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Tutoria transt personalidade e dependência química

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Lara Mendonça P6
1. Definir a dependência química e
citar as principais drogas envolvidas
(dependência como transtorno,
Critérios diagnósticos do DSM-V,
álcool, tabaco, cocaína , crack e
maconha).
→ A síndrome de dependência é um quadro
grave, com vários níveis de prejuízos social,
físico e psíquico.
Nesse processo, fenômenos comuns às
dependências são observados. Entre eles:
• Fissura – desejo intenso de usar a
substância.
• Binge – episódios de uso compulsivo
da substância.
• Lapso – distinto da recaída, o lapso
acontece quando há o uso da substância
em contexto de tratamento, mas não ocorre
mudança nas atitudes do paciente (não
segue as orientações médicas, não evita a
companhia de amigos usuários).
• Recaída – propriamente dita,
quando após período de abstinência e de
mudança de atitude, o paciente volta a usar
a substância.
• Tolerância – por processos de
neuroadaptação, para se obter o efeito
desejado, a dose da substância é
aumentada, ou seja, uma dose menor já não
faz efeito e para obtê-la há o escalonamento
da dose.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a
dependência química como uma doença crônica
e progressiva, ou seja, que piora com o passar
do tempo, além de gerar outras doenças e ser
fatal. É um transtorno mental caracterizado por
um grupo de sinais e sintomas decorrentes do
uso de drogas.
Todas as drogas que são consumidas em
excesso têm em comum a ativação direta do
sistema de recompensa do cérebro, o qual está
envolvido no reforço de comportamentos e na
produção de memórias. A ativação do sistema
de recompensa é intensa a ponto de fazer
atividades normais serem negligenciadas. Em
vez de atingir a ativação do sistema de
recompensa por meio de comportamentos
adaptativos, as drogas de abuso ativam
diretamente as vias de recompensa. Os
mecanismos farmacológicos pelos quais cada
classe de drogas produz recompensa são
diferentes, mas geralmente ativam o sistema e
produzem sensações de prazer, frequentemente
denominadas de “barato” ou “viagem”. Além
disso, indivíduos com baixo nível de
autocontrole, o que pode ser reflexo de
deficiências nos mecanismos cerebrais de
inibição, podem ser particularmente
predispostos a desenvolver transtornos por uso
de substância, sugerindo que, no caso de
determinadas pessoas, a origem dos transtornos
por uso de substância pode ser observada em
seus comportamentos muito antes do início do
uso atual de substância propriamente dito.
Os transtornos relacionados a substâncias
dividem-se em dois grupos: transtornos por uso
de substância e transtornos induzidos por
Lara Mendonça P6
substância. As condições a seguir podem ser
classificadas como induzidas por substância:
intoxicação, abstinência e outros transtornos
mentais induzidos por substância/medicamento
(transtornos psicóticos, transtorno bipolar e
transtornos relacionados, transtornos
depressivos, transtornos de ansiedade,
transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos
relacionados, transtornos do sono, disfunções
sexuais, delirium e transtornos neurocognitivos).
Transtorno por uso de álcool
Além do quadro do uso nocivo e dependência,
outros transtornos mentais devem ser
especificados, pois são de grande importância
nos transtornos relacionados ao álcool.
A abstinência ao álcool pode ser dividida em
dois tipos: não- complicada e complicada. Em
geral, nos dois quadros, a abstinência inicia-se
após 6 a 12 horas da última dose de álcool,
resultado de up-regulation exacerbada. No
quadro não-complicado, existe ansiedade,
taquicardia, alterações da pressão arterial e
sudorese, que caracterizam reforço negativo que
leva muitos pacientes a não procurar tratamento
e a voltar a beber para aliviar os sintomas.
A abstinência complicada é quadro com
sintomas proeminentes. Os sintomas
autonômicos são marcantes, com hipertensão
arterial, sudorese e inquietação. A abstinência
complicada, segundo a classificação da CID-10,
é complicada por convulsões. Pode haver
presença de transtornos sensoriais e
perceptivos.
