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Patologias do sistema circulatório

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Tópicos especiais em patologia veterinária especial
 Medicina Veterinária – UFRRJ
 
____________________________________________________
DOENÇA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
1. ANOMALIAS CONGÊNITAS: 
· Defeitos morfológicos associados ao desenvolvimento fetal do animal. 
· Os distúrbios congênitos do coração e dos grandes vasos estão entre as anomalias congênitas mais frequentes dos animais domésticos. Como qualquer doença, a gravidade dos sinais clínicos dependerá do grau de lesão, ou seja, as anomalias podem levar ao surgimento rápido de sinais clínicos e à morte do animal por insuficiência cardíaca ou podem possibilitar que o indivíduo chegue até a vida adulta mesmo com deficiências funcionais. 
· As anomalias podem ser: 
a) Falhas no fechamento das comunicações fetais, 
b) Falhas no desenvolvimento valvular 
c) Mau posicionamento de grandes vasos. 
· Agora serão discutidas, em detalhes, as alterações cardiovasculares congênitas que proporcionam a passagem de sangue do lado esquerdo para o direito. São elas: persistência do ducto arterioso, defeito do septo interventricular e defeito do septo atrial.
· PERSISTÊNCIA DO DUCTO ARTERIOSO (fica entre a aorta e a artéria pulmonar): não ocorre formação do ligamento arterioso. Sangue desviado do VE (hipertrofia excêntrica- aumento de volume) para VD (hipertrofia concêntrica- aumento de pressão) o que resulta em hipertensão pulmonar (mais sangue indo para o pulmão).
· DEFEITO NO SEPTO ATRIAL (forame oval): não fechamento do forame oval (comunica os dois átrios), as consequências do defeito do septo atrial irão depender do tamanho do orifício presente. Pequenos defeitos não trazem prejuízos significativos à saúde do animal, porém, defeitos maiores promovem desvio de sangue do átrio esquerdo para o direito, ocasionando hipertrofia excêntrica do ventrículo direito e hipertensão pulmonar, seguida de cianose. 
· DEFEITO NO SEPTO INTERVENTRICULAR comunicação entre as duas cavidades ventriculares, se o defeito for grande pode levar o animal a morte logo após o nascimento ou promover o aparecimento de sinais dias ou meses depois. O que se observa é hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo devida ao aumento do volume sanguíneo que chega dos pulmões e hipertrofia concêntrica do ventrículo direito devida à sobrecarga de pressão. 
Há também outras anomalias como: 
· ESTENOSE DA ARTÉRIA PULMONAR:ocorre um estreitamento do orifício que leva a uma sobrecarga de pressão no ventrículo direito, com hipertrofia concêntrica e ICC direita.
· TETRALOGIA DE FALLOT:É uma anormalidade hereditário em cães e associado a cianose em humanos, onde os bebes que nascem com essa condição são chamados de “bebes azuis”; È caracterizada por 4 situações que acontecem concomitantemente:
1) Dextroposição (deslocamento p/ direita do orifício aórtico) da aorta (poder levar ao desenvolvimento de megaesôfago).
2) Defeito no septo ventricular, 
3) Estenose da artéria pulmonar 
4) Hipertrofia concêntrica do miocárdio do VE. 
2. PATOLOGIAS DO PERICÁRDIO 
a) HIDROPERICÁRDIO : O saco pericárdico apresenta, normalmente, uma pequena quantidade de fluido seroso e claro para lubrificação dos folhetos. Ahidropericárdio é caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido dentro do saco pericárdico e é considerado um transudato, que pode ser de quantidade moderada a acentuada. 
· Caracterização do líquido:O fluido é aquoso, claro, transparente ou ligeiramente amarelado, pobre em proteínas e que não se coagula quando exposto ao ar. 
· Pode ser agudo ou crônico. 
· Causas: lesão vascular (associado a fibrina), septicemia, ICC, hipoproteinemia verminoses, doenças caquetizantes, subnutrição, massas neoplásicas na base do coração. 
· Dependendo da quantidade o animal pode vir a óbito por tamponamento cardíaco. 
b) HEMOPERICÁRDIO :Hemopericárdio é o acúmulo de sangue no saco pericárdico,geralmente acompanhado de coágulos. 
