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@medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 – UNIT AL 1 transtornos de personalidade FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE A personalidade é o conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total das características individuais, em sua relação com o meio, incluindo todos os fatores físicos, biológicos, psíquicos e socioculturais de sua formação, conjugando tendências inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência. Uma dimensão essencial do conceito de personalidade é o seu duplo aspecto: relativamente estável ao longo da vida do indivíduo e relativamente dinâmico, sujeito a determinadas modificações, dependendo de mudanças existenciais ou alterações neurobiológicas; a estrutura da personalidade, “mostra-se essencialmente dinâmica, podendo ser mutável – sem ser necessariamente instável – e encontra- se em constante desenvolvimento”. SIGMUND FREUD: Segundo Freud o aparelho psíquico está dividido em três planos ou sistemas – consciente, pré consciente e inconsciente, com a analogia de que o funcionamento mental ocorre “comparado” ao iceberg. Pontua que a porção acima da superfície corresponde ao consciente, a porção que se torna visível, conforme o movimento das águas, corresponde ao pré-consciente e a parte sempre submersa, proporcionalmente muito maior, corresponde ao inconsciente. MECANISMOS PARA COMPOR A REALIDADE: Experiência direta: permite que o indivíduo, desde cedo, vá experimentando diferentes ações, e por tentativa e erro, aprenda o que é agradável (transforma-se em fonte de desejo, gerando tendências até conseguir) ou desagradável (tende a evitar ou até mesmo fugir dele). Aprendizagem vigária: também conhecida como aprendizagem observacional, consegue aprender as consequências de determinadas ações, vendo os resultados que estas provocam nos outros. A personalidade encontra-se definida em três estruturas: ID: é o elemento mais primitivo da personalidade, o sistema original com o qual já nascemos. Formado por instintos, composto pelo prazer e impulsos orgânicos. Tudo é transmitido dos pais. É a estrutura original e mais essencial da personalidade. A partir dele que são ampliadas outras estruturas. EGO: começa a ser desenvolvido após o nascimento, quando o bebê começa a se interagir com o seu ambiente. O ego procura o prazer em contato com a realidade. É um elemento do aparelho psíquico que aumenta a partir do id, para inteirar e atender suas exigências. Tem como desígnio garantir a saúde, sanidade e segurança da personalidade. Procura controlar ou regular os impulsos presentes do ID, de modo que a pessoa busque soluções menos imediatas e mais realistas. Tem como função enfrentar a necessidade de diminuir a tensão e elevar o prazer. SUPEREGO: representa o aspecto moral. Ele se desenvolve quando os pais ou outros adultos transmitem valores e as normas da sociedade à criança. É a última parte da personalidade que é desenvolvida a partir do ego. Trabalha como censor, informando para o ego o que é certo e errado sobre as atividades mentais e pensamentos presentes no ego. 3 funções do superego: consciência, auto-observação e formação de ideias. É estabelecido a partir do superego dos pais, sendo este o veículo de todos os julgamentos e valores que são transmitidos de geração em geração. FASES DA PERSONALIDADE: FASE ORAL (0-1 ANO) Os impulsos da criança são satisfeitos principalmente na área da boca, esôfago e estômago, ou seja, a libido está intimamente associada ao processo da alimentação e contato humano, que vem associado ao ato de mamar. A percepção da criança, nos primeiros meses após o nascimento, é de totalidade, não distinguindo ainda o “eu” do “não eu”. Se o seio (ou substituto) for gratificante, a imagem de aceitação será introjetada, e as expectativas futuras do mundo, em termos projetivos, serão otimistas, o que é conhecido como o “objeto bom”, e o seu oposto irá gerar insegurança e desconfiança. Por volta dos seis meses, já há uma percepção da mãe “como uma pessoa total”, integrada em seus aspectos bons e maus, e a relação da criança com a mãe é mais realistas, aprendendo a controlar sua ansiedade e seus impulsos frente às demandas do meio, preparando-se para enfrentar os novos desafios da fase seguinte de seu desenvolvimento. @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 – UNIT AL 2 Uma fixação nessa fase provoca o desenvolvimento de um tipo de personalidade de caráter oral, do qual os traços fundamentais são o otimismo, a passividade e a