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Central de Misturas e Controle de Infecção Hospitalar _final

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Brasília-DF. 
Central de Misturas e Controle de 
infeCção Hospitalar
Elaboração
Meives Aparecida Rodrigues de Almeida 
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 4
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5
introdução.................................................................................................................................... 7
unidAdE i
Farmacotécnica Hospitalar ............................................................................................................ 9
CAPítulo 1
Estrutura E organização ................................................................................................. 11
CAPítulo 2
FracionamEnto dE mEdicamEntos para a obtEnção dE dosEs unitárias sólidas E 
líquidas ............................................................................................................................... 14
unidAdE ii
cEntral dE misturas EV .................................................................................................................... 19
CAPítulo 1
Estrutura E organização ................................................................................................. 21
CAPítulo 2
técnicas dE rEconstituição E FracionamEnto dE injEtáVEis ........................................ 27
unidAdE iii
nutrição parEntEral ....................................................................................................................... 31
CAPítulo 1
FormulaçõEs ..................................................................................................................... 32
CAPítulo 2
cálculos ............................................................................................................................. 34
CAPítulo 3
Vias dE acEsso .................................................................................................................... 39
CAPítulo 4
técnicas dE prEparo .......................................................................................................... 45
unidAdE iV
incompatibilidadEs Físico-químicas E cálculos Em Farmácia ................................................... 48
CAPítulo 1
incompatibilidadEs Físico-químicas ................................................................................. 48
unidAdE V
cEntral dE quimiotErápicos .......................................................................................................... 50
CAPítulo 1
Estrutura E organização ................................................................................................. 52
CAPítulo 2
técnicas dE manipulação ................................................................................................. 55
CAPítulo 3
compatibilidadE E EstabilidadE .......................................................................................... 61
CAPítulo 4
Forma E Via dE administração ......................................................................................... 63
CAPítulo 5
acondicionamEnto adEquado ....................................................................................... 70
CAPítulo 6
gEstão dE rEsíduos Em sErViços Em saúdE ..................................................................... 74
unidAdE Vi
controlE dE inFEcção Hospitalar ................................................................................................ 80
CAPítulo 1
inFEcção Hospitalar (iH) .................................................................................................... 83
CAPítulo 2
comissão dE controlE dE inFEcção Hospitalar (cciH) .............................................. 120
CAPítulo 3
a importância do Farmacêutico dEntro da cciH ....................................................... 124
rEfErênCiAS ................................................................................................................................ 126
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
introdução
A administração de medicamento por via parenteral, a mais utilizada dentro dos 
hospitais, exige prévio preparo seguindo técnica asséptica que visa garantir uma 
maior segurança e evitar a ocorrência de contaminação das misturas. Em seu 
sentido mais simples, uma Mistura Endovenosa é a combinação de formas de 
administração por via endovenosa (EV). Os veículos mais frequentemente utilizados 
são denominados fluídos EV e, ao medicamento em dissolução que se incorporam 
aos fluídos denomina-se aditivos. Assim, a implantação de uma Central de Misturas 
Endovenosas (CMEV), desempenha um papel fundamental na instituição por poder 
minimizar os riscos associados ao preparo da terapia endovenosa, diminuir o tempo 
de enfermagem associado ao preparo de medicamentos aumentando assim o tempo 
de assistência ao paciente, além de racionalizar a farmacoterapia.
objetivos
 » Fornecer informações sobre as técnicas e o ambiente adequadopara o 
correto preparo de misturas endovenosas.
 » Discutir aspectos relacionados à infecção hospitalar.
9
unidAdE ifArmACotéCniCA 
HoSPitAlAr
A Seção de Farmacotécnica Hospitalar tem por finalidade a manipulação e/ou produção 
de medicamentos e correlatos (produtos de higiene, dietéticos, auxiliares de diagnóstico, 
saneantes domissanitários e outros), com apresentação adequada e segura, fornecendo 
medicamentos e soluções que o mercado não disponibiliza ou que têm alto custo, em 
diferentes concentrações, quantidades e volumes.
Objetivos:
a. Proporcionar a qualquer momento, independentemente da 
disponibilidade comercial, medicamentos de qualidade comprovada, 
adaptados às necessidades específicas da população que atende. 
b. Desenvolver fórmulas de medicamentos e produtos de interesse 
estratégico e/ou econômico para a farmácia hospitalar. 
c. Fracionar/reenvasar os medicamentos elaborados pela indústria, com 
objetivo de racionalizar a administração e distribuição, além de diminuir 
os custos para a instituição. 
d. Preparar, diluir ou reenvasar germicidas para antissepsia, limpeza, 
desinfecção e esterilização. 
e. Garantir a qualidade dos produtos elaborados, manipulados, fracionados 
ou reenvasados. 
f. Manipular produtos estéreis, incluindo soluções de administração 
parenteral, citostáticos e misturas intravenosas, nas condições 
preconizadas pelas boas práticas de manipulação. 
g. Contribuir na formação e treinamento de pessoal auxiliar e outros 
farmacêuticos.
10
UNIDADE I │ FArmAcotécNIcA HospItAlAr
regulamentação
A farmácia responde, para todos os efeitos legais, por todo o processo referente à 
produção, fracionamento e reenvase de medicamentos, bem como por informações 
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
Desta forma, as seguintes regulamentações devem ser de conhecimento do farmacêutico: 
a. Portaria ANVISA no 272, de 8 de abril de 1998 – Regulamentos Técnico 
para fixar os requisitos mínimos exigidos para Terapia de Nutrição 
Parenteral.
b. Resolução ANVISA RDC no 33, de 19 de abril de 2000 – Regulamentos 
Técnico sobre as Boas Práticas de Manipulação de medicamentos em 
farmácias e seus anexos.
c. Resolução ANVISA RDC no 63, de 6 de julho de 2000 - Regulamento 
Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para Terapia de 
Nutrição Enteral. 
d. Resolução ANVISA RDC no 175, de 27 de julho de 2004 – Regulamento 
Técnico para Gerenciamento de Resíduos dos Serviços de Saúde. 
e. Resolução ANVISA RDC no 220, de 21 de setembro de 2004 – Regulamento 
Técnico de funcionamento dos Serviços de Quimioterapia Antineoplásica.
11
CAPítulo 1
Estrutura e organização
Na atualidade, não é comum a produção de medicamentos em farmácias hospitalares, 
diferente do que ocorria há uma década. As preparações que se faz hoje em dia 
destinam-se essencialmente a:
 » doentes individuais e específicos como, por exemplo, por meio de 
fórmulas pediátricas;
 » reembalagem de doses unitárias sólidas;
 » preparações estéreis individualizadas;
 » diluições de desinfetantes.
De acordo com o Conselho Executivo de Farmácia Hospitalar e publicado pelo Ministério 
da Saúde no Manual da Farmácia Hospitalar, embora a preparação de medicamentos 
tenha sido alterada, mantêm-se a exigência de produzir preparações farmacêuticas 
seguras e eficazes. Para que seja mantida essa exigência, é necessário haver uma 
organização e estrutura adequadas e um sistema de procedimentos que assegure um 
“Sistema de Qualidade na Preparação de Formulações Farmacêuticas”. 
De maneira geral uma Seção de Farmacotécnica pode ser organizada conforme o 
organograma a seguir:
Figura 1. organograma de uma seção de Farmacotécnica.
Fonte: o autor.
12
UNIDADE I │ FArmAcotécNIcA HospItAlAr
Setor de produtos não estéreis
Laboratório de Processamento: o processamento farmacêutico é o processo no 
qual formulações em doses sólidas orais ou líquidas são reembaladas em doses unitárias 
prontas para uso. No Brasil, ainda são poucos os medicamentos que são comercializados 
em formato de doses unitárias, e assim o Serviço de Farmácia deve processar as doses 
adquiridas a fim de apresentar medicamentos prontos para o uso do paciente. A 
reembalagem também proporciona a oportunidade de adequar o rótulo com o nome 
genérico o qual pode reduzir o risco de erros de administração de medicamentos nas 
enfermarias.
Laboratório de Manipulação: a manipulação de medicamentos não estéreis é 
um serviço que propicia grande vantagem e economia para a instituição, pois pode 
disponibilizar medicamentos e soluções que o mercado não possui ou que apresenta 
alto custo, em diferentes concentrações, quantidades e volumes.
Unidade de Diluição: a padronização, a correta diluição e utilização de germicidas 
constituem um fator fundamentalmente importante quando se reconhece que têm por 
finalidade romper com a cadeia de transmissão de infecção, quando empregados correta 
e adequadamente no processo de desinfecção concorrente e terminal de superfícies e 
instrumental de médio risco. Além disso, quando realizado por profissionais habilitados 
e em ambiente adequado os riscos profissionais relativos a acidentes de trabalho são 
diminuídos e representa uma economia substancial para a instituição devido a uma 
diminuição do consumo destes produtos.
Unidade de Misturas: em hospitais, a maior parte dos medicamentos é utilizada 
por via endovenosa (na forma de bolus ou de infusão), sendo necessário, portanto, 
a sua reconstituição e diluição, o qual é normalmente realizado pelo pessoal de 
enfermagem imediatamente antes da sua administração. Os riscos associados ao 
processo de preparação e administração nesse processo são enormes. A padronização 
do processo de reconstituição do medicamento e a sua diluição em soluções parenterais 
adequadas para a sua administração em uma unidade centralizada minimizam esses 
riscos associados, além de garantir a sua estabilidade físico-química e qualidade 
microbiológica, proporcionando maior segurança ao paciente e redução de custos para 
a instituição.
Unidade de Citostáticos: os medicamentos citostáticos são uma classe muito 
diversificada de drogas, cujo espectro varia desde substâncias inorgânicas (cisplatina) 
até compostos orgânicos e proteínas (asparaginase) e que apresentam uma margem 
de segurança muito estreita, tanto para o paciente, como para o profissional de saúde 
envolvido no seu preparo e administração. Dessa forma, o preparo destes medicamentos 
13
Farmacotécnica Hospitalar │ UniDaDE i
deve ser realizado em ambiente adequado e controlado com o objetivo de manter a 
esterilidade do medicamento, mas também minimizar a exposição do profissional 
a possibilidades de absorção as quais podem ocorrer por meio de inalação do pó ou 
gotículas da droga, absorção pela pele e por ingestão.
