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Neuroanatomofisiologia: Estudo do Cérebro e Comportamento

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Aula 1
Neuroanatomofisiologia
Apresentação
· O que são neurociências 
É o conjunto de ciências que estuda o cérebro e sua relação com o comportamento, com os processos psicológicos e sociais. 
· Níveis de estudo e nomenclatura. 
Cada neurociência tem uma nomeação própria, de acordo com a especificidade do foco de estudo ou do nível de estudo (molecular, celular, dos tecidos, sistemas, comportamento e social). Então temos diversas neurociências, como neurofisiologia, neurobiologia, neuroquímica, neuroendocrinologia, neuropsicologia, neuromatemática e muitas outras. 
· O que estuda a neuroanatomia 
Estuda a composição, estruturas e partes do cérebro, dando o nome e a localização de cada componente do cérebro.  
· O que estuda a neurofisiologia 
Estuda o funcionamento do cérebro, descrevendo e explicando como cada parte funciona, interfere ou é estimulada por outras áreas do cérebro, pelos neurotransmissores, outros órgãos e pelos estímulos internos e externos.  
· Como estudar neurociências – o cérebro em sua mão. 
A primeira coisa a fazer é ter um conjunto de imagens do cérebro. Existem bons livros, sites, programas e tutoriais (vídeos) com imagens e ilustrações do cérebro. Depois é preciso ir identificando cada estrutura, com seu nome, localização e com qual aspecto do comportamento ela está relacionada. O estudo constante e a busca de novas informações, vai ampliando o nosso conhecimento, familiaridade e domínio sobre este fascinante campo de estudo.  
Page Break 
· A composição do curso: 
Módulo 1- Apresentação das neurociências 
Apresenta as neurociências e oferece uma visão geral dos módulos a serem estudados. 
 Módulo 2 – História e grandes nomes das neurociências 
Traz um percurso das principais descobertas e acontecimentos sobre o cérebro e sistema nervoso e a contribuição de grandes pesquisadores das neurociências. 
 Módulo 3 – Níveis de estudo das neurociências. 
Apresenta os 6 níveis de estudo das neurociências, descrevendo como cada um deve ser interpretado para uma compreensão integrada do funcionamento cerebral.  
 Módulo 4 – Embriogênese (nível molecular/celular) 
Demonstra como a união dos gametas masculino e feminino, depois da fertilização, dá início à vida intrauterina e destaca a formação das estruturas cerebrais e seu agrupamento em conjuntos de células com funções específicas. 
 
Módulo 5 – Neurotransmissão (nível molecular/celular) 
Depois de formado o cérebro, composto por bilhões de neurônios e possibilitando trilhões de sinapses, ele é regido pela combinação de neurotransmissores excitatórios (ativadores) e inibitórios que resultam no comportamento sensível e visível. 
 Módulo 6 – Neuroanatomia (nível celular) 
É uma ciência básica descritiva, que apresenta e descreve cada estrutura do cérebro, apresentando o nome de cada uma por sua forma, função, localização ou pesquisador que identificou a estrutura.   
 Módulo 7 – Neurofisiologia (nível dos sistemas) 
Descreve e explica o funcionamento das estruturas cerebrais, de forma isolada ou de forma integrada, pois o cérebro é um conjunto de estruturas formando sistemas interativos, que se influenciam mutuamente. 
 Módulo 8 – Sistemas funcionais (nível dos sistemas) 
Partindo da compreensão do funcionamento sistêmico do cérebro, A. R. Luria (1902-1977) propôs três sistemas funcionais (cérebro desperto, informado e humanizado) e três áreas cerebrais (primárias, secundárias e terciárias) para explicar o funcionamento  e o comportamento humano. 
 Módulo 9 – Neuropsicologia (Nível comportamental) 
As neurociências oferecem uma nova explicação para os processos psicológicos (comportamentos, emoções, cognições e interações) relacionando-os com áreas ou sistemas cerebrais. Estes processos são classificados em Psicofisiológicos e neuropsicológicos. 
 Módulo 10 – Disfunções (multinível) 
As neurociências também explicam o que acontece quando algumas estruturas ou sistemas cerebrais não são estimulados adequadamente ou deixam de funcionar por alguma razão (doenças, má formação na embriogênese, acidentes, etc.). As disfunções possuem nomes específicos (agnosias, apraxias, afasias, amnésias) de acordo com sua origem, função, causa ou comportamento alterado. 
 Módulo 11 – Inteligências múltiplas (nível comportamental) 
Um ramo das neurociências é chamado de Teoria das Inteligências múltiplas, proposta por Howard Gardner (1943- ). Esta teoria propõe que o cérebro deve ser estimulado de forma global, para que todas as áreas e sistemas se desenvolvam de forma adequada. 
Módulo 12 - Neuromania, neuroética e neurociências para crianças (nível social) 
Para finalizar o curso, dois temas importantes serão tratados. A questão da neuromania, que alerta sobre o uso exagerado das neurociências e a neuroética, que alerta sobre o mau uso das neurociências e suas consequências sociais. 
O curso termina com um desafio: o de se levar as neurociências para as crianças, ajudando seus cérebros a se desenvolverem melhor. 
 
