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Microbiologia - aula 14 M2 - Isabella Machado Pessanha Alves DEFINIÇÃO - É toda e qualquer inflamação do fígado, podendo resultar desde uma simples alteração laboratorial a uma doença fulminante e fatal TIPOS 1. Hepatite A (HAV) - Hepatite infecciosa 2. Hepatite E (HEV) - Hepatite Entérica 3. Hepatite B (HBV) - Hepatite sérica 4. Hepatite C (HCV) - Hepatite pós transfusional 5. Hepatite D (HDV) - Hepatite Delta 6. Hepatite G 7. Flavivírus, CMV, EBV SINTOMAS - Grande maioria assintomática - Necrose dos hepatócitos - Icterícia, colaria e acolha fecal - Hepatomegalia dolorosa - Esplenomegalia (10%) • Por que surgem icterícia, colaria e acolia fecal? - Metabolismo da Hemoglobina HEPATITES VIRAIS NO BRASIL • De 1999 a 2018 – 632.814 casos confirmados, com70.671 óbitos, sendo 76% relacionados c om a Hepatite C Hepatites Virais • 26,4% Hepatite A - Região Nordeste (maior proporção) • 36,8% Hepatite B – Região Sudeste (maior proporção) • 36,1% Hepatite C – Região Sudeste (maior proporção) • 0,7% Hepatite D – Região Norte (maior proporção) HEPATITE B: HEPATITE SÉRICA - Primeiros casos descobertos após aplicação de vacinas preparadas ci soro humano - No século XX aparecimento de casos entre usuários de seringas contaminadas, podendo-se distinguir o mecanismo de transmissão. - 500 milhões de inibidos contaminaos - Mais de 1 milhão de mortes Anuais - É o principal dos hepadnavírus - Vírus de DNA de fita dupla - Possui um capsídeo icosaédrico, envelopado - Resistente no meio ambiente (ao calor, variações de pH e solvente) - Pode permanecer viável por cerca de 7 dias - É hepatotrópico, mas ja foi encontrado em linfócitos • Apresenta vários antigos de importância para o diagnostico: - Antígenos 1. HBaAg - Antígeno de superfície 2. HBcAG - Antígeno do core (nucleocapsídeo) viral 3. HBeAG - Antígeno associado ao nucleocapsídeo, presente apenas quando há replicação viral - Enzimas: 1. Transcriptase reversa 2. DNA polimerase • Formas de transmissão 1. Sexual (principal) 2. Gestação e amamentação 3. Parenteral - Hemotransfusão (Anti HBc e HBsAg) - Usuários de drogas/outros - Acidentes perfuro-cortantes • Doença aguda por HBV - Período de incubação 1-4 meses - Influenza-like - Sintomas extra hepáticos: exantema, poliartrite, glomerulonefrite - 30 a 40% desenvolvem icterícia, colúria e acolha fecal - Sintomas podem durar até 3 meses É causa importante de infecções ocupacionais em profissionais de saúde (frequência - Hepatite fulminante em cerca de 1% dos casos - Co-infecção HIV observada em 5% dos casos • Doença crônica por HBV - Doença inicial branda ou inaparente - Reação inflamatória persistente (+ 6 meses) - É classificada em Persistente (menos agressiva) ou ativa (manutenção da inflamação) - Cirrose - insuficiencia hepática - Carcinoma hepatocelular - pode surgir muitos anos após o estabelecimento da infecção crônica • Diagnóstico 1. Alterações laboratoriais - Transaminases (AL e AST) muito elevadas - Bilirrubina total aumentada - Fosfatase alcalina, y-GT, albumina e protrombina podem ficar alteradas 2. Antígenos - HBsAg (antígeno de superfície) - HBcAg (antígeno do core viral) - HBeAg (antígeno associado ao nucleocapsídeo, indica replicação viral) 3. Anticorpos - Anti-HBs - Anti-HBe - Anti-HBc • Marcadores sorológicos da Hepatite B • O tempo - Anti - HBc Total: indica contato com o vírus, tanto em infecção ativa, quanto na infecção resolvida • Prevalência Mundial - Pode haver a evolução para hepatite crônica e cirrose - Lesão hepática por reposta imune especieica - Imunidade celular - NK, CD4 e CD8 - 95% reposta efetiva - 5% doença crônica • Medidas de controle - Triagem dos doadores de sangue - Medidas de biossegurança - Profilaxia pré e pós exposição - Não compartílahémtno de agulhas • Prevenção 1. Vacinação - 1998 2. Recombinante. Partícula viral HBsAg 3. Faz parte do calendario infantil e do adolescente no Brasil - 3 doses (1 ml IM-deltóide) - 0,1 e 6 meses - Avaliar a soroconversão 2 meses após a 3 dose - Não há necessidade de reiniciar os esquemas - Doses de reforço não são necessárias 4. Anti - HBs após vacina - Enfermeiros - Médicos - Flebotomistas - Dentistas - Técnicos - Estudantes 5. Indivíduos que são soroconvertem (profissionais de saúde) - Novo esquema - Caso persista: fazer imunoglobulina em caso de acidente - Imunoglobulina também pode ser feita para não vacinados (RN mãe HBV, violência sexual, pós-exposição ocupacional) • Tratamento 1. Na forma Aguda - Apenas suporte clínico 2. Na forma crônica - Uso de antivirais, como Lamivudina, Adenfovir, Tenofovir, Encitrbina - Interferon, que é produzido no organismo por células do sistema imune e que conseguem impedir