· Causa desconhecida: desconhecida (histórco clínico e epidemiológico não revelam nada), ruptura espontânea da aorta comum em equinos, hemangiossarcoma em cães (neoplasias malignas das células endoteliais, frequentemente encontrada no baço, coração e pele, podendo se romper e levar o animal por tamponamento e ruptura do baço), injeções intra-cardiacas, endocardite ulcerativa (causada pela doença periodontal e DRC) 
· Morte súbita: A consequência é tamponamento cardíaco rápido seguido de morte súbita. Desse modo, a morte decorre do choque cardiogênico associado à insuficiência cardíaca aguda. 
Obs: Não confundir com liquido de congelamento. Animal com alteração pós-morte (embebiçãohemoglobínica) o liquido pode ficar escuro, mas nada que possa confundir com o liquido em vermelho escuro do hemopericárdio, além da presença de coágulo. 
c) PERICARDITE : Pericardite é o processo inflamatório do pericárdio que envolve os folhetos visceral e parietal. O tipo de pericardite é determinado pelo tipo de exsudato presente, classificado como seroso, fibrinoso ou supurado. 
Macroscopicamente, nas lesões recentes, a superfície do pericárdio é recoberta por quantidade variável de material filamentoso friável (fibrina) de coloração amarelo acinzentada, que pode estar misturado com sangue.
	Causas mais comuns de acordo com a espécie:
	Bovinos: Carbúnculo sintomático (infecção por Clostridium chauvoei), hemoglobinúria bacilar, infecções umbilicais do recém-nascido por coliformes, pericardite traumática
	Equinos: infecção por Streptococcus spp
	Ovinos:Pasteurelose e infecção por Streptococcus 
	Suínos: polisserosite (doença de Glasser), pneumonia enzootica, pasteurelose.
	Cão: uremia 
	Gato: raro, ocasionalmente associado a PIF 
BOVINOS:
· CARBÚNCULO SINTOMÁTICO (Clostridium chauvoei): 
Macroscopicamente observa-se miosite necrótica/ necrohemorrágica principalmente dos grandes grupos musculares e inflamação do pericárdio. Além disso é creptante (formação de bolhas de gás).
· PERICARDITE TRAUMÁTICA: a ingestão de objeto perfurante que irá parar no reticulo, perfurando o diafragma e o pericárdio, gerando uma pericardite fibrino supurativa que se caracteriza pela presença de fibrina e PUS.
Macroscopia: o exsudato é fino, amarelo, verde ou cinza, dependendo do agente envolvido, e pode estar misturado com fibrina. 
Sinais clínicos:caquexia, pulso venoso positivo, edema de barbela e peito, jugular ingurgitada e insuficiência cardíaca.
SUÍNOS
· DOENÇA DE GLASSER: também chamada de Polisserositeé causada por Haemophilusparasuis e acomete animais com baixa imunidade. (causa prejuízo econômico) 
Macroscopicamente é um exsudato fibrinoso observado no pericárdio, pleura, peritônio e meninges e liquido sinovial (artrite). 
Prevalência: estressa, infecções concomitantes que abaixam a imunidade (ex. circovírus supino tipo II).
EQUINOS
· ESTREPTOCOCCUS spp: macroscopicamente observa-se vasculite, pulmão firma (pneumonia fibrosa=extravasamento de fibrina nos alvéolos e septos alveolares), hemorragias em diversas serosas, pericardite e peritonite fibrinosa.
CÃO
· UREMIA: é a elevação da taxa de ureia no sangue que ocorre na DRC e apresentam lesões extra-renais nas mucosas do estômago, no pulmão e no pericárdio (pericardite fibrinosa), na intima dos vasos e mandíbula. 
3. PATOLOGIAS DO MIOCÁRDIO
a) DILATAÇÃO CARDÍACA VS HIPERTROFIA DO MIOCÁRDIO: São respostas às lesões com exceção da cardiopatia hipertrófica idiopática
· HIPERTROFIA 
I. Hipertrofia concêntrica: ocorre o aumento da espessura da massa muscular do miocárdio resultante do aumento das células cardíacas, gerando uma diminuição da luz das câmaras ventriculares cardíacas (principalmente do VE) e paredes espessas, é uma alteração secundária a lesões, ou seja, é uma resposta compensatória a uma carga de trabalho excessiva. Mas, também pode ser primária em cães e gatos (cardiopatia hipertrófica idiopática). Sobrecarga de pressão. 
Causas: estenose vascular, hipertensão sistêmica e doença pulmonar obstrutiva crônica.
II. Hipertrofia excêntrica: resulta num coração com as paredes ventriculares aumentadas e a parede levemente espessa.Resultado da sobrecarga de volume.
Causas: insuficiência valvular, defeito no septo, estenose pulmonar congênita, dirofilariose no cão. 
