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Síndrome de Imobilidade 1 � Síndrome de Imobilidade Com o envelhecimento, as limitações que podem surgir nessa idade e a dependência, existe um grande risco de o idoso ser mantido no leito, mesmo quando poderia exercer alguma atividade. Com isso, essa restrição à mobilidade acarretaria na síndrome de desadaptação motora (SDP), a qual se caracteriza pela perda dos mecanismos de reserva postural, impedindo que o idoso exerça suas funcionalidades. A SDP pode ser causada por várias situações, como quedas, fraturas, demência e outras doenças crônicas; Imobilidade: Incapacidade de uma pessoa se deslocar livre e independentemente para realizar as mais básicas atividades diárias. Síndrome de imobilidade: Nem todos os pacientes restritos ao leito terão a síndrome, pois, para isso, é necessária a presença de alguns critérios: Critérios maiores - sempre estarão presentes/obrigatórios: Déficit cognitivo moderado a grave; Múltiplas contraturas (espasticidade em flexão). Critérios menores - dois ou mais devem estar presentes: Lesão por pressão; Disfagia; Dupla incontinência; Afasia. 💡 O músculo não está envolvido somente na parte motora, ao passo que ele libera substâncias que conseguem alterar a cognição. Assim, a sarcopenia também pode influenciar na alteração cognitiva de um idoso. Síndrome de Imobilidade 2 Fatores Predisponentes da imobilidade: Consequências da imobilidade: Avaliação: História: Possíveis causas da imobilidade; Medicamentos; Intervenções médicas; Ambiente físico e familiar/cuidador. Exame físico: Avaliação cutânea; Exame cardiopulmonar; Avaliação musculoesquelética; Tônus e força muscular; Síndrome de Imobilidade 3 Avaliação neuropsicológica: Cognição; Humor. Amplitude dos movimentos articulares; Mobilidade no leito/cadeira de rodas; Capacidade de transferência; Equilíbrio, marcha e dor ao movimento. Tratamento: Fisioterapia motora e respiratória; Relaxantes musculares ou bloqueios nervosos em espasticidades graves; Evitar medicamentos que contribuem para a imobilidade, como sedativos e neurolépticos; Manter bom suporte nutricional; Controle das comorbidades. Lesões por pressão É uma área de lesão de pele e de tecidos subjacentes (ou ambos) decorrente da pressão extrínseca aplicada sobre a superfície corpórea que persiste mesmo após a remoção da pressão sobre o local; É a complicação mais temida; Antigamente era chamado de escara; Antes de ter a úlcera, o paciente já tem uma lesão que deve ser diagnosticada nesse momento; Fatores de risco intrínsecos: Imobilidade; Idade avançada; Deficiência nutricional; Peso corporal (magreza e obesidade); Hipotensão/perfusão sanguínea; Temperatura elevada (corporal e ambiental); Síndrome de Imobilidade 4 Fármacos – principalmente os que causam rebaixamento ou distúrbio hidreletrolítico. Fatores de risco extrínsecos: Pressão; Fricção; Forças de cisalhamento: forças atuando em sentidos contrários - a pressão do peso do corpo atuando contra a pressão do colchão; Umidade sobre a pele; Substâncias irritantes sobre a pele: urina, fezes, suor, vômitos, resíduos de comida, etc. Fisiopatologia: Uma pressão extrínseca por mais de 2h em uma determinada região excede a pressão média de enchimento capilar, colabando os vasos e ocasionando a redução do fluxo sanguíneo e a redução da oxigenação tecidual no local. Assim, ocorre acidose e hemorragia para o interstício que se traduz em hiperemia cutânea, causando um acúmulo de produtos tóxicos na região com consequente morte celular e necrose tecidual; As lesões surgem de dentro para fora, ou seja, das proeminências ósseas até a superfície da pele. Portanto, o seu aspecto externo nem sempre condiz com a sua profundidade. Regiões mais acometidas: Isquiática; Sacrococcígea; Trocantérica; Calcânea; Maléolos laterais; Cotovelos; Região occipital; Região escapular. Síndrome de Imobilidade 5 Avaliação: Localização; Dimensões; Classificação; Presença e quantidade de secreções - para saber se é preciso de drenagem, debridamento ou antibioticoterapia; Presença de fístulas ou cavidades; Presença de tecido necrótico; Sinais de infecção local; Odor; Condições da pele adjacente; Presença de dor - ausência de dor pode sugerir morte do tecido. Classificação: Quando a pele está normal, é possível fazer o sinal do branqueamento. Caso não seja possível fazer esse sinal, já é considerado estágio I. Síndrome de Imobilidade 6 Pele normal: Estágio I: área de hiperemia, mas que não se empalidece ao ser comprimida. A pele se mantém íntegra, mas indicando o risco; Estágio II: ferida superficial com base rosada/avermelhada e sem crosta. Pode apresentar bolha com líquido seroso, já sendo considerada úlcera; Estágio III: lesão que atravessa todas as camadas da pele, sendo visível o tecido adiposo subjacente; Estágio IV: exposição de estruturas mais profundas, como tendões, ligamentos, músculos e ossos, podendo ter a presença de necrose, descolamentos e túneis; Síndrome de Imobilidade 7 Inclassificável/indeterminada: lesão cuja profundidade não se pode identificar, devido à presença de costa necrótica ou tecido desvitalizado cobrindo o seu leito. Após o desbridamento é possível reclassificar essa úlcera. Contudo, entende- se