Critérios diagnósticos
A. Um padrão problemático de uso de álcool,
levando a comprometimento ou sofrimento
clinicamente significativos, manifestado por pelo
menos dois dos seguintes critérios, ocorrendo
durante um período de 12 meses:
1. Álcool é frequentemente consumido em
maiores quantidades ou por um período mais
longo do que o pretendido.
2. Existe um desejo persistente ou esforços mal
sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o
uso de álcool.
3. Muito tempo é gasto em atividades
necessárias para a obtenção de álcool, na
utilização de álcool ou na recuperação de seus
efeitos.
4. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de
usar álcool.
5. Uso recorrente de álcool, resultando no
fracasso em desempenhar papéis importantes
no trabalho, na escola ou em casa.
6. Uso continuado de álcool, apesar de
problemas sociais ou interpessoais persistentes
ou recorrentes causados ou exacerbados por
seus efeitos.
7. Importantes atividades sociais, profissionais
ou recreacionais são abandonadas ou
reduzidas em virtude do uso de álcool.
8. Uso recorrente de álcool em situações nas
quais isso representa perigo para a integridade
física.
9. O uso de álcool é mantido apesar da
consciência de ter um problema físico ou
psicológico persistente ou recorrente que tende
a ser causado ou exacerbado pelo álcool.
10. Tolerância, definida por qualquer um dos
seguintes aspectos:
a. Necessidade de quantidades
progressivamente maiores de álcool para
alcançar a intoxicação ou o efeito desejado.
b. Efeito acentuadamente menor com o uso
continuado da mesma quantidade de álcool.
11. Abstinência, manifestada por qualquer um
dos seguintes aspectos:
a. Síndrome de abstinência característica de
álcool (consultar os Critérios A e B do conjunto
de critérios para abstinência de álcool, p.
499-500).
b. Álcool (ou uma substância estreitamente
relacionada, como benzodiazepínicos) é
consumido
Lara Mendonça P6
para aliviar ou evitar os sintomas de
abstinência.
Especificar se:
Em remissão inicial: Após todos os critérios para
transtorno por uso de álcool terem sido
preenchidos anteriormente, nenhum dos
critérios para transtorno por uso de álcool foi
preenchido durante um período mínimo de três
meses, porém inferior a 12 meses (com exceção
de que o Critério A4, “Fissura ou um forte desejo
ou necessidade de usar álcool”, ainda pode
ocorrer).
Em remissão sustentada: Após todos os critérios
para transtorno por uso de álcool terem sido
satisfeitos anteriormente, nenhum dos critérios
para transtorno por uso de álcool foi satisfeito
em qualquer momento durante um período igual
ou superior a 12 meses (com exceção de que o
Critério A4, “Fissura ou um forte desejo ou
necessidade de usar álcool”, ainda pode
ocorrer).
Transtorno por uso de Cannabis
Critérios diagnósticos
A. Um padrão problemático de uso de Cannabis,
levando a comprometimento ou sofrimento
clinicamente
significativos, manifestado por pelo menos dois
dos seguintes critérios, ocorrendo durante um
período de 12 meses:
1. Cannabis é frequentemente consumida em
maiores quantidades ou por um período mais
longo do que o pretendido.
2. Existe um desejo persistente ou esforços mal
sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o
uso de Cannabis.
3. Muito tempo é gasto em atividades
necessárias para a obtenção de Cannabis, na
utilização de Cannabis ou na recuperação de
seus efeitos.
4. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de
usar Cannabis.
5. Uso recorrente de Cannabis, resultando em
fracasso em desempenhar papéis importantes
no trabalho, na escola ou em casa.
6. Uso continuado de Cannabis, apesar de
problemas sociais ou interpessoais persistentes
ou recorrentes causados ou exacerbados pelos
efeitos da substância.
7. Importantes atividades sociais, profissionais
ou recreacionais são abandonadas ou
reduzidas em virtude do uso de Cannabis.
8. Uso recorrente de Cannabis em situações nas
quais isso representa perigo para a integridade
física.
9. O uso de Cannabis é mantido apesar da
consciência de ter um problema físico ou
psicológico persistente ou recorrente que tende
a ser causado ou exacerbadopela substância.
10. Tolerância, definida por qualquer um dos
seguintes aspectos:
a. Necessidade de quantidades
progressivamente maiores de Cannabis para
atingir a intoxicação ou o efeito desejado.
b. Efeito acentuadamente menor com o uso
continuado da mesma quantidade de Cannabis.
