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Julia Paris Malaco SP3 – suprarrenais As duas glândulas suprarrenais, cada uma localizada em cima de cada rim no espaço retroperitoneal, apresentam formato de pirâmide achatada. A glândula é dividida em: Córtex da glândula suprarrenal o Zona glomerulosa: secreta mineralocorticoides – adosterona o Zona fasciculada: secretam glicocorticoides – cortisol. o Zona reticular: androgênios. Medula da glândula suprarrenal - localizada centralmente. o A medula da glândula suprarrenal produz três hormônios catecolaminas – norepinefrina, epinefrina e uma pequena quantidade de dopamina. A glândula é revestida por uma capsula de tecido adiposo. Enzimas estão presentes em áreas especificas para que cada hormônio seja produzido no seu devido local. Aldosterona: A aldosterona é o principal mineralocorticoide Retem sodio e excreta potássio e H+ A via renina-angiotensina-aldosterona (RAA) controla a secreção de aldosterona Desidratação, deficiência de Na+ e hemorragia são estímulos que iniciam a via da renina-angiotensina-aldosterona. Cortisol: Os glicocorticoides são o cortisol, a corticosterona e a cortisona. Os glicocorticoides exercem os seguintes efeitos: Degradação de proteína; Formação de glicose; Lipólise; Resistência ao estresse; Efeitos anti-inflamatórios; Depressão das respostas imunes. Secreção de cortisol Níveis sanguíneos baixos de glicocorticoides, principalmente cortisol estimulam o hipotálamo secreta CRH estimula adenohipofise promove a liberação de ACTH O ACTH age no córtex da glândula suprarrenal onde estimula a secreção de glicocorticoide – cortisol A aldosterona é estimulada pela renina para ser lançada no corpo, ou seja, esse eixo do ACTH não influencia na liberação de aldosterona, apenas do cortisol – a aldosterona é pelo sistema renina angiotensina aldosterona. Medula da suprarrenal produz catecolaminas – não tem eixo para liberação, são liberadas conforme o corpo precisa. Ação dos hormônios no organismo Catecolaminas: Vasoconstrição Cortisol: Metabolismo de glicólise, lipólise, proteólise, glicogenolise – com objetivo sempre de aumentar a glicemia no organismo. O cortisol também faz um efeito permissivo das catecolaminas – ou seja para as catecolaminas poderem agir no vaso fazendo vasoconstrição elas precisam do cortisol (paciente em UTI em choque por exemplo Julia Paris Malaco precisa de cortisol exógeno (hidrocortisona) para ter resposta a outras medicações). Aldosterona: retenção de sódio, excreção de potássio e hidrogênio (excreção por trocas alternadas entre potássio e H+). Androgênios: pouca relevância clinica – na mulher, plificação Histologia da suprarrenal 1. Zona glomerulosa 2. Zona fasciculada 3. Zona reticulada Seta cápsula 1. Zona glomerulosa 2. Zona fasciculada 3. Zona reticulada B. Medula Zona glomerulosa: Células piramidais densamente acondicionadas e dispostas em aglomerados esféricos e colunas arqueadas. Zona fasciculada: É a mais larga das três zonas e consiste em células poliédricas dispostas em longos cordões retilíneos. Zona reticulada: Células poliédricas dispostas em cordões irregulares que se ramificam. Patologias da glândula Hipofunção: insuficiência adrenal Hiperfunção: Síndrome de cushing Hiperplasia adrenal congênita Hiperaldosteronismo primário, Feocromocitoma (aumento de catecolaminas) Insuficiencia adrenal Insuficiencia adrenal primaria - Doença de addison: destruição da glândula Cortisol e aldosterona baixos – porque o problema está na própria glandula, a qual não consegue produzir os hormônios, independente dos estímulos mandados para ela o corpo percebe essa falta maior estimulação do eixo por feedback para tentar aumentar e compensar a queda Julia Paris Malaco aumenta ACTH ACTH fica alto e cortisol e aldosterona seguem baixos porque é uma insuficiência primaria – problema na própria glândula Insuficiência adrenal secundaria: interrupção do eixo. Alteração no eixo (pode ser tanto no hipotálamo quanto adenohipofise) ACTH baixo, cortisol baixo, aldosterona normal (porque quem controla a aldosterona é o SRAA, e como a glândula esta produzindo normal os hormônios e o que esta afetado é o eixo só vai ter alteração no ACTH e no cortisol que fazem parte desse eixo, a aldosterona não tem relação com o eixo porque ela é estimulada pelo sistema renina angiotensina aldosterona Lembrando: corticoide exógeno suprime o eixo – por isso tem que fazer o desmame devagar – porque o eixo para de funcionar já que esta recendo de fora, então para voltar a funcionar tem que ser aos poucos para que a adrenal perceba que parou de receber por fora e comece a produzir novamente – É uma das principais causas de insuficiência adrenal secundaria Cortisol estimula apoptose de eosinófilos – queda de cortisol faz com