 Vá mais Longe Capítulo Norteador 
Veja este depoimento de Rebeca Machado, uma aluna de Psicologia em 2009, sobre neurociências:  
http://blog.sbnec.org.br/2009/05/ensaio-a-importancia-da-neurociencia-para-a-psicologia/ (Links para um site externo.) 
Agora veja se você descobre o que a Rebeca Machado de Figueiredo faz hoje. 
 Agora é sua Vez Interação 
Neuroatlas – Faça um conjunto de desenhos das estruturas cerebrais, compartilhe e comente com seus colegas. 
 Referências
LENT, Robert. Cem bilhões de neurônios?: Conceitos fundamentais de neurociências. 2ª. ed. São Paulo : Atheneu, 2010. 
 SLIDES
Objetivos
Explicar o que são e para que serve as Neurociências.
Responder qual é a contribuição das Neurociências para a Psicologia.
Ter contato, familiaridade e domínio das Neurociências. 
· Módulo 1
Pitadas de neurociências
• Apresentação das neurociências
• Apresenta as neurociências e oferece uma visão geral dos módulos que serão
estudados.
· Módulo 2
• – História e grandes nomes das neurociências
• Dos egípcios aos próximos 50 anos das neurociências
· Módulo 3
• – Níveis de estudo das neurociências.
• Moléculas
• Células cerebrais
• Tecidos/estruturas
• Sistemas
• Psicológico
• Social
• Cibernético/virtual
· Módulo 4
• – Embriogênese (nível molecular/celular)
• Do zigoto ao corpo e cérebro
· Módulo 5
• – Neurotransmissão (nível molecular/celular)
• Neurotransmissão
• Neurotransmissores
• Processos e efeitos
· Módulo 6
• – Neuroanatomia (nível celular)
• Quais são as partes do cérebro?
• Conjuntos de neurônios
• Estruturas (visão macroscópica)
• Nome
• Forma
• Localização
• Conexões
· Módulo 7
• – Neurofisiologia (nível dos sistemas)
• Como o cérebro funciona?
• Interações entre as estruturas
• Sinergia cerebral
· Módulo 8
• – Sistemas funcionais (nível dos sistemas)
• Sistema sensorial
• Sistema perceptivo
• Sistema Nervoso Autônomo
• Sistema das emoções
• Sistema das memórias
• Sistema da Motricidade
• Sistema cognitivo
• Funções executivas
· Módulo 9
• – Neuropsicologia (Nível comportamental)
• Psicofisiológico
• Emocional
• Cognições
• Ecológico (social – interações)
· Módulo 10
• – Disfunções (multinível)
• Agnosias e Disgnosias
• Afasias e disfasias
• Apraxias e dispraxias
• Alexia e dislexia
• Acalculia e discalculia
• Apractoagnosia
• Prosopagnosia
· Módulo 11
• – Inteligências múltiplas (nível comportamental)
• Linguística
• Científica
• Artística
• Musical
• Cinestésica
• Intra e interpessoal
• Espacial
• Naturalística
• Existencial
· Módulo 12
• - Neuromania, neuroética e neurociências para crianças (nível social)
• Neuromania – Excessos? Neurotudo – neuroqualquer coisa
• Neuroética – limites e cuidados
• Neurokids – Aprendendo neurociências com as crianças
Aula 2 
História e grandes nomes das Neurociências
· A história das neurociências, apesar de sua importância e abrangência, ainda não tem um bom estudo produzido que sintetize as contribuições dos grandes homens e mulheres que ajudaram no avanço e alcance que esta ciência atingiu. Ou seja, para se aprender sobre a história das
neurociências, é necessário enfrentar o desafio de busca em diversas fontes para a construção de uma boa visão da origem e evolução das neurociências. 
· Os primórdios das neurociências 
As primeiras civilizações só sugiram graças à evolução do cérebro e ao conhecimento, ainda que precário, do seu funcionamento. Porém os primeiros registros descrevendo a importância e funcionamento cerebral só aparecem cerca de 3.000 a.C., com os egípcios descrevendo a relação entre cérebro e comportamento, mesmo assim este conhecimento só foi descoberto em 1862 
· As descobertas sobre o cérebro ao longo da história humana (linha do tempo) 
10 mil anos a.C. – Os primeiros Hominídeos surgem pela presença de um Sistema nervoso complexo. 
3 mil anos a.C. – Egípcios – Papiros antigos descrevem relações entre cérebro e comportamento. 
 400 a.C. – Gregos (Hipócrates/Aristóteles/Platão) – Apresentam explicações sobre as causas do comportamento e a díade Corpo/alma 
 199 – Cláudio Galeno,  Médico dos gladiadores – Faz as primeiras descrições sobre anatomia. 
1500 – Leonardo Da Vinci – Oculta ou insinua, de forma subliminar, partes do corpo humano nas “Pinturas anatômicas” 
1540 – Vesalius – Apresenta os primeiros desenhos sobre o cérebro (neuroatlas) 
1540 – Paracelso – Pioneiro da Farmacologia (dosagem) e da neuroquímica. 
1570 – Constanzo  Varólio – Descreve o Tronco encefálico – “ponte” 
1600 – Rene Descartes – Cria a cisão Corpo/mente – biologistas x mentalistas 
1600 – W. Harvey – Cardiologista – “sistemas” e sistema nervoso. 
1650 – Thomas Willis – Neurofisiologia – apresenta a relação entre o sistema nervoso e as alterações comportamentais. 
1660 – François Sylvius – Anatomista, descreve o Sulco lateral, que separa dos lobos temporais dos frontais. Luigi Rolando, descreve o sulco central, que separa dos lobos parietais dos frontais. 
1670 – Du Verney – Neurocirurgião apresenta a Ablasão (lobotomia), para o tratamento de transtornos mentais. 
1764 – Domênico Cotugno – Descreve as características do Líquor (líquido cefalorraquidiano), que preenche e projete o cérebro e a medula espinhal. 
1770 – Vicenzo Malacarte – Descreve detalhes sobre o Cerebelo. 
1780 – Felix Vicq d´Azyr – Identifica e nomeia alguns núcleos cerebrais, como “locus ceruleus, rubro, claustrum, etc.” 
1790 – Luigi Galvani – Preocupado com a condução da eletricidade descobre a Eletrofisiologia e seus usos. 
1800 – Joseph Gall – Propõe a frenologia, estudo do comportamento pelas alterações do crânio, hoje em descrédito, mas que foi um grande marco para os localizacionistas (que defendem a localização de funções em áreas específicas do cérebro – em oposição ao unitaristas) 
1860 – Paul Broca – Identificou áreas relacionadas à fala expressiva no cérebro, era um localizacionista. 
1862 – Edwin Smith compra um papiro egípcio de 3 mil anos, sabia-se que trazia informações sobre o cérebro. 
1870 – Charles Darwin – Com sua teoria da Evolução abriu um ramo importante na Psicologia e nas interpretações sobre a evolução e desenvolvimento do cérebro humano. 
            - Carl Wernicke – Identificou algumas Afasias (alterações da fala e da linguagem). 
1890 – Wilhelm Wundt – Revolucionou a Psicologia científica, criando o primeiro Laboratório do comportamento. 
1890 – Santiago Ramon y Cajal – Usando técnicas de coloração do tecido nervoso, abriu fronteiras para novas descobertas sobre o cérebro. 
         - Wilhelm His – Apresenta o termo “Dendrito”, para a parte receptora de estímulo dos neurônios; Heinrich Waldeyer – sugere o termo “Neurônio” e 
1896 - Rudolf  Kolliker – Apresenta o termo “Axônio”,  para a terminação do final do neurônio. 
1900 – Charles Sherrington – Apresenta o termo “Sinapse”, justificando porque os neurônios não se encostam. 
          - Ivan Pavlov – Descobre o Reflexo condicionado e revoluciona da Psicologia. 
          - Sigmund Freud – Apresenta a teoria da Psicanálise, um nova revolução sobre o comportamento e psiquismo humano. Hoje temos a neuropsicanálise.  
1910 - Korbinian Brodmann – Revoluciona o estudo das neurociências ao apresentar seu Mapa cortical, mostrando a localização do comportamento em partes do cérebro. 
– Eduard Thorndike – Propõe que a aprendizagem seja estudada de forma científica. Neurociências e teorias da aprendizagem começam a se aproximar. 
1920 – James Breasted traduz o papiro de Edwin Smith, nele descobriu-se a descrição de 27 casos sobre afecções cerebrais. 
1930 – Alexandr Luria, Leo Vigotski e Alexei Leontiev  - Representantes da escola russa de Psicologia, apresentam a importância da Interação e Mediação no desenvolvimento e reorganização cerebral. 
1940 – Jean Piaget – Revoluciona a educação com a proposta Interacionista e seus efeitos sobre a aprendizagem. 
1945 – A obra “O Egípcio” (MIKA T. WALTARI) torna-se um marco na explicação da relação entre cérebro, ciência e comportamento. 
1960 –  Wield Penfield – Mostra a localização somatotópica do corpo no cérebro com seus “Homúnculos – sensoriais e motores”. 
1970 – Michael Phelps, Eduard Hoffman e Michel Ter-Pogossian – Unem medicina e física nuclear e apresentam ao mundo a tomografia cerebral (PET scan). 
1986 – Howard Gardner apresenta a Teoria da Inteligências Múltiplas. 
1990 – França e Estados Unidos declaram “A década do Cérebro”, estimulando estudos na área das neurociências. 
           - Há uma expansão no desenvolvimento da informática, sendo também direcionada para estudos neurocognitivos, tanto pelos seus efeitos quanto usos sobre o cérebro. 
1998 – Lawrence Katz – apresenta a neuróbica, exercícios para o cérebro, destacando a importância de se manter o cérebro ativo e estimulado.  
2000 – A internet é popularizada, gerando mais acesso às informações sobre o cérebro e abrindo infinitas possibilidades de estudos sobre o cérebro e interface homem-máquina. 
            - O avanço da Nanotecnologia e robótica fazer surgir máquinas inteligentes e capazes de aprender como os humanos. 
           - Laboratórios de Neurociências, com diferentes enfoques (da biologia, psicofisiologia e Ciências da computação) geram novas perspectivas de interpretação e intervenções sobre o cérebro. 
2008  - Miguel Nicolelis apresenta o projeto Walk again, resultado de seus estudos sobre integração cérebro-máquinas. 
2010 – Há um vertiginoso crescimento de revistas e sites especializados em neurociências.  Temas como “Febre de cérebro”, “neuroética”, “neuromania” e outros conceitos com o prefixo “neuro” mostram a banalização do termo e suas aplicações. 
2012 – Surgem as tecnologias derivadas desses estudos, com a iBrain (de Gary Small e Gigi Vorgan) que propõe a integração de todos os cérebros. 
2013 – No Canada surge o Big Brain Project, que se propõe ser o maior banco de imagens sobre o cérebro do mundo 
2014 – Cientistas do mundo todo aprofundam os estudos sobre o Conectoma humano, que pretende mapear todas as conexões cerebrais. 
2014 – Miguel Nicolelis apresenta o Walking again na copa, onde um paraplégico chutou uma bola, iniciando o primeiro jogo da copa. 
2015 – Erol BAŞAR e Aysel Düzgün apresentam o Clair Model (sobre a conectividade cerebral), sugerindo o abando do localizacionismo de Brodman. 
2016 – Global neuroscience – A fundação para Iniciativa Global de Neurociências (GNIF) propõe estudos integrados sobre os avanços em neurociências. 
2017 – A Proteína Tau surge com promessa de cura do mal de Alzheimer 
2018 – O Brasil apresenta seus vencedores nas Olimpíadas de Neurociências e novamente participa do torneio mundial. 
2019 – Pesquisadores da UFRJ apresentam os Minicérebros (com olhos), revolucionando as pesquisas em neurociências. 
2020 – Elon Musk apresenta os Chips cerebrais, implantes que revolucionarão o que sabemos sobre a interface cérebro e tecnologias. 
Como este resumo mostra, a história das neurociências é povoada de descobertas, com a contribuição de filósofos, médicos, engenheiros, alquimistas, psicólogos, matemáticos e cientistas de várias áreas, que tem nos ajudado a compreender um dos órgãos mais importantes de nosso corpo.  
 
 Vá mais
Longe
Capítulo Norteador 
PINHEIRO, Marta. Aspectos históricos da neuropsicologia: subsídios para a formação de educadores. Educ. rev.,  Curitiba,  n. 25, p. 175-196,  June  2005.   Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602005000100011&lng=en&nrm=iso> 
  