Especificar se:
Em remissão inicial: Após todos os critérios para
transtorno por uso de Cannabis terem sido
preenchidos anteriormente, nenhum dos
critérios para transtorno por uso de Cannabis foi
preenchido
durante um período mínimo de três meses,
porém inferior a 12 meses (com exceção de que
o Critério A4, “Fissura ou um forte desejo ou
necessidade de usar Cannabis”, ainda pode
ocorrer).
Em remissão sustentada: Após todos os critérios
para transtorno por uso de Cannabis terem sido
preenchidos anteriormente, nenhum dos
critérios para transtorno por uso de Cannabis foi
preenchido em nenhum momento durante um
período igual ou superior a 12 meses (com
exceção de que o Critério A4, “Fissura ou um
forte desejo ou necessidade de usar Cannabis ”,
ainda pode ocorrer).
Especificar se:
Em ambiente protegido: Este especificador
adicional é usado se o indivíduo encontra-se em
um ambiente no qual o acesso a Cannabis é
restrito.
Lara Mendonça P6
Transtornos relacionados a estimulantes
Critérios diagnósticos
A. Um padrão de uso de substância tipo
anfetamina, cocaína ou outro estimulante
levando a comprometimento ou sofrimento
clinicamente significativo, manifestado por pelo
menos dois dos seguintes critérios, ocorrendo
durante um período de 12 meses:
1. O estimulante é frequentemente consumido em
maiores quantidades ou por um período mais
longo do que o pretendido.
2. Existe um desejo persistente ou esforços mal
sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o
uso de estimulantes.
3. Muito tempo é gasto em atividades
necessárias para a obtenção do estimulante, em
utilização, ou na recuperação de seus efeitos.
4. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de
usar o estimulante.
5. Uso recorrente de estimulantes resultando em
fracasso em cumprir obrigações importantes no
trabalho, na escola ou em casa.
6. Uso continuado de estimulantes apesar de
problemas sociais ou interpessoais persistentes
ou recorrentes causados ou exacerbados pelos
efeitos do estimulante.
7. Importantes atividades sociais, profissionais
ou recreacionais são abandonadas ou
reduzidas em virtude do uso de estimulantes.
8. Uso recorrente de estimulantes em situações
nas quais isso representa perigo para a
integridade física.
9. O uso de estimulantes é mantido apesar da
consciência de ter um problema físico ou
psicológico persistente ou recorrente que tende
a ser causado ou exacerbado pelo estimulante.
10. Tolerância, definida por qualquer um dos
seguintes aspectos:
a. Necessidade de quantidades
progressivamente maiores do estimulante para
atingir a intoxicação ou o efeito desejado.
b. Efeito acentuadamente menor com o uso
continuado da mesma quantidade do
estimulante.
Nota: Este critério não é considerado em
indivíduos cujo uso de medicamentos
estimulantes se dá unicamente sob supervisão
médica adequada, como no caso de medicação
para transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade ou narcolepsia.
11. Abstinência, manifestada por qualquer dos
seguintes aspectos:
a. Síndrome de abstinência característica para o
estimulante (consultar os Critérios A e B do
conjunto de critérios para abstinência de
estimulantes, p. 569).
b. O estimulante (ou uma substância
estreitamente relacionada) é consumido para
aliviar ou evitar os sintomas de abstinência.
Nota: Este critério é desconsiderado em
indivíduos cujo uso de medicamentos
estimulantes se dá unicamente sob supervisão
médica adequada, como no caso de medicação
para transtorno de déficit de
atenção/hiperatividade ou narcolepsia.
Transtorno por uso de tabaco
Critério diagnóstico
A. Um padrão problemático de uso de tabaco,
levando a comprometimento ou sofrimento
clinicamente significativo, manifestado por pelo
menos dois dos seguintes critérios, ocorrendo
durante um período de 12 meses:
1. Tabaco é frequentemente consumido em
maiores quantidades ou por um período mais
longo do que o pretendido.
2. Existe um desejo persistente ou esforços mal
sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o
uso de tabaco.
3. Muito tempo é gasto em atividades
necessárias para a obtenção ou uso de tabaco.
