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4_Fatos, Atos e Negócios Jurídicos_ Formação, Validade, Eficácia e Elementos

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DIREITO CIVIL
FATOS, ATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS: 
FORMAÇÃO, VALIDADE, EFICÁCIA E 
ELEMENTOS
Livro Eletrônico
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Fatos, Atos e Negócios Jurídicos: Formação, Validade, Eficácia e Elementos
DIREITO CIVIL
Fatos, Atos e Negócios Jurídicos: Formação, Validade, Eficácia e Elementos ..................4
1. Conceito de Fato Jurídico .............................................................................................4
Nascimento de Direito (Aquisição) ..................................................................................5
1.2. Subsistência de Direitos (Conservação) ....................................................................5
1.3. Modificação de Direitos ............................................................................................5
1.4. Extinção de Direitos .................................................................................................6
2. Classificação dos Fatos Jurídicos ...............................................................................6
3. Classificação dos Negócios Jurídicos ........................................................................ 10
3.1. Quanto às Vantagens ............................................................................................. 10
3.2. Quanto às Formalidades (Forma) ........................................................................... 11
3.3. Quanto ao Conteúdo .............................................................................................. 12
3.4. Quanto à Manifestação de Vontade ....................................................................... 12
3.5. Quanto ao Tempo .................................................................................................. 13
3.6. Quanto aos seus Efeitos ........................................................................................ 13
3.7. Quanto à sua Existência ......................................................................................... 14
3.8. Quanto ao Exercício dos Direitos ........................................................................... 14
4. Interpretação dos Negócios Jurídicos ....................................................................... 15
4.1. Princípio da Prevalência da Intenção dos Agentes .................................................. 15
4.2. Princípio da Boa-fé ................................................................................................ 16
4.3. Interpretação Restritiva dos Negócios Benéficos................................................... 16
5. Representação ......................................................................................................... 16
5.1. Negócio consigo mesmo ........................................................................................ 18
6. Elementos do Negócio Jurídico ................................................................................. 19
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DIREITO CIVIL
6.1. Agente ................................................................................................................... 21
6.2. Objeto ...................................................................................................................23
6.3. Forma ...................................................................................................................24
6.4. Vontade .................................................................................................................26
6.5. Condição .............................................................................................................. 28
6.6. Termo ...................................................................................................................34
6.7. Encargo .................................................................................................................36
6.8. Reserva Mental .....................................................................................................38
7. Defeitos e Invalidade do Negócio Jurídico .................................................................39
7.1. Erro ou Ignorância ..................................................................................................39
7.2. Dolo.......................................................................................................................43
7.3. Estado de Perigo ...................................................................................................46
7.4. Lesão ....................................................................................................................47
7.5. Coação ..................................................................................................................49
7.6. Fraude contra Credores ........................................................................................52
7.7. Simulação ..............................................................................................................54
8. Nulidade x Anulabilidade ......................................................................................... 58
9. Conversão do Negócio Jurídico Nulo ........................................................................ 60
10. Prova do Negócio Jurídico .......................................................................................62
Questões de Concurso – Lista I .................................................................................... 69
Gabarito ...................................................................................................................... 77
Gabarito Comentado .....................................................................................................78
Questões de Concurso – Lista II ....................................................................................92
Gabarito ...................................................................................................................... 98
Gabarito Comentado .................................................................................................... 99
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FATOS, ATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS: FORMAÇÃO, 
VALIDADE, EFICÁCIA E ELEMENTOS
1. ConCeito de Fato JurídiCo
Os fatos jurídicos são acontecimentos, previstos em norma de direito, em razão dos quais 
nascem, se modificam, subsistem e se extinguem as relações jurídicas.
Nem todos os fatos da vida humana são tidos como juridicamente relevantes. Fatos como 
respirar não são capazes de influenciar a esfera jurídica das pessoas e das coisas. Sendo as-
sim, esta aula trata dos fatos que possam trazer consequências para o mundo jurídico, seja 
nascendo, modificando, subsistindo ou extinguindo direitos.
Para esclarecimento, as três categorias de fenômenos estudados até agora na teoria geral 
do Direito Civil:
Muitos alunos me perguntam na aula presencial a diferença entre fato jurídico e ato jurídi-
co. Pois bem, os atos jurídicos são espécies de fatos jurídicos. Mais adiante abordaremos a 
diferença com detalhes.
A seguir, temosalguns esclarecimentos quanto aos conceitos de nascimento, subsistên-
cia, modificação e extinção de direitos.
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nasCimento de direito (aquisição)
A aquisição de um direito ocorre com a sua incorporação ao patrimônio e à personalidade 
do particular. Pode ser classificada de várias formas:
• Originária: ocorre sem interferência de um titular anterior (ex.: usucapião);
• Derivada: decorre da transferência feita por outra pessoa (ex.: doação);
• Gratuita: quando só o adquirente aufere vantagens (ex.: herança);
• Onerosa: quando se exige uma contraprestação do adquirente, possibilitando a ambos 
a obtenção de benefícios (ex.: compra e venda);
• A título singular: se refere a bens determinados, seja a título inter vivos ou a título causa 
mortis (ex.: compra e venda);
• A título universal: quando o adquirente sucede o antecessor na totalidade de seus direi-
tos (ex.: herdeiro)
1.2. subsistênCia de direitos (Conservação)
Para resguardar ou conservar seus direitos, muitas vezes o titular necessita tomar certas 
medidas ou providências preventivas (ex.: a garantia de uma dívida por uma hipoteca ou um 
aval) ou repressivas (ex.: ação), judiciais ou extrajudiciais.
A defesa privada de direitos só é admitida excepcionalmente, pois pode levar a excessos. 
Como exemplo de exceção destaca-se a legítima defesa da posse (art. 1.210, § 1º, do CC).
Art. 1.210, § 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria 
força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispen-
sável à manutenção, ou restituição da posse.
1.3. modiFiCação de direitos
Os direitos nem sempre conservam as suas características iniciais, pois podem sofrer mu-
tações quanto ao objeto (ex.: novação objetiva), quanto aos sujeitos (ex.: cessão de crédito) ou 
quanto a ambos os aspectos.
A novação objetiva, por exemplo, ocorre quando se extingue uma dívida antiga e cria-se 
uma dívida nova em seu lugar com alteração do objeto. É o que ocorre quando uma pessoa 
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deve um carro para alguém e ambos resolvem extinguir essa dívida e criar uma outra dívida 
trocando o objeto carro por uma casa.
1.4. extinção de direitos
Um direito pode se extinguir por diversas razões. Dentre elas destacam-se:
• o perecimento do objeto;
• a morte do titular do direito;
• a alienação do objeto;
• a prescrição;
• a decadência etc.
Dessa forma, as quatro espécies mencionadas representam a ocorrência de um fato 
jurídico.
