamente treinados educados para trabalhar com agentes 
potencialmente tóxicos. 
 
 
FIGURA 4 - MANIPULAÇÃO DE QUIMIOTERÁPICOS 
 
FONTE: Arquivo pessoal (manipulação realizada no Instituto de Puericultura e Pediatria 
Martagão Gesteira – IPPMG) 
 
 
Técnicas perfeitas de manipulação são muito difíceis de serem executadas, 
os equipamentos de manipulação não são absolutamente infalíveis. Por isso, é 
muito importante que seja adotado um programa bem estruturado para a proteção 
do meio ambiente e do trabalhador que manuseia antineoplásicos. 
Os agentes antineoplásicos devem ser preparados em CSB classe II, tipo 
B2, de uso exclusivo, obtida de empresa idônea, instalada por pessoaldevidamente 
habilitado e treinado. Deve ser instalada em uma área sem turbulência, com ar 
filtrado, devendo ser ligada de 15 a 30 minutos antes de iniciar os trabalhos e 
desligada 15 a 30 minutos após terminá-los , ou conforme orientação do fabricante. 
Deve incluir na manutenção da câmara a troca de pré-filtro e do filtro HEPA, 
seguindo rigorosamente as orientações do fabricante, de forma a garantir a 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
14 
eficiência operacional e a integridade dos processos eletromecânicos. O tempo de 
duração dos filtros de alta eficiência (HEPA) é em medida de três anos, dependendo 
dos cuidados utilizados na técnica de manipulação dos produtos. 
A limpeza da área crítica deve ser feita com produto apropriado, antes do 
trabalho e após o término das atividades, em concordância com as boas práticas da 
farmácia. A parte externa da câmara deve ser limpa com detergente suave e a parte 
interna com álcool 70%, lembrando que este produto em excesso pode danificar as 
borrachas de vedação. O trabalhador deve utilizar capote de tyvec com gorro e 
botas, fechado na frente, com mangas longas e punhos. Deve usar ainda luvas 
cirúrgicas, óculos panorâmico de segurança e respirador classe P3. 
As soluções preparadas devem ser colocadas em recipientes impermeáveis 
rígidos, com, tampa, e transportados até o local de administração em carrinhos, de 
modo a prevenir quebra e/ou vazamentos. O trabalhador deve estar adequadamente 
equipado. 
O lixo contendo antineoplásicos deve ser coletado em lixos resistentes à 
perfuração e a vazamentos de líquidos ou vapores, os quais são colocados em 
sacos de plástico grosso, identificados como lixo tóxico e conduzidos à incineração. 
O lixo contaminado com esses agentes não deve ser misturado com outro material a 
ser descartado. 
A desativação química, do material contendo resíduos de antineoplásicos só 
deve ser feita por pessoal habilitado e devidamente treinado. A estocagem deve ser 
feita em prateleiras com proteção frontal, desenhadas especificamente para 
produtos perigosos, para prevenir quebras e vazamentos. Os agentes termolábeis 
devem ser guardados em geladeira, separados dos demais medicamentos e 
devidamente identificados. 
As normas escritas de manipulação e procedimentos técnicos de segurança 
devem ser colocadas em local de fácil acesso aos trabalhadores de antineoplásicos 
e sempre que houver dúvidas, as mesmas devem ser dirimidas. 
Deve-se desenvolver uma política de aderência dos trabalhadores ao 
programa de segurança do trabalho. 
A farmácia deve possuir documentos que contenham informações sobre a 
toxicidade aguda, tratamento em caso de exposição acidental, inativadores químicos 
e características fisioquímicas dos antineoplásicos manuseados. 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
15 
Desenvolver atividades de treinamento e educação de todos os 
trabalhadores envolvidos com antineoplásicos. 
Os trabalhadores expostos devem relatar, em fichas individuais, os 
acidentes de trabalho, nomeando os antineoplásicos envolvidos e a forma de 
exposição. 
 