4. Fissura ou um forte desejo ou necessidade de
usar tabaco.
5. Uso recorrente de tabaco resultando em
fracasso em cumprir obrigações importantes no
trabalho, na escola ou em casa (p. ex.,
interferência no trabalho).
6. Uso continuado de tabaco apesar de
problemas sociais ou interpessoais persistentes
Lara Mendonça P6
ou recorrentes causados ou exacerbados pelos
seus efeitos (p. ex., discussões com os outros
sobre o uso de tabaco).
7. Importantes atividades sociais, profissional ou
recreacionais são abandonadas ou reduzidas
em virtude do uso de tabaco.
8. Uso recorrente de tabaco em situações nas
quais isso representa perigo para a integridade
física (p. ex., fumar na cama).
9. O uso de tabaco é mantido apesar da
consciência de ter um problema físico ou
psicológico persistente ou recorrente que tende
a ser causado ou exacerbado por ele.
10. Tolerância, definida por qualquer um dos
seguintes aspectos:
a. Necessidade de quantidades
progressivamente maiores de tabaco para
atingir o efeito desejado.
b. Efeito acentuadamente menor com o uso
continuado da mesma quantidade de tabaco.
11. Abstinência, manifestada por qualquer dos
seguintes aspectos:
a. Síndrome de abstinência característica de
tabaco (consultar os Critérios A e B do conjunto
de critérios para abstinência de tabaco).
b. Tabaco (ou uma substância estreitamente
relacionada, como nicotina) é consumido para
aliviar ou evitar os sintomas de abstinência.
O transtorno por uso de tabaco é comum entre
indivíduos que fazem uso de cigarros e outras
formas de tabaco diariamente e incomum entre
os que não fazem uso diário ou que usam
medicamentos com nicotina. A tolerância ao
tabaco é exemplificada pelo desaparecimento
da náusea e da tontura após o consumo
repetido e com um efeito mais intenso do tabaco
na primeira utilização do dia. A interrupção do
uso de tabaco pode produzir uma síndrome de
abstinência bem definida.
Muitos indivíduos com transtorno por uso de
tabaco utilizam-no para aliviar ou para evitar os
sintomas de abstinência (p. ex., ao saírem de
uma situação na qual o uso é restrito). Muitos
que usam tabaco apresentam doenças ou
sintomas físicos relacionados à substância e
continuam a fumar.
A grande maioria relata fissura pela substância
quando deixam de fumar por várias horas.
Gastar uma grande quantidade de tempo
usando o tabaco pode ser exemplificado por
fumar um cigarro atrás do outro, sem intervalos.
Como as fontes de tabaco são de fácil acesso e
lícitas, e como a intoxicação por nicotina é muito
rara, gastar muito tempo na tentativa de obter
tabaco ou de recuperar se de seus efeitos é
incomum.
2. Compreender o mecanismo de ação das
principais drogas psicotrópicas e
conhecer os efeitos imediatos causados
por elas.
Álcool
É a principal substância lícita responsável por
abuso ou dependência. Em geral, seus efeitos
são devastadores sobre o organismo como um
todo, pois além de sua ação sobre o sistema
nervoso central (SNC) age sobre os sistemas
nervoso periférico, cardiovascular e outros.
O álcool é metabolizado principalmente pelo
fígado em duas etapas. Na primeira, a ação da
Lara Mendonça P6
álcool desidrogenase converte o ál- cool a
acetaldeído; na segunda, esse acetaldeído é
convertido a acetato pela aldeído
desidrogenase. A taxa de metabolização do
álcool é de 7 g por hora.
Neurobiologia
Age sobre múltiplos sistemas de
neurotransmissores no SNC, predominantemente
GABA (principal sistema inibidor do cérebro),
NMDA (principal sistema excitatório do cérebro),
serotonina e dopamina.
O paciente dependente de álcool desenvolve
cronicamente deficiência das vitaminas do
complexo B, sobretudo de tiamina. Em quadro de
abstinência, é fundamental que a tiamina seja
reposta por viaintramuscular para se evitar
agravamento da condição
Cocaína
Inibe a recaptação de dopamina, noradrenalina
e serotonina na fenda sináptica.
