Processos e Aprendizagens no Contexto Contemporâneo

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Disciplina: Processos e Aprendizagens no Contexto Contemporâneo 
Autores: Esp. Eliana Nunes Maciel Bastos 
Revisão de Conteúdos: Esp. Alexandre Kramer Morgenterm 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Eliana Nunes Maciel Bastos 
 
 
 
 
 
Processos e Aprendizagens no 
Contexto Contemporâneo 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Revisão de Conteúdos 
Alexandre Kramer Morgenterm 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
BASTOS, Eliana Nunes Maciel. 
Processos e Aprendizagens no Contexto Contemporâneo / Eliana Nunes 
Maciel Bastos. – Curitiba: Editora São Braz, 2019. 
60 p. 
ISBN: 978-85-5475-386-3 
1.Aprendizagem. 2. Ferramentas. 3. Possibilidades. 
Material didático da disciplina de Processos e Aprendizagens no Contexto 
Contemporâneo – Faculdade São Braz (FSB), 2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
 
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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
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comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
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de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Prefácio ..................................................................................................... 06 
Aula 1 – Processos de aprendizagem no cotidiano contemporâneo e uma 
reflexão acerca da Pedagogia Waldorf....................................................... 
 
07 
Apresentação da Aula 1 ............................................................................ 07 
 1.1 – Inferências acerca dos processos de aprendizagem no contexto 
contemporâneo.......................................................................................... 
 
07 
 1.2 – Reflexão acerca da Pedagogia Waldorf...................................... 11 
Conclusão da Aula 1 ................................................................................ 19 
Aula 2 – Modelo Educacional de Reggio Emília na Itália............................. 20 
Apresentação da Aula 2 ............................................................................. 20 
 2.1 Modelo Educacional de Reggio Emília........................................... 20 
 2.2 Na perspectiva de outros pensadores/pedagogos........................ 27 
Conclusão da Aula 2 ................................................................................. 31 
Aula 3 – Educação Sistêmica .................................................................... 31 
Apresentação da aula 3 ............................................................................. 31 
 3.1 Educação Sistêmica – Bert Hellinger ........................................... 32 
 3.2 Constelação familiar – Bert Hellinger............................................. 38 
Conclusão da Aula 3 ................................................................................ 44 
Aula 4 Ferramentas Sistêmicas.................................................................. 45 
Apresentação da aula 4 ............................................................................. 45 
 4.1 Introdução às ferramentas Sistêmicas.......................................... 45 
 4.2 Educação Sistêmica e suas possibilidades ................................. 55 
Conclusão da Aula 4 ................................................................................. 56 
Conclusão da disciplina .................................................................... 57 
Índice Remissivo ...................................................................................... 58 
Referências ............................................................................................... 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Prefácio 
 
Prezado (a) estudante, na disciplina: Processos e Aprendizagens no 
Contexto Contemporâneo serão abordados aspectos de exemplos mundiais 
sobre a prática educacional, a fim de que possamos refletir acerca de mudanças 
necessárias nas nossas ambiências educativas buscando a realização de um 
trabalho que esteja voltado para a formação integral da pessoa humana. 
No primeiro encontro serão discutidos aspectos gerais sobre os processos 
de aprendizagem no cotidiano contemporâneo e uma reflexão acerca da 
Pedagogia Waldorf, exemplo belíssimo da educação mundial que trouxe 
esperança a um local na Europa depois da 1ª Guerra Mundial. A teoria dessa 
abordagem pedagógica está fundamentada nos ideários do filósofo Rudolf 
Steiner. 
Na segunda aula, o Modelo Educacional de Reggio Emília na Itália estará 
no centro da nossa discussão/reflexão. A figura do Pedagogo Loris Malaguzzi é 
fundamental no discorrer dos fatos que fazem essa história. 
No terceiro encontro sublinhar-se-á a teoria da Educação Sistêmica 
centrada no ideário de Bert Hellinger, o alemão que viveu muito tempo na África, 
estudando e vivenciando a cultura daquele povo, trazendo uma nova perspectiva 
para a educação mundial sob uma ótica sistêmica de toda a organização de vida 
no humano. 
Por fim, no último momento de aula será dado continuidade à discussão 
sobre a Educação Sistêmica, porém, apresentando as ferramentas sistêmicas 
necessárias para desenvolver metodologias didáticas dentro do sistema escolar, 
que contribuam com eficácia para o desenvolvimento pleno da pessoa humana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Aula 1 – Processos de aprendizagem no cotidiano contemporâneo e uma 
reflexão acerca da Pedagogia Waldorf 
 
Apresentação da aula 1 
 
Neste primeiro encontro serão feitos apontamentos interessantes a 
respeito dos processos de aprendizagens que acontecem e/ou devem acontecer 
no chão da escola na contemporaneidade, trazendo a Pedagogia Waldorf como 
uma inspiração a ser considerada, atualmente, para estimular as práticas 
educativas frente a tantas adversidades do mundo vigente. 
 
