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Anatomia e Função da Córnea

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1 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Córnea 
A CÓRNEA é um tecido transparente situada na parte 
anterior do globo ocular, de FUNÇÃO TRÓPICA¸ ou seja, de 
REFRATAR e TRANSMITIR A LUZ até a RETINA (mácula → 
nervo óptico → cortical cerebral). 
É a PRIMEIRA LENTE DO GLOBO OCULAR e tem ALTO PODER 
DE REFRAÇÃO, sendo responsável por ¾ do poder óptico dos 
olhos. 
A CÓRNEA É AVASCULAR – nutrida pelos metabólitos do 
humor aquoso (posteriormente) e das lágrimas 
(anteriormente). Por outro lado, A CÓRNEA É O TECIDO 
MAIS DENSAMENTE INERVADO DO CORPO HUMANO. 
A PÁLPEBRA INFERIOR tangencia a PORÇÃO INFERIOR DA 
CÓRNEA e a PÁLPEBRA SUPERIOR cobre em média 2mm da 
CÓRNEA SUPERIOR. 
ANATOMIA DA CÓRNEA 
Diâmetro vertical de 11,5 mm e horizontal de 12 mm. 
Espessura central média de 540 µ, sendo mais espessa em 
direção à periferia. 
ATENÇÃO! A espessura corneana central é variável entre os 
indivíduos e principal fator determinante da pressão 
intraocular (PIO). 
 
ESTRUTURA 
Composta por CINCO CAMADAS: 
1) EPITÉLIO 
− Escamoso, estratificado, não ceratinizado 
− Composto por 5 a 7 camadas: 
o Camada única de células colunares 
basais ligadas por hemidesmossomos 
a uma membrana basal subjacente 
o Dois ou três estratos de células aladas 
o Duas camadas de células escamosas 
de superfície 
ATENÇÃO! A área da superfície das células mais externas é 
aumentada por micropregas e microvilosidades que 
facilitam a ligação entre o filme lacrimal e a mucina. Após um 
tempo de vida de alguns dias, as células superficiais 
descamam para o filme lacrimal. As células-tronco 
corneanas estão localizadas no limbo corneoescleral, 
possivelmente nas paliçadas de Vogt. Sua deficiência pode 
resultar em defeitos epiteliais crônicos e “conjuntivalização” 
(instabilidade epitelial, vascularização e aparecimento de 
células caliciformes). Acredita-se que elas sejam essenciais 
para a manutenção de uma barreira fisiológica, prevenindo 
o crescimento do tecido conjuntivo sobre a córnea (p. ex., 
pterígio). Essa deficiência pode ser tratada por auto ou 
alotransplante de células-tronco. 
2) CAMADA DE BOWMAN 
− Camada superficial ACELULAR 
− Formada por FIBRAS DE COLÁGENO 
3) ESTROMA → CAMADA MAIS ESPESSA → 
Corresponde a 90% da espessura da córnea 
− Disposto em CAMADAS DE FIBRILAS DE 
COLÁGENO separadas por uma substância à 
base de proteoglicanos e fibroblastos 
modificados intercalados (ceratócitos) 
A ORGANIZAÇÃO DAS FIBRILAS DE COLÁGENO DO 
ESTROMA SÃO ESSENCIAIS PARA A NITIDEZ ÓPTICA. O 
estroma CICATRIZA após lesões, mas NÃO TEM POTENCIAL 
DE REGENERAÇÃO. Então, lesões do estroma levam à 
redução da nitidez visual. 
4) MEMBRANA DE DESCEMET 
− Fina retícula de fibrilas de colágeno diferentes 
do colágeno do estroma 
− TEM POTENCIAL DE REGENERAÇÃO – Lesões 
na membrana de Descemet são reversíveis. 
5) ENDOTÉLIO 
− Camada única de células poligonais 
− Responsável por manter TURGÊNCIA 
CORNEANA ao longo da vida – bombeia o 
excesso de fluido para fora do estroma → 
Manutenção da homeostase das camadas e 
espessura + transparência da córnea 
− NÃO TEM POTENCIAL DE REGENERAÇÃO – 
sofremos perda de 0,6% das células do 
endotélio corneano por ano e as células 
 
 
2 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
vizinhas aumentam para preencher o espaço 
deixado por essa perda. 
ATENÇÃO! A densidade celular em adultos jovens é cerca de 
3.000 células/mm2. Por causa da INCAPACIDADE DE 
REGENERAÇÃO e PERDA CELULAR AO LONGO DOS ANOS, 
há redução da densidade celular e, quando a densidade 
chega a cerca de 500 células/mm2, desenvolve-se EDEMA DE 
CÓRNEA e COMPROMETIMENTO DA TRANSPARÊNCIA 
CORNEANA, com REDUÇÃO DA NITIDEZ VISUAL. 
Foi recentemente proposta a existência de uma sexta 
camada corneana entre o estroma e a membrana de 
Descemet, embora alguns especialistas acreditem que esta 
seja uma continuação do estroma posterior, previamente 
descrito. 
 
