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75
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
Unidade III
7 ATIVO IMOBILIZADO
7.1 Conceito de imobilizado
O ativo imobilizado é um subgrupo classificado na ativo não circulante.
As contas a serem classificadas no ativo imobilizado estão previstas no art. 179, inciso IV, da 
Lei nº 6.404/76, com redação dada pela Lei nº 11.638/2007:
Art. 179 – As contas serão classificadas do seguinte modo:
[...]
IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou 
exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que 
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle de bens.
Para o ativo imobilizado, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitiu o CPC 27 – Ativo Imobilizado, 
aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade por meio da NBC TG 27 (R3).
“O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para os ativos imobilizados, de 
forma que os usuários das demonstrações contábeis possam discernir a informação sobre o investimento 
da entidade em seus ativos imobilizados, bem como suas mutações” (CPC 2013e, item 1, p. 1).
Acentuamos a seguir definição de ativo imobilizado.
Ativo imobilizado é o item tangível que: 
(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou 
serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e 
(b) se espera utilizar por mais de um período. Correspondem aos direitos que 
tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades 
da entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de 
operações que transfiram a ela os benefícios, os riscos e o controle desses 
bens (CPC, 2013e, p. 3).
76
Unidade III
 Observação
O CPC estabelece que um ativo é um recurso controlado pela entidade 
como resultado de eventos passados e do qual se espera benefícios 
futuros. Normalmente as pessoas acreditam que um ativo representa uma 
propriedade (do ponto de vista jurídico), mas o CPC é bem claro ao dizer 
que é o controle que dá o reconhecimento de um ativo.
O imobilizado é formado por bens corpóreos necessários à manutenção das atividades operacionais 
da empresa. 
São exemplos de bens classificados no imobilizado:
• bens em operação:
— terrenos;
— edificações;
— máquinas e equipamentos;
— móveis e utensílios;
— instalações (elétricas, hidráulicas etc.);
— veículos;
— ferramentas;
— equipamentos de informática (hardwares);
— peças de reposição;
— sistemas aplicativos (softwares);
— benfeitorias em propriedade de terceiros;
— direitos de recursos minerais;
— direitos de recursos florestais.
• depreciação, amortização e exaustão acumulada:
— edificações – depreciação;
— máquinas e equipamentos – depreciação;
77
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
— móveis e utensílios – depreciação;
— instalações (elétricas, hidráulicas etc.) – depreciação;
— veículos – depreciação;
— ferramentas – depreciação;
— peças de reposição – depreciação;
— equipamentos de informática (hardwares) – depreciação;
— sistemas aplicativos (softwares) – amortização;
— benfeitorias em propriedade de terceiros – amortização;
— direitos sobre recursos minerais – exaustão;
— direitos sobre recursos florestais – exaustão.
• imobilizações em andamento: 
— obras em andamento;
— importações em andamento de bens do imobilizado;
— adiantamentos a fornecedores – para bens do imobilizado.
 Observação
São contabilizados no imobilizado os softwares necessários para a 
operação do computador ou de outros ativos tangíveis, ou seja, que estejam 
diretamente ligados com o ativo corpóreo. Caso os softwares possam ser 
identificados separadamente e não sejam úteis para o funcionamento do 
computador ou de outros ativos imobilizados, esses softwares devem ser 
contabilizados no ativo intangível.
7.2 Avaliação do imobilizado
O ativo imobilizado deve ser avaliado pelo valor contábil, isto é, pelo valor de custo de aquisição ou 
produção menos qualquer depreciação e perda por redução ao valor recuperável acumulado.
O custo de aquisição ou produção envolve todos os gastos necessários para colocá-los em condições 
de funcionamento.
78
Unidade III
De acordo com o CPC 27 – Ativo Imobilizado (CPC 2013e), o custo de um item do imobilizado compreende:
• Seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre 
a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos.
• Quaisquer valores diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição necessárias 
para que seja capaz de funcionar da forma pretendida pela administração. 
• A estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do local 
(sítio) no qual está localizado. Tais gastos representam a obrigação em que a entidade incorre 
quando o item é adquirido ou como consequência de usá-lo durante determinado período para 
finalidades diferentes da produção de estoque durante esse período. 
São exemplos de custos diretamente atribuíveis: 
• Custos de benefícios aos empregados (tal como definidos no Pronunciamento Técnico CPC 33 
– Benefícios a Empregados) decorrentes diretamente da construção ou aquisição de item do 
ativo imobilizado. 
• Custos de preparação do local.
• Gastos de frete e de manuseio (para recebimento e instalação). 
• Custos de instalação e montagem. 
• Custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente, após dedução das 
receitas líquidas provenientes da venda de qualquer item produzido enquanto se coloca o ativo 
nesse local e condição (tais como amostras produzidas quando se testa o equipamento).
• Honorários profissionais.
Agora vejamos exemplos de custos que não devem ser classificados como imobilizado:
• custos para abrir novas instalações;
• gastos para introduzir novo produto ou serviço, inclusive custos de propaganda e promoção;
• custos para a realização de negócios em nova localidade ou para nova classe de consumidores, 
inclusive custo de treinamento de empregados; e
• custos de realocação ou reorganização de parte ou de todas as operações da entidade.
79
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
 Observação
Os custos de empréstimos que são diretamente atribuíveis à aquisição, 
construção ou produção de um ativo qualificável formam parte do custo 
de tal ativo. Outros gastos de empréstimos devem ser reconhecidos como 
despesa, conforme o CPC 20 – Custos de Empréstimos.
Exemplo
Uma companhia adquire equipamentos para uso no valor de $ 100.000, com 20% de ICMS e 10% 
de IPI, pagando a um transportador $ 800 de frete, com incidência de 5% de ISS já incluído no preço 
do serviço. Pela instalação do equipamento, a companhia pagou $ 500 a um prestador de serviços, sem 
incidência de impostos na prestação. Um mês após a instalação, os equipamentos apresentaram defeito, 
tendo o reparo custado $ 300 à companhia. Por quanto deve ser registrado o equipamento?
Valor do equipamento 100.000
IPI (10%) 10.000 
Total da nota fiscal 110.000
ICMS (20%) 22.000
Sem a pretensão de entrar no campo da contabilidade tributária, como o bem não se destina à 
comercialização ou industrialização para posterior venda, o IPI integra a base de cálculo do ICMS. O IPI 
e ISS relativos à compra de ativo imobilizado não são recuperáveis.
Valor da compra do equipamento 110.000
ICMS a recuperar (22.000)
Frete 800
Gastos com instalação 500 
Total 89.300
Contabilização:
D – equipamentos 89.300
D – ICMS a recuperar 22.000
C = caixa e equivalentes de caixa 111.300
O gasto com o reparo, reconhecido após a instalação do imobilizado, deve ser contabilizado como 
despesas operacionais.
D – despesas com reparos 300
C – caixa e equivalentes de caixa 300
80
Unidade III
7.3 Bens que não precisam ser ativados
Pela definição de ativo imobilizado os bens corpóreos destinados à manutenção das atividades 
da entidade devem ser ativados. Contudo, o Regulamento do Imposto de Renda estabelece 
algumas exceções.
De acordo com o art.313 do RIR/2018, não precisa ser registrado no ativo imobilizado para posterior 
depreciação e, portanto, pode ser computado diretamente como custo de produção ou despesa 
operacional, conforme o caso, o custo de aquisição nas seguintes hipóteses: I – se o bem adquirido 
tiver valor unitário não superior a R$ 1.200 (mil e duzentos reais); ou II – se o prazo de vida útil do bem 
adquirido não for superior a um ano” (BRASIL, 2018).
 Saiba mais
O Regulamento do Imposto de Renda (RIR), Decreto nº 3.000, de 26 de 
março de 1999, foi revogado pelo Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 
2018 (BRASIL, 2018).
Veja o regulamento na íntegra:
BRASIL. Presidência da República. Subchefia para Assuntos Jurídicos. 
Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a tributação, 
a fiscalização, a arrecadação e a administração do imposto sobre a renda 
e proventos de qualquer natureza. Brasília, 2018. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm>. 
Acesso em: 20 abr. 2019.
7.4 Gastos com reparos e conservação ou substituição de peças
Muitas vezes os bens do ativo imobilizado, para continuarem em operação, necessitam de consertos 
ou até mesmo reformas ou substituição de partes e peças no transcorrer de sua vida útil.
Essa situação está prevista no CPC 27, que fixa o seguinte: “se a entidade reconhecer no valor 
contábil de um item do ativo imobilizado o custo de substituição de parte do item, deve baixar o 
valor contábil da parte substituída, independentemente de a parte substituída estar sendo depreciada 
separadamente ou não” (CPC 2013e, item 70).
Entretanto, para o registro dos valores com esses gastos, é preciso verificar se houve ou não 
acréscimo de vida útil. Se os reparos de conservação ou de substituição de partes e peças resultarem em 
aumento de vida útil do bem, superior a um ano, os gastos devem ser registrados no ativo imobilizado 
e, consequentemente, depreciados; caso contrário, se não resultarem em aumento de vida útil, esses 
gastos deverão ser contabilizados como despesas.
81
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
De acordo com a art. 354 do RIR/2018, o tratamento para os gastos com reparos, conservação ou de 
substituição de partes e peças é o seguinte:
Art. 354. Serão admitidas como custo ou despesa operacional as despesas 
com reparos e conservação de bens e instalações destinadas a mantê-los 
em condições eficientes de operação (Lei nº 4.506, de 1964, art. 48, caput).