que aumente os eosinófilos circulantes. Caso clinico: João Paulo, 58 anos, tabagista, portador de DPOC, usuário de prednisona por conta de exacerbações frequentes do quadro pulmonar é internado por queda da própria altura seguida de fraturas de fêmur transtrocanteriana. Exames pré operatório, sem alterações e foi encaminhado para cirurgia. Na internação recebeu a prescrição padrão da ortopedia, ou seja, soro e antinflamatório. No terceiro dia de pós - operatório, João Paulo passou a apresentar episódios de vômitos, hipotensão e dor abdominal. Medidas iniciais de reposição volêmica foram ineficazes e o pacte necessitou de aminas vasopressoras para TENTAR controlar a PA. No hemograma solicitado evidenciou uma eosinofilia de 15%. Diagnostico: insuficiência adrenal Diagnostica sindrômico: retirada abrupta de corticoide Tratamento: reposição de corticoide e retirada devagar Sindrome de cushing (hipercortisolismo) Conjunto de sinais e sintomas que ocorrem pelo cortisol alto. Causas do excesso de cortisol: Iatrogênico (corticoide em excesso – principal causa) Doença benigna da suprarrenal IA primaria (addison) IA secundaria Causas Destruição da glandula: Adrenalite autoimune (principal causa) Infecção Interrupção do eixo: Suspensão de corticoide Lesao hipotálamo/hip ófise Clínica e laboratório Diminuição da aldosterona, diminuição de sodio aumento de potássio (hipercalemia) acidose (aumento de H+) Aumento de ACTH: hiperpigmnetaçã o X Queda no cortisol: diminui PA, hipoglicemia, dor abdominal, eosinofilia Julia Paris Malaco Doença de cushing (tumor que estimula demais o eixo e produz muito cortisol) Produção ectópica de ACTH. Câncer da suprarrenal Dependente de ACTH Produz cortisol por um estímulo do eixo (ACTH) – por um tumor que afeta o eixo Doença de cushing – aumenta ACTH por conta de um tumor que estimula o eixo, aumenta ACTH, aumenta cortisol Secreção ectópica – tumor do pulmão que produz ACTH, aumenta ACTH, aumenta cortisol ACTH vai estar alto ou normal nesses casos Independente de ACTH Produz cortisol independente do ACTH – própria suprarrenal por alguma doença produz excesso de cortisol Lesões benignas da suprarrenal – alteração na própria suprarrenal, não tem a ver com eixo, não altera ACTH Lesões malignasda suprarrenal – mesma coisa ACTH fica baixo nesses casos Manifestações clínica e laboratoriais: Obesidade central Gibosidade/ face lua cheia Hiperglicemia Hirsutismo Estria violácea Osteopenia Hiperpigmentação ( Aumento de ACTH) Diagnostico: Teste de 1g de dexametasona as 23hrs Cortisol urinário 24hrs Cortisol salivar a meia noite Julia Paris Malaco Hiperaldosteronismo primario Problema na suprarrenal, na própria glândula Aldosterona alta, renina baixa Hipocalemia nem sempre está presente, mas geralmente sim. A prevalência do hiperaldosteronismo primário entre pacientes com hipertensão é incerta; entretanto, em geral, é estimada de 5 a 20% entre os hipertensos Diagnosticado quando existe um aumento da razão (>20) da atividade entre a aldosterona e a renina plasmática pela manhã (+ testes confirmatórios). Os distúrbios do córtex suprarrenal refletem, em sua maioria, superprodução ou subprodução dos produtos de uma única zona de biossíntese – cortisol, aldosterona, ou testosterona ou estrogênio. Secreção de aldosterona A via renina-angiotensina-aldosterona (RAA) controla a secreção de aldosterona A secreção de aldosterona é estimulada principalmente pela hipercalemia e pela angiotensina II. Aldosterona faz retenção de sodio e agua e excreção de potássio e H+ Essas condições promovem a diminuição do volume sanguíneo O volume sanguíneo reduzido promove a queda da pressão arterial A pressão arterial mais baixa estimula certas células renais, chamadas de células justaglomerulares, a secretar a enzima renina O nível de renina no sangue sobe A renina converte a angiotensina, uma proteína plasmática produzida pelo fígado, em angiotensina I Sangue contendo níveis mais altos de angiotensina I circula pelo corpo Conforme o sangue flui pelos capilares, sobretudo dos pulmões, a enzima conversora de angiotensina (ECA) converte angiotensina I no hormônio angiotensina II O nível sanguíneo de angiotensina II sobe A angiotensina II estimula o córtex da glândula suprarrenal a secretar aldosterona Sangue contendo níveis mais elevados de aldosterona circula para os rins Nos rins, a aldosterona aumenta a reabsorção de Na+, que, por sua vez, promove a reabsorção de água por osmose. Em consequência disso, perde-se menos água na urina. A aldosterona também estimula os rins a intensificarem a secreção de K+ e H+ na urina Com a reabsorção mais intensa de água pelos rins, o volume de sangue aumenta Na medida em que o volume de sangue aumenta, a pressão arterial se eleva ao normal A angiotensina II também