ATENÇÃO! COÇAR OS OLHOS leva à PERDA DE CÉLULAS 
ENDOTELIAIS. 
INERVAÇÃO 
TECIDO MAIS DENSAMENTE INERVADO DO CORPO 
HUMANO 
 Inervação SENSORIAL pelo PRIMEIRO RAMO DO 
TRIGÊMEO (V PAR CRANIANO) → V1 = NERVO 
OFTÁLMICO 
 Contém PLEXO NERVOSO SUBEPITELIAL E 
ESTROMAL 
AVALIAÇÃO DA CÓRNEA 
MICROSCOPIA ESPECULAR 
 Estuda as camadas da córnea com grande 
ampliação da imagem (cerca de 100x mais do que a 
biomicroscopia de lâmpada de fenda) 
 Usada principalmente para AVALIAÇÃO DO 
ENDOTÉLIO CORNEANO: tamanho, forma, 
densidade e distribuição celular 
 Inclui a contagem de células da córnea → 
DENSIDADE CORNEANA 
CÉLULA ENDOTELIAL SAUDÁVEL: formato hexagonal regular, 
densidade média do adulto jovem média de 3.000 
células/mm2. 
 
 
MICROGRAFIA ESPECULAR. (A) Endotélio corneano normal; 
(B) Córnea guttata com acentuada perda do mosaico 
endotelial. 
SINAIS CLÍNICOS DE DOENÇAS DA CÓRNEA 
Os sinais clínicos devem ser ilustrados nos prontuários com 
cores rotuladas. 
 
Exemplo de documentação de lesões corneanas 
 OPACIDADES → Cicatrizes e degenerações em 
PRETO 
 EDEMA 
− Epitelial → Círculos finos azuis 
− Estroma → Sombreado azul 
− Membrana de Descemet → Linhas azuis 
onduladas 
 HIPÓPIO → Em AMARELO 
 
 
3 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
*Hipópio é a presença de pus na câmara anterior do 
olho, formando um nível horizontal por efeito da 
gravidade 
 VASOS SANGUÍNEOS → Em VERMELHO 
− Vasos superficiais → Linhas onduladas que 
começam fora do limbo 
− Vasos profundos → Linhas retas que começam 
no limbo 
 LESÕES PIGMENTADAS → Em MARROM (assim 
como as linhas de ferro e fusos de Krukenberg) 
LESÕES SUPERFICIAIS 
EROSÕES EPITELIAIS PONTUAIS / PONTEADAS (EEP): defeitos 
epiteliais mínimos que CORAM COM FLUORESCEÍNA E 
ROSA BENGALA. Habitualmente sinais precoces de 
comprometimento epitelial. 
 
Podem estar presentes em: 
→ BLEFARITE 
→ LAGOFTALMO 
→ OLHO SECO 
→ CONJUNTIVITE VERNAL 
 
(A) Erosões epiteliais ponteadas, coradas com fluoresceína 
no olho seco; (B) visualização em grande ampliação de 
erosões epiteliais ponteadas; (C) ceratite epitelial 
ponteada; (D) filamentos corados com rosa bengala; 
 
 
(E) perda de brilho no edema corneano leve; (F) edema 
corneano com bolhas; (G) vascularização superficial; (H) 
pannus. 
 
(1) Olho corado com fluoresceína – erosão epitelial 
pontuada; os pontinhos esverdeados mostram os 
locais de morte celular. Mostra uma CERATITE – 
provavelmente o paciente dorme com os olhos 
abertos; (2) Olho corado com fluoresceína também 
evidenciando vários locais de sofrimento; (3) Olho 
corado com rosa bengala – Lesão típica de herpes; 
(4) Lesão arboriforme, lembra fungo. Perigosa e de 
difícil tratamento. 
ATENÇÃO! A LOCALIZAÇÃO DAS LESÕES PODE SUGERIR A 
ETIOLOGIA: 
→ Superior → doença vernal, conjuntivite por 
Chlamydia, ceratoconjuntivite límbica superior, 
síndrome da pálpebra frouxa e ceratoconjuntivite 
induzida mecanicamente. 
→ Interpalpebral → olho seco (também pode ser 
inferior), sensibilidade corneana reduzida e 
ceratopatia por raios ultravioletas. 
→ Inferior → blefarite crônica, lagoftalmo, toxicidade 
de colírio, autoinduzida, cílios aberrantes e 
entrópio. 
→ Difusa → alguns casos de conjuntivite viral e 
bacteriana e toxicidade de colírio. 
→ Central → uso prolongado de lentes de contato. 
CERATITE EPITELIAL PONTUADA / PONTEADA (CEP): células 
edemaciadas de aspecto GRANULAR, OPALESCENTES, 
INCHADAS, com infiltrações intraepiteliais focais. VISÍVEIS 
SEM CORANTE. 
 
 
4 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
Podem estar presentes em: 
→ INFECÇÃO POR ADENOVÍRUS 
→ HIPERSENSIBILIDADE ESTAFILOCÓCICA 
EDEMA EPITELIAL: perda do BRILHO DA CÓRNEA, COM OU 
SEM BOLHAS. É sinal de DESCOMPENSAÇÃO ENDOTELIAL 
OU AUMENTO INTENSO E AGUDO DA PIO. 
 
