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APS 20211 - 9 SEM - MULTIPARENTALIDADE-VER2 docx

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPUS DUTRA – SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
BRUNA DE ASSIS RAMOS FERREIRA RA: D445GE3
MILENA SOUZA ALBINO MACIEL RA: D42AGI7
JOÃO JESUS RODRIGUES DE OLIVEIRA RA:D202HI3
MATHEUS CAVALIERI DOS SANTOS RA:D26CCH5
PABLO HENRIQUE DIAS PEREIRA RA:D356OF1
MULTIPARENTALIDADE :
ANÁLISE DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2021
UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPUS DUTRA – SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
BRUNA DE ASSIS RAMOS FERREIRA RA: D445GE3
MILENA SOUZA ALBINO MACIEL RA: D42AGI7
JOÃO JESUS RODRIGUES DE OLIVEIRA RA:D202HI3
MATHEUS CAVALIERI DOS SANTOS RA:D26CCH5
PABLO HENRIQUE DIAS PEREIRA RA:D356OF1
MULTIPARENTALIDADE
ANÁLISE DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL
Trabalho de Atividade Aplicada
Supervisionada de 2021, apresentado à
Universidade Paulista (UNIP) - Campus São
José dos Campos/ Dutra pelo Curso de
Direito. 
Orientador : Alexandre Nascimento
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2021
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 4
2. RESUMO 6
3. ABSTRACT 7
4. DESENVOLVIMENTO 8
4.1. CASO CONCRETO 8
4.2. SOBRE A LINHA DE FAMÍLIA 9
4.3. ADOÇÃO 10
4.3.1. ADOÇÃO SOCIOAFETIVA 14
4.4. MULTIPARENTALIDADE 15
4.4.1. Reconhecimento da multiparentalidade pelo STF 15
4.5. JURISPRUDÊNCIA 18
4.6. ANÁLISE JURÍDICA 20
5. CONCLUSÃO 22
6. REFERÊNCIAS 23
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2021
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1. INTRODUÇÃO
A socioafetividade é um conceito que permeia o mundo desde que o
mundo é mundo, existem ao longo de toda trajetória humana diversos casos,
se não todos, que apresentam esse conceito como característica dentre a
relação familiar, um caso bastante conhecido é o do menino Jesus. Jesus
Cristo, filho de Maria e de José, não possuía laços consanguíneos com o pai,
tendo sua concepção dada pelo anjo Gabriel, conforme traz a bíblia, à época
de Jesus um filho fora do casamento era extremamente malvisto, tendo em
vista contexto da época, mesmo José não sendo o progenitor de Jesus, na
relação havia a socioafetividade, ou seja, um vínculo forte tal qual unia filho e
pai. A Socioafetividade em síntese é a relação que é exercida por duas ou mais
pessoas, a qual sempre é caracterizada pelo forte vínculo afetivo, geralmente o
exercido entre pai, mãe, filho, irmãos, a socioafetividade não está atrelada a
qualquer vínculo hereditário sanguíneo, haja vista que mãe e pai são aqueles
entes que oferecem amor, tem participação ativa dentro da vida do filho,
investem financeiramente e afetivamente no filho. Com a evolução da
sociedade, em diversos aspectos, aquilo que tínhamos como parâmetro de
família tradicional, ligada diretamente à cultura que permeava os séculos
passados, tínhamos que a família era composta pela figura paterna, a materna
e a prole, progenitores e prole, entretanto nos dias atuais é cada vez mais
comum e ordinário a pais, seja por problemas hormonais ou por qualquer outro
tipo de situação, a prole não ser mais oriunda da fecundação genética dos pais,
em suma a socioafetividade se faz cada dia mais presente nas famílias
brasileiras.
Somado a isso ainda vemos dentro da Magna Carta (CF/88), a
equiparação de tratamento aos filhos, sejam eles havidos dentro ou não do
matrimonio, passando então a terem direitos igualitários, vedada a
discriminação. Conceituando a multiparentalidade, ela é a possibilidade jurídica
atribuída ao progenitor biológico e ao genitor afetivo, os quais invocam os
princípios da afetividade e da dignidade humana, a fim de ver garantida ou
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mantida o estabelecimento dos vínculos parentais. Como dito supra a estrutura
familiar ao longo do tempo vem sendo modificada sendo baseada não por
limites genéticos e por padrões, mas sim por liames afetivos, sem distinguir ou
discriminar qualquer forma de família, fazendo com que prevaleça os direitos
do indivíduo independentemente se o filho possui ou não herança genética de
seus pais.