§ 1º Se dos reparos, da conservação ou da substituição de partes e peças 
resultar aumento da vida útil do bem, as despesas correspondentes, quando 
aquele aumento for superior a um ano, deverão ser capitalizadas, a fim 
de servirem de base a depreciações futuras (Lei nº 4.506, de 1964, art. 48, 
parágrafo único; e Lei nº 6.404, de 1976, art. 183, § 3º, inciso II).
§ 2º O valor não depreciado de partes e peças substituídas poderá ser 
deduzido como custo ou despesa operacional, desde que devidamente 
comprovado, ou, alternativamente, a pessoa jurídica poderá:
I – aplicar o percentual de depreciação correspondente à parte não 
depreciada do bem sobre os custos de substituição das partes ou das peças;
II – apurar a diferença entre o total dos custos de substituição e o valor 
determinado no inciso I;
III – escriturar o valor apurado no inciso I a débito das contas de resultado; e
IV – escriturar o valor apurado no inciso II a débito da conta do ativo 
imobilizado que registra o bem, o qual terá seu novo valor contábil 
depreciado no novo prazo de vida útil previsto.
§ 3º Somente serão permitidas despesas com reparos e conservação de bens 
móveis e imóveis se intrinsecamente relacionados com a produção ou com a 
comercialização dos bens e dos serviços (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, caput, 
inciso III) (BRASIL, 2018).
Exemplo
Vamos admitir que uma máquina passou por uma reforma necessária para continuar operando 
no processo industrial da empresa, garantindo-lhe um aumento de vida útil de dois anos. Caso não 
fosse reformada, seria retirada da operação. Ela foi adquirida em 01/01/X4 por R$ 100.000, com vida 
útil estimada de dez anos e já estava em uso há exatos quatro anos e meio. O valor gasto na reforma 
foi de R$ 50.000.
82
Unidade III
Tabela 23 
Bem adquirido em 01/01/X4 100.000 100%
Depreciação acumulada na data da reforma
(4 anos e meio, à taxa de 10% ao ano) (45.000) 45%
Parte não depreciada = valor contábil 55.000 55%
Custo da reforma com aumento de vida útil estimada em 2 anos 50.000
Novo valor contábil do bem = valor contábil + custo da reforma 
(55.000 + 50.000) 105.000
Tempo já depreciado 4,5 anos
Restante de vida útil 5,5 anos
Acréscimo de vida útil 2 anos
Novo prazo de vida útil 7,5 anos
Nova taxa de depreciação (100% ÷ 7,5 anos) 13,3333% ao ano
Nova depreciação (105.000 x 13,3333%) 14.000
Contabilização:
Pela baixa da depreciação contra o custo do bem
D = depreciação acumulada 45.000
C = máquinas e equipamentos 45.000
Pela incorporação do valor gasto na reforma para apuração do novo valor contábil
D = máquinas e equipamentos 50.000
C = caixa e equivalentes de caixa 50.000
Pela nova depreciação
D = despesas de depreciação 14.000
C = depreciação acumulada 14.000
7.5 Depreciação 
A depreciação de bens classificados no imobilizado está prevista na Lei nº 6.404/76, art. 183:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios:
[...]
V – os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido 
do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;
83
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
[...]
§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível 
será registrada periodicamente nas contas de (Redação dada pela Lei nº 11.638 
de 2007):
a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm 
por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, 
ação da natureza ou obsolescência [...] (BRASIL, 1976).
A depreciação no CPC 27 – Ativo Imobilizado é definida como sendo a alocação sistemática do valor 
depreciável de um ativo ao longo de sua vida útil. Fixa que cada componente do ativo imobilizado deve 
ser depreciado separadamente.
No item 56, o CPC dá maiores detalhes sobre a depreciação:
56. Os benefícios econômicos futuros incorporados no ativo são consumidos 
pela entidade principalmente por meio do seu uso. Porém, outros fatores, 
tais como obsolescência técnica ou comercial e desgaste normal enquanto o 
ativo permanece ocioso, muitas vezes dão origem à diminuição dos benefícios 
econômicos que poderiam ter sido obtidos do ativo. Consequentemente, 
todos os seguintes fatores são considerados na determinação da vida útil 
de um ativo:
(a) uso esperado do ativo que é avaliado com base na capacidade ou 
produção física esperadas do ativo;
(b) desgaste físico normal esperado, que depende de fatores operacionais tais 
como o número de turnos durante os quais o ativo será usado, o programa 
de reparos e manutenção e o cuidado e a manutenção do ativo enquanto 
estiver ocioso;
(c) obsolescência técnica ou comercial proveniente de mudanças ou 
melhorias na produção, ou de mudança na demanda do mercado para o 
produto ou serviço derivado do ativo. Reduções futuras esperadas no 
preço de venda de item que foi produzido usando um ativo podem indicar 
expectativa de obsolescência técnica ou comercial do bem, que, por sua vez, 
pode refletir uma redução dos benefícios econômicos futuros incorporados 
no ativo; (Alterada pela Revisão CPC 08) 
(d) limites legais ou semelhantes no uso do ativo, tais como as datas de 
término dos contratos de arrendamento mercantil relativos ao ativo (CPC, 
2013e, p. 13).
84
Unidade III
A depreciação de bens do ativo imobilizado corresponde à diminuição do valor dos direitos que têm por 
objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou à perda de utilidade, à ação da natureza ou à obsolescência.
A referida perda de valor dos direitos que têm por objeto bens físicos do ativoimobilizado das 
empresas será registrada periodicamente nas contas de custo ou despesas (encargo de depreciação 
do período de apuração), que terão como contrapartida contas de registro da depreciação acumulada, 
classificadas como contas retificadoras do ativo imobilizado.
7.6 Início da depreciação
Tanto o Regulamento do Imposto de Renda como o Pronunciamento Contábil são unânimes 
quanto à data de início da depreciação.
Pelo RIR/2018, art. 317, § 2º, a depreciação é dedutível a partir da época em que o bem é instalado, 
posto em serviço ou em condições de produzir. 
Muito embora esse artigo faça referência a partir da época, o art. 319, § 2º, esclarece que a 
depreciação poderá ser apropriada em quotas mensais, dispensando o ajuste da taxa para os bens 
postos em funcionamento ou baixados no curso do mês. Ao se dispensar o ajuste no curso do mês, o 
entendimento é que a quota de depreciação seja para o mês cheio, desconsiderando o dia do mês em 
que foi feita a instalação, o que se conclui que é a partir do mês da instalação.
O CPC 27 trata do início da depreciação no item 55, explicando que a depreciação do ativo se 
inicia quando o ativo estiver disponível para uso, ou seja, quando está em local e em condições de 
funcionamento na forma pretendida pela administração e cessa na data em que o ativo é classificado 
como mantido para venda ou baixado, o que ocorrer primeiro (CPC, 2013e).
7.7 Taxas de depreciação
A taxa de depreciação será fixada segundo o prazo durante o qual se possa esperar a utilização 
econômica do bem na produção de seus rendimentos, ficando assegurado ao contribuinte o direito de 
computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens, desde que faça a 
prova dessa adequação quando adotar taxa diferente (BRASIL, 2018, art. 320).
Para isso, a empresa poderá se valer de laudos periciais elaborados pelo Instituto Nacional de 
Tecnologia (INT) ou de outra entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica, prevalecendo o 
prazo de vida útil recomendado por essas instituições enquanto esses prazos não forem alterados 
por decisão administrativa superior ou por sentença judicial, baseados, igualmente, em laudo 
técnico idôneo.
Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda publicar, periodicamente, 
o prazo de vida útil admissível em condições normais ou médias para cada espécie de bem. 
85
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
No uso dessa competência, a Receita Federal do Brasil (RFB) baixou a Instrução Normativa nº 1.700, 
de 14 de março de 2017, Anexo III, determinando os prazos de vida útil e as respectivas taxas de 
depreciação, por exemplo:
Tabela 24 
Bens Taxa de depreciação ao ano Prazo
Edificações 4% 25 anos
Máquinas e equipamentos 10% 10 anos
Móveis e utensílios 10% 10 anos
Instalações 10% 10 anos
Veículos 20% 5 anos
Ferramentas 20% 5 anos
Processamento de dados 20% 5 anos
Softwares 20% 5 anos
Adaptado de: Brasil (2017).
 Saiba mais
Verifique as taxas de depreciação fixadas pela Receita Federal 
consultando o Anexo III da seguinte legislação: 
BRASIL. Receita Federal. Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 14 de 
março de 2017. Dispõe sobre a determinação e o pagamento do imposto 
sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas 
jurídicas e disciplina o tratamento tributário da contribuição para o 
PIS/Pasep e da Cofins no que se refere às alterações introduzidas pela 
Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Brasília, 2017. Disponível em: <http://
normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=81268&vis
%C3%A3o=anotado>. Acesso em: 24 abr. 2019.
Entretanto, a legislação societária fixa critérios diferentes para a aplicação das taxas de depreciação.
A própria lei societária determina que “a companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a 
recuperação dos valores registrados no imobilizado a fim de que sejam revisados e ajustados os critérios 
utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão 
e amortização” (BRASIL, 1976, art. 183, § 3º).
O CPC 27 define vida útil como “o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar o 
ativo” (CPC 2013e, item 6). Deixa ainda mais claro ao inserir o item 57.
86
Unidade III
57. A vida útil de um ativo é definida em termos da utilidade esperada 
do ativo para a entidade. A política de gestão de ativos da entidade pode 
considerar a alienação de ativos após um período determinado ou após o 
consumo de uma proporção específica de benefícios econômicos futuros 
incorporados no ativo. Por isso, a vida útil de um ativo pode ser menor do 
que a sua vida econômica. A estimativa da vida útil do ativo é uma questão 
de julgamento baseado na experiência da entidade com ativos semelhantes 
(CPC, 2013e).