Córnea leucoma → Opacidade esbranquiçada 
NEOVASCULARIZAÇÃO SUPERFICIAL: formação de neovasos 
que causam a perda da transparência da estrutura.Pode ser causado por: 
→ IRRITAÇÃO CRÔNICA 
→ HIPÓXIA 
→ USO DE LENTE DE CONTATO 
 
Córnea com neovasos → Precisa fazer TRANSPLANTE DE 
CÓRNEA 
ATENÇÃO! DOS ÓRGÃOS TRANSPLANTADOS, A CÓRNEA É 
O QUE TEM MENOR TAXA DE REJEIÇÃO PORQUE É UMA 
ESTRUTURA AVASCULAR. 
ATENÇÃO! “Pannus” é a neovascularização superficial 
acompanhada de alteração degenerativa subendotelial. 
LESÕES PROFUNDAS 
INFILTRADOS: áreas focais de inflamação composta pelo 
acúmulo de leucócitos e restos celulares. são OPACIDADES 
AMARELAS OU ACINZENTADAS, GRANULARES, localizadas 
inicialmente no ESTROMA ANTERIOR e usualmente 
associadas à HIPEREMIA LÍMBICA OU CONJUNTIVAL. 
Mnemônico “DESAL”: Dor, defeitos Epiteliais, Secreção, 
reação da câmara Anterior, Localização 
 
O infiltrado pode ser SUPURATIVO OU ESTÉRIL, a depender 
da etiologia. 
 CERATITE SUPURATIVA → Causada por infecção 
ativa de vírus, bactérias, fungos ou protozoários 
 CERATITE ESTÉRIL → Causada por uma resposta 
imune de hipersensibilidade a antígeno, como na 
ceratite marginal com uso de lentes de contato 
 
O TRATAMENTO PRECISA SER PRECOCE porque o agente 
etiológico INFILTROU nas camadas mais profundas. 
ULCERAÇÃO: escavação do tecido, associada a um defeito 
epitelial. Usualmente acompanhado de infiltração e necrose 
celular. 
 
DOBRAS NA DESCEMET: também conhecidas como 
CERATOPATIA ESTRIADA. Podem derivar de EDEMA DA 
CÓRNEA que excedam a capacidade do endotélio manter a 
turgescência normal. 
 
Principais causas: 
→ INFLAMAÇÃO 
→ TRAUMATISMO, incluindo cirurgia 
→ HIPOTONIA OCULAR 
 
 
5 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
Dobras traumáticas na membrana de Descemet 
 
CERATITES 
 
CERATITE é QUALQUER PROBLEMA NA CÓRNEA. 
Pode ser de origem: 
1) BACTERIANA 
2) FÚNGICA 
3) VIRAL 
4) PROTOZOÁRIO 
CERATITE BACTERIANA 
Desenvolvem-se quando há COMPROMETIMENTO DA 
DEFESA OCULAR. São doenças incomuns em olhos normais. 
Entretanto, bactérias como Neisseria gonorrhoeae, 
Neisseria meningitidis, Corynebacterium diphtheriae e 
Haemophilus influenzae podem penetrar o EPITÉLIO 
ÍNTEGRO DA CÓRNEA quando em associação com 
conjuntivite grave. 
Os patógenos mais comuns são: 
 Pseudomonas aeruginosa → Gram negativo; forte 
associação com ceratite relacionadas ao uso de 
lente de contato 
 Staphylococcus aureus → Gram negativo e 
coagulase positiva; ceratite com tendência a 
apresentar infiltrado focal razoavelmente bem 
definido branco ou amarelo 
 Streptococcus pyogenes → Gram positivo 
 Streptococcus pneumoniae → Gram positivo 
ATENÇÃO! PSEUDOMONAS E STREPTOCOCCUS → 
INFECÇÕES MAIS AGRESSIVAS 
FATORES DE RISCO 
 USO DE LENTES DE CONTATO 
− Principalmente uso prolongado – 
comprometimento do epitélio da córnea por 
hipóxia, pequenos traumas (atrito) e aderência 
bacteriana à superfície das lentes 
− Usuários de LENTE GELATINOSA têm MAIOR 
RISCO 
− Pode acontecer mesmo mantendo os cuidados 
de higiene adequado das lentes e com lentes 
descartáveis 
 TRAUMATISMO 
− Lesões diretas, cirurgias refrativas a laser, 
suturas frouxas (tx de córnea) 
 DOENÇAS DA SUPERFÍCIE OCULAR 
− Olho seco (maior atrito da córnea e locais de 
invasão de bactérias), blefarite crônica (comum 
em pacientes com disfunção das glândulas de 
Meibomius – bloqueio e proliferação 
bacteriana), triquíase (cílio cresce em direção à 
córnea) e entrópio (pálpebra se dobra e o cílio 
encosta na córnea), doença ocular alérgica 
grave (principalmente se o paciente coçar os 
olhos – lesão da córnea), ceratite herpética, 
ceratopatia bolhosa 
 IMUNOSSUPRESSÃO LOCAL OU SISTÊMICA 
 DIABETES 
 DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A 
SINAIS E SINTOMAS 
SINTOMAS 
 DOR 
 FOTOFOBIA 
 TURVAÇÃO VISUAL 
 SECREÇÃO MUCOPURULENTA OU PURULENTA 
SINAIS 
Defeito epitelial + infiltrado + injeção circuncorneana → 
Aumento do infiltrado + edema estromal → Infiltração 
grave com hipópio → Perfuração e endoftalmite 
 DEFEITO EPITELIAL com INFILTRADO envolvendo 
uma grande área e INJEÇÃO significativa ao redor 
da córnea 
 