2. ClassiFiCação dos Fatos JurídiCos
Os fatos jurídicos dividem-se em dois grandes grupos: o grupo dos fatos naturais e o grupo 
dos fatos humanos.
Assim, em sentido estrito (“stricto sensu”), o fato jurídico seria um acontecimento natural, 
podendo ser ordinário, como o nascimento, a maioridade, a morte; ou extraordinário, como o 
caso fortuito ou de força maior, que são eventos imprevisíveis e inevitáveis (exemplos: terre-
motos e tempestades).
Em sentido amplo, abrange acontecimentos decorrentes de ações humanas, como por 
exemplo, doações e contratos entre as partes. Os fatos jurídicos decorrentes de ações huma-
nas (também denominados atos) se classificam em: ato jurídico em sentido amplo (ou ato 
lícito), e ato ilícito (ou involuntário).
Vejamos o seguinte esquema:
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Então, de forma mais detalhada, vejamos as definições sobre os fatos jurídicos:
• Fatos jurídicos naturais (ou em sentido estrito): são aqueles provenientes de fenôme-
nos naturais, sem a intervenção da vontade humana, e que produzem efeitos jurídicos. 
Podem ser ordinários ou extraordinários:
 – Ordinários: são aqueles que normalmente acontecem (previsíveis) e produzem efei-
tos relevantes para o direito (ex.: nascimento, maioridade, morte, decurso de tempo 
– prescrição e decadência etc.);
 – Extraordinários: são aqueles que chamamos de caso fortuito e força maior (imprevi-
síveis), tendo importância para o direito porque excluem qualquer responsabilidade 
(exemplo: desabamento de um edifício em razão de fortes chuvas, incêndio de uma 
casa provocado por um raio, naufrágio de uma embarcação decorrente de um mare-
moto etc.);
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FATOS NATURAIS – em sentido estrito (involuntários)
ORDINÁRIOS EXTRAORDINÁRIOS
Acontecimentos previsíveis Acontecimentos imprevisíveis
• Fatos humanos: são acontecimentos que dependem da vontade humana, abrangendo 
tanto os atos lícitos como os ilícitos. Os atos lícitos também são chamados de atos jurí-
dicos em sentido amplo. Os fatos humanos podem ser atos ilícitos ou atos lícitos:
 – Atos ilícitos: são os que têm relevância para o direito por gerarem obrigações e deve-
res para quem os pratica. Serão estudados em outra aula. Porém, cabe sabermos que 
são tratados nos arts. 186 e 187 do CC;
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e 
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
 – Atos lícitos (ato jurídico em sentido amplo): a consequência da prática de um ato 
lícito é a obtenção do direito, o que acarreta a produção de efeitos jurídicos deseja-
dos pelo agente. Dividem-se no ato jurídico em sentido estrito e no negócio jurídico. 
Entretanto, o Código Civil destinou apenas um artigo aos atos lícitos (art. 185 do CC), 
atribuindo-lhes o mesmo tratamento dos negócios jurídicos;
Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as 
disposições do Título anterior.
 – Ato jurídico em sentido estrito: gera consequências jurídicas previstas em lei e não 
pelas partes interessadas, não havendo regulamentação da autonomia privada. Ou 
seja, é aquele que surge como um mero pressuposto de efeito jurídico preordenado 
pela lei sem função e natureza de autorregulamento. Classificam-se em dois tipos: 
atos materiais ou reais e participações;
 – Atos materiais ou reais: consistem numa atuação de vontade que lhesdá existência 
imediata, pois não se destinam ao conhecimento de determinada pessoa; dessa 
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forma, é correto afirmar que os atos materiais ou reais não possuem destinatário 
(ex.: fixação de domicílio, a transferência de domicílio, o achado de tesouro, a percep-
ção de frutos, pagamento indevido etc.);
 – Participações: consistem em declarações para a ciência ou comunicação de inten-
ções ou de fatos; ou seja, o sujeito pratica o ato para dar conhecimento a outrem. 
Conclui-se que possuem destinatário (ex.: intimação – ato pelo qual alguém participa 
a outrem a intenção de exigi-lo certo comportamento –, notificação – ato pelo qual 
alguém cientifica a outrem fato que a este interessa conhecer –, interpelação – ato 
do credor em atenção ao devedor –, oposição – ato pelo qual alguém impugna a rea-
lização de evento futuro – etc.).
• Negócio jurídico: é o ato de autonomia de vontade, com a qual o particular regula por 
si os próprios interesses, logo, podemos afirmar que a sua essência é a autorregula-
ção dos interesses particulares reconhecida pelo ordenamento jurídico (ex.: contrato de 
compra e venda, fazer um testamento, locar uma casa etc.).
FATOS HUMANOS (voluntários)
ATO JURÍDICO ILÍCITO ATO JURÍDICO LÍCITO (sentido amplo)
Violar direito Abusar de direito ATO JURÍDICO LÍCITO (sentido estrito) NEGÓCIO JURÍDICO
ATOS MATERIAIS PARTICIPAÇÕES
Dever de indenizar o dano causado Não possuem destinatário Possuem destinatário Autonomia de vontade
Do esquema gráfico apresentado, o Código Civil dedica especial tratamento aos negócios 
jurídicos (arts. 104 a 184 do CC). Entretanto, não basta a simples leitura dos dispositivos ora 
citados para acertar as questões do concurso, tendo em vista que o assunto é “recheado” de 
conceitos doutrinários. Dessa forma, iremos abordar o assunto associando os artigos mais 
cobrados em prova com a teoria desenvolvida pela doutrina sempre focalizando no nosso ob-
jetivo: acertar a questão e ser aprovado.
Uma boa parcela da doutrina indica ainda a existência de mais uma categoria de fatos jurí-
dicos. Trata-se do ato-fato jurídico.
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Nos atos-fatos jurídicos a vontade humana é irrelevante, o que importa é o resultado produ-
zido. Nestes casos o elemento psíquico pouco importa, ou seja, não é relevante que o ato-fato 
jurídico tenha sido praticado por um incapaz, pois não haverá invalidade. Exemplo disto é um 
louco encontrar um tesouro. Ele não tinha intenção de encontrar o tesouro, mas o encontrou. 
Para o ordenamento importa que ele o achou, e independentemente do agente ser capaz e da 
intenção dele, ainda assim serão aplicadas as normas do artigo 1264 do Código Civil.
Art. 1.264. O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será 
dividido por igual entre o proprietário do prédio e o que achar o tesouro casualmente.
Enfim, independentemente de um louco ter achado o tesouro, ele será dono de parte dele.
3. ClassiFiCação dos negóCios JurídiCos
Negócios jurídicos são os atos praticados por atuação da vontade e para cujos efeitos a lei 
reserva um espaço mais amplo dentro do qual a vontade pode atuar. Embora possa a lei regu-
lar a prática do negócio, bem como alguns de seus efeitos, o sujeito tem uma margem maior 
para dispor sobre eles do que tem em se tratando de ato jurídico voluntário.