Agora é sua Vez
Interação 
Faça uma pesquisa sobre a história das neurociências e veja se encontra algo para acrescentar (uma nova contribuição) para este módulo, depois faça um pequeno texto ou vídeo sobre o que descobriu sobre a história das neurociências e compartilhe com seus colegas. 
SLIDES
• A pré-história e os primórdios
• 10 mil anos a. C. – Os primeiros Hominídeos - Sistema nervoso complexo.
• 3 mil anos a. C. – Egípcios – Papiros antigos - cérebro e comportamento.
• A idade antiga - Grécia e Roma
• 400 a. C. – Gregos (Hipócrates/Aristóteles/Platão) – Paradigma ocidental
• 199 – Cláudio Galeno - Médico dos gladiadores –
• A idade média
• As trevas – 476 (Roma) – 1453 (Constantinopla – Ásia/Europa)
• Teocêntrico - Se Deus fez/explica tudo não há nada que se estudar.
• Renascimento – Antropocêntrico
• A revolução científica
• 1500 – Leonardo Da Vinci – “Pinturas anatômicas”
• 1537 – Copérnico - Novo paradigma - investigar e descobrir
• 1540 – Vesalius – desenhos sobre o cérebro (neuroatlas)
• 1540 – Paracelso – Farmacologia (dosagem) e da neuroquímica.
• 1570 – Constanzo Varólio – Tronco encefálico – “ponte”
• O iluminismo e o avanço científico
• 1600 – Rene Descartes – Corpo/mente – biologistas x mentalistas
• 1600 – W. Harvey – Cardiologista – “sistemas” e sistema nervoso.
• 1630 – Galileu Galilei – a ciência olhando para tudo
• 1650 – Thomas Willis – Neurofisiologia – sistema nervoso
• 1660 – François Sylvius – Sulco lateral
• 1670 – Du Verney – Neurocirurgião - Ablasão (lobotomia).
• As revoluções
• Revolução industrial /Inglesa - 1760 - Tecnologias
• 1764 – Domênico Cotugno –Líquor (líquido cefalorraquidiano).
• 1770 – Vicenzo Malacarte – Cerebelo.
• 1780 – Felix Vicq d´Azyr – núcleos cerebrais (“locus ceruleus, rubro, claustrum,etc.”)
• Revolução Francesa – 1789 – Direitos e liberdade
• 1790 – Luigi Galvani – Eletrofisiologia e seus usos.
• A ciência fértil
• 1800 – Joseph Gall – Propõe a frenologia - localizacionismo
• 1860 – Paul Broca – fala expressiva no cérebro, era um localizacionista.
• 1862 – Edwin Smith papiro egípcio de 3 mil anos.
• 1870 – Charles Darwin – teoria da Evolução - desenvolvimento do cérebro humano.
• - Carl Wernicke – Afasias (alterações da fala e da linguagem).
• 1890 – Wilhelm Wundt – Revolucionou a Psicologia científica,
• 1890 – Santiago Ramon y Cajal – Usando técnicas de coloração do tecido nervoso
- Wilhelm His – Apresenta o termo “Dendrito”,
- Heinrich Waldeyer – sugere o termo “Neurônio”
• 1896 - Rudolf Kolliker – Apresenta o termo “Axônio”, para a terminação do final do neurônio.
• Guerras e Ciências
• 1900 – Charles Sherrington – termo “Sinapse”
- Ivan Pavlov – Reflexo condicionado e revoluciona da Psicologia.
- Sigmund Freud – Psicanálise - neuropsicanálise.
• 1910 - Korbinian Brodmann – Mapa cortical
• 1914 – I Guerras e doenças
– Eduard Thorndike – Teorias da aprendizagem - Neuroeducação
• 1920 – James Breasted e papiro de Edwin Smith.
• 1930 – Alexander Luria, Leo Vigotski e Alexei Leontiev - Escola russa de Psicologia.
• 1939 – II Guerra e Tecnologias
• 1940 – Jean Piaget – A proposta Interacionista.
• 1945 – A obra “O Egípcio” (MIKA T. WALTARI).
• Progresso científico – Descobertas e criações.
• 1960 – Wield Penfield – “Homúnculos – sensoriais e motores”.
• 1970 – M. Phelps, E. Hoffman e M. Ter-Pogossian – tomografia cerebral (PET scan).
• 1990 – França e Estados Unidos - “A década do Cérebro”,
• - Informática e neurocognição - cérebro + computador
• 1998 – Lawrence Katz – neuróbica (BDNF)
• Sociedade neurocêntrica?
• 2000 – A internet é popularizada – acesso a estudos sobre o cérebro e interface homem-máquina.
- Nanotecnologia e robótica - learning machines
- Laboratórios de Neurociências – os Labneuros.
• 2008 - Miguel Nicolelis - integração cérebro-máquinas.
• 2010 – Revistas e sites “Febre de cérebro”, “neuroética”, “neuromania” o prefixo “neuro”.
• Uma criação da cada ano?
• 2012 – iBrain (de Gary Small e Gigi Vorgan) - integração de todos os cérebros.
• 2013 – No Canada - Big Brain Project, banco de neuroimagens
• 2014 – Conectoma humano, mapear todas as conexões cerebrais.
• 2014 – Miguel Nicolelis o Walking again na copa.
• 2015 – Erol BAŞAR e Aysel DÜZGÜN Clair Model (sobre a conectividade cerebral)
• 2016 – Global neuroscience – (GNIF) estudos integrados em neurociências.
• 2017 – A Proteína Tau e cura do mal de Alzheimer?
• 2018 – O Brasil nas Olimpíadas de Neurociências
• 2019 – UFRJ - Minicérebros (com olhos).
• 2020 – Elon Musk - Chips cerebrais
• O Futuro?
Aula 3
Níveis de estudo
Para melhor compreensão das neurociências e também decorrente das diferentes formas de se estudar o sistema nervoso, foram propostos deferentes níveis (LENT, 2010) de investivação. Eles abordam desde os processos microscópios (molecular) até os efeitos sociais do conhecimentos sobre neurociências (nível social).  
· Nível I – Molecular 
Estuda os componentes básicos do sistema nervoso e componentes químicos que constituem e interferem no funcionamento cerebral. Descrevem e explicam o papel dos neurotransmissores, hormônios e agentes externos (drogas, remédios, agentes patogênicos - vírus e bactérias, etc.) no funcionamento das células cerebrais. A principal contribuição é dada pela bioquímica e neuroquímica).  
· Nível II – Celular 
Estuda os neurônios, células gliais e astrócitos. Descrevendo o funcionamento e participação de cada tipo dessas células na manutenção e funcionamento do cérebro. Descrevo os diferentes tipos de neurônios (sensitivos/aferentes, de associação/integração e motores/eferentes), o papel das micróglias (células gliais) no preenchimento do espaço estre os neurônios e os astrócitos, com função de alimentação e regulação do funcionamento neuronal.  A principal contribuição é dada pela neurocitologia ou visão microscópica do cérebro.  
· Nível III – Tecidos 
Estuda e descreve os componentes do cérebro, que são grandes agrupamentos de neurônios e que recebem nomes específicos, de acordo com sua forma (como amigdala, tálamo, cerebelo, etc.), com sua função (como ponte, vias aferente/sensoriais e eferentes/motoras) ou sua localização (como o hipotálamo, lobo parietal, temporal ou frontal). A principal contribuição é dada pela neuroanatomia ou visão macroscópica do cérebro. 
· Nível IV – Sistemas  
Estuda o funcionamento dos componentes cerebrais de forma isolada ou integrada (interinfluências) e sob a influência dos outros órgãos, descrevendo os mecanismos de ativação e inibição das funções psicofisiológicas (básicas) e neuropsicológicas (mais elaboradas). Mostra como um conjunto de estruturas cerebrais atua de forma encadeada para manifestar o comportamento aparente. A principal contribuição é dada pela neuroanatomia ou visão macroscópica do cérebro.  
· Nível V – Comportamental (psicológico) 
É o estudo da integração psicofisiológica, mostrando como o funcionamento do cérebro resulta em comportamento e como o comportamento social reorganiza o cérebro (vivências e aprendizagens). A principal contribuição é dada pela neuropsicologia.  
· Nível VI – Social 
Estuda a aplicação das neurociências nos processos sociais mais complexos. Interpreta a contribuição das neurociências para os diferentes contextos de manifestação do comportamento humano e animal. Abrange uma visão transdisciplinar, buscando construir pontes de integração das diferentes ciências, para a compreensão do mundo atual. A principal contribuição vem da formação integrada das neurociências com outras áreas, como a Neurobiologia, Neuroarte, Neurodireito, neurofilosofia, neurossociologia, neuroantropologia, etc. 
· Nível VII? – Digital/virtual? 
Um novo nível, ainda que não esteja oficializado na literatura, está emergindo no estudo do cérebro. São as neurociências
computacionais, que procuram reproduzir a fisiologia cerebral em sistemas de informática e que oferecem novas explicações sobre como o cérebro funciona, prometendo reorganizar os cérebros pela mediação (influência) de programas computacionais. 
  Vá mais Longe Capítulo Norteador 
Capítulo 1 – LENT, Robert.  Cem bilhões de neurônios?:  Conceitos fundamentais de neurociências. 2ª. ed. São Paulo : Atheneu, 2010. 
  
Agora é sua Vez Interação 
Faça um conjunto de desenhos ou encontre uma imagem que represente cada um dos 6 níveis de estudo das neurociências e compare com as produções de seus colegas. 
Uma alternativa é ter modelos do cérebro e estruturas cerebrais. 
SLIDES
· Nível I – Molecular
• Bioquímica – composição do Sistema nervoso
• Neuroquímica – componentes, agentes, ações e efeitos
• Neurotransmissores
• Hormônios
• Químicos (princípio ativo – substâncias)
• Drogas – remédios – venenos 
· Nível II – Celular
Origem, tipos, forma, função e neurodinâmica.
Neurócitos – Células nervosas
Micróglias - Metabolismo
Astrócitos - Trófico
Oligodendrócitos - Mielina
Neurônios – Psiquismo
· Nível III – Tecidos
Neuroanatomia
Conjuntos de neurônios
Partes do cérebro
Nome - Amígdala
Forma – oval (amêndoa) – cinzenta – 3 cm.
Localização – Lobo temporal
Conexões – hipocampo, hipotálamo, cíngulo
· Nível IV – Sistemas
Neurofisiologia
Sistema? Conjunto de órgãos ou processos integrados
Sistema periférico – Aferência e eferência.
Sistema Nervoso Autônomo – Simpático e parassimpático.
Sistema Nervo Central – Vida, psiquismo e aprendizagem.
· Nível V – Comportamental (psicológico)
Psicofisiológico – corpo e reações
Emocional – Afetos e sentimentos
Cognitivos – Percepção, memória e cognições (aprendizagem)
Ecológico (social)
· Nível VI – Social
• Neurociências
• Neuro + ciências
• Neurobiologia,
• Neuroarte,
• Neurodireito,
• Neurofilosofia,
• Neurossociologia,
• Neuroantropologia,
• Neuro...? 
Nível VII? – Digital/virtual? (hipótese)
Cybercultura
Ciências cognitivas/Cognitivismo
Realidades – tecnológica, virtual, cíbrida
Mente Ampliada/Consciência estendida
Devir...
Aula 4 
Embriogênese
A palavra embriogênese (embrio = feto e gênese = origem) significa “formação inicial do feto” e corresponde às primeiras semanas da gestação. A embriogênese do sistema nervoso se ocupa de descrever e explicar como o cérebro e demais componentes do sistema nervo se constituem no início e decorrer da gestação.  
Depois que os gametas feminino e masculino se fundem no óvulo um conjunto sucessivo de transformações se inicia para formar o corpo todo.  
Embora a embriogênese de todos os órgãos seja importante, aqui trataremos com mais atenção da embriogênese do sistema nervoso e a formação dos seus diferentes componentes. 
Depois da fecundação dos gametas uma célula primordial é formada e, em progressão geométrica, vai se multiplicando até formar um conjunto de células chamada mórula (em forma de amora), com células idênticas, as famosas células tronco, que podem se transformar em qualquer tipo de tecido do corpo. A mórula dará origem a milhares de novas células que irão se especializando na forma e na função, formando os diferentes tecidos do corpo humano (ossos, músculos, pele, órgãos internos, etc).  
Estas células formam os blastócitos, que migram para locais específicos (ectoderme, mesoderme e endoderme – fig.1) para formar o corpo humano na sua constituição perfeita, com o sistema ósseo (osteócitos) no meio, para dar sustentação, revestido pelo sistema muscular (miócitos), para dar tônus e movimento, os órgãos vitais internos (pneumócitos/pulmão, miócitos/coração, nefrócitos/rins, hepatócitos/fígado, etc.) sistema circulatório (hematócitos/sangue) e endócrino para garantir a funcionalidade de todos esses sistemas. Por fim temos o maravilhoso corpo humano. Belo, completo, pleno, funcional e harmônico. 
Figura 1 – O papel dos folhetos embrionários na formação do corpo. 
Fonte: Descomplica/biologia/embriologia – 
https://d3uyk7qgi7fgpo.cloudfront.net/lms/modules/materials/VOD-Embriologia-2019-f2c8f7a54ae7eb30b1363d65d51270c5.pdf 
 Na transformação da ectoderme alguns processos são importantes, chamados de Neurulação (a formação do sistema nervoso): A mórula começa a formar a gástrula e surge o blástoporo, que vai dar origem à placa, crista e gota neural. O fechamento da crista neural vai formar um tubo neural. A base do sistema nervoso central (Fig. 2). 
Page Break 
Figura 2 – Neurulação do sistema nervoso 
Fonte: docsity.com 
https://www.docsity.com/pt/embriologia-do-sistema-nervoso-1/4712066/ 
 Concomitante à formação destes sistemas, na formação do sistema nervoso, começam a aparecer os neurócitos (neuro = cérebro, citos = células) células especializadas (Fig. 3) que vão se agrupando e se transformando nas diversas estruturas cerebrais, cada uma com uma forma e função específica e que formarão os neurônios, as células gliais (micróglia), os astrócitos e outros componentes do sistema nervoso. 
Figura 3 – Diferenciação das células nervosas. 
Fonte: aprender.ead.unb https://aprender.ead.unb.br/pluginfile.php/119552/mod_resource/content/1/Neurula%C3%A7%C3%A3o%20e%20sistema%20nervoso.pdf 
 Os primeiros agrupamentos neurocelulares vão formar três vesículas (conjuntos de tecido nervoso) chamadas de prosencéfalo, metencéfalo e rombencéfalo, que serão os precursores das estruturas finais do sistema nervos sendo; 
 O prosencéfalo forma o cérebro, a parte mais superior do sistema nervoso, composto pelos os hemisférios cerebrais e diencéfalo. 
O mesencéfalo forma a conexão do cérebro com o tronco e rombencéfalo.  
O rombencéfalo forma o metencélafo (tronco e cerebelo), mielencéfalo (bulbo) e se conecta com a medula (Fig. 4). 
Figura 4  - Vesículas primárias e formação do Sistema nervoso Central. 
  Fonte: anatomia-papel-e-caneta 
 https://www.anatomia-papel-e-caneta.com/embriologia-do-sistema-nervoso/ (Links para um site externo.)  
 