· DILATAÇÃO (cardiomiopatia dilatada): resulta num coração com a luz das câmaras cardíacas aumentadas (dilatadas) e paredes delgadas. É uma das mais importantes causas de insuficiência cardíaca em cães e gatos, sendo caracterizada pela dilatação das quatro câmaras cardíacas (átrios e ventrículos). Nesses casos, há diminuição da capacidade contrátil do miocárdio e aumento do volume diastólico final. 
Macroscopicamente, o coração perde o formato cônico normal e se apresenta globoso, em decorrência da dilatação biventricular. 
b) CAUSAS DE NECROSE NO MIOCÁRDIO:
Macroscopicamente a necrose cardíaca se apresenta como áreas pálidas/esbranquiçadas. (o corte transversal ajuda observar melhor a extensão da lesão).
Causada nas diferentes espécies por diferentes fatores, entre eles: 
Bovinos:
· Plantas tóxicas (Ateleiaglazioviana necrose e lesão no sistema nervoso; Tetrapterysspp intoxicação crônica, observa-se coração hipertrofiado com áreas esbranquiçadas devido a necrose).
· Antibióticos ionóforos: são usados como coccidiostáticos e como aditivo em alimentos para animais, com o propósito de estimular o desenvolvimento e o ganho de peso. As espécies sensiveis como os equinos, búfalos e bovinos (em doses elevadas), promovem lesões degenerativas necróticas no coração e músculo esquelético. 
· Deficiência de vitamina E e selênio. 
Suínos: Intoxicação por gossipol, deficiência de vitmanina E e selênio 
Equinos: antibióticos ionoforos, deficiência de vitamina E e selênio. 
Cães: lesões e traumatismo no SNC e cinomose. 
c) CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA: É caracterizada por hipertrofia acentuada do miocárdio ventricular não decorrente de outras doenças cardíacas e/ou vasculares. 
· É uma alteração frequentemente descrita em gatos machos adultos, persas e ocasionalmente em cães, Dobermans, Cocker spaniel. 
· Macroscopicamente,observas-se hipertrofia simétrica ou assimétrica dos ventrículos O espessamento acentuado do septo interventricular ocasiona redução da câmara ventricular, reduzindo o débito cardíaco. 
· Sinais clínicos: Letargia, dispneia, anorexia, mucosas pálidas, paresia de posteriores, hidrotórax, edema pulmonar, AE aumentado, tromboembolismo (aorta abdominal caudal). 
· Doenças que cursam:hipertireoidimo, hipertensão sistêmica e estenose subaórtica.
· Existe uma bifurcação distal da artéria aorta, que é a porção em que se formam as artérias ilíacas, responsáveis pela irrigação dos membros posteriores, se ocorrer um trombo, normalmente causado nessas condições, nessa bifurcação o sangue não passará dificultando a irrigação de membros posteriores e será observada necrose devido a isquemia e atrofia muscular gerando dificuldade de andar e se posicionar, é muito comum nos GATOS.
d) CARDIOMIOPATIA DILATADA: doença causada por dilatação biventricular e diminuição da contratilidade ventricular. (gatos tem maior predisposição). Causa ICC(direta e esquerda) em cães e gatos, além de edema subcutâneo, hidro peritônio, hidro tórax, e aborto (terço final da gestação).
· Cardiomiopatia dilatada felina tem sido associada à deficiência de taurina e a carnitina também pode está associada. (estudos mostram que a suplementação de taurina pode reverter os sinais clínicos).
· Cardiomiopatia dilatada canina acomete cães jovens a adultos, de raça São Bernardo, Doberman, Dinamarquês, Boxer, causa que tem sido registrada é a administração do antineoplásico doxorrubicina. Esse fármaco é eficiente no tratamento de alguns tipos de neoplasias; no entanto, degeneração miocárdica e fibrose podem ocorrer como manifestação cardiotóxica, podendo resultar em cardiomiopatia dilatada em cães e em animais de experimentação. 
e) MIOCARDITE: é o processo inflamatório do miocárdio e, geralmente, está associada a uma variedade de doenças sistêmicas. Pode ser focal, multifocal ou difusa, e o tipo de inflamação depende do agente infeccioso envolvido. 
· Bovinos: carbúnculo sintomático, febre aftosa, sarcocystis, Cisticercose-lesão focal (Cysticercus bovis) 
· Ovino: Cisticercose-lesão focal (Cysticercus ovis) 
· Suíno: encefalomiocardite, Cisticercose-lesão focal (Cysticercuscellulosae) 
· Cães:parvovirose, toxoplasmose e streptococcus spp. 