Exemplo de negócio jurídico são os contratos em suas infinitas espécies. O sujeito que 
deseja vender um bem se alia a outro, que quer adquiri-lo, e ambos celebram contrato de com-
pra e venda, podendo livremente dispor sobre o objeto, o preço, a forma, o tempo e o lugar do 
pagamento etc.
Em decorrência do extenso universo que abrange os negócios jurídicos, eles podem ser en-
carados e agrupados por classes, com diversidade de regimes legais, segundo vários critérios.
3.1. quanto às vantagens
Quanto às vantagens que produzem: os negócios jurídicos podem ser gratuitos, onerosos, 
bifrontes e neutros.
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• Gratuito: as partes objetivam benefício ou enriquecimento patrimonial sem qualquer 
contraprestação (ex.: doação – a parte que recebe a doação não realiza uma contra-
prestação.);
• Oneroso: as partes objetivam, reciprocamente, obter vantagens para si ou para outrem 
(ex.: compra e venda – deve-se pagar o preço para se obter a coisa.). Subdivide-se em:
 – Comutativos: de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as van-
tagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, 
porque não envolvem nenhum risco; e
 – Aleatórios: caracterizam-se pela incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e 
sacrifícios que deles pode advir. É que a perda ou lucro dependem de um fato futuro e 
imprevisível. O risco é da essência do negócio, como no jogo e na aposta;
• Bifronte: pode ser gratuito ou oneroso, de acordo com a vontade das partes (ex.: o de-
pósito – se eu peço para o meu vizinho guardar meu carro enquanto eu viajo, o depósito 
pode ser pago ou não.); e
• Neutro: lhe falta uma atribuição patrimonial, pois consiste em atribuir a um bem uma 
destinação específica (ex.: ato de instituição de bem de família, vincular bens com cláu-
sula de incomunicabilidade ou inalienabilidade etc.).
3.2. quanto às Formalidades (Forma)
Quanto às formalidades: os negócios jurídicos podem ser solenes ou não solenes.
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Solene: requer para a sua existência uma forma especial prescrita em lei (ex.: testamento).
Não solene: não exige forma legal para que ocorra a sua efetivação (ex.: compra e venda 
de bem móvel).
3.3. quanto ao Conteúdo
Quanto ao conteúdo: os negócios jurídicos podem ser patrimoniais ou extrapatrimoniais.
Patrimonial: versa sobre questões suscetíveis de aferição econômica (ex.: compra e venda).
Extrapatrimonial: versa sobre questões não suscetíveis de aferição econômica (ex.: ques-
tões relacionadas aos direitos personalíssimos e ao direito de família).
3.4. quanto à maniFestação de vontade
Quanto à manifestação de vontade: os negócios jurídicos podem ser unilaterais, bilaterais 
ou plurilaterais.
• Unilateral: o ato volitivo (declaração devontade) provém de um ou mais sujeitos, desde 
que estejam no mesmo polo da relação jurídica (ex.: testamento, promessa de recom-
pensa etc.). Subdividem-se em:
 – Receptícios: aqueles em que a declaração de vontade tem de se tornar conhecida do 
destinatário para produzir efeitos, como sucede na denúncia ou resilição de um con-
trato e na revogação de mandato; e
 – Não receptícios: aqueles em que o conhecimento por parte de outras pessoas é irre-
levante, como se dá no testamento e na confissão de dívida;
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• Bilateral ou plurilateral: a declaração volitiva emana de duas ou mais pessoas oriundas 
de polos diferentes na relação jurídica. Pode ser:
 – Simples: quando concede benefício a uma das partes e encargo à outra (ex.: doação, 
depósito gratuito etc.); e
 – Sinalagmático: quando confere vantagens e ônus a ambos os sujeitos (ex.: compra e 
venda, locação etc.).
3.5. quanto ao tempo
Quanto ao tempo em que produzem seus efeitos: os negócios jurídicos podem ser inter 
vivos ou mortis causa.
Inter vivos: acarreta consequência jurídica enquanto o interessado ainda está vivo (ex.: 
doação, troca etc.).
Mortis causa: regula relações de direito após a morte do sujeito (ex.: testamento, legado etc.).
3.6. quanto aos seus eFeitos
Quanto aos seus efeitos: os negócios jurídicos podem ser constitutivos ou declaratórios.
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Fatos, Atos e Negócios Jurídicos: Formação, Validade, Eficácia e Elementos
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Constitutivo: a eficácia opera efeitos ex nunc, ou seja, a partir do momento da conclusão 
(ex.: compra e venda).
Declaratório: a eficácia opera efeitos ex tunc, ou seja, retroage e se efetiva a partir do 
momento em que se operou o fato a que se vincula a declaração de vontade (ex.: divisão do 
condomínio, partilha, reconhecimento de filhos etc.).
3.7. quanto à sua existênCia
Quanto à sua existência: os negócios jurídicos podem ser principais e acessórios.
Principal: é aquele que existe por si mesmo, independentemente de qualquer outro (ex.: 
locação).
Acessório: é aquele cuja existência se subordina ao negócio principal (ex.: fiança.).
3.8. quanto ao exerCíCio dos direitos
Quanto ao exercício dos direitos: os negócios jurídicos podem ser negócios de disposição 
ou negócios de simples administração.
Negócio de disposição: implica o exercício de amplos direitos sobre o objeto (ex.: doação).
Negócio de simples administração: concerne ao exercício de direitos restritos sobre o ob-
jeto, sem que haja alteração em sua substância (ex.: locação de uma casa – o inquilino não 
pode vender a casa, pois tem apenas a posse).
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4. interpretação dos negóCios JurídiCos
Não só a lei, mas o negócio jurídico também precisa ser interpretado, pois as suas cláusu-
las podem não ser muito claras. Dessa forma, a parte geral do Código Civil adota três impor-
tantes princípios para a interpretação dos negócios jurídicos:
• princípio da prevalência da intenção dos agentes;
• princípio da boa-fé;
• princípio da interpretação restritiva dos negócios benéficos.
Interpretar o negócio jurídico é, portanto, precisar o sentido e alcance do conteúdo da de-
claração de vontade. Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna, 
psicológica, mas a vontade objetiva, o conteúdo, as normas que nascem da sua declaração.
Vamos estudar o conceito de cada um deles.
4.1. prinCípio da prevalênCia da intenção dos agentes
Nos negócios escritos parte-se da declaração de vontade escrita para se chegar à vontade 
dos contratantes. Entretanto, quando uma determinada cláusula se mostra obscura e passível 
de dúvida, alegando um dos contratantes que não representa fielmente a vontade manifestada 
por ocasião da celebração do negócio, temos que a vontade prevalece sobre o sentido literal 
da linguagem, nos moldes do art. 112 do CC.
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que 
ao sentido literal da linguagem.