Unidade de Nutrição Parenteral: o suporte nutricional assume fundamental 
importância dentre os procedimentos adotados no tratamento de enfermos em estado 
grave, portanto, a obtenção e manutenção da esterilidade da nutrição parenteral são 
fundamentais para a segurança do paciente. Para isso, a qualidade dos componentes, a 
técnica de manipulação rigorosamente asséptica e as condições ambientais sob as quais 
o processo é realizado tornam-se aspectos que devem ser cuidadosamente avaliados.
14
CAPítulo 2
fracionamento de medicamentos para 
a obtenção de doses unitárias sólidas e 
líquidas
A falta de disponibilidade de medicamentos embalados em doses unitárias leva a 
necessidade de se realizar o seu fracionamento e reembalagem nos Serviços de Farmácia 
dos hospitais, para ajustar as doses às necessidades terapêuticas dos pacientes e 
racionalizar o uso dos medicamentos.
O fracionamento e a reembalagem de drogas não é um novo conceito para a profissão de 
farmácia. Em muitos países a indústria vende às farmácias embalagens de medicamentos 
a granel, os quais são reembalados em envases de menor quantidade.
A maioria dos grandes hospitais tem encontrado vantagenseconômicas na reembalagem 
dos medicamentos utilizados tanto nas unidades de internação como em serviços 
especializados. Comprimidos prescritos frequentemente; cápsulas, xaropes, pomadas e 
cremes são usualmente fracionados de acordo com a necessidade das prescrições tanto 
de pacientes internados como de pacientes ambulatoriais. Há dois tipos de embalagens 
de doses unitárias:
1. Embalagem unitária simples: contendo uma só unidade de dosificação 
(ex. embalagem com uma cápsula ou um comprimido).
2. Embalagem de dose unitária contendo a dose total para uma única 
administração (ex. dois ou mesmo três comprimidos ou cápsulas, de 
acordo com a dose prescrita).
Devido à grande quantidade de itens envolvidos no processo de fracionamento e 
reembalagem, muitas vezes se requer uma força de trabalho separada, equipamentos 
especiais e procedimentos de controle detalhado para garantir contra a possibilidade 
de erros.
O processo de embalagem ou reembalagem, quando se trata de modificar a embalagem 
original, é uma operação galênica e, portanto, indispensável que seja feita segundo 
normas bem especificadas, é de responsabilidade do farmacêutico e está sujeito a 
controles que confira segurança e eficácia.
Segundo a RDC no 67, de 8 de outubro de 2007, o fracionamento de especialidades 
farmacêuticas, somente poderá ocorrer sob responsabilidade e orientação do 
15
Farmacotécnica Hospitalar │ UniDaDE i
farmacêutico, desde que seja preservada a qualidade e a eficácia originais dos produtos 
e sejam efetuados os registros de forma a garantir a rastreabilidade dos produtos e 
procedimentos realizados, além disso, o prazo de validade deve ser alterado.
Quando reembalamos medicamentos nos Serviços de Farmácia Hospitalar, devemos 
considerar os problemas específicos de estabilidade e conservação do medicamento 
a reembalar. Além disso, devemos empregar materiais apropriados que sejam o mais 
semelhante possível ao original e determinar prazos de validade para o produto final.
Para a realização de um processo de fracionamento e reembalagem de medicamentos, 
deve-se elaborar normas e procedimentos, os quais devem ser baseados nas Boas 
Normas de Fabricação, e considerar que a nova embalagem deve preencher quatro 
funções básicas:
1. Identificar completa e precisamente o seu conteúdo.
2. Proteger o medicamento dos efeitos deletérios ambientais.
3. Proteger o conteúdo da deterioração por manuseamento.
4. Permitir o acesso ao conteúdo de forma rápida, segura e fácil.
requisitos mínimos necessários para reembalagem
Espaço físico: o Laboratório de Fracionamento deverá ter uma área adequada para 
a realização dos procedimentos, com uma estrutura que permita a sua fácil limpeza. 
Deverá ser bem iluminada, com ventilação e temperaturas adequadas, devendo estar 
isolada das restantes áreas de atividades do Serviço, a fim de limitar ao mínimo a 
movimentação de pessoas nesta área. Lixo e desperdício devem ser colocados em cestos 
apropriados e serem retirados do local imediatamente após o término da atividade. 
Comidas e bebidas não devem ser permitidas.
Organização e Pessoal: todo o procedimento de reembalagem e fracionamento 
devem estar descrito minuciosamente em Procedimentos Operacionais Padrão (POP). 
O pessoal envolvido na execução do fracionamento deve ser previamente treinado, e 
estarem paramentados com roupa limpa apropriada, máscara, touca e luvas.
Equipamentos de reembalagem: a escolha dos equipamentos deve ser feita 
em função da quantidade de unidades a serem produzidas e do tipo de embalagem 
pretendida. Os equipamentos podem ser manual, semiautomático ou automático.
16
UNIDADE I │ FArmAcotécNIcA HospItAlAr
Sólidos Orais: é a medicação mais comumente reembalada nos hospitais. Em muitos 
hospitais do Brasil, ainda se utiliza o sistema manual, sendo os comprimidos ou cápsulas 
embalados em bolsas de plástico seladas termicamente e identificadas por meio de 
etiquetas produzidas por computador. Entretanto, em alguns países, a reembalagem 
de cápsulas e comprimidos realizadas de forma manual e são realizadas em blisters 
pré-moldados (Figura 2).
Figura 2. Equipamentos manuais.
Fonte: mts medications technologies e medi-clear.
Tecnologia recente permite que além de embalarem, as máquinas rotulem por sistema 
computadorizado (Figura 3) e imprimam por ação do calor. Estas máquinas automáticas 
de embalar e etiquetar por tira contínua produz uma embalagem em bolsa em que as 
faces podem ser constituídas por papel opaco não refletor (onde se imprimira o rótulo) 
e polietileno revestido de celofane. Embalagens individuais são produzidas por meio de 
perfuração das tiras, as quais podem então serem separadas.
Figura 3. Equipamentos automáticos.
Fonte: Krz, midwest medical system, simeks.
17
Farmacotécnica Hospitalar │ UniDaDE i
Líquidos Orais: são geralmente reembalados em embalagens rígidas ou semirrígidas 
como copos, frascos e seringas (Figura 4). 
Frascos Plásticos: são muito utilizados, pois podem ser preenchidos por um sistema 
semiautomático, como uma pipetadora com reservatório.
Copos Plásticos: são pouco utilizados na embalagem se líquidos orais. No entanto, 
são os únicos que permitem o enchimento, fecho e rotulagens automáticas.
Seringas Orais: também são muito utilizadas no Brasil. Similares a seringas 
injetáveis têm a peculiaridade de não permitirem a inserção de agulhas para evitarem 
administração injetável acidental. São preenchidas pela utilização de uma rolha de 
borracha especial que se adapta à boca do frasco do medicamento na qual o bico da 
seringa oral é conectado.
Figura 4. Fracionamento de líquidos orais.
Fontes: catálogo Hospitalar, prlabor.
Materiais de reembalagem: devem possuir características físicas que protejam 
o medicamento da ação nociva do meio ambiente (luz, calor, umidade) e de agentes 
microbianos, além e evitar a interação química com o medicamento. Também não 
devem se deteriorar com o manuseio normal e permitir a inspeção do seu conteúdo 
pelo pessoal que administra a medicação, salvo se as propriedades físicas do fármaco 
não permitirem a sua exposição à luz.
Rotulagem: a rotulagem é uma das áreas em que os erros são muito comuns. As 
operações de rotulagem devem ser examinadas no final da elaboração das etiquetas 
(Figura 5) e também do processamento, a fim de verificar se a identificação do 
medicamento está correta.
Como informação mínima, as etiquetas devem conter:
 » denominação comum internacional; 
 » forma farmacêutica;
18
UNIDADE I │ FArmAcotécNIcA HospItAlAr
 » dosagem da forma farmacêutica;
 » dosagem final da dose (no de comprimidos e a dosagem total);
 » prazo de validade;
 » número do lote;
 » notas especiais se necessário (refrigerar, agitar antes do uso etc.).
Figura 5. Etiqueta de dose unitária.
Fonte: jerry Fahrni.
Registros: arquivar registros corretos do trabalho é uma necessidade exigida por 
padrões de boas práticas e também uma exigência legal, sendo um importante fator de 
controle de qualidade e rastreabilidade do produto. De maneira geral deve conter dados 
relativos ao medicamento que foi fracionado e da dose fracionada.
19
unidAdE iiCEntrAl dE 
miSturAS EV
As misturas endovenosas são soluções compostas de um ou mais aditivos diluídos em 
soluções parenterais, entendendo-se como aditivos todas as substâncias adicionadas 
a uma solução parenteral, podendo ser medicamentos (antibióticos, antieméticos, 
vitaminas etc.), eletrólitos, albumina, aminoácidos, carboidratos ou quaisquer outras 
substâncias aprovadas para uso parenteral.
As CMEV têm origem nos finais dos anos de 1960, com a crença de que a preparação desses 
produtos é uma atividade farmacêutica e que complementa o Sistema de Distribuição de 
Medicamentos por Dose Unitária. Neste sentido, uma Central de Misturas EV deve ser 
uma prioridade máxima desse sistema de distribuição, pois desempenha uma função 
fundamental como instrumento racionalizador das terapias intravenosas ao melhorar 
de forma eficaz e segura a terapia EV (JARA,2012; VASCONCELOS et al., 2012)
A preparação de um mistura endovenosa, por mais simples que seja, demanda sólidos 
conhecimentos farmacêuticos já que previamente a sua preparação exige uma validação 
farmacocinética e físico-química. Além disso, é necessário que seja realizada sob estritas 
condições ambientais de classe 100 (<3,5 partículas por litro), situação que dificilmente 
se encontra nas unidades de internação de qualquer hospital, a fim de evitar a potencial 
contaminação microbiológica e por partículas materiais. Finalmente, o método de 
administração, o veículo utilizado e o volume a ser administrado desempenham um 
importante papel terapêutico que obrigatoriamente se deve avaliar.