Assim, enquanto a legislação fiscal determina o uso de taxas estabelecidas pela Receita Federal, a 
legislação societária recomenda a utilização de taxas de depreciação com base em estimativa da vida 
útil econômica, fazendo-se o ajuste no Lalur, por meio de adições, quando a depreciação registrada 
na contabilidade for maior que a exigida pela legislação fiscal ou por meio de exclusões, quando a 
depreciação registrada na contabilidade for menor, o que exige um controle eficaz para gerenciar essas 
diferenças. Isso tem incentivado várias empresas a adotar as taxas fiscais e, com isso, poder se livrar 
desses tão complexos controles.
7.8 Métodos de depreciação
Existem vários métodos de depreciação, mas as empresas devem sempre utilizar aquele que melhor 
reflita o padrão de consumo dos benefícios econômicos futuros. Vários métodos de depreciação podem 
ser utilizados para apropriar o valor depreciável do imobilizado ao longo de sua vida útil estimada.
Os mais comuns são o método da linha reta, também denominado método das quotas constantes, 
e o método da soma dos dígitos.
 Lembrete
A fixação da taxa de depreciação é um excelente exemplo das 
consequências dos padrões internacionais de contabilidade. A legislação fiscal 
determina a utilização das taxas de depreciação segundo a vida útil estimada; já 
a legislação societária, em alinhamento aos padrões internacionais, recomenda 
o uso das taxas de depreciação considerando a vida útil econômica dos bens.
7.8.1 Método da linha reta ou método das quotas constantes
A aplicação desse método resulta em despesa constante durante a vida útil do ativo. A quota de 
depreciação será fixada mediante a aplicação da taxa anual de depreciação sobre o custo de aquisição 
dos bens depreciáveis.
A quota anual de depreciação será ajustada proporcionalmente no caso de períodos de apuração 
com prazo de duração inferior a doze meses, de bem acrescido ao ativo ou dele baixado no curso do 
período de apuração.
87
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
 Observação
O RIR/2018, art. 319, § 2º, determina que a depreciação poderá ser 
apropriada em quotas mensais, dispensando o ajuste da taxa para os bens 
postos em funcionamento ou baixados no curso do mês (BRASIL, 2018).
Exemplo
Determinada empresa adquiriu uma máquina por $ 36.000 em abril de X1. Essa máquina só foi 
instalada para uso em 01/05/X1. Calcule a depreciação para o fechamento do balanço em 31/12/X1.
Taxa anual: 10%
Valor da aquisição: $ 36.000
Período da depreciação: 8 meses 
Taxa anual ajustada: 10% x 8 = 6,66% 
 12
Valor da depreciação: 36.000 x 6,66% = 2.400
Alternativamente:
Valor da depreciação: 36.000 x 10% ÷ 12 meses x 8 meses = 2.400
Contabilização
D – despesas de depreciação 
(custo ou despesas operacionais) 2.400
C = depreciação acumulada 2.400
7.8.2 Método da soma dos dígitos dos anos
A aplicação desse método resulta em despesa decrescente durante a vida útil.
Estima-se que o bem sofra quotas de depreciação maiores no início e menores no fim da vida útil.
Exemplo
Uma máquina foi adquirida por R$ 150.000, com vida útil estimada para cinco anos.
88
Unidade III
1. Somar os algarismos que compõem o número de anos de vida útil estimada1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
2. Calcular as quotas de depreciação
Primeiro ano: 5/15 x 150.000 = 50.000 
Segundo ano: 4/15 x 150.000 = 40.000 
Terceiro ano: 3/15 x 150.000 = 30.000 
Quarto ano: 2/15 x 150.000 = 20.000 
Quinto ano: 1/15 x 150.000 = 10.000 
Total 150.000
Também há outros métodos alternativos, como o método das unidades produzidas e o método de 
horas trabalhadas, que não serão tratados neste estudo pela pouca aplicabilidade, sendo o método das 
quotas constantes utilizado pela maioria das empresas. 
7.9 Valor residual
Em alguns casos, mesmo ao término de sua vida útil, o bem depreciado apresenta um determinado 
valor de revenda no mercado. Esse valor é denominado residual. Se a empresa assim o desejar, e for 
possível estimar o valor residual do bem, a quota de depreciação poderá ser ajustada levando em 
consideração o valor residual da seguinte forma:
Quota de depreciação = custo de aquisição (-) valor residual
 vida útil do bem
Exemplo
Custo de aquisição do bem = $ 300.000
Vida útil esperada = 10 anos ou 10% ao ano
Valor residual estimado = $ 20.000
Quota de depreciação = 300.000,00 (-) 20.000,00 = 28.000,00 por ano 
 10 anos
Ao fim do décimo ano, quando o bem estiver 100% depreciado, o ativo imobilizado estará 
assim representado:
89
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
Apresentação no balanço patrimonial
Custo de aquisição 300.000
Depreciação acumulada (280.000) 
Valor contábil 20.000
7.10 Bens depreciáveis
Podem ser objeto de depreciação todos os bens físicos sujeitos a desgaste pelo uso, por causas 
naturais ou obsolescência normal, inclusive:
I – edificações e construções, observando-se que: 
a. a quota de depreciação é dedutível a partir da época da conclusão das 
obras e do início da sua utilização;
b. o valor das edificações deve estar destacado do valor do custo de 
aquisição do terreno, admitindo-se, no caso de imóvel adquirido construído, 
o destaque baseado em laudo pericial;
II – projetos florestais destinados à exploração dos respectivos frutos 
(BRASIL, 2018, art. 318).
7.11 Bens não depreciáveis
Não podem ser depreciados:
a. terrenos, salvo em relação a melhoramentos ou construções;
b. prédios e construções não alugados nem utilizados na produção dos 
rendimentos da empresa ou destinados à revenda;
c. bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de 
arte e antiguidades;
d. bens para os quais sejam registradas quotas de exaustão (florestas 
destinadas ao corte e jazidas minerais) (BRASIL, 2018, art. 318). 
7.12 Bens adquiridos usados
De acordo com o art. 322 do RIR/2018, a taxa de depreciação de bens adquiridos usados é fixada 
tendo em vista o maior dos seguintes prazos: “a. metade da vida útil admissível para o bem adquirido 
novo; b. restante da vida útil do bem considerada em relação à primeira instalação para utilização” 
(BRASIL, 2018).
90
Unidade III
Desse modo, ao adquirir um bem usado, a empresa deve munir-se de 
documento que comprove a época da sua aquisição como novo ou a [época] 
em que ele foi instalado para utilização pela primeira vez, porque, se dessa 
data até a da sua última aquisição tiver decorrido prazo inferior à metade 
da vida útil normal admitida para o bem novo, para efeito de depreciação, 
deverá prevalecer o prazo restante de vida útil. Caso contrário, isto é, se 
já houver decorrido prazo igual ou superior à metade da vida útil normal, 
prevalecerá, para fins de depreciação, o prazo correspondente à metade da 
vida útil admissível para o bem novo (AFBRAS, [s.d.]).
Exemplo 1
Aquisição de uma máquina usada com 24 meses de uso (2 anos).
Vida útil estimada: 10 anos
Tempo de uso: 24 meses
Metade do prazo de vida útil = 5 anos
Restante de vida útil = 8 anos 
Dos dois o maior, prevalecem 8 anos.
Taxa = 100% ÷ 8 anos = 12,5% ao ano
Exemplo 2
Aquisição de um veículo usado após 3 anos de uso.
Vida útil estimada: 5 anos
Tempo de uso: 3 anos
Metade do prazo de vida útil = 2,5 anos
Restante de vida útil = 2 anos 
Dos dois o maior, prevalecem 2,5 anos.
Taxa = 100% ÷ 2,5 anos = 40% ao ano
7.13 Depreciação acelerada contábil
O art. 323 do RIR/2018 determina:
Em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em função do número de 
horas diárias de operação, os seguintes coeficientes de depreciação acelerada:
I – um turno de oito horas = 1,0;
91
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
II – dois turnos de oito horas = 1,5;
III – três turnos de oito horas = 2,0 (BRASIL, 2018).
O encargo calculado a taxas majoradas em virtude de operação em mais de um turno diário de oito 
horas deverá ser integralmente registrado na escrituração comercial.
Embora não seja exigida autorização prévia para a adoção dessas taxas majoradas de depreciação, 
o fisco poderá, posteriormente, exigir a justificação da sua utilização, devendo, neste caso, a empresa 
comprovar que, no período em que foram adotadas as referidas taxas, os bens realmente estiveram 
em operação em dois ou três turnos diários de oito horas, conforme o caso. Para fins comprobatórios, 
poderão ser utilizados:
a. folha de pagamento relativa a dois ou três operadores diários para um 
mesmo equipamento que necessite de um único operador durante o período 
de oito horas;
b. produção condizente com o número de horas de operação do equipamento;
c. consumo de energia elétrica compatível com o regime de horas de 
operação (BRASIL, 2018).
Exemplo
Uma máquina adquirida por $ 70.000, em 01/05/X0, entrou em funcionamento em 01/07/X0. 
Sabendo-se que a máquina tem sido utilizada em três turnos de oito horas, durante todo o período de 
operação, é preciso apurar a depreciação registrada no exercício de X0.