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4.2. prinCípio da boa-Fé
O art. 113 do CC ressalta que os intérpretes devem presumir que os contratantes procedem 
com lealdade e que tanto a proposta como a aceitação ocorreram dentro da regra da boa-fé. 
Tal artigo foi recentemente alterado pela Lei n. 13.874/2019:
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de 
sua celebração.
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que:
I – for confirmado pelo comportamento das partes posterior à celebração do negócio;
II – corresponder aos usos, costumes e práticas do mercado relativas ao tipo de negócio;
III – corresponder à boa-fé;
IV – for mais benéfico à parte que não redigiu o dispositivo, se identificável; e
V – corresponder a qual seria a razoável negociação das partes sobre a questão discutida, inferida 
das demais disposições do negócio e da racionalidade econômica das partes, consideradas as in-
formações disponíveis no momento de sua celebração.
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras de interpretação, de preenchimento de lacunas e 
de integração dos negócios jurídicos diversas daquelas previstas em lei.
4.3. interpretação restritiva dos negóCios benéFiCos
O art. 114 do CC trata dos negócios benéficos ou gratuitos, ou seja, quando apenas um dos 
contratantes assume obrigações. Um exemplo clássico é a doação que, por representar uma 
renúncia de direitos, deve ser interpretada estritamente.
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
Existem ainda outros artigos espalhados pelo Código Civil e pela Legislação Especial que 
estabelecem regras de interpretação, mas esses são os principais.
5. representação
Ocorre a representação quando uma pessoa celebra negócios jurídicos em nome de outra. 
A representação pode decorrer da lei (representação legal) ou da vontade do representado 
(representação voluntária ou convencional). Vide art. 115 do CC.
Art. 115. Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado.
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Como exemplo de representação legal, temos o art. 1634, VII do CC que trata da situação 
em que os pais devem representar os filhos.
Art. 1.634. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício 
do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos:
VII – representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 (dezesseis) anos, nos atos da vida civil, e 
assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento;
Como exemplo de representação voluntária, temos aquela pessoa que, por meio de uma 
procuração, outorga poderes para que outra a represente, conforme prevê o art. 653 do CC.
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, prati-
car atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
O exercício da manifestação de vontade pelo representante deve se limitar aos poderes a 
ele conferidos, segundo o art. 116 do CC, sob pena de anulabilidade, conferida pelo art. 119 do 
CC.
Art. 116. A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos 
em relação ao representado.
Art. 119. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o repre-
sentado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou.
Parágrafo único. É de cento e oitenta dias, a contar da conclusão do negócio ou da cessação da 
incapacidade, o prazo de decadência para pleitear-se a anulação prevista neste artigo.
Esta anulabilidade, no entanto, fica subordinada à circunstância de que o excesso de repre-
sentação deve ser do conhecimento do outro contratante, ou que, pelo menos, este deva ter 
conhecimento do excesso.
A proteção da boa-fé do terceiro contratante tem fundamento na teoria da aparência.
A teoria da aparência consiste na atribuição, pelo Direito, de valor jurídico a determinados 
atos, que em princípio não teriam validade, mas que devem ser considerados válidos para pro-
teger a boa fé e a condução habitual dos negócios.
Sendo assim, se A celebra um negócio com B (representante de C), mesmo que B extrapole 
os poderes outorgados por C, caso não seja exigível de A o conhecimento sobre o excesso 
praticado, o negócio será valido por conta da teoria da aparência.
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Art. 118. O representante é obrigado a provar às pessoas, com quem tratar em nome do represen-
tado, a sua qualidade e a extensão de seus poderes, sob pena de, não o fazendo, responder pelos 
atos que a estes excederem.
O art. 118 do CC atribui ao representante a responsabilidade pelos excessos praticados.
Art. 120. Os requisitos e os efeitos da representação legal são os estabelecidos nas normas respec-
tivas; os da representação voluntária são os da Parte Especial deste Código.
Ainda sobre a representação legal e a voluntária, o art. 120 do CC trata dos efeitos que cada 
uma produz.
EFEITOS DA REPRESENTAÇÃO
LEGAL são estabelecidos na própria lei.
VOLUNTÁRIA são estabelecidos por ocasião do contrato de mandato.
5.1. negóCio Consigo mesmo
Vejamos o art. 117 do CC:
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representan-
te, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio realizado 
por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.
Imagine que A, por meio de uma procuração, outorgue poderes para B lhe representar e, 
diante de tal situação, B venda para ele mesmo um imóvel de A. Esta hipótese configura que B 
celebrou um negócio consigo mesmo.
Como regra, o negócio celebrado consigo mesmo é anulável.
Dicler, tem como você me apontar uma exceção em que o negócio consigo mesmo é válido?
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Uma situação de validade do negócio consigo mesmo ocorre por meio do mandato em 
causa própria, segundo o art. 685 do CC.
Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula “em causa própria”, a sua revogação não terá eficácia, 
nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o mandatário dispensado de prestar 
contas, e podendo transferir para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as 
formalidades legais.
O mandato em causa própria é irrevogável, não se extingue pela morte das partes, o man-
datário (aquele que recebe os poderes) não precisa prestar contas e pode transferir os bens 
para si. Trata-se, portanto, de expressa autorização legal para a prática do chamado negócio 
consigo mesmo.
NEGÓCIO CELEBRADO CONSIGO MESMO
REGRA É anulável.
EXCEÇÃO
Quando houver permissão pela lei ou pelo representado.
Ex.: mandato em causa própria
6. elementos do negóCio JurídiCo
O negócio jurídico para existir e ser válido carece de quatro elementos essenciais. Os três 
apontados no art. 104 do CC (agente, objeto e forma) são elementos objetivos, ao passo que 
a vontade é um elemento subjetivo. A conjugação dos elementos objetivos com o elemento 
subjetivo atribui vida ao ato negocial.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.
Os elementos acidentais (condição, termo e encargo) não são necessários para um negó-
cio jurídico exista e seja válido, porém, podem subordinar a eficácia do negócio jurídico a uma 
determinada situação.
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Dessa forma, a tabela da página seguinte permite uma visão geral sobre os elementos do 
negócio jurídico. Preste muita atenção nesta tabela, pois ela sintetiza a essência da aula de hoje.
ELEMENTOS ESSENCIAIS
ELEMENTOS 
ACIDENTAIS
EXISTÊNCIA
VALIDADE EFICÁCIA
NULO ANULÁVEL VÁLIDO
AGENTE
Absolutamente 
incapaz.
Relativamente 
incapaz.
Plenamente 
capaz.
CONDIÇÃO
TERMO
ENCARGO
OBJETO
Ilícito, impossível e 
indeterminável.
------------- Lícito, possível, 
determinado ou 
determinável.
FORMA
Inobservância de 
lei.
------------- Prescrita ou não 
proibida por lei.
VONTADE
Simulação, coação 
física*.
Erro substancial, 
dolo essencial, 
coação moral, 
estado de perigo, 
lesão e fraude 
contra credores.
