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Degeneração macular relacionada à idade

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1 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Degeneração macular relacionada à idade 
A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) 
acomete a PORÇÃO CENTRAL DA RETINA, chamada 
MÁCULA, responsável pela NITIDEZ DA VISÃO, afetando 
principalmente a VISÃO CENTRAL – que fica embaçada, 
borrada. Sem a visão central, o paciente passa a ter 
dificuldade de realizar suas atividades diárias. 
Pode acometer UM ou AMBOS OS OLHOS. 
Existem dois tipos de degeneração macular: 
 DMRI SECA → Tipo mais comum e menos grave. 
Responsável por 85 a 90% dos casos, provoca a 
PERDA LENTA e GRADUAL DA VISÃO 
 DMRI ÚMIDA / EXSUDATIVA → Menos comum. 
Acomete 10 a 15% dos pacientes e é mais grave, 
com EVOLUÇÃO RÁPIDA e GRANDE PERDA DA 
VISÃO 
É muito comum que pacientes com DMRI seco avançado 
desenvolvam o tipo úmido. 
CLASSIFICAÇÃO 
 
EPIDEMIOLOGIA 
É a PRINCIPAL CAUSA DE CEGUEIRA EM ADULTOS nos 
PAÍSES INDUSTRIALIZADOS, principalmente naqueles > 65 
ANOS. 
Acomete 8% dos indivíduos > 50 anos e aumenta 
exponencialmente com o avanço da idade, acometendo até 
2/3 da população > 90 anos. 
Pacientes com DMRI tardia em um olho ou perda da visão 
moderada por DMRI não avançada em um olho, têm cerca 
de 50% de risco de desenvolver DMRI avançada no outro 
olho dentro de 5 anos. 
FATORES DE RISCO 
Etiologia → Multifatorial. 
FATORES POLIGÊNICOS + AMBIENTAIS + ESTILO DE VIDA 
 IDADE AVANÇADA → PRINCIPAL FATOR DE RISCO. 
Início após 50 anos e maior incidência em > 65 anos 
 RAÇA → DMRI tardia é mais comum em BRANCOS 
do que em outras raças (caucasianos > hispânicos > 
negros) 
 HEREDITARIEDADE → Risco 3x maior se parente de 
1º grau com DMRI, principalmente se início da 
doença antes dos 65 anos 
 TABAGISMO → PRINCIPAL FATOR DE RISCO 
MODIFICÁVEL. Risco 2x maior de DMRI e maior 
risco de ter formas mais agressivas. Mesmo após 15 
anos de interrupção do tabagismo, o risco de DMRI 
continua elevado. 
 HIPERTENSÃO e outros fatores de risco 
cardiovasculares provavelmente estão associados 
 DIETA 
− Maior risco → Dieta rica em gordura e 
OBESIDADE 
− Fator protetor --> Dieta rica em antioxidantes 
 ÁCIDO ACETILSALICÍLICO → Pode aumentar risco 
de DMRI neovascular (úmida/exsudativa) 
 Outros fatores, como cirurgia de catarata, íris azul, 
alta exposição solar e sexo feminino são suspeitos, 
mas de influência ainda incerta 
FISIOPATOLOGIA 
É uma doença complexa e ainda pouco esclarecida. 
 
DMRI SECA 
Caracterizada por DEPÓSITOS DE DRUSAS NA MÁCULA, que 
são substâncias amareladas resultantes do metabolismo 
celular da retina. 
Pessoas com mais de 50 anos já apresentam alguns 
depósitos de drusas sem qualquer alteração na visão. 
Entretanto, com o avançar da idade, a concentração desses 
depósitos aumenta, podendo levar a um ESCURECIMENTO 
ou BORRAMENTO da visão central, mais percebido, 
principalmente, quando o paciente tenta ler. 
 
 
2 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Com o avanço da doença, ocorre um AFINAMENTO DA 
CAMA DE CÉLULAS DA RETINA SENSÍVEIS À LUZ, levando a 
uma ATROFIA TECIDUAL. Nessa fase, o paciente passa a ter 
grandes pontos cegos no centro da visão. 
 