A substância apresenta distintas vias de uso e
diferentes apresentações.
Suas principais vias de utilização são:
1. Injetável (o pó ou a pedra são diluídos
em algum sol- vente e consumidos
endovenosamente)
2. Inalada (é utilizado o pó, que apresenta
pureza variável). 3. Fumada (é utilizada a
pedra de crack ou a pasta). 4. Ingerida
Tem alto potencial adictivo e dentre os efeitos
que os pacientes relatam, quando em pequenas
doses, destacam-se:
→ Intensa sensação de bem-estar
→ Euforia
→ Taquicardia
→ Redução do apetite
→ Ideação grandiosa
→ Aumento da autoconfiança
→ Aumento da libido
O aumento da dose leva a quadros de
intoxicação mais graves e a sintomas de outra
ordem, como, por exemplo, ideação persecutória,
ansiedade, irritabilidade e confusão mental.
Quando a cocaína é utilizada em associação
com o álcool, a hidrólise normal da cocaína para
o seu subproduto, a benzoilecgonina, é inibida.
Uma parte da cocaína passa por
transesterificação microssomal e é convertida ao
cocaetileno (Andrews, 1997), subs- tância com
ação muito semelhante à cocaína, mas com
potencial cardiotóxico maior, porque promove o
aumento da vasoconstrição (O’Leary, 2002).
Cabe destacar que o uso de cocaína pode ser
responsável por até 25% dos casos de infarto
agudo do miocárdio entre pacientes na faixa
etária de 18 a 45 anos (Weber et al., 2003), sendo
essa a princi- pal complicação cardiovascular do
uso da substância (Vandhuick et al., 2004).
Outras complicações relacionadas ao uso
crônico dizem respeito a quadros convulsivos,
perda de peso, deficiências vitamínicas,
descuido pessoal importante.
No Brasil, a forma fumada (crack) é a causa de
grande preocupação. O crack leva a níveis
séricos da substância ativa mais rápidos do que
a forma injetável, por evitar a circulação
pulmonar, produzindo efeito em poucos
segundos. Sua associação com a crimina-
lidade é alta, e a sobrevida média de um usuário
de crack é de cerca de quatro anos
Maconha
O princípio ativo da maconha é o Δ-9
tetraidrocanabinol, um dos sessenta
canabinóides existentes na planta.
Há dois tipos de receptores para canabinóides,
o CB-1, localizado no SNC e o CB-2, localizado no
sistema imune. O Δ-9 tetraidrocanabinol se liga
a receptores tipo CB-1 e produz seus efei- tos via
inibição da liberação de neurotransmissores,
por reduzir o influxo de Ca2+ pré-sináptico.
Os efeitos descritos pelo usuário de maconha
são:
→ Discreta elação
→ Sensação de relaxamento
Lara Mendonça P6
→ Alterações perceptivas e sensoriais
(particularmente a sons e cores)
→ Desintegração temporal (o tempo parece se
tornar mais lento)
→ Aumento do apetite
→ Boca seca.
O uso em grande quantidade, sobretudo em
usuários pesados que interrompem o consumo
por algum tempo, pode precipitar crises de
pânico.
Apesar de o DSM-IV não caracterizar síndrome
de abstinência, os usuários pesados descrevem
intensa sensação de mal-estar, insônia, dores
musculares e inquietação, quando param de
usar a cannabis, quadro que poderia vir a
caracterizar síndrome de abstinência à
substância. Ainda não há tratamento
plenamente aceito para tal síndrome (Hart,
2005).
É importante salientar que a maconha, apesar
do baixo potencial adictivo, pode causar
dependência, chegando a preencher critérios
tanto da CID-10 como do DSM-IV.
Parece que a maconha pode reagudizar quadros
psicóticos em pacientes em tratamento por
transtornos esquizofrênicos (Tre�ert, 1978),
contudo, não há evidências de que a maconha
possa precipitar quadros psicóticos em
indivíduos suscetíveis.
Outro transtorno mental relacionado ao uso de
maconha, no entanto controverso, é a síndrome
amotivacional.
Nicotina
Neurobiologia
A principal substância responsável pela
dependência do tabaco é a nicotina, que age
ativando receptores colinérgicos, liberando
acetilcolina, dopamina, serotonina,
noradrenalina e β- endorfina.
