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Abdômen · Anatomia 1. Hipocôndrio direito - Conteúdo: fígado, vesícula biliar, rim direito, sobrerrenal direita - Doença hepática, biliar ou pancreática 2. Epigástrio - Conteúdo: fígado, estomago, cólon transverso, omento, pâncreas, duodeno, rins, suprarrenais, aorta, linfonodos - Doença gástrica, pancreatite, pirose 3. Hipocôndrio esquerdo - Conteúdo: fígado, estomago, baço, cauda do pâncreas, rim esquerdo, suprarrenal esquerda - Alteração no baço, úlcera estomacal, duodenal, pancreatite 4. Flanco direito - Conteúdo: cólon ascendente, intestino delgado, rim direito - Se for posterior = rim 5. Mesogastro - Conteúdo: estomago, duodeno, cólon transverso, omento, intestino delgado, rins, aorta, linfonodos - Pancreatite, apendicite, peritonite, hernia umbilical 6. Flanco esquerdo - Conteúdo: cólon descendente, intestino delgado, rim esquerdo - Cálculos renais, doença diverticular 7. Fossa ilíaca direita - Conteúdo: ceco, apêndice, linfonodos - Apendicite, hérnia inguinal ileíte, gravidez ectópica, rompimento de tuba ovariana 8. Hipogástrio - Conteúdo: intestino delgado, sigmoide, bexiga - Infecção urinaria, apendicite, doença diverticular 9. Fossa ilíaca esquerda - Conteúdo: sigmoide e linfonodos - Hérnia inguinal, doença diverticular, câncer de cólon ou reto · Exame físico 1. Inspeção - Alterações comuns: cicatrizes, estrias, pelos pubianos distribuídos de forma anormal, anomalias de cicatriz umbilical e circulação colateral a) Estática · Biotipo: Longilíneo, Normolíneo ou Brevilíneo → analisar pelo ângulo de Charpy · Tipo de abdômen - Escavado - Pendular: com o paciente de pé as vísceras caem para região pélvica - Avental: O acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal, cai como um avental sobre pelve do paciente - Globoso - Ventre de batráquio: diâmetro transversal é maior que o antero posterior · Cicatrizes · Sinal de Cullen: Hemorragia periumbilical - Pancreatite aguda hemorrágica · Sinal de Grey-Turner: Hemorragia nos flancos - Pancreatite aguda hemorrágica · Sinal de Fox: Hemorragia retroperitoneal que vai para a base do pênis b) Dinâmica · Manobra de Valsava: Verificar presença de hérnias pedindo para que o paciente oclua a boca com a mão e sopre ou que ele tussa 2. Ausculta - Ruídos hidroaéreos - Pode detectar-se sopros sistólicos em caso de aneurisma, fistulas arteriovenosas ou compressões arteriais - Aumentada, reduzida ou metálica (obstrução) 3. Percussão - Começar longe do local que o paciente tem dor e deixar essa região para o final · Hepatimetria: 6 a 12cm na linha hemiclavicular · Som timpânico em todos os quatro quadrantes e som maciço no hipocôndrio direito · Sinal de Torres-Homem: Dor quando percute o fígado → abcesso hepático · Sinal de Jobert: Som timpânico na região do hipocôndrio direito → era para ser encontrada macicez hepática - Característico de pneumoperitônio = perfuração de algum órgão oco · Espaço de Traube - Normal = som timpânico = Traube livre - Espaço semilunar do 6º ao 11º EI - Limites: grandeado costal, baço, pâncreas, cólon, rim e estômago - Som maciço = Traube ocupado = característico de esplenomegalia, aumento do lobo esquerdo hepático ou derrame pleural esquerdo 4. Palpação - Deve ser realizada com o paciente em decúbito dorsal com a cabeça repousada e as pernas não fletidas - Se o paciente tiver dor em algum local, esse deve ser o último a ser palpado - Estômago não é palpável em condições normais - Baço é incomum de ser palpável - Cólon sigmoide é palpável