Tudo isso é consequência da mudança estrutural e da desconstrução
daquilo que tínhamos como conceito de família tradicional, ocorre que cada vez
mais reconhecemos o vínculo advindo da relação afetiva, ao contrário de nós
basearmos apenas na relação biológica. Juntando tudo, notamos que os
vínculos biológico e afetivo são totalmente únicos, não necessariamente uma
precisa do outro para que este exista, um pai afetivo é tão pai quanto um pai
biológico, e isso é tão verdade e se faz cada vez mais presente no cotidiano
que dialetos como “mãe é quem cria” são comuns na atual sociedade. Vale
ressaltar também que ambos os pais, biológicos e socioafetivos tem obrigação
alimentar, vide art. 1.696 do Código Civil. A multiparentalidade é a legitimação
da paternidade ou maternidade da madrasta ou padrasto, que exerce as
qualidades já citadas, criação, cuidados, afeto, amor, participação na vida do
enteado, como se filho fosse, sendo que essas qualidades tem condão de
reciprocidade e o filho ou filha vê como sua mãe ou pai, não necessitando a
desconsideração do pai e mãe biológicos, com isso temos a inclusão do
registro de nascimento da mãe ou pai socioafetivo, não retirando o nome dos
pais biológicos, constando então em seu registro o nome dos pais biológicos e
dos pais socioafetivos.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
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2. RESUMO
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
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3. ABSTRACT
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4. DESENVOLVIMENTO
4.1. CASO CONCRETO
Foi-se apresentado a seguinte situação para análise :
“CNJ – Multiparentalidade: Criança terá registro de pais biológico e
socioafetivo no RS. “A solução, portanto, com a devida licença aos
entendimentos em contrário, é aquela que percebe, identifica, valoriza e
atribui significado a todos os sentimentos envolvidos. E isso significa
multiparentalidade. E, aqui, não estamos falando simplesmente de genética.
Estamos falando, notadamente, de afeto, que é o que deveria marcar, de
fato, as relações familiares”. Esse entendimento é do juiz Fernando Vieira
dos Santos, em decisão que concedeu parcial procedência de Ação de
Reconhecimento de Paternidade para inclusão de nome de pai biológico. O
magistrado concedeu o reconhecimento do genitor no documento civil de
registros, sem contudo, excluir a paternidade do pai registral que já possuía
vínculo afetivo. Também determinou a inclusão do nome do pai biológico e
também dos avós paternos. O processo tramita em segredo de justiça na
Comarca de São Valentim (RS). O autor ingressou na Justiça objetivando o
reconhecimento da paternidade da criança, com correção de seu registro de
nascimento, para dele constar o seu nome como pai, com consequente
anulação do registro anterior. Conta que, por um período de 10 meses,
manteve envolvimento amoroso com a mãe da criança. Alegou que, quando
soube da gravidez, ela já estava em uma união estável com outro homem e
que este optou por registrar a criança, logo após o seu nascimento. Já a
mãe relatou que teve um relacionamento passageiro com o autor da ação
durante uma breve separação de seu companheiro, e que acabou
engravidando. Contudo, após descobrir que estava grávida, comunicou ao
ex-namorado, que logo levantou dúvidas quanto à paternidade. Somado a
tudo isso, a mulher também destacou que o companheiro, pai socioafetivo,
além do registro, exerceu papel de pai com dedicação desde o nascimento
do bebê. Conta que, após alguns meses, o seu ex a procurou, pedindo o
exame de DNA, que atestou a paternidade biológica. Enfatizou os laços
afetivos existentes entre a filha e o pai socioafetivo, os quais não podem ser
apagados o que impossibilitaria a sua exclusão do registro civil da menina.
A criança recebeu avaliação psicológica para averiguação de possíveis
consequências psicológicas decorrentes de eventual exclusão da
paternidadesocioafetiva. O Ministério Público opinou, por sua vez, pela
rejeição da tese de multiparentalidade e pela procedência do pedido, para o
fim de incluir o autor como pai no registro de nascimento da criança, com
posterior retirada do nome do pai socioafetivo. Sentença Em seu
entendimento o magistrado frisou que é notória a paternidade biológica do
autor, comprovada pelo exame de DNA. Assim acolheu, em parte, a ação,
destacando que a multiparentalidade é tema de recente estudo para o
direito de família e, como decorrência necessária, a paternidade
socioafetiva. Realizou uma breve análise sobre a noção da entidade familiar
e suas modificações ao longo dos anos. Observou que a conduta da mãe da
criança, que efetuou exame de DNA extrajudicialmente requerido pelo autor,
permitindo a proximidade dele, resultou no estabelecimento de laços
também afetivos com a filha. Tanto – e principalmente – com o pai registral,
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com quem elas já estavam estabelecidas, quanto, também, com o pai
biológico. Destacou, baseado no laudo psicológico, o forte laço afetivo da
criança com o pai registral, com ênfase maior na sua representatividade.