continuidade de replicação viral HEPATITE D: HEPATITE DELTA - É um vírus de genoma RNA, detectivo, incapaz de multiplicar-se na ausência do antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) - No processo de maturação, o HDV recobre- se em um envoltório de HBsAg para infectar outras células - Só produz infecção em indivíduos com a infecção concomitante com HBV) - Mecanismo de transmissão idêntico ao vírus B - Infecção mais grave, mais rápida, com evolução para hepatite fulminante 10 vezes mais frequente - Hepatite crônica potencializada por HDV em associação ao HBV - Endêmica: Amazônia, Sul da Itália - Esporádica: Escandinávia, Japão, EUA - Amplificação do RNA-HDV (PCR) • Diagnóstico - Sorologia (anti-HDV 1gM ou IgG) HEPATITE C - Vírus RNA (Flaviviridae), envelopado - Era a principal causa de hepatite pós- transfusional até o inicio da decada de 90 - Evolui para a forma crônica em 70% a 90% dos casos: doença hepática tardia / carcionoma hepatocelular - Cerca de 40% das hepatopatias crônicas estão relacionados com HCV (8.000 a 10.000 mortes por ano nos EUA) • Transmissão 1. Sangue - principal via de transmissão (parenteral) - No passo hemostransfusão - Atualmente por uso de drogas ilícitas - Acidentes biológicos 2. Relações sexuais - raro 3. Via placentária ou no parto - alta viremia, ex: AIDS 4. Leite materno: não confirmado • Fatores de risco - Usuários de drogas injetareis - Receptores de hemosransfusões (fatores de coagulação antes de 1987) antes de 1992 - Após exposição a sangue HCV positivo - Filhos de mães HCV positivas • Curso Clínico - Incubação 8 a 12 semanas - Causa menos hepatite aguda sintomatica do que a hepatite A ou B - 20% dos casos - Cerca de 50 a 85% dos pacientes viremia permanence (forma crônica) - Após 15 a 40 anos 30 % desenvolvem cirrose - Dos cirróticos cerca de 5 a 10% desenvolvem hepatocarcionoma - É um vírus de RNA primordialmente positivo e que não vai precisar da transcriptase, já vai direcionar na produção das proteínas virais e esse vírus que ao contrario do vírus da hepatite B, ele não incorpora/penetra o material genético dele no núcleo da célula, ou seja, o tratamento nesse vai ser muito mais eficaz e que não vai ter aquele histórico de reativação da doença que tem na hepatite B. • Diagnóstico 1. Sorologia - ELISA, quimioluminescência - Pesquisa de anticorpos IgM anti-HCV e IgG anti-HCV 2. Biologia molecular - Detecção do RNA do HCV por PCR (carga viral) - Detecção do genótipo (definição do tratamento) • Tratamento - Interferon - Ribavirina - Iedispravir/ sofosbuvir - Cura em 20 a 40% dos casos HEPATITE A: HEPATITE INFECCIOSA - Primeiros relatos na China - Chamada de hepatite infecciosa em contraposição a hepatite sérica - Isolamento do vírus em fezes em 1973 - É um vírus de RNA da família Picornaviridae - Responsável por cerca de 40% das hepatites agudas - Vírus resistente ao ambiente: calor (necessita de temp > 85C), ressecamento,salinidade - Sua infecciosodade pode ser preservada durante pelo menos 1 mês após ser desidratado - Sensível a hipoclorito - Replicação intra-hepática - Eliminação na bile - Encontrado em grande quantidade nas fezes - Incubação de 1 - 7 semanas - Período de viremia curto e baixa concentração sérica de vírus • Transmissão 1. Fecal-oral 2. Pessoa-pessoa - Ocorre com mais frequência durante a infância - Crianças assintomáticas (surtos em creche) 3. Água e alimentos - Higiene dos cozinheiros - Frutos do mar - Água contaminada • Prevalência • Curso Clínico - Geralmente assintomática (crianças 90%, adultos 50%) - A incubação é de 15 a 50 dias, abruptamente surgem os sintomas - Febre, astenia, nauseas, anorexia e dor abdominal - Icterícia ocorre em 70/80% dos casos adultos em crianças apenas 10% - Hepatite fulminante é incomum (3/1000) - A recuperação completa ocorre em 99% dos casos • Doença e Imunidade 1. Doença aguda branda - Não evolui à forma crônica 2. A recuperação completa ocorre em 99% dos casos 3. Imunização ativa - Facilita a imunização / vacina (HAV inativado) 4. Imunização passiva - Pré-exposição e pós-exposição - Ajuda a prevenir a icterícia • Impacto da vacinação • Indicação de vacinação 1. Crianças em locais com alta prevalência 2. Viajantes 3. Indivíduos com hepatopatias 4. Indivíduos que trabalham com vírus HEPATITE E: HEPATITE ENTÉRICA - Transmissão fecal-oral (água e alimentos) - Prevalência maior em países pobres (maior na Ásia, África Ocidental e Oriente médio - Clínica semelhante a hepatite A - Mortalidade maior, 1 a 3% e chega a 20% em gestantes - Cronificação é rara (somente observada em imunocomprometidos) - Previnível somente por melhorias das condições sanitárias RESUMO EM TABELA
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