em todos os pacientes a) Superficial - Avalia tensão da parede abdominal, alterações da pele e tecido subcutâneo, sensibilidade, temperatura e continuidade da parede abdominal - Reconhecimento de diástases, hérnias, cicatrizes · Pesquisa de linfonodos à distância - Linfonodo supraclavicular = Virchow - Linfonodo axilar = Irish - Linfonodo periumbilical = Irmã Maria José b) Profunda - Investigação dos órgãos contidos na cavidade abdominal - Borda inferior do fígado, piloro, ceco, cólon transverso e sigmoide · Técnica de Mathieu: Mãos em garra na borda inferior do fígado · Posição de Schuster: Paciente de decúbito lateral direito para palpar o baço → normal = não ser palpável · Condições patológicas de palpação - Bexiga vazia, apêndice cecal, vesícula biliar, ângulos ou flexuras do cólon esquerdo ou direito, ID, baço c) Manobras especiais · Sinal de Blumberg - Dor à descompressão brusca feita no ponto de Mc Burney → terça parte mais distal da linha traçada entre a cicatriz umbilical e a crista ilíaca direita - Apertar devagar e soltar rápido - Apendicite · Sinal de Lapinsky: Levanta-se a perna do paciente e faz compressão do ceco contra a parede posterior do abdome - Apendicite · Sinal de Murphy: Dor súbita à palpação da vesícula faz o paciente suspender a inspiração - Pede-se para o paciente expirar profundamente → vesícula vai para frente → deve-se entrar com o dedo profundamente abaixo do rebordo costal na linha hemiclavicular direita - Colicistite · Sinal de psoas: Paciente em decúbito lateral, puxa-se a perna dele para trás e ele tem dor - Apendicite · Sinal do obturador: Eleva-se o membro inferior do paciente fazendo a rotação interna do joelho e não do pé - Apendicite · Sinal de Rovsing: Aperta-se a FIE do paciente para deslocar-se os gases distendendo o apêndice e causando dor - Apendicite · Sinal de Courvoisier Terrier: Vesícula palpável e indolor - Pensa-se em neoplasia de cabeça de pâncreas se icterícia · Sinal de Lemos Torres: Abaulamento intercostal localizado nas bases pulmonares durante expiração - Derrame na cavidade pleural - Uma mão posterior ao flanco e a outra por cima na borda inferior do fígado · Sinal de Murphy: Dor no hipocôndrio direito Paciente não consegue inspirar profundamente pois dói o - Colicistite · Punho percussão de Murphy: “soquinho” - Cálculo ou pielonefrite · Sinal de Giordano: Percussão com a mão lateralizada - Cálculo ou pielonefrite · Esôfago - Tubo elástico de 20 a 25cm - Situado posterior à traqueia → não se consegue fazer exame clínico - As patologias de esôfago são baseadas na anamnese e em exames complementares · Função principal: transporte por peristalse→ conduz o alimento · Primária: início da deglutição · Secundária: tentativa adicional de esvaziamento que ocorre no terço inferior · Terciária: ondas não coordenadas → podem ser patológicas · Anatomia · Compressões - Superior: arco aórtico - Inferior: brônquio esquerdo · Musculatura - Estriada no terço superior (6cm) → voluntária = deglutição - Lisa nos 2 terços inferiores até a junção esofagogástrica → involuntária · Túnica adventícia - Não têm túnica serosa - TC frouxo → suturas não são eficazes · Drenagem venosa - Sistema porta (distal) - 70 a 75% do fígado é drenado pela veia porta e o resto pela artéria hepática · Anamnese: 1ª Hipótese é IAM → dor retroesternal, acompanhada de sudorese, calafrios → pedir ECG, enzimas cardíacas · Disfagia - Dificuldade ao deglutir · Causas a) Mecânicas: obstrução ou estenose → pensar em tumor se a dificuldade aumenta