 Drusas 
DMRI ÚMIDA / EXSUDATIVA 
Caracterizada pelo CRESCIMENTO DE VASOS SANGUÍNEOS 
ANORMAIS SOB A RETINA – processo denominado de 
NEOVASCULARIZAÇÃO COROIDAL. 
É uma forma muito comum nos casos de degeneração 
macular avançada. 
Os novos vasos sanguíneos são frágeis e frequentemente se 
rompem, com extravasamento de sangue e líquido para 
dentro da retina, causando distorção da visão. 
Com o tempo, este contato de sangue e líquido com a retina 
leva a uma inflamação na região da retina e consequente 
processo de cicatrização na mácula com perda permanente 
da visão central. 
Neste caso, o paciente apresentará DRUSAS MOLES e 
DESCOLAMENTO SEROSO OU HEMORRÁGICO na mácula. 
 
 
DRUSAS 
Drusas são depósitos extracelulares localizados entre a 
membrana de Bruch e o EPR. 
Existe uma forte associação entre o tamanho das drusas e o 
risco de desenvolvimento de DMRI tardia em um período de 
5 anos. 
DRUSAS PEQUENAS / DURAS: são normalmente: 
→ Bem definidas 
→ Branco-amareladas 
→ ≤63 µm – menos que a metade da largura de uma 
veia da retina na margem do disco óptico em 
diâmetro 
A presença de drusas pequenas como ÚNICO ACHADO 
provavelmente representa risco pouco aumentado de 
perda visual, a não ser que estejam associadas com 
alterações pigmentares. 
DRUSAS INTERMÉDIAS: 
→ Bem definidas, branco-amareladas 
→ Entre 63 µm e 125 µm 
Se não acompanhadas de anormalidades pigmentares, 
representam pequeno risco de progressão para DMRI 
tardia em 5 anos. Entretanto, se presença de alterações 
pigmentares, o risco de DMRI tardia em 5 anos passa a ser 
de 10%. 
DRUSAS GRANDES: 
→ Lesões profundas da retina 
→ Menos bem delineadas 
→ Amarelo-brancas 
→ >125 µm 
→ “Drusa mole” é usado como sinônimo 
À medida que aumentam em quantidade de tamanho, 
podem coalescer, caracterizando uma elevação localizada 
no EPR denominado “descolamento drusenoide do EPR”. 
Se em ambos os olhos, o paciente tem risco de DMRI tardia 
em 5 anos de 13% e, quando acompanhada de alterações 
pigmentares, o risco passa a ser de 50% 
CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA: todos os tipos de drusas podem 
desenvolver calcificação distrófica. 
ALTERAÇÕES PIGMENTARES: podem ser HIPO ou 
HIPERPIGMENTADAS. 
Se não derivadas de outras, estão associadas a um risco 
muito mais alto de progressão para DMRI e perda visual. 
 
 
 
3 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
DMRI SECA 
Os sintomas consistem na diminuição gradual da visão ao 
longo de meses ou anos. Ambos os olhos são geralmente 
afetados, mas, muitas vezes, de forma assimétrica. A visão 
pode flutuar, e é muitas vezes melhor em luz clara. 
Habitualmente ASSINTOMÁTICA nas FASES INICIAIS. A 
doença evolui lentamente ao longo dos anos, 
principalmente se na forma seca. 
Com o avanço da doença, os sintomas começam a surgir. Os 
principais são: 
 VISÃO CENTRAL DISTORCIDA → Ao ver linhas retas, 
elas parecem estar curvadas = METAMORFOPSIA – 
É um dos primeiros sinais clínicos da degeneração 
macular 
 VISÃO CENTRAL REDUZIDA EM UM OU AMBOS OS 
OLHOS 
 Necessidade de GRANDE ILUMINAÇÃO PARA LER / 
TRABALHAR 
 DIMINUIÇÃO DA INTENSIDADE DE BRILHO OU 
CORES 
 DIFICULDADE EM RECONHECER ROSTOS 
 
A maior parte dos pacientes com DMRI não ficam 
completamente cegos, embora mais de 1/3 dos pacientes 
sofram perda visual incapacitante. Nem todos as pessoas 
evoluirão para a forma avançada a doença – em casos 
brancos e unilaterais, o risco de evolução para doença 
avançada em 10 anos é de apenas 5%. 
DMRI ÚMIDA / EXSUDATIVA 
Embaçamento indolor, agudo ou subagudo da visão, 
geralmente com metamorfopsia. A hemorragia pode dar um 
escotoma positivo.
 