estimula a contração da musculatura lisa das paredes das arteríolas. A constrição resultante das arteríolas aumenta a pressão sanguínea e, desse modo, ajuda a elevar a pressão de volta ao normal Além da angiotensina II, um segundo fator que estimula a secreção de aldosterona é uma concentração maior de K+ no sangue (ou líquido intersticial). A diminuição no nível sanguíneo de K+ produz o efeito oposto. Causas: Mais comum – hiperplasia nodular bilateral, também chamado de idiopático (porque a definição da causa dessa hiperplasia é conhecida) Segunda causa mais comum: adenoma Raro: glicocorticoide supressivel – genético Julia Paris Malaco Morfologia Hiperaldosteronismo idiopático ou hiperplasia nodular bilateral: Hiperplasia da zona glomerulosa Adenoma Adenoma secretor de aldosterona (aldosteronoma). Tumor bem delimitado, < 2 cm e com coloração amarelo-ouro (devido a presença de gotículas de lipídeos) Mais frequentes do lado esquerdo que no direito Vacuolização (lipídio intracitoplasmático) – é a bolinha branca bem no meio da lamina Pleomorfismo nuclear leve, atividade mitótica e necrose. Corpos de espironolactona (setas mostrando) – paciente que tratou o hiperaldosteronismo com espironolactona e ficaram depósitos ali (na imagem da esquerda é a bolinha branca pequena no canto direito) Arquitetura celular irregular: células formam massas e blocos ao acaso. Células binucleadas, atipias nucleares Tumor benigno bem delimitado Clinica Hipertensão: o Longo prazo: complicações cardiovasculares (hipertrofia caridiovascular esquerda), AVC, infarto. Hipocalemia: fraqueza, parestesias, distúrbios visuais e, ocasionalmente, tetania Diagnostico Rastreio: Aldosterona plasmática: >15 ng/dL Renina plasmática: suprimida (< 1 ng/mL/h) Relação AP/RP: elevada (acima de 40/50) Diagnostico diferencial: Suspeita de Hipertensão essencial??? o Confirmatório: teste de supressão da aldosterona Julia Paris Malaco o Infusão 2L de soro fisiológico 0,9%/4 h (500 mL/h) o Aldosterona >10 ng/dL no final da infusão confirma o diagnóstico e valores abaixo de 5 ng/dL excluem o diagnóstico. Hiperaldosteronismo secundario Aldosterona alta, renina alta Causas: Perfusão renal diminuída (nefrosclerose arteriolar, estenose da artéria renal); Hipovolemia e edemas arteriais (ICC, cirrose, síndrome nefrótica); Gravidez (estrogênio →aumenta renina). Uso de diuréticos; Tumores secretores de renina. Caso clinico Um homem negro de 39 anos de idade se apresenta no ambulatório de Endocrinologia com queixa de fraqueza muscular progressiva iniciada 8 anos antes, com episódios recorrentes de paralisia de algumas partes do corpo, notadamente das mãos. Seis anos antes fora hospitalizado em decorrência de paralisia muscular difusa, tendo sido identificadas, na época, hipocalemia grave (potássio = 1,5 mEq/L) e rabdomiólise associada. Relata ser portador de hipertensão arterial de difícil controle desde os 22 anos de idade, em tratamento irregular. Atualmente está em uso de hidralazina (75 mg, três vezes ao dia), clonidina (0,2 mg, três vezes ao dia), diltiazem (60 mg, três vezes ao dia) e cloreto de potássio (Slow K®), na dose de 1.200 mg, três vezes ao dia. Ao exame físico: PA = 150 × 100 mmHg; IMC = 26,2 kg/m² mEq/L; sem outros achados dignos de nota. Exames laboratoriais: Glicemia = 106 mg/dL; HbA1c = 5,7% (VR: até 5,4); Potássio = 3,3 mEq/L (VR: 3,5-5,1); Sódio = 149 mEq/L (VR: 135-145) Creatinina = 1,4 mg/dL; Aldosterona plasmática (em repouso) = 101 ng/mL (VR: 2-16); Atividade plasmática de renina (APR): 0,2 ng/mL/h (VR: 0,4-0,7); Relação aldosterona/APR (RAR) = 505 A tomografia computadorizada (TC) de abdome sem contraste revelou nódulo com baixa atenuação na asa medial da adrenal direita com 2,3 cm. O paciente foi preparado com doses progressivas de espironolactona até 200 mg/ dia e, posteriormente, submetido à adrenalectomia direita videolaparoscópica. Este procedimento propiciou completa normalização dos níveis de potássio e aldosterona, além de redução da PA e menor necessidade de agentes anti- hipertensivos durante o seguimento. Qual o provável diagnóstico? Hiperaldosteronismo primário (síndrome de conn) Qual a etiologia? Adenoma O que os resultados de sódio e potássio indicam? Retenção de sodio e excreção de potássioEste caso requer a realização do teste de supressão da aldosterona? Não, porque já tem níveis elevados característicos e a TC mostra o nódulo Descreva as prováveis alterações morfológicas macroscópicas e microscópicas que seriam encontradas neste caso. Vacuolização Pleomorfismos Corpos de espironolactona Arquitetura irregular Células binucleadas, atipias nucleares Por que foi utilizada espironolactona (mecanismo de ação)? Porque ela é antagonista da aldosterona
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