Ainda, ressaltou a prova oral colhida indicando a existência concomitante,
das figuras do pai biológico e do pai socioafetivo, a autorizar o
reconhecimento da multiparentalidade. Diante dos fatos apresentados, o juiz
concluiu que “ambas as famílias, biológica e socioafetiva, nutrem, de modo
e intensidade muito semelhantes, senão idênticos, laços de afeto, amor e
cuidado pela infante. Não há solução, diante do quadro verificado, que
possa resultar na exclusão de uma das figuras representativas de pai para a
infante em detrimento da outra. Não há critério, seja de justiça, seja de
direito, que permita concluir pela prevalência pura e simples da paternidade
biológica sobre a socioafetiva. Muito antes ao contrário: aqui, se algum dos
liames houvesse de prevalecer, haveria de ser a socioafetividade, que,
como no laudo, se mostra a mais significativa vinculação paterna
estabelecida pela infante”. Fonte: TJRS – Tribunal de Justiça do Rio Grande
do Sul “
4.2. SOBRE A LINHA DE FAMÍLIA
A professora Dra. Maria Helena Diniz nos traz que o parentesco é a relação
vinculatória entre pessoas que descendem uma das outras seja de um mesmo
tronco comum, constatando o vínculo sanguíneo, tal qual a relação dos cônjuges ou
companheiros e os parentes do outro, constatando o vínculo através da afinidade.
Contudo o parentesco poderá também existir através de laços meramente afetivos,
assim como ocorre nas hipóteses da adoção e na reprodução humana assistida.
Dessa forma, deve-se frisar que parentesco e família não se confundem, uma
vez que a relação de parentesco se dá através dos vínculos supracitados
(sanguíneo e afinidade), sendo inclusive o parentesco uma forma impeditiva de
vínculos matrimoniais.
As linhas de identificação de parentesco se diferenciam entre parentesco por
linha reta, parentesco por linha colateral e parentesco por afinidade conforme
demonstram os artigos 1.591 e 1.592 do código civil brasileiro.
O parentesco por linha reta é confirmado, através da letra da lei, por “pessoas
que se encontram em relação de ascendência ou descendência umas com as
outras”, dessa forma temos como exemplos de pessoas em parentesco por linha
reta: mãe e filho, avós e netos etc.
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Por sua vez, o parentesco por linha colateral é descrito no código civil como
sendo “até o 4º grau, as pessoas que forem provenientes de um só tronco, sem
descenderem uma da outra”, sendo dessa forma os tios, primos, irmãos, etc,
mantendo atenção ao limite da letra da lei, em que a relação deve se dar até no
máximo o quarto grau.
O parentesco por afinidade também se dará através de linha reta ou colateral
para com os parentes do cônjuge ou companheiro. Entre os cônjuges não há
parentesco, o vínculo não se dará de forma parental, mas, sim, matrimonial. O
parentesco por afinidade em linha reta é ad infinitum, ou seja, atinge qualquer
parente do cônjuge ou companheiro na relação de ascendência e descendência, já o
parentesco por afinidade em linha colateral será limitado apenas até o parente de
segundo grau do cônjuge ou companheiro.
Deve-se ter em mente que juridicamente não existe o parentesco por
afinidade, visto que não há legislação vigente acerca do tema, entretanto parte da
doutrina entende que os laços são suficientes para se enquadrarem na relação
principiológica do direito de família, inclusive gerando responsabilidades em
decorrência da solidariedade familiar. Por exemplo, é defendido que, nos casos em
que há afinidade, proximidade, mesmo após o fim do casamento ou da união estável
deve ser mantido o dever de alimentar, subsidiário e complementar, entre
ex-genro/ex-nora e ex-sogro/ex-sogra, mantendo-se inclusive a responsabilidade
entre padrasto e enteado(a).
 4.3. ADOÇÃO
Decerto, a adoção não é nenhuma inovação, visto que a muitos
séculos há esse processo de filiação sem vínculo de consanguinidade,
conforme MAUX e DUTRA (2010, pg.3) apontaram :
“a adoção não é uma prática pós-moderna. Conforme nos descreve
Paiva (2004), os escritos bíblicos já mencionam casos envolvendo
adoção de crianças, como a história de Moisés. Aproximadamente no
ano 1250 a.C., por determinação do faraó, todas as crianças israelitas
do sexo masculino deveriam ser mortas ao nascer. A mãe de um
desses meninos decidiu colocá-lo em um cesto à beira do rio na
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esperança de que sobrevivesse. A criança, que recebeu o nome de
Moisés, foi encontrada pela filha do faraó, que o adotou como filho.
Futuramente esta criança veio a se tornar o herói do povo hebreu.
Autores como Paiva (2004) e Weber (1999), resgatando a adoção nas
diferentes fases da história, afirmam que essa prática recebeu vários
significados no decorrer dos tempos, desde religiosos até políticos,
sendo valorizada ou não, conforme a cultura e o modo de pensar de
determinada época. Durante a Antiguidade sua valorização esteve
relacionada com a possibilidade de perpetuação do nome de uma
família para aqueles que não tinham descendentes. Já na Idade
Média, por influência da Igreja Católica, a adoção passa a não ser
bem vista, tendo como justificativa o fato de que poderia influenciar o
reconhecimento legal dos filhos adulterinos ou incestuosos.”