 
Sinais de neovascularização coroideana (NVC). (A) NVC 
visível como uma área subfoveal cinzaesverdeada; (B) 
extensa deposição de lipídios; (C) hemorragia – 
intrarretiniana e sub-retiniana; (D) cicatrização “disciforme 
 
Degeneração macular relacionada com a idade sem 
neovascularização. (A) Drusas e leves mudanças 
pigmentares; (B) mesmo olho de (A) quatro anos depois, 
com atrofia moderada da retina e anormalidades 
pigmentares; (C) pequena e média drusa com atrofia 
geográfica; (D) atrofias geográficas substanciais e anomalias 
pigmentares; (E) tubulações externas retinianas 
DIAGNÓSTICO 
 Anamnese + fatores de risco 
 
 
4 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
EXAMES COMPLEMENTARES 
TESTE DA GRELHA/TELA DE AMSLER 
 Pesquisa de METAMORFOPSIA 
 Avaliação da distorção das linhas 
O paciente recebe uma grelha/tela com várias linhas 
horizontais e verticais e é orientado a focalizar com apenas 
um olho o ponto central grande. Qualquer distorção ou 
manchas presentes na visão devem ser reportadas ao 
médico. 
 
Deve ser fornecida para uso doméstico,aconselhando-se o 
autoteste numa base regular, talvez semanalmente, e 
procurar aconselhamento profissional com urgência em caso 
de alguma alteração, quando é aconselhada a realização de 
exames imagenológicos (p. ex., OCT, AF) para descartar 
progressão para DMRI neovascular. Isso pode ser de maior 
importância após cirurgia de catarata. 
EXAME DE FUNDO DE OLHO COM PUPILAS DILATADAS 
 DMRI seca → Drusas facilmente visíveis, assim 
como atrofia de retina 
 DMRI úmida → Líquido ou sangue por baixo da 
retina 
ANGIOGRAFIA FLUORESCEÍNICA 
Injeção de fluoresceína durante o exame. Uma câmera tira 
imagens da retina enquanto o corante passa pelos seus 
vasos sanguíneos. 
Útil para AVALIAR PRESENÇA DE NOVOS VASOS 
SANGUÍNEOS NA MÁCULA e/ou VAZAMENTO DE CORANTE 
para determinar de o paciente tem DMRI úmido. 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA ÓPTICA (OCT) 
Detecta e avalia alterações internas na retina que outros 
exames não permitem identificar. 
Possibilita verificar a presença de 2 drusas, alterações 
pigmentares, crescimento de todos vasos e lesões e a 
espessura da retina. 
TRATAMENTO 
Ainda não existe tratamento curativo. Orienta-se medidas 
preventivas e que podem reverter a perda visual causada 
pela doença. 
DMRI SECA 
 Cessação do tabagismo 
 Proteção contra exposição solar excessiva 
 Se DRUSAS no exame oftalmológico → 
Suplementação necessária com base no AREDS2: 
− Vitamina C (500 mg) 
− Vitamina E (400 MI) 
− Luteína (10 mg) 
− Zeaxanitina (2 mg) 
− Zinco (25 a 80 mg; a dose mais baixa 
necessária) 
− Cobre (2mg – pode não ser necessário por 
causa da dose mais baixa de zinco) 
AREDS2 → uso da fórmula reduz em cerca de 25% o risco de 
progressão da DMRI seca. 
DMRI ÚMIDA / EXSUDATIVA 
Apesar de mais grave, é a forma com opções de tratamento 
mais eficazes. 
INJEÇÕES INTRAOCULARES DE ANTI-VEGF 
 Inibidores do fator de crescimento endotelial 
vascular 
 Betacizumabe, ranibizumabe ou aflibercept 
 Inibem a formação de novos vasos, retardando e 
até revertendo a perda visual do paciente 
 
REFERÊNCIAS: 
1. https://www.mdsaude.com/oftalmologia/degener
acao-macular/ 
2. Kanski – Oftalmologia Clínica 8ª edição 
 
https://www.mdsaude.com/oftalmologia/degeneracao-macular/
https://www.mdsaude.com/oftalmologia/degeneracao-macular/

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