dependência. Para Freud, os transtornos alimentares poderiam se dar às dificuldades na fase oral. FASE ANAL (1-3 ANOS) O prazer está no ânus A criança tem o desejo de controlar os movimentos esfincterianos e começa também a entrar em conflito com a exigência social de adquirir hábitos de higiene. Uma fixação nessa fase pode causar conflitos para o resto da vida em torno de questões de controle, de guardar para si ou entregar. O caráter anal é caracterizado por três traços que são: ordem, parcimônia (econômico) e teimosia. Os impulsos, nesta fase, levam a criança a vivenciar a busca do domínio do ambiente, e das pessoas que estão a sua volta, para obter o máximo de prazer possível. É a fase das “birras”, crises de nervos, parecendo necessitar de limites claros, para então se acalmar. FASE FÁLICA (3-6 ANOS) A área erógena fundamental do corpo é a zona genital. Freud sustenta que nessa fase o pênis é o órgão mais importante para o desenvolvimento, tanto dos homens quanto das mulheres, por isso Freud é fortemente criticado e acusado de ser falocêntrico. O desejo de prazer sexual expressa-se por meio da masturbação, acompanhada de importantes fantasias. Complexo de Édipo, que consiste no menino desejar a própria mãe, mas por medo da castração abandona esse desejo, igualmente ocorre com a menina mudando apenas os papéis, onde o pai seria o seu objeto de desejo. Uma não resolução nessa fase pode ser considerada como a causa de grande parte das neuroses A psicanálise certifica que a fixação na fase fálica tem como consequência dificuldades na formação do superego (regras sociais), na identidade do papel sexual e até mesmo na sexualidade, envolvendo inibição sexual, promiscuidade sexual e homossexualismo. Dificuldades como a identificação de papéis sexuais podem derivar de dificuldades nesta fase. A conduta social básica que pode manifestar-se nessa fase é a de tentar sempre “tirar vantagem”, bem como o ataque frontal as pessoas que tentam colocar limites, tendo prazer na competição e na conquista, insistência em alcançar uma meta e, embora, demonstre segurança e tenha atitude resoluta, pode carregar traços de inferioridade. Nessa fase a criança torna-se amigável, colaboradora, amorosa, sendo capaz de proporcionar bem estar as outras pessoas uma vez que é capaz de ter empatia, podendo se colocar no lugar do outro. FASE DE LATÊNCIA (5 ANOS – PUBERDADE) Período de relativa calma na evolução sexual Não tem uma área específica onde o prazer está focalizado FASE GENITAL (APÓS A PUBERDAE) Última etapa, acompanhada por mudanças físicas, psíquicas e emocionais próprias da idade. A zona erógena na qual o prazer é focado é novamente os genitais, embora, neste caso, as pessoas já tenham a capacidade de expressar a sexualidade em função do consenso e do vínculo com as outras pessoas. Se trata da sexualidade adulta e madura. Surgimento dos interesses sexuais e de satisfação A identidade sexual das pessoas é reafirmada. Nessa etapa são desencadeados aspectos como a amabilidade, afetuosidade, receptividade, segurança, aptidão, capacidade de compreensão e apreciaçãodo bem-estar dos outros, a inclinação para colaborar com outras pessoas, etc. INFLUÊNCIAS NA FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE GENÉTICAS Grupo A são mais comuns em parentes biológicos de pacientes com esquizofrenia do que em grupos-controle. Grupo B aparentemente têm uma base genética. Depressão é comum nos antecedentes familiares de indivíduos com transtorno da personalidade borderline. @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 – UNIT AL 3 Forte associação entre o transtorno da personalidade histriônica e o de sintomas somáticos (síndrome de Briquet); Transtorno da personalidade evitativa costumam apresentar níveis elevados de ansiedade. BIOLÓGICAS Traços impulsivos frequentemente também apresentam níveis elevados de testosterona, 17-es-tradiol e estrona. Baixos níveis plaquetários de MAO em alguns pacientes com transtornos esquizotípicos. - ↓MAO ↑sociabilidade Movimentos oculares de seguimento suave são sacádicos (i.e., irregulares) em pessoas introvertidas, que têm baixa autoestima e tendência ao retraimento e que apresentam transtorno da personalidade esquizotípica. Níveis elevados de endorfinas endógenas podem estar as-sociados a indivíduos apáticos Mudanças na condução elétrica no eletrencefalograma (EEG) ocorrem em alguns pacientes com transtornos da per- sonalidade, com maior frequência dos tipos antissocial e borderline; essas mudanças aparecem como atividade de ondas lentas em EEGs. PSICANALÍTICOS