Mesmo que a história aponte influências religiosas em especial a
Igreja Católica, a adoção poderia ser motivos políticos e de continuidade da
linha de sucessão de imperadores e para a perpetuação da família, visto
que era entendido e replicado que era necessário a estrutura de marido,
esposa e filho. Assim, pode conceber que a adoção está intrínseca em se
tratando de origem tanto quanto o encargo de se ter filhos legítimos.
Por um período na Idade Média a Igreja, passou a desaconselhar a
adoção por poder sugerir ou legitimar os filhos extraconjungais ou
incestuosos serem aceitos. Posteriormente, esses ensinamentos foram
desvalidados, com o fim de perpetuação de famílias, o Código Napoleônico
de 1804, previu o ato jurídico que conferia parentesco civil entre duas
pessoas, a partir daí nosso ordenamento brasileiro foi modificado para
acolher e regular a adoção.
Em reflexo o Código Civil de 1916, apresentam três formas de
classificações de filiação, os filhos legítimos em que eram nascidos em
constância do casamento e os legitimados que são os filhos de antigo
casamento da mãe, que tinham a equiparação aos legítimos, e os filhos
ilegitimados que não eram concebidos em constância de casamento, em
que os incestuosos e adulterinos não poderiam ser reconhecidos, conforme
artigo 358. Dessa forma a adoção eram um ato jurídico com diversos
requisitos dentre os quais destacam-se a implicação só maiores de
cinquentas anos, sem prole legítimaou legitimada poderiam adotar, e o
adotante deveria ser pelo menos dezoito anos mais velho que o adotado, e
a possibilidade de dissolver o vínculo da adoção.
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Por muito tempo se valorizou os laços sanguíneos e o modelo de
família patriarcal, em que havia uma relação de superioridade em relação
aos filhos de sangue e os de não-consanguinidade.
Em 1957, foi sancionada a lei nº 3.133 que atualizou as disposições
do Código Civil de 1916, na qual alterou a idade de 50 para 30 anos para a
adoção e decorridos cinco anos após o casamento, e alterou de 18 para 16
anos que adotante deveria ter a mais de idade que o adotado, e o
consentimento deste ou de seu representante legal em escritura pública.
Disserta DIAS (p.26 ) que o conceito de família e de adoção começa a
ser legislado no ordenamento jurídico a partir da Constituição Federal de
1988 sem ressalvas e sem discriminação entre as filiações:
“A Constituição Federal de 1988, como diz Zeno Veloso, num único
dispositivo, espancou séculos de hipocrisia e preconceito. Instaurou
a igualdade entre o homem e a mulher e esgarçou o conceito de
família, passando a proteger de forma igualitária todos os seus
membros. Estendeu proteção à família constituída pelo casamento,
bem como à união estável entre o homem e a mulher e à comunidade
formada por qualquer dos pais e seus descendentes, que recebeu o
nome de família monoparental. Consagrou a igualdade dos filhos,
havidos ou não do casamento, ou por adoção, garantindo-lhes os
mesmos direitos e qualificações.”
Nos parágrafos do artigo 227, em seu § 6º proibiu quaisquer discriminações
entre os filhos, portanto Constituição Federal de 1988. A posteriori, o Estatuto da
Criança e o Adolescente de 1990, definiu o reconhecimento do estado de filiação
como personalíssimo, indisponível e imprescritível.
O Código Civil de 2002 manteve o entendimento que não pode haver
diferenciação entre os filhos.
“Art. 1.596. Os filhos, havidos ou não da relação de casamento,
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação.”
Em 2009, sancionou-se a lei 12.010 que regularizou a adoção, em
que ressaltou a proibição de distinção aos filhos biológicos ou adotivos, no
qual definiu como requisito a inscrição em cadastro nacional para adoção,
assim se coibindo a adoção à brasileira.
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No Brasil a adoção é tão comum, que há uma espécie a chamada
“adoção à brasileira”, nas quais as crianças eram “dadas” a pessoas com
interesse e geralmente com maiores condições patrimoniais e financeiras,
MAUX e DUTRA (2010, pg.359) diz :
“A história da adoção tem um percurso extenso no Brasil e se
faz presente desde a época da colonização. A princípio esteve
relacionada com caridade, em que os mais ricos prestavam
assistência aos mais pobres. Era comum haver no interior da
casa das pessoas abastadas filhos de terceiros, chamados
“filhos de criação”. A situação deste no interior da família não
era formalizada, servindo sua permanência como oportunidade
de se possuir mão-de-obra gratuita (PAIVA, 2004) e, ao mesmo
tempo, prestar auxílio aos mais necessitados, conforme
pregava a Igreja. Portanto, foi através da possibilidade de
trabalhadores baratos e da caridade cristã, que a prática da
adoção foi construída no país. Já se percebe, então, que não
havia um interesse genuíno de cuidado pela criança
necessitada ou abandonada. Este “filho” ocupava um lugar
diferenciado, sendo também singular a maneira como era
tratado, sempre de forma distinta, comumente inferior, aos
filhos biológicos. Seria algo semelhante a dormir junto com os
demais membros da família e não no espaço reservado aos
empregados, contudo, não possuir um quarto ou uma cama
próprios.”