De acordo com estes princípios, as funções que uma CMEV deve desenvolver, se 
baseiam, no mínimo, nos seguintes aspectos:
 » adequar a misturas EV em relação ao veículo e concentração final dos 
aditivos;
 » avaliar a correlação entre dose, idade e situação clínica do paciente;
 » avaliar os métodos de administração (dose, intervalo e velocidade);
 » avaliar a correlação entre o tratamento farmacológico e a patologia;
20
UNIDADE II │ CENtrAl DE MIstUrAs EV
 » avaliar o tempo do tratamento;
 » elaborar e propor protocolos terapêuticos;
 » realizar estudos de revisão e utilização de medicamentos.
Asistemática de preparo dos medicamentos EV melhora a qualidade do produto final, 
inserindo mais passos no controle entre o medicamento prescrito pelo médico e a 
administração deste pela enfermagem, aumentando a segurança e disponibilizando a 
equipe de enfermagem para dedicar-se com mais tempo à assistência ao paciente.
21
CAPítulo 1
Estrutura e organização
Estrutura Física: uma CMEV pode ser operada em uma pequena área, se ela for bem 
planejada (Figura 6). Ela deve ser uma área separada, preferencialmente adjacente à 
área de dispensação da Farmácia, de forma a facilitar a comunicação e a sua estrutura e 
organização deve ser pensada para se obter um eficiente fluxo do processo de trabalho.
A ANVISA com a Resolução da Diretoria Colegiada no 67, de 8 de outubro de 2007, 
regulamentou tecnicamente os requisitos mínimos exigidos para o exercício da 
preparação de medicamentos injetáveis, instituindo as Boas Práticas de Manipulação 
em Farmácia. A mesma resolução regulamenta a central de misturas intravenosas, em 
que se realiza a manipulação ou somente a reconstituição, diluição ou fracionamento 
do medicamento estéril a partir do produto industrializado.
Áreas e salas para a CMEV: 
 » Área ou sala para as atividades administrativas. 
 » Área ou sala de armazenamento.
 » Área ou sala de controle de qualidade.
 » Sala(s) de manipulação; área de dispensação, sanitários.
 » Área para revisão.
 » Área para quarentena, rotulagem e embalagem.
 » Sala de paramentação específica (antecâmara). 
Requisitos mínimos para a CMEV:
 » Os ambientes devem ser protegidos contra a entrada de aves, animais, 
insetos, roedores e poeiras.
 » Devem possuir superfícies internas (pisos, paredes e teto) lisas e 
impermeáveis, sem rachaduras, resistentes aos agentes saneantes e 
facilmente laváveis. 
 » Os ralos devem ser sifonados e fechados, e nas áreas de manipulação, 
limpeza e higienização não existem ralos. 
22
UNIDADE II │ CENtrAl DE MIstUrAs EV
 » A temperatura e a umidade relativa devem ser controladas diariamente 
para que não haja deterioração dos produtos farmacêuticos e dos produtos 
para saúde. 
 » Os vestiários, lavatórios e os sanitários devem ser de fácil acesso e 
suficientes para o número de funcionários. 
 » Os sanitários não devem ter comunicação direta com as áreas de 
manipulação e armazenamento. 
 » O acesso às áreas de manipulação deve ser realizado por meio de 
antecâmaras.
Figura 6. Exemplo de layout de uma unidade de misturas EV.
Fonte. o autor.
Em termos de equipamentos, é necessário que esta unidade esteja equipada com pelo 
menos:
 » Cabines de Fluxo Laminar e de Segurança Biológica: as Cabines de 
Fluxo Laminar (CFL) (Figura 7), um dos equipamentos mais importantes 
na manipulação de produtos estéreis farmacêuticos, é considerado um 
dos principais meios preventivos de contaminação não só do produto, mas 
também do operador e meio ambiente. Nestas câmaras são manipulados 
23
Central de Misturas eV │ unidade ii
produtos citotóxicos, preparações de nutrição parenterais, colírios ou 
preparações intraoculares, por exemplo, que requerem ausência total de 
partículas e existência de esterilidade, e para tal, a câmara proporciona o 
melhor meio para a sua manipulação (MOURATO, 2013).
Por fluxo laminar se entende uma massa de ar movimentando-se a velocidade uniforme 
em linhas de fluxo paralelas, tanto no sentido vertical como no sentido horizontal.
As cabines podem ser divididas em:
 » Cabine de Fluxo Laminar.
 » Cabine de Fluxo Laminar de Segurança Biológica.
A CFL é um equipamento na qual protege somente os produtos a serem manipulado 
em seu interior, devido a filtração do ar pelos filtros HEPA (High Efficiency Particulate 
Air) que retêm 99,97% das partículas de 0,3 µm, às quais podem transportar 
micro-organismos vivos, criando assim um ambiente limpo.
Ela é subdividida em duas categorias:
 » Fluxo Laminar Horizontal: onde há 100% da renovação do ar.
 » Fluxo Laminar Vertical: onde há 100% da recirculação do ar.
Figura 7. cabines de Fluxo laminar Horizontal e Vertical.
Fonte: abs Filtes.
Já a CFL de segurança biológica, além de ter o ar filtrado pelos filtros HEPA, possui 
algumas características diferentes, pois ela é um equipamento na qual mantém a área 
de trabalho, meio ambiente e o usuário totalmente protegidos. Há uma subdivisão 
também, como segue:
24
UNIDADE II │ CENtrAl DE MIstUrAs EV
 » Cabine de Segurança Biológica Classe II A1 - Nesta classe, há recirculação 
de 70% do ar, e renovação de 30% (exauridos para o interior do 
laboratório).
 » Cabine de Segurança Biológica Classe II A2 - Na classe II A2, há recirculação 
de 70% do ar, e renovação de 30% (no entanto, esses 30% são exauridos 
para o ambiente externo, por meio de um sistema de dutos).
 » Cabine de Segurança Biológica Classe II B2 - Já aqui, 100% do ar são 
renovados. Os 100% do ar insuflado são somados aos 30% do ar que 
formam uma cortina de proteção na parte frontal do equipamento. Desta 
forma, impede que haja fuga do ar contaminado para o laboratório. Este 
ar é exaurido para o ambiente externo por um sistema de dutos. 
Figura 8. cabine de Fluxo laminar de segurança biológica classe iib.
Fonte: abs Filtex.
A utilização de CFL horizontais e verticais é direcionada ao meio hospitalar, mais 
propriamente, aos Serviços Farmacêuticos, para a manipulação de produtos estéreis não 
tóxicos e sem propriedades antigênicas, como por exemplo, o caso da nutrição parenteral 
e aditivação de soluções parenterais. No caso de manipulação de medicamentos 
citostáticos, deve-se utilizar a CFL de segurança biológica do tipo IIB, não há expulsão 
do ar da bancada de trabalho para o ambiente interno da área de manipulação.
Visor de partículas - Painel de papel branco e negro (Figura 9): com este 
equipamento analisa-se a contaminação nas preparações injetáveis devido a partículas 
estranhas, não dissolvidas e móveis, além das bolhas de gás, e que se encontram 
involuntariamente dentro destas soluções. Para este ensaio utiliza-se um aparelho, 
como demonstrado na figura a seguir, constituído por um painel preto fosco, um painel 
branco antirreflexo e uma fonte de iluminação ajustável. 
25
Central de Misturas eV │ unidade ii
Para a detecção de partículas, se limpa a embalagem e agita-se suavemente 
invertendo-se cada recipiente com precaução a fim de evitar a formação de bolhas de 
ar e observa-se o interior do recipiente durante cerca de 5 segundos contra o painel 
branco. Em seguida, repete-se o mesmo procedimento contra o painel preto. Caso 
haja a presença de qualquer partícula, a preparação deve ser descartada ou filtrada 
pelos filtros esterilizantes ou clarificantes.Figura 9. Visor de partículas.
Fonte: docplayer.
Frigorífico e frezzer: para armazenamento e congelamento de medicamentos 
fracionados de forma padronizada, diluídos ou devolvidos ao Serviço de Farmácia.
Forno de micro-ondas (opcional): para o descongelamento dos medicamentos 
fracionados de forma padronizada.
Banho de água com termostato de imersão (opcional): também para o 
descongelamento dos medicamentos fracionados de forma padronizada.
Organização: a organização de uma CMEV deve ser estruturada de acordo com 
o entorno e características do hospital, tendo em conta que deve ter um horário de 
funcionamento de pelo menos 12 horas. Uma condição prévia para uma eficaz organização 
desta unidade é ter implantado um sistema de distribuição de medicamentos por dose 
unitária, pois assim se terá acesso a uma cópia direta da prescrição de medicamentos, 
o que levará a uma potencial diminuição dos erros de medicação. O fluxo de trabalho 
envolvendo uma CMEV (Figura 10) pode ser descrito como na figura a seguir. 
26
UNIDADE II │ CENtrAl DE MIstUrAs EV
Figura 10. Fluxo de trabalho relacionado à fluidoterapia.
Fonte: o autor.
Ainda que os fluxos de trabalho relacionados com a preparação da fluidoterapia variem 
entre os hospitais, as funções, objetivos e técnicas de preparo utilizadas nas CMEV são 
comuns a todos eles. 