Geralmente, o hábito de fumar inicia-se em
idade precoce, por pressão do grupo social ou
curiosidade (Lynch; Bonnie, 1994). Cerca de um
terço dos indivíduos que experimentam o tabaco
se torna dependente (McNeil, 1991), o que indica
o altíssimo potencial de desenvolvimento de
dependência da substância.
Uma vez estabelecida a síndrome de
dependência, seu tratamento requer
abordagens medicamentosas e psicoterápicas
específicas.
Entre os problemas secundários associados ao
uso do tabaco podemos destacar:
• Aumento da incidência de câncer
pulmonar
• Aumento da incidência de câncer de
orofaringe
• Aumento da incidência de câncer de
bexiga
• Fator de risco para doenças vasculares
em geral (infarto agudo do miocárdio, AVC,
vasculites)
• Aumento da incidência de doença
pulmonar obstrutiva crônica, em particular, o
enfisema pulmonar.
3. Discutir fatores epidemiológicos e o
impacto social do uso de crack no brasil
e no mundo (ver dependência como
problema de saúde)
4. Conhecer o tratamento farmacológico e
não farmacológico da dependência
química
Tratamento álcool
O tratamento consiste em reposição
vitamínica (particularmente tiamina
injetável) e hirdreletrolítica e uso de
benzodiazepínicos (diazepam ou
lorazepam) por via oral. Na maior parte
das vezes, o tratamento da síndrome de
abstinência não-complicada é
ambulatorial.
A síndrome de Wernicke é o quadro
neurológico composto por
oftalmoplegia, confusão mental, ataxia e
nistagmo. Se não for tratada, seu índice
de mortalidade é de 15%.
O tratamento consiste, basicamente, em
doses altas de tiamina intramuscular e
por via oral. A síndrome de Wernicke e o
Lara Mendonça P6
delirium tremens são condições que
exigem intervenção de emergência e
necessitam de internação imediata.
Caso não seja abordada
adequadamente, a síndrome de
Wernicke pode evoluir para quadro
amnéstico de intensa gravidade, a
síndrome de Korsako�.
A síndrome de Korsako� é caracterizada
por amnésia anterógrada
(impossibilidade de formar novas
memórias), amnésia retrógrada (perda
de memórias previamente formadas),
déficits cognitivos e distração.
Entretanto, contrariamente a outros
transtornos amnésticos, a função
intelectual está preservada.
Há ainda outro tipo de demência
induzida por álcool, que não se
relaciona às deficiências vitamínicas,
que incide em cerca de 9% dos
pacientes (Evert; Oscar-Beman, 1995).
Trata-se de déficit de memória
combinado com afasia, apraxia,
agnosia e prejuízo das funções
executivas. Alterações da
personalidade, irritabilidade e leve
transtorno amnéstico em indivíduo com
história de alcoolismo, porém
abstinente, são sintomas precoces
sugestivos deste transtorno amnéstico
persistente relacionado ao álcool.
Tratamentos específicos para a
dependência
Hoje em dia existem várias formas de
tratamentos farmacológicos específicos
para a dependência de álcool. Dentre as
novas modalidades terapêuticas, cabem
ser citadas:
O naltrexona, antagonista opióide com
ação em receptores μ, mostrou-se eficaz
no controle da fissura de pacientes com
dependência de álcool. Contudo,
apresenta melhor resposta inicial e
resposta um pouco ruim na manutenção
da abstinência.
O acamprosato, que tem ação sobre o
glutamato, é particularmente eficaz em
pacientes que apresentam fissura
intensa e voltam a beber devido a
reforço negativo (Adolorato et al., 2005).
A associação entre naltrexona e
acamprosato mostra bons índices de
redução da fissura e manutenção da
abstinência.
O topiramato, anticonvulsivante com
ação em GABA e glutamato, apresenta
boa resposta no tratamento da fissura
(Volkow; Li, 2005).
O dissulfiram é hoje considerado uma
substância de segunda linha no
tratamento do alcoolismo. Seu
mecanismo de ação está relacionado ao
bloqueio do álcool desidrogenase,
levando ao acúmulo de acetaldeído,
substância extremamente tóxica,
subproduto da metabolização do álcool.