EDEMA DO ESTROMA, DOBRAS NA MEMBRANA DE 
DESCEMET E UVEÍTE ANTERIOR, normalmente com 
HIPÓPIO e SINÉQUIA POSTERIOR na CERATITE MODERADA 
A GRAVE. 
 
 
6 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 
 Podem formar-se precipitados ceráticos tipo 
placas no endotélio contíguo ao estroma afetado. 
 QUEMOSE E INCHAÇO das pálpebras em CERATITE 
MODERADA A GRAVE 
 ULCERAÇÃO GRAVE pode levar à formação de 
DESCEMETOCELE E PERFURAÇÃO, principalmente 
em infecções por Pseudomonas → MAIS 
AGRESSIVAS 
 
 Pode ter desenvolvimento de ESCLERITE, em 
especial com INFECÇÃO PERILÍMBICA GRAVE 
 ENDOFTALMITE é rara na AUSÊNCIA DE 
PERFURAÇÃO 
 Alguns pacientes podem ter REDUÇÃO DA 
SENSIBILIDADE CORNEANA 
A melhora é, usualmente, anunciada por uma redução do 
edema das pálpebras e da quemose, retração do defeito 
epitelial, diminuição da densidade do infiltrado e redução 
nos sinais da câmara anterior. 
A cicatriz subsequente pode ser grave e a vascularização 
reduzida. O paciente tem opacificação da córnea, reduzindo 
a nitidez da visão e, quando associado ao astigmatismo 
irregular (irregularidade da córnea), terá uma limitação 
ainda maior da visão. Alguns pacientes podem precisar de 
ceratoplastia (cicatrização corneana residual densa), 
catarata (opacificação) e lentes de contato rígidas 
(astigmatismo residual pela cicatrização) para reabilitação 
visual. 
SEMPRE MONITORAR A PRESSÃO INTRAOCULAR 
DIAGNÓSTICO 
MICROGRAFIA ESPECULAR + MICROBIOLOGIA 
 MICROBIOLOGIA → Obtenção de amostra, 
coloração Gram, cultura, análise da sensibilidade 
TRATAMENTO 
Internação hospitalar para pacientes que provavelmente 
não cumprirão o tratamento ou são incapazes de auto 
administrá-lo e doenças agressivas (principalmente se 
envolvimento de apenas um olho). 
 ANTIBIOTICOTERAPIA TÓPICA DE AMPLO 
ESPECTRO EMPÍRICA → Antes de obter o resultado 
da cultura 
− TERAPIA DUPLA = AMINOGLICOSÍDEO + 
CEFALOSPORINA 
OU 
− MONOTERAPIA = CIPROFLOXACINA 0,3% OU 
OFLOXACINA 0,3% 
− Início de 1/1 HORA por 24-48 HORAS, depois 
de 2/2 HORAS POR 48 HORAS e por 6/6 HORAS 
por 1 SEMANA ou TOTAL CICATRIZAÇÃO DO 
EPITÉLIO 
Se após 48 horas o paciente não apresentar melhora, trocar 
esquema de acordo com a análise de sensibilidade. 
ATENÇÃO! MONOTERAPIA TÓPICA tem mais vantagens em 
relação à terapia dupla por menor toxicidade da superfície e 
melhor adesão ao tratamento. 
CERATITES FÚNGICAS 
A maior parte dos casos são insidiosos. Entretanto, algumas 
ceratites fúngicas podem desencadear uma resposta 
inflamatória grave – com perfuração corneana comum – e 
grande déficit visual. 
Causada principalmente por: 
 FILAMENTARES → Aspergillus spp, Fusarium solani 
– MAIS AGRESSIVOS 
 LEVEDURAS → Candida spp. 
Podem causar NECROSE e MELTING ESTROMAL. 
FUNGOS FILAMENTOSOS PODEM ULTRAPASSAR A 
CAMADA DE DESCEMET INTACTA 
FATORES DE RISCO 
 TRAUMA COM MATERIAL VEGETAL – 65% dos 
casos (acidente com ferramentas de 
jardinagem/agricultura, plantas) 
 DOENÇA CRÔNICA DA SUPERFÍCIE OCULAR (olho 
seco, blefarite crônica, triquíase e entrópio) 
 DIABETES 
 IMUNOSSUPRESSÃO 
 USO DE LENTES DE CONTATO HIDROFÍLICAS 
 