1.1 Inferências acerca dos processos de aprendizagem no contexto 
contemporâneo 
 
A reflexão acerca dos processos de aprendizagens que são propostos nos 
contextos educativos da contemporaneidade deve perpassar pela preocupação 
ou objetivo central de uma formação integral do sujeito educando, nessa 
perspectiva, questões devem ser elencadas para orientar ações que possam, 
veementemente, convergir com os anseios de propiciar aos partícipes do mundo 
educacional processos significativosde aprendizagens, os quais contribuam 
para a concretização de ambiências sociais menos desumanas. 
Acredita-se que na contemporaneidade educativa devem ser sublinhadas 
questões como: o que pretendemos com tais processos de aprendizagens? 
Quais serão as possibilidades de desenvolvimento que este processo de ensino 
propiciará ao educando? 
O ato de pensar sobre os desafios educativos requer esforço ético dos 
docentes, os quais exercem tal postura entendendo que a sua prática exige 
ação-reflexão-ação (práxis), pois o mundo educacional está envolto de um difuso 
e complexo processo de mudanças, mediante as interações tecnológicas, por 
exemplo, que influenciam exacerbadamente os comportamentos dos sujeitos 
participantes dos espaços escolares. 
O professor precisa flexibilizar o acesso às aprendizagens por meio de 
instrumentos didáticos que possibilitem maiores interações dos educandos na 
 
 
8 
 
busca por compreensões mais concretas e inovadoras diante dos objetos de 
estudo, tudo isso envolto a muito diálogo, o qual propicie a liberdade de todos os 
partícipes no contexto educacional, afinal a educação deve propiciar um 
aprendizado libertador, que prepare o sujeito para atuar em seus mundos de 
vivência com autonomia para que, veementemente, seja um dissipador de 
mudanças em seus contextos de vida. 
 
Flexibilização dos processos de aprendizagens 
Fonte: https://img.freepik.com/vetores-gratis/conceito-de-webinar-isometrico-com-a-cla 
sse_23-2147772940.jpg?size=338&ext=jpg 
 
A flexibilização dos processos de aprendizagens está, por exemplo, nas 
atitudes de: organizar as carteiras na sala de aula em círculo, utilizar músicas 
para harmonizar o ambiente didático, planejar aulas na área externa da escola, 
utilizar livros para interagir com os conteúdos abordados mediante momentos 
lúdicos de leitura com os educandos, fazer teatros com os estudantes, organizar 
trabalhos em grupos, fazer debates sobre assuntos do interesse dos educandos, 
etc. Esses e outros exemplos de atitudes mais lúdicas para e no ato de ensinar 
são imprescindíveis para que os processos de aprendizagens sejam mais 
relevantes, sendo assim, é possível considerar que as aprendizagens sejam 
constituídas de maneira significativa, conduzindo os educandos a caminhos 
repletos de maiores e melhores possibilidades de desenvolvimento pleno como 
pessoas humanas. 
“Neste contexto de profunda mudança ideológica, cultural, social e 
profissional aponta-se a educação como o cerne do desenvolvimento da pessoa 
humana e da sua vivência na sociedade…” Essa afirmação da autora Alarcão 
https://img.freepik.com/vetores-gratis/conceito-de-webinar-isometrico-com-a-classe_23-2147772940.jpg?size=338&ext=jpg
https://img.freepik.com/vetores-gratis/conceito-de-webinar-isometrico-com-a-classe_23-2147772940.jpg?size=338&ext=jpg
 
 
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corrobora com todo o discorrer a respeito da postura que o docente deve obter 
na atualidade, a fim de consolidar um processo educacional qualitativo frente ao 
desenvolvimento integral dos estudantes, assim a autora continua o seu pensar 
inferindo que a: “sociedade da qual se espera um desenvolvimento econômico 
acrescido de uma melhor qualidade de vida.” (ALARCÃO, 2001, p. 10). 
 Portanto, aprimorar os processos de aprendizagens é relevante, a fim de 
que haja melhores e maiores condições para que os sujeitos se desenvolvam 
integralmente, pois as pessoas precisam ser preparadas para conviverem na 
sociedade contemporânea com eficácia, enfrentando todas as mudanças 
cotidianas com criatividade e flexibilidade, interagindo com maestria frente aos 
seus contextos de vivência e intervindo assim em seus meios sociais e políticos, 
afinal a educação deve capacitar pessoas para mudarem seus mundos, 
tornando-os ambiências menos desiguais. 
 
