Buscar

ARTIGO JUSSARA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE IBRA 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
 
JUSSARA ALVES DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGOSTO/2022 
2 
 
INCLUSÃO ESCOLAR 
 
JUSSARA ALVES DE OLIVEIRA 
 
RESUMO 
 
O presente artigo pretende provocar uma análise e reflexão a respeito das políticas de 
inclusão, levando em conta os paradigmas conceituais e princípios que vem sendo 
progressivamente defendidos em documentos nacionais e internacionais. O termo 
inclusão, no atual momento, vive uma dinâmica vantajosa de transformação. O Brasil esta 
muito bem alicerçado por leis que visam garantir que todas as crianças com necessidades 
especiais estejam incluídas no sistema regular de ensino, porem, existem duvidas de como 
incluir na pratica estes novos alunos em sala de aula, quais os tipos de inclusão que 
poderãoser oferecidos, quanto à melhor pedagogia a ser adotada, a socialização desses 
novos alunos, duvidas que devam ser sanadas para, que futuramente tenhamos uma 
política inclusiva. A inclusão é um movimento mundial de luta das pessoas com 
deficiências e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar na sociedade. 
 
Palavras – Chave: Inclusão, Educação, Diversidade, Legislação, cidadania. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 INTRODUÇÃO 
3 
 
 
O termo inclusão já trás implícito a ideia de exclusão, pois só é possível incluir 
alguém que já foi excluído. A inclusão está respaldada na dialética inclusão/ exclusão, 
com a luta das minorias na defesa dos seus direitos. Para falar sobre inclusão escolar é 
preciso repensar o sentido que se está atribuindo à educação, além de atualizar nossas 
concepções e ressignificar o processo de construção de todo o indivíduo, compreendendo 
a complexidade e amplitude que envolve essa temática. 
Faz-se necessário, uma mudança de paradigma dos sistemas educacionais onde se 
centra mais no aprendiz, levando em conta suas potencialidades e não apenas as 
disciplinas e resultados quantitativos, favorecendo uma pequena parcela dos alunos. 
A ideia de uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece 
e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer 
sociedade. Partindo desse principio e tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos 
Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas 
as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada individuo. 
O paradigma da inclusão vem ao longo dos anos, buscando a não exclusão escolar 
e propondo ações que garantam o acesso e permanência do aluno com deficiência no 
ensino regular. No entanto, o paradigma da segregação é forte e enraizado nas escolas e 
com todas as dificuldades e desafios a enfrentar, acabam por reforçar o desejo de mantê-
los em espaços especializados. Contudo a inclusão coloca inúmeros questionamentos aos 
professores e técnicos que atuam nessa área. Por isso é necessário avaliar a realidade e as 
controvertidas posições e opiniões sobre o termo. 
Para expressar a ideia de inclusão escolar é preciso refletir sobre ‘’Educação’’. 
Todo esse processo se faz necessário para haver entendimento da estrutura montada para 
uma população homogênea de alunos. O sistema educacional não esta propicio para 
receber crianças com necessidades educativas, pois não há professores especializados, 
nem ambientes apropriados e funcionários preparados para oferecer aquilo que a 
Constituição Federal garante a esses portadores de necessidades especiais: direito á 
educação de qualidade, com base na proposta de ensinar e aprender. 
 
 
 
 
 