 
7 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
SINAIS E SINTOMAS 
Na maior parte dos casos o diagnóstico é mais demorado – 
pacientes que tinham suspeita de ceratite bacteriana, mas 
com cultura negativa. 
Sinais clínicos NÃO SÃO DEFINITIVOS para diferenciar 
ceratites bacterianas e fúngicas. 
SINTOMAS 
 DOR de início gradual 
 SENSAÇÃO DE AREIA NOS OLHOS 
 FOTOFOBIA 
 VISÃO TURVA 
 SECREÇÃO AQUOSA OU MUCOPURULENTA 
SINAIS 
 
CERATITE FILAMENTOSA: 
→ INFILTRADO CINZENTO OU BRANCO-AMARELADO 
com MARGENS SUAVES INDISTINTAS 
→ INFILTRAÇÃO PROGRESSIVA, frequentemente com 
LESÕES SATÉLITES 
→ Podem desenvolver-se EXTENSÕES EMPLUMADAS 
TIPO RAMIFICAÇÕES ou um INFILTRADO EM 
FORMA DE ANEL→ Pode ocorrer PROGRESSÃO RÁPIDA COM NECROSE 
E AFINAMENTO DA CÓRNEA 
→ Pode ter PENETRAÇÃO DA MEMBRANA DE 
DESCEMET INTACTA e consequente 
ENDOFTALMITE SEM PERFURAÇÃO EVIDENTE 
CERATITE POR CÂNDIDA (LEVEDURA): 
→ INFILTRADO BRANCO-AMARELADO, DENSO E 
SUPURATIVO 
 
DIAGNÓSTICO 
MICROGRAFIA ESPECULAR + COLORAÇÃO 
 EXAMES LABORATORIAIS antes de iniciar a terapia 
→ A progressão é lenta, então pode esperar a 
identificação do agente etiológico para iniciar a 
terapia 
 COLORAÇÃO GRAM E GIEMSA, CULTURA EM ÁGAR 
SABOURAUD + HISTOLOGIA 
TRATAMENTO 
REMOÇÃO DO EPITÉLIO SOBRE A LESÃO + ANTIFÚNGICO 
TÓPICO + ANTIBIÓTICO TÓPICO 
 REMOÇÃO DO EPITÉLIO SOBRE A LESÃO → 
Melhora penetração do antifúngico 
 ANTIFÚNGICO TÓPICO de 1/1 HORA por 48 HORAS 
e reduzindo de acordo com evolução 
− FILAMENTAR → ECONAZOL 1%, NATAMICINA 
5%, ANFOTERICINA B 0,15% OU MICONAZOL 
1% 
− LEVEDURA → ECONAZOL 1%, NATAMICINA 
5%, ANFOTERICINA B 0,15% OU FLUCONAZOL 
2% 
 SEMPRE ASSOCIAR ANTIBIÓTICO TÓPICO DE 
AMPLO ESPECTRO → Infecção bacteriana 
secundária é comum 
 Associar ANTIMICÓTICO SISTÊMICO → Se 
CERATITE GRAVE OU ENDOFTALMITE 
SEMPRE MONITORAR A PIO 
CERATITES VIRAIS 
CERATITE POR HERPES SIMPLES 
A doença herpética do olho é a CAUSA INFECCIOSA MAIS 
COMUM de CEGUEIRA CORNEANA nos PAÍSES 
DESENVOLVIDOS. 
 Infecção pelo HSV-1 
 Infecção primária, infecção latente e reativação 
Infecção primária ⇢ Resolução ⇢ Vírus transportado para o 
gânglio sensitivo ⇢ Infecção latente ⇢ Vírus latente é 
incorporado ao DNA do hospedeiro e não pode ser 
erradicado com os tratamentos disponíveis atualmente 
 Principais locais de infecção latente para reativação 
nos olhos = Trigêmeo e oftálmico 
 Reativação subclínica → Paciente sem sintomas, 
mas contagiosos 
 Reativação clínica → Desencadeada por fatores de 
estresse como febre, alterações hormonais, 
radiação UV, trauma ou lesão do trigêmeo 
(replicação viral e transportado pelos axônios 
sensitivos para a periferia) 
 
 
8 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
O PADRÃO DA DOENÇA DEPENDE DO LOCAL DE 
REATIVAÇÃO 
 RECORRÊNCIA OCULAR → Após um episódio de 
recorrência da doença, a chance é de 10% em 1 ano 
e 50% em 10 anos. Quanto maior o número de 
surtos prévios, maior é o risco de recorrência. 
A CERATITE POR HERPES SIMPLES pode causar: 
1) CERATITE EPITELIAL 
2) CERATITE DISCIFORME 
3) CERATITE ESTROMAL NECROTIZANTE 
 
CERATITE EPITELIAL / DENDRÍTICA / GEOGRÁFICA 
MAIS COMUM. É consequência da REPLICAÇÃO VIRAL. 
Pode der DENDRÍTICA ou GEOGRÁFICA de acordo com o 
formato da lesão: 
 