O Resultado final desta evolução é um sistema extremamente inteligente e complexo que, em sinergia com os outros sistemas, torna o ser humano único dentre todas as espécies. 
O sistema nervoso humano completo abrange os seguintes subsistemas: 
Sistema nervoso periférico - composto por 32 pares de nervos somáticos (do corpo) e 12 pares cranianos (da cabeça), que trazem e levam informações sensoriais do mundo externo e interno do corpo para o cérebro e levam os comandos do cérebro para os demais órgãos. 
Sistema nervoso autônomo – que regula a ativação e inibição dos demais órgãos, sendo dividido em ramo simpático e parassimpático. 
Sistema nervos central – composto pelo encéfalo (dentro da cabeça), divido em; cérebro (córtex), diencéfalo, cerebelo e medula espinhal (onde se conectam os nervos do sistema periférico). 
  
Vá mais Longe
Capítulo Norteador
   Leia o Capítulo 3 do livro de referência MARIEB, Elaine N. et al. Anatomia humana 7ed. Pearson, 2014. (Biblioteca Virtual Pearson).
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Interação
       Procure o melhor vídeo sobre neurulação e compare com os dos seus colegas, façam uma eleição e classificação dos melhores vídeos.
SLIDES
O que veremos hoje?
• Como o Sistema Nervoso se forma
• Fases da embriogênese
• Divisão e organização do SN
Embriogênese
• Organogênese - Corpo
• Embrion – feto
• Gênesis – origem
• Neuro – cérebro ou sistema nervoso
• Neurogênese – Origem e formação do Sistema nervoso
• Uma pequena história – Do zigoto ao cérebro.
• Era uma vez dois gametas...
• Óvulo e espermatozoide = célula primordial (Zigoto)
• Multiplicação 2, 4, 8, 16, 32 (mórula)... 128 (blástula)
• Três folhetos –
• Ectoderme, mesoderme e endoderme.
• Ectoderme, mesoderme e endoderme.
• Ectoderme – Sistema nervoso + pele.
• Mesoderme - Ossos, músculos e Sistema circulatório
• Endoderme – Sistema respiratório e digestivo
• Ectoderme – Sistema nervoso
• Neurulação – formação das partes do sistema nervoso
• Células especializadas, migração e transformação
• Blastóporo
• Placa neural
• Crista neural
• Goteira neural
• Tubo neural
• Vesículas
Células nervosas
• O Sistema
nervoso são conjuntos agrupados de
células nervosas.
• Células-tronco
• Micróglia (Gliais) (metabolismo)
• Oligodendrócitos (Bainha de mielina)
• Astrócitos (trófico)
• Neurônios – apolar, bipolar, unipolar
Aferência, associação, eferência 
Vesículas
• Prosencélafo – Telencélafo (córtex e hemisférios), núcleos e diencéfalo
• Mesencéfalo - mesencéfalo – Área tegmental ventral (ATV)
• Rombencéfalo – Metencéfalo – Ponte e cerebelo
- Mielencéfalo – Bulbo
• Medula – nervos aferentes e eferentes.
Resultado?
Sistema nervoso periférico – comunicação com o corpo e com o mundo
Sistema nervoso autônomo – regulação do corpo – acelerador/freio
Sistema nervoso central – Emoções, cognições e interações
Zigoto......................................................................................cérebro (SNC)
Aula 5
Neurotransmissão
Neurotransmissão é o processo de comunicação entre neurônios e que gera, ou inibe, comportamentos. Tudo que acontece no corpo vivo é decorrente de um mecanismo de ativação ou inibição de cadeias ou redes de neurônios.
 O disparo ou inibição de um neurônio, que é a célula responsável pelo funcionamento do Sistema nervoso gera, consequentemente, a manifestação do psiquismo (sensações, percepções, memória, ansiedade, medo, dúvida, fala, etc.).
              A comunicação entre neurônios, a neurotransmissão, acontece de duas formas; 1 - através de sinapses elétricas, quando um neurônio ativa outro sem um neurotransmissor, mas por estimulação iônica (elétrica) e; 2 – através de sinapses químicas, quando um neurônio ativa outro pela ação de neurotransmissores ou neuromoduladores. A palavra “sinapse” quer dizer espaço ou fenda, indicando que entre um neurônio e outro há um espaço vazio, onde os neurotransmissores são liberados para ativar o próximo neurônio.
              Os neurotransmissores e neuromoduladores são substâncias químicas que geram a ativação (potencial de ação), disparo ou inibição de um neurônio. Eles são lançados na fenda sináptica (sinapse) e agem de formas diferentes, conforme a ação sobre o segundo neurônio.
              Mas como eles funcionam? O Funcionamento dos neurotransmissões é estudado pela neuroquímica, que descreve a neurotransmissão, a ativação e comunicação entre os neurônios. Um neurônio é composto por quatro partes principais: 1 Dendritos, que recebem a informação de outro neurônio; 2 Corpo celular, como núcleo do neurônio e organelas celulares, que garantem a vida e o funcionamento celular; 3 Axônio, que conduz os neuromoduladores para as sinapses e; 4 Terminal do axônio, que produz alguns neurotransmissões, armazena-os em vesículas e libera para os próximos neurônios (conforme a figura 1).
 Figura 1 - Anatomia do neurônio – 
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/neuron-communication-transmission-nerve-signal-between-1401058229 (Links para um site externo.)
               A neurotransmissão e a neuromodulação acontecem em duas etapas: a etapa Pré-sináptica (que explica o que acontece no primeiro neurônio – Neurônio A) e pós-sináptica (que explica o que acontece no segundo neurônio- Neurônio B), conforme figura 2.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/synapses-glutamate-neurotransmitters-1184803600
 Figura 2 – Sinapse e neurônios pré-sinaptico (A) e pós-sináptico (B)
 
Neurônio A – Antes da sinapse
       O Neurônio pré-sináptico (A) precisa preparar a neurotransmissão ou neuromodulação, para que o estímulo elétrico ou químico seja disponibilizado na sinapse para que o segundo neurônio, ativando os receptores, dê continuidade ao processo.
       A neurotransmissão depende de três processos: 1 – Síntese (produção do neurotransmissor no final do axônio); 2 – liberação (neurotransmissão) e; 3 – regulação (equilibrando a quantidade de neurotransmissores na fenda sináptica).
       A neuromodulação depende de quatro processos; 1 – Síntese (produção do neuromodulador no corpo do neurônio); 2 – Transporte pelo axônio; 3 -  liberação (neuromodulação) e; 4 - regulação (equilibrando a quantidade de neuromoduladores na fenda sináptica).
 Neurônio B - Depois da sinapse.
              O Neurônio pós-sináptico (B) precisa organizar a recepção dos neurotransmissores ou neuromoduladores para que a neurotransmissão se efetive. A recepção pós-sináptica acontece de duas formas: 1 – por canais ionotrópicos e; 2 - por canais metabotrópicos.
              Mas qual é a diferença?
              Os receptores ionotrópicos (devido aos íons de sódio ou potássio) geram a ativação ou inibição deste segundo neurônio de forma direta e rápida.
              Os receptores metabotrópicos são mais lentos, pois dependem de um segundo mensageiro (outro elemento químico indireto) para a resposta nervosa (ativação ou inibição) e que acontece de duas formas, em duas partes do neurônio;
a) Proteína G - A primeira ação do segundo mensageiro, depende da participação de outra proteína, chamada de Proteína G (de Guanosina), que vai provocar alterações no núcleo deste neurônio pós-sináptico (Neurônio B)
 b) TKR (Receptor da Tirosina Quinase) - A outra ação nos receptores metabólicos, depende da participação de outra proteína, chamada de TKR, que vai resultar no aumento dos terminais do axônio, gerando novas sinapses, ampliando a rede neuronal e permitindo fazer novas conexões.
               A comunicação entre os neurônios, no seu mecanismo, é simples: um neurônio estimula ou inibe os próximos pelas libração de neurotransmissores e moduladores. Os neurônios que recebem os neurotransmissores e moduladores respondem de duas formas – ativação ou inibição iônica (rápida) ou metabotrópica (lenta – Proteína G ou TKR).
 Porém devido ao fato de existirem centenas de neurotransmissores e milhares de sinapses e, embora a bioquímica e a neuroquímica já conheçam a dinâmica e a farmacocinética de muitos neurotransmissores e seus efeitos sobre o comportamento, isso é o que torna quase impossível (e um grande desafio para a Psicologia) compreender porque cada pessoa se comporta de uma ou de outra forma.
              Por fim temos um resumo dos principais neurotransmissores e neuromoduladores e sua ação e efeitos (Tabela 1).
 Tabela 1 – Principais neurotransmissores/moduladores. 
	Nome do NT
	Categoria
	Ação
	Efeitos (+/-)
	Acetilcolina (ACh) –
 
	Hormônio
	Excitatório
	Memória, sono e aprendizado.
	Ácido g Amino-Butírico (GABA) –
 
	NT
	Inibitório
	Calma/tranquilidade
	Adrenalina (Ad) (epinefrina) -
	Hormônio
	Excitatório
	Alerta e ativação
	Dopamina (DA) –
 
	Hormônio
	Ambos
	Motivação, prazer criatividade e cognição.
	Endorfina -
	Hormônio
	Inibitório
	Bem estar/euforia
	Glicina –
	NT
	Inibitório
	motricidade
	Glutamato (Glu) -
	NT
	Excitatório
	Aprendizagem
	Histamina (H) –
	NT
	Excitatório
	Alergias
	Noradrenalina (NA) -
	Hormônio
	Excitatório
	Luta/fuga
	Ocitocina -
	Hormônio
	Inibitório
	Afeto/amor/paixão
	Serotonina 
5-HT) -
	Hormônio
	Ambos
	Humor/depressão
Fonte: compilação do autor
           
   Outro fator importante em neuroquímica é que, embora um neurotransmissor ou neuromodulador tenham ação excitatória ou inibitória em uma parte do cérebro, o efeito (como comportamento) pode ser diferente, gerando comportamentos mais exacerbados, inibidos ou ausentes. Isso depende dos diferentes locais e das diferentes vias (conjuntos de neurônios) que cada mecanismo químico aciona (Exemplo - Figua 3).
 Figura 3 – Vias dopaminérgicas e serotoninérgicas ativando diferentes partes do cérebro.
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/dopamine-serotonin-pathways-brain-neuroscience-medical-1792925599 (Links para um site externo.)
 