Para Refletir 
Um conjunto de fatores como desenvolvimento tecnológico, 
a globalização, a competitividade do mercado, o efêmero 
interesse pelo produto instalado em uma sociedade de 
consumo levaram as organizações empresariais e industriais 
a conceitualizar estratégias para enfrentar os grandes 
desafios que passaram a ser colocados a elas. 
Curiosamente, esse movimento veio pôr em destaque a 
relevância das pessoas como o maior dos recursos. 
Percebeu-se a importância da sua formação, da atualização 
dos seus conhecimentos, de desenvolvimento das suas 
capacidades, do seu potencial de trabalho em equipe, da 
participação ativa como motivação mobilizadora. A 
participação nas decisões, o direito à palavra, a capacidade 
de responsabilização e avaliação foram assumidos como 
imprescindíveis. Simultaneamente, o desenvolvimento 
científico dos conhecimentos sobre gestão permitiu 
sistematizar um conjunto de características próprias de uma 
organização dinâmica, aberta e flexível. 
(ALARCÃO, 2001, p. 28) 
 
Pensar para transformar os processos de aprendizagens, fazendo que em 
tais momentos os sujeitos tenham oportunidades de crescimentos integrais em 
seus contextos de vida, é, sobretudo, como o docente contemporâneo preocupa-
 
 
10 
 
se com o desenvolvimento do outro, do seu semelhante, cooperando para que 
este tenha verdadeiras condições críticas de participar de seus mundos de 
vivência com brilhantismo. 
As palavras de Freire inspiram esta reflexão: “Não há educação sem 
amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os 
seres inacabados não pode educar...”. Sendo assim, o pensar nos processos de 
aprendizagens contemporâneos requer amorosidade, ou seja, o docente tem 
que amar a sua prática, entendendo que no seu cotidiano lida com vidas, e estas 
são imprescindíveis na feitura de um mundo que seja menos desigual ou injusto. 
Ainda sublinhando as palavras de Freire:”... Não há educação imposta, como 
não há amor imposto. Quem não ama não compreende o próximo, não o 
respeita.” (FREIRE, 1979, p. 29). 
 
Importante 
Cabe à educação do futuro cuidar para que a ideia de unidade 
da espécie humana não apague a ideia de diversidade, e que a 
da sua diversidade não apague a da unidade. Há uma unidade 
humana. Há uma diversidade humana. A unidade não está 
apenas nos traços biológicos da espécie homo sapiens. A 
diversidade não está apenas nos traços psicológicos, culturais, 
sociais do ser humano. Existe também diversidade 
propriamente biológica no seio da unidade humana; não apenas 
existe unidade cerebral, mas mental, psíquica, afetiva, 
intelectual, além disso, as mais diversas culturas e sociedade 
têm princípios geradores ou organizacionais comuns. É a 
unidade humana que traz em si os princípios de suas múltiplas 
diversidades. Compreender o humano é compreender sua 
unidade na diversidade, sua diversidade na unidade. É preciso 
conceber a unidade do múltiplo, a multiplicidade do uno. 
(MORIN, 2000, p. 49, 50) 
 
Contudo, o pensar e agir de maneira inovadora no fazer educativo e nos 
contextos contemporâneos é estar engajado diariamente em realizar atitudes 
educacionais que interfiram com eficácia na vida dos estudantes, estimulando 
estes a se desenvolverem de forma integral, tendo como objetivo final a utopia 
de transformar vidas humanas por meio da educação. 
 
 
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A educação contemporânea exige a postura de um docente pertinaz, que, 
incansavelmente, elabora e reelabora estratégias para lidar com as 
especificidades dos seus estudantes, fazendo com que estes sintam-se 
valorizados e capazes de constituírem conhecimentos úteis para suas 
caminhadas autônomas na e para a vida. 
 
Vocabula rio 
Pertinaz: sujeito que expressa ou demonstra muita 
persistência, perseverança, determinação, obstinação. 
 
 
1.2 Reflexão acerca da Pedagogia Waldorf 
A Pedagogia Waldorf é fundada com princípios próprios, eis aí sua grande 
singularidade, diante de um caos que estava o mundo alemão com o final da 
Primeira Guerra Mundial, pessoas descontentes com a humanidade, tristeza 
geral em considerar o mundo e suas especificidades para o futurode suas 
crianças. Assim, pessoas sensibilizadas com a realidade triste e o futuro incerto 
engajaram-se na organização de um espaço educativo, o qual possa trazer 
esperança para os seus dias, bem como para a sociedade vigente, educando 
suas crianças, sendo estas o futuro concreto de sua gente. 
As ideias da Pedagogia Waldorf estão fundamentadas na teoria do filósofo 
austríaco Rudolf Steiner (1861 – 1925), o qual discorre, prioritariamente, a 
respeito da concepção do ser humano e sua finalidade, primando em todos os 
aspectos pela liberdade, sendo que esta é essencialmente ontológica. 
 