Em que essa espécie de adoção geralmente não há nenhuma
solenidade, e sem participação do Estado para intermedir a lide e ser um
terceiro imparcial, causando efeitos lesivos a criança e adolescente, e MAUX e
DUTRA (2010, pg.359) refletiu além disso apresentou o entendimento
majoritário em que os cidadãos não sabem o trâmite legal para a adoção :
“Tal herança cultural contribuiu significativamente para que, até
os dias de hoje, esta forma de filiação seja impregnada por
mitos e preconceitos. Para termos uma idéia, segundo Weber
(2001), a prática ilegal de registrar como filho uma criança
nascida de outra pessoa sem passar pelos trâmites legais, ou
seja, o registro feito diretamente em cartório, conhecida como
adoção à brasileira, até os anos 80 do século XX, constituía
cerca de 90% das adoções realizadas no país. Desta forma
procurava-se, dentre outras razões, esconder a adoção, como
se esta fosse motivo de vergonha e humilhação. Hoje em dia,
embora a lei proíba tal prática, ainda encontramos casos de
pessoas que realizaram uma adoção à brasileira e justificam
que o fizeram por não saber que era ilegal e porque na época
em que o avô, o pai, ou algum conhecido realizou uma adoção,
era assim que se fazia. Em uma pesquisa realizada pela
Associação dos Magistrados Brasileiros, em 2008, apenas 35%
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dos respondentes afirmaram que, caso desejassem adotar,
buscariam uma criança através das Varas de Infância e
Juventude, enquanto 66,1% recorreriam aos
hospitais/maternidades ou abrigos, confirmando que a maioria
dos brasileiros não sabe por onde se inicia um processo de
adoção legal.”
4.3.1. ADOÇÃO SOCIOAFETIVA
No Brasil, há cerca de 30 mil crianças na fila acolhidas, segundo o
Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), em analise a 33.001
pretendentes disponíveis e 4.972 de crianças para serem adotadas.
A adoção socioafetividade é considerada um ato jurídico recente pois
entende-se que a criança ou adolescente não tem vínculos sanguíneos
com o responsável. De acordo com o MPPR :
“É o reconhecimento jurídico da maternidade e/ou paternidade
com base no afeto, sem que haja vínculo de sangue entre as
pessoas, ou seja, quando um homem e/ou uma mulher cria um
filho como seu, mesmo não sendo o pai ou mãe biológica da
criança ou adolescente”
Em suma, não há vínculo biológico ou presunção legal, mas por vínculo
subjetivo e afeto, Belmiro Welter esclareceu que :
“a verdadeira filiação só pode vingar no terreno da
afetividade, da intensidade das relações que unem pais e
filhos, independentemente da origem biológico-genética”.
O entendimento jurisprudencial até o presente, o reconhecimento da
adoção socioafetiva não extingue o vínculo biológico, e por meio de ação para
o reconhecimento de filiação socioafetiva, o juiz defere ou não esse
reconhecimento que pode permitir a inserção nos registros da criança ou do
adolescente o nome do pai ou da mãe socioafetiva assim como o dos avós.
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4.4. MULTIPARENTALIDADE
A multiparentalidade consiste na possibilidade de haver mais de um genitor
afetivo em seu registro e consequentemente em todo seu vínculo parental, ou seja,
se trata que uma pessoa com dois pais ou duas mães.
Em outras palavras significa a inclusão no registro de nascimento de mão ou
pai socioafetiva, em conjunto com os nomes dos pais biológicos, é uma maneira de
se reconhecer juridicamente o que é realidade na vida de muitos.
A família tem como base sua constituição de algumas formas, sendo que
quase sempre essa relação se dá por questões genéticas e biológicas ou então pelo
casamento civil.
A multiparentalidade se trata de uma nova forma de se estabelecer uma
relação familiar, sendo então possível se estabelecer o parentesco através de uma
relação afetiva, sem a necessidade de questão biológica.
Para os civilistas Farias e Rosenvald a multiparentalidade vai além do fato
biológico do nascimento do filho, e sim se constrói através deuma via de mão dupla
de respeito e amor, se trata de uma verdadeira desbiologização da filiação não
deixando a relação de filiação restrita a transmissão dos genes (2013, p. 691), sendo
assim, é necessário que o conceito paternidade se leve em conta mais a relação
emocional e menos fisiológico. (1996; pg. 37).
4.4.1. Reconhecimento da multiparentalidade pelo STF
Foi do entendimento do superior tribunal federal na data de 21 de setembro de 2016
que a existência da paternidade socioafetiva não iria excluir a responsabilidade dos
pais biológicos, visto isto entendemos que as responsabilidades acerca do filho se
estenderam a ambos.