Classificação morfológica das miocardites: 
· Miocardite supurativa: exsudato purulento, é causada por bactérias piogênicas, como Trueperella (Arcanobacterium) pyogenes em bovinos e Actinobacillusequuli em equinos, geralmente originada de embolismo de outro local de infecção 
· Miocardite hemorrágica: presença de sangue, é observada em casos de carbúnculo sintomático em bovinos causado pelo Clostridium chauvoei. 
Macroscopicamente, o músculo cardíaco apresenta-se de coloração vermelhoescura ou marromescura e de aspecto poroso, semelhante aos músculos estriados esqueléticos também afetados. 
Carbúnculo sintomático – Clostridium chauvoei
· Miocardite necrosante: pode ser causada por protozoários como Neosporacaninum em cães e Toxoplasma gondii em cães e gatos. Observam-se focos de necrose associados a um infiltrado inflamatório linfohistiocitário e zoítosintralesionais. 
· Miocardite linfocítica: é geralmente causada por vírus, o parvovírus canino tipo 2 em cães, o vírus da febre aftosa em bezerros e o vírus da encefalomiocardite em suínos são considerados causas virais específicas de miocardite. 
Microscopicamente há infiltração de linfócitos no permeio das fibras msuculares do miocárdio.
Febre aftosa
Parvovirose
· Miocardite eosinofílica: causadas por parasitas como o Sarcocystis e neoplasias como o mastocitoma. Microscopicamente observa-se aumento de eosinófilos. 
Sarcocistose
f) NEOPLASIAS: 
I. Hemamgiossarcoma: é a neoplasia maligna de células endoteliais. É a neoplasia primária do coração mais frequente em cães e geralmente localiza-se no aurícula direita. O hemangiossarcoma pode ser também uma neoplasia metastática no coração oriunda do baço ou da pele, outros locais primários.
· Macroscopicamente, observa-se uma massa cística sem limite preciso, vermelha, friável e com coágulos sanguíneos no seu interior. 
· Metástases são frequentes e afetam principalmente os pulmões. Outra consequência é a ruptura da massa neoplásica, causando hemopericárdio e tamponamento cardíaco 
II. Linfoma/ Linfossarcoma: é uma neoplasia maligna de linfócitos com origem em qualquer tecido linfoide. É a principal neoplasia secundária que acomete o coração, sendo frequente em bovinos e cães. 
· Macroscopicamente, observa-se formação de uma ou mais massas nodulares delimitadas ou difusas, de coloração branca amarelada (tonalidade de gordura) e consistência friável, localizadas na parede atrial ou ventricular. 
· A invasão do miocárdio, principalmente do átrio direito, é uma ocorrência frequente, principalmente em bovinos com quadro de leucose (retrovírus).
· Pode afetar abomaso, globo ocular e desenvolver sintomatologia de insuficiência cardíaca.
III. Quimiodectoma: (tumores da base do coração) são neoplasias dos órgãos quimioreceptores(corpos carotídeos ou aórticos )que estão localizados junto à base do coração;
· Função dos quimiorreceptores: detectam alteração de pH, conteúdo de dióxido de carbono e oxigênio e auxiliam na regulação da respiração e circulação. Embora os órgãos quimiorreceptores estejam distribuídos em diversas partes do organismo, as neoplasias nos animais domésticos se originam dos corpos aórticos e carotídeos, sendo as primeiras mais frequentes. 
· O tumor do corpo aórtico é uma neoplasia frequente em cães e incomum em gatos e bovinos: raças caninas braquiocefálicas, como Boxer e Bulldog, têm maior predisposição para o desenvolvimento do tumor, pois acreditase que essas raças, além do fator genético, estão sujeitas a esforço respiratório crônico, devido a anomalias do trato respiratório. 
· Macroscopicamente, as massas são simples ou múltiplas, brancacentas, firmes e de tamanho variado e estão localizadas na adventícia da aorta, próximo à inserção dosaco pericárdico na base do coração. 
· Microscopia: células cuboides
4. PATOLOGIAS DO ENDOCÁRDIO 
a) MINERALIZAÇÃO: plantas calcinogênicas como a Solanummalacoxylon (espichadeira) e Nierembergiaveitchii promovem alterações na íntima dos vasos causando irregularidades cobertas por placas brancacentas, comum na aorta e carótida. Mas, pode afetar também pulmões, rim, porções dos tendões dos membros torácicos. 
b) ENDOCARDIOSE VALVULAR: é uma importante doença valvular degenerativa, frequentemente diagnosticada em cães. 