27
CAPítulo 2
técnicas de reconstituição e 
fracionamento de injetáveis
Técnica Asséptica: técnica asséptica pode ser definida como um procedimento sob 
condições controladas de maneira que minimizará o risco de contaminação. Devido 
ao fato que os contaminantes podem ser introduzidos nos medicamentos injetáveis 
oriundos do ambiente, equipamentos, materiais e pessoal, são essenciais controlar 
essas diferentes fontes enquanto o processo é realizado.
O controle ambiental do ar é fundamental porque o ar é altamente contaminado. 
Uma CFL proporciona um ambiente limpo e livre de partículas e micro-organismos. 
Todos os objetos que entrarão em contato com os aditivos ou soluções EV devem ser 
estéreis. Muitos dos riscos associados com a contaminação são eliminados com o uso 
de dispositivos descartáveis como seringas e agulhas que se mantiveram estéreis. A 
contaminação devido ao toque pelo pessoal que está realizando o procedimento é a 
fonte mais comum associada.
O perigo na utilização inadequada da técnica asséptica é clara: não apenas os pacientes 
recebendo as infusões EV são os mais críticos dos hospitais, mas também a via parenteral 
é a mais perigosa, pois todas as barreiras são rompidas quando se utiliza essa via. 
Portanto, toda a precaução deve ser tomada para evitar a contaminação das misturas.
Trabalhando na Cabine de Fluxo Laminar: apesar de a CFL proporcionar um 
ambiente com ar livre de partículas e contaminantes, alguns cuidados devem ser 
tomados para evitar possíveis contaminações. Dessa forma, os seguintes procedimentos 
devem ser seguidos, de acordo com diversos manuais de biossegurança: 
 » fechar as portas do laboratório;
 » evitar circulação de pessoas no laboratório durante o uso da cabine;
 » ligar a cabine e a luz UV 10 a 15 minutos antes de seu uso;
 » descontaminar a superfície interior com gaze estéril embebida em álcool 
etílico ou isopropílico a 70%;
 » lavar as mãos e antebraços com água e sabão e secar com toalha ou papel 
toalha descartável;
 » passar álcool etílico ou isopropílico a 70% nas mãos e antebraços;
28
UNIDADE II │ CENtrAl DE MIstUrAs EV
 » usar os equipamentos de proteção individual adequados, tais como: 
jaleco de manga longa, luvas, máscara e gorro;
 » colocar os equipamentos, medicamentos, dispositivos descartáveis etc., 
no plano de atividade da área de trabalho;
 » limpar com álcool etílico ou isopropílico a 70% todos os objetos antes de 
introduzi-los na cabine;
 » organizar os materiais de modo que os itens limpos e contaminados não 
se misturem;
 » minimizar os movimentos dentro da cabine;
 » colocar os recipientes para descarte de material no fundo da área de 
trabalho ou lateralmente (câmaras laterais também são usadas);
 » conduzir as manipulações no centro da área de trabalho;
 » limpar a cabine, ao término do trabalho, com gaze estéril embebida em 
álcool etílico ou isopropílicoa 70%;
 » deixar a cabine ligada 10 a 15 minutos, antes de desligá-la.
Transferindo medicamentos para as seringas: seringas e agulhas são os 
dispositivos mais utilizados para transferência da maioria dos medicamentos para 
as soluções parenterais, podendo ser utilizado tanto para medicamentos liofilizados 
(frasco-ampola) como para líquidos (ampolas). 
Veja a seguir, as recomendações que fazem parte do Procedimento Operacional Padrão 
(POP):
Ampolas:
 » abrir a embalagem da seringa e acoplá-la à agulha para aspiração do 
medicamento, observando-se a técnica asséptica, protegendo-a em sua 
embalagem original;
 » quebrar a ampola, envolvendo-a com um pedaço de algodão ou gaze, 
pressionando-a com o dedo indicador e polegar da mão dominante;
 » inspecionar a ampola aberta para qualquer partícula de vidro que possa 
ter caído dentro.
29
Central de Misturas eV │ unidade ii
 » retirar o protetor da agulha e mantê-lo dentro de sua embalagem original 
sobre ao bancada de trabalho ou dentro da bandeja;
 » aspirar o medicamento segurando a ampola com os dedos indicador e 
médio da mão não dominante, segurar a seringa com os dedos polegar e 
anular da mão não dominante e com os dedos polegar, indicador e médio 
da mão dominante, tracionar a extremidade do êmbolo sem contaminar 
sua extensão, aspirando o medicamento.
Algumas vezes pode ser necessário filtrar o medicamento para remover fragmentos 
de vidro oriundos da quebra da ampola. Para isso, utiliza-se um filtro clarificador de 
membrana com uma porosidade de 5µm que é conectado à seringa antes da transferência 
para a solução parenteral final.
frascos-ampola
 » abrir a embalagem da seringa e acoplá-la à agulha para aspiração do 
medicamento, observando-se a técnica asséptica, protegendo-a em sua 
embalagem original;
 » retirar a proteção metálica com o auxílio de um pedaço de algodão ou 
pinça e após, fazer a desinfecção da tampa de borracha com algodão 
umedecido com álcool etílico ou isopropílico a 70%;
 » determinar o volume correto do diluente para reconstituição e aspirá-lo 
para dentro da seringa;
 » injetar o diluente para dentro do frasco-ampola e remover a seringa;
 » agitar o frasco-ampola, vigorosamente, até a completa dissolução da 
droga;
 » reinserir a agulha e remover o volume apropriado do medicamento. Não 
injetar ar no frasco-ampola.
Transferência do medicamento para a solução parenteral: uma seringa e uma 
agulha são, normalmente, utilizados para transferir o medicamento de uma ampola ou 
frasco-ampola para a bolsa da solução parenteral. É recomendado usar agulha 19G para 
assegurar uma completa vedação da tampa de borracha, após a sua retirada.
30
UNIDADE II │ CENtrAl DE MIstUrAs EV
Para transferir o medicamento para uma bolsa:
 » abrir a embalagem da seringa e acoplá-la à agulha para aspiração do 
medicamento, observando-se a técnica asséptica, protegendo-a em sua 
embalagem original;
 » determinar o volume correto do medicamento e aspirá-lo para dentro da 
seringa;
 » realizar a desinfecção da porta de injeção da bolsa com algodão umedecido 
com álcool etílico ou isopropílico a 70%;
 » inserir a agulha na porta de injeção, a qual deve estar totalmente estendida 
para minimizar a chance de perfurar a lateral da porta;
 » remova a agulha;
 » agite a bolsa e inspecione a mistura.
Inspecionando as Misturas: toda a mistura ou fracionamento realizado deve ser 
inspecionado pelo farmacêutico antes de ser enviado para as unidades de internação 
ou ser armazenado em frigorífico ou congelador. Os seguintes aspectos devem ser 
observados:
 » a etiqueta está completa e livre de erros;
 » a solução parenteral correta, incluindo concentração e volume, foi 
utilizada;
 » os aditivos corretos, incluindo concentração evolume, foram utilizados;
 » a mistura está clara e livre de partículas;
 » todas as misturas estão com prazo de validade adequado.
31
unidAdE iiinutrição 
PArEntErAl
introdução
A Nutrição Parenteral (NP) é a administração de nutrientes como glicose e proteínas, 
água, eletrólitos, sais minerais e vitaminas através da via endovenosa, tanto por via 
periférica ou central, permitindo assim a manutenção da homeostase (GASTALDI et 
al., 2009). 
A utilização desse suporte nutricional por via parenteral é indicada sempre que 
o paciente se encontrar sem condições de utilizar a via enteral para atender as suas 
necessidades nutricionais ou quando apresentar doenças de base que comprometam 
a ingestão, digestão ou absorção dos alimentos como, por exemplo, presença de 
fístula gastrointestinal, pós-operatório de cirurgia hepato-biliar, íleo paralítico 
prolongado, síndrome do intestino curto, fístula enterocutânea, doença do enxerto 
contra o hospedeiro, mucosite grave, obstrução intestinal, pós-operatório de cirurgia 
gastrointestinal complexa, doença inflamatória intestinal, pancreatite ou desnutrição 
com perda de massa corporal. Além disso, ocorre indicação nos casos de intubação 
orotraqueal, distúrbios neurológicos com comprometimento do nível de consciência 
ou dos movimentos mastigatórios. Recomendado também nos casos em que o paciente 
apresenta baixa ingestão oral, por anorexia de diversas etiologias (MASCARENHAS et 
al., 2015).
Portanto, esse método de nutrição pode ser utilizado tanto como terapia exclusiva 
quanto de apoio, e depende principalmente da capacidade fisiológica de digestão 
e/ou absorção do paciente e permite diminuir as complicações infecciosas e metabólicas 
decorrentes da baixa ingestão de nutrientes. Entretanto, o retorno gradual e o mais 
precoce possível à alimentação oral é a condição a ser alcançada em toda terapia de 
nutrição parenteral.
Devido a complexidade das formulações, os processos de prescrição e preparação das 
NP são críticos tornando tal procedimento suscetível a erros que chegando aos pacientes 
podem causar diversas complicações e riscos à saúde. Assim, a NP, é considerada uma 
terapia de alto risco e requer diversos cuidados para garantir sua segurança.
32
CAPítulo 1
formulações
O objetivo primordial de um suporte nutricional é estabilizar ou aumentar o peso do 
paciente melhorando assim, o seu estado nutricional. Para isso, é necessário garantir 
que a ingestão total de nutrientes forneça: energia, proteínas, micronutrientes e fluidos 
suficientes para atender às necessidades individuais do paciente.
Uma NP adequada consiste em um balanço preciso de quatro componentes principais: 
fluídos, eletrólitos, macronutrientes e micronutrientes:
Fluidos e Eletrólitos: a água é o componente presente em maior quantidade e 
mais importante do corpo humano, sendo a sua reposição um dos objetivos da terapia 
NP. A água corporal total se encontra distribuída em dois compartimentos, o espaço 
extracelular e intracelular, e contém uma série de eletrólitos, como sódio, potássio, 
magnésio, fosfato e cálcio, dissolvidos em diferentes concentrações.