O recurso extraordinário 898.060-SC analisou o caso de um pai biológico que estava
recorrendo contra um acórdão que estabelecia sua responsabilidade independente
de vínculo socioafetivo estabelecido. O provimento foi negado pela maioria dos
votos dos ministros.
O Relator Luiz Fux, trouxe o princípio da paternidade responsável que impõe que
tanto o vínculo afetivo quando os vínculos biológicos devem ser recebidos pela
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legislação e que não haveria qualquer impedimento para o reconhecimento mútuo
de ambos.
Já para o ministro, o ordenamento jurídico não autoriza a escolha ente pais
biológicos ou afetivos, pois é de melhor interesse do filho o reconhecimento de
ambos.
3.3. Efeitos do reconhecimento da multiparentalidade.
Com o reconhecimento de um filho veem acompanhado um rol de responsabilidades
e consequências que são geradas, sendo assim, a declaração da multiparentalidade
acarreta diversas consequências que veremos a seguir:
3.3.1 No parentesco: O primeiro efeito que se reconhece na multiparentalidade é o
reconhecimento familiar, mas é importante esclarecer que esta consequência não
atinge somente o pai ou a mãe que foi reconhecido, mas sim toda a linha de
parentesco, ou seja, produz efeitos jurídicos e patrimoniais em toda cadeia familiar.
O filho então te, direito ao parentesco em linhas colaterais e retas até o quarto grau
tanto na família afetiva quanto biológica, essa relação se vale de todos os
dispositivos quanto ao direito de família, até mesmos em sucessões ou direitos
matrimoniais.
3.3.2 No nome: a doutrina e jurisprudência são universais quanto esse assunto e
entendem o direito ao nome como um direito fundamental protegido pelo princípio da
dignidade humana, com isso não poderá de nenhuma forma ser vedado.
Silvio Venosa acredita que o nome é uma individualização do homem na sociedade,
mesmo depois de sua morte, é por este nome que se reconhece a família e
comunidade em que vive.
(2004; pg. 209;)
3.3.3. Irrevogabilidade: O CNJ em seu provimento nº 63/2017, decidiu que o
reconhecimento da filiação socioafetiva é irrevogável, a única forma de se desfazer o
vínculo é por meio de ação judicial que comprove vícios de vontade.
3.3.4. Obrigação alimentar: Tal obrigação é aplicada com o mesmo fundamento da
biparentalidade, ou seja, todos os responsáveis devem prestar alimentos ao filho,
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porém vale se atentar que a legislação é clara quando diz que os alimentos são
recíprocos entre pais e filhos, ou seja o filho também terá a obrigação de prestar
alimentos a todos os pais.
3.3.5. Guarda do filho menor: A Constituição Federal, artigo 227 e no Estatuto da
Criança e do Adolescente em seus artigos 4 º e 5º. Estabelecem os princípios do
melhor interesse da criança e do adolescente, ou seja, sempre deve se analisar o
caso concreto e basear nesse princípio para se decidir.
Antigamente, caso ocorresse algum conflito de interesse a prioridade ficava sempre
com os pais biológicos, pois se priorizava o vínculo consanguíneo, entretanto, esse
entendimento foi mudado pois se percebeu que para a criança o melhor seria
priorizar a afetividade e afinidade, sempre se analisando caso a caso.
3.3.6. Direito de visita: O direito de visita que antes era entendido que apenas se
estendia aos genitores passou a ser estendido para os outros pais, e com a Lei
nº 12.398/2011 além dos pais passou a ser direito de todos os avós, inclusive
aqueles oriundos da multiparentalidade. Os julgamentos acerca do tema sempre
priorizam a necessidade de estreitamento dos lações afetivos devendo sempre
prevalecer na falta de motivo justo que prove a necessidade de afastamento.
3.3.7. Direitos a sucessão: a nossa constituição federal não permite qualquer tipo
de diferenciação entre filhos biológicos ou adotivos, o mesmo se aplica aos filhos
socioafetivos.
Ou seja, o direito a herança é reconhecido para os filhos afetivos tanto quanto os
biológicos, tendo eles os mesmos direitos. O filho afetivo tem os direitos a heranças
que vierem da relação biológica conjuntamente com aqueles que vierem dos pais
afetivos.
3.4. Como é possível o registro da multiparentalidade:
Antes seu reconhecimento só era possível ser realizado em cartórios civis se fosse o
caso de inseminação artificial de casais homoafetivos, todos os outros casos
exigiam o reconhecimento judicial.
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Porém o provimento 63 do CNJ dado em 14 de novembro de 2017, fixou algumas
novas regras para esse reconhecimento nos cartórios civis, sem que para isso seja
necessária uma ação judicial. Então para que tal reconhecimento possa ser
realizado no cartório será necessário que o filho seja maior de 12 anos, e este
deverá consentir para o reconhecimento, além disso o pai e mão biológicos deveram
manifestar concordância.