Sigmund Freud sugeriu que os traços de personalidade estão rela-cionados a uma fixação em um dos estágios psicossexuais de de-senvolvimento. Por exemplo, indivíduos com um caráter oral são passivos e dependentes porque estão fixados no estágio oral, quando a dependência de outros para alimentação é proeminente. Indivíduos com um caráter anal são teimosos, parcimoniosos e altamente escru-pulosos devido a dificuldades no treinamento para o uso do banheiro durante a fase anal. Teoria de Reich: considera-se que a marca singular da personalidade de cada ser humano é, em grande parte, determinada por seus mecanismos de defesa característicos. Cada transtorno da personalidade apresenta um agrupamento de defesas que ajudam clínicos que usam psicodinâmica a identificar o tipo de patologia de caráter presente. CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE (DSM-5) define um transtorno da personalidade geral como um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo O padrão é inflexível Começa na adolescência ou no início da idade adulta É estável ao longo do tempo; leva a sofrimento ou prejuízo Se manifesta em pelos menos duas das quatro áreas seguintes: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal ou controle de impulsos. Quando os traços de personalidade são rígidos e mal adaptativos e produzem prejuízo funcional, ou sofrimento subjetivo, é possível diagnosticar um transtorno da personalidade. Subtipos de transtorno da personalidade: GRUPO A: esquizotípico, esquizoide, e paranoide – características estranhas ou de afastamento GRUPO B: narcisista, borderline, antissocial e histriônico - características dramáticas, impulsivas ou erráticas GRUPO C: obsessivo-compulsivo, dependente e evitativo - características de ansiedade e medo MUDANÇA DE PERSONALIDADE DEVIDO A OUTRA CONDIÇÃO MÉDICA: perturbação persistente da personalidade entendida como decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma condição médica (p. ex., lesão no lobo frontal). OUTRO TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESPECIFICADO: o padrão da personalidade do indivíduo atende aos critérios gerais para um transtorno da personalidade, estando presentes traços de vários transtornos da personalidade distintos, mas os critérios para qualquer um desses transtornos específicos não são preenchidos TRANSTORNO DA PERSONALIDADE NÃO ESPECIFICADO: padrão da personalidade do indivíduo atende aos critérios gerais para um transtorno da personalidade, mas considera-se que ele tenha um transtorno da personalidade que não faz parte da classificação do DSM-5 (p. ex., transtorno da personalidade passivo-agressiva). *Os três grupos baseiam-se em semelhanças descritivas. *Indivíduos frequentemente exibem traços que não se limitam a um único transtorno da personalidade. @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 – UNIT AL 4 GRUPO A ESQUIZOTÍPICO ESQUIZOIDE PARANOIDE Perturbação de pensamento e comunicação. Fala pode ser distinta ou peculiar, pode fazer sentido apenas para eles mesmos e com frequência necessita de interpretação. Supersticiosos ou alegar poderes de clarividência e acreditar ser dotados de poderes especiais de pensamento e insight. Seu mundo interior pode estar cheio de relacionamentos imaginários vívidos e temores e fantasias infantis Padrão vitalício de retraimento social Parecem caladas, distantes, isoladas e insociáveis. Retraimento distante e demonstram falta de envolvimento com eventos diários e com as preocupações de terceiros Incapacidade vitalícia de expressar diretamente a raiva. Podem investir quantidades enormes de energia afetiva a interesses não humanos, como matemática e astronomia, e podem ser muito ligados a animais Suspeita e desconfiança arraigadas em relação a pessoas em geral Recusa a responsabilidade por seus próprios sentimentos e a atribui a outros Costuma ser hostil, irritável e irascível Intolerantes, colecionadores de injustiças, cônjuges patologicamente ciumentos e mal- humorados, litigiosos com frequência têm transtorno da personalidade paranoide. Afeto restrito e parecem frias, sem emoção. Orgulham-se de sua racionalidade e objetividade, mas isso não corresponde à realidade. GRUPO B NARCISITA BORDERLINE ANTISSOCIAL HISTRIÔNICO Senso aguçado de autoimportância, ausência de empatia e sentimentos grandiosos de serem únicas. Consideram-se especiais e esperam tratamento especial. Autoestima frágil e vulnerável às menores críticas Suscetíveis a depressão Querem que as coisas sejam do seu jeito e com frequência têm ambição de obter fama e fortuna. Não