4 
 
I – ASPECTO HISTÓRICO DA INCLUSÂO NA EDUCAÇÂO DO BRASIL 
 
 
A trajetória histórica da inclusão teve seu marco inicial na década de noventa, 
onde foram realizadas diversas convenções internacionais em vários países e continentes. 
No ano de 1990 ocorreu a Convenção Mundial de Educação Para Todos. É relevante, no 
entanto, ressaltar que nessa convenção as Nações Unidas fizeram aprovar em assembleia, 
importantes artigos que passaram a garantir direito e democratização do ensino para 
todos, independentemente das diferenças particulares e/ou individuais dos alunos. 
Segundo Mazzotta (2005) “à medida que essa ideia for, de fato, sendo 
concretizada, é possível que as diferenças entre educação comum e educação especial irão 
também diminuindo”. E, nessa tendência, poder-se-á chegar ao ponto em que o que há 
de especial na educação e, consequentemente, no currículo especial se converta em um 
dos elementos de uma ação sócia educacional global, que assegure, na medida necessária, 
o interesse por cada membro da comunidade, seja qual for sua condição e o tipo de auxilio 
que necessite. Assim como não há razão para dividir a educação escolar em comum e 
especial, fracionando-a e rotulando-a em tantos ramos quantos forem os supostos tipos 
diferentes de alunos, também não se justifica separar radicalmente as condições e 
possibilidades da escola das condições sociais e políticas gerais. 
Dessa forma, faremos um breve resgate da história da Educação Especial 
brasileira e seus pontos principais. No ano de 1854, é fundada no Rio de Janeiro por Dom 
Pedro II sem preocupação com a aprendizagem, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos. 
Passando para 1948, com a assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o 
direito de todas as pessoas à Educação passa a ser garantido, é então criada a Escola para 
Todos, e em 1954 é fundada a primeira Escola de Ensino Especial que recebeu o nome 
de Associação de Pais e amigos (APAE), na qual o ensino especial surge como opção 
para escola regular. 
Com a Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional (LDB), em 1961 veio 
garantir o direito da criança com deficiência à Educação, preferencialmente na escola 
regular. 
Na década de 70 foi estabelecida a primeira Associação de Pais e amigos (APAE), 
na qual o ensino especial surge como opção para escola regular, e foi criado o Centro 
Nacional de Educação Especial (CENESP) que trouxe perspectivas de integrar os alunos 
5 
 
que acompanhar o ritmo de estudos, os demais estudantes se ingressariam na Educação 
Especial. 
Em 1988 a Constituição estabelece a igualdade no acesso à escola. O Estado deve 
dar atendimento especializado, de preferência na rede regular e em 1989 é aprovada a Lei 
a Lei nº7853/89 que criminaliza o preconceito (entrou em vigor apenas em 1999). 
Nos anos 90 muitos foram os avanços, o Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA) estabelece aos pais ou responsáveis a obrigatoriedade da matrícula dos filhos em 
rede pública. 
Com o Direito Universal, houve a Declaração Mundial de Educação para Todos 
reforça a Declaração Mundial dos Direitos Humanos e estabelece que todos devem ter 
acesso à Educação. Sendo que em 1994 surge a Declaração de Salamanca que define 
políticas, princípios e práticas da Educação Especial e influi nas políticas públicas da 
Educação. 
Segundo Eugênio Cunha, (2013) foi por volta da segunda metade do século XX 
que a sociedade começou a se preocupar mais com a inclusão de alunos com deficiências. 
Antes, o ensino para essas crianças era ministrado em classes especiais para esses alunos 
que, segundo a sociedade da época, não tinham capacidade de acompanhar uma classe 
dita normal. O ensino era marcado pela segregação e total preconceito devido à falta de 
conhecimento da época. Com o passar do tempo, a ideia de inclusão dos alunos com 
deficiência, em classes regulares foi ficando cada vez mais em evidência e ao final do 
século XX, muito já se falava sobre esse assunto. Cada vez mais o ambiente segregador 
da escola ia se tornando um local aberto para receber o considerado “diferente”. 
No mesmo ritmo, a Política Nacional de Educação Especial condiciona o acesso 
ao ensino regular àquelesque possuem condições de acompanhar "os alunos ditos 
normais". E em 1996 a LDB muda, atribuindo às redes de ensino o dever de assegurar 
currículo, métodos, recursos e organização para atender às necessidades dos educandos, 
mas, essa mudança ocorreu apenas na teoria. 
No ano de 1999 com o Decreto nº 3298 é criada a Coordenadoria Nacional para a 
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, e define a Educação Especial como ensino 
complementar. 
As redes se abrem para atender aos direitos conquistados até então apenas no ano 
de 2001 com a Resolução CNE/CEB2 que divulgou a criminalização da recusa em 
matricular crianças com deficiência, com isso aumentou o número de dessas crianças no 
ensino regular. Em relação aos direitos, o Brasil promulga a Convenção de Guatemala, 
6 
 