Vocabula rio 
Ontológica: é o ramo da filosofia que estuda a natureza do 
ser, sua própria origem, sua realidade, o que está intrínseco 
em sua essência... 
 
 
12 
 
Rudolf Steiner foi convidado para fazer uma palestra sobre os seus 
ideários acerca da formação da criança, em uma fábrica de cigarros chamada 
Waldorf, para os seus funcionários. Ao final da palestra, as pessoas indagaram 
acerca da escola ideal para os seus filhos, foi então que surgiu a ideia de criar 
um local repleto de liberdade para que as crianças fossem educadas, visando à 
formulação de uma melhor sociedade para todos. Então, criava-se uma 
pedagogia de acordo com as ideias de Steiner, a qual recebeu o nome de 
Pedagogia Waldorf devido ao nome da fábrica onde aconteceu a referida 
palestra com os operários. Assim em 1919 inaugurava a primeira escola Waldorf 
na Alemanha. 
Liberdade para as crianças e uma melhor sociedade para todos 
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/maos-cheias-de-cores_946088.htm 
 
Em linhas gerais, pode-se elencar os seguintes princípios para a 
Pedagogia Waldorf: 
 
 Liberdade individual é a maior riqueza do homem; 
 O ensino só pode ser vivo e luminoso se for livre; 
 O ser humano atual é fruto de acontecimentos que remontam aos 
primórdios da humanidade. 
 
https://br.freepik.com/fotos-gratis/maos-cheias-de-cores_946088.htm
 
 
13 
 
A primazia da Pedagogia Waldorf está no ensino com liberdade, primando 
pela autoeducação, no sentido de que o professor deve reconhecer o sujeito 
estudantil como ser humano em todos os aspectos de sua convivência no 
cotidiano escolar, estimulando este a desenvolver-se com integralidade, a partir 
de seus interesses frente suas descobertas de mundo, denotando sempre 
condições concretas e produtivas para que o estudante aguce sua curiosidade e 
criticidade diante do seu mundo. 
 
Desenvolver-se com integralidade 
Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/pessoas-negocio-conectando-com-emgre 
nagens_53876-63456.jpg 
 
A arte é uma ferramenta primordial nos espaços organizados mediante a 
orientação da Pedagogia Waldorf, pois acredita-se que o sujeito deve criar suas 
possibilidades de aprendizagens por meio da sua liberdade de agir sob os 
objetos de estudo, mediante suas curiosidades natas de seres humanos, como, 
por exemplo, a criança que explora o tronco de uma árvore e imagina uma série 
de brincadeiras com aquele objeto natural está, sem sombra de dúvida, 
aguçando sua curiosidade e dando concretude e boniteza ao seu aprendizado. 
 
Ví deo 
Assista, com atenção, ao vídeo “Rodolf Steiner: O místico 
universal.” que traz um relato biográfico sobre o fundador da 
Pedagogia Waldorf. 
 
Acesse em: 
https://www.youtube.com/watch?v=U3mZMgcVcVA 
 
 
14 
 
Rudolf Steiner cria a antroposofia, sabedoria a respeito do homem, que 
busca compreender a formulação do ser humano para a feitura de um mundo 
mais harmônico, para o desenvolvimento de vida com maior equilíbrio em todos 
os sentidos da convivência do sujeito consigo mesmo e com os seus 
semelhantes. Saber sobre a especificidade do homem é buscar a obtenção de 
melhores habilidades como professor para promover o ensino por meio da total 
liberdade dos seus educandos, disseminando nos sujeitos a admiração pelo 
processo do aprender, descobrindo os seus mundos com criticidade e 
criatividade. 
 
Saiba Mais 
A Antroposofia, termo do grego, (antrop {o} = homem + sof{o} 
= sábio + ia = qualidade, estado ou profissão) é uma doutrina 
filosófica e mística fundada pelo filósofo austríaco Rudolf 
Steiner (1861-125), nomeada também de ciência espiritual. 
Sobrepondo ao seu significado o entendimento de que é “o 
conhecimento do ser humano”. É um método de 
conhecimento da natureza, do ser humano e do universo. 
(Texto adaptado) 
Disponível em: 
http://www.sab.org.br/antrop/ 
 
“Como professor e educador, é ainda necessário ter paciência com a 
própria autoeducação, com o despertar do que realmente pode germinar e 
crescer dentro da alma” (STEINER, 2005, p.57). Sendo assim, é possível 
conceber que o professor centrado na Pedagogia Waldorf deve considerar o 
estudante como sujeito singular dentro do processo educativo, o qual precisa ser 
estimulado a aprender com liberdade, compreendendo o seu mundo com 
criticidade; para tanto, o professor precisa conhecer profundamente o mundo 
cultural que está envolto o seu espaço educativo, bem como estar sensibilizado 
pelas reais necessidades da alma humana, olhando nos olhos dos seus 
educandos e conjecturando sempre com criatividade novas e bonitas maneiras 
educativas de interferir nos processos de conhecimentos dos seus sujeitos 
estudantis. 
http://www.sab.org.br/antrop/
 
 
15 
 
Ví deo 
Encante-se diante das propostas educativas da Pedagogia 
Waldorf, assistindo relatos de várias partes do mundo sobre as 
experiências com esta metodologia educativa. 
 