Depreciação normal (70.000 x 10% ÷ 12 x 6) 3.500
Coeficiente de depreciação acelerada 2,0 
Depreciação contábil total 7.000
7.14 Conjunto de instalações ou equipamentos
Conforme o art. 320, § 3º, do RIR/2018:
Quando o registro do imobilizado for feito por conjunto de instalações 
ou equipamentos, sem especificação suficiente para permitir aplicar as 
diferentes taxas de depreciação de acordo com a natureza do bem, e o 
contribuinte não tiver elementos para justificar as taxas médias adotadas 
para o conjunto, será obrigatória a utilização das taxas aplicáveis aos bens 
de maior vida útil que integram o conjunto (BRASIL, 2018).
92
Unidade III
7.15 Apuração do resultado na baixa de bens do imobilizado
O valor contábil de um item do imobilizado deve ser baixado quando: “a. alienado; b. não se prevê 
obter benefícios econômicos futuros com seu uso ou venda” (BRASIL, 2018).
Os ganhos ou perdas decorrentes da baixa de um item do imobilizado devem ser reconhecidos no 
resultado, em outras receitas ou despesas, e devem ser determinados como a diferença entre o valor 
líquido da venda, se houver, e o valor contábil do item.
Exemplo 1
Venda, à vista, de um veículo adquirido em 01/03/X4 por $ 39.000 e vendido em 31/10/X5 por $ 60.000.
Custo de aquisição 39.000
Depreciação acumulada (39.000 x 20% ÷ 12 x 20) (13.000)
Valor contábil 26.000
Valor da venda 60.000
Lucro na venda do veículo 34.000
O veículo foi adquirido em 01/03/X4, portanto, em X4, foi depreciado dez meses e, como foi vendido 
em 31/10/X5, em X5 também foi depreciado dez meses, já sofreu por vinte meses de depreciação.
Contabilização: 
Pela baixa do custo do veículo
D = resultado na baixa de imobilizado 39.000
C = veículos 39.000
Pela baixa da depreciação acumulada
D = depreciação acumulada 13.000
C = resultado na baixa de imobilizado 13.000
Pela contabilização da venda
D = caixa e equivalentes de caixa 60.000
C = resultado na baixa de imobilizado 60.000
93
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
Exemplo 2
A empresa apresentava as seguintes contas no ativo não circulante – imobilizado no início de X5:
Máquinas e equipamentos 800.000
Depreciação acumulada (300.000)
Durante o exercício de X5, ocorreram as seguintes movimentações:
01/04/X5 – compra de uma máquina à vista no valor de $ 500.00030/06/X5 – venda de uma máquina adquirida em 01/03/X3 por $ 150.000 e vendida nesta data, à 
vista, por $ 160.000.
Destaca-se que os bens entraram em operação nas datas de aquisição.
Pede-se: calcular a depreciação e o resultado na baixa do imobilizado para o fechamento do balanço 
em 31/12/X5.
1. Cálculo da depreciação
Taxa: 10% ao ano
Tabela 25 – Movimentação da conta máquinas e equipamentos
Data Histórico Movimentação Saldo acumulado Depreciação
01/01/X5 Saldo inicial 800.000 800.000 De 01/01 a 31/03 = 3 meses = 20.000 (*)
01/04/X5 Compra 500.000 1.300.000 De 01/04 a 30/06 = 3 meses = 32.500
30/06/X5 Venda (150.000) 1.150.000 De 01/07 a 31/12 = 6 meses = 57.500
31/12/X5 Saldo final 1.150.000 Total = 110.000
(*) 800.000 x 10% ÷ 12 x 3 = 20.000
(*) 1.300.000 x 10% ÷ 12 x 3 = 32.500
(*) 1.150.000 x 10% ÷ 12 x 6 = 57.500
2. Cálculo da venda
Custo de aquisição 150.000
Depreciação acumulada (150.000 x 10% ÷ 12 x 28) (*) (35.000) 
Valor contábil 115.000
Valor da venda 160.000
Lucro na venda do veículo 45.000 
(*) de 01/03/X3 até 30/06/X5 = 28 meses
94
Unidade III
3. Contabilização
Máquinas e equipamentos
SI 800.000
(1) 500.000
 150.000 (3)
1.150.000
 Depreciação acumulada
 (4) 35.000 300.000 SI
110.000 (2)
 375.000
 Fornecedores
 500.000 (1)
Caixa e equivalentes 
de caixa
(5) 160.000
Despesas de depreciação
 (2) 110.000
Resultado na
baixa de imobilizado
 (3) 150.000 35.000 (4)
160.000 (5)
45.000
Exemplo 3
A empresa apresentava as seguintes contas no ativo não circulante imobilizado em 31/12/X4:
Veículos 50.000
Depreciação acumulada (20.000)
Durante o exercício seguinte, ocorreram as seguintes movimentações:
05/04/X5 – compra de um veículo, a prazo, no valor de $ 20.000.
01/08/X5 – compra de um veículo, a prazo, no valor de $ 80.000.
30/09/X5 – venda de um veículo adquirido em 10/03/X3 por $ 30.000 e vendido nesta data, à vista, 
por $ 10.000.
Os bens entraram em operação nas datas de aquisição.
Pede-se: calcular a depreciação e o resultado na baixa do imobilizado para o fechamento do balanço 
em 31/12/X5.
1. Cálculo da depreciação
Taxa: 20% ao ano
95
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
Tabela 26 – Movimentação da conta veículos
Data Histórico Movimentação Saldo acumulado Depreciação
01/01/X5 Saldo inicial 50.000 50.000 De 01/01 a 31/03 = 3 meses = 2.500 (*)
05/04/X5 Compra 20.000 70.000 De 01/04 a 31/07 = 4 meses = 4.667
01/08/X5 Compra 80.000 150.000 De 01/08 a 30/09 = 2 meses = 5.000
30/09/X5 Venda (30.000) 120.000 De 01/10 a 31/12 = 3 meses = 6.000
31/12/X5 Saldo final 120.000 Total = 18.167
(*) 50.000 x 20% ÷ 12 x 3 = 2.500
2. Cálculo da venda
Custo de aquisição 30.000
Depreciação acumulada (30.000 x 20% ÷ 12 x 31) (*) (15.500) 
Valor contábil 14.500
Valor da venda 10.000 
Prejuízo na venda do veículo (4.500) 
(*) de 10/03/X3 até 30/09/X5 = 31 meses
3. Contabilização
Máquinas e equipamentos
SI 50.000
(1) 20.000
(2) 80.000
 30.000 (4)
120.000
Depreciação acumulada
 (5) 15.500 20.000 SI
 18.167 (3)
22.667
Fornecedores
 80.000 (2)
 20.000 (1)
100.000
Caixa e equivalentes 
de caixa
10.000 (6)
10.000 (6)
Resultado na
baixa de imobilizado
(4) 30.000 15.500 (5)
10.000 (6)
4.500
 Despesas de depreciação
(3) 18.167
7.16 Amortização
A amortização de bens classificados no imobilizado está prevista na Lei nº 6.404/76:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios:
[...]
96
Unidade III
V – os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido 
do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;
[...]
§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível 
será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941 
de 2009).
[...]
b) amortização, quando corresponder à perda de valor do capital aplicado na 
aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer 
outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto 
sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado 
(BRASIL, 1976).
Como foi visto no início deste capítulo, alguns bens incorpóreos estão contabilizados no ativo 
imobilizado. É o caso dos sistemas aplicativos (softwares) e de benfeitorias em propriedades de terceiros.
O cálculo da amortização leva em consideração o tempo durante o qual o bem incorpóreo pode ser 
explorado economicamente. O tempo utilizado no cálculo da amortização pode ser:
• estabelecido em lei que regule os direitos sobre o bem incorpóreo;
• fixado em contrato por intermédio do qual foi adquirido o bem incorpóreo;
• decorrente da natureza do bem, quando sua existência ou duração é limitada.
A taxa anual de amortização de bens do imobilizado é fixada tendo em vista o número de anos 
restantes de existência dos bens incorpóreos.
Os sistemas aplicativos (softwares) representam os programas adquiridos ou desenvolvidos pela 
empresa. Devem ser amortizados conforme a expectativa de períodos a serem beneficiados.
As benfeitorias em propriedades de terceiros representam as construções em terrenos alugados de 
terceiros e outras benfeitorias em prédios e edifícios alugados que se reverterão em favor do proprietário 
do imóvel ao fim da locação, e desde que o locador não indenize as benfeitorias realizadas pelo locatário. 
A sua amortização deve ser feita segundo sua vida útil estimada ou no período de arrendamento ou 
locação contratual; dos dois o menor.
Exemplo
Uma empresa comercial alugou um imóvel pelo prazo de cinco anos (de 01/01/2005 a 31/12/2009), 
cujo contrato determina que o locador não indenizará as benfeitorias realizadas pelo locatário. Visando 
97
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
adaptar o imóvel às suas necessidades, a empresa construiu um salão que, naturalmente, se agregará 
ao imóvel. O salão terá vida útil de 25 anos, e o custo de construção do salão foi de $ 25.000. O tempo 
gasto para a construção do salão foi de dois meses. Deve-se contabilizar a amortização. 
• prazo do contrato de locação = 5 anos (de 01/01/2005 a 31/12/2009)
• prazo de vida útil = 25 anos
• tempo gasto na construção do salão = 2 meses (de 01/01/2005 a 28/02/2005)
• custo da construção = $ 25.000
A amortização deverá ser feita de acordo com o prazo do contrato, por ser o menor, e a partir do 
término de sua construção, ou seja, quando o salão estiver em condições de operar, portanto, em 58 meses.
Amortização: 25.000 ÷ 58 meses = 431,03 ao mês. 
Contabilização
D = despesas de amortização 431,03
C = amortização acumulada 431,03
7.17 Exaustão
A exaustão de bens classificados no imobilizado está prevista na Lei nº 6.404/76:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios:
[...]