que define como discriminação, com base na deficiência, o que impede o exercício dos 
direitos humanos. Em 2002 a Resolução CNE/CP1 define que o ensino superior deve 
preparar os professores na formação acadêmica para atender alunos com necessidades 
especiais. A Lei nº10436/02 reconhece a língua brasileira de sinais como meio de 
comunicação e expressão. Em relação ao Braile em todas as modalidades de Educação. 
No quadriênio de 2003/2006 significativos avanços surgiram; 2003 O Ministério 
da Educação (MEC) cria o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade, que tem 
como objetivo formar professores para atuar na disseminação da Educação Inclusiva; 
2004 o Ministério Público Federal reafirma o direito à escolarização de alunos com e sem 
deficiência no ensino regular; 2006 a convenção aprovada pela Organização das Nações 
Unidas (ONU) estabelece que as pessoas com deficiência tenham acesso ao ensino 
inclusivo. 
A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva 
define em 2008 que: todos devem estudar na escola comum. Já a Curva Inversa ocorreu 
devido ao fato, pela primeira vez, o número de crianças com deficiência matriculada na 
escola regular ultrapassa a quantidade das que se encontram na escola especial. E neste 
mesmo ano, ocorreu a confirmação, pois o Brasil ratifica a convenção dos direitos das 
pessoas com deficiência, da ONU, fazendo da norma parte da legislação nacional. 
Percebemos então que no Brasil a Educação Especial, passou várias reformas 
legislativas e políticas, mas não foram disponibilizadas verbas suficientes para a 
educação, principalmente para Educação Inclusiva, como as instituições especializadas, 
escolas para deficientes visuais, ou escolas para atender pessoas que apresentam 
deficiência mental, física, auditiva entre outras. Assim como na falta de preparação de 
educadores da Educação Especial e Inclusiva. 
A Educação Especial, em 1996, foi destacada com maior ápice, sendo focada 
dentro da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96, Capitulo V, 
assinalando assim a politica norteadora para Educação Especial. 
No seu capitulo V, artigo 58, coloca que os portadores de necessidades educativas 
especiais devem ser atendidos preferencialmente na rede regular de ensino e, quando 
necessário, haverá serviços de apoios especializados, para atender as peculiaridades da 
clientela. Nos Princípios Básicos da educação Especial está expressa a preocupação com 
o desenvolvimento integral do educando e, acima de tudo, respeitando-o e 
proporcionando uma educação de qualidade visando torna-lo um indivíduo produtivo na 
sociedade em que vive. Coloca a importância da educação se assentar em princípios 
7 
 