Livre, de boa-fé e 
consciente.
*Posição não pacífica na doutrina. Alguns autores defendem que a coação física irresistí-
vel acarreta a inexistência do negócio jurídico; outros dizem que ela provoca a nulidadeabso-
luta do ato negocial.
Dentre os elementos essenciais, são comuns a todos os negócios jurídicos a capacidade 
do agente, o objeto lícito possível e determinado, além da vontade (consentimento); ao passo 
que a forma do ato jurídico e a prova do ato negocial (estudada no fim da aula) são elementos 
essenciais particulares, pois podem variar de acordo com a natureza de cada negócio jurídico.
Segue tabela sobre os elementos do negócio jurídico:
ELEMENTOS ESSENCIAIS
COMUNS agente, objeto e vontade (consentimento).
PARTICULARES forma e prova do ato negocial.
ELEMENTOS ACIDENTAIS condição, termo e encargo.
Alguns autores ainda mencionam os elementos naturais que são as consequências ou 
efeitos que decorrem da própria natureza do negócio, sem necessidade de expressa menção. 
Normas supletivas já determinam essas consequências jurídicas, que podem ser afastadas 
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por estipulação contrária. Assim, por exemplo, a responsabilidade do alienante pelos vícios 
redibitórios (CC, art. 441) e pelos riscos da evicção (art. 447) bem como o lugar do pagamento, 
quando não convencionado (art. 327).
6.1. agente
O agente é o primeiro elemento objetivo e, para o negócio jurídico ser válido, a pessoa que o 
celebra deve ser plenamente capaz. Caso contrário o negócio jurídico pode ser nulo (nulidade 
absoluta) no caso de ser celebrado por pessoa absolutamente incapaz sem a devida repre-
sentação ou anulável (nulidade relativa) no caso de o agente ser relativamente capaz e não 
houver a devida assistência.
Entretanto, é interessante a citação do art. 180 do CC.
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, 
invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de 
obrigar-se, declarou-se maior.
O menor, entre dezesseis e dezoito anos não poderá invocar a proteção legal em favor 
de sua incapacidade para eximir-se da obrigação ou para anular um ato negocial que tenha 
praticado, sem a devida assistência, se agiu dolosamente, escondendo sua idade, quando in-
quirido pela outra parte, ou se espontaneamente se declarou maior. Conclui-se que, em tais 
circunstancias, o menor relativamente incapaz não pode alegar sua menoridade para escapar 
da obrigação contraída.
Sobre a incapacidade de um dos agentes que celebram o negócio jurídico também vale 
citarmos o art. 105 do CC:
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Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício 
próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do 
direito ou da obrigação comum.
Por ser a incapacidade relativa uma exceção (defesa) pessoal, ela somente poderá ser for-
mulada pelo próprio incapaz ou pelo seu representante. Como a anulabilidade do ato negocial 
praticado por relativamente incapaz é um benefício legal para a defesa de seu patrimônio con-
tra abusos de outrem, apenas o próprio incapaz ou seu representante legal o deverá invocar.
Entretanto, se o objeto do direito ou da obrigação comum for indivisível, em decorrência da 
impossibilidade de separar o interesse dos contratantes, a incapacidade de um deles poderá 
tornar anulável o ato negocial praticado, mesmo que invocada pelo agente capaz, aproveitando 
aos cointeressados capazes, que porventura houver. Logo, nesta hipótese, o capaz que veio a 
contratar com relativamente incapaz estará autorizado legalmente a invocar em seu favor a in-
capacidade relativa deste, desde que indivisível a prestação, objeto do direito ou da obrigação 
comum.
Vamos visualizar a explicação acima, vejamos as duas hipóteses.
Hipótese 1: objeto divisível.
Hipótese 2: objeto indivisível.
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O cointeressado capaz (B) poderá se beneficiar da possibilidade de anular o negócio jurídi-
co se o objeto for indivisível. Nessa hipótese não tem como dividir o objeto em duas partes e 
anular apenas parte do negócio. Ou anula tudo ou não anula nada.
6.2. obJeto
No que se refere ao objeto, para o negócio jurídico ser válido, o objeto deve ser lícito (de 
acordo com a lei, moral, ordem pública e bons costumes – ex.: é vedado o contrato de herança 
de pessoa viva pelo art. 426 do CC); deve ser possível (ex.: não pode ser objeto de contrato 
uma viagem para júpiter); e determinado (individualizado) ou, ao menos, determinável – pas-
sível de individualização em um momento futuro (ex.: não se pode comprar um animal sem 
especificar a espécie). Caso contrário, o negócio jurídico será nulo.
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Além disso, é interessante observarmos o art. 106 do CC.
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se ces-
sar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
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Concluímos que dois pontos merecem destaque:
• se a impossibilidade do objeto for relativa, isto é, se a prestação puder ser realizada por 
outrem, embora não o seja pelo devedor, não ocorre a invalidade do negócio jurídico; e
• se o negócio jurídico contendo objeto impossível, tiver sua eficácia subordinada a um 
evento futuro e incerto, e aquela impossibilidade cessar antes de realizada aquela con-
dição válida será a avença.
6.3. Forma
A forma é o meio de exteriorização da vontade. Quando observada quanto à disponibilida-
de e considerando o conjunto de exigências e permissões legais que a envolves, a forma pode 
ser...
Forma livre ou geral: é a regra adotada pelo art. 107 do CC. Em regra os negócios jurídicos 
são informais, podendo os agentes adotar a forma que bem lhes aprouver (princípio da libera-
lidade das formas).
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir.
Forma especial ou solene: é aquela que, por lei, não pode ser preterida por outra; logica-
mente, como já foi dito, não constitui a regra. Pode se apresentar sob três tipos.
Forma especial ou solene única: neste tipo a lei prevê uma formalidade essencial e não 
admite qualquer outra configuração, como é o casodos arts. 108, 1.227, 1.245 e 1.653, do CC. 
No art. 108 do CC, temos que, salvo disposição legal em contrário, os negócios jurídicos que 
versem sobre bens imóveis e superem o valor de 30 salários mínimos devem ser realizados 
sobre a forma de escritura pública.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios 
jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre 
imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
Nos arts. 1.227 e 1.245 do CC, temos a base legal para o brocado: “quem não registra não 
é dono”, que se refere aos bens imóveis.
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Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só 
se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 
1.247), salvo os casos expressos neste Código.
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Re-
gistro de Imóveis.
§ 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do 
imóvel.
§ 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e 
o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
No art. 1.653 do CC, percebemos que o pacto antenupcial, documento que define o regime 
de bens de um casamento, deve ser celebrado sob a forma de escritura pública.
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe 
seguir o casamento.
Forma plural: as vezes a lei faculta a prática do ato negocial mediante duas ou mais formas 
prescritas, como na instituição do bem de família e na instituição de uma fundação que podem 
ser por escritura pública ou testamento (arts. 62 e 1.711 do CC).