conseguem demonstrar empatia e fingem simpatia apenas para atingir seus próprios objetivos egoístas. No limiar entre neurose e psicose Mudanças de humor são comuns Comportamento imprevisível Atos autodestrutivos repetidos: formas de automutilação para obter ajuda dos outros, para exprimir raiva ou para se anestesiar do afeto que o consome. Não conseguem tolerar a ideia de ficar sozinhas e preferem uma busca frenética por companhia Sentimentos crônicos de vazio e tédio e da falta de um senso de identidade coerente (difusão de identidade); Se sentem sempre deprimidas, apesar do turbilhão de outros afetos. Panfobia, pan-ansiedade, pan- ambivalência e sexualidade caótica Mentiras, vadiagem, fuga de casa, roubos, brigas, abuso de substância e atividades ilegais, promiscuidade, abuso conjugal, abuso infantil e condução de veículos em estado de embriaguez. Ausência de remorso por tais atos Aspectos sedutores e pitorescos Senso de realidade aguçado Boa inteligência verbal. Manipuladores Grau elevado de comportamento de busca por atenção. Exageram seus pensamentos e sentimentos e fazem tudo soar mais importante do que realmente é. Ataques de raiva, choro e acusações quando não são o centro das atenções ou não estão recebendo elogios ou aprovação. Comportamento sedutor GRUPO C OBCESSIVO-COMPULSIVO DEPENDENTE EVITATIVO Padrão global de perfeccionismo e inflexibilidade Constrição emocional, organização, perseverança, teimosiae indecisão Obcecadas por regras, regulamentos, método, limpeza, organização, detalhes e desejo de alcançar a perfeição Subordinam suas próprias necessidades às necessidades de outros Padrão global de comportamento dependente e submisso. Não conseguem tomar decisões sem uma quantidade excessiva de Hipersensibilidade à rejeição por outros Timidez Grande desejo por companhia, mas precisam de garantias muito fortes de aceitação não crítica. @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 – UNIT AL 5 Formais e sérios e costumam não ter senso de humor. Isolam pessoas Incapazes de ceder e insistem para que os outros se submetam a suas necessidades. Anseiam por agradar pessoas que consideram mais poderosas que eles mesmos e executam os desejos dessas pessoas de forma autoritária. Como temem cometer erros, são indecisos e ruminam as tomadas de decisão. Qualquer coisa que ameace a estabilidade percebida de sua rotina pode precipitar muita ansiedade aconselhamento e tranquilização dos outros. Fazem outras pessoas assumir responsabilidade por áreas importantes de suas vidas Evitam posições de responsabilidade e ficam ansiosas se precisam assumir um papel de liderança. Pessimismo, insegurança, passividade, temor de expressar sentimentos sexuais e agressivos Não têm autoconfiança Desconforto intenso ao ficar sozinhas por mais do que breves períodos. Complexo de inferioridade Ao conversar com alguém, elas expressam incerteza, demonstram falta de autoconfiança e podem falar de modo discreto. Temem falar em público ou fazer pedidos a outras pessoas. Têm inclinação a interpretar mal os comentários dos outros como depreciativos ou ridicularizadores. EPIDEMIOLOGIA Estimativas de prevalência para os diferentes grupos sugerem 5,7% para os transtornos do Grupo A, 1,5% para os do Grupo B e 6% para os do Grupo C, com 9,1% para qualquer transtorno da personalidade, indicando concomitância frequente de transtornos de grupos diferentes. Dados do National Epidemiologic Survey on Alcohol and Related Conditions de 2001-2002 sugerem que cerca de 15% dos adultos dos Estados Unidos apresentam pelo menos um transtorno da personalidade. DIAGNÓSTICO CRITÉRIOS A. Um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. Esse padrão manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas: 1. Cognição (i.e., formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e eventos). 2. Afetividade (i.e., variação, intensidade, labilidade e adequação da resposta emocional). 3. Funcionamento interpessoal. 