Macronutrientes: necessários para o crescimento, metabolismo e outras funções 
normais do corpo. 
 » Aminoácidos - fornecidos por aminoácidos livres e/ou dipeptídeos, que 
são essenciais para manter a integridade e a função celular, agindo como 
moléculas estruturais, transportadoras e sinalizadoras. Os aminoácidos 
sempre devem ser coadministrados com glicose para evitar desperdício 
de aminoácidos por produção endógena de glicose.
 » Lipídios - fornecidos por óleo de soja, azeite de oliva, triglicerídeos 
de cadeia média, ou óleo de peixe, constituem um grande substrato 
de energia e a principal forma de armazenamento de energia no corpo 
humano.
 » Carboidratos - fornecidos pela glicose, que serve como a principal fonte 
de energia, para o paciente, além de evitar o desperdício dos aminoácidos, 
os quais poderiam ser utilizados como fonte de energia na ausência de 
carboidratos ou lipídios.
Micronutrientes: são necessários para evitar ou corrigir estados de deficiência e 
para ajudar a manter o metabolismo normal. No total, devem ser fornecidas por NP 13 
vitaminas e 9 oligoelementos essenciais.
33
Nutrição PareNteral │ uNiDaDe iii
 » As vitaminas devem incluir: B1 (Tiamina); B2 (Riboflavina); B3 (Niacina); 
B5 (Pantotenato); B6 (Piridoxina); B12 (Cianocobalamina); B7 (Biotina); 
B9 (Ácido fólico); C (Ascorbato); A (Retinol); D (Cholecalciferol); E 
(Tocoferol); K (Filoquinona).
 » Os oligoelementos devem incluir: Crômio; Cobre; Flúor; Ferro; Iodo; 
Manganês; Molibdênio; Selênio; Zinco.
34
CAPítulo 2
Cálculos
O suporte nutricional assume fundamental importância dentre os procedimentos 
adotados no tratamento de enfermos em estado grave. Tal importância resulta 
da capacidade de conferir ao organismo doente condições ótimas ao sucesso da 
farmacoterapia, de intervenções cirúrgicas ou de quaisquer outros recursos terapêuticos.
A adequação da terapia nutricional baseia-se em um estreito acompanhamento do 
doente, realizado por uma equipe multiprofissional, no qual o farmacêutico desempenha 
atividades fundamentais como a revisão da prescrição de NP e o seu preparo.
necessidades
Todos os indivíduos necessitam de uma quantidade mínima fixa diária de energia, para 
realizar suas reações metabólicas basais, que pode ser medido por calorimetria indireta. 
Contudo, na incapacidade de medir-se o gasto energético por esse método, calculam-se 
as necessidades energéticas de base, para o adulto, a partir de equações simples, sendo 
que na prática clínica a mais utilizada é a equação de Harris & Benedict: 
Homens:
 » E = 66,47 + (13,75 x P) + (5,00 x A) – (6,76 x I)
Mulheres: 
 » E = 655,09+(9,56 x P) + (1,85 x A) – (4,68 x I) 
Onde: 
 » E = Necessidades Energéticas de Base em kcal.
 » P = Peso em kg.
 » A = Altura em cm.
 » I = Idade em anos.
As necessidades energéticas dos pacientes são determinadas pelo cálculo de energia 
basal em estado de repouso (calculadas pela equação acima), e situam-se entre 20 e 30 
kcal/kg/dia.
35
Nutrição PareNteral │ uNiDaDe iii
No entanto, em situações de estresse metabólico, como, por exemplo, na sepse, no 
pós-operatório ou no politraumatismo, ocorre um importante incremento nessas 
necessidades energéticas de base. Assim sendo, e considerando-se o trauma metabólico, 
propõe-se um acréscimo da oferta energética, como exposto a seguir:
Acréscimo percentual aproximado, secundário a diferentes traumas metabólicos: 
 » Cirurgia Eletiva 24.
 » Fraturas 32.
 » Traumatismo Craniano 61.
 » Corticoterapia 61.
 » Contusões 65.
 » Infecção 70-79.
 » Queimados 50 a 100.
Segundo Marchini, o cálculo calórico diário é, então, distribuído da seguinte maneira, de 
acordo com as necessidades energéticas, em macro (proteínas, lipídios e carboidratos) 
e micronutrientes (oligoelementos e vitaminas) como segue:
Macronutrientes:
 » Proteínas 0,8 - 1,0 g/kg de peso corpóreo (até 2,0 g/kg).
 » Lipídios 1,0 - 1,5 g/kg de peso corpóreo em geral, representam 20 a 40% 
da energia não proteica total. 
Hidratos de carbono 4,0 - 5,0 g/kg de peso corpóreo, cujas necessidades individuais 
devem ser adaptadas de acordo com o caso clínico. Em geral, representam 50 a 60% da 
energia não proteica total. 
Micronutrientes:
 » Ácido fólico 400 µg.
 » Ácido pantotênico 15,0 mg.
 » Biotina 60,0 mg.
 » Cálcio 0,2 - 0, 4 g. 
36
UNIDADE III │ NUtrIção PArENtErAl
 » Cloro 3-4 g (84- 112 mEq).
 » Cobre 0,3-0,5 mg.
 » Cromo 15- 30 µg.
 » Ferro 1 - 2 mg.
 » Fósforo 0,4 - 0,8 g.
 » Iodo 0,15 mg.
 » Magnésio 0,3 g (25 mEq).
 » Manganês 2 - 5 mg.
 » Molibdênio 20 - 120 µg.
 » Niacina 40,0 mg.
 » Potássio 3 - 4g (76- 102 mEq).
 » Selênio 50 - 100 µg.
 » Sódio 1 -3g (43- 130 mEq).
 » Vitamina A 1000 µg.
 » Vitamina B1 3,0 mg.
 » Vitamina B12 5 µg.
 » Vitamina B2 3,6 mg.
 » Vitamina B6 4,0 mg.
 » Vitamina C 100 mg.
 » Vitamina D 5- 10 µg.
 » Vitamina E 10 - 15 mg.» Vitamina K 200 µg.
 » Zinco 3- 12 mg.
37
Nutrição PareNteral │ uNiDaDe iii
Os eletrólitos são quantificados em miliequivalentes, que correspondem à milésima 
parte de um equivalente grama, ou simplesmente equivalente. O equivalente de uma 
substância é a menor porção da substância, capaz de reagir quimicamente e, corresponde 
ao peso atômico ou ao peso molecular, dividido pela valência. Em geral, nos líquidos 
do organismo, os eletrólitos são considerados em termos de miliequivalentes por litro 
(mEq/l).
Exemplo:
( )mEq Peso Molecular resultado em miligramas
Valência
=
Quanto pesa 1 mEq de Citrato de Potássio?
PM do Citrato de Potássio= 324
Valencia = 3
mEq = 324
 3
mEq = 108 mg
Exemplo de suporte nutricional no adulto 
Paciente do sexo masculino, com sessenta anos de idade, 1,60 cm de altura e 60 kg de 
peso, que, no quarto dia de pós-operatório de cirurgia abdominal pós-trauma aberto, 
apresentou um quadro clínico de sepse. A base de cálculo das necessidades calóricas se 
faz, como foi descrito anteriormente, a partir da equação de Harris & Benedict corrigida 
pelo trauma metabólico representado pela sepse. Pode-se, então, definir o seguinte 
esquema nutricional para esse paciente:
 » E = 66,42+ (13,75 x 60) + (5 x 160) - (6,77 x 60) E = 1285 kcal (necessidades 
energéticas de repouso) 
 » E total = 1285 + (0,79 x 1285) (onde o fator de trauma metabólico aplicado 
foi o de 79%) 
 » E total = 2300 kcal (necessidades energéticas estimadas) 
Assim, 2300 kcal/60 kg/dia cobrem as exigências metabólicas desse paciente. Em 
seguida, essa energia calculada deve ser distribuída entre os nutrientes, da seguinte 
maneira: 
38
UNIDADE III │ NUtrIção PArENtErAl
 » Proteína: 0,8 a 1,5 g/kg de peso, ou seja, 48 a 90 g/dia.
 » Lipídios: 1,0 a 1,5 g/kg de peso, ou seja, 60 a 90 g/dia, equivalente a 540 
a 810 kcal. 
 » Carboidratos: 4,0 a 5,0 g/kg, ou seja, 240 a 300 g/dia, equivalente a 960 
a 1200 kcal. 
Se esses cálculos forem determinados para nutrição parenteral, teremos: 
1. Proteínas - 1000 ml de solução de aminoácidos a 10% fornecem 100 g de 
proteínas (16 g de nitrogênio/l) e aproximadamente 400 Kcal
2. Lipídios - 500 ml de solução de lipídios a 20% fornecem 100 g de lipídios 
e, aproximadamente, 1000 kcal.
3. Para os hidratos de carbono - 500 ml de soro glicosado a 50% fornecem 
250 g de glicose e 1000 kcal.
A solução final será constituída de 2000 kcal não proteicas em 2000 ml, com uma 
oferta proteica de 1,25 g de proteínas/kg/dia.
39
CAPítulo 3
Vias de acesso
Ao se planejar a prescrição de NP, a via de acesso adequada tem importância categórica. 
As soluções de NP são administradas por cateter venoso central ou cânulas venosas 
periféricas.
A NP pode ser administrada por via periférica ou central (Figura 11) conforme a 
osmolaridade da solução. 
Periférica: é indicada para soluções com osmolaridade menor que 700 mOsm/l e se a 
duração do tratamento não é superior a um período de 48 horas.
Central: é indicada para soluções que têm osmolaridade maior que 700 mOsm/l e 
quando a duração seja superior a 48 horas. Utiliza-se veia central de grosso calibre 
e alto fluxo sanguíneo, tais como: veias subclávias e jugulares. A veia femoral . está 
contraindicada pelo risco de infecção. 
Ao definir a via de administração adequada, seja, venosa periférica ou central, é 
necessário se basear nos seguintes critérios:
 » Condição do paciente (tipo de doença, atual estado de saúde, entre 
outros).