 Vá mais Longe Capítulo Norteador
OLIVEIRA, Luiz Fernando. Transmissão Sináptica Rev Bras Anestesiol. 44: 1: pp. 25 – 33. 1994.
  
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       Post/vídeo – apresente aos seus colegas um pequeno texto ou vídeo sobre uma nova descoberta que você fez sobre neurotransmissão.
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 NEUROMODULADORES
 Aula 6 
Neuroanatomia
O sistema nervoso é um
conjunto de subsistemas que funcionam de forma sinérgica, gerando o que chamamos de psiquismo.
              No nível celular ou dos tecidos a neuroanatomia apresenta as estruturas cerebrais formadas por grandes conjuntos de neurônios, órgãos ou vias nervosas (feixes, fascículos, tractos ou lemniscos).
              A neuroanatomia é o ramo das neurociências que descreve todas as estruturas que compõem estes subsistemas. A base da neuroanatomia é a biologia descritiva e a nomenclatura, ela descreve a forma, a localização e o nome das diferentes partes do corpo. Analisa as estruturas de forma micro (os componentes do órgão – como os núcleos do hipotálamo) e macro (o órgão compondo um sistema – o hipotálamo faz parte do diencéfalo).
              Veja o exemplo: O Hipotálamo tem este nome porque ele se localiza abaixo (hipo) do tálamo. Tem a forma de um pequeno retângulo irregular, pesa 4 gr., faz parte do sistema das emoções e é composto por 23 núcleos, onde cada um regula diversas funções fisiológicas (temperatura, emoções primárias, homeostase, hormônios, etc.).
            A Medula e nervos periféricos.
A medula é formada por um conjunto de neurônios que formam feixes de nervos que ficam dentro da coluna vertebral que, sendo oca, mantem esses nervos unidos e protegidos. Os nervos periféricos corporais (ou somáticos) e cranianos formam feixes de neurônios (sensoriais e motores) que trazem informações do mundo externo para o cérebro e estão ligados à medula. Os nervos cranianos trazem as informações do mundo e estão ligados diretamente ao cérebro.
 O Sistema nervoso Autônomo e nervos somáticos e cranianos 
  Os nervos formam três grupos:
1 - Os nervos somáticos (do corpo, com 31 pares), que trazem informação (aferentes) e controlam a motricidade do corpo (eferentes);
 2 - Os nervos cranianos (com 12 pares) estão diretamente ligados no troco encefálico e cérebro.
 3 - O sistema autônomo com dois ramos (simpático e parassimpático) regula os comportamentos de autoproteção
O Tronco cerebral e Cerebelo
 O segundo conjunto de estruturas cerebrais é o tronco cerebral (fica na base do cérebro, ligando a medula ao cérebro). Ele é formado por três estruturas: bulbo, ponte e mesencéfalo.
         O cerebelo forma um conjunto separado de neurônicos, localizado atrás do tronco. Parece uma pequena árvore cheia de ramos por dentro e saliências por fora.
Diencéfalo e o Sistema das emoções –
Conhecido usualmente como sistema límbico, pois se sobrepõe ao mesencéfalo, o diencéfalo fica no meio do cérebro e é composto pelo tálamo, hipotálamo, giro para-hipocampal, Hipocampo Amígdala, Área septal, Hipotálamo. O Giro do Cíngulo é uma conexão com o córtex frontal e forma um novo sistema, chamado de sistema das emoções.
Os Núcleos da base, corpo caloso e o sistema da motricidade
Os núcleos da Base são aglomerados de corpos de neurônios (gânglios) que formam núcleos (conjuntos) que se localizam abaixo do córtex. Os principais núcleos são: Caudado, putamen e pálido.
         O Corpo caloso é um feixe denso de neurônios associativos que conectam os dois hemisférios
O Córtex ou telencéfalo e os sistemas sensorial e motor
              O córtex é composto pelos neurônios que constituem a parte externa do cérebro, é chamada de córtex (casca) pois recobre todas as estruturas do cérebro. 
Está dividido em dois hemisférios (direito e esquerdo) e em cinco lóbulos: Giro do cíngulo (recobrindo o diencéfalo), lóbulo occipital (acima da nuca), lóbulos parietais (acima da cabeça), lobos temporais (acima das orelhas – nas têmporas), lobos frontais (na fronte) e pré-frontal (na testa).
 Os lobos occipital, parietal e temporal formam um conjunto chamado de córtex sensorial, pois agrupa neurônios responsáveis pela recepção (sensação e percepção) dos sentidos (sensibilidade corporal/tato/parietal, visão/parietal, e audição/memória/temporal).
            Ficam separados dos lobos frontais pelos sulcos central e lateral e ocupam a parte superior, lateral e posterior da cabeça. Em muitos textos aparecem com pós-centrais (depois do sulco central).
  Os lobos frontais e pré-frontais ficam na frente da cabeça e são responsáveis pelos processos mais elaborados e complexo do comportamento como planejamento e concentração (pré-frontais), coordenação e ação (frontais e pré-central – à frente do sulco central).
· Resumo de neuroanatomia
 Córtex: telencéfalo – hemisférios – lobos parietal, occipital, temporal e frontal.
Giros e sulcos – fazem a divisão do córtex e lobos em áreas menores (lóbulos).
Núcleos da base: caudado, putamen e pálido.
Corpo caloso – conexão dos hemisférios cerebrais.
Diencéfalo: Cíngulo – tálamo – hipotálamo – amigdala – hipocampo.
Tronco: Mesencéfalo, ponte e bulbo.
Cerebelo – equilíbrio.
Medula – Aferência e eferência.
Nervos cranianos: 12 pares.
Nervos somáticos: 31 pares.
Sistema Nervoso Autônomo: ramo simpático e parassimpático.
  
Vá mais Longe Capítulo Norteador
Veja o mini-atlas (encarte) com imagens do cérebro (pág. 367), In.  LENT, Robert. Cem bilhões de neurônios?: Conceitos fundamentais de neurociências. 2ª. ed. São Paulo : Atheneu, 2010.
  
Agora é sua Vez Interação
       Amplie seu neuroatlas – reproduza (desenhando) as estruturas que aprendeu neste módulo.
 