V – os direitos classificados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido 
do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão;
[...]
§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível 
será registrada periodicamente nas contas de: (Redação dada pela Lei nº 11.941 
de 2009)
[...]
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor decorrente da sua 
exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou 
bens aplicados nessa exploração (BRASIL, 1976).
98
Unidade III
7.18 Direitos sobre recursos minerais
Representam os gastos incorridos na obtenção dos direitos de exploração de jazidas de minérios, 
pedras preciosas e similares.
A base de cálculo da quota anual de exaustão é o custo de aquisição dos recursos minerais explorados. 
O montante anual da quota de exaustão será determinado com base no volume da produção do ano e sua 
relação com a possança conhecida da mina, ou segundo o prazo de concessão para sua exploração. 
Existem dois critérios para o cálculo da quota de exaustão de recursos minerais:
• Com base na relação existente entre a extração efetuada no respectivo período de apuração com 
a possançaconhecida da mina (quantidade estimada de minérios da jazida).
• Com base no prazo de concessão para a exploração da jazida.
O critério a ser observado será aquele que proporcionar maior percentual de exaustão no período. 
Dessa forma, à medida que os recursos minerais vão se exaurindo, registra-se na contabilidade, 
simetricamente à possança conhecida da jazida, a quota de exaustão.
Exemplo
Calcular a quota anual de exaustão, considerando-se os seguintes dados:
Valor contábil da jazida = $ 30.000
Exaustão acumulada = $ 6.000
Possança conhecida da jazida = 5.000 toneladas
Produção do período = 750 toneladas
Prazo para término da concessão = 8 anos
1. Relação entre a produção no período e a possança conhecida da mina:
 750 t x 100 = 15% 
5.000 t
30.000 x 15% = 4.500
2. Prazo para término da concessão:
100/8 = 12,5%
30.000 x 12,5% = 3.750
99
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
No exemplo, o prazo para término da concessão é de oito anos e, de acordo com o critério, o encargo 
a ser contabilizado será o valor de $ 4.500 (o maior), pois a jazida será exaurida antes do término do 
prazo de concessão.
Contabilização
D = despesas de exaustão 4.500
C = exaustão acumulada 4.500
7.19 Direitos sobre recursos florestais
Poderá ser computada como custo ou encargo em cada período-base a importância correspondente 
à diminuição do valor de recursos florestais resultante de sua exploração.
Em se tratando de florestas, ou mesmo de vegetais de menor porte, a empresa pode utilizar quotas 
de depreciação, amortização ou quota de exaustão.
A quota de depreciação é utilizada quando a floresta é destinada à exploração 
dos respectivos frutos, pois quando se colhe o fruto a planta não se exaure. 
Neste caso, o custo de aquisição ou formação da floresta é depreciado em 
tantos anos quantos forem os de produção de frutos.
A amortização, por sua vez, é utilizada para os casos de aquisição de floresta 
de propriedade de terceiros, apropriando-se o custo ou encargo ao longo do 
período determinado, contratado para a exploração.
Por fim, na hipótese de floresta própria, o custo de sua aquisição ou formação 
será objeto de quotas de exaustão, no momento e na proporção em que os 
recursos forem sendo exauridos. Da mesma forma, serão lançadas quotas de 
exaustão quando a floresta pertencer a terceiros e for explorada em função 
de contrato por prazo indeterminado.
[...]
Para o cálculo da quota de exaustão de recursos florestais, deverão ser 
observados os seguintes critérios:
1. apura-se, inicialmente, o percentual que o volume dos recursos florestais 
utilizados ou a quantidade de árvores extraídas durante o período representa 
em relação ao volume ou à quantidade de árvores que no início do período 
compunham a floresta;
2. o percentual encontrado será aplicado sobre o valor da floresta, registrado no 
ativo, e o resultado será considerado como custo dos recursos florestais extraídos. 
100
Unidade III
Floresta natural
Tratando-se de floresta natural, a quota de exaustão será determinada 
mediante relação percentual entre os recursos florestais extraídos no período 
e o volume dos recursos florestais existentes no início do mesmo período.
Floresta natural = x.100/y = %
Onde:
x = área explorada no período
y = área total dos recursos no início do período (EXAUSTÃO..., [s.d.]).
Exemplo
Em 31/12/X0, a empresa possuía uma floresta no valor de R$ 20.000. A área total da floresta era de 
16.000 m2, e durante o exercício de X0 explorou uma área de 2.000 m2. Calcule o valor da exaustão para 
o exercício de X0. 
Quota de exaustão % 2.000 x 100 = 12,5%
 16.000
Valor da exaustão = 20.000 x 12,5% = 2.500/ano
Contabilização
D = despesas de exaustão 2.500
C = exaustão acumulada 2.500
Floresta plantada
No caso de floresta plantada, a quota de exaustão será determinada mediante a relação existente 
entre a quantidade de árvores extraídas durante o período de apuração e a quantidade existente no 
início desse mesmo período.
Quota de exaustão % = (a/b x 100)
Onde:
a = número de árvores extraídas no período de apuração
y = número de árvores existentes no início do período de apuração
101
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
Exemplo
Determinada empresa aplicou R$ 60.000 na plantação de uma floresta (água, energia elétrica, 
mudas, mão de obra, inseticidas, pesticidas, adubo etc.) até fevereiro de X0, quando passou a cortar 
árvores. Durante o exercício de X0, a empresa cortou 1.650 das 25 mil árvores existentes. Calcule o valor 
da exaustão para o exercício de X0. 
Quota de exaustão % 1.650 x 100 = 6,6%
 25.000
Valor da exaustão = 60.000 x 6,6% = 3.960/ano
Contabilização
D = despesas de exaustão 3.960
C = exaustão acumulada 3.960
7.20 Perdas estimadas para redução ao valor recuperável do ativo
Como vimos, o imobilizado deve ser avaliado pelo custo de aquisição menos a depreciação e as 
perdas estimadas para redução ao valor recuperável do ativo, conforme determina o CPC 01 – Redução 
ao Valor Recuperável de Ativos. 
8 ATIVO INTANGÍVEL
8.1 Conceito de intangível
Com a introdução do grupo ativo intangível pela Lei nº 11.638/2007, algumas contas classificadas 
anteriormente nos grupos investimentos, imobilizado e diferido passam a ser reclassificadas para este 
grupo. É formado de contas que antes eram classificadas no imobilizado (marcas e patentes) e no 
diferido (pesquisa e desenvolvimento).
As contas a serem classificadas no ativo intangível estão previstas no art. 179, inciso VI, da Lei nº 11.638/07:
Art. 179 – As contas serão classificadas do seguinte modo:
[...]
VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos 
destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive o fundo de comércio adquirido (BRASIL, 2007).
Sobre o assunto, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis emitiu o CPC 04 – Ativos intangíveis – 
CFC – NBC TG 04 (R3).
102
Unidade III
Esse pronunciamento define ativo intangível da seguinte forma: ativo intangível é um ativo não 
monetário identificável sem substância física. Ativo monetário é aquele representado por dinheiro ou 
por direitos a serem recebidos em uma quantia fixa ou determinável de dinheiro (CPC, 2013a).
 Saiba mais
Para acompanhar o assunto, é imprescindível que leia o CPC 04 – 
Ativo Intangível.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento 
Técnico CPC 04 – Ativo Intangível. CPC, 2013a. Disponível em: <http://
static.cpc.aatb.com.br/Documentos/187_CPC_04_R1_rev%2013.pdf>. 
Acesso em: 24 abr. 2019.
O CPC 04 é claro ao esclarecer que o seu objetivo é definir o tratamento contábil dos ativos intangíveis 
que não são abrangidos em outro pronunciamento, quando, então, a entidade deve aplicar o referido 
pronunciamento em vez deste.
Esse pronunciamento não deve ser aplicado para os seguintes casos: 
(a) ativos intangíveis mantidos pela entidade para venda no curso ordinário dos 
negócios (ver CPC 16 – Estoques); (Alterada pela Revisão CPC 12)
(b) ativos fiscais diferidos (ver Pronunciamento Técnico CPC 32 – Tributos 
sobre o Lucro);
(c) arrendamentos mercantis de ativo intangível contabilizado de acordo 
com o CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil; (Alterada pela 
Revisão CPC 13) 
(d) ativos advindos de planos de benefícios a empregados (ver Pronunciamento 
Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados);
(e) ativos financeiros, conforme definido no Pronunciamento Técnico CPC 39. 
O reconhecimento e a mensuração de alguns ativos financeiros são tratados 
pelos Pronunciamentos Técnicos CPC 35 – Demonstrações Separadas, CPC 
36 – Demonstrações Consolidadas e CPC 18 – Investimento em Coligada, em 
Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto; (Alterada pela 
Revisão CPC 03) 
(f) ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) adquirido em 
combinação de negócios (ver Pronunciamento Técnico CPC 15 – Combinação 
de Negócios); 
103
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
(g) custos de aquisição diferidos e ativos intangíveis advindos de direitos 
contratuais de seguradora, dentrodo alcance do Pronunciamento Técnico 
CPC 11 – Contratos de Seguro. O Pronunciamento Técnico CPC 11 contém 
exigências de divulgação específicas para referidos custos de aquisição 
diferidos, porém não trata dos aludidos ativos intangíveis. Assim sendo, as 
exigências de divulgação deste Pronunciamento devem ser aplicadas para 
tais ativos intangíveis; 
(h) ativos intangíveis não circulantes classificados como mantidos para 
venda (ou incluídos em um grupo de ativos a ser alienado, que é classificado 
como mantido para venda), conforme Pronunciamento Técnico CPC 31 – 
Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada;
(i) ativos decorrentes de contratos com clientes que devem ser reconhecidos 
de acordo com o CPC 47 – Receita de Contrato com Cliente (Incluída pela 
Revisão CPC 12) (CPC, 2013a, p. 3-4).