democráticos alicerçados na dignidade, liberdade e igualdade. Dentre os princípios 
podem ser destacados: Normalização: visa proporcionar aos portadores de necessidades 
especiais condições de vida iguais às que são oferecidas aos normais, respeitando suas 
diferenças, favorecendo e oportunizando meios que possam ter a vida social, educacionais 
e profissionais mais próximas possíveis da que os outros indivíduos possuem, respeitando 
suas diferenças e mostrando-lhes que também possuem direitos e deveres. 
Integração: significa que os portadores de necessidades especiais devem ter os 
mesmos direitos e deveres, que têm todos os outros indivíduos, tendo condições de 
participarem tanto no âmbito educacional, como no social, seguindo os valores 
democráticos de participação ativa, de respeito a direitos e deveres socialmente 
estabelecidos e de igualdade. 
Individualização: devem-se valorizar as diferenças individuais, sejam as 
existentes entre os portadores de necessidade especiais e as pessoas ditas normais, seja 
comparando entre si os próprios portadores de necessidades especiais. Oferecer-lhes 
condições de agir e interagir com todos e proporcionar-lhes um atendimento educacional 
adequado a cada individuo que apresenta necessidades especiais, respeitando seu ritmo, 
aprendizagem e diferenças. A adequação refere-se ao espaço físico no ambiente escolar, 
adaptações curriculares e outros recursos que forem necessários. 
Sociológico na interdependência: tem como objetivo fazer com que as pessoas 
portadoras de necessidades educativas especiais consigam desenvolver suas 
potencialidades. Além do atendimento educacional devem-se valorizar parcerias 
envolvendo educação, saúde, ação social e trabalho. 
Epistemológico da construção do real: refere-se à conciliação, ou seja, estar de 
acordo com o que é necessário fazer para atender às aspirações e interesses dos portadores 
de necessidades especiais, oferecendo atendimento a todas as necessidades do educando 
de Educação Especial e se utilizar todos os meios disponíveis e de toda ordem. 
Efetividade dos modelos de atendimento educacional: alicerça-se na qualidade das 
ações educativas, envolvendo três elementos: infraestrutura administrativa, recursos 
humanos e materiais, hierarquia de poder (interno e externo das instituições envolvidas), 
consenso político (ideologias educacionais). 
Legitimidade: propõem-se à participação das pessoas portadoras de necessidades 
especiais, ou de seus representantes legais, na elaboração e formulação de políticas, 
planos e programas. 
8 
 
Ajuste econômico com a dimensão humana: referem-se ao valor que se deve 
atribuir à dignidade dos portadores de necessidades especiais como seres integrais. Após 
ter abordado os Princípios Básicos da Educação Especial, destacar-se-á o assunto 
inclusão, com o objetivo de promover uma reflexão sobre o tema e compreender as 
mudanças que estão acontecendo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II – ALUNOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NAS ESCOLAS 
REGULARES 
 
 
A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos os 
estudantes nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da 
cultura, da prática vivenciadas nas escolas de modo que estas respondem à diversidade 
de alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas 
9 
 
singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção 
social de todos. 
Entende-se por educação especial a educação dirigida aos portadores de 
necessidades especiais mental, auditiva, visual, física múltipla e portadores de altas 
habilidades. A deficiência refere-se á perda, anormalidade de estrutura ou função de toda 
a alteração do corpo ou da aparência física, de um órgão ou de uma função, qualquer que 
seja a sua causa. A incapacidade refere-se à restrição de atividades em decorrência das 
consequências de uma deficiência em termos de desempenho e atividade funcional do 
individuo e que representam as perturbações ao nível da própria pessoa. 
Deste modo, a educação inclusiva atenta à diversidade inerente à espécie humana, 
busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os alunos em salas 
de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem 
e o desenvolvimento pessoal de todos. 
A Lei de Diretrizese Bases da educação nacional 9394/96 (LDB) e o Estatuto da 
Criança e do Adolescente (ECA), afirma que é incumbência dos docentes zelar pela 
aprendizagem do aluno com necessidades especiais na modalidade de educação escolar, 
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino. Entretanto, promover a inclusão 
apesar de ser um dever das escolas expresso em lei está bem longe de alcançar o objetivo 
maior que é garantir a todas as crianças portadoras de alguma deficiência uma escola 
acolhedora, de qualidade que supra suas necessidades, pois a estrutura de ensino esta 
montada para receber um aluno ideal, com suportes padrões de desenvolvimento 
emocional e cognitivo. 
Conforme (Paula, 2004) destaca-se a ideia de que o processo de avaliação na 
perspectiva de educação inclusiva não esta centrado apenas no desenvolvimento de 
habilidades e competências, nem na capacidade de assimilar conteúdos e acumular 
informações, e sim na possibilidade de fazer escolhas, agir com autonomia, relacionar-se 
com o outro e com o objeto de conhecimento, de comunicar-se, expressar sentimento, 
ideias, resolver problemas, criar soluções, desenvolver a imaginação e participar 
criticamente da cultura para transformação da sociedade. 
O assunto inclusão tem sido um tema intensamente instigante e debatido no 
mundo nesta atualidade. Quando se refere á crianças e a educação o professor é uma peça 
fundamental neste debate, porque ele é um agente modificador no processo de inclusão. 
A história antiga da educação afirma que haviam direitos destinados aos 
privilegiados das classes nobres. Todo esse conteúdo é de estrema importância para que 
10 
 