que seu grau é, no mínimo, o terceiro. Tratamento Controle da dor: o alívio deve ser fornecido, pois as lesões podem ser bem dolorosas; Analgésicos comuns, como dipirona e paracetamol em casos mais leves; Opioides quando necessários nas dores intensas, principalmente antes das trocas de curativo, limpeza e desbridamento. Limpeza: Realizar a cada troca de curativos, utilizando soro fisiológico. Evitar água oxigenada, povidine e clorexidina, pois podem comprometer o tecido viável (uso limitado a algumas situações de úlceras que não cicatrizam e com sinais de infecção local); Curativos e coberturas: Manter o leito da úlcera continuamente úmido e a pele sadia na periferia da lesão seca. Os curativos oclusivos e semioclusivos são mais adequados por não permitirem a perda de água para a atmosfera. Gaze seca e outros materiais aderentes devem ser evitados, pois traumatizam a lesão quando removidos. Antigamente se secava a ferida com pó secante ou polvilho, mas atualmente o ideal é manter o leito da úlcera continuamente úmido, porque isso promove o acumulo de substâncias autolíticas que realizam o desbridamento; Hidrocoloides (Curatec e Tegaderm): Coberturas oclusivas e semioclusivas compostas de material polissacarídeo e proteico que ficam em contato com a lesão. Hidratam, facilitam o desbridamento autolítico, aceleram a cicatrização, aliviam a dor e são impermeáveis a bactérias e contaminantes. São utilizados em feridas secas ou com pouco a moderado exsudato. Podem permanecer na ferida por até 7 dias, mas caso haja necrose, deve ser trocado a cada 3 dias no máximo. Podem ser usados em úlceras de qualquer grau, no entanto, não devem ser usados em úlceras infectadas; Hidrogéis (Purilon, Tegaderm e Iruxol): Material polimérico e proteico, com alto conteúdo de água ou glicerina. Absorvem fluidos, promovem hidratação e autólise, favorecem a epitelização e aliviam a dor. São utilizados em úlceras com mínimo Síndrome de Imobilidade 8 exsudato ou secas, com crosta necrótica rija e seca e para lesões com cavidades profundas. Podem ser usados em úlceras de grau II a IV e também nas úlceras infectadas; Alginatos (Saf-gel): Polissacarídeos naturais provenientes da parede celular das algas marinhas. Forma um gel hidrofílico quando em contato com o exsudato. Ideal para úlceras com muito exsudato (não usar em feridas secas, pois aderem) e para lesões com cavidades profundas. Podem ser usados em úlceras sangrantes, pois têm propriedades hemostáticas e devem ser trocados quando embebidos por exsudato; Hidrofibras (Aquacel): Compostos por carboximetilcelulose. Funções semelhantes às do hidrocolóide e alginato simultaneamente; Espumas (Allevyn): Feitasde poliuretano e acrilato de sódio, absorvem grande quantidade de exsudato (não usar em feridas secas), sendo utilizadas em úlceras graus II a IV; Curativos com prata: Ação bactericida. Para úlceras infectadas ou colonizadas, ou com alto risco de infecção. Evitar o uso prolongado; Curativos com iodo: Reduz a carga bacteriana na lesão. Para feridas com moderado a abundante exsudato. Contraindicado em pacientes com tireoidopatia e com história de reação ao iodo; Coberturas com matriz de colágeno: Membranas de colágeno bovino ou porcino que substituem temporariamente a pele, formando uma base para a proliferação celular e produção de novo colágeno; Açúcar e mel: provocam uma pressão osmótica elevada, inibindo a proliferação bacteriana e fúngica. Desbridamento: Desbridamento cirúrgico; Desbridamento mecânico não cirúrgico: irrigação de jato de solução salina sob pressão ou utilizando-se ducha ou turbilhão; Desbridamento autolítico: curativos oclusivos ou semioclusivos, permitindo o acúmulo dos fluidos teciduais da própria lesão; Desbridamento químico/enzimático: fibrinolisina/desoxirribonuclease, colagenase e papaína. Antibioticoterapia: Síndrome de Imobilidade 9 Tópica: Considerar em lesões com dificuldade de cicatrização e/ou presença de secreção após 2 a 4 semanas. Sulfadiazina de prata, cloranfenicol, neomicina ou metronidazol + coberturas que contêm íons de prata ou mel; Sistêmica: pacientes com bacteremia, sepse, celulite, osteomielite e outras complicações infecciosas. Nutrição: Os pacientes com essas lesões se encontram num estado catabólico crônico e, portanto, devem receber uma alimentação otimizada: Aporte calórico mínimo de 30 a 35 Kcal/kg/dia; Aporte proteico de 1,25 a 1,5 g/kg/dia (exceto se contraindicação, como DRC); Aporte hídrico de 1 mL/Kcal/dia. Prevenção: Inspeção diária da pele em indivíduos de risco; Hidratação da pele; Nutrição adequada; Evitar fricção durante a limpeza da pele; Limpar imediatamente a pele após contato com irritantes como fezes, urina, suor ou secreções: pode-se usar agentes tópicos que agem como barreira protetora (selantes de pele) ou forros absorventes; Fisioterapia para diminuir a imobilidade e a dependência; Mudança de decúbito a cada 2 horas em pacientes imóveis (se em cadeira de rodas, deve ser reposicionado a cada hora); Manter a menor elevação possível da cabeceira – menor que 30º (evitar danos por cisalhamento); Utilizar superfície para redução de pressão (colchão caixa de ovo).
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