· Sua etiopatogenia é desconhecida, mas, aparentemente, ocorre deposição de glicosaminoglicanos ao longo da vida do animal. Mas, sabe que tem influência genética.
· Acomete cães idosos 
· Causa ICC em cães idosos (dilatação AD e VD e hipertrofia de VE) e “lesões em jato” 
· Todas as válvulas cardíacas podem ser acometidas, contudo, sua ocorrência é mais elevada na válvula atrioventricular esquerda (mitral) e menos frequente na atrioventricular direita (tricúspide) e nas semilunares das artérias aorta e pulmonar. 
· Macroscopicamente, observa-se espessamento nodular, de consistência firme, de coloração brancacenta ou amarelada, com superfície lisa e brilhante, localizado nas bordas livres das válvulas. As válvulas ficam encurtadas, espessadas, nodulares e lisas; rachadura ou ruptura das cordas tendíneas e da parede atrial. As massas não se desprendem com facilidade. 
· Microscopia: ocorre proliferação fibroblástica (fibrose) com depósito de mucopolissacarídeos ácidos (glicosaminoglicanos).
c) ENDOCARDITE: é o processo inflamatório do endocárdio, normalmente causadas por infecções extra cardíacas. A inflamação pode ser localizada nas válvulas (endocardite valvular) ou na parede de átrios ou ventrículos (endocardite mural). 
· Endocardite valvular é mais frequente que a endocardite mural. Endocardite valvular é uma lesão que acomete principalmente a válvula atrioventricular esquerda, na maioria das espécies domésticas, talvez por ser submetida a uma pressão sanguínea maior. Entretanto, nos ruminantes a válvula atrioventricular direita é a mais acometida. 
· Causas de endocardite valvular são bactérias, parasitas e fungos, mas 90% dos casos são endocardites bacterianas. (decorrentes de uremia em cães)
· Macroscopicamente: observam-se massas de coloração amarelada, acinzentada (restos celulares e fibrina), de tamanho variável e, às vezes, recobertas por coágulo sanguíneo. As massas são extremamente friáveis, rompem-se com facilidade e, quando retiradas, promovem erosões do endotélio valvular. 
· Endocardite mural é geralmente uma extensão da inflamação valvular. 
· Causa: migração de larvas Strongylusvulgaris no equino, que também pode ocorrer na forma de trombos parasitários nas válvulas. 
· A endocardite atrial ulcerativa é observada em quadros de uremia em cães. 
· Macroscopicamente, observa-se áreas do endocárdio atrial com superfície irregular, rugosa, opaca ou esbranquiçada, devido à deposição de minerais, e ulcerada, onde podemse formar trombos. 
· Causas extracardíacas: mastite, doença periodontal em cães, doença de cálculo ou em bovinos pode ser primaria por Actinomyces. Macroscopicamente: massas grandes, friáveis, amareladas, com aspecto de couve-flor (“vegetações”).
· Complicações:áreas de infarto renal e esplênico.
5. PATOLOGIAS DOS VASOS 
a) ICTERÍCIA: sempre avaliar a intima dos grandes vasos para avaliar se uma icterícia é verdadeira. 
b) ANEURISMAS – dilatação localizada em uma porção enfraquecida da parede do vaso que pode se romper. 
· Causas:Spirocercalupi ,Strongylus spp., Deficiência de cobre*, Idiopáticas 
· Rutura dos aneurismas: traumas, infecções micóticas (Aspergillus), espontânea, exercícios. 
*obs: Cobre – necessário para desenvolvimento normal do tecido elástico.
 Def. de cobre (a. pulmonar) Def. de cobre em bovinos: a. mesenteria cranial 
c) HIPERTROFIA: Resposta ao aumento de volume e pressão 
· Comum nas artérias pulmonares de cães e gatos e artérias uterinas em animais prenhes 
· Causa: Aelurostrongulusabstrusus, Toxocara spp., Dirofilariaimmitis
d) ARTERIOESCLEROSE: relacionada à idade, frequente, mas sem alterações clínicas nos animais.
· Há endurecimento das artérias e estenose luminal. Ocorre mais na aorta abdominal e nos locais de ramificação onde há maior turbulência sanguínea. Formam-se placas brancas, um pouco elevadas e firmes, com espessamento e fibrose da íntima e depósitos de mucopolissacarídeos.