4.5. JURISPRUDÊNCIA
Dentre as mais variadas decisões foram selecionadas jurisprudências
as quais corroboram que o entendimento dos tribunais acerca da
multiparentalidade e da socioafetividade vem se pacificando, tornando a
problemática narrada cada dia mais normal e recorrente dentre os diversos
litígios que tramitam nas varas de fóruns por todo o Brasil, fazendo então com
que tanto o pai biológico como o socioafetivo tenham seus nomes no registro
do filho.
Em 2018 o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – TJPR decidiu
por não dar provimento ao Recurso, mantendo então a decisão monocrática do
magistrado na ação de reconhecimento de paternidade socioafetiva, a qual foi
sentenciado feito como procedente, a qual determinava a inclusão dos dados
do pai socioafetivo no registro de nascimento da então adolescente. Ocorre
que o pai biológico decidiu recorrer da sentença.
Processo: 0004081-57.2018.8.16.0028 (Acórdão) Segredo de Justiça:
Sim Relator(a): Sigurd Roberto Bengtsson Desembargador Órgão
Julgador: 11ª Câmara Cível Comarca: Colombo Data do Julgamento:
04/10/2020 00:00:00 Fonte/Data da Publicação: 07/10/2020
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE
PATERNIDADE SOCIOAFETIVA. Sentença de PROCEDÊNCIA do
pedido inicial, determinando a inclusão dos dados do pai socioafetivo
nos registros de nascimento da adolescente. Insurgência do pai
BIOLÓGICO. Alegação de que o vínculo entre a filha e novo
companheiro da genitora não se deu de forma espontânea, mas sim
em razão de atos de alienação parental praticados pela genitora
visando afastar o pai do convívio com a filha. Comprovação de
vínculo de afetividade entre a adolescente e o companheiro da mãe.
Convívio desde tenra idade. Declaração de paternidade registral que
não impede ou modifica a relação da adolescente com o pai biológico.
Entendimento do stj de que possível a multiparentalidade. Ausência
de atos de máfé pelo ora apelante, que apenas se utilizou do direito
constitucional de recorrer da sentença. Manutenção da sentença.
Recurso não provido. Ação de reconhecimento de paternidade
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socioafetiva ajuizada pelo ora apelado em favor da adolescente B. P.
F. Sentença de procedência do pedido inicial, determinando-se a
inclusão dos dados do pai socioafetivo e avóspaternos na certidão de
nascimento da adolescente. Insurgência do pai biológico sob
alegação de que o vínculo de afetividade entre a filha e o ora
apelante não se fortaleceu de maneira espontânea, mas sim por atos
de alienação parental praticados pela genitora, visando impedir o
convívio paterno-filial. Estudo social comprovando a afetividade entre
a adolescente e o ora apelado. Convívio entre eles desde que a
adolescente tinha cerca de 03 (três) anos de idade. Entendimento do
STJ de que é possível a multiparentalidade, situação que não
modifica a relação entre a filha e o pai biológico. Alegação do
apelado, em contrarrazões, de que o recurso de apelação é
meramente protelatório, requerendo aplicação de multa por litigância
de má-fé. Inocorrência. Apelante que apenas utilizou do direito
constitucional de interpor recurso. Sentença mantida. Recurso não
provido. (TJPR - 11ª C.Cível - 0004081-57.2018.8.16.0028 - Colombo
- Rel.: DESEMBARGADOR SIGURD ROBERTO BENGTSSON - J.
04.10.2020)
No caso em tela, o pai biológico opôs apelação alegando que o vínculo
mantido entre a filha e o atual companheiro da progenitora (pai socioafetivo)
não se deu de forma espontânea, ocorrendo então em razão da alienação
parental praticada pela genitora com o intuito de afastar o pai biológico do
convívio da filha, o Juiz de primeira instancia considerou que o registro do pai
socioafetivo na certidão da filha não impedirá ou modificará a relação da prole
com o pai biológico. Recurso Improvido pelo Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado do Paraná, fazendo com que se houvesse a retificação no registro civil
adequando um novo a fim de conter o registro em nome de ambos os pais.
Recentemente, também houve um julgado proferido pelo Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS no que tange a
multiparentalidade e a socioafetividade. ocorre que o MM. Juízo o qual proferiu
a sentença monocrática considerando parcialmente procedente a lide em que,
Lauren O. K., representada por sua genitora, pedia na inclusão dos dados
registrais da mesma, o nome de seu pai socioafetivo Fabio B. B. (padrasto) o
qual possui convivência marital com sua mãe a mais de quinze anos, contudo
pedia também a remoção do nome de seu pai biológico do registro, tal qual
segundo a mãe de Lauren não tinha qualquer tipo de convivência,
relacionamento ou proximidade com a prole desde o término do relacionamento
com sua genitora, aduzia a mãe que o registro não transmitia a atual situação
da família, tendo em vista que apenas o pai socioafetivo contribuía com o
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crescimento de Lauren, dando amor, afeto, atenção, arcando com os ônus e
afins.