 » Acessibilidade do sistema venoso.
 » Composição da solução infundida e quantidade de energia a ser 
administrada.
 » Osmolaridade de produtos NP.
 » Duração planejada de NP (curto ou longo prazo).
40
UNIDADE III │ NUtrIção PArENtErAl
Figura 11. aplicação local e periférica.
Fonte: <http://www.unidospelanutricaoclinica.com.br/pt-br/administracao-central-v-periferica-0>.
Outro ponto igualmente importante é a definição do tipo de cateter. No caso de NP 
venosa central, diferentes tipos de cateter são usados. A escolha do tipo de cateter vai 
depender das condições específicas do paciente.
Outro ponto igualmente importante é a definição do tipo de cateter. No caso de NP 
venosa central, diferentes tipos de cateter são usados. A escolha do tipo de cateter vai 
depender das condições específicas do paciente.
Outro ponto igualmente importante é a definição do tipo de cateter. No caso de NP 
venosa central, diferentes tipos de cateter são usados. A escolha do tipo de cateter vai 
depender das condições específicas do paciente.
As soluções de NP são administradas por um cateter venoso central ou cânulas venosas 
periféricas (figura 12 e 13)
O cateter central é geralmente inserido em uma veia central, com a ponta do cateter 
localizada no terço inferior da veia cava superior, da veia femoral ou no átrio direito 
superior.
No caso de NP venosa central, são usados diversos tipos de cateteres: Cateter de 
Broviac-Hickma; Cateter de Groshon; Cateteres centrais inseridos perifericamente 
(PICC). 
Recomenda-se que a colocação adequada de cateteres centrais seja monitorada por: 
Ultrassom Suporte de Raios-X torácico.
41
Nutrição PareNteral │ uNiDaDe iii
Figura 12. inserção de cateteres centrais.
Fonte: <http://fromnewtoicu.com/central-line-insertion/>.
Figura 13. cânulas Venosas periféricas.
Fonte: <http://www.siltace.com.br/produto/descartavel/cateterintravenoso.aspx>.
Figura 14.
Fonte: <https://www.althis.com.br/consumo-medico/scalp/scalp-dispositivo-de-infus-o-intravenosa-n-19-lamedid-100-unidades.
html>.
42
UNIDADE III │ NUtrIção PArENtErAl
Figura 15.
Fonte: <https://www.cancer.gov/espanol/publicaciones/diccionario?cdrid=463728>.
Acesso Venoso e Cateter: acesso venoso central é o termo usado para o 
posicionamento de um dispositivo apropriado (Figura 16) de acesso vascular cuja 
extremidade atinja a veia cava superior ou inferior, independentemente do local da 
inserção periférica. 
Indicações:
 » Acesso Monitorização hemodinâmica invasiva (pressão venosa central, 
pressão de artéria pulmonar, débito cardíaco).
 » Acesso vascular para a infusão medicações e soluções: 
1. hemofiltração e hemodiálise;
2. nutrição parenteral prolongada ou quimioterapia;
3. reposição rápida de fluidos ou sangue no trauma ou cirurgia;
4. estimulação cardíaca artificial temporária;
5. opção para paciente sem acesso periférico.
Toda punção venosa central deve ser considerada como um ato cirúrgico e os cuidados 
de assepsia e antissepsia devem ser seguidos. A veia jugular interna direita proporciona 
um dos locais mais favoráveis para o acesso às grandes veias torácicas, associando altas 
taxas de sucesso na punção, e baixos índices de complicações graves. As principais 
complicações do procedimento são punção acidental de carótida, formação de 
hematomas, punção acidental de traqueia, lesão de nervo laríngeo recorrente, embolia 
aérea, pneumotórax, trombose, má-posição, embolia do cateter e lesão cardíaca pelo 
cateter. A principal contraindicação para as punções venosas centrais são as discrasias 
sanguíneas graves e o uso de anticoagulantes.
43
Nutrição PareNteral │ uNiDaDe iii
Figura 16. cateter Venoso.
Fonte: <http://www.lobatocirurgiavascular.com.br/acessos-venosos-e-cateteres/>.
técnicas de infusão de nutrição parenteral
Infusão por bomba - para que a administração da NP seja segura, recomenda-se o 
uso de bomba de infusão (Figura 17). Os dispositivos utilizados devem ser trocados a 
cada 24-48 horas, de acordo com as normas de cada instituição, que deve padronizar 
esse processo e estabelecer parâmetros baseados em evidências científicas, experiências 
e nos recursos disponíveis na instituição.
Figura 17. bomba de infusão.
Fonte: <http://www.brasmed.com.br/equipamentos/bomba-de-infusao-p-alimentacao-enteral-mindray.html>.
Infusão por controle manual de gotejamento - é a infusão dos nutrientes no leito 
venoso utilizando a força da gravidade como impulsionadora da mistura de nutrientes, 
44
UNIDADE III │ NUtrIção PArENtErAl
controlando-sea velocidade do gotejamento manualmente. Recomenda-se o uso de 
equipo com microgotas (Figura 18) para garantir o fluxo da infusão programada.
Figura 18. Equipo de microgotas.
Fonte: <http://www.alimedprodutosparasaude.com.br/p-1388511-Ev-Hart%20air%20microgotas%20f%2015%20micra-
c%c3%b3digo%20160.112>.
45
CAPítulo 4
técnicas de preparo
O método mais comumente utilizado no preparo de soluções de nutrição parenteral é 
o de aditivação de cada componente por sistema fechado, ou seja, os constituintes são 
adicionados, após desinfecção prévia dentro dos frascos de vidro ou bolsas de acetato 
de etilvinila sob as condições de ar estéril da CFL.
Os aminoácidos e a glicose são transferidos aos recipientes utilizando equipamentos 
informatizados ou método manual, com a aditivação pelo equipo de transferência. 
Em ambos os métodos, os eletrólitos são adicionados pelo injetor lateral dos mesmos 
equipos, alternando-se os íons monovalentes com os íons divalentes, evitando-se assim 
a incompatibilidade química entre os constituintes.
Ao término, os recipientes contendo as nutrições parenterais são inspecionados 
visualmente, embalados, identificados e protocolados na central de nutrição parenteral.
Reconhecidamente, a maior preocupação das nutrições parenterais é a instabilidade da 
emulsão lipídica frente ao uso de altas concentrações de eletrólitos e oligoelementos. 
As emulsões lipídicas são formadas por duas substâncias imiscíveis; uma oleosa na 
forma de gotículas e outra aquosa, em que estão dispersas as gotículas de óleo. Para que 
este sistema torne-se estável, acrescenta-se um agente emulsionante (as apresentações 
comercialmente disponíveis apresentam a lecitina do ovo nesta função), que funciona 
por meio de dois mecanismos: 
1. Barreira mecânica: ocorre a formação de um filme ao redor de cada 
glóbulo oleoso, que funciona como uma interface entre as duas fases. 
2. Barreira eletrostática: em que os grupos fosfato presentes na lecitina 
de ovo são ionizados e apresentam cargas negativas. Estas cargas ficam 
ao redor de cada gotícula, garantindo a repulsão entre elas. O pH 
determina o estado e o grau de ionização do emulsificante, sendo que a 
máxima estabilidade da emulsão é atingida numa faixa de pH entre 5 e 
10. À medida que se diminui o pH, as cargas elétricas do emulsificante se 
neutralizam, desaparecendo as forças repulsivas e favorecendo a quebra 
da emulsão lipídica.
A desestabilização ocorre principalmente pela neutralização das cargas elétricas do 
emulsificante, que perde seu poder de repulsão eletrostática e favorece o agrupamento 
das gotículas oleosas, levando à coalescência e consequentemente quebra da emulsão. 
46
UNIDADE III │ NUtrIção PArENtErAl
Assim, todo o conteúdo eletrolítico presente em uma nutrição parenteral do tipo 3 
em 1 é potencialmente perigoso para a estabilidade da emulsão lipídica do sistema. 
Cabe assinalar que quanto maior a valência de um cátion livre em solução, maior seu 
potencial de neutralizar a ação do emulsificante, o que faz dos cátions divalentes (como 
o cálcio e o magnésio) e dos oligoelementos as substâncias que apresentam perigo 
real. Sendo a instabilidade multifatorial, há poucas referências bibliográficas quanto 
à concentração máxima de cálcio que assegure a estabilidade da emulsão lipídica. O 
fabricante do Intralip 10% e 20% (Kabi-Fresenius) preconiza o uso de até 8 mEq/l de 
cálcio enquanto outros estudos apontam formação de precipitação em concentração 
de 7,2 mEq/l de cálcio. Outro problema, farmacotécnico da adição de grandes doses 
de cálcio em nutrições parenterais é sua reação com fosfato, formando sais insolúveis. 
Do ponto de vista físico-químico, são observadas duas situações de precipitação: 1) 
precipitação imediata, claramente visível durante a manipulação da NPT, forma um 
precipitado amorfo branco, em flocos, cuja estrutura corresponde ao fosfato cálcico - 
Ca3(PO4)2; 2) precipitação mediada pelo tempo, que pode ou não ser visível, e ocorre 
pela cristalização do fosfato cálcico dibásico - CaHPO4, que se apresenta como cristais 
semitransparentes e bem definidos, normalmente aderidos às paredes da bolsa de 
NPT, mas que também podem se formar na linha de infusão do cateter, obstruindo-o. 