Acesse em: 
https://www.youtube.com/watch?v=OpBuFU4k5nQ 
 
Steiner (2005) sublinha que a estrutura do humano fica estabelecida em 
seus aspectos: físico, anímico e espiritual, sendo que tal estrutura em 
funcionamento adequado, ou seja, como engrenagens bem estabelecidas e 
funcionando em ordem, pode constituir uma unidade harmônica do homem para 
conviver em sociedade com liberdade, atuando para a configuração de uma 
ambiência social mais equilibrada, quiçá mais feliz. 
Nesta perspectiva de formação harmônica do homem concebe-se uma 
educação que perpasse por metodologias didáticas de liberdade e 
experimentação, nas quais as crianças, desde a mais tenra idade, possam 
expressar suas vontades, seus interesses, suas compreensões acerca de seus 
mundos a partir de suas livres atitudes no mundo educativo; e a partir dessas 
ações de liberdade os docentes possam mediar processos de aprendizagens por 
meio de atitudes lúdicas e/ou atrativas que encantem os sujeitos estudantis a 
significarem seus mundos por meio dos conhecimentos sistematizados pelo 
âmbito educacional. 
 
Instigam a criatividade e a liberdade nos sujeitos estudantis 
Fonte: https://image.freepik.com/fotos-gratis/brincar-com-cores_103577-1348.jpg 
https://www.youtube.com/watch?v=OpBuFU4k5nQ
https://image.freepik.com/fotos-gratis/brincar-com-cores_103577-1348.jpg
 
 
16 
 
Por meio da arte, do estímulo à criatividade no cotidiano das relações 
educativas, o “ensino vivo” proposto por Rudolf Steiner pode ser vivenciado nas 
ambiências educacionais que optam pela Pedagogia Waldorf, trabalhando sob a 
ótica de metodologias educativas que instigam a criatividade e a liberdade nos 
sujeitos estudantis em descobrirem os seus mundos com criticidade, criando e 
recriando novas e bonitas possibilidade de compreenderem os seus objetos de 
conhecimentos com autonomia. Encantando-se com o saber adquirido 
constantemente. 
A base fenomenológica está presente na Pedagogia Waldorf, sendo que 
o estudo ou análise de qualquer fenômeno é relevante para o processo de ensino 
e aprendizagem, fenômeno este que está intrínseco no olhar da criança para o 
parque, no desenvolvimento de uma brincadeira, no fazer de um desenho ou 
pintura, no ouvir de uma música, no descobrir uma nova cor, na admiração de 
uma obra de arte, etc. Ou seja, toda a constituição de aprendizagem em uma 
perspectiva de liberdade está envolta de fenômenos que são, imensamente, 
relevantesna construção de conhecimentos nesta proposta pedagógica. 
 
Saiba Mais 
A fenomenologia tem sua origem no grego phainesthai, que 
tem o significado de “tudo que se apresenta”. Em outras 
palavras é o estudo do objeto em todos os seus aspectos, 
por meio dos questionamentos possíveis acerca do 
descobrimento de novas concepções, sendo assim o homem 
age sobre o objeto em todos os sentidos para obter os 
saberes necessários. Esse conceito de fenomenologia tem 
como representante singular o matemático e filósofo alemão 
Edmund Husserl, que rompeu com a orientação e corrente 
Positivista de sua época. 
(Texto adaptado) 
Acessível em: 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-fenomenologi 
a-husserl-uma-breve-leitura.htm 
 
Inspirada na teoria da Antroposofia, a Pedagogia Waldorf organiza o seu 
currículo de acordo com as fases de desenvolvimento dos sujeitos humanos, 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-fenomenologia-husserl-uma-breve-leitura.htm
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-fenomenologia-husserl-uma-breve-leitura.htm
 