4. Controle de impulsos. B. O padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de situações pessoais e sociais. C. O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. D. O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo menos a partir da adolescência ou do início da fase adulta. Para que um transtorno da personalidade seja diagnosticado em um indivíduo com menos de 18 anos de idade, as características precisam ter estado presentes por pelo menos um ano. Transtorno da personalidade antissocial não pode ser diagnosticado em indivíduos com menos de 18 anos. Embora, por definição, um transtorno da personalidade exija um surgimento até o começo da vida adulta, as pessoas podem não buscar atendimento clínico até um período relativamente tardio na vida. Um transtorno da personalidade pode ser exacerbado após a perda de pessoas significativas (p. ex., cônjuge) ou de situações sociais previamente estabilizantes (p. ex., um emprego). Entretanto, o desenvolvimento de uma mudança na personalidade no meio da vida adulta ou mais tarde requer uma avaliação completa para determinar a possível presença de uma mudança de personalidade devido a outra condição médica ou a um transtorno por uso de substância não reconhecido. @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 – UNIT AL 6 QUADRO CLÍNICO De acordo com o DSM-5, os transtornos de personalidade são principalmente com: PROBLEMAS DE AUTOIDENTIDADE: podem se manifestar como uma autoimagem instável (p. ex., as pessoas flutuam entre verem-se como bondosas ou cruéis) ou como inconsistências nos valores, objetivos e aparência (p. ex., as pessoas são profundamente religiosas na igreja, mas profanas e desrespeitosas em outros lugares). PROBLEMAS DE FUNCIONAMENTO INTERPESSOAL: normalmente se manifestam ao não conseguir estabelecer ou manter relacionamentos íntimos e/ou por insensibilidade com as outras pessoas (p. ex., incapaz de criar empatia). Pessoas com transtornos de personalidade parecem muitas vezes incoerentes, confusas e frustrantes para aqueles que volta delas (incluindo médicos). Essas pessoas podem ter dificuldade em entender os limites entre elas mesmas e os outros. Sua autoestima pode ser inapropriadamente alta ou baixa. Elas têm estilos inconsistentes, desconectados, sobreemocionais, abusivos ou irresponsáveis de paternidade/maternidade, o que pode levar a problemas físicos ou mentais em seus cônjuges e/ou filhos As características de um transtorno da personalidade costumam se tornar reconhecíveis durante a adolescência ou no começo da vida adulta. Alguns tipos de transtorno da personalidade (notadamente os transtornos da personalidade antissocial e borderline) tendem a ficar menos evidentes ou a desaparecer com o envelhecimento, o que parece não valer para alguns outros tipos (p. ex., transtornos da personalidade obsessivo-compulsiva e esquizotípica). As categorias dos transtornos da personalidade podem ser aplicadas em crianças ou adolescentes naqueles casos relativamente raros em que os traços mal-adaptativos e particulares da personalidade do indivíduo parecem ser difusos, persistentes e pouco prováveis de serem limitados a um determinado estágio do desenvolvimento ou a outro transtorno mental específico. Deve-se reconhecer que os traços de um transtorno da personalidade que aparecem na infância com frequência não persistem sem mudanças na vida adulta. TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE MODELO PSICOBIOLÓGICO DE TRATAMENTO Combina psicoterapia e farmacoterapia e se baseia nas características estruturais, clínicas e supostamente neuroquímicas estabelecidas de temperamento e caráter. Farmacoterapia e psicoterapia podem ser adaptadas de forma sistemática à estrutura de personalidade e ao estágio de desenvolvimento de caráter de cada paciente Os sintomas-alvo são identificados, e são usados fármacos específicos com efeitos conhecidos sobre traços de personalidade @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 – UNIT AL 7 TEMPERAMENTO: propensões do corpo na modulação de respostas comportamentais condicionadas a estímulos físicos prescritivos. Quatro traços temperamentais principais: evitação de danos, busca por novidade, dependência de recompensa e persistência.Isso é uma interpretação moderna dos quatro temperamentos antigos: indivíduos diferem quanto ao grau em que são melancólicos (evitação de danos), coléricos (busca por novidade), sanguíneos (dependência de recompensa) e fleumáticos (persistência). TRANSTORNO DE PERSONALIDADE HISTRIÔNICO Excitáveis e emotivas e comportam-se de forma dramática, florida e extrovertida Incapacidade de manter ligações profundas e duradouras Diagnosticado com maior frequência em mulheres do que em homens.CLÍNICA: Grau elevado de comportamento de busca por atenção. Exageram seus pensamentos e sentimentos e fazem tudo soar mais importante do que realmente é. Ataques de raiva, choro e acusações quando não são o centro das atenções ou não estão recebendo elogios ou aprovação Comportamento sedutor é comum Disfunção psicossexual; mulheres podem ser anorgásmicas, e homens podem ser impotentes. Necessidade de tranquilização é infinita. Relacionamentos