O CPC 04 esclarece ainda que: 
Alguns ativos intangíveis podem estar contidos em elementos que possuem 
substância física, como um disco (como no caso de software), documentação 
jurídica (no caso de uma licença ou patente) ou em um filme. Para saber se 
um ativo que contém elementos intangíveis e tangíveis deve ser tratado 
como um ativo imobilizado ou como um ativo intangível, nos termos deste 
Pronunciamento, a entidade avalia qual elemento é mais significativo. 
Por exemplo, um software de uma máquina, ferramenta controlada por 
um computador que não funciona sem esse software específico, é parte 
integrante do referido equipamento, devendo ser tratado como ativo 
imobilizado. O mesmo se aplica ao sistema operacional de um computador. 
Quando o software não é parte integrante do respectivo hardware, ele deve 
ser tratado com ativo intangível (CPC, 2013a, p. 4).
As entidades frequentemente despendem recursos ou contraem obrigações com a aquisição, o 
desenvolvimento, a manutenção ou o aprimoramento de recursos intangíveis. Um ativo intangível deve 
ser reconhecido apenas se:
• for provável que os benefícios econômicos futuros esperados atribuíveis ao ativo serão gerados 
em favor da entidade; e
• o custo do ativo possa ser mensurado com segurança.
A entidade deve avaliar a probabilidade de geração dos benefícios econômicos futuros utilizando 
premissas razoáveis e comparáveis que representem a melhor estimativa da administração em relação 
ao conjunto de condições econômicas que existirão durante a vida útil do ativo.
104
Unidade III
São exemplos de ativos classificados no intangível:
• marcas e patentes;
• licenças e franquias;
• gastos com pesquisa e desenvolvimento de produtos;
• direitos autorais.
8.2 Avaliação do intangível
Voltamos à Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 1976), que define ativo intangível assim:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios:
[...]
VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição 
deduzido do saldo da respectiva conta de amortização; (Incluído pela 
Lei nº 11.638, de 2007)
Já o CPC determina que os ativos intangíveis sejam avaliados da seguinte forma:
24. Um ativo intangível deve ser reconhecido inicialmente ao custo. 
Aquisição separada
25. Normalmente, o preço que a entidade paga para adquirir separadamente 
um ativo intangível reflete sua expectativa sobre a probabilidade de os 
benefícios econômicos futuros esperados, incorporados no ativo, serem 
gerados a seu favor. Em outras palavras, a entidade espera que haverá 
benefícios econômicos a seu favor, mesmo que haja incerteza em relação 
à época e ao valor desses benefícios econômicos. Portanto, a condição de 
probabilidade a que se refere o item 21(a) é sempre considerada atendida 
para ativos intangíveis adquiridos separadamente (CPC, 2013a, p. 9).
O custo contábil de um ativo intangível inclui: “a. seu preço de compra, acrescido de impostos de 
importação e impostos não recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais, 
abatimentos; e b. qualquer custo diretamente atribuível à preparação do ativo para a finalidade proposta” 
(CPC, 2013a, p. 10).
Entre os exemplos de custos diretamente atribuíveis temos:
105
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
(a) custos de benefícios aos empregados (conforme definido no Pronunciamento 
Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados) incorridos diretamente para que o 
ativo fique em condições operacionais (de uso ou funcionamento);
(b) honorários profissionais diretamente relacionados para que o ativo fique 
em condições operacionais; e
(c) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando 
adequadamente (CPC, 2013a, p. 10). 
O reconhecimento dos custos no valor contábil de um ativo intangível cessa quando esse ativo está 
nas condições operacionais pretendidas pela administração. Assim, os custos incorridos no uso ou na 
transferência ou reinstalação de um ativo intangível não são incluídos em seu valor contábil.
São exemplos de gastos que não fazem parte do custo de um ativo intangível:
a. custos incorridos na introdução de um novo produto ou serviço (incluindo 
propaganda e atividades promocionais);
b. custo da transferência das atividades para um novo local ou para uma 
nova categoria de clientes (incluindo custos de treinamento); e
c. custos administrativos e outros custos indiretos (CPC, 2013a, p. 10).
 Lembrete
Se outro pronunciamento técnico estabelecer o tratamento contábil 
para um tipo específico de ativo intangível, a entidade deve aplicar o 
referido pronunciamento em vez deste (CPC, 2013a, item 3, p. 3).
8.3 Vida útil
Ao estudar a vida útil do ativo intangível, o primeiro ponto é avaliar se a vida útil é definida ou indefinida. 
O termo “indefinida” não deve ser confundido com “infinita”. Na vida útil de um ativo intangível deve 
ser considerada, apenas, a manutenção futura exigida para mantê-lo no mesmo nível de desempenho 
que esse ativo possuía quando a sua vida útil foi avaliada. Dessa forma, a vida útil é indefinida quando 
não exigir uma previsão de gastos adicionais superiores àqueles previstos como necessários para 
mantê-los no mesmo nível de desempenho previsto no início do reconhecimento do ativo.
A vida útil é considerada definida quando a duração ou o volume de produção ou unidades 
semelhantes formam a vida útil e indefinida quando, com base na análise de todos os fatores 
relevantes, não existe um limite previsível para o período durante o qual deverá gerar fluxos de caixa 
106
Unidade III
positivos para a entidade, ou seja, não se pode estimar com certo grau de confiabilidade o período 
em que irão cessar esses fluxos de caixa. A vida útil de um ativo intangível deve ser estimada com 
prudência, pode ser muito longa ou até indefinida; por outro lado, não se justifica escolher um prazo 
tão curto que seja irreal.
A contabilização de um ativo intangível baseia-se em sua vida útil e muitos fatores devem ser 
considerados ao determinar sua vida útil.
Vejamos o que dispõe o CPC 04:
90. Muitos fatores devem ser considerados na determinação da vida útil de 
ativo intangível, inclusive:
(a) a utilização prevista de um ativo pela entidade e se o ativo pode ser 
gerenciado eficientemente por outra equipe de administração; 
(b) os ciclos de vida típicos dos produtos do ativo e as informações públicas sobre 
estimativas de vida útil de ativos semelhantes, utilizados de maneira semelhante; 
c) obsolescência técnica, tecnológica, comercial ou de outro tipo; 
(d) a estabilidade do setor em que o ativo opera e as mudanças na demanda 
de mercado para produtos ou serviços gerados pelo ativo; 
(e) medidas esperadas da concorrência ou de potenciais concorrentes;
(f) o nível dos gastos de manutenção requerido para obter os benefícios 
econômicos futuros do ativo e a capacidade e a intenção da entidade para 
atingir tal nível;
(g) o período de controle sobre o ativo e os limites legais ou similares para a 
sua utilização, tais como datas de vencimento dos arrendamentos/locações 
relacionados; e
(h) se a vida útil do ativo depende da vida útil de outros ativos da entidade 
(CPC, 2013a, p. 23).
8.4 Amortizaçãodo intangível
A amortização do intangível está prevista na Lei nº 11.638 de 2007, art. 183:
Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
seguintes critérios:
107
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
[...]
VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição, 
deduzidos do saldo da respectiva conta de amortização.
[...]
§ 2º A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível 
será registrada periodicamente nas contas de:
[...]
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado 
na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer 
outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam 
bens de utilização por prazo legal ou contratual limitado (BRASIL, 2007).
 Lembrete
Segundo o CPC 04, a amortização está condicionada à vida útil.
8.4.1 Amortização de ativos intangíveis com vida útil definida
O CPC 04 também define os critérios para amortização dos intangíveis:
97. O valor amortizável de um ativo intangível com uma vida útil definida 
deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada. 
A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o ativo 
estiver disponível para uso, ou seja, quando se encontrar no local e nas 
condições necessárias para que possa funcionar da maneira pretendida 
pela administração. A amortização deve cessar na data em que o ativo é 
classificado como mantido para venda ou incluído em um grupo de ativos 
classificados como mantidos para venda, ou ainda na data em que ele é 
baixado, o que ocorrer primeiro. O método de amortização utilizado reflete o 
padrão de consumo pela entidade dos benefícios econômicos futuros. 
Se não for possível determinar esse padrão com segurança, deve ser utilizado 
o método linear. A despesa de amortização para cada período deve ser 
reconhecida no resultado, a não ser que outra norma ou pronunciamento 
contábil permita ou exija a sua inclusão no valor contábil de outro ativo.
98. Podem ser utilizados vários métodos de amortização para apropriar, de 
forma sistemática, o valor amortizável de um ativo ao longo da sua vida útil. 
Tais métodos incluem o método linear, também conhecido como método 
108
Unidade III
da linha reta, o método dos saldos decrescentes e o método de unidades 
produzidas. A seleção do método deve obedecer ao padrão de consumo dos 
benefícios econômicos futuros esperados, incorporados ao ativo, e aplicado 
consistentemente entre períodos, a não ser que exista uma alteração nesse 
padrão (CPC, 2013a, p. 25). 
8.4.2 Valor residual de intangíveis com vida útil definida
De acordo com o CPC 04 – Intangível:
100. Deve-se presumir que o valor residual de ativo intangível com vida útil 
definida é zero, a não ser que: 
(a) haja compromisso de terceiros para comprar o ativo ao final da sua 
vida útil; 
(b) exista mercado ativo (como definido no CPC 46) para ele e: (Alterada pela 
Revisão CPC 03) 
(i) o valor residual possa ser determinado em relação a esse mercado; e
(ii) seja provável que esse mercado continuará a existir ao final da vida útil 
do ativo. 