APELAÇÃO CÍVEL. RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE
SOCIOAFETIVA, CUMULADA COM RETIFICAÇÃO DE REGISTRO
CIVIL. SENTENÇA QUE RECONHECEU A PATERNIDADE
SOCIOAFETIVA, SEM EXCLUSÃO DA PATERNIDADE
BIOLÓGICA/REGISTRAL. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL DE
JUSTIÇA, E CORTES SUPERIORES. SENTENÇA CONFIRMADA.
Descabido o pleito de exclusão do pai registral, ante a ausência de
comprovação de vício de vontade, de consentimento, quando do
registro de nascimento levado a efeito, sendo imperioso o
reconhecimento dos vínculos afetivos e parentais, com todos os seus
reflexos jurídicos, abarcando, assim, a mais completa e adequada
tutela jurisdicional das pessoas envolvidas. Manutenção da
multiparentalidade, à vista do reconhecimento dos vínculos
socioafetivo e biológico, espelhamento da situação fática. Apelação
desprovida, em decisão monocrática. (TJ-RS - AC: 70083168963 RS,
Relator: José Antônio Daltoe Cezar, Data de Julgamento: 29/03/2020,
Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: 11/09/2020)
A genitora de Lauren mencionou que o atual registro a transmitia
incômodos e dessabores. O magistrado em primeira instancia decidiu por
manter o registro do pai biológico e incluir também do pai socioafetivo, pois
instruído com um laudo elaborado por uma assistente social judiciaria, Lauren
quando questionada sobre como sente em relação ao pai biológico, afirma “não
sinto nenhum tipo de raiva e nem nada”, figurando então uma relação de
indiferença quanto ao pai biológico, sentimento que poderá ser alterado um dia,
caso o pai biológico decida se reaproximar de Lauren.
Junto a isso, uma nota importante atribuída pelo nobre magistrado é a
de que não há indícios de vícios de vontade ou de consentimento quanto ao
registro de nascimento de Lauren, e também não há indícios de dissabores por
manter o nome do pai biológico nos registros, figurando perfeitamente a
multiparentalidade. Restando então ao tribunal manter a sentença proferida em
1ª instancia.
4.6. ANÁLISE JURÍDICA
A multiparentalidade é uma forma de trazer ao mundo jurídico o que acontece
no mundo factual. O Dr. Miguel Reale em sua teoria tridimensional do direito explica
um novo ângulo para analisar a relação entre o mundo jurídico e o mundo real, traz
a visão de que a norma está sempre atrasada em relação ao mundo dos fatos, uma
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vez que é necessário a mudança social para inspirar os legisladores a
regulamentarem o fato através do respectivo processo legislativo.
A norma, sem a percepção de valor e a adequação ao fato, de nada serve e
se torna obsoleta. Cabe dessa forma analisar a inovação jurídica da
multiparentalidade com brilho nos olhos ao ver a norma-lei se adequando ao mundo
dos fatos em sua perspectiva mais flexível, buscando não apenas tratar de bens,
patrimônio, vínculos biológicos ou relações familiares meramente formais, mas
buscando tratar de pessoas, direitos e da melhor proteção do desenvolvimento
saudável da família.
O caso traz ao magistrado um cenário onde a criança, objeto de atenção
especial dentro da situação, tem de fato relações de afeto, amor e cuidado tanto
com seu pai biológico, que comprovou paternidade através de teste de DNA
extrajudicial, quanto com seu pai socioafetivo que exerceu as funções de pai com
dedicação desde o nascimento do bebê.
O enredo não traz uma situação em que um dos pais não tenha a intenção de
exercer o vínculo paterno com a criança, tornando incorreto o não reconhecimento
de qualquer um dos pais a esse papel, uma vez que contraria a própria constituição
federal em seu artigo 1º, inciso III, onde assegura o princípio da dignidade da pessoa
humana.
A situação mostra o perfeito exemplo da multiparentalidade onde o judiciário
não tem a função de escolher apenas um detentor do vínculo paterno, mas a
oportunidade de legitimar ambos com esse vínculo que é seus por direito, visto que
no mundo real já exercem esse papel.
Os amparos legais para a multiparentalidade se encontram no âmbito
principiológico, onde é constitucional o direito à dignidade humana e a solidariedade,
sendo a composição da família é aspecto fundamental para o efetivo exercício da
dignidade. Para além dos princípios há diversas doutrinas que defendem a
multiparentalidade, assim como jurisprudências a respeito do tema.
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Sendo assim, pelos aspectos legais e principiológicos, pela posição da
doutrina sobre o tema, pela jurisprudência atual a decisão do magistrado está
correta, visto que a multiparentalidade pode ser exercida e traz à criança e aos pais
a segurança jurídica da validade legal de seus laços.
5. CONCLUSÃO
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6. REFERÊNCIAS
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https://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/adocao/realidade-brasileira-sobre-adocao/perfil-das-criancas-disponiveis-para-adocao.aspx
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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPUS DUTRA – SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
THOMÉ, M. C. Retomada histórica da adoção e sua (ir)revogabilidade. 2019.
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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
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