O acetaldeído provoca rapidamente
rubor facial, náusea, vômito,
taquicardia; em casos mais graves,
podem ocorrer infarto do miocárdio,
depressão respiratória, convulsões e
morte. Pode ser utilizado em situações
nas quais o pacienteesteja mobilizado
em relação a seu tratamento, bem
informado sobre o risco do uso de álcool
na presença do dissulfiram e bem
assistido por sua família.
Dentre as substâncias em fase de teste
para o tratamento da dependência de
álcool, cabe citar o ondansentron,
antagonista 5-HT3, que parece
promissor.
Tratamento cocaína
Não há tratamento universalmente
aceito para a dependência de cocaína.
Contudo, os avanços nos campos de
pesquisa são promissores.
Classicamente, os antidepressivos
inibidores da recaptação de serotonina
podem reduzir a fissura dos pacientes,
Lara Mendonça P6
com resultados não muito consistentes.
A bupropiona e a trazodona, também
antidepressivos, podem reduzir os
sintomas de abstinência.
Os novos estudos indicam que o
baclofen, agonista de GABA- B, parece
ser útil, por reduzir a liberação de
dopamina induzida pela cocaína na
concha do NAc (Volkow; Li, 2005).
γ Vinyl GABA (GVG), ainda em estudos
preliminares, parece ser promissor, com
eficácia terapêutica no tratamento da
depen- dência de cocaína.
A BP 897, um ligante D3 específico, que
ainda se encontra em fase de testes,
necessitando de estudos em humanos,
aparentemente apresentou eficácia em
roedores e macacos.
O modafinil também poderá ser uma
substância promissora no futuro
(Volkow; Li, 2005).
Tratamento de maconha
Até há pouco tempo não havia
tratamento específico para a síndrome
de dependência de cannabis, contudo,
novas pesquisas tendem a modificar
esse perfil.
Ainda em fase experimental para o
tratamento desta dependência, o
SA141716A (Rimonabant), antagonista
seletivo de receptores CB-1 (De Vries et
al., 2005), parece ser promissor na
manu- tenção da abstinência da
maconha (Volkow; Li, 2005).
Estudos realizados com topiramato
também indicam que este seja um
fármaco promissor no tratamento da
dependência de maconha.
Tratamento de nicotina
O tratamento da dependência de
nicotina inclui o uso de adesivos de
nicotina, com o objetivo de redução da
fissura, e a utilização do antidepressivo
bupropiona, que, por sua ação no
sistema nervoso central, mimetiza a
ação da nicotina, reduzindo ainda mais
a fissura e permitindo a manutenção da
abstinência.
Reações de despersonalização e
angústia intensa não são raras quando
da suspensão do fumo, o que pode
requerer associação de outros
antidepressivos para tratar até mesmo
quadros depressivos associados.
O manejo psicoterápico de suporte é
importante no processo de manutenção
da abstinência.
Aparentemente o Rimonabant (De Vries;
Scho�elmeer, 2005) reduz a fissura na
abstinência de nicotina, mas seu uso
para o tratamento dessa dependência
ainda não foi aprovado pela FDA.
5. Caracterizar os transtornos de
personalidade e os critérios
diagnósticos pelo DSM- V ( CITAR
TODOS E aprofundar NO BORDERLINE).
Este capítulo inicia-se com uma definição geral
de transtorno da personalidade que se aplica a
cada um dos 10 transtornos da personalidade
específicos. Um transtorno da personalidade é
um padrão persistente de experiência interna e
comportamento que se desvia acentuadamente
das expectativas da cultura do indivíduo, é
difuso e inflexível, começa na adolescência ou
no início da fase adulta, é estável ao longo do
tempo e leva a sofrimento ou prejuízo.