A precipitação de cálcio e fósforo nas misturas de nutrição parenteral apresenta 
consequências clínicas importantes para o paciente (como embolia pulmonar) e não é 
previsível apenas por simples cálculos, dependendo de múltiplos fatores (MARQUES, 
AKEMI, KFOURI, 2017). Tais fatores podem estar ligados direta ou indiretamente à 
incorporação destes íons à nutrição parenteral, conforme a tabela, a seguir:
tabela 1
Fatores Diretos Fatores Indiretos
pH Fonte de Cálcio 
Concentração de Cálcio Fonte de Fósforo 
Concentração de Fósforo Concentração de Magnésio 
Concentração final de Aminoácidos
Ordem de adição 
Temperatura e tempo de conservação 
Temperatura de administração
Fonte: marquEs, aKEmi, KFouri, 2017 
Destes, o pH é o fator mais importante, regulando de forma determinante a 
compatibilidade de qualquer sistema Ca-P. Assim, todos os fatores que alteram o pH 
final da mistura influem na precipitação. O pH ácido favorece a forma monobásica 
do fosfato (diidrogeno fosfato), mais solúvel, diminuindo o risco da precipitação, 
enquanto que em pH = 7,4 predomina a forma dibásica, aumentando o risco. O segundo 
47
Nutrição PareNteral │ uNiDaDe iii
fator de maior importância para a precipitação destes íons é a concentração final de 
cálcio iônico livre, que depende do grau de dissociação do sal de cálcio empregado. 
Os sais inorgânicos (como o cloreto de cálcio - CaCl2) estão mais dissociados que os 
sais orgânicos (como o gluconato de cálcio). Desta maneira, observa-se que o risco de 
precipitação está intrinsecamente relacionado ao grau de dissociação dos sais de cálcio 
e fosfato. Portanto, é preferível que reposição de cálcio seja feita em outra via separada 
da NP.
48
unidAdE iV
inComPAtibilidAdES 
fíSiCo-químiCAS 
E CálCuloS Em 
fArmáCiA
CAPítulo 1
incompatibilidades físico-químicas
As incompatibilidades medicamentosas são reações físicas ou químicas entre dois 
ou mais medicamentos in vitro, antes que atinja a circulação sanguínea, quando as 
soluções são misturadas na mesma seringa, equipo ou frasco. 
Segundo Marsilio e colaboradores (2016), as reações físicas podem causar mudanças 
visíveis, como precipitação, mudança de coloração, consistência, opalescência ou 
produção de gás. As reações químicas são originadas de mudanças moleculares e 
consideradas relevantes quando ocorre a degradação maior que 10% de um ou mais 
componentes da solução. A principal razão para diferenciar entre esses dois tipos 
incompatibilidades se baseia no tempo de contato que os fármacos estão um com o 
outro. Considerando que a maioria dos medicamentos prescritos são administrados 
por via intravenosa, outro problema frequente é o limitado número de vias de acesso 
venoso, o que dificulta a administração segura dos medicamentos, particularmente 
quando há infusões contínuas. Nestas circunstâncias, a maioria desses eventos ocorre 
em Y, por exemplo, quando dois medicamentos incompatíveis são administrados na 
mesma via ao mesmo tempo. Para que a administração simultânea seja possível, os 
medicamentos devem ser no mínimo fisicamente compatíveis, uma vez que as reações 
químicas requerem maior tempo de contato para que haja redução significativa na 
concentração do fármaco.
No caso da administração em Y, o tempo de contato é em torno de 1 a 2 minutos, 
dependendo do fluxo de infusão, enquanto que, para fármacos misturados na mesma 
seringa, ou bolsa, o tempo de contato pode permanecer por horas ou dias, e é durante 
esse período que as reações químicas podem ocorrer. As incompatibilidades podem 
resultar em redução da atividade ou inativação dos fármacos, formação de um novo 
49
IncompatIbIlIdades físIco-químIcas e cálculos em farmácIa │ unIdade IV
composto ativo inócuo ou tóxico, em aumento da toxicidade de um oumais fármacos 
envolvidos, além da possibilidade de mudanças organolépticas.
Inúmeros fatores devem ser considerados antes de se administrarem concomitantemente 
dois ou mais medicamentos, com o intuito de reduzir o risco de uma incompatibilidade. A 
utilização de cateteres multilúmen pode permitir que diferentes fármacos intravenosos 
sejam administrados separadamente, mas em um mesmo instante. O ajuste dos 
horários de administração de medicamentos também é um fator importante a ser 
analisado, bem como verificar se a administração de um determinado fármaco pode ser 
interrompida temporariamente, sem comprometer o atendimento ao paciente enquanto 
outro medicamento for administrado. Também pode ocorrer de dois medicamentos 
incompatíveis serem administrados consecutivamente, o que torna importante que a 
linha de perfusão seja irrigada com fluido compatível entre cada administração. Outra 
forma de minimizar os riscos de incompatibilidades inclui a utilização de prescrição 
eletrônica com alertas a respeito das possíveis incompatibilidades entre os medicamentos 
prescritos. Alguns estudos já demonstraram que alertas computadorizados podem 
influenciar na prescrição de medicamentos e evitar possíveis eventos adversos. Ao 
avaliar as incompatibilidades dos medicamentos prescritos antes de sua administração, 
a equipe de farmácia pode minimizar estes erros orientando a equipe de enfermagem 
e, dessa forma, contribuir para a eficácia da terapia medicamentosa e segurança do 
paciente.
Portanto, as equipes assistenciais necessitam informações rápidas e acuradas no 
momento da administração, com o objetivo de prevenir incompatibilidades e assegurar 
a efetividade da terapia medicamentosa prescrita, o que contribui para o sucesso 
terapêutico e a segurança do paciente.
Leia o artigo: Instrumento para avaliação da compatibilidade em Y na 
administração intravenosa de medicamentos em Unidades de Terapia Intensiva 
- <http://www.sbrafh.org.br/rbfhss/public/artigos/2013040307000467BR.pdf>.
50
unidAdE VCEntrAl dE 
quimiotEráPiCoS
introdução
A Oncologia é uma das áreas da medicina que mais atenção tem sido dada nos últimos 
anos, pelos farmacêuticos. Na atualidade, a quimioterapia, com suas novas modalidades 
de tratamento, é a que apresenta maior probabilidade de cura e proporciona aumento 
significativo da sobrevida aos pacientes com diagnóstico de câncer avançado 
(GUIMARÃES, 2006; ANDRADE; SILVA, 2009).
Os objetivos da quimioterapia é curar, limitar o crescimento do tumor, diminuir o 
crescimento, aliviar sintomas que possam ter sido causados pelo seu desenvolvimento. 
Segundo definição apresentada pelo Instituto Nacional do Câncer, a quimioterapia 
é o tratamento que utiliza medicamentos, chamados quimioterápicos ou citotóxicos, 
no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. Quando aplicada ao 
câncer, a quimioterapia é chamada de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia 
antiblástica.
Os agentes utilizados no tratamento do câncer não são letais às células neoplásicas de 
modo seletivo, comprometendo também as células normais. Entretanto, eles acarretam 
maior dano às células malignas do que às dos tecidos normais, pois as diferenças 
existentes entre o crescimento das células malignas e os das células normais e as 
pequenas diferenças bioquímicas verificadas entre elas provavelmente se combinam 
para produzir seus efeitos específicos.
A maioria das drogas utilizadas na quimioterapia antineoplásica interfere de algum 
modo no mecanismo celular, e a melhor compreensão do ciclo celular normal levou à 
definição clara dos mecanismos de ação dessa classe farmacológica.
A quimioterapia pode ser feita com a utilização de um ou mais quimioterápicos. O uso 
de drogas isoladas (monoquimioterapia) mostrou-se ineficaz em induzir respostas 
completas ou parciais significativas, na maioria dos tumores, sendo atualmente de uso 
muito restrito.
A poliquimioterapia é de eficácia comprovada e tem como objetivos atingir populações 
celulares em diferentes fases do ciclo celular, utilizar a ação sinérgica das drogas, 
51
Central de QuimioterápiCos │ unidade V
diminuir o desenvolvimento de resistência às drogas e promover maior resposta por 
dose administrada (INCA).
A quimioterapia pode ser utilizada em combinação com a cirurgia e a radioterapia. De 
acordo com as suas finalidades, a quimioterapia é classificada em:
 » Curativa - quando é usada com o objetivo de se conseguir o controle 
completo do tumor, como nos casos de doença de Hodgkin, leucemias 
agudas, carcinomas de testículo, coriocarcinoma gestacional e outros 
tumores.
 » Adjuvante - quando se segue à cirurgia curativa, tendo o objetivo de 
esterilizar células residuais locais ou circulantes, diminuindo a incidência 
de metástases a distância. Exemplo: quimioterapia adjuvante aplicada 
em caso de câncer de mama operado em estádio II.
 » Neoadjuvante ou prévia - quando indicada para se obter a redução 
parcial do tumor, visando a permitir uma complementação terapêutica 
com a cirurgia e/ou radioterapia. Exemplo: quimioterapia pré-operatória 
aplicada em caso de sarcomas de partes moles e ósseos.
 » Paliativa - não tem finalidade curativa. Usada com a finalidade de 
melhorar a qualidade da sobrevida do paciente. É o caso da quimioterapia 
indicada para carcinoma indiferenciado de células pequenas do pulmão 
(INCA).
Visite a pagina do INCA: <http://www.inca.gov.br>.
52
CAPítulo 1
Estrutura e organização
Para Zawatski (2013), a área da oncologia é um setor com elevada complexidade de 
gestão e com importantes particularidades assistenciais. 
Para um serviço de quimioterapia garantir que suas atividades atendam as suas 
necessidades, é preciso compreender a organização de forma sistêmica e integrada, 
abrangendo todas as áreas que envolvem o serviço. 
A infraestrutura física de um serviço de quimioterapia é o local onde é realizado todo 
processo de manipulação e aplicação do medicamento ao paciente.
A central de quimioterapia é o local onde todo processo de manipulação e aplicação 
do medicamento ao paciente é realizado, objetivando uma assistência de qualidade 
otimizada e sistematizada. 
Ressaltamos aqui que o local de preparo dos quimioterápicos deve estar inserido na 
unidade de misturas endovenosas.
A área de preparo deve ser centralizada e isolada, de acesso exclusivo do pessoal 
responsável pela manipulação. 