SINAIS E SINTOMAS 
Associada à REPLICAÇÃO VIRAL ATIVA. 
SINTOMAS 
 DESCONFORTO leve a moderado 
 VERMELHIDÃO 
 FOTOFOBIA 
 LACRIMEJAMENTO 
 TURVAÇÃO VISUAL 
SINAIS 
Células epiteliais opacas edemaciadas, dispostas em um 
padrão grosseiro ponteado ou estrelado → A descamação 
central resulta em úlcera de ramificações lineares 
(dendrítica), com mais frequência localizada centralmente; 
as ramificações da úlcera têm, caracteristicamente, botões 
terminais, e seu leito cora com fluoresceína → As células 
cheias de vírus, na margem da úlcera, coram com rosa 
bengala, e isso pode ajudar a fazer a distinção entre 
diagnósticos alternativos, particularmente em uma abrasão 
corneana recorrente. 
 OPACIFICAÇÃO E COALESCÊNCIA DAS CÉLULAS 
EPITELIAIS 
 ÚLCERA COM PADRÃO DENDRÍTICO (mais central) 
com BULBOS TERMINAIS CARACTERÍSTICOS 
 CORA COM FLUORESCEÍNA 
 REDUÇÃO DA SENSIBILIDADE COREANA 
SEMPRE ACOMPANHAR A PIO 
 
 
ATENÇÃO! AS ÚLCERAS CORAM COM FLUORESCEÍNA E AS 
CÉLULAS CHEIAS DE VÍRUS EM REPLICAÇÃO (na periferia 
das úlceras) CORAM COM ROSA BENGALA 
A seguir à cicatrização, podem persistir erosões epiteliais 
ponteadas e epitélio irregular, que se resolvem de modo 
espontâneo e não devem ser confundidos com infecção ativa 
persistente. Uma aparência epitelial em espiral resulta, 
geralmente, da instilação assídua de antivirais tópicos, em 
especial prolongada. Pode persistir uma opacidade ligeira 
durante semanas, após a cicatrização epitelial; em alguns 
casos, podem desenvolver-se cicatrizes ligeiras, com 
tendência a se tornar mais evidentes após cada recorrência, 
podendo, possivelmente, ameaçar a visão, de modo 
substancial. 
TRATAMENTO 
 Com ANÁLOGOS DE PURINA E PIRIMIDINA 
 ACICLOVIR POMADA 3% 5x/dia por 14 dias 
 Se paciente imunocomprometido, crianças ou 
doença ocular de superfície acentuada, associa com 
aciclovir 200 a 400 mg, VO, 5x/dia, durante 5 a 10 
dias 
 
ATENÇÃO! NÃO PODE USAR CORTICOIDE – CORTICOIDE 
CAUSA AUMENTO PROGRESSIVO DA ÚLCERA 
 
 
9 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
CERATITE DISCIFORME / ENDOTELITE 
Etiopatogenia controversa. Pode ser resultado de infecção 
por HSV ativa dos ceratócitos ou endotélio, ou reação de 
hipersensibilidade ao antígeno viral na córnea. 
SINAIS E SINTOMAS 
SINTOMAS 
 TURVAÇÃO VISUAL de aparecimento gradual que 
pode estar associada a halos em redor das luzes. 
 DESCONFORTO, VERMELHIDÃO, mas mais 
passageiros do que na doença puramente epitelial 
 INDOLOR 
SINAIS 
 ZONA CENTRAL DE EDEMA ESTROMAL E EPITELIAL, 
frequentemente com edema epitelial sobreposto 
 
 GRANDES PRECIPITADOS CERÁTICOS / 
GRANULOMATOSOS subjacentes ao edema 
 
 DOBRAS NA CAMADA DE DESCEMET em CASOS 
GRAVES 
 ANEL DE WESSLEY → Deposição de antígenos virais 
com complexos de anticorpo-hospedeiro 
 
 PODE HAVER AUMENTO DA PIO mesmo com 
UVEÍTE ANTERIOR DISCRETA → SEMPRE 
ACOMPANHAR PIO 
 REDUÇÃO DA SENSIBILIDADE CORNEANA 
Episódios consecutivos podem ser associados ao 
agravamento subepitelial gradual e/ou às cicatrizes do 
estroma e vascularização superficial ou profunda. 
 
Cicatrização da doença recorrente 
TRATAMENTO 
CORTICOIDE TÓPICO + ANTIVIRAL 
 Na prática – Mais individualizados com 
monitorização cuidadosa e tratamento adequado 
para minimizar a progressão de cicatrizes a 
depender da gravidade da inflamação 
SEMPRE ORIENTAR O PACIENTE QUE ELE PODE TER NOVAS 
RECORRÊNCIAS E A PROCURAR O SERVIÇO DE SAÚDE O 
MAIS RÁPIDO POSSÍVEL 
 Tratamento inicial → ESTEROIDES TÓPICOS 
(PREDNISOLONA 1% OU DEXAMETASONA 0,1%) + 
ANTIVIRAL (ACICLOVIR POMADA 3%, 4x/dia) 
 À medida que o paciente melhora, faz-se a redução 
da frequência de administração dos 
medicamentos com EM ATÉ 4 SEMANAS 
 
CERATITE ESTROMAL NECROSANTE 
Condição rara. 
SINAIS 
 NECROSE ESTROMAL com aspecto AMOLECIDO e 
OPACIFICAÇÃO PROFUNDA 
 
