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Aspectos clínicos e laboratoriais no diagnóstico das Hepatites virais - MICRO

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Professor Rogério Argeri
Análises clínicas - Imunologia 
Aspectos clínicos e laboratoriais no diagnóstico das
Hepatites virais
https://telelab.aids.gov.br/index.php/component/joomd
le/course/9-diagnostico-de-hepatites-virais
https://www.youtube.com/watch?v=RcvwQ44TcBc&feature=
emb_logo
Material de apoio
https://telelab.aids.gov.br/index.php/component/joomdle/course/9-diagnostico-de-hepatites-virais
https://www.youtube.com/watch?v=RcvwQ44TcBc&feature=emb_logo
https://www.youtube.com/watch?v=a8GzLUiroXs
Material de apoio
https://www.youtube.com/watch?v=a8GzLUiroXs
https://www.youtube.com/watch?v=pSYZaqH9bG4
Material de apoio
https://www.youtube.com/watch?v=pSYZaqH9bG4
Hepatites virais
Doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo
primário pelo tecido hepático, que apresentam características
epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes, porém, com
importantes particularidades (morfologia, estrutura antigênica,
composição do ácido nucleico).
HAV
HBV
HCV
HDV
HEV
Hepatites virais – Características
Hepatites virais – Fase aguda
❑ Na Avaliação Clínica, alguns possíveis achados:
Os vírus da hepatite causam inflamação aguda do fígado, resultando em
doença clínica caracterizada: fadiga, anorexia, náuseas, mal-estar geral,
adinamia, colúria, hipocolia fecal e icterícia.
❑ No Laboratório Clínico, alguns possíveis achados:
Elevação dos níveis séricos de ALT/TGP e AST/TGO (elevação da
ALT/TGP geralmente é maior que da AST/TGO).
Outras alterações inespecíficas: elevação de bilirrubinas, fosfatase
alcalina e discreta linfocitose – eventualmente com atipia linfocitária.
Bilirrubina indireta
– não conjugada
Bilirrubina direta
– conjugada (aumentada em hepatites virais)
Hepatites virais – Fase aguda
 Diversificado, variando desde formas subclínicas até quadros fulminantes
 Quatro fases:
1. Período de incubação (tempo de penetração do vírus e início de sintomas
inespecíficos, elevação das transaminases no final)
2. Fase prodrômica (sintomas inespecíficos que antecedem a icterícia)
3. Fase ictérica (icterícia, com diminuição dos sintomas prodrômicos)
4. Fase convalescente (desaparecimento da icterícia, recuperação
completa)
FASE CRÔNICA ???
❑ (lesão hepática por mais de 6 meses)
Desenvolvimento da doença
Hepatites virais - Características
❑ Hepatite crônica ativa/persistente
❑ Cirrose hepática
❑ Carcinoma hepatocelular
Pacientes com hepatite aguda
 Acompanhamento clínico: consultas médicas quinzenais no primeiro mês e
consultas mensais até a resolução do quadro. Estes intervalos podem ser
reduzidos em função das alterações clínicas e laboratoriais.
* Os aspectos clínicos que indicam gravidade são: vômitos repetidos, febre
prolongada, hálito hepático, hemorragias espontâneas e sinais de
encefalopatia hepática (sonolência e/ou agitação psicomotora, asterixe –
“flapping”, torpor e coma).
 Acompanhamento laboratorial: dosar aminotranferases, bilirrubinas,
albumina e tempo de protrombina.
* Laboratorialmente pode-se avaliar a gravidade pelo tempo de
protrombina (TP > 4 segundos em relação ao controle ou INR > 1.5), que não
responde ao uso de vitamina K por via parenteral.
O diagnóstico etiológico só é possível por meio de
exames sorológicos e/ou de biologia molecular.
Asteríxis (flapping) é um tremor no pulso quando estendido (dorsiflexão), às vezes parecido com o 
"bater de asas de um pássaro", representando uma mioclonia de carácter negativo (inibição 
muscular). É comum nas neuropatias hepáticas e na Doença Renal Crõnica (DRC).
Hepatites virais – Fase crônica
 A hepatite crônica é assintomática ou oligossintomática na grande
maioria dos casos.
 As manifestações clínicas aparecem apenas em fases adiantadas de
acometimento hepático.
 Muitas vezes o diagnóstico é feito ao acaso, a partir de alterações
esporádicas de exames de avaliação de rotina ou da triagem em
bancos de sangue.
 Não existem manifestações clínicas ou padrões de evolução
patognomônicos dos diferentes agentes.
O diagnóstico etiológico só é possível por meio de
exames sorológicos e/ou de biologia molecular.
Hepatites virais - Diagnóstico
 Situações clínicas devem ser consideradas como suspeitas de hepatite viral:
o Icterícia aguda e colúria;
o Icterícia aguda, colúria, e aminotransferases (transaminases) > 3 vezes o limite
superior da normalidade;
o Aminotransferases (transaminases) > 3 vezes o limite superior da normalidade;
o História de exposição percutânea ou de mucosa a sangue e/ou secreções de
pessoas portadoras ou com suspeita de infecção pelo HBV ou HCV;
o História de contato sexual ou domiciliar com indivíduo sabidamente HBsAg
reagente e/ou anti-HBc reagente;
o Exames sorológicos de triagem reagentes para hepatites (doadores de sangue
e/ou órgãos, usuários de hemodiálise e ambulatórios de ISTs).