progressivamente (sólidos → líquidos) b) Neurológicas: dificuldade súbita para líquidos → Ex: Miastenia Gravis e doença de Chagas (megaesôfago) → perde a inervação esofágica a) Alta/Transferência/Orofaríngea - Dificuldade de passar o alimento da orofaringe para o esôfago = sensação de engasgo → pode ser aspirado causando uma pneumonite ou pneumonia b) Baixa/Esofagiana/Transporte - Dificuldade de passar o alimento do esôfago para o estômago = sensação de comida entalada c) Pseudodisfagia: Alimentou-se rapidamente ou se deitou logo após a refeição d) Globus hystericus: Sensação de “sobe e desce” que normalmente é aliviada pela alimentação · Odinofagia - Dor de forma variável: queimação, espasmódica, em punhalada, construtiva - Geralmente está associada a disfagia - Monilíase, esofagite, herpes · Pirose - Região retroesternal → pode ser ascendente ou descendente - Geralmente em crise, piora após alimentação, especialmente com determinados alimentos(café, álcool, chocolate, fritura, chimarrão, frutas cítricas) - Pode ser predisposto pela posição em decúbito ou pela gravidade - Constante: se pensa em patologias → Ex: hipotonia do esfíncter esofagiano inferior, hérnia de hiato, hipersecreção gástrica, hipomotilidade gástrica · Regurgitação - Retorno do alimento ou secreção para a cavidade oral · Causas: a) Mecânica: obstrução por estenose, neoplasia, divertículo, obstrução b) Motora: megaesôfago chagásico, acalásia, espasmo difuso→ perda de estruturas nervosas para conduzir o plexo nervoso de Meissner não permite a condução do alimento e este fica parado · Pituíta: regurgitação de líquido com pequena monta que ocorre pela manhã · Eructação: Pode ocorrer quando o paciente engole muito ar e ansiedade importante · Sialorreia: obstrução do esôfago faz com que o paciente não consiga engolir a saliva e acabe babando · Hematêmese: rompimento de varizes esofagianas · Soluços · Acalásia - Acúmulo de alimentos no esôfago inferior - Acomete pacientes de 25 a 60 anos - Prevalência igual para ambos os sexos - Disfagia inicial para líquidos - Perda de peso, regurgitação, dor torácica e pirose · Exame padrão-ouro: manometria · Tratamento: - Nitrato, bloqueador de canal de cálcio, botox (sintomas voltam em 2 meses) - Cardiomiotomia a Heller, balão esofagiano (50% de chance de recorrência) e esofagectomia (em caso de megaesôfago) · Hérnia de hiato - Pode causar DRGE quando mais intenso - Pirose, dor torácica, disfagia, odinofagia, eructação, pode haver regurgitação, piora após a alimentação e em decúbito C. Deslizamento: 95% dos casos → JEG entra no esôfago = refluxo gastroesofágico D. Paraesofagiana: JEG permanece no abdome e hérnia afastada da JEG - Diagnóstico por EDA quando há a linha zeta (separa mucosa esofagiana e gástrica) dmçsta > 2cm do hiato - Biópsia pode-se diagnosticar a inflamação da mucosa · Doença do refluxo gastroesofágico - Diminuição da resistência do epitélio mucoso esofágico e dilatação do espaço - Refluxo excessivo causa necrose da mucosa superficial, erosão e úlcera · Esôfago de Barret - Metaplasia glandular devido esofagite de refluxo · pHmetria: método de escolha para refluxo · Neoplasia: - Dor progride ao longo do tempo · Câncer de esôfago - Sintomas denotam doença em estágio avançado - Disfagia de caráter progressivo, perda de peso, astenia e odinofagia - EDA + biópsia = diagnóstico a) Adenocarcinoma (50-55%) - Mais comum - Obesidade aumenta mais as chances do que etilismo crônico b) Carcinoma epidermoide (40 a 45%) - Tabagismo e etilismo · Espasmo esofagiano (Quebra-nozes) - Dor torácica em cólicas, construtiva ou dilacerante, acompanhada de odinofagia que pode ser aliviada com uso de vasodilatadores, melhora com atividade física e antiácidos (IAM não melhora) e piora ao repouso · Síndrome de Boerhaave: - Ruptura esofagiana espontânea por aumento abrupto de pressão ao se forçar vômito/contração diafragmática (Valsava) · Síndrome de Mallory-Weiss - Laceração esofágica que pode ser causada por vômito · Exames complementares · Radiografia constratada - Motilidade, estenose, fístulas e perfurações - Não possibilita fechar diagnóstico → sugestiva · Manometria (pressão) - Megaesôfago chagásico - Acalásia: pressão aumentada devido ao não relaxamento do esfíncter esofagiano inferior · pHmetria - Exame padrão-ouro para diagnóstico de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) · Cintilografia - Visualiza o esvaziamento esofagiano · Endoscopia digestiva alta - Lesões de mucosa - Visualizar consequências do DRGE - Somente a biópsia pode fechar diagnóstico · Estômago · Anatomia - Dilatação sacular distensível do tubo digestivo - Divide-se em corpo, fundo, cárdia e antro - 2 esfíncteres: esfíncter esofagiano inferior e esfíncter pilórico - Drenagem venosa: sistema porta - Secreção gástrica: estímulos sensoriais, distensão gástrica e estímulos hormonais · Dor: - Epigástrica é comum → hipocôndrio direito - Medicar com inibidor de bomba de prótons → teste terapêutico de 4 a 8 semanas → se não melhore a dose é dobrada = ALERTA - Se não houver melhora de forma alguma atentar-se para possibilidade de câncer gástrico · Náuseas e vômito: Avaliar se há alimento diferido, sangue ou bile · Dispepsia - Desconforto epigástrico - Dispepsia funcional: dor por pelo menos 12 semanas nos últimos 12 meses, fezes e exames normais · Úlcera péptica - Paciente pode ter epigastralgia intensa que acorda o paciente pela noite = clocking a) Úlcera gástrica - Maior chance de neoplasia associada - 80 a 90% ocorrem devido à H. pylori - Redução da proteção alcalina - Dor ao se alimentar - Sintomas mais intenso b) Úlcera duodenal - Menor chance de neoplasia associada - 95 a 100% devido H. pylori - Elevação da secreção ácida - Dor 2/3h após alimentar-se · Gastrite a) Gastrite erosiva - Lesões erosivas, escavadas → gravidade de extensão variável - Risco: hemorragia digestiva alta - Causas: medicamento (AINE), álcool, hipotensão b) Gastrite não erosiva - Lesões de mucosa que causam inflamação - Associada ao H. pylori c) Gastrite específica - Associada à outras doenças de base → Ex: tuberculose, sífilis, doença de Crohn · Câncer gástrico - Homens > 40 anos → incidência aumenta com a idade - 90% adenocarcinoma - Sintomas atípicos - Diagnóstico por EDA + biópsia - Fatores de risco: H. pylori, etilismo, pólipos, história familiar de câncer gástrico, alimentos ricos em conservantes · Exame físico: - Pouco a se investigar · Inspeção: Se há peristalse visível · Percussão: Espaço de Traube livre (som timpânico) · Palpação - Descompressão brusca negativa - Sinal de Blumberg negativo · Intestino delgado · Anamnese - Artralgia intestinal intensa e reflexa, sopro no coração (trombo causando dor?) fissura anal, fístulas pélvicas → ver o que está acontecendo - Recém-nascido: defeito congênito - Idosos e cardiopatas: isquemia mesentérica · Diarreia - Aumento do teor líquido das fezes ou aumento do número de evacuações - Volumosas e de menor frequência - Aspecto mais claro, branco, espumoso - Caráter explosivo com gases em grande quantidade - Alimento parcialmente