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Córnea 1 Córnea Aparelho de visão Bulbo/globo ocular ou olho (23-24mm) Anexos do globo ocular → órbitas, mm. extrínsecos, supercílios, pálpebras, conjuntivas e aparelhos lacrimais Parede do bulbo ocular 3 TÚNICAS: Externa/fibrosa → córnea e esclera Média/vascular/úvea → coroide + corpo ciliar + íris Interna → retina Córnea Anatomia Corresponde ao 6° anterior do olho. É a extensão transparente da esclera e que é capaz de se moldar (superfície elástica). Se encaixa na esclera como um vidro de relógio. Forma, de frente, um menisco elíptico 11 H x 12.5 V mm. A transição entre a córnea e a esclera é chamada de limbo. A espessura aumenta do dentro para a periferia. Zona óptica é esférica (mais fina) - esclera é mais frossa (colágeno tipo 1). 1° elemento refrativo do sistema visual. Responsável por 2/3 do poder dióptrico do olho ~42D. Transparente, avascular, resistente a traumas e com alta capacidade de reparação (quando atinge epitélio), sem regeneração (se atingir membrana de Bowman para baixo, pode formar cicatriz fibrosa = leucoma = opacidade branca da córnea, secundária a uma lesão ulcerática e/ou traumática, que interfere na refração da luz). A córnea ja está praticamente completa ao nascimento, com tamanho definitivo aos 3 anos (esclera continua se desenvolvendo por 10-12 anos - pode ser afetada por luz de telas). As radiações UV são fortemente absorvidas pela córnea. Olho pequeno → hipermetropia da infância que se reduzirá à medida em que o crescimento axial se processe, atingindo a emetropia aos 8 anos de idade. Miopia (”olho grande”) → crescimento escleral prolongado Córnea 2 Topografia No limite entre córnea e esclera, está o limbo, que é uma zona de transição nem tão transparente quando a córnea, nem tão opaca quando a esclera. Aos 6m, o diâmetro é praticamente o definitivo e não se altera após o 6° ano de vida. A córnea humana não possui um formato único e estável, mudando inclusive de um dia para o outro. Histologia 5 CAMADAS: 1. Epitélio com sua membrana basal - epitélio corneano 10% de espessura da córnea. Epitélio estratificado pavimentoso com 50u de espessura e 6-8 camadas celulares que se renova a cada 10 dias, graças a um ciclo biológico de morte celular programado chamado de apoptose. Capaz de reparação. A superfície do epitélio corneano é recoberta por microvilosidades (digitações do citoplasma em sentido vertical). Membrana basal → fina camada logo abaixo das células basais do epitélio que se continua com a membrana basal do epitélio conjuntival; espessura 80A; rica em mucopolissadarideos, PAS+; indissociável do epitélio do qual ela é totalmente dependente. 2. Membrana/camada de Bowman Constituição → fibrilas de colágeno tipos I e VII extremamente numerosas, orientadas, entrecruzadas. Parte posterior → limites muito imprecisos, confunde-se com as lamelas do estroma. 3. Estroma Corresponde a 9/10 de espessura corneana. Formado por tecido conjuntivo bem especializado (fibras colágenas + SFA + queratócitos). A maior parte do colágeno da córnea e esclera é do tipo 1, que está presente em 90% do colágeno corporal total e contém 2 tipos de alfa-hélices. As fibrilas de colágeno variam em diâmetro e comprimento de acordo com o tecido e local onde se encontram, podendo atingir vários centímetros. 4. Membrana de Descemet É o limite posterior do estroma e destaca-se facilmente do mesmo. É considerada a membrana basal do endotélio. Interrompe-se no limbo. É altamente elástica, tendo 5 tipos de colágeno em sua estrutura, sendo o mais abundante o colágeno tipo VII. Contém fibronectina que promove sua aderência ao estroma e endotélio. PAS+. Perifericamente, apresenta nodulações, corpúsculos de Hassal-Henle. Função → estrutural, proteção à perfuração da córnea, proteção contra entrada de água no estroma vinda do humor aquoso. 