SLIDES
O Tronco cerebral (Sobrevivência),
O Cerebelo (Equilíbrio, motricidade e aprendizagem),
O Sistema das emoções (interação),
Os Núcleos da base (Motricidade) e corpo caloso (conexão hemisférica) 
Nivelamento - Giros e Sulcos (encarte especial)
O Córtex sensorial (Percepções e Cognições)
O Córtex Motor (Funções executivas, cognições e motricidade)
• Resumindo...
Aula 7
Neurofisiologia
A neurofisiologia é o ramo das neurociências que descreve e explica o funcionamento das estruturas cerebrais, de maneira isolada (a função de cada órgão ou estrutura) e de maneira sinérgica (mostrando a interação e o efeito de uma estrutura ou sistema sobre os outros). Para melhor compreensão da neurofisiologia é importante ter em mãos o que foi aprendido em neuroanatomia e um neuroatlas, com as imagens e localização das estruturas e partes cerebrais;
1 - O sistema sensorial (aferência e eferência)
              Composto pela medula e nervos somáticos e cranianos, tem como função manter o cérebro conectado com o mundo externo e com os demais órgãos do corpo. Os nervos se dividem em três grupos:
              Nervos sensitivos (aferentes), que trazem a informação dos órgãos (olho, ouvido, pele, articulações, órgãos internos, etc.) para o cérebro.
              Nervos efetores (eferentes ou motores), que enviam as respostas do cérebro para o sistema muscular ou endócrino.
Nervos mistos (aferentes e eferentes) que fazem as duas funções.
Figura 1 – Nervos cranianos (12 pares)
2 - O sistema de sobrevivência 
              Composto pelo Tronco cerebral agrupam as estruturas que dão suporte vital ao corpo, mantendo e controlando o funcionamento dos órgãos vitais (coração, pulmão, rins, glândulas, fígado, etc.) e o reflexo de orientação.
Figura 2 – Tronco encefálico (bulbo, ponte e mesencéfalo)
              Outro componente importante para a sobrevivência é Sistema Nervoso Autônomo, composto pelos ramos simpático (de ativação geral do organismo) e parassimpático (de inibição do organismo), mas que funcionam de forma sinérgica, buscando o equilíbrio funcional do organismo. Enquanto o ramo simpático ativa o corpo para o enfrentamento das ameaças físicas (riscos e perigos) e psicológicas (distresse e sofrimentos), o ramo parassimpático se encarrega da recuperação do desgaste gerado ela ativação simpática e atua nas situações de repouso e relaxamento.
Figura 3 – Sistema Nervoso Autônomo – Ramo simpático e Parassimpático Figura 4 – O cerebelo
 3 - O sistema do equilíbrio e motricidade
              Composto pelo Cerebelo, e com ligações com os núcleos da base, é responsável pelo Equilíbrio, reflexos motores, motricidade, comportamentos automatizados e ritmo de aprendizagem.
4 - O Sistema das emoções (interação)
Comporto pelos órgãos do diencéfalo, é responsável pela manifestação das emoções e afetos, gerando as respostas automáticas ao ambiente (medo e raiva), corporais (olfato, gustação, interocepção) e a outras pessoas (amor, empatia, carinho, etc). A conexão os lobos frontais permite a regulação das emoções aprendidas e o controle (inibição da impulsividade) de comportamento não aceitos socialmente.
 Figura 5 – O sistema das emoções/límbico (diencéfalo)
 5 - O sistema da psicomotricidade  
              Composto pelos Núcleos da base (Motricidade), pelo corpo caloso (integração sensorial) e pelo cerebelo (equilíbrio) atua na construção dos movimentos precisos, harmônicos e elaborados. Como nos esportes, trabalho complexo e artes (dança e pintura).
 Figura 6 – Núcleos da base
6 - O sistema da aprendizagem 
              Composto pelo Córtex sensorial (temporo-parieto-occipital) é responsável pelo processamento das informações trazidas pela medula, transformando as informações simples (sensações e percepções – exterocepção e propriocepção) em processos complexos (cognições – memória, linguagem, percepção corporal, esquema espacial, autoimagem).
 Figura – 7 – Lobos Parieto-temporo-occipital (PTO)
7 - O sistema executivo - (Cognições e funções executivas).
              Composto pelo córtex motor (lobos pré-frontal e frontal) e integrado aos lobos parietais é responsável pelo processamento complexo das informações, chamadas de funções executivas, atenção e concentração,  pensamento e funções executivas.
 Figura 8– Lobos frontais
 Resumo do módulo
SLIDES
• Como funcionam os sistemas que compõem o sistema nervoso;
• A medula, nervos somáticos e cranianos - Sensorial (aferência e eferência)
• O Sistema Nervoso Autônomo
• O Tronco cerebral (Sobrevivência),
• O Cerebelo (Equilíbrio, motricidade e aprendizagem),
• O Sistema das emoções (Humor e Interação),
• Os Núcleos da base (Motricidade) e corpo caloso (integração sensorial),
• O Córtex (Percepções, Cognições e funções executivas).
• Sistema sensorial (aferência e eferência)
• A medula, nervos somáticos e cranianos -
• O Sistema Nervoso Autônomo
Luta (agressividade), fuga (medo e ansiedade), paralisia (freezing) e repouso
• Sistema de Sobrevivência
• O Tronco cerebral - funções basais (órgãos vitais)
• Sistema do Equilíbrio e motricidade
• O Cerebelo ( + aprendizagem)
• O Sistema das emoções (Humor, afetos e Interação)
• Diencéfalo + córtex frontal
• Sistema da psicomotricidade (movimento + afeto + cognições)
• Os Núcleos da base (Motricidade) e corpo caloso (integração sensorial),
• Sistema de aprendizagem (Percepções e Cognições)
• O Córtex Sensorial - Parieto, temporal e occipital
• Sistema executivo
• O Córtex Pré-frontal (funções executivas), frontal e motor
Aula 8
Neuropsicologia e o Sistema Funcional de Luria
Alexandr Romanovich Luria (1902 – 1977) foi um grande neurocientista russo que, junto com Lev S. Vigotski e Alexei A. Leontiev, formava a troika (trio) que desenvolveu a Práxis Sócio Histórica da Atividade, tão em voga no contexto educacional atual.
              A contribuição de Luria foi uma nova interpretação da neurofisiologia, relacionando o funcionamento cerebral (neurofisiologia) com a psicologia, estudada pela Neuropsicologia.
              Luria propôs uma interpretação funcional do sistema nervoso, entendendo que os sistemas cerebrais funcionam de forma integrada e não de forma isolada e separada como é visto na neuroanatomia.
As unidades funcionais:
· Unidade funcional 1 – O Cérebro Desperto
              Para que o cérebro aproveite e use adequadamente as informações que recebe do mundo externo, do próprio corpo ou que já estão no próprio cérebro é preciso que ele alcance um nível ideal de ativação para um bom funcionamento, chamado de tônus cerebral.
              Três estruturas cerebrais participam nesta ativação: o Tronco encefálico, que dá a motivação a partir das necessidades básicas (fome, sede, homeostase), o diencéfalo, que ativa o cérebro para satisfações subjetivas (paixões, emoções, desejos) e os lobos frontais, relacionados aos processos sociais, resolução de problemas e aprendizagens (motivação extrínseca).
              O cérebro desperto recruta as funções específicas de cada subsistema para dar às outras unidades (o cérebro informado e humanizado) condições de melhor funcionamento.  A função principal do cérebro desperto é aumentar o tônus cerebral (grau de ativação), aumentando a atenção, a motivação para as atividades e o envolvimento com as tarefas.
· Unidade funcional 2 – O Cérebro Informado
              As informações provenientes do mundo externo e dos órgãos são distribuídas para partes específicas do cérebro. As visuais vão para os lobos occipitais, as auditivas vão para os lobos temporais e as corporais (somestésicas) vão para os lobos parietais. Assim os lobos occipitais, temporais e parietais formam um banco de dados no cérebro e que serão utilizados na composição das percepções, memória, imagens mentais, pensamentos, cognições, etc.
              O cérebro informado recebe (sensações), integra (percepções), analisa (cognições) e armazena (memórias) as informações, manifestando o psiquismo.
· Unidade funcional 3 – O Cérebro Humanizado
              O cérebro humanizado recebe este nome porque são apenas os humanos quem tem grande quantidade e volume de lobos frontais e pré-frontais.
              A função do cérebro humanizado é manifestar as atividades mais nobres da humanidade como criatividade, planejamento, ética e julgamentos, valores sociais, bem como o pensamento lógico, análise de problemas complexos, cálculos, linguagem simbólica e metafórica.
· Áreas cerebrais       
              Além das unidades cerebrais Luria propôs que, dentro de cada unidade cerebral, as estruturas cerebrais funcionam de forma especializada (da mais simples para as mais complexas). Assim cada unidade tem três áreas específicas: áreas primárias (básicas ou modais), áreas secundárias (de integração ou multimodais) e áreas terciárias (de integração geral).  Essas áreas tem papel importante na integração dos estímulos para a manifestação do Psiquismo;
· As áreas cerebrais da 1ª.  Unidade funcional (o cérebro desperto)
              Embora a literatura ainda não descreva as áreas da primeira unidade funcional. Apresentamos uma proposta de como poderia ser a interpretação do funcionamento destas áreas.  
              As áreas primárias da 1ª. UF estariam localizadas no tronco encefálico e tem como principais funções gerar o nível de consciência biológica (acordar) e R.O. (reflexão de orientação - atenção automática para estímulos).
              As áreas secundárias correspondem ao diencéfalo (sistema das emoções) e tem como principais funções direcionar a atenção para estímulos prazerosos, desejos e interesses, sendo o tálamo o órgão da atenção direcionada (mecanismo de busca de estímulos).
              As áreas terciárias correspondem aos lobos pré-frontais (cérebro humanizado) e atuam como gerenciadoras da atenção voluntária, inibindo o R.O. e direcionando o psiquismo para focos de atenção (concentração e tenacidade). 
· As áreas cerebrais da 2ª. Unidade funcional (o cérebro informado)
              As áreas primárias recebem os estímulos que vem do tálamo (do cérebro desperto). A ativação das áreas primárias são chamadas de sensações e são específicas para cada função (sometésica, auditivas e visuais). Nas áreas primárias parietais ocorrem as paresias (formigamento), nas áreas temporais as áudiopsias (ruídos ou chiados) e nas occipitais as fotopsias (pontos de luz ou estrelinhas).
              As áreas secundárias integram as sensações, transformando em manifestações psicológicas e são chamadas de percepções.  As áreas secundárias parietais transformam as paresias em somestesia (reconhecimento do corpo), as áreas temporais transformam as áudiopsias em sons reconhecidos ou palavras e nas occipitais transformas as fotopsias em imagens simples, formas ou objetos.
              As áreas terciárias
integram as percepções, construindo as cognições (linguagem, memória, pensamento, imaginação) e estão localizadas na junção dos três lobos (temporo –parieto- occipital).
· As áreas cerebrais da 3ª. Unidade funcional (o cérebro humanizado)
              No cérebro humanizado a atuação das áreas cerebrais é invertida. Com as áreas terciárias atuando num processo decrescente, reorganizando as secundárias, que organizam as primárias.
              As áreas terciárias pré-frontais são as mais nobres do ser humano, pois são as áreas de planejamento e avaliação da atividade psíquica como as Funções executivas, criatividade, programação mental, tomada de decisão, julgamento, etc.
              As áreas secundárias frontais são áreas de organização da atividade, coordenando no espaço-tempo as ações planejadas, dando o sequenciamento dos gestos e movimentos.
              As áreas primárias frontais (ao lado do sulco central) provocam o disparo dos neurônios eferentes que estão ligados ao sistema muscular, gerando a motricidade (movimentos, fala, gestos, caminhar, etc.).
              A partir destas unidades e áreas cerebrais Alexandr Luria propôs que a investigação do funcionamento e estimulação das diversas partes do cérebro fosse feita a partir de uma Análise Sindrômica, que é a investigação de como cada unidade e partes do cérebro (áreas) participam na execução de cada tarefa.
 Em resumo temos: Figura 1 – As unidades funcionais de Alexandr R. Luria.
 
Figura 2 – As áreas primárias, secundárias e terciárias.
 
Tabela 1 – Unidades funcionais e áreas cerebrais
	                            
	Cérebro
	Área primária
	Área secundária
	Área terciária
	1ª.Unidade funcional
	Desperto
	R.O.
	emoções
	atenção
	2ª.Unidade funcional
	Informado
	sensações
	percepções
	cognições
	3ª.Unidade funcional
	Humanizado
	movimento
	coordenação
	Funções executivas
Planejamento
  
Vá mais Longe Capítulo Norteador
OLIVEIRA, Marta Kohl de; REGO, Teresa Cristina. Contribuições da perspectiva histórico-cultural de Luria para a pesquisa contemporânea. Educ. Pesqui.,  São Paulo,  v. 36, n. spe, p. 107-121,  Apr.  2010.   Available from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022010000400009&lng=en&nrm=iso
Referências
LENT, Robert. Cem bilhões de neurônios?: Conceitos fundamentais de neurociências. 2ª. ed. São Paulo : Atheneu, 2010.
SLIDES
• O sistema funcional de A. R. Luria
• As três unidades funcionais e as áreas cerebrais
• A troika
• Alexandr Romanovich Luria
• Alexei Nikolaivitch Leontiev
• Lev Semionovich Vygotsky
• Práxis Sócio-Histórica da Atividade
Mediação – Evolutivo – Intencional (Pré-frontais)
• Unidade funcional 1 – O Cérebro Desperto
• Ativação e tônus cerebral
• Anatomia – Tronco, diencéfalo e SNA.
• Fisiologia – Consciência biológica, vigília, atenção e motivação.
• Unidade funcional 2 – O Cérebro Informado
• Receber, analisar e armazenar as informações (aprendizado)
• Lobo parietal – sensações e percepções corporais (somestesia)
• Lobo temporal - sensações e percepções auditivas
• Lobo occipital - sensações e percepções visuais 
• Unidade funcional 3 – O Cérebro Humanizado
Planejar, organizar e executar a atividade
• Lobos pré-frontais (funções executivas)
• Lobos frontais (coordenação e ação)
• Áreas cerebrais
• Primárias – sensoriais e motoras (ligação com o mundo)
• Secundárias – associação (percepções e coordenação)
• Terciárias – Integração (cognições)
 