digerido e presença de gordura a) Osmótica: Lúmen intestinal puxa mais líquido → Ex: intolerância à lactose b) Secretória: Enterócitos secretam líquido ao invés de absorvê-lo → Ex: cólera c) Exsudativa: Inflamação que pode ter muco, pus ou sangue → Ex: E. coli enterohemorrágica d) Motora: Intestino funciona muito rápido não conseguindo ter tempo de absorver o líquido → Ex: hipertireoidismo · Esteatorreia - Aumento na quantidade de gordura nas fezes - Fezes volumosas, brilhantes, lustrosas, mais claras, flutuam no vaso - Pode haver fadiga, perda de peso, hiperfagia e hiporexia simultaneamente - Pode haver sintomas associados à obstrução da via biliar = cegueira noturna, problemas de coagulação, doença óssea, raquitismo e osteomalácia - Causas: pancreatite crônica, lesão de pâncreas, obstrução na via biliar [não consegue absorver vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K)] · Dor abdominal - Localização imprecisa, mas geralmente é periumbilical - Paciente tenta procurar melhor posição antálgica → nenhuma posição melhora a dor - Localização precisa = peritonite regional por extensão do processo → paciente imóvel para não agravar a dor - Irradiação dorsal traduz dor muito intensa - Irradiação para coxa = processos nos flancos - Sintomas iniciais: hiporexia - A gravidade está associada a náusea, vômito, palidez, sudorese, cianose, inquietude e livedo · Exame físico · Inspeção - Perda de peso, composição de massa magra e muscular, perda de fâneros, estados das unhas, peristalse visível - Edema, lesões sangrantes, petéquias, equimoses e hemorragias → quadro hepático = alteração na coagulação - Ectoscopia · Palpação - Adenopatia associada pode ser tuberculose, linfoma, doença de Whipple - Massa palpável, sinal de Blumberg, descompressão brusca · Ausculta - Borborigmos: ruído gorgolejante provocado pelo deslocamento de líquidos ou gases em meio líquido → pode-sever a movimentação · Percussão - Hepatimetria · Isquemia mesentérica - Fibrilação atrial não permite a contração adequada do átrio, levando a formação de trombos que vão para a aorta gerando isquemia aguda da mesentérica superior - Exame físico inocente: ausência de abaulamento, retração, sem massa palpável e descompressão brusca negativa - Geralmente há dissociação da anamnese e exame físico → raro e difícil diagnóstico · Divertículo de Meckel - Congênito → persistência do ducto onfalomesentérico - Localizado na borda anti-mesentérica do íleo = perto da válvula ileocecal ao lado direito → ao contrário dos demais tipos de divertículos - Complicações: sangramento - 50% têm mucosa gástrica heterotópica (mucosa de estômago) → risco de hemorragia e perfuração · Doença celíaca - Enteropatia sensível ao glúten - Causa diarreia osmótica - Perda das vilosidades absortivas e hipertrofia compensatória das criptas · Doença de Crohn - Acomete preferencialmente o todo íleo alternando entre ilhas de doença e áreas saudáveis entre elas → ileíte regional ao lado direito - Espessamento da parede com tendência à formação de fístulas - Afta recorrente, diarreia, sangramento, dor abdominal - Doença autoimune associada ao anticorpo P-ASCA · Cólon, Reto e Ânus - No ceco está o apêndice vermiforme/apêndice cecal - O cólon sigmoide é o único palpável - Em 50% dos casos o apêndice vermiforme fica na fossa ilíaca direita · Dor perineal - Pode ser acompanhada de tenesmo (vontade de evacuar, mas não consegue) - Trombose hemorroidária, fissura anal e abcessos · Dor colônica - Difusa: peritonite generalizada inicial - QSD: doença