5. Endotélio É de função vital, pois separa 2 meios essencialmente diferentes: um meio aquoso de outro sub-hidratado. Córnea 3 Transportam água para o interior do estroma e para o humor aquoso de forma que mantém a hidratação e transparência da córnea. Camada unicelular de células achatadas e hexagonais com 5u de espessura e 20u de largura. Considera-se 3000 células/mm² no centro da córnea e 1500 células/mm² na periferia como normal. Não apresenta regeneração, diminui o número com a idade. A vitalidade celular varia com a idade, sendo após 65 anos, grande número de células endoteliais estão alteradas. obs.: se lesão/traumas → como não tem regeneração, há mudança de morfologia = polimegatismo e pleomorfismo (vistas na microscopia especular) Bomba endotelial A água que penetra no estroma é aspirada por mecanismo ativo até o humor aquoso, através do bombeamento metabólico situado ao longo das faces laterais da célula endotelial (camada endotelial retira água do estroma). Existe um equilíbrio permanente entre a função da bomba e a de barreia → controlando assim o grau de hidratação da córnea. Quando existe rarefação ou falha das células endoteliais, há perda de função de barreira e a insuficiência no bombeamento metabólico = insuficiência corneana (edema = córnea azulada). Há regulação da hidratação e, com ela, da transparência da córnea através do bombeamento ativo de íons, que retira água do estroma para o aquoso. Como as células não são repostas, as áreas desnudas são cobertas por deslizamento de células vizinhas e as consequências são variações em número de lados, área e regularidade de forma do manto endotelial. MODIFICAÇÕES HISTOLÓGICAS: Polimegatismo → irregularidade na área das células endoteliais Pleomorfismo → alteração do número de lados das células endoteliais Córnea 4 Vascularização A córnea é avascular - nutrição ocorre a partir do endotélio, da lágrima e da rede capilar límbica. Por conta disso, há diminuição do aporte de O2 durante o sono. Inervação V par craniano → através do ramo oftálmico do trigêmeo Entram no estroma e outros se dirigem às células superficiais do epitélio (camada subepitelial e estroma superficial) - epitélio contém terminações nervosas explicando grande sensibilidade dolorosa. obs.: lesão ocular = exposição do NC V = dor ao piscar Investigação especial da córnea - métodos ópticos de exames Biomicroscopia com lâmpada de fenda Enfocar a posição, o tamanho e a profundidade dos achados. Para isso, existem as seguintes técnicas: Iluminação direta → focal ou difusa; luz e o objeto de observação estão focalizados em um mesmo plano (indireta não estão) Dispersão escleral → reflexo da luz na esclera Retroiluminação → refluxo pela íris, cristalino ou retina para avaliar a córnea Outros CERATOMETRIA → medir a curvatura anterior da córnea com projeção de esferas CERATOSCOPIA/TOPOGRAFIA → analisa a curvatura por projeção de anéis em grande extensão corneana; análise de irregularidades da curvatura = irregularidades da visão MICROSCOPIA ESPECULAR → contagem celular endotelial PAQUIMETRIA → medição da espessura corneana óptica ou ultrassônica obs.: córneas mais finas são piores para procedimentos (pode alterar a curvatura - ceratocone) Sinais de doenças corneanas Distúrbios da córnea incluem → Ceratopatia bolhosa, Sd. de Cogan (reação autoimune direta contra um autoantígeno desconhecido comum na córnea e na orelha interna), Úlcera de córnea, Ceratite por herpes simples, Herpes-zóster oftálmico, Ceratite intersticial, Ceratoconjuntivite seca, Ceratocone, Ceratomalacia, Ceratite ulcerativa periférica, Ceratoconjuntivite flictenular e Ceratite pontilhada superficial Superficiais Erosões epiteliais Ceratites Edema epitelial Filamentos Pannus Profundos Infiltrados Dobras (relacionado ao uso de hipotensores) Vascularizações Rupturas Patologias Ceratites bacterianas, fúngicas, por Acantoameba, virais (herpes simples e zoster) → inflamação corneana Degenerações Sd. da erosão recorrente Córnea 5 Distrofias Ectasias (irregularidade da córnea - relacionada a traumas) Neuroceratopatias Ceratoconjuntivite (lesão corneana+ conjuntivite) Ceratopatias metabólicas Alterações corneanas congênitas Decorrente de lentes de contato Úlcera corneana Ceratoconjuntivite adenoviral A conjuntivite viral é uma infecção da conjuntiva aguda altamente contagiosa geralmente causada por um adenovírus. Alta transmissão - adenovírus (DNA - 49 sorotipos). Os sintomas oculares incluem dor, irritação, fotofobia e secreção aquosa. Associados: Conjuntivite folicular (nódulos linfáticos inflamados com textura na pálpebra) Febre faringoconjuntival (comum em crianças e causa febre, dor de garganta e sinais gripais, além da conjuntivite) Ceratoconjuntivite epidêmica (sintomas exuberantes, como ceratite e conjuntivite) CONDUTAS → medidas de contenção do contágio, higiene, uso de lenços descartáveis e de lágrimas artificiais (corticoide só se não melhorar após 10 dias). obs.: herpes simples ou zoster → padrão de árvore/dendrito na luz de fenda obs.: adenovírus tipos 8, 19 e 37 Ceratite intersticial Infiltração não ulcerativa crônica do estroma, às vezes associada à uveíte. A causa é geralmente infecciosa (sífilis). Córnea 6 SINTOMAS → fotofobia, dor, lacrimejamento e perda visual progressiva (leucoma). Ceratite por exposição Erosão superficial, relacionado a ficar sem piscar. Utilizar pomadas, lágrimas artificiais (s/n blefarorrafia), aciclovir 400 ou 800 mg/5x dia Úlcera corneana Defeito epitelial com inflamação subjacente geralmente devido à invasão por bactérias, fungos, vírus, ou de Acanthamoeba. Pode ser iniciada por trauma mecânico ou deficiências nutricionais, e inflamação não controlada pode provocar necrose da córnea. MAIS FREQUENTES → S. aureus, Pseudomonas, Streptococcus sp Penetram epitélio íntegro → Neisseria gonorrhoeae, Diohteriae, Haemophilus Relacionados à lente de contato → Pseudomonas Pode ser autoimune. Tentar tratar. S/n citopatológico. SINTOMAS → rubor progressivo conjuntival, sensação de corpo estranho, dor, fotofobia e lacrimejamento. DX → exame com a lâmpada de fenda, coloração de fluoresceína e estudos microbianos. TTO → antimicrobianos tópicos e, muitas vezes, gotas cicloplégicas Ectasia corneana PODE SE APRESENTAR: CERATOCONE → pode ocorrer gerança genética ou não; relacionada ao ato de coçar os olhos; início na adolescência; Ceratocone é uma ectasia lentamente progressiva da córnea (decorrente do enfraquecimento de elementos estruturais), geralmente bilateral, que se inicia entre 10 e 25 anos de idade. Sua causa é desconhecida. SINAIS → ectasia (protrusão com adelgaçamento do estroma com fibrose em fases tardias); estrias estromais (voght - finas linhas verticais no Estroma profundo e Membrana de Descemet, onde uma leve pressão digital ocasiona um desaparecimento temporário das mesmas); sinal de Munson; depósito de ferro na base do cone (anel de Fleischer) Pode ocorrer espessamento dos nervos corneanos, bem como finas opacidades estromais ocasionadas por pequenas rupturas da Membrana de Bowman e sua posterior cicatrização Tto inicial consiste na correção óptica com óculos ou lentes de contato rígidas. Entretanto, quando a doença apresenta-se em estágio avançado, inviabiliza-se a correção visual por meio de recursos ópticos cirúrgicos. Córnea 7 DEGENERAÇÃO MARGINAL PELÚCIDA → afilamento estromal progressivo do segmento inferior da córnea; tto igual ceratocone CERATOGLOBO → degeneração rara, bilateral, em que a córnea é difusamente afinada e ectásica, de forma globóide. A córnea é transparente, com diâmetro normal ou pouco aumentado. A pressão ocular é normal. Pode ocorrer hidropsia. Cirurgias Crosslinking → UV + riboflavina (aumentar a ligação entre fibra sde colágeno = evitar avanço do ceratocone); <7 anos Anel intra-estromal → corrigir irregularidade; correção do ceratocone Refrativa → PRK (mais dor; retira epitélio) e LASIK (menor dor; paquimetria >15; rebate 2/3 anterior) Transplante de córnea Córnea 8 LASIK PRK - cirurgião pode reduzir a esfericidade da córnea antes do laser
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