O DSM-IV descreve os transtornos de
personalidade em três agrupamentos (clusters),
contendo dez transtornos específicos da
personalidade. O primeiro compreende as
personalidades paranóide, esquizóide e
esquizotípica, caracterizadas por apresentarem
comportamentos estranhos ou excêntricos
(Cluster A). As personalidades anti-social,
borderline, histriônica e narcisista são
agrupadas devido à dramaticidade, labilidade e
instabilidade (Cluster B). Por fim, o terceiro cluster
Lara Mendonça P6
é formado pelas personalidades ansiosas e
temerosas, tais como personalidade
dependente, esquiva e obsessivo-compulsiva
(Cluster C). O grupo de transtornos de persona-
lidade sem outra especificação inclui o
transtorno de personalida- de depressiva e o de
personalidade passivo-agressiva assim como
transtornos de personalidade que não
satisfazem critérios para trans- torno de
personalidade específico
• Transtorno da personalidade paranoide é um
padrão de desconfiança e de suspeita tamanhas
que as motivações dos outros são interpretadas
como malévolas.
• Transtorno da personalidade esquizoide é um
padrão de distanciamento das relações sociais
e uma faixa restrita de expressão emocional.
• Transtorno da personalidade esquizotípica é
um padrão de desconforto agudo nas relações
íntimas, distorções cognitivas ou perceptivas e
excentricidades do comportamento.
• Transtorno da personalidade antissocial é um
padrão de desrespeito e violação dos direitos
dos outros.
• Transtorno da personalidade borderline é um
padrão de instabilidade nas relações
interpessoais, na autoimagem e nos afetos, com
impulsividade acentuada.
• Transtorno da personalidade histriônica é um
padrão de emocionalidade e busca de atenção
em excesso.
• Transtorno da personalidade narcisista é um
padrão de grandiosidade, necessidade de
admiração e falta de empatia.
• Transtorno da personalidade evitativa é um
padrão de inibição social, sentimentos de
inadequação e hipersensibilidade a avaliação
negativa.
• Transtorno da personalidade dependente é um
padrão de comportamento submisso e apegado
relacionado a uma necessidade excessiva de ser
cuidado.
• Transtorno da personalidade
obsessivo-compulsiva é um padrão de
preocupação com ordem, perfeccionismo e
controle.
• Mudança de personalidade devido a outra
condição médica é uma perturbação persistente
da personalidade entendida como decorrente
dos efeitos fisiológicos diretos de uma condição
médica (p. ex., lesão no lobo frontal).
• Outro transtorno da personalidade
especificado e transtorno da personalidade não
especificado são categorias utilizadas para
duas situações:
1) o padrão da personalidade do indivíduo
atende aos critérios gerais para um transtorno
da personalidade, estando presentes traços de
vários transtornos da personalidade distintos,
mas os critérios para qualquer um desses
transtornos específicos não são preenchidos; ou
2) o padrão da personalidade do indivíduo
atende aos critérios gerais para um transtorno
da personalidade, mas considera-se que ele
tenha um transtorno da personalidade que não
faz parte da classificação do DSM-5 (p. ex.,
transtorno da personalidade passivo-agressiva).
Transtorno da personalidade Borderline
Critérios diagnósticos
Um padrão difuso de instabilidade das relações
interpessoais, da autoimagem e dos afetos e de
impulsividade acentuada que surge no início da
vida adulta e está presente em vários contextos,
conforme indicado por cinco (ou mais) dos
seguintes:
1. Esforços desesperados para evitar abandono
real ou imaginado. (Nota: Não incluir
comportamento suicida ou de automutilação
coberto pelo Critério 5.)
Lara Mendonça P6
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais
instáveis e intensos caracterizado pela
alternância entre extremos de idealização e
desvalorização.
3. Perturbação da identidade: instabilidade
acentuada e persistente da autoimagem ou da
percepção de si mesmo.
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas
potencialmente autodestrutivas (p. ex., gastos,
sexo, abuso de substância, direção
irresponsável, compulsão alimentar). (Nota: Não
incluir comportamento suicida ou de
automutilação coberto pelo Critério 5.)
5. Recorrência de comportamento, gestos ou
ameaças suicidas ou de comportamento
automutilante.
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada
reatividade de humor (p. ex., disforia episódica,
irritabilidade ou ansiedade intensa com duração
geralmente de poucas horas e apenas
raramente de mais de alguns dias).
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade
em controlá-la (p. ex., mostras frequentes de
irritação, raiva constante, brigas físicas
recorrentes).
9. Ideação paranóide transitória associada a
estresse ou sintomas dissociativos intensos

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