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação 
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de 
administrá-la.
Art. 1.711. Podem os cônjuges, ou a entidade familiar, mediante escritura pública ou testamento, 
destinar parte de seu patrimônio para instituir bem de família, desde que não ultrapasse um terço do 
patrimônio líquido existente ao tempo da instituição, mantidas as regras sobre a impenhorabilidade 
do imóvel residencial estabelecida em lei especial.
Forma genérica: segundo a professora Maria Helena Diniz, tal forma “implica uma soleni-
dade mais geral, imposta pela norma jurídica”. Caracteriza-se por um conjunto de elementos 
escritos tal como ocorre no contrato de empreitada (art. 619 do CC). Para exigir aumento no 
preço, motivado por mudança nas especificações da obra, o empreiteiro deverá comprovar o 
alegado mediante documentação das instruções recebidas do contratante.
Art. 619. Salvo estipulação em contrário, o empreiteiro que se incumbir de executar uma obra, se-
gundo plano aceito por quem a encomendou, não terá direito a exigir acréscimo no preço, ainda que 
sejam introduzidas modificações no projeto, a não ser que estas resultem de instruções escritas do 
dono da obra.
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Forma contratual: é a que resulta da convenção das partes. Como exemplo, o art. 109 
do CC faz entender que o negócio jurídico de forma livre pode ser transformado em solene 
pelas partes.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este 
é da substância do ato.
Graficamente temos o seguinte:
6.4. vontade
A forma de manifestação da vontade pode ser expressa, tácita ou presumida.
Será expressa quando se realizar por meio da palavra, falada ou escrita, e de gestos, sinais 
ou mímicas, de modo explícito, possibilitando o conhecimento imediato da intenção do agente.
É tácita a declaração da vontade que se revela pelo comportamento do agente. Temos 
como exemplo os casos de aceitação da herança, que se inferem da prática de atos próprios 
da qualidade de herdeiro (art. 1.805), e da aquisição de propriedade móvel pela ocupação (art. 
1.263). Entretanto, nos contratos, a manifestação da vontade só pode ser tácita quando a lei 
não exigir que seja expressa.
Presumida é a declaração não realizada expressamente, mas que a lei deduz de certos 
comportamentos do agente. Assim acontece, por exemplo, com as presunções de pagamento 
previstas nos arts. 322, 323 e 324 do Código Civil, de aceitação da herança quando o doador 
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fixar prazo ao donatário para declarar se aceita ou não a liberalidade e este se omitir (art. 539) 
e de aceitação da herança quando o herdeiro for notificado a se pronunciar sobre ela em prazo 
não maior de trinta dias e não o fizer (art. 1.807).
Sobre as espécies de declarações de vontade, elas podem ser receptícias, não receptícias, 
diretas e indiretas.
Declaração receptícia da vontade é a que se dirige a pessoa determinada, com o escopo de 
levar ao seu conhecimento a intenção do declarante, sob pena de ineficácia. É o que acontece 
na proposta de contrato, que deve chegar ao conhecimento do oblato (aceitante) para que sur-
ja o acordo de vontades e se concretize o negócio jurídico (arts. 427 e 428 do CC). Em geral, as 
declarações de vontade são receptícias, por se dirigirem a uma outra pessoa, que dela deve ter 
ciência do ato, para produzirem efeitos.
Declaração não receptícia é a que se efetiva com a manifestação do agente, não se diri-
gindo a destinatário especial. Produz efeitos independentemente da recepção e de qualquer 
declaração de outra pessoa. Assim ocorre, por exemplo, com a promessa de recompensa, a 
aceitação de letra de câmbio e a revogação de testamento.
Declaração direta é a feita sem a intermediação de qualquer pessoa.
Declaração indireta é aquela em que o declarante se utiliza de outras pessoas (como o 
representante) ou meios (como cartas e telegramas) para que a declaração chegue ao des-
tinatário.
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Sobre o tema, também merece destaque o art. 111 do CC que possibilita a manifestação 
de vontade por meio do silêncio.
Art. 111. Osilêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for 
necessária a declaração de vontade expressa.
Em regra, não se aplica ao direito o provérbio “quem cala, consente”. Normalmente, o silên-
cio nada significa, por constituir total ausência de manifestação de vontade e, como tal, não 
produzir efeitos. Todavia, excepcionalmente, em determinadas circunstâncias, o silêncio pode 
ter um significado relevante e produzir efeitos jurídicos.
Como exemplo, temos a aceitação da doação no art. 539 do CC:
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde 
que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a 
doação não for sujeita a encargo.
A seguir, trataremos dos elementos acidentais do negócio jurídico: a condição, o termo e o 
encargo ou modo.
6.5. Condição
A condição é uma cláusula que subordina a eficácia do negócio jurídico a evento futuro 
e incerto. Dessa forma, para que se configure o negócio condicional são necessários dois 
requisitos: a futuridade e a incerteza. Ou seja, não se considera condição o fato passado ou 
presente, mas somente o futuro. Como exemplo, temos a promessa de R$ 100.000,00 de uma 
pessoa a outra, caso o Flamengo seja campeão do Campeonato Brasileiro de 2025. O negócio 
em questão é futuro (só saberemos o campeão em dezembro de 2025) e incerto (pode ser 
campeão ou não), por isso, configura-se uma condição.
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Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, 
subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Além disso, a condição deve surgir com a vontade das partes, não sendo possível uma 
condição imposta por lei.
Existem diversas classificações para as condições.
I – Quanto ao modo de atuação, as condições podem ser: suspensivas ou resolutivas.
Condição suspensiva: as partes protelam, temporariamente, a eficácia do ato negocial até 
a realização do evento futuro e incerto.
Ex.: te dou um carro se você ganhar o jogo de futebol.
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se 
não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.
Exemplos de condições suspensivas:
• comprarei seu quadro se ele for aceito numa exposição internacional;
• adquirirei o cavalo “Fogo Branco” se ele vencer a corrida no Grande Prêmio promovido, 
daqui a três meses, pelo Jockey Club de São Paulo; e
• doarei meu apartamento se você casar.
Condição resolutiva: a ocorrência do evento futuro e incerto resolve (extingue) o direito 
transferido pelo negócio jurídico.
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Exemplo: te dou uma “mesada” enquanto você estudar.
Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, 
podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.
Exemplos de condições resolutivas:
• constituo uma renda em seu favor, enquanto você estudar;
• cedo-lhe esta casa, para que nela resida, enquanto for solteiro; e
• compro-lhe esta fazenda, sob a condição do contrato se resolver se gear nos próximos 
três anos.
Classificação das condições quanto ao modo de atuação
SUSPENSIVA RESOLUTIVA
Enquanto esta se não verificar, não se terá 
adquirido o direito, a que ele visa.
Enquanto esta se não realizar, vigorará o negó-
cio jurídico.