• Áreas cerebrais do cérebro desperto
• Primárias – Tronco - Reflexo de orientação (R.O) - alerta
• Secundárias – Diencéfalo – Interesses/desejos - emoções
• Terciárias – Pré-frontais (Atenção voluntária – concentração)
• Áreas cerebrais do cérebro informado
• Primárias – Parietais – paresias
Temporais – áudiopsias (ruídos e chiados)
Occipitais – fotopsias (flashes e luzes)
• Secundárias – Parietais – percepção corporal
Temporais – sons e palavras
Occipitais – formas e imagens
• Terciárias – PTO= Audiovisual somestésico, orientação corporal e espacial
• Áreas cerebrais do cérebro humanizado
• Terciárias – Pré-frontais – Funções executivas (planejamento)
• Secundárias – Frontal médio -Coordenação espaço-temporal
• Primárias – Giro pré-central – motricidade
Aula 9 
Neurociências e Comportamento (Neuropsicologia)
A função principal da neuroanatomofisiologia é explicar as bases para neuropsicologia, a neurociência que relaciona o funcionamento (neurofisiologia) do cérebro (neuroanatomia) com os aspectos psicológicos. A neuropsicologia, por sua vez descreve as diferenças entre as funções psicofisiológicas (que temos em comum com os animais) e as funções neuropsicológicas (exclusivamente humanas e que só se desenvolvem pela mediação coletiva). 
 Funções psicofisiológicas  
As funções psicofisiológicas formam a base comportamental para o aparecimento e a evolução das funções neuropsicológicas. Estão relacionadas aos processos básicos de sobrevivência do indivíduo e da espécie e são compostas por diversas programações automáticas (instintos e reflexos). 
As funções psicofisiológicas são desenvolvidas na filogênese (aprendizagem da espécie, ao longo da evolução); 
a) Análise sensorial (órgãos sensoriais, vias aferentes, diencéfalo e áreas primárias) oferece ao corpo as bases (sensações) para a interação do animal com o ambiente, traz as informações (interocepção, propriocepção e exterocepção) para o cérebro sobre os riscos e ameaças, condições de sobrevivência, alimentação, proteção e preservação. 
b) Reflexo de orientação (tronco encefálicoe SNA) é a resposta automática do organismo a qualquer estímulo externo, que ativa o sistema de alerta e prontidão. 
c) Processamento automático – (diencéfalo– Amigdala, hipocampo, hipotálamo e tálamo), processa inconscientemente as informações mais importantes e regula a respostas automáticas corporais,  
d) Sensações (Parietal/somestésicas,Temporais/Auditivas, Occipitais/Visuais), decorrem das ativações do córtex primário (áreas primárias) dos respectivos lobos, dando as informações básicas (paresias, áudiopsias e fotopsias) para o processamento pré-consciente pelo cérebro dos estímulos recebido pelos analisadores sensoriais (vísceras, articulações, músculos, pele, ouvidos, olhos). 
e) Percepções(Parietal/somestésicas, Temporais/Auditivas, Occipitais/Visuais), decorrem das ativações do córtex secundário (áreas secundárias) dos respectivos lobos, gerando processos mais complexos (percepção corporal, audição e visão) do processamento consciente pelo cérebro dos estímulos processados nas áreas primárias. É a passagem (transdução) do nível físico para o psicológico.  
f) Pré-cognições (Confluênciados lobos parieto-temporo-occipital) consiste na integração as percepções em processos psicológicos mais complexos (linguagem, pensamento, análise primária e respostas filogenéticas). 
Funções neuropsicológicas e psicomotricidade 
As funções neuropsicológicas, também chamadas de Funções Psicológicas Superiores ou Metacognitivas, são o conjunto de processos mentais e psicológicos que se formaram durante a ontogênese (aprendizagem do individuo, ao longo da vida) e, principalmente, pela sócio-gênese (aprendizagem do indivíduo, na convivência, interações e trocas de experiência com outros indivíduos, grupos e instituições sociais – família, escola, igreja, trabalho, etc.). 
a) Percepções, (áreas secundárias parieto-temporo-occipitais) são mais elaboradas que as percepções psicofisiológicas. São a base da subjetividade, pois cada pessoa constrói suas percepções de forma particular. Como gostar de uma música, ou olhar uma nuvem e ver uma figura (pássaro, pessoa, objeto, etc.). 
b) Cognições (áreas terciárias parieto-temporo-occipitais e frontais) são processos exclusivamente humanos, pois envolve o processamento múltiplo de diferentes percepções, memórias, histórico de aprendizagens (vivências), linguagem, leitura, escrita, cálculo, resolução de problemas (algoritmos – respostas aprendidas). 
c) Funções executivas
(lobos pré-frontais) são os processos mais avançados e evoluídos da espécie humana (filogênese) e de cada indivíduo (ontogênese). Consistem na capacidade de análise e resolução de problemas (heurísticos – respostas inventadas), derivações, criatividade, tomada de decisões, julgamento e metacognições. São desenvolvidas no enfrentamento das situações inusitadas e novidades da vida. 
d) Psicomotricidade (envolve o cérebro todo) é a integração da motricidade, dos afetos e cognições. Resultando num comportamento mais elaborado, seguro e maduro, resultante daauto percepçãoe da interação com outras pessoas. De forma paradoxal, é o processo de tomada de consciência os três níveis de interação (motricidade, afetos e cognições) e também o resultado da integração desses mesmos níveis. A psicomotricidade amplia da consciência de si e a conscientização de si amplia a psicomotricidade. 
e) Interação/Socialização(envolve a integração de vários cérebros, cada qual com sua particularidade), resultando e gerando mudanças na configuração das conexões entre os neurônios (redes e bioquímica cerebral) e promovendo a evolução das pessoas, das sociedades e da humanidade (cultura).
 Resumo comparativo: 
 
Vá mais Longe Capítulo Norteador 
REIS, Edson Mário dos. Neuropsicologia: histórico, aplicabilidade e contribuições. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 06, Vol. 11, pp. 128-141. Junho de 2019. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/neuropsicologia (Links para um site externo.) 
 Referências
GAZZANIGA, Michael et al.  Neurociência cognitiva: a biologia da mente. 2. ed.  Porto Alegre: Artmed, 2006. 
SLIDES
Funções Psicofisiológicas
a) Análise sensorial – vias aferentes
b) Reflexo de orientação - tronco
c) Processamento automático - Diencéfalo
d) Sensações - áreas primárias (T, P e O)
e) Percepções - áreas secundárias (T, P e O)
f) Pré-cognições – Giro angular (TPO)
Princípio Evolutivo
Filogênese – Espécie - evolução
Ontogênese – Indivíduo – aprendizagem
Sociogênese – Sociedade/cultura – ensino
Funções Neuropsicológicas
a) Percepções – áreas secundárias (P, T e O)
b) Cognições – áreas terciárias – giro angular
c) Funções executivas – áreas terciárias frontais
Psicomotricidade
Psico = fisiológico + emocional + cognitivo + interações
Motriz = movimento (base + planejamento)
& idade = Elaborado pela sociogênese
Interação/Socialização
Confronto cérebro x corpo
Confronto cérebro x mundo
Confronto cérebro x leis da natureza/real
Confronto cérebro x cultura
Confronto cérebro x cérebro (outros)
Confronto cérebro x simbolismo/abstrações
Aula 10
Disfunções do Sistema Nervoso
Quando o sistema nervoso não funciona de maneira adequada pode apresentar alterações no comportamento. Essas alterações podem ser evidentes, sutis (pouco percebidas) e latentes (não percebidas diretamente ou em certas condições). 
A quantidade de disfunções é muito extensa, devido à complexidade na constituição, do funcionamento do sistema nervoso e das infinitas combinações de causas (genéticas, ontogênicas e ambientais) que podem acometer uma pessoa. 
Cada parte do cérebro ou dos sistemas cerebrais (rever aulas 6, 7 e 8), quando atingida por uma alteração pode gerar diferentes alterações do comportamento. Por outro lado uma alteração pode se manifestar em decorrência de diferentes causas ou com a participação de diversas partes do sistema nervoso (análise sindrômica). 
Por exemplo, uma alteração da leitura (dislexia) pode ter causas geradas nos lobos temporais (alteração no processamento de fonemas), causas parietais (alteração nos articulemas), lobos occipitais (distorção no reconhecimento dos grafemas/letras) ou frontais (alteração na semântica ou no encadeamento das sílabas). 
Causas das disfunções – Podem decorrer da má formação do embrião, dos folhetos, vesículas ou estruturas do SN (embriogênese), danos ao tecido nervoso (acidentes, agentes externos), ações de agentes químicos (neurotransmissores, envenenamento ou intoxicação) e físicos (radiação) e até falhas, ausências ou atrasos na aprendizagem ou no desenvolvimento físico e psicológico. 
Disfunções psicofisiológicas – São mais graves e podem comprometer a qualidade de vida e até a sobrevivência, pois estão relacionadas com os órgãos vitais e podem comprometer o metabolismo e funcionalidade geral do organismo. 
Disfunções neuropsicológicas – As disfunções neuropsicológicas, embora não tenham a mesma gravidade das psicofisiológicas, possuem grande importância e podem ser incapacitantes ou reduzir muito a  qualidade de vida. 
Classificação das disfunções: 
· Agnosias – são disfunções relacionadas aos processos sensoriais: das sensações, das percepções ou das cognições. Alteram o processamento das informações, gerando lacunas ou distorções das informações recebidas. Por. Ex. uma chave pode ser vista como um brinco, uma borracha como uma bolacha, o vento como um uivo. 
· Apraxias – São alterações dos movimentos, gestos ou fala expressiva (motora). 
· Afasias – São agnosias e apraxias da linguagem. Quando acontecem nos lobos parieto-temporo-occipitais são afasias sensoriais ou aferentes. Quando acontecem nos lobos frontais são afasias motoras ou eferentes.  
· Amnésias – São alterações das memórias (visual, auditiva, somestésicas, episódica, gestual, etc.) 
· Disfunções pós-centrais/aferentes (Parieto-temporo-occipitais) – Resultam da ausência ou mau funcionamentos das áreas primárias secundárias ou terciárias, gerando agnosias sensoriais do corpo (parietais), da audição (temporais), da visão (occipitais), apraxias sensoriais, afasias sensoriais, amnésias. Alteram o reconhecimento do próprio corpo (dismorfias), ou reconhecimento de objetos pelo tato (aestereognosias), ou dificuldade em gestos (apraxias), alterações no processamento de sons (acúsia), linguagem (afasia de Wernicke) ou sons musicais (amusia) e alterações no reconhecimento visual de objetos (agnosia visual, simultânea, prosopagonosia, etc.). 
· Disfunções motoras/eferentes (frontais) – Resultam da ausência ou mal funcionamentos das áreas primárias secundárias ou terciárias gerando erros de planejamento (agnosias de execução e apractoagnosias), desorganização de gestos (agnosias motoras, apraxias), alterações da fala (afasias motoras, afasia de Broca), alterações das memórias (amnésias).  
· Psicopatologias/síndromes de base fisiológica – Além das alterações funcionais (disfunções), as alterações do sistema nervoso podem gerar transtornos e doenças mais graves, com comprometimento funcional e até incapacitantes. Como síndromes e doenças Motoras (Epilepsias, ataxias, coreias, Parkinson, etc.), emocionais (Autismo, depressão) e comportamentais/cognitivas (TDA/H, TOC, psicoses, esquizofrenia, Alzheimer, despersonalização, Etc.). 
Porém, tão importante quanto saber a classificação, nomenclatura, sintomas e localização das disfunções é importante dominar o princípio da ANÁLISE SINDRÔMICA que, a partir da neuroplasticidade, procura identificar como cada estrutura participa na construção do fenômeno psicológico (sensação, percepção, cognições e psicomotricidade) e busca ações de reabilitação e criação de vias alternativas de processamento sensorial. 
 