A história pregressa detalhada do paciente com suspeita de hepatite pode auxiliar bastante na
orientação do diagnóstico etiológico. A condição de saneamento básico e o local de
residência/procedência também devem ser pesquisados. Ao exame físico, deve-se pesquisar a
presença de lesões sugestivas de uso de drogas injetáveis, tatuagens e piercings.
Hepatite A
 O HAV pertence à família Picornaviridae, sendo o único representante do
gênero Hepatovirus.
 HAV é formado por um capsídeo de formato icosaédrico, composto pelas
proteínas estruturais VP1, VP2 e VP3, que envolvem o genoma viral.
O genoma do HAV é constituído por uma molécula
de RNA de fita simples, com polaridade positiva.
Hepatite A - Patogenia
História natural da doença:
 Por causa da sua capacidade de resistir ao pH ácido, o HAV passa pelo
estômago, replicando-se no trato digestivo, e atravessa o epitélio
intestinal, chegando às veias mesentéricas e ao fígado pelo sistema porta.
 O vírus se replica no hepatócito e é excretado pelos canais biliares,
atingindo o intestino por meio da bile, onde, finalmente, é eliminado nas
fezes.
Apesar da possibilidade de existência de replicação extra-hepática,
o vírus da hepatite A é órgão específico, e a patologia relacionada à
infecção está praticamente restrita ao fígado.
Hepatite A
 Via de contaminação: fecal-oral.
 a transmissão parenteral é rara, mas pode ocorrer se o doador
estiver na fase de viremia do período de incubação.
 Período de incubação: 2-5 semanas (média 30 dias).
 Cronificação: A doença é autolimitada e de caráter benigno.
 Menos de 1% dos casos pode evoluir para hepatite fulminante.
 Forma ictérica: 5% a 10% em menores de 6 anos
 70 a 80% nos adultos.
 Início súbito, sintomas mais leves que hepatite B.
 Infecções assintomáticas comuns, especialmente em crianças (~95%).
 Não existem relatos de formas crônicas.
Hepatite A - Epidemiologia
 HAV no mundo
 Mais de 100.000 mortes.
◼ Uma das doenças preveníveis por vacina que mais mata no mundo.
 Endêmica na maioria dos países. 
 Declinando nos países desenvolvidos.
 Alta incidência em populações economicamente 
mais pobres com exposição em idades mais precoces.
 Associada a baixas condições de sanitarismo.
Hepatite A – Variabilidade genética 
 Variabilidade genética do HAV: classificada em seis genótipos:
 três de origem humana (I, II e III) e três de origem símia (IV, V e VI).
 A distribuição geográfica dos genótipos do HAV é variável:
o O genótipo I apresenta distribuição global.
o Os subgenótipos IA e IB são os mais frequentes na América do Norte,
China, Japão e diversos países da Europa,
o Na América do Sul, observa-se a circulação exclusiva do subgenótipo IA.
Diferentemente do restante da América do Sul, no Brasil é
possível identificar os subgenótipos IA e IB em circulação.
Hepatite A – Diagnóstico laboratorial
 Anti-HAV lgM. O diagnóstico de hepatite aguda é baseado na
detecção dos anticorpos anti-HAV lgM em indivíduos com
apresentação clínica e laboratorial compatíveis.
 Anti-HAV lgG ou total. A detecção de anti-HAV lgG ou anti-HAV total
significa exposição préviae imunidade ao HAV.
Hepatite A – Diagnóstico laboratorial
Interpretação dos Exames Sorológicos
Fluxograma diagnóstico para hepatite A
Hepatite A
Tratamento:
 Repouso, especialmente na fase de maior atividade clínico-bioquímica
(inflamação e necrose dos hepatócitos).
 Dieta variada, menor tolerância à alimentos gordurosos.
 Abstinência alcoólica.
Prevenção
 Vacinação (vacina inativada a partir de culturas celulares).
 Vacina recomendada a partir dos 2 anos de idade em duas doses, IM,
intervalo de seis meses.
 Profilaxia PÓS-EXPOSIÇÃO: com Imunoglobulina.
 Ter bons hábitos de higiene lavando bem as mãos antes de comer e
depois de usar o banheiro.
http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/p
df/2015/junho/26/Informe-t--cnico-vacina-
hepatite-A-junho-2014.pdf
Hepatite B
 O HBV pertence à família Hepadnaviridae (vírus de DNA
hepatotrópicos).
 A partícula viral infecciosa do HBV inclui um
nucleocapsídeo proteico (HBcAg) envolta por um envelope lipoproteico,
contendo o antígeno de superfície viral (HBsAg).