se compreenda a educação atual, porque a educação da atualidade é a o mesmo tempo 
recorte do passado e uma elaboração á educação futura. Foi constituída com o intuito de 
ensinar e aprender, pela necessidade de suprir a formação do individuo. 
O que se destaca na história da educação é o que nos serve como base para 
entender o presente, pois o desenvolvimento da educação do homem e do cidadão são 
princípios educacionais inseridos em uma sociedade. Os argumentos propostos 
vivenciados no período da história foram de fundamental importância para compreender 
valores e conhecimentos que o homem progrediu no tempo. 
A exclusão agiu em muitos momentos da história da educação e com o passar dos 
anos um vasto campo abriu-se. A exclusão está em alta atualmente parece que as pessoas 
com deficiência estão na boca do povo: Inclusão x exclusão. 
Segundo Carvalho (2004), uma nova ética se impõe, conferindo toda a igualdade 
de valor, igualdade de direitos - particularmente aos de equidade - e a necessidade de 
superação de qualquer forma de discriminação por questões étnicas, socioeconômicas, de 
gênero, de classes sociais ou de peculiaridades individuais mais diferenciadas. [...] Os 
movimentos sociais em prol dos direitos humanos muito contribuíram para a 
ressignificação dos sistemas educacionais e do papel das escolas. Em vez de seletividade 
que as tem caracterizado, penalizando inúmeros alunos – com sem deficiência ou 
superdotação. 
A Constituição Federal no que se refere á inclusão já foi definida, mas as escolas 
ainda estão de forma resistente por parte de gestores e educadores, indagando-se de como 
podem apresentar respostas para uma causa certa de decepção e insucesso, pois não há 
uma resposta. O educador se sente impotente e desvalorizado por não conseguir ajudar 
um aluno com necessidades especiais, porque sabe que ele precisa de tratamento 
especializado. Tudo indica que o educador esta se esquecendo do seu papel, porém não é 
considerável, o momento professor. Sua formação, as condições do ambiente ao receber 
esses alunos, que são inseridos na escola e seguem na exclusão do processo de ensinar e 
aprender, ocorrendo uma frustração, impossibilitando a proposta de inclusão. 
Segundo Mantoan e Prietro (2006) para muitos o significado da educação 
inclusiva consiste apenas na matricula desses alunos portadores de necessidades 
especiais, mas de acordo com a CF (1988), essa mudança no meio escolar significa 
conceder a educação a todos os alunos tanto os encontrados em classes comuns como os 
alunos especiais. 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
III – PROCESSO DE INCLUSÃO 
 
Incluir é despojar de preconceitos, discriminações, aceitarem as diferenças, 
respeitar a diversidade. Incluir é garantir espaços, abrir horizontes, respeitar o outro, o 
diferente, enfim, possibilitar que todos possam mesmo sendo diferentes gozar de direitos 
sociais, políticos e culturais. 
Conforme destaca Sassaki (1997): 
 
12 
 
“O processo de inclusão, como veementemente venho enfatizando, é 
um processo de construção de uma sociedade para todos, e dentro dessa 
sociedade um dos direitos básicos de todo ser humano é a aspiração à 
felicidade ou, como outros lhe preferem chamar, à qualidade de vida 
(p.33)” 
 
O problema crucial para que no sistema educacional atual não ocorra a inclusão, 
centra-se em dogmas autoritários que alguns professores e/ou gestores da educação 
insistem em manter. É nesse contexto, contudo, que Freire (1987) tece ferrenhas críticas 
ao modelo de educação, em especial quando se refere à concepção “bancária” que em sua 
essência nega a dialogicidade como fator primordial à educação, fazendo com que a 
mesma se torne antidialógica para realizar a superação. Freire (1987) é enfático em 
defender a dialogicidade entre os sujeitos, propondo uma educação problematizadora que 
afirma a dialogicidade e se faz dialógica. 
Numa escola libertadora, humana e humanizante cuja prioridade é a diversidade, 
a inclusão se legitima a partir das necessidades de que todos (as), sem distinção, devem 
ser incluídos, não importando, portanto, qualquer que seja a etnia e/ou cultura e/ou 
orientação sexual e/ou deficiência. 
Neste sentido, Mantoan (2003) sublinha a importância da inclusão na escola: 
 