têm propensão a ser superficiais Pode ser vaidoso, egocêntrico e volúvel. Sua forte necessidade de dependência torna-o crédulo e ingênuo. As principais defesas são repressão e dissociação. Indivíduos não estão cientes de seus verdadeiros sentimentos e não conseguem explicar suas motivações. Sob estresse, o teste de realidade fica facilmente prejudicado. Indivíduos com esse transtorno buscam sensações e podem ter problemas legais, fazer abuso de substâncias e agir de forma promíscua EXAME DIAGNÓSTICO: Cooperativos e ávidos por fornecer uma história detalhada. @medsurtoo Nivya Moraes P6/UC16 – UNIT AL 8 Gesticulações e exclamações dramáticas em seu discurso Cometem deslizes frequentes, e sua linguagem é pitoresca. Exibição afetiva é comum, mas, quando pressionados a reconhecer determinados sentimentos (p. Ex., raiva, tristeza e desejos sexuais), podem reagir com surpresa, indignação ou negação Resultados do exame cognitivo costumam ser normais DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A distinção entre transtorno da personalidade histriônica e transtorno da personalidade borderline é difícil, mas, neste último, tentativas de suicídio, difusão de identidade e episódios psicóticos breves são mais prováveis. Transtorno de sintomas somáticos (síndrome de Briquet) pode ocorrer em conjunto com o da personalidade histriônica. CAPS NO PROGNÓSTICO DOS TRANSTORNOS A Reforma Psiquiátrica propõe um tratamento humanizado à pessoa em sofrimento mental com uma equipe interdisciplinar. Ela não pretende acabar com o tratamento clínico, mas eliminar gradativamente o internamento, evitando a exclusão das pessoas, por meio da substituição dos manicômios por serviços de atenção psicossocial, como o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), o Núcleo de Atenção Psicossocial (NAPS), as Residências Terapêuticas, entre outros. Dessa maneira, a intenção é desinstitucionalizar, realizando um movimento de migração para o espaço social. Assim, ressalta-se que o CAPS, diferentemente das internações em hospitais psiquiátricos, busca fazer com que o sujeito tenha condições de se tratar em seu meio familiar e social e participar de forma ativa de seu tratamento. CENTROS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL - CAPS são serviços de saúde de caráter aberto e comunitário voltados aos atendimentos de pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras substâncias, que se encontram em situações de crise ou em processos de reabilitação psicossocial. Nos estabelecimentos atuam equipes multiprofissionais, que empregam diferentes intervenções e estratégias de acolhimento, como psicoterapia, seguimento clínico em psiquiatria, terapia ocupacional, reabilitação neuropsicológica, oficinas terapêuticas, medicação assistida, atendimentos familiares e domiciliares, entre outros. O objetivo dos CAPS é atender as pessoas com transtorno mental severo e persistente e seus familiares. O CAPS, diferentemente das internações em hospitais psiquiátricos, busca fazer com que o sujeito tenha condições de se tratar em seu meio familiar e social e participar de forma ativa de seu tratamento. REFERÊNCIAS Compêndio de Psiquiatria, Tratado de psiquiatria, DSM-V https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/psicologia/desenvolvimento-personalidade.htm http://www.portalgeobrasil.org/psico/mat/desenvolvimentopsicologico.htm#:~:text=O%20conceito%20de%20desenvolvim ento%20da,da%20intera%C3%A7%C3%A3o%20com%20o%20meio. http://www.portalgeobrasil.org/psico/mat/desenvolvimentopsicologico.htm#:~:text=O%20conceito%20de%20desenvolvim ento%20da,da%20intera%C3%A7%C3%A3o%20com%20o%20meio. http://pepsic.bvsalud.org/pdf/mental/v12n22/v12n22a06.pdf https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/psicologia/desenvolvimento-personalidade.htm http://www.portalgeobrasil.org/psico/mat/desenvolvimentopsicologico.htm#:~:text=O%20conceito%20de%20desenvolvimento%20da,da%20intera%C3%A7%C3%A3o%20com%20o%20meio http://www.portalgeobrasil.org/psico/mat/desenvolvimentopsicologico.htm#:~:text=O%20conceito%20de%20desenvolvimento%20da,da%20intera%C3%A7%C3%A3o%20com%20o%20meio http://www.portalgeobrasil.org/psico/mat/desenvolvimentopsicologico.htm#:~:text=O%20conceito%20de%20desenvolvimento%20da,da%20intera%C3%A7%C3%A3o%20com%20o%20meio http://www.portalgeobrasil.org/psico/mat/desenvolvimentopsicologico.htm#:~:text=O%20conceito%20de%20desenvolvimento%20da,da%20intera%C3%A7%C3%A3o%20com%20o%20meio http://pepsic.bvsalud.org/pdf/mental/v12n22/v12n22a06.pdf
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