II – Quanto à participação da vontade dos sujeitos, as condições podem ser: causais, po-
testativas, mistas e promíscuas.
Condições causais: são as que dependem do acaso, de um acontecimento fortuito ou de 
força maior, ou seja, de um fato alheio à vontade das partes.
Exemplo: dar-te-ei uma joia se chover amanhã.
Condições potestativas: são as que decorrem da vontade de uma das partes.
Puramente potestativas: são as que se sujeitam ao puro arbítrio de uma das partes, 
valendo dizer que a sua ocorrência depende exclusivamente da vontade da pessoa, in-
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dependentemente de qualquer fator externo. Nos termos do art. 122, 2a parte, do CC, tais 
condições são ilícitas.
Exemplo: dar-te-ei determinada quantia em dinheiro o dia em que eu vestir meu terno cinza.
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons 
costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, 
ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes.
Exemplos de condições puramente potestativas:
• constituição de uma renda em seu favor se você vestir tal roupa amanhã; e
• aposição de cláusula que, em contrato de mútuo, dê ao credor poder unilateral de provo-
car o vencimento antecipado da dívida, diante de simples circunstância de romper-se o 
vínculo empregatício entre as partes.
Simplesmente potestativas: são as que se sujeitam à vontade de uma das partes conjuga-
da com fatores externos que escapam ao seu controle. Ou seja, além do arbítrio, exige-se uma 
atuação especial do sujeito.
Exemplo: dar-te-ei dois mil reais no dia que eu conseguir viajar para a Europa. Para tal viagem 
se realizar depende de tempo e dinheiro, não ficando, então, a condição sujeita ao arbítrio 
exclusivo de uma pessoa.
Exemplos de condições simplesmente potestativas citados pela Profa. Maria Helena Diniz:
• doação a um cantor de ópera, condicionada ao fato de desempenhar bem um determi-
nado papel; e
• comodato (empréstimo) de casa a alguém se for até Paris para inscrever-se num con-
curso de artes plásticas.
Condições mistas: são as que dependem, simultaneamente, da vontade de uma das partes 
e da vontade de um terceiro.
Exemplo: dar-te-ei dois mil reais se casares com Maria.
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Exemplo de condição mista citado pela professora Maria Helena Diniz: Dar-lhe-ei este aparta-
mento se você casar com Paulo antes de sua formatura, ou se constituir sociedade com João.
Condições promíscuas: é a que se caracteriza no momento inicial como potestativa, vindo 
a perder tal característica por fato superveniente alheio à vontade do agente, que venha a difi-
cultar sua realização.
Exemplo: dar-lhe-ei doismil reais se você, campeão de futebol, jogar no próximo torneio.
A condição em questão passará a ser promíscua se o jogador vier a machucar a perna.
III – Quanto à possibilidade as condições podem ser possíveis e impossíveis. Além disso, 
subdividem-se em fisicamente ou juridicamente possíveis ou impossíveis.
Condições fisicamente impossíveis: são as que contrariam as leis da natureza.
Exemplo: colocar toda a água do oceano em um copo.
Condições juridicamente impossíveis: são a que contrariam a ordem legal.
Exemplo: negócio jurídico que tenha por objeto herança de pessoa viva (ver art. 426 do CC).
Condições fisicamente possíveis: são as que não contrariam as leis da natureza.
Condições juridicamente possíveis: são a que não contrariam a lei, a ordem pública ou os 
bons costumes.
É interessante fazer uma observação sobre as condições impossíveis com base nos art. 
123, I e 124 do CC.
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I – as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer 
coisa impossível.
Dependendo do tipo de condição impossível temos efeitos distintos para o negócio ju-
rídico:
• Condição impossível suspensiva: invalida o negócio jurídico (nulidade absoluta), pois o 
evento futuro e incerto nunca vai ocorrer e o negócio nunca vai produzir efeitos;
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Exemplo: vou te dar uma “mesada” quando o Congresso Nacional (CN) suprimir da Constitui-
ção Federal (CF) o direito à vida.
• Condição impossível resolutiva: considera-se inexistente a condição, pois ela nunca vai 
ocorrer e, consequentemente, o negócio continuará produzindo efeitos.
Exemplo: vou te dar uma “mesada”, mas a cancelarei se o Congresso Nacional (CN) suprimir 
da Constituição Federal (CF) o direito à vida.
Como o direito à vida é uma cláusula pétrea nunca haverá tal supressão.
CONDIÇÃO IMPOSSÍVEL
SUSPENSIVA  Invalida o negócio jurídico
RESOLUTIVA  Considera-se inexistente a condição
IV – Quanto à licitude, as condições podem ser: lícitas e ilícitas.
• Condições lícitas: quando o evento que a constitui não for contrário à lei, à ordem públi-
ca, à moral e aos bons costumes;
• Condições ilícitas: são aquelas condenadas pela norma jurídica, pela moral e pelos nos 
costumes.
Exemplos de condições ilícitas:
• prometer uma recompensa sob a condição de alguém viver em concubinato impuro;
• entregar-se à prostituição;
• furtar certo bem;
• dispensar, se casado, os deveres de coabitação e fidelidade mútua; e
• não se casar.
RESUMO SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES
I – Quanto ao modo de atuação: suspensivas ou resolutivas.
II – Quanto à participação da vontade dos sujeitos: causais, potestativas, mistas e promíscuas.
III – Quanto à possibilidade: possíveis ou impossíveis (física ou juridicamente).
IV – Quanto à licitude: lícitas e ilícitas.
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6.6. termo
O termo representa o dia em começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. Quando 
convencionado no contrato, o termo subordina o efeito do negócio jurídico a um evento futuro e 
certo. Ou seja, corresponde a uma data certa para iniciar ou terminar a eficácia do ato negocial.
CONDIÇÃO: evento futuro e incerto;
TERMO: evento futuro e certo.
O termo pode ser:
Inicial (dies a quo) ou suspensivo: fixa o momento em que a eficácia do negócio jurídico 
deve iniciar, retardando o exercício do direito.
Exemplo: um contrato de locação celebrado no dia 20 de um mês para ter vigência no dia 1º 
do mês seguinte.
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.
Final (dies ad quem ou ad diem) ou resolutivo: determina a data da cessação dos efeitos 
do ato negocial, extinguindo as obrigações dele oriundas.
Exemplo: o contrato de locação se encerra no dia 31 de dezembro do ano que vem.
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Certo: se refere a um evento futuro e certo de ocorrer em data certa do calendário (dia, mês 
e ano), ou quando fixa certo lapso de tempo.
Exemplo: data certa – 15 de dezembro de 2020; lapso de tempo – daqui a 6 meses.
Incerto: quando se refere a um acontecimento futuro e certo de ocorrer, que ocorrerá em 
data incerta.
Exemplo: um imóvel passa a ser de outrem a partir da morte de seu proprietário.