 Associada a UVEÍTE ANTERIOR e PRECIPITADOS 
CERÁTICOS subjacentes à área de infiltração ativa 
do estroma 
 
 
10 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 DETERIORAÇÃO AGUDA e MELTING pode indicar 
INFECÇÃO MICROBIANA SECUNDÁRIA 
TRATAMENTO 
Similar ao da CERATITE DISCIFORME AGRESSIVA, mas, é mais 
comum utilizar associação de antiviral ORAL inicialmente e 
com dose limite mais alta. 
LUBRIFICANTES SEM CONSERVANTES + CORTICOIDE 
TÓPICO + ANTIVIRAL 
 
HERPES ZOSTER OFTÁLMICO 
HVZ → Infecção latente nos gânglios sensoriais das raízes 
dorsais e nervos cranianos → Reativação = HERPES ZOSTER 
MECANISMO DA LESÃO OCULAR: INVASÃO VIRAL DIRETA 
(ceratite ou conjuntivite), INFLAMAÇÃO SECUNDÁRIA 
(ceratite, uveíte, episclerite) OU REATIVAÇÃO (necrose, 
inflamação dos gânglios) causando CERATITE 
NEUROTRÓFICA. 
 A INVASÃO VIRAL DIRETA pode levar a um quadro 
de conjuntivite e/ou ceratite epitelial 
 A INFLAMAÇÃO SECUNDÁRIA E VASCULITE 
OCLUSIVA podem causar episclerite, esclerite, 
ceratite, uveíte (incluindo infarto segmentar da 
íris), neurite óptica e paralisias de nervos cranianos. 
Podem surgir complicações cicatriciais após 
envolvimento grave das pálpebras, pele periocular 
e conjuntiva. 
 A REATIVAÇÃO causa necrose e inflamação do 
gânglio sensitivo envolvido, provocando ANESTESIA 
DA CÓRNEA, que pode resultar em CERATOPATIA 
NEUROTRÓFICA 
A inflamação e destruição dos nervos periféricos ou dosgânglios centrais, ou o processamento alterado de sinais no 
sistema nervoso central (SNC) podem ser responsáveis pela 
neuralgia pós-herpética. 
 
RISCO DE ENVOLVIMENTO OCULAR: SINAL DE HUTCHINSON – 
evidencia envolvimento do NERVO NASOCILIAR e grande 
correlação com COMPLICAÇÕES OCULARES. 
→ NERVO NASOCILIAR → Inerva a PONTA, LADO e 
RAIZ NASAL 
 
FATORES DE RISCO 
 IDOSOS → A herpes zoster é mais comum entre 60 
e 70 anos. Apresentam sinais e sintomas mais 
graves e de maior duração. 
 Imunossuprimidos 
 HIV → Tendência maior a quadros mais graves. 
ATENÇÃO! HZO PODE SER INDICADOR PRECOCE DO HIV. 
Sempre devemos pesquisar HIV em pacientes que têm HZO. 
ASPECTOS CLÍNICOS 
Os pacientes apresentam uma FASE PRODRÔMICA ANTES 
do surgimento dos EXANTEMAS. 
 FASE PRODRÔMICA → 3 A 5 DIAS 
− Cansaço, prostração, astenia 
− Febre 
− Mal-estar 
− Cefaleia 
 SINTOMAS ENVOLVENDO O NERVO OFTÁLMICO E 
DERMÁTOMO 
− Prurido 
− Queimação 
− Parestesia 
− Dor profunda, lancinante, constante ou 
intermitente 
 LESÕES CUTÂNEAS 
− Eritema doloroso com rash maculopapular 
− Em 24 horas aparecem grupos de vesículas 
que, após 2 a 4 dias, tornam-se 
confluentes e se transformam em pústulas 
− Após 2 a 3 semanas, as pústulas secam e 
transformam-se em crostas 
− Destruição da pele residual 
− Cicatrizes despigmentadas 
 
 
11 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
− Pacientes imunossuprimidos podem ter 
grandes e profundas lesões hemorrágicas, 
assim como acometimento de múltiplos 
dermátomos 
 