 
1.5 CARACTERÍSTICAS E CLASSIFICAÇÃO DOS ANTINEOPLÁSICOS 
 
 
Agentes químicos usados no tratamento do câncer para inibir o crescimento 
celular, atuando sobre as moléculas que controlam a divisão e o desenvolvimento 
das células. 
O grupo farmacológico dos antineoplásicos inclui diversos agentes que 
atuam por mecanismos complexos, por meio de interações desses com o ácido 
desoxirribonucleico (DNA), ácido ribonucleico (RNA) e proteínas. Apesar do 
processo de interação não estar bem esclarecido, sabe-se que os agentes 
antineoplásicos atuam de forma semelhante à irradiação ionizante. Eles não 
destroem diretamente as células cancerígenas, porém impedem e/ou diminuem a 
habilidade de replicação do DNA, não possuindo ação seletiva sobre os tecidos 
neoplásicos e apresentando efeitos cumulativos. 
O efeito antineoplásico é dependente da ação citotóxica, afetando 
indistintamente tanto as células normais quanto as células alteradas, especialmente 
aquelas que se dividem rapidamente, como as da medula óssea, epitélio 
gastrointestinal, pele folículo piloso, epitélio germinativo das gônadas e as estruturas 
embrionárias. Os pacientes terapeuticamente expostos a esses agentes podem 
apresentar reações adversas, como náuseas, vômitos, alopecia, hiperpigmentação, 
reações cutâneas e efeitos tóxicos em diversos órgãos: coração, rins e pulmões. 
A classificação dos antineoplásicos é feita de forma empírica, com base no 
mecanismo de ação sobre o ciclo de reprodução celular. Estão distribuídos entre os 
grupos: 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
16 
 Agentes Alquilantes 
Constituem um grupo de várias substâncias químicas, cuja característica 
comum é a alquilação do DNA. As células expostas a um agente alquilante têm 
átomos de hidrogênio substituídos por um radical alquil, resultando em ligação 
cruzada e formação de bases anormais nas moléculas de ácido desoxirribonucleico 
(DNA). Entre esses está à mostarda nitrogenada, ciclofosfamida, ifosfamida, 
bussulfano, carmustina, estreptozocin, dacarbazina. 
Todos os antineoplásicos da classe dos alquilantes apresentam reações 
adversas sobre o sistema reprodutivo, causando amenorreia muitas vezes 
permanente, particularmente em mulheres com idade próxima a menopausa e no 
homem pode causar azospemia irreversível e oligospermia. Podem causar efeitos 
irritantes por contato direto com a pele e dependendo da intensidade da lesão, 
podem produzir efeitos sistêmicos. São agentes de atuação inespecífica, isto é, 
atuam em qualquer fase do ciclo de reprodução celular. 
 
 Agentes antimetabólicos 
 
Constituído por fármacos que interferem em diversos processos metabólicos 
celulares, resultando em interrupção da síntese de ácidos nucleicos. 
Podem agir por duas maneiras: por incorporação do fármaco em substituição 
a um constituinte normal da célula ou por inibição de uma enzima do metabolismo 
celular. 
Os efeitos tóxicos originados da ação dos antimetabólitos se manifestam por 
meio de náuseas, mielossupressão grave, estomatite e alopecia moderada. 
Entre os agentes antimetabólicos estão o metotrexate, 5-fluorouracil, 
citarabina, tioguanina, mercaptopurina. 
Estes agentes são tóxicos para todas as células normais, especialmente as 
que se dividem rapidamente, com potencial teratogênico e mutagênico, e quando 
administrados por tempo prolongado pode levar à cirrose e a fibrose hepática. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
17 
 
 Antineoplásicos naturais 
 
O grupo dos antineoplásicos naturais é formado por alcaloides derivados da 
vinca, etoposido e teniposido, antibióticos e paclitáxel. 
Estas substâncias são agentes ciclocelulares específicos que bloqueiam as 
células em mitose. As atividades biológicas desses fármacos estão na capacidade 
de ligar-se tubulina, interferindo no funcionamento dado pelo sistema de 
microtúbulos, que é um dos componentes do fuso mitótico. Por meio da destruição 
dos microtúbulos a divisão celular é detida na metástase. A ação tóxica mais 
importante é a mielossupressão e toxicidade neurológica. O etoposido e o teniposido 
estão classificados dentro do grupo dos agentes antineoplásicos naturais, por ser 
fármacos semissintéticos derivados da podofilotoxina. Esses agentes ligam-se à 
tubulina em locais diferentes daqueles usados para interação com os alcaloides da 
vinca. Seu mecanismo de ação parece estar relacionado com a ruptura da alça 
dupla do DNA. Seu efeito principal ocorre na fase terminal S e inicial G2 do ciclo de 
reprodução celular. Foram observadas duas diferentes respostas em função da 
dose: 
 Em altas concentrações – foi observado lise das células entrando em 
mitose. 
 Em baixas concentrações – foi observado que as células são inibidas 
ao iniciar a fase de prófase. 
O etoposido e o teniposido têm a sua ação citotóxica manifestada por 
leucopenia, trombocitopenia, neurotoxicidade,toxicidade hepática, febre, flebite, 
dermatite e reações alérgicas. 
Os antineoplásicos classificados como antibióticos resultaram da triagem de 
produtos antimicrobianos, que levaram a descoberta de diversos inibidores de 
crescimento celular, os quais se mostraram úteis no tratamento do câncer. Todos os 
antibióticos antineoplásicos, clinicamente úteis, são produtos semissintéticos, 
derivados de várias cepas, do fungo streptomyces. 
Os antibióticos antineoplásicos dactininicina-D, daunorrubicina, 
doxorrubicina, bleomicina e mitomicina se ligam fortemente a dupla hélice do DNA, 
através da intercalação entre as bases púricas e pirimidínicas, interrompendo o 
 