hepatobiliar - QID: apendicite, doença de Crohn, gravidez ectópica, cisto ovariano - QSE: rim, estômago, baço - QIE: divertículo colônico · Diarreia - Menos intensa do que ID - Paciente vai mais vezes ao banheiro - Raramente acordam à noite - Raramente há perdas significativas de proteínas e gorduras → já foi absorvida pelo ID · Obstipação intestinal - Normal de 8 a 48h sem evacuar e em RN até 10 dias - Fezes mais duras e em cíbalos (bolinhas) · Causas - Obstrução mecânica - Neurogênica: megacólon chagásico ou congênito → ausência de fibras nervosas na região - Metabólito-hormonal: peristalse lenta → Ex: hipotireoidismo - Psicogênica: só consegue evacuar em casa - Medicamentosa: opioides → Ex: morfina, codeína, tramadol - Alimentação com poucas fibras - Hiposensibilidade senil - Inibição do reflexo evacuatório · Anemia: Cólon esquerdo obstrui mais (menor diâmetro e espessura) do que o cólon direito sangra mais (maior diâmetro) · Sangramento anal - Pacientes jovens = hemorroidas e fissuras → sangue vivo - > 50 anos = neoplasia e diverticulose · Prurido anal: etiologia variada → Ex: Enterobius vermiculares em crianças · Mudança no padrão intestinal = alerta para tumor · Tumor de cólon direito: Tinha diarreia, mas passou a ter obstrução e vice-versa · Tumor de cólon esquerdo: Fezes em formato de fita · Apendicite aguda - Dor periumbilical inespecífica → migra para a FID - Ausculta: silêncio abdominal característico de obstrução por fecalite - Sintomas: hiporexia, posição antálgica (fletido sobre a FID para não distender o peritônio) - Tratamento cirúrgico imediato, mas poucas vezes utiliza-se antibióticos · Doença diverticular - Bolsas saculares da parede do cólon emergem onde há fraqueza na sustentabilidade da parede - Diverticulite: divertículo em processo inflamatório - Mais comuns no sigmoide - Complicações: sangramento e inflamação - Tratamento cirúrgico ou medicamentoso conforme a idade de apresentação, frequência de crises e gravidade · Retocolite ulcerativa - Causa incerta → relação autoimune com o anticorpo P-ANCA - Lesões da mucosa que progridem para ulcerações - Diarreia muco-piosanguinolenta → pode haver anemia, fraqueza e cólicas - Acomete o reto proximal e não possui regiões saudáveis entre uma lesão e outra - Risco de megacólon tóxico = perda de inervação - Diagnóstico por colonoscopia + biópsia · Exames proctológicos - Paciente em decúbito lateral com a perna inferior mais estendida e a superior fletida - Inspecionar presença de trombo, abcessos e fístulas (atenção à doença de Crohn) · Toque retal: Dedo lateralizado e introdução pelo maior diâmetro · Retossigmoidoscopia e colonoscopia · Revisando a) Paciente 18 anos, chega ao PS com dor no QID (quadrante inferior direito), de localização inicial, em região epigástrica, e sinal de DUNPHY positivo (Dor na FID ao tossir). No hemograma paciente apresenta leucocitose (indicação de infecção bacteriana). No exame de imagem mostrou o apêndice dilatado. Qual provável diagnóstico? - Apendicite b) Mulher com 67 anos foi internada com quadro de abdômen agudo, apresentava febre, dor no QIE (quadrante inferior esquerdo), descompressão brusca dolorosa à palpação de baixo ventre. Qual diagnóstico? - Diverticulite → é considerada apendicite do lado esquerdo · Pâncreas - Hormônios: insulina, glucagon, somatostatina, peptídeo pancreático · Anatomia - Localizado no retroperitônio - Divide-se em cabeça, corpo e cauda · Dor - Dor em faixa na região epigástrica que pode se irradiar para o dorso (nem sempre está