 
17 
 
denominadas de setênios. Observe na página seguinte uma tabela explicativa 
sobre os setênios: 
Pedagogia Waldorf 
Os setênios 
Os primeiros 7 anos 
de vida 
Dos 7 anos aos 14 
anos 
Dos 14 anos aos 21 
anos 
Conhecimento e 
amadurecimento do 
corpo. 
Estruturação da 
maturidade do corpo 
físico para que sejam 
constituídos 
aprendizados 
sistematizados. 
Estruturação abstrata 
dos pensamentos e da 
visão pessoal do 
mundo. 
Aprendizagem baseada 
na imitação. 
Os sentimentos estão 
se consolidando. 
Surgem as perguntas 
existenciais. 
As experiências são 
elencadas por meio das 
brincadeiras 
imaginativas. 
As atividades artísticas 
são muito relevantes 
nesta fase. 
A virtude básica para o 
adolescente é a 
sinceridade. 
O intelecto e a memória 
não devem ser 
solicitados. 
Comportamento ético. 
E a virtude básica para 
ser manifestada nesta 
fase é a de que o 
mundo é belo. 
Busca do 
autoconhecimento e a 
compreensão de que o 
mundo é verdadeiro. 
Fonte: elaborado pelo Autor (2019), adaptado pelo DI (2019). 
 
Ví deo 
Saiba mais a respeito da Pedagogia Waldorf, conhecendo uma 
experiência brasileira. 
Acesse em: 
https://www.youtube.com/watch?v=QVwhx41-aeM 
 
As escolas Waldorf buscam integrar de maneira efetiva a família e a 
escola, por meio do diálogo e liberdade entre os partícipes, fazendo com que os 
educandos se sintam acolhidos de tal maneira que a expressão do aprendizado 
seja com alegria, denotando assim a constituição de uma infância saudável, e 
também que todas as outras fases de desenvolvimento humano sejam 
devidamente respeitadas em seu tempo, para que o sujeito esteja preparado 
para participar de seus mundos de convivência com maestria. 
As metodologias, por meio da experiência, buscam instigar o 
desenvolvimento intelectual, imaginativo, crítico, o cultivo da memória e a 
https://www.youtube.com/watch?v=QVwhx41-aeM
 
 
18 
 
habilidade na resolução de problemas, entretanto, todos estes aspectos 
incorporam-se aos objetivos culminantes de aprimorar o desenvolvimento 
integral do estudante, o qual pode e deve estar melhor preparado para atuar em 
sua sociedade com louvor. Fazendo assim, o mundo um lugar mais humanizado. 
Pesquise 
Aguce sua curiosidade buscando mais literaturas que 
corroboram com a compreensão da Pedagogia Waldorf. 
 
Pesquise em: 
https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/nossas-
novidades/noticias/pedagogia-waldorf-10-livros-para-entender-
este-metodo-de-ensino/ 
 
É relevante ressaltar que o currículo das escolas Waldorf prima pelo 
desenvolvimento educativo nos aspectos físicos, emocionais e cognitivos, 
buscando sempre a consolidação de saberes concisos e úteis para a formação 
individual do sujeito, fazendo com que este constitua habilidades suficientes para 
sua atuação no coletivo com respeito ao seu eu e aos seus semelhantes, 
configurando assim condições reais para a aquisição do bem comum. 
O respeito ao tempo do indivíduo para aprender é outro aspecto primordial 
na prática da Pedagogia Waldorf, pois a aprendizagem deve acontecer de 
maneira natural, consolidando-se a partir das relações do sujeito com o seu 
meio, que deve estar organizado de maneira mais natural possível, 
possibilitando que os estudantes atuem com liberdade em todo o contexto 
pedagógico, por exemplo; é privilegiada a organização e utensílios naturais 
como troncos de árvores, brinquedos com folhas, pedaços de madeiras, etc, ao 
invés de aparatos tecnológicos, pois acredita-se que a criança deve desenvolver 
sua imaginação com eficácia para, então, ter contato com o mundo tecnológico 
(após o primeiro setênio). 
Portanto, o ato de brincar faz-se imprescindível para a criança em sua 
fase de desenvolvimento infantil, como os atos de descobertas e 
questionamentos que são imprescindíveis nas fases subsequentes do 
desenvolvimento do sujeito. 
https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/nossas-novidades/noticias/pedagogia-waldorf-10-livros-para-entender-este-metodo-de-ensino/
https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/nossas-novidades/noticias/pedagogia-waldorf-10-livros-para-entender-este-metodo-de-ensino/
https://www.institutonetclaroembratel.org.br/educacao/nossas-novidades/noticias/pedagogia-waldorf-10-livros-para-entender-este-metodo-de-ensino/
 
 
19 
 
A Pedagogia Waldorf parte do princípio que haja sempre bom-senso em 
conceder naturalidade aos estímulos de aprendizado de acordo com as fases de 
desenvolvimento dos sujeitos, buscando a formulação de um ser humano 
autônomo, o qual possa viver em harmonia com a natureza e a sociedade. 
 
Ví deo 
Assista com atenção! 
Reflexões sobre o livro: A Pedagogia de Waldorf por Rudolf 
Lanz. Pontos importantes para enriquecer a compreensão 
sobre a Pedagogia Waldorf. 
 