“A escola, para muitos alunos, é o único espaço de acesso aos 
conhecimentos. É o lugar que vai proporcionar-lhes condições de se 
desenvolverem e de se tornarem cidadãos, alguém com uma identidade 
sócio-cultural que lhes conferirá oportunidades de ser e de viver 
dignamente (p.53)”. 
 
 
O programa de ensino pautado na educação escolar é a indefinição entre o 
processo de integração e o de inclusão. No primeiro, a integração é para os alunos 
deficientes que conseguem se adaptar ou se adequar ao sistema, seja ele o de ensino ou 
de trabalho. Partindo desse pressuposto, levanta-se aqui a seguinte indagação: se o 
processo de integração é a inserção do deficiente à sociedade tendo ele que se adaptar ao 
meio social sem que esta se modifique para recebê-lo, então como ficam aqueles que não 
conseguem se integrar, se adaptar, enfim, se adequar ao convívio social? Essa questão 
nos remete a fazer outra reflexão, a nosso ver a maioria não consegue se integrar e, 
portanto, continua fora do sistema que é excludente, celetista, conservador e 
marginalizador. 
13 
 
O problema é que na escola, as práticas sociais e os processos educativos se 
encontram ladeadas por dois discursos: de um lado, o discurso da inclusão educacional 
pautado no despreparo dos profissionais da educação que não têm ou não recebem 
formação adequada para conviver com esta realidade. De outro lado, o problema é o da 
integração que a nosso ver não serve, porque só integra aqueles que conseguem adaptar-
se ao meio, se manter no sistema, sem que a sociedade se modifique para recebê-lo. 
Incluir é o modelo de inserção mais radical que deve ocorrer no ensino regular. 
Nesse sentido defendemos a ideia de que a inclusão é a melhor forma de oportunizar e 
possibilitar que as pessoas deficientes possam desempenhar suas capacidades e/ou 
potencialidades, independente do grau de sua deficiência ou de sua diferença social. 
Numa análise sistemática observada por estudiososda temática em questão, poder-se-ia 
dizer que a inclusão é a forma pela qual todas as pessoas devem ser incluídas no sistema 
de ensino sem que haja preconceitos, discriminações e desrespeito às diferenças. Partindo 
do pré- suposto de que a inclusão propõe que todos os alunos e alunas devem ser 
incluídos, então, de acordo com Sassaki (1997) a inclusão é: 
 
(...) o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em 
seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais, e 
simultaneamente estas se preparam para assumir seus papéis na 
sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no 
qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, 
equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação 
de oportunidades para todos (p.41). 
 
 
O processo de ensino-aprendizagem de educando com ou sem deficiência ocorre 
num processo de respeito, diálogo e trocas de vivências, pois se o educador conseguir 
propiciar a seu educando um ambiente saudável, estimulante e facilitador da aprendizagem, 
não haverá no ambiente escolar deficiências nem diferenças, mas haverá uma prática 
pedagógica diferenciada. Por isto é importante à formação do professor, na capacitação 
continuada para que se tenha um suporte necessário para modificar práticas retrógadas e 
reconstruir o ato de ensinar e aprender. 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Para que exista um ensino de qualidade é necessário que ocorra modificações em 
toda estrutura escolar; adaptações físicas, aquisição de materiais que atendam as 
necessidades dos alunos, como material em braile para portadores de deficiência visual, 
rampas de acesso que facilitem a locomoção de alunos que não possam caminhar com 
desenvoltura ou que usem cadeiras de roda, salas de recreação que ajudem no crescimento 
de portadores que não podem ou não se adaptem ao sistema de ensino convencional. O 
currículo deve ser flexível, no conteúdo a ser ensinado e na avaliação, visando o 
crescimento pessoal de todos os alunos e com isso todos passam a aceitar as diferenças. 
15 
 