presente) - Piora com a alimentação (exceto algumas patologias como a úlcera) - Melhora com a flexão anterior do tronco (genupeitoral ou prece maometana) - Dor no dorso pode ser mais relevante do que a dor epigástrica - Blumberg geralmente negativo · Icterícia - Predomina fração direta - Causas: patologias justa-cefálicas - Paciente > 60 anos: pensar em neoplasia até que se prove o contrário - Lembrar da colestase, em que as vias biliares estão obstruídas fazendo com que os seus componentes refluam - Pensar em fração indireta caso haja hemodiálise acentuada e distúrbios genéticos como a Síndrome de Gilbert e Síndrome de Crigler-Najjar · Formação da bilirrubina - Hemocaterese no baço: divisão da porção heme e globina (reabsorvida) → porção heme divide-se em grupo ferro (reutilizado) e protoporfirina (vira biliverdina e posteriormente bilirrubina indireta) → Bilirrubina indireta será captada pelos hepatócitos e conjugada em bilirrubina direta para excreção - Resumo: hemocaterese → porção heme → protoporfirina → biliverdina → bilirrubina indireta → hepatócitos → bilirrubina direta → ducto colédoco → ampola de Vater - Qualquer coisa que obstrua a ampola de Vater pode gerar icterícia · Diarreia: Pode ser esteatorreia = denota lesão de + 70% do órgão - As principais patologias associadas ao pâncreas estarão na cabeça e são clinicamente perceptíveis · Pancreatite aguda - CONDUTA DE SUPORTE AO PACIENTE - Qualquer processo inflamatório que envolva o pâncreas é chamado de pancreatite Leve: 80 a 90% → intersticial Grave: necrosante · Fisiopatologia: ativamento das enzimas dentro do próprio pâncreas · Etiologia a) Litíase biliar 60% → mais comum em mulheres b) Álcool 20% → mais comum em homens · Sinais e sintomas - Dor súbita em faixa, intensa, irradia para o dorso, vomita várias vezes e não melhora - O excesso de vômitos causa alcalose metabólica pela perda de H+ - Menos comuns: icterícia, febre e atelectasia (dor abdominal ao inspirar faz com que limite a respiração causando colabamento dos alvéolos) · Exames laboratoriais - Lipase: altamente específica → acima de 1.000 pensa-se em etiologia alcoólica - Amilase: menos específica do que a lipase → pode ser colangite, colelitíase, caxumba - Leucocitose com desvio, alcalose metabólica, hipoalbuminemia, trombocitopenia e elevação de TGO e TGP · Diagnóstico (pelo menos 2 sintomas): 1. Dor epigástrica com irradiação para o dorso 2. Amilase ou lipase elevada → lipase 3x acima do normal fecha o diagnóstico 3. Tomografia após 48 a 72h ou ultrassom → edematosa (pâncreas inchado) ou necro-hemorrágico (cascata de coagulação ocorre de forma incontrolável = CIVD – processos embólicos e hemorrágicos) · Tipos a) Necro-hemorrágica 10-20% b) Edematosa → tomografia · Complicações a) Cistos de pâncreas ou pseudocistos- Massas palpáveis que surgem semanas após o quadro agudo e podem infectar · Fígado e Vesícula biliar · Dor hepática: QSD devido distensão da cápsula de Glisson que fica ao redor do fígado · Dor da via biliar: QSD → Pode irradiar para o ombro direito ou para o ângulo da escápula · Icterícia - Começa na esclera (difere da hipercarotenemia) - Colúria, acolia e prurido intenso (acúmulo de sais biliares) tratado com anti-histamínico · Exame físico · Percussão: Hepatimetria normal de 6 a 12 cm digito-digital na linha hemiclavicular · Palpação (11 técnicas) a) Avaliar borda do fígado: fina ou romba b) Superfície: regular ou irregular, com ou sem nódulos c) Sensibilidade d) Consistência: macia, elástica, firme e) Refluxo hepato-jugular pelo