· Comum na doença de Johne’s na vasa 
e) ATEROSCLEROSE: mais em humanos; raro nos animais, mas quando ocorre pode causar infartos e aneurismas, principalmente no coração e no cérebro. 
· Pode ocorrer em porco, galinha, coelho, papagaio idoso, em cães com hipercolesterolemia por hipotireoidismo (aumento do colesterol). 
· Macro: há acúmulo de placas lipídicas, tecido fibroso e cálcio nas paredes vasculares (=ateroma) causando estenose luminal. Os vasos ficam espessados, firmes e branco– amarelados. 
· Microscopia: glóbulos de lipídeos nas células musculares lisas, macrófagos espumosos e células musculares lisas, repletas de gordura, na média e na íntima das artérias e calificação da média; necrose e fibrose. 
f)NECROSE FIBRINÓIDE: O diagnóstico é feito na microscopia. Doenças que cursam com necrose fibrinóide:
· Doença do coração de amora: deficiência de Se/Vit E = microtrombos e necrose fibrinóide em artérias do miocárdio 
· Hepatose dietética – deficiência de Se/Vit E = microtrombos e necrose fibrinóide em artérias do fígado além de necrose hepática 
· Doença do edema: Escherichia coli em suínos 
· Angiopatia cérebro-espinhal – Escherichia coli em suínos 
Microscopia: parede do vaso necrótica com aspecto eosinófilo. 
Necrose fibrinoide em submucosa do estomago em doença do edema no Suíno
g) TROMBOSE: coágulo de sangue num vaso sanguíneo. 
· Fatores predisponentes: dano ao endotélio, arterites , lesão vascular ou valvular (turbulência) ICC (estase). 
· Ex 1: a arterite nas a. mesentericas pode envolver o Strongylus principalmente em equinos, onde a forma adulta se encontra no ceco e colon, sua migração pela artéria mesentérica e intestinal produz arterite, espessamento da parede arterial, interfere na circulação causando menor suprimento de sangue intestinal, podendo resultar em infartos hemorrágicos no cólon; além disso, pode-se formar a trombos. 
· Ex 2: trombose das artérias pulmonares – cães com dirofilariose. 
h) EMBOLIA: oclusão das artérias por: 
· Fragmentos de trombos 
· Fragmentos de pelos
· Bolhas de ar 
· Gorduras 
· Fraturas 
· Fragmentos de parasitos 
i) INFLAMAÇÃO – vasculite (flebite ou arterire)
Causada por: 
· Strongilose equina 
· Espirocercose canina 
· Dirofilariose canina 
· Aelurostrongilose felina 
· PIF 
· Salmonelose
· Peste suína 
· Erisipela suína 
· LES 
i) ONFALOFLEBITE : (“Mal do umbigo”) é a inflamação da veia umbilical, comum em animais de fazenda devido à contaminação bacteriana do umbigo imediatamente após a parição. Pode evoluir para abcessos hepáticos. 
· Outras lesões que frequentemente afetam neonatos incluem septicemia, poliartrite supurativa, abscessos hepáticos e umbilicais. 
j) NEOPLASIAS: 
· Hemangiomas – neoplasia endoteliais benigmas, afeta a pele cães, principalmente clara. São massas repletas de sangue, circunscritas 
· Hemangiossarcoma – baço, coração direito, pele, massa vermelha, irregular, infiltrativa
Obs.: algumas doenças podem fazer metástase na circulação sanguínea ou linfática: linfagioma, linfangiossarcoma, carcinoma metastático.
6. DOENÇAS LINFÁTICAS: 
a) LINFANGIECTASIA – dilatação dos vasos linfáticos, que pode ser gerada por obstruções decorrentes de neoplasias (aumento de tamanho dos linfonodos pode ser uma causa). 
Linfangiectasia equino -linfossarcoma
b) LINFANGITE: inflamação dos vasos linfáticos. 
· Macroscopia: Vasos espessos, como cordões, mais nos membros distais. Pode haver linfedema. As lesões supurativas podem ulcerar. 
· Doenças que cursam com linfangite: 
i. Doença de Johne: Micobacteriumaviumparatuberculosisii. Tuberculose: Micobacterium spp. 
iii. Actinobacilose:Actinobacillusligneresii
iv. Esporotricose: Sporothrixschencki
v. Mormo: Burkholderia(Pseudomonas) mallei
vi. Linfadenite caseosa dos caprinos e ovinos: Corynebacterium ovis 
c) NEOPLASIAS:Linfangioma, linfangiossarcoma e carcinoma metastático.

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