Hepatite B - Marcadores sorológicos
http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-hepatites/hepatite-b
DNA
dupla fita
HBsAg
HBcAg
DNA
Polimerase
HBeAg
(solúvel)
 Interpretação dos resultados
sorológicos Hepatite B
http://www.aids.gov.br/pt-br/publico-geral/o-que-sao-hepatites/hepatite-b
Hepatite B - Curso Sorológico 
Hepatite B - Diagnóstico laboratorial
 Interpretação dos resultados sorológicos Hepatite B - Crônica
Hepatite B - Diagnóstico laboratorial
 Interpretação dos resultados sorológicos (Ag-Ab) para hepatite B
Hepatite B
❑ Transmissão:
o por relações sexuais sem preservativos com uma pessoa infectada;
o da mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação;
o ao compartilhar material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos), de higiene
pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros
objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings e;
o por transfusão de sangue contaminado.
❑ Tratamento:
o Esquemas terapêuticos: Interferon, Lamivudina, Adefovir, Entecavir, Tenofovir.
❑ Prevenção
o Vacina HbsAg recombinante (3 doses – 95% reagentes),
o usar preservativo em todas as relações sexuais e
o não compartilhar objetos de uso pessoal.
Hepatite C
 A hepatite C é causada pelo HCV. Esse vírus foi o primeiro membro do
gênero Hepacivirus, na família Flaviviridae.
 A partícula viral é dotada de um envelope lipoproteico, contendo as
duas glicoproteínas de envelope (E1 e E2), e um capsídeo proteico,
composto pela proteína de capsídeo (C), que envolve o genoma viral.
Genótipos: 1 a 6 sendo 
subdivididos em mais de 
50 subtipos (1a, 1b, 2a,etc)
fita simples
Hepatite C
 Via de contaminação:
 principalmente por via parenteral: transfusão de sangue e derivados
antes de 1993, usuários de drogas intravenosas e pessoas com tatuagem
ou piercing, qualquer exposição percutânea.
 A transmissão sexual é pouco frequente.
 A transmissão de mãe para filho (vertical) é rara quando comparada à
hepatite B.
 Período de incubação: 15 a 150 dias
1. Cronificação: 70 a 85% dos casos, sendo
que, em média, 1/3 a ¼ evolui para
formas histológicas graves no período de
20 anos.
 Forma ictérica: 20% dos indivíduos.
https://www.youtube.com/watch?v=W8uyNGxyfPcCAMPANHA CONTRA HEPATITE C - HENRIQUE FOGAÇA →→
https://www.youtube.com/watch?v=W8uyNGxyfPc
Hepatite C
 Cronificação da Hepatite C
ISG - interferon-stimulated genes
Hepatite C - Diagnóstico laboratorial
Os testes de biologia molecular são utilizados para detectar 
a presença do ácido ribonucléico do vírus (RNA).
Significado do marcador sorológico
Hepatite C - Diagnóstico laboratorial
 Interpretação dos resultados sorológicos para hepatite C
Anti-HCV
RNA do 
HCV
Genótipo 
do HCV
Hepatite C - Diagnóstico laboratorial
 Interpretação dos resultados para hepatite C
Hepatite D
 Agente satélite e subviral humano que depende exclusivamente da
função/ajuda provida pelo DNA do vírus da hepatite B (HBV-DNA) e
de seu respectivo envelope de proteínas, o antígeno de superfície do
VHB (HBsAg), para completar o seu ciclo biológico.
Hepatite D
 Agente etiológico: Vírus D de RNA único, enrolado e circular contendo 
1.676 – 1.683 nucleotídeos, pertencente a família Hepadnaviridae??.
 Via de contaminação: O vírus delta tem mecanismos de transmissão 
idênticos aos do HBV.
 Período de incubação: É semelhante ao da hepatite B, porém menor
na superinfecção: 14 a 56 dias *(Quando um portador crônico do
VHB é infectado pelo VHD chamamos de superinfecção).
 Cronificação: 5 a 10% dos casos
 Forma ictérica: Variável
Hepatite D – Marcadores sorológicos
Hepatite D – Diagnóstico laboratorial
 Interpretação dos resultados sorológicos para hepatite D
História natural da coinfecção e da superinfecção do HDV/HBV 
Hepatite D – Diagnóstico laboratorial
*Co-infecção: Infecção aguda
SIMULTÂNEA pelos vírus B e delta da
hepatite.
**Superinfecção: Infecção pelo vírus
delta da hepatite em paciente
portador CRÔNICO do vírus B da
hepatite.
 Interpretação dos resultados sorológicos para hepatite D
Hepatite E
 O HEV pertence ao gênero Hepevirus, família Herpesviridae. É um vírus
pequeno, não envelopado, com capsídeo icosaédrico. O genoma é
formado por uma fita simples de RNA positiva.
 Via de contaminação: Fecal-oral
 Período de incubação: 15 a 60 dias (média de 40 dias).
 Cronificação: Variável
 Forma ictérica: Não existem relatos de formas crônicas
Hepatite E - Diagnóstico laboratorial
Dinâmica dos principais
marcadores utilizados no
diagnóstico da infecção
pelo vírus da hepatite E

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