101. O valor amortizável de ativo com vida útil definida deve ser determinado 
após a dedução de seu valor residual. O valor residual diferente de zero 
implica que a entidade espera a alienação do ativo intangível antes do final 
de sua vida econômica. 
102. A estimativa do valor residual baseia-se no valor recuperável pela 
alienação, utilizando os preços em vigor na data da estimativa para a venda 
de ativo similar que tenha atingido o final de sua vida útil e que tenha sido 
operado em condições semelhantes àquelas em que o ativo será utilizado. 
O valor residual deve ser revisado pelo menos ao final de cada exercício. 
Uma alteração no valor residual deve ser contabilizada como mudança na 
estimativa contábil, de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 23 – 
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. 
103. O valor residual de ativo intangível pode ser aumentado. A despesa 
de amortização de ativo intangível será zero enquanto o valor residual 
subsequente for igual ou superior ao seu valor contábil (CPC, 2013a, 
p. 26-27).
109
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
Exemplo
Determinada empresa adquiriu uma patente pelo valor de $ 200.000. A vida útil da patente é de dez 
anos, mas existe um compromisso de terceiros para comprar essa patente após os dez anos por um valor 
residual de $ 40.000.
Quota de amortização = custo de aquisição (-) valor residual
 vida útil do bem
Valor da patente = $ 200.000
Vida útil esperada = 10 anos ou 10% ao ano
Valor residual estimado = $ 40.000 
Quota de amortização = 200.000 (-) 40.000 = 16.000 por ano 
 10 anos
Ao fim do décimo ano, quando o bem estiver 100% depreciado, o ativo intangível estará 
expresso assim:
Apresentação no balanço patrimonial
Custo de aquisição da patente 200.000
Amortização acumulada (160.000) 
Valor contábil 40.000
8.4.3 Amortização de ativos intangíveis com vida útil indefinida
O CPC-04 – Intangível determina:
107. Ativo intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado.
108. De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor 
Recuperável de Ativos, a entidade deve testar a perda de valor dos ativos 
intangíveis com vida útil indefinida, comparando o seu valor recuperável 
com o seu valor contábil: 
(a) anualmente; e 
(b) sempre que existam indícios de que o ativo intangível pode ter perdido 
valor (CPC, 2013a, p. 27).
Quando a vida útil for considerada indefinida e, portanto, o ativo intangível não seja amortizado, 
a vida útil deve ser revisada periodicamente para avaliar se continuam existindo fatores que 
110
Unidade III
determinem e justifiquem a existência de vida útil indefinida. Caso contrário, deve-se proceder à 
mudança da avaliação considerando-se a existência de vida útil definida e os reflexos contabilizados 
como mudança de uma estimativa contábil conforme o CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudanças de 
Estimativa e Retificação de Erro.
8.5 Ativos classificados no intangível – conteúdo das contas
8.5.1 Marcas e patentes
Representam os gastos com o registro da marca, sejam industriais, sejam comerciais, quando do 
início das atividades da empresa, ou gastos com a aquisição da marca de terceiros. A aquisição pode ser 
definitiva ou adquirir apenas o direito de exploração da marca por determinado período.
 As patentes são direitos da propriedade comercial e industrial que garantem a propriedade e o uso 
exclusivo da invenção, como um novo produto ou um novo processo para obter o produto. O valor a 
ser contabilizado é o que foi gasto por ocasião da patente, ou então o que foi pago para adquiri-la 
de terceiros. 
As patentes têm prazo limitado de duração. Findo este prazo, as invenções caem no domínio 
público, encerrando o privilégio da exploração. Os gastos com patentes podem ser amortizados 
dentro desse período.
Os gastos com marcas e patentes deverão ser contabilizados em conta própria e classificados 
no ativo intangível, podendo ser objeto de amortização. Se o direito ao uso ou à exploração da 
marca tiver duração limitada, e houver dificuldade de ser renovado, deverá ser amortizado de 
acordo com o prazo do contrato. Caso a vigência for por tempo indeterminado, não se cogitará 
sua amortização.
Exemplo
A empresa A adquiriu da empresa B, por $ 15.000, o direito de exploração de uma marca pelo 
período de cinco anos.
Contabilização: pela aquisição
D = marcas e patentes 15.000
C = caixa e equivalentes de caixa 15.000
Contabilização: pela amortização (anual)
D = despesas de amortização (despesas operacionais) 3.000
C = amortização acumulada 3.000
111
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
8.5.2 Licenças e franquias
Licenças e franquias é o sistema pelo qual a empresa detentora de uma marca registrada, processo 
patenteado de produção ou direitos similares concede a outra empresa (em geral, de menor porte) 
licença deutilização dessas marcas ou desses processos sob certas condições. É a concessão dada a 
alguém por uma companhia para comercialização de seus produtos ou serviços. 
As franquias podem ser adquiridas para utilização em determinados estabelecimentos ou em 
determinada área preestabelecida, podendo ser ou não revendida a terceiros na mesma região. 
A contabilização das franquias pode ser efetuada de várias formas, dependendo do disposto no 
contrato firmado entre o franqueado e o franqueador. Podem ser adquiridas por meio de pagamento 
único ou em parcelas ou ainda por intermédio de pagamentos periódicos como aluguéis (royalty), 
que devem ser contabilizados como despesas de franquias (despesas operacionais) no período no qual 
são incorridos. 
Quando o contrato permitir, o uso da franquia pode ser adquirido por prazo indeterminado (compra 
em definitivo), para exploração da marca ou processo de fabricação em determinada área de atuação, 
podendo ser revendida ou alugada para terceiros. Também pode ser adquirida para ser explorada por 
tempo definido, não podendo ser revendida ou repassada a terceiros no prazo de vigência estipulado no 
contrato de cessão.
O custo de uma franquia ou licença que foi ativado com vida útil definida deve ser amortizado como 
despesas, de acordo com sua vida útil contratual. Já as franquias e licenças com vida útil indefinidas ou 
perpétuas não devem ser amortizadas.
Exemplo
Suponha que uma empresa adquira uma franquia para explorar um produto, com prazo de duração 
de dez anos, por $150.000, a prazo, em 05/X0. Apresente a situação em 31/12/X0.
Contabilização: pela aquisição 
D = franquias 150.000
C = contas a pagar 150.000 
Contabilização: pela amortização referente ao exercício de X0
D = despesas de amortização (despesas operacionais) 10.000
C = amortização acumulada 10.000
Amortização = 150.000 x 10% ao ano ÷ 12 x 8 = 10.000
112
Unidade III
8.5.3 Pesquisas e desenvolvimento
A pesquisa se caracteriza por ser uma investigação planejada e com o objetivo de obter conhecimentos 
para o desenvolvimento de um novo produto, serviço ou processo.
O desenvolvimento é a aplicação dos resultados de uma pesquisa em um plano ou projeto de um 
novo produto, serviço ou processo antes do início de sua produção. 
Os gastos ocorridos durante a fase de pesquisa devem ser reconhecidos como despesas, pois a entidade 
não está apta a demonstrar a existência de um ativo que irá gerar benefícios futuros. Esses gastos em 
questão podem, em alguns casos, identificar a existência de um ativo intangível demonstrando que este 
poderá gerar benefícios econômicos futuros. Contudo, esse ativo somente deverá ser reconhecido se a 
entidade puder comprovar sua viabilidade econômica. 
Conforme o CPC 04, no item 57, um ativo resultante de desenvolvimento de projeto interno deve ser 
reconhecido se atender aos seguintes aspectos:
(a) viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja 
disponibilizado para uso ou venda; 
(b) intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo; 
(c) capacidade para usar ou vender o ativo intangível;
(d) forma como o ativo intangível deve gerar benefícios econômicos futuros. 
Entre outros aspectos, a entidade deve demonstrar a existência de mercado 
para os produtos do ativo intangível ou para o próprio ativo intangível ou, 
caso este se destine ao uso interno, a sua utilidade; 
(e) disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos 
adequados para concluir seu desenvolvimento e usar ou vender o ativo 
intangível; e 
(f) capacidade de mensurar com confiabilidade os gastos atribuíveis ao ativo 
intangível durante seu desenvolvimento. 
58. Na fase de desenvolvimento de projeto interno, a entidade pode, 
em alguns casos, identificar um ativo intangível e demonstrar que este 
gerará prováveis benefícios econômicos futuros, uma vez que a fase de 
desenvolvimento de um projeto é mais avançada do que a fase de pesquisa 
(CPC, 2013a, p. 16).
O montante dos custos com pesquisa e desenvolvimento podem ser ativados para amortização em 
períodos futuros, se todos os critérios a seguir forem satisfeitos:
113
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
• O produto ou processo estiver claramente definido e os custos atribuíveis ao produto ou processo 
puderem ser identificados separadamente.
• A viabilidade técnica do produto ou processo tiver sido demonstrada.
• A direção da empresa tiver revelado sua intenção de produzir e comercializar ou usar o produto 
ou processo.
• Houver uma clara identificação de um mercado futuro para o produto ou processo ou, se for 
destinado a uso interno em vez de para venda, sua utilidade para a empresa puder ser demonstrada.
• Existirem recursos adequados, ou se possa razoavelmente esperar que se tornem disponíveis, para 
completar o projeto e comercializar o produto ou processo.
Os gastos com pesquisa e desenvolvimento devem incluir:
• Os salários ordenados e outros gastos relacionados com pessoal envolvido nas atividades de 
pesquisa e desenvolvimento.