Acesse em: 
https://www.youtube.com/watch?v=629Zy5Vgh6M 
 
Sobretudo, os processos de aprendizagens contemporâneos devem ser 
repensados e reelaborados sob a ótica de teorias e abordagens metodológicas 
utilizadas em outros tempos e locais do mundo, a fim de que o diálogo e a 
reflexão sejam promissores em favor do desenvolvimento pleno dos estudantes 
na contemporaneidade. 
 
Conclusão da aula 1 
 
Um dos aspectos mais relevantes sublinhados no decorrer deste encontro 
é pensar no estudante, o qual precisa aprender a interagir consigo mesmo, com 
o seu meio natural e com os seus semelhantes, sendo este um grande passo 
em favor de metodologias educacionais que possam transformar vidas, as quais 
ajam em favor do bem comum em suas sociedades. 
Atividade de Aprendizagem 
Explique com suas palavras de que maneira a Pedagogia 
Waldorf pode contribuir para os processos de aprendizagem 
em nosso contexto escolar contemporâneo. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=629Zy5Vgh6M
 
 
20 
 
Aula 2 – Modelo Educacional de Reggio Emília na Itália 
 
Apresentação da aula 2 
 
Neste segundo momento iremos refletir a respeito do exemplo 
educacional da cidade de Reggio Emília na Itália, a fim de estimular inovadoras 
experiências nos dias contemporâneos, visando sempre a formação integral dos 
educandos, para tanto, fazem necessários ambientes acolhedores para o 
desenvolvimento de metodologias educacionais que motivem o progresso de 
todos os seus partícipes. 
 
2.1 Modelo Educacional de Reggio Emília 
 
A priori destaca-se que a abordagem de Reggio Emília está voltada para 
o protagonismo infantil, e esta experiência mexe com os pragmatismos vigentes, 
mediante as práticas que estão propagadas na historicidade da educação 
nacional, tão somente faz-se relevante refletir sobre o papel do estudante infantil 
em questionar frente às vivências educacionais, constituindo assim seus papéis 
de protagonistas desde a mais tenra idade. 
A cidade de Reggio Emilia está localizada ao norte da Itália, com cerca de 
170 mil habitantes, é também famosapor ter sido o local da criação da bandeira 
italiana em 1796. 
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, com várias cidades da Europa 
devastadas pelas atrocidades dessa época tenebrosa na história mundial, 
pessoas se compadeceram com a realidade de tantas crianças que estavam sem 
frequentar a escola, e para que estes pequenos seres tivessem mais esperança 
no mundo dos humanos, tais pessoas adultas se uniram em prol do sonho de 
um mundo melhor para todos, de um futuro para as crianças que vivenciaram 
tantas atrocidades naqueles tempos hostís. Assim, neste contexto de mundo a 
comunidade se organizou em um pequeno vilarejo europeu de nome Vila Cella, 
na cidade de Reggio Emilio, especificamente, no ano de 1946, com o intuito de 
organizar um ambiente harmonioso, onde a educação fosse veementemente 
 
 
21 
 
uma esperança concreta para a aquisição de ambiências sociais mais 
humanizadas. 
Pesquise 
Aguce sua criticidade e curiosidade sobre a educação pós- 
Segunda Guerra Mundial, lendo as seguintes indicações de 
leituras, e a partir dessas, pesquise mais sobre este assunto, 
conforme sua curiosidade epistemológica: 
 
A educação após Auschwitz de adorno e suas implicações 
no contexto atual por Nathália Delgado Bueno da Silva. 
http://educere.bruc.com.br/CD2013/pdf/7346_4516.pdf 
Educação após auschwitz por Theodor Adorno. 
https://rizomas.net/arquivos/Adorno-Educacao-apos-Ausch 
witz.pdf 
Reggio Emilia – Uma Escola Feita No Pós-Guerra por 
Carolina Conti. 
http://educacaoparapaz.com.br/reggio-emilia-uma-escola-fei 
ta-no-pos-guerra/ 
 