A quimioterapia deve ser realizada por farmacêuticos. A função do farmacêutico 
vem levantando polêmica. A Vigilância Sanitária, junto com a Secretaria da Saúde, 
baixou o Decreto no 85.878/1981, no qual determina que a manipulação de drogas 
antineoplásicas deva ser feita por farmacêutico. A partir de então, começou-se exigir 
a presença obrigatória de farmacêutico em todas as instituições. Por outro lado, o 
COREN emitiu um parecer técnico outorgando aos enfermeiros a manipulação de 
Quimioterápicos.
Os quimioterápicos devem ser preparados em sala própria (Figura 19), em cabine de 
biossegurança biológica (capela de fluxo laminar vertical classe II tipo B), por pressão 
negativa; ao qual tem um vidro de proteção com a finalidade que se escapar partículas 
da quimioterapia, esta não entre em contato com o farmacêutico e com identificação 
nas portas de acesso restrito (Figura 20).
É obrigatório o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) – roupa apropriada: 
máscara, óculos, propés, durante a preparação e manipulação dos quimioterápicos.
53
Central de QuimioterápiCos │ unidade V
Figura 19. sala de preparo de quimioterápicos.
Fonte: <http://www.racine.com.br/educacao-continuada/misturas-estereis>.
Figura 20. símbolo de biossegurança.
Fonte: <https://wall.alphacoders.com/big.php?i=410796&lang=spanish>.
É crescente o uso de quimioterápicos antineoplásicos como uma das formas de 
tratamento do câncer. Na mesma proporção, o índice de exposição ocupacional pode 
prejudicar a saúde do trabalhador. 
A infraestrutura física do serviço de quimioterapia deve atender aos requisitos daRDC/ANVISA no 50/2002, apresentando os seguintes itens específicos, como: área 
destinada à paramentação, provida de lavabo para higienização das mãos; sala de 
preparação exclusiva de quimioterápico antineoplásico; área de armazenamento 
54
UNIDADE V │ CENtrAl DE QUImIotErápICos
exclusiva para estocagem de produtos farmacêuticos específicos da quimioterapia; área 
de dispensação necessária quando a administração não for imediata ou for realizada 
em outro ambiente; abrigo de resíduos deve atender a RDC/ ANVISA/MS no 33/2003.
O preparo das drogas antineoplásicas deve ser realizado com técnicas assépticas 
rigorosas em cabine de segurança biológica, devendo o profissional utilizar os EPIs. 
Preferencialmente, as drogas devem ser manipuladas por farmacêutico.
O Ministério do Trabalho e Emprego publicou, em 2005, a NR no 32, uma norma 
regulamentadora de segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de saúde, 
a qual aborda os cuidados com a manipulação de medicamentos antineoplásicos, 
recomendando que a instituição assegure capacitação em biossegurança aos seus 
funcionários, bem como forneça todos os EPIs para o desempenho da função. A referida 
recomendação deve constar dos protocolos de procedimentos com medicamentos 
antineoplásicos, de fácil acesso aos trabalhadores e à fiscalização do trabalho.
Decreto no 85878/1981 | Decreto no 85.878, de 7 de abril de 1981.
<http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/114665/decreto-85878-81>.
Procedimento de SST - Quimioterápicos Antineoplásicos.
<http://nr-32.blogspot.com.br/2009/09/procedimeto-de-sst>.
55
CAPítulo 2
técnicas de manipulação
O preparo de qualquer antineoplásico deve seguir regras rígidas de segurança. 
Segurança pessoal, segurança ambiental, a segurança dos manipuladores e do ambiente 
de preparo, aplicação e descarte dessas drogas.
A manipulação de medicamentos antineoplásicos é um ponto que levanta preocupação 
e solicita muita precaução. Desta maneira, os profissionais que realizam essa prática 
precisam se precaver de contato desnecessário com esses produtos.
Sabemos há tempos dos efeitos que esses medicamentos ocasionam em células 
neoplásicas ou não, ou melhor, células de proliferação acelerada. Ao mesmo tempo, 
levanta-se a possibilidade desses medicamentos serem carcinogênicos e teratogênicos. 
Além disso, existe uma grande possibilidade de contaminação pela exposição por um 
longo período a medicamentos citostáticos. Profissionais que seguem as normas de 
precaução não apresentaram sinais evidentes de contaminação.
De maneira geral, o contato com citostático pela inalação de aerossóis ou contato direto 
com a pele, decorrente do ato de manipulação e administração, podem acarretar efeitos 
e sintomas tais como, náusea, lipotimia e cefaleia, alopecia e dermatites.
Os efeitos terapêuticos e tóxicos dos quimioterápicos dependem do tempo de exposição 
e da concentração plasmática da droga. A toxicidade é variável para os diversos tecidos 
e depende da droga utilizada (FERNANDES; MELLO, 2008).
1. O Regulamento Técnico da ANVISA fixa os requisitos mínimos exigidos 
para o funcionamento dos Serviços de Quimioterapia Antineoplásica. 
Além disso, estabelecem a organização da equipe multiprofissional de 
quimioterapia antineoplásica, que deve ser constituída de profissional 
médico oncologista clínico, farmacêutico e enfermeiro, habilitados para 
oferecer uma boa assistência. 
manuseio seguro das drogas quimioterápicas na 
prática diária 
Nenhuma pessoa deve ser autorizada a manusear drogas antineoplásicas, sem ter sido 
treinado nos seguintes tópicos:
 » o modo de ação das drogas citotóxicas e os riscos potenciais envolvidos 
no manuseio dessas drogas;
 » como manusear as drogas antineoplásicas adequadamente;
56
UNIDADE V │ CENtrAl DE QUImIotErápICos
 » como controlar os riscos potenciais associados com o manuseio dos 
agentes citostáticos;
 » como descartar adequadamente o material contaminado e como 
descontaminar o equipamento;
 » exames médicos preventivos para a equipe sujeita a exposição ocupacional 
às drogas potencialmente prejudiciais. 
indivíduos que estão legalmente proibidos de 
manusear as drogas citostáticas
Os seguintes indivíduos não devem manusear os agentes citostáticos, nem excrementos 
de pacientes que recebem tratamento antineoplásico:
 » gestantes, lactantes, menores e estudantes de enfermagem em seus 
primeiros semestres de treinamento;
 » equipe exposta a raios-X (fator de risco adicional).
instrução e treinamento
Os agentes citostáticos habitualmente devem ser manuseados apenas pela equipe 
permanente e que deve ser bem treinada. Esses trabalhadores devem ser treinados nos 
seguintes tópicos: 
 » riscos associados com seu trabalho;
 » precauções de segurança que devem ser tornadas para minimizar esses 
riscos e necessidade de supervisão médica; 
 » devem ser ministradas aulas sobre esses aspectos a intervalo regulares 
(pelo menos uma vez por ano).
Além disso, o pessoal encarregado pela limpeza de áreas contaminadas e descarte de 
material citotóxico, assim como técnicos de laboratório que podem entrar em contato 
com agentes antineoplásicos, devem ser treinados no que se refere a quaisquer riscos 
associados com o seu trabalho.
57
Central de QuimioterápiCos │ unidade V
Precauções de segurança
Equipamentos de proteção: roupas protetoras adequadas devem ser usadas, 
sempre que estiver manuseando agentes citostáticos (Figura 21). O empregador é 
responsável pelo fornecimento de roupas protetoras adequadas para os empregados. 
Por outro lado, os empregados têm o dever de usar essas roupas.
 » use um avental com mangas compridas e punhos justos (de malha ou 
elástico) e fechado na frente;
 » se tecido, trocar a cada manipulação; 
 » não deve ser utilizado fora da área de preparo; 
 » use luvas impermeáveis e descartáveis, sempre que manusear os agentes 
citostáticos. Como nenhum material pode garantir segurança absoluta, 
pode utilizar luvas de látex ou PVC, desde que elas sejam suficientes 
grossas. É possível usar luvas de algodão de algodão sob as luvas protetoras, 
para reduzir a transpiração e tornar o trabalho mais confortável; 
 » não tocar com as luvas nenhum objeto ou material fora da capela;
 » descartá-las ao término das manipulações e a cada 30 minutos. 
 » use um avental e luvas de proteção, sempre que estiver manuseando 
drogas citostáticas, especialmente quando estiver preparando soluções 
para injeções ou quando aspirar o líquido para dentro da seringa, 
descartar instrumentos contaminados e lixo citotóxico e administrar a 
droga. Nunca utilize equipamento protetor fora da área de trabalho;
 » o uso de óculos de proteção deve impedir a contaminação por gotículas 
tanto frontalmente, como lateralmente, sem reduzir o campo visual.
 » utilize uma mascara protetora, sempre que houver risco de inspiração ou 
aspiração de gotículas e partículas.
Obs.: as máscaras cirúrgicas não fornecem uma proteção adequada contra a 
contaminação por aerossol.
58
UNIDADE V │ CENtrAl DE QUImIotErápICos
Figura 21. Epis para preparo de quimioterapia.
Fonte: <http://www.amaralcarvalho.org.br/amaralcarvalho/pt/destaques-conteudo/visualizar/coddestaques_conteudo/1493/
sesmt-realiza-treinamento-sobre-uso-de-epi.html>.
Procedimentos de preparação
 » escove cuidadosamente as mãos depois de utilizar as luvas protetoras;
 » evite perfurar as luvas, no caso troque a luva;
 » devem ser usados apenas seringas e dispositivos de injeção com dispositivo 
Luer (Figura 22);
 » preencher o equipo com soro antes da colocação do quimioterápico; 
 » ao abrir uma ampola de citostático, envolver a parte superior com gaze e 
injetar o diluente lentamente na parede lateral da ampola; 
 » a diluição e a aspiração do quimioterápico contido em frasco ampola 
devem ser cuidadosas, respeitando o equilíbrio das pressões de dentro e 
de fora do frasco; 
 » recomenda-se o uso de um dispositivo com filtro que permita a entrada 
de ar e impede a saída de aerossóis,

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