 AN02FREV001/ REV 3.0 
18 
prolongamento da cadeia de DNA e causando graves distorções cromossômicas. 
Essas distorções bloqueiam a síntese de novo RNA, do DNA ou ambos, provocando 
a ruptura das fitas de DNA e impedindo a duplicação celular. Os efeitos tóxicos são 
imunossupressão, cardiotoxicidade, (aguda e acumulativa), alopecia e são 
vesicantes ao entrar em contato direto com a pele. Outros efeitos adversos são 
náuseas, estomatite e nefrotoxicidade. 
O paclitaxel promove formação e agrupamento anormal e a instabilização 
dos microtúbulos formados. Liga-se à subunidade beta-tubulina antagonizando a 
desmontagem dessa proteína, fazendo com que estruturas aberrantes apareçam 
nas células. Segue-se a parada da mitose podendo ocorrer morte celular. A ação 
citotóxica é manifestada por reações de hipersensibilidade ao fármaco, como rubor, 
dispneia, hipotensão, taquicardia, neurotoxicidade, cardiotoxicidade e 
hepatixicidade. 
 
 Agentes diversos 
 
O grupo de agentes diversos é composto pelos antineoplásticos cisplatina, 
carboplatina, hidroxiureia, procarbazina, dacarbazina e mitutano, L-asparaginási. 
Esses compostos possuem um mecanismo de ação variado e pouco elucidado, 
agindo em fase inespecífica do ciclo celular. Interferem na duplicação do DNA, 
inibindo a multiplicação das células por meio de alterações cromossômicas em 
tecidos neoplásicos e em tecidos normais. Podem causar toxicidade neurológica, 
com efeitos cumulativos, como formigamento e entorpecimento das extremidades, 
náuseas, vômitos, anorexia, hiperuricemia, granulocitopenia, nefrotoxicidade, 
desequilíbrio eletrolítico e neutropenia. Inclui ainda leucopenia e trombocitopenia e 
imunossupressão. A procarbazina é altamente carcinogênica, mutagênica e 
teratogênica. Tem sido relacionada também infertilidade, particularmente em 
homens. O agente antineoplástico L-asparaginasi é uma enzima que, ao catalisar a 
hidrólise da asparagina circulante, priva essas células da asparagina necessária à 
síntese de proteína, podendo levar a morte celular. Os efeitos tóxicos mais 
significantes são de hipersensibilidade, hiperglicemia, anormalidades de coagulação 
e supressão da função imune. 
 
 
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19 
 
1.6 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA AO PACIENTE ONCOLÓGICO 
 
 
A eficácia dos fármacos antineoplásicos é alcançada mediante o seu 
potencial citotóxico, indicando que pequenas variações nas doses podem gerar 
graves danos ao paciente. Se forem preparadas doses ligeiramente menores do que 
as prescritas poderão não produzir o efeito esperado, se as doses forem 
ligeiramente maiores poderão gerar um quadro de toxicidade, que pode ser letal. As 
doses prescritas devem ser rigorosamente atendidas. Deve-se ainda considerar que 
os doentes portadores de câncer são imunossuprimidos, quer pela doença de base, 
quer pelo fármaco que lhe está sendo administrado. É necessário, portanto, a 
utilização de uma técnica rigorosamente asséptica para o preparo das soluções 
parenterais, contribuindo dessa maneira para evitar quadros de infecção e 
septicemia. 
O farmacêutico que atende ao paciente oncológico ajuda na detecção de 
sintomas indicativos de sobreposição de toxicidades. É aconselhável que o 
farmacêutico sugira a diminuição das doses de pelo menos um dos componentes do 
esquema terapêutico. É também aconselhável que o farmacêutico em qualquer 
situação acompanhe a evolução clínica do paciente se inteirando das reações 
colaterais significantes, verificar se o medicamento está sendo administrado no 
tempo prescrito pelo médico e a forma como está sendo acondicionado na clínica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
BRASIL. Portaria 3.616/MS/GM, de 30 de outubro de 1998. Aprova a Política 
Nacional de Medicamentos. 
 
 
______. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Institui normas para licitações e 
contratos de administração pública. 
 
 
______. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002. Institui a modalidade de licitação 
denominada pregão, para a aquisição de bens e serviços comuns. 
 
 
GOODMAN & GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Rio de 
Janeiro: Mcgraw-Hill Interamericana, 2007. 
 
 
GOMES, M. J. V. M.; REIS, A. M. M. Ciências Farmacêuticas: uma abordagem em 
farmácia hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2006. 
 
 
NETO, J. F. M.; Farmácia Hospitalar e suas interfaces com a saúde. São Paulo: 
RX, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO CURSO!

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