aumento da pressão intra-abdominal · Colecistite - Inflamação por obstrução duradoura da vesícula - Dor no hipocôndrio direito podendo estar ou não irradiada para o dorso - Cólica biliar > 6h, febre e sinal de Murphy positivo - Diagnóstico por USG de abdômen - Tratamento com medidas gerais, antibióticos, colecistectomia por videolaparoscopia - Colecistectomia: diarreia crônica · Colangite - Obstrução duradoura das vias biliares + infecção - Tratamento com antibiótico + drenagem biliar a) Tríade de Charcot = dor abdominal + febre + icterícia b) Pêntade de Reynold = Charcot + hipotensão (choque) + depressão do SNC (confusão, sonolência) → atinge de forma sistêmica · Baço · Exame físico - Normal = não é palpável - Superfície lisa: hipertensivo e inflamatório - Superfície irregular: linfomas - Hiperesplênismo = aumento da atividade do baço → presença de plaquetopenia no exame laboratorial - Esplenomegalia = aumento do tamanho do baço · Baço infeccioso agudo - Pouco aumentado, mole, borda cortante e extremamente doloroso - Comum em malária e endocardite · Baço crônico - Muito aumentado, duro, borda romba, indolor - Leucemia mieloide crônica, mielofibrose e leishmaniose · Rins - Localização retroperitoneal → rim direito e esquerdo estão em posições e alturas diferentes · Dor renal: - Profunda, pesada → paciente se movimenta (cálculo) ou fica imóvel (abcesso) · Cólica nefrítica a) Obstrução uretropélvica b) Obstrução uretrovesical c) Obstrução terminal no ureter · Exame físico · Palpação - Palpa-se os polos inferiores direito às vezes · Método de Israel: Decúbito lateral · Punho percussão - Positiva em pielonefrite aguda, cálculos renais ou inflamações perinéfricas · Exames complementares - Exame padrão-ouro = tomografia - Ultrassom · Doenças de abdômen · Ascite - Som timpânico na região mesogástrica e maciço nas demais regiões - Tratamento: paracentese pare retirada de líquido · Exame do líquido ascético: - Citometria: ocorre em peritonite bacteriana espontânea causada principalmente pela cirrose alcoólica - Dosagem de albumina: se for mais concentrada do que a do soro, é indicativo de ascite por hipertensão portal - Glicose: valores baixos de glicose são sugestivos de tuberculose - Amilase elevada: sugestivo de pancreatite - Triglicerídeos: quiloascite devido tumor por obstrução da circulação quilosa a) Grande porte - Ascite tensa, abdome globoso em qualquer posição - Desconforto, dispneia, atelectasias · Piparote = > 3L b) Médio porte - Abdome de batráquio → líquido escorre para flancos causa depressão central - Macicez nos flancos - Piparote negativo · Semicírculo de Skoda = 1 a 3L - Percussão radial, maciço nos extremos e timpanismo central c) Pequeno porte - Detectável apenas com paciente em pé - Diagnóstico por imagem de apoio (Eco) · Toque retal = abaulamento no fundo de Saco de Douglas < 300mL · Macicez móvel = 300mL a 1L · Hérnias da parede abdominal - Saída de um conteúdo pela cavidade que o contém devido a um ponto de enfraquecimento da parede · Manobra de Valsava · Inguinais a) Indiretas (+ comum): Conteúdo passa pelo canal inguinal b) Diretas: Conteúdo não passa pelo canal inguinal · Umbilical - Crianças - Aguardar até 4/5 anos para definir necessidade cirúrgica · Encarcerada ou estrangulada - Oclusão do trânsito → sofrimento perfusional - Dor intensa na área da herniação, peristaltismo, náusea e vômitos - Palpação: área endurecida, tensa, dolorosa - Urgência cirúrgica Stephanie rocha pereira txxI 2
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