A morte é um evento certo (todos irão morrer um dia) que acontecerá em uma data incerta.
O art. 132 do CC estabelece a forma de contagem dos prazos:
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o 
dia do começo, e incluído o do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia 
útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se 
faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
É importante saber que alguns negócios não admitem termo, tais como:
• a aceitação ou a renúncia da herança (CC, art. 1.808);
• a adoção (art. 1.626);
• a emancipação;
• o casamento;
• o reconhecimento de filho (art. 1.613) e outros.
Por fim, também devemos saber as semelhanças e diferenças entre termo e condição sus-
pensiva.
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6.7. enCargo
O encargo, também chamado de modo, é uma cláusula imposta nos negócios gratuitos, 
que restringe a vantagem do beneficiado. Como exemplo, temos a doação de um terreno a de-
terminada pessoa para lá ser construído um asilo. Trata-se de uma cláusula acessória aos atos 
que possuem caráter de liberalidade (doações e testamentos) pelo qual se impõe um ônus ou 
obrigação ao beneficiário. È admitido também em declarações unilaterais de vontade tal como 
uma promessa de recompensa.
Pelo art. 553 do CC, concluímos que:
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doa-
dor, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua exe-
cução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.Se um encargo decorrente de uma doação for de interesse geral, a exigência de seu cum-
primento pode ter como origem o Ministério Público na hipótese de o doador já haver morrido 
e ainda não ter feito tal exigência.
Dispõe o art. 136 do CC que:
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Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressa-
mente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.
Dessa forma, a partir do momento em que for aberta a sucessão, o domínio e a posse dos 
bens transmitem-se imediatamente aos herdeiros nomeados, com a obrigação de cumprir o 
encargo a eles imposto. Se esse encargo não for cumprido, a liberalidade poderá ser revoga-
da. Ou seja, se uma pessoa recebe um terreno como herança, com o encargo de construir um 
asilo em tal terreno, a propriedade do terreno é adquirida antes da construção do asilo, pois o 
encargo (construção do asilo) não suspende a aquisição do direito (propriedade do terreno).
Outro dispositivo que merece uma análise é o art. 137 do CC.
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo de-
terminante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
A regra é que o encargo ilícito ou impossível seja considerado não escrito, sendo mantida a 
validade do negócio jurídico. Porém, se o encargo ilícito ou impossível for a razão determinante 
da liberalidade (motivo principal do negócio), o ato negocial será invalidado. Ou seja, deve-se 
analisar no caso concerto se o encargo é o motivo principal ou secundário do negócio jurídi-
co. Caso seja principal ocorre invalidade, caso seja secundário, mantém-se a validade do ato 
negocial.
Diferenças entre o encargo e a condição suspensiva:
CONDIÇÃO TERMO ENCARGO
Subordina o efeito do negócio 
jurídico a evento futuro e incerto.
Subordina a eficácia do negócio 
a evento futuro e certo.
Constitui cláusula acessória 
às liberalidades. Impõe uma 
obrigação ao beneficiário.
É imposta com o emprego das 
partículas “se”, “enquanto”, “com 
a condição de não”.
Identifica-se pelas expressões 
“quando”, “a partir de”, “até tal 
data” etc.
É imposto com as expressões 
“para que”, “com a obrigação 
de” etc.
Suspensiva: impede que o ato 
produza efeitos
Resolutiva: resolve o direito 
trans ferido pelo negócio.
Inicial: suspende o exercício, 
mas não a aquisição do direito
Final: resolve os efeitos do negó-
cio jurídico.
Não suspende a aquisição 
nem o exercício do direito. Se 
não for cumprido, a liberali-
dade poderá ser revogada.
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6.8. reserva mental
A reserva mental representa a emissão de uma declaração de vontade não desejada em 
seu conteúdo, tampouco em seu resultado, pois o declarante tem por único objetivo enganar 
o declaratário. Trata-se de um inadimplemento premeditado. O assunto é tratado no art. 110 
do CC.
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de 
não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
De acordo com o dispositivo legal em questão, duas situações podem ocorrer:
• Reserva mental lícita: é a reserva mental desconhecida pelo destinatário, onde o ato 
negocial subsistirá e o contratante deverá cumprir a obrigação assumida; e
• Reserva mental ilícita: é a reserva mental conhecida pelo destinatário, ou seja, o destina-
tário sabe do inadimplemento premeditado por parte do contratante. Neste caso ocorre 
a invalidade do negócio jurídico.
Conclui-se que o conhecimento ou não da reserva mental importa diferentes consequên-
cias jurídicas.
RESERVA MENTAL
DESCONHECIDA PELA OUTRA PARTE
(LÍCITA)
O ato negocial subsistirá e será válido.
CONHECIDA PELA OUTRA PARTE
(ILÍCITA)
O ato negocial será inválido (nulidade absoluta).
Como exemplo de reserva mental temos aquela pessoa que promete uma quantia para ou-
tra que ameaçava pular de uma ponte por estar passando dificuldades financeiras. Entretanto 
a intenção era apenas salvar a vida e não emprestar o dinheiro.
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7. deFeitos e invalidade do negóCio JurídiCo
Os defeitos do negócio jurídico atingem a sua vontade ou geram uma repercussão social, 
tomando o negócio passível de ação anulatória ou declaratória de nulidade pelo prejudicado 
ou interessado.
Dessa forma, os defeitos do negócio jurídico são imperfeições oriundas da declaração de 
vontade das partes acarretando os vícios de consentimento do agente. Entretanto, há casos 
em que se tem uma vontade funcionando normalmente, havendo até mesmo correspondência 
entre a vontade interna e sua manifestação, porém, ela se desvia da lei ou da boa-fé, violando 
direitos ou prejudicando terceiros, sendo, dessa forma, o negócio jurídico suscetível de invali-
dação. Trata-se dos vícios sociais.
7.1. erro ou ignorânCia
O erro ou ignorância é a noção falsa acerca de um objeto ou de determinada pessoa. Ocor-
re o erro quando o agente se engana sobre alguma coisa. Como exemplo, temos a pessoa que 
compra um relógio dourado, supondo que é de ouro. Para acarretar a anulação do negócio 
jurídico, o erro deve ser substancial.
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Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro 
substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias 
do negócio.
Temos dois grandes tipos de erros. O erro substancial é aquele de tal importância que, 
se fosse conhecida a verdade, o consentimento não se externaria. Ou seja, funciona como 
razão determinante para a realização do negócio jurídico e, por isso, é causa de anulabilidade. 
Diferente é o erro acidental, onde se fosse conhecida a verdade, ainda assim o ato negocial 
se realizaria, embora de maneira menos onerosa. O erro acidental não provoca a anulação do 
negócio jurídico.
Veja o esquema a seguir:
Art. 139. O erro é substancial quando:
I – interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades 
a ele essenciais;
II – concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de 
vontade, desde que tenha influído

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