• Outros custos de materiais e serviços consumidos nas atividades de pesquisa e desenvolvimento.
• A depreciação do equipamento e das instalações, na medida em que são empregados nas atividades 
de pesquisa e desenvolvimento.
• Outros custos referentes às atividades de pesquisa e desenvolvimento, tais como amortizações de 
patentes e licenças.
A amortização desses gastos deverá ser calculada segundo o prazo em que esses recursos deverão 
gerar receitas. As amortizações deverão ser calculadas pelo método linear, a partir da data em que o 
produto começa a ser comercializado.
 Os custos ativados de desenvolvimento de um produto devem ser revisados ao término de cada 
período contábil. Quando os critérios que anteriormente justificaram a contabilização como ativo não 
mais se aplicarem, o saldo não amortizado deverá ser imediatamente debitado a despesas. Quando os 
critérios que justificaram a contabilização como ativo ainda se justificam, porém espera-se recuperar 
apenas parte do valor gasto, o excesso deve ser imediatamente debitado a despesas.
Exemplo
Determinado produto começou a ser desenvolvido em 01/03/X5. Durante o período de implantação, 
ocorreram os seguintes fatos:
• Para desenvolver o projeto, foi preciso comprar uma máquina, a qual foi adquirida a prazo, em 
01/04/X5, por $ 100.000. 
114
Unidade III
• Obtenção de um financiamento bancário no valor de $ 200.000 em 01/05/X5. Ao fim do exercício 
de X5, os juros sobre o financiamento foram de $ 12.000, a serem pagos no próximo exercício.
• Pagamento de mão de obra ocupada no projeto durante o período de desenvolvimento do produto 
no valor de $ 130.000.
• Pagamento de despesas gerais alocadas ao projeto durante o período no valor de $ 57.500.
• O produto iniciou sua comercialização em 01/10/X5.
• Amortização será de 12,5% ao ano. 
Pede-se: contabilizar as operações. 
Cálculos:
1. Depreciação: a depreciação da máquina deve ser incluída nos gastos com desenvolvimento do 
produto. A máquina foi usada durante seis meses (01/04 a 30/09).
$ 100.000 x 10% ÷ 12 x 6 = 5.000
2. Juros: os juros sobre o financiamento, durante o período de desenvolvimento, devem ser alocados 
nos gastos com desenvolvimento dos produtos (01/05 a 30/09). 
$ 12.000 ÷ 8 x 5 = 7.500
3. Mão de obra alocada ao desenvolvimento do produto: $ 130.000.
4. Despesas gerais alocadas ao desenvolvimento do produto: $ 57.500.
5. O valor da máquina não é atribuído ao desenvolvimento do produto, pois é um bem tangível.
6. Amortização: inicia-se quando o produto começa a ser comercializado. Em X5, deverá ser 
amortizado o período de três meses (01/10 a 31/12).
$ 200.000 x 12,5% ÷ 12 x 3 = 6.250
115
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
Máquinas e equipamentos
(1) 100.000
 Fornecedores 
100.000 (1)
Bancos
(2) 200.000 130.000 (5)
57.500 (6)
12.500
Financiamentos
200.000 (2)
Gastos com desenvolvimento
(3) 5.000
(4) 7.500
(5) 130.000
(6) 57.500
200.000
 Depreciação acumulada
 5.000 (3)Juros a pagar
7.500 (4)
Despesas de amortização
(7) 6.250
 Amortização acumulada
6.250 (7)
8.5.4 Direitos autorais
Nominação usualmente utilizada em referência ao rol de direitos outorgados aos autores de obras 
intelectuais (literárias, artísticas ou científicas).
Os direitos autorais são registrados pelo custo de aquisição e somente sobre os itens mensuráveis. 
Assim como todos os ativos, sua avaliação e sua mensuração devem gerar benefícios futuros.
 Observação
Os ativos classificados no intangível devem ser avaliados pelo custo de 
aquisição diminuídos da amortização e de perdas estimadas para redução 
ao valor recuperável do ativo, conforme dispõe o CPC 01 – Redução ao 
Valor Recuperável de Ativos. 
 Resumo
Iniciamos esta unidade com o estudo do imobilizado. 
O imobilizado é composto de bens corpóreos que se destinam à 
manutenção da atividade da entidade, portanto, por bens reservados ao 
desenvolvimento das atividades do objeto social da empresa. Embora a 
avaliação do imobilizado possa parecer simples, requerendo, apenas, que 
este seja avaliado pelo custo de aquisição menos a depreciação e perdas 
estimadas para redução ao valor recuperável, a complexidade advém dos 
detalhes não só impostos pela legislação societária, mas, sobretudo, pela 
legislação tributária, pois a depreciação e o ganho ou perda apurada na 
baixa desses ativos impactam diretamente a apuração de impostos.
116
Unidade III
A depreciação exige um estudo profundo, não somente para o cálculo, 
mas em especial para as regras quanto à data de início e fim, taxas e 
métodos de depreciação.
Um dos pontos polêmicos é quanto às taxas de depreciação utilizadas, 
já que existem recomendações diferentes para seu uso. A exigência da 
legislação tributária é a aplicação das taxas fiscais em razão da vida útil 
fixada pela Receita Federal; já pela legislação societária, de acordo com a 
convergência aos padrões internacionais, o mais correto, para a perfeita 
divulgação da situação patrimonial e financeira da empresa, é o uso das 
taxas considerando a vida útil econômica.
Os aspectos contábeis também foram abordados. As operações foram 
complementadas por exemplos seguidos pela contabilização.
Chegamos, finalmente, ao estudo do ativo intangível. O que se verifica, 
na prática, é que nem sempre é fácil classificar um ativo intangível, o que 
acaba exigindo análises detalhadas e decisões.
Existem empresas que praticamente não têm bens físicos, mas 
movimentam bilhões de reais, como as do ramo de tecnologia, hoje as 
mais valiosas do mundo, e seus produtos são referência em qualidade e 
desempenho. Para tal, elas exigem grandes investimentos em pesquisa e 
desenvolvimento de seus produtos.
Nesse contexto, analisamos o aspecto contábil, embasado sobretudo 
nos pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
(CPC) para o reconhecimento desses ativos intangíveis. Diretamente ligada 
ao reconhecimento desses ativos está a amortização, que considera se a vida 
útil é definida ou indefinida, um aspecto complexo que tem causado grandes 
dúvidas para os profissionais dessa área. Vimos que, em algumas situações, 
o valor do intangível nem ao menos é amortizável, como no caso de ativos 
intangíveis com vida útil indefinida, cujo valor fica representado no ativo até 
a efetiva baixa.
 Exercícios
Questão 1. A empresa Kenziner adquiriu uma máquina por R$ 50.000 em março de X1. 
Essa máquina só foi instalada em 01/06/X1. A depreciação para o fechamento do balanço em 
31/12/X1 é de:
A) 1.165,00.
B) 2.500,00.
117
CONTABILIDADE SOCIETÁRIA
C) 2.915,00.
D) 3.750,00.
E) 5.835,00.
Resposta correta: alternativa C.
Análise da questão 
Taxa anual de depreciação para máquinas e equipamentos: 10%
Valor de aquisição: 50.000
Período de depreciação: 7 meses
Taxa anual ajustada: (10% x 7) / 12 = 5,83%
Valor da depreciação: 50.000 x 5,83% = 2.915,00
Questão 2. Sobre o ativo intangível, avalie as afirmativas a seguir.
I – Determinada empresa adquiriu uma patente pelo valor de R$ 150.000. A vida útil da patente 
é de dez anos e existe um compromisso de terceiros para comprar a patente após esse período por 
um valor residual de R$ 18.000. Ao fim do décimo ano, o ativo permanente intangível registrará 
valor contábil de R$ 13.200.
II – A diferença entre o valor da empresa e seu valor contábil é conhecida como fundo de comércio.
III – Salários do pessoal envolvido com as atividades de pesquisa e desenvolvimento são identificados 
como gastos com pesquisa e desenvolvimento.
Está correto apenas o que se afirma em:
A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.
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REFERÊNCIAS
Textuais
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___. Curso de contabilidade intermediária superior em IFRS e CPC. São Paulo: Atlas, 2014.
___. Curso de contabilidade introdutória em IFRS e CPC. São Paulo: Atlas, 2014.
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1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Brasília, 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
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2007. Altera e revoga dispositivos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei nº 6.385, de 7 
de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e 
divulgação de demonstrações financeiras. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 29 abr. 2019.
___. Presidência da República. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 
2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários; 
concede remissão nos casos em que especifica... Brasília, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm>. Acesso em: 24 abr. 2019.
___. Receita Federal. Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 14 de março de 2017. Dispõe sobre a 
determinação e o pagamento do imposto sobre a renda e da contribuição social sobre o lucro líquido 
das pessoas jurídicas e disciplina o tratamento tributário da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins 
no que se refere às alterações introduzidas pela Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Brasília, 2017. 
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Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=81268&vis%C3
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COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Instrução CVM nº 469, de 2 de maio de 2008. Dispõe sobre 
a aplicação da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro de 2007. Altera as Instruções CVM n° 247, de 27 de 
março de 1996 e 331, de 4 de abril de 2000. CVM, 2008. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/export/
sites/cvm/menu/regulados/normascontabeis/cpc/CPC_18_R2_rev_12.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2019.
___. Nota Explicativa à Instrução CVM nº 469, de 2 de maio de 2008. Ref. Instrução CVM nº 469, de 2 
de maio de 2008, que dispõe sobre a aplicação da Lei nº 11.638, de 28 de dezembro

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