Infelizmente a questão sobre educação inclusiva para portadores de necessidades 
especiais ainda é vista por muitos indivíduos como algo utópico, pois a escola não atende 
nem mesmo as necessidades básicas de ensino e falar em acessibilidade para todos, parece 
um sonho impossível de acontecer. 
Pessoalmente vemos questão sobre inclusão de portadores de necessidades 
especiais com bons olhos; pois nascemos todos iguais, sem preconceitos estabelecidos e 
é a convivência com demais pessoas que nos torna discriminativos com as diferenças. O 
contato desde a infância com as diferença nos tornará iguais na diversidade. 
O processo de inclusão favorece a redefinição de papéis e uma mudança de postura 
do professor. A educação deverá possuir aspectos complexos e amplos, possibilitando a 
construção ao longo da vida de todo aluno, independente das dificuldades, desde que 
sejam dadas oportunidades adequadas para desenvolver suas capacidades. Assim, sendo, 
as mudanças são essenciais para a inclusão, mas, tem de haver um empenho de todos, 
concedendo que a escola seja vista como um local na elaboração do conhecimento e 
deixando de existir discriminação de aptidões e faixa etária. 
A participação e a criatividade oportunizam na qualidade e no conhecimento 
existente. A tecnologia deveria ser usada na capacitação de professores a alunos, 
possibilitando a formação profissional do educando, propiciando a melhoria do processo 
ensino e aprendizagem. Auxiliar o educando nas perspectivas problemáticas do cotidiano 
beneficiará a todos os alunos, propondo ideias e novas situações. 
Dentro da ideia desse estudo, fazer da escola um espaço onde todos possam ter os 
mesmos direitos; onde todos possam ser tratados com igualdade de direitos; onde os 
alunos deficientes não sejam olhados como “o outro, o anormal, o diferente”; onde a 
escola possa ver a diversidade não como um problema, mas sim como um atributo 
somatório na construção das experiências; onde a escola seja um espaço capaz de garantir 
que professoras e professores, coordenadores e coordenadoras, pais e mães, alunos e 
alunas e a comunidade como um todo, com ou sem algum tipo de deficiência, possam 
crescer juntos em busca de uma sociedade humanizada, onde a pessoa seja o alvo 
principal. 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Lei 9394 de 24 de dezembro de 1996. Leis Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional 9394-96 Eca. 
 
CUNHA, Eugenio: Autismo na escola: um jeito diferente de aprender, um jeito diferente 
de ensinar- ideias e práticas pedagógicas. Wak Editora. Rio de Janeiro, 2013. 
 
MEC - Ministério de Educação - Secretaria de Educação Especial Política Nacional DE 
EDUCAÇÃO ESPECIAL, Brasília MEC - SEEDSP 1994. 
17 
 
 
Montoam, Maria Tereza Eglér e colaboradores, INTEGRAÇÃO DE PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA - editora Memnon edições científicas Itda, 1997. 
 
MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Educação Especial no Brasil: História e políticas 
públicas. São Paulo: Cortez, 1996. 
 
ONU. Declaração dos direitos do deficiente. Nova York: ONU, 1975. 
 
CARVALHO, Rosita. Educação Inclusiva: Os pingos nos “is”. Porto alegre: Editora 
Mediação, 2004. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. 
 
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. PRIETO, Rosângela Gavioli. Inclusão Escolar: 
pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2003. 103 p. 
 
PAULA, J. Inclusão: mais que um desafio escolar, um desafio social. São Paulo: Jairo de 
Paula, 2004. 
 
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 
1997. 
 
MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São 
Paulo: Moderna, 2003. 
 
MANTOAN, Maria Tereza Eglér. PRIETO, Rosângela Gavioli. ARANTES, Valéria 
Amorim (org). Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.

Continue navegando