 Vá mais Longe Capítulo Norteador 
CAGNIN, Simone. Algumas contribuições das neurociências para o estudo da relação entre o afeto e a cognição. Estud. pesqui. psicol.,  Rio de Janeiro ,  v. 8, n. 2, ago.  2008 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812008000200023&lng=pt&nrm=iso (Links para um site externo.) >. 
  
Agora é sua Vez Interação 
Faça uma tabela de disfunções, identificando os sintomas e a localização. Depois compare com as tabelas de seus colegas. 
	Disfunção 
	Tipo 
	Sintoma 
	Localização 
	Agnosia 
	Sensorial visual 
	Alteração das sensações ou  percepções para estímulos visuais 
	Áreas primárias ou secundárias e terciárias dos lobos occipitais  
	Afasia 
	 
	 
	 
	Apraxia 
	 
	 
	 
SLIDES
O que Aprender
Disfunções pós-centrais/aferentes
–
Disfunções motoras/eferentes –
Psicopatologias/síndromes de base fisiológica:
a) Motoras
b) Emocionais
c) Comportamentais/cognitivas
Disfunções?
Causas das Disfunções - 
Disfunções Psicofisiológicas
Disfunções Neuropsicológicas
· Agnosias - disgnosias
· Apraxias - dispraxias
· Amnésias – disminésias /confabulações
Disfunções pós-centrais/aferentes
· Dislalias
· Dislexias
· Discalculias
· Disgrafias
Disfunções motoras/eferentes (frontais)
· Apraxias
· Agnosias
· Disexecutivas
ANÁLISE SINDRÔMICA
Aula 11
Inteligências Múltiplas
Os novos estudos sobre o funcionamento do cérebro permitiu que Howard Gardner (1943 - ) sugerisse que diferentes partes do cérebro se especializa em funções e habilidades específicas, chamadas de Inteligências múltiplas. 
A Teoria das Inteligências Múltiplas (TIM) é o ramo das neurociências que descreve como o cérebro reage ao ambiente, aumentando seu potencial (inteligências) para diferentes competências humanas. A TIM também sugere que é importante a estimulação global do cérebro pelas diferentes formas de interação com o mundo e pelos diferentes canais sensoriais. 
A principal aplicação das Inteligências múltiplas e a estimulação geral do cérebro é a produção do BDNF (Brain Derived Neurotrofic Factor – Fator de desenvolvimento neurotrófico cerebral), responsável pela preservação da atividade cerebral e é fundamental para um bom desenvolvimento psicomotor (neuroplasticidade) e um bom envelhecimento. 
Embora o número de inteligências seja bem amplo, apresentamos a síntese das 9 principais inteligências:  
 
1ª. A inteligência linguística 
Esta inteligência esta relacionada ao uso da linguagem (fala, leitura e escrita). Ela engloba diversos componentes, como a fonologia, a sintaxe, a semântica e a pragmática. O desenvolvimento desta inteligência está relacionado às áreas cerebrais da linguagem, que envolvem os lobos temporo-parietais (área de Wernicke) e lobos frontais (área de Broca). Para desenvolver esta inteligência é fundamental a estimulação de atividades linguísticas, como poemas, dos jogos de palavras (trava-língua), das peças teatrais, ler e ouvir discursos, entrevistas e palestras de personalidades e escritores. 
 
2ª. A inteligência lógico-matemática (científica) 
A inteligência lógico-matemática envolve a resolução problemas, a operação com padrões numéricos, a relação entre eventos consequentes e subsequentes e, principalmente, a capacidade de pensamento heurístico. O desenvolvimento desta inteligência está relacionado às áreas cerebrais que envolvem os lobos temporo-parieto-occipitais (áreas terciárias) e lobos pré-frontais. Embora muitos pensem que, para desenvolver esta inteligência, é preciso lidar apenas com problemas matemáticos (tanto concretos quanto abstratos). Mas ela é mais abrangente e fazer e reproduzir experiências em física e química e procurar enfrentar desafios que exijam uma solução é outra forma de desenvolvê-la. 
 
3ª. A inteligência espacial  
A inteligência espacial ou pictórica consiste na habilidade de perceber o mundo visual e espacial de forma peculiar podendo acompanhar e se orientar e realizar transformações no espaço. O desenvolvimento desta inteligência está relacionado às áreas cerebrais que envolvem áreas terciárias dos lobos occipitais e parietais. Para desenvolver esta inteligência dois caminhos são fundamentais; o uso diferenciado dos olhos e a exploração do espaço. No uso diferenciado dos olhos é preciso ir além do simples olhar para as coisas, mas ver os detalhes, os diferentes ângulos e perspectivas. Pintar, desenhar esboços, ver fotografias e imagens, resolver quebra-cabeças e voltar a olhar as figuras que as nuvens formam. Na exploração do espaço: Usar mapas, croquis e aventurar-se no reconhecimento de espaços (trilhas, passeios pelo bairro, viagens).  
 
4ª. A inteligência musical 
A inteligência musical é a capacidade de lidar com sons, melodias ou compor músicas e também de usar o ritmo e a melodia no dia-a-dia. O desenvolvimento desta inteligência está relacionado às áreas cerebrais que envolvem o córtex temporal secundário do hemisfério direito (acordes e melodias) e secundárias frontais (ritmos). Para desenvolver está inteligência a exposição a diversos sons e ritmos é o primeiro passo. Brincar com instrumentos musicais, atentar para e reconhecer os diferentes sons dos animais e da natureza são essenciais para estimular essa inteligência. 
 
5ª. A inteligência corporal-cinestésica 
A inteligência corporal-cinestésica esta relacionada a atividades físicas e a preocupação com a condição física refletido na aprendizagem motora, cognitiva e afetiva (Psicomotricidade). O desenvolvimento desta inteligência está relacionado às áreas cerebrais que envolvem o córtex sensorial (parietal) e motor e áreas subcorticais como cerebelo, núcleos basais, diencéfalo e tronco encefálico. Para desenvolver esta inteligência é importante envolver-se com diferentes modalidades esportivas, diferentes danças, observar os diferentes animais e tentar reproduzir seus movimentos, estudar os grupos musculares e articulações, assistir espetáculos circenses e malabarismos, participar de jogos coletivos e atividades lúdicas que envolvam movimentos complexos e integrados. 
 
6ª. A inteligência interpessoal 
Também conhecida como inteligência social, consista na capacidade de construir relacionamentos positivos e bons contatos com outras pessoas e caracteriza as pessoas empáticas e sociáveis. O desenvolvimento desta inteligência está relacionado às áreas cerebrais que envolvem o córtex frontal e temporal e sistema límbico. Para desenvolver esta inteligência é preciso estar mais próximo de pessoas, não deixar que os preconceitos o impeçam de falar com outras pessoas, diferentes de você. Faça uma lista de seus amigos, comunique-se com eles regularmente e procure ampliar esta lista. Frequentar mais encontros com pessoas (reuniões, eventos, festas), de qualquer tipo, e viver mais de forma real e menos de aparências, para agradar aos outros, desenvolve esta inteligência. O cultivo e prática da solidariedade, do voluntariado e da cooperação são os caminhos para esta inteligência. 
 
7ª. A inteligência intrapessoal 
Consiste na autopercepção, autoimagem adequada e consciência de si. A famosa frase “Conhece a ti mesmo”, atribuída ao filósofo Sócrates remete a esta inteligência e que tem sido distorcida com a supervalorização da individualidade. O desenvolvimento desta inteligência está relacionado às áreas cerebrais que envolvem o córtex frontal direito e ao sistema límbico. Para desenvolver esta inteligência devemos meditar e ter momentos de introspecção, ler biografias e autobiografias e fazer registros de sua vida para fazer a sua própria biografia. Viver momentos para falar de si , entre amigos, psicoterapia e vivências. Descobrir a importância de ter autoestima, de gostar de si e de conviver com outras pessoas.  Encontre-se e viva em paz consigo para viver em paz com todos. 
 8ª. A inteligência naturalista 
Seria uma ampliação da inteligência interpessoal, porém vinculada à fauna, à flora e ao ambiente. Consiste no Pensamento ecológico/holístico e ambientalista. O desenvolvimento desta inteligência está relacionado ao uso integrado (teoria holística) de todas as áreas cerebrais; como o córtex sensorial e motor, sistema límbico, núcleos basais, tronco encefálico, cerebelo e medula. Para desenvolver esta inteligência é preciso estar em contato com a natureza e ambientes abertos, sintonizando e buscando a ressonância com o mundo e cosmos. 
9ª. A inteligência existencial 
É a inteligência filosófica, relacionada com a contemplação da vida e da existência, o questionamento sobre a verdade e as coisas, a reflexão, a inquietude e o deslumbrar-se com coisas triviais. O desenvolvimento desta inteligência está relacionado ao uso integrado (teoria holística) de todas as áreas cerebrais; como o córtex sensorial e motor, sistema límbico (com predominância do hemisfério direito), núcleos basais, tronco encefálico, cerebelo e medula. Para desenvolver

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