ATENÇÃO! Pacientes mais velhos com dor intensa precoce e 
envolvimento de grande têm maior risco de ter neuralgia 
pós-herpética. 
TRATAMENTO 
 DA DOENÇA SISTÊMICA AGUDA 
− ACICLOVIR ORAL 800 mg 5x/dia por 3 a 7 dias 
− COM INÍCIO ATÉ 72 HORAS APÓS 
SURGIMENTO DOS SINTOMAS 
CERATITES POR PROTOZOÁRIOS 
Ceratite por ACANTHAMOEBA SPP. 
Protozoário ubíquo que vive livremente no solo, águas 
frescas ou salobras e trato respiratório superior. 
A forma cística é muito resistente. Em condições ambientais 
propícias, os cistos tornam-se trofozoítos e penetram no 
tecido, destruindo-o. 
Nos países desenvolvidos, tem GRANDE ASSOCIAÇÃO AO 
USO DE LENTES DE CONTATO – principalmente quando o 
paciente usa água da torneira para higienizá-las. 
SINAIS E SINTOMAS 
SINTOMAS 
 VISÃO TURVA 
 DESCONFORTO 
 DOR INTENSA E DESPROPORCIONAL AOS SINAIS 
CLÍNICOS → CARACTERÍSTICO 
SINAIS 
 A SUPERFÍCIE EPITELIAL torna-se IRREGULAR e 
ACINZENTADA precocemente 
 Podem-se formar PSEUDODENDRITOS EPITELIAIS, 
parecendo com lesões herpéticas → Importante dx 
diferencial 
 LIMBITE com INFILTRADOS ESTROMAIS DIFUSOS 
OU FOCAIS ANTERIORES 
 Presença de INFILTRADOS PERINEURAIS 
(CERATONEURITE RADIAL) durante as PRIMEIRAS 
SEMANAS → PATOGNOMÔNICOS 
 Aumento e coalescência graduais dos infiltrados 
para formar ABSCESSOS EM ANEL 
 Pode ter desenvolvimento de ESCLERITE 
 OPACIFICAÇÃO E VASCULARIZAÇÃO lentamente 
progressiva do ESTROMA 
 Pode ocorrer MELTING da córnea em qualquer 
estágio quando há doença do estroma 
 
 
DIAGNÓSTICO 
É relativamente comum o falso diagnóstico inicial de 
CERATITE POR HERPES SIMPLES em pacientes com CERATITE 
POR ACANTHAMOEBA SPP. Com sinais mais avançados, 
também pode ser confundido com CERATITE FÚNGICA. 
 COLORAÇÃO de raspados da córnea com ÁCIDO 
PERIÓDICO DE SCHIFF OU BRANCO DE 
CALCOFLÚOR, GRAM OU GIEMSA → Busca de 
CISTOS 
 CULTURA com ágar não nutriente semeado com 
E.coli (são consumidas pelos trofozoítos) → Busca 
de TROFOZOÍTOS 
 
 
12 Camila Carneiro Leão Cavalcanti 2022.1 
 Também pode utilizar imuno-histoquímica 
TRATAMENTO 
DESBRIDAMENTO DO EPITÉLIO + AMEBICIDAS TÓPICOS 
 DESBRIDAMENTO → Melhora penetração do 
amebicida 
 AMEBICIDA TÓPICO → PROPAMIDINA E 
BIGUANIDA 
 NÃO PODE USAR CORTICOIDE → 
ATENÇÃO! É MUITO IMPORTANTE suspeitar de CERATITE 
POR ACANTHAMOEBA em PACIENTE COM RESPOSTA 
LIMITADA A TRATAMENTO ANTIBACTERIANO. 
TRATAMENTO DAS CERATITES 
OBJETIVO DO TRATAMENTO: 
→ Controle de infecção e inflamação 
→ Cura epitelial → A REEPITELIZAÇÃO é o fator mais 
importante de qualquer doença da córnea. 
Para isso, deve-se dar o devido tempo para que o tecido se 
reestabeleça. 
MEDIDAS COMPORTAMENTAIS 
 REDUÇÃO DA EXPOSIÇÃO a medicações tóxicas e 
conservantes, sempre que possível ⇢ Lubrificação 
com lágrimas artificiais preferencialmente sem 
conservantes e pomadas + oclusão temporária das 
pálpebras com curativo à noite (fita adesiva, lente 
de contato terapêutica) 
 Considerar POMADA ANTIBIÓTICA PROFILÁTICA 
 LENTES DE CONTATO GELATINOSAS 
TERAPÊUTICAS para prevenção de superinfecções + 
melhora do conforto (dor) e selar pequenas 
perfurações (evita evolução para úlcera de córnea) 
 SEMPRE ORIENTAR CESSAR TABAGISMO – Atrasa a 
epitelização 
OPÇÕES DE TRATAMENTO 
1. FECHAMENTO PALPEBRAL CIRÚRGICO ⇢ Olho 
sem potencial visual e paciente com demência 
grave 
− Tarsorrafia lateral ou cantoplastia média 
temporária ou permanente 
− Tarsorrafia central 
2. INJEÇÃO DE TOXINA BOTULÍNICA no músculo 
elevador das pálpebras para induzir ptose 
temporária (2-3 meses) 
3. RETALHO CONJUNTIVAL (DE GUNDERSEN) ⇢ 
Indicado para doenças crônicas corneanas 
unilaterais de mau prognóstico para restaurar 
visão útil. A membrana mucosa da boca é uma 
alternativa. 
4. REMENDO COM ENXERTO DE MEMBRANA 
AMNIÓTICO ⇢ Para defeitos epiteliais 
persistentes não responsivos 
5. TECIDO ADESIVO (COLA DE CIANOACRILATO) 
⇢ Para vedar pequenas perfurações; coloca 
lente de contato para proteção, conforto e 
manutenção do curativo 
6. TRANSPLANTE DE CÉLULAS-TRONCO DO 
LIMBO ⇢ Se deficiência de células-tronco, 
como em queimaduras químicas e conjuntivite 
cicatrizante. A doação pode ser do outro olho 
do paciente (autoenxerto) ou de doador vivo 
ou cadáver (aloenxerto), quanto ambos os 
olhos afetados.

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