A proposta de educação de Reggio Emilia está focada na educação 
infantil, perpassando pelos aspectos globais da criança, destacando as cem 
linguagens da criança, o trabalho colaborativo entre a equipe de trabalho e as 
famílias dos educandos, bem como a organização harmoniosa do espaço 
escolar, ou seja, este espaço deve dialogar com as curiosidades intrínsecas do 
mundo infantil, promovendo na criança o sentimento de felicidade em estar na 
escola. 
Curiosidade 
Em 1946, logo após a Segunda Guerra Mundial, no Vilarejo 
de Vila Cella, trabalhadores e comerciantes que perderam 
tudo se uniram aos novos moradores que lá se 
estabeleceram a fim de construir uma escola para crianças 
pequenas. A escola foi erguida com a venda de um tanque 
de guerra, seis cavalos e três caminhões deixados pelos 
alemães. Esse movimento envolveu toda a comunidade. 
Disponível em: 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-infa 
ntil-reggio-emilia-um-novo-olhar-para-educacao.htm 
http://educere.bruc.com.br/CD2013/pdf/7346_4516.pdf
https://rizomas.net/arquivos/Adorno-Educacao-apos-Auschwitz.pdf
https://rizomas.net/arquivos/Adorno-Educacao-apos-Auschwitz.pdf
http://educacaoparapaz.com.br/reggio-emilia-uma-escola-feita-no-pos-guerra/
http://educacaoparapaz.com.br/reggio-emilia-uma-escola-feita-no-pos-guerra/
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-infantil-reggio-emilia-um-novo-olhar-para-educacao.htm
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-infantil-reggio-emilia-um-novo-olhar-para-educacao.htm
 
 
22 
 
A partir de 1990, a experiência de Reggio Emilia foi disseminada no 
mundo pelos americanos, os quais publicaram esta experiência vitoriosa em 
seus canais famosos de comunicação, valorizando assim, um trabalho que há 
muito tempo já estava instalado neste local. 
 
Ví deo 
Conheça e reflita sobre a experiência de Reggio Emilia na Itália. 
 
Acesse em: 
https://www.youtube.com/watch?v=vEnTD8wOZz4 
 
A abordagem educacional de Reggio Emilia é basicamente comunitária, 
ou seja, compreende-se que para a educação acontecer de maneira eficaz é 
necessário que todos os partícipes tenham consciências de seus papéis no 
contexto educacional, agindo com respeito e alegria frente às interações 
possíveis com as crianças e também com todos os envolvidos nos processos de 
ensino e aprendizagem, afinal de contas o intuito primordial desse modelo 
educacional é criar possibilidades reais para a concretização de uma sociedade 
melhor para todas as pessoas, estimulando os sujeitos humanos a 
desenvolverem seus protagonismos desde a mais tenra infância, ou seja, 
estimular a criança pequena a interagir em suas ambiências com autonomia, 
compreendendo desde muito cedo a relevância de viver em sociedade, de 
respeitar os espaços dos outros, como também entender e agir com liberdade 
nos espaços que lhes apraz, conduzindo as relações com os seus pares para a 
concretização de uma vivência mais democrática. 
A constituição de relações significativas permeia a preocupação constante 
dessa abordagem educativa, que prima pela convivência entusiástica das 
crianças em um ambiente acolhedor e totalmente organizado com 
intencionalidade pedagógica, ou seja, a criança aprende enquanto interage nos 
espaços da escola, com os objetos selecionados e organizados para o seu 
estímulo educativo, bem como interage em todo o tempo com os seus pares, 
constituindo, assim, saberes necessários para o seu pleno desenvolvimento 
nesta fase de vida, a fim de que se constituam em cidadãos participativos nos 
https://www.youtube.com/watch?v=vEnTD8wOZz4
 
 
23 
 
seus meios sociais e políticos, podendo assim, veementemente, contribuir para 
a formulação de um mundo menos desigual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Convivência entusiástica em ambiente acolhedor e organizado 
Fonte:https://br.freepik.com/vetores-gratis/pessoas-coloridas-conectando-o-fundo-de-
pecas-dequebra-cabeca_4080581.htm 
 
Cabe ressaltar o papel primordial do Pedagogo Loris Malaguzzi na 
propagação das ideias dessa abordagem educacional, de sua dedicação em 
organizar a escola em Reggio Emilia, de sua interação com as famílias daquele 
local e época para que realmente houvesse mais esperança frente à educação 
das crianças pequenas, pensando assim em contribuir na formulação de uma 
sociedade mais humanizada para todos os semelhantes. Nesse interim, 
destacam-se as palavras de Malaguzzi: 
 
Esta ideia pareceu-me incrível! Corri até lá em minha bicicleta e 
descobri que tudo aquilo era verdade. Encontrei mulheres 
empenhadas em recolher e lavar pedaços de tijolos. As pessoas 
haviam-se reunido e decidido que o dinheiro para começar a 
construção viria da venda de um tanque abandonado de guerra, uns 
poucos caminhões e alguns cavalos deixados para trás pelos alemães 
em retirada. (MALAGUZZI, 1999, p.59) 
 
Diante da análise dos exemplos nas atitudes do Pedagogo Malaguzzi, bem 
como das pessoas envolvidas na construção do ambiente escolar em Reggio 
Emilia, é possível inferir acerca da formação humana, e nesta perspectiva de 
reflexão a autora portuguesa Isabel Alarcão contribui com os seus escritos: “As 
relações das pessoas entre si e de si própria com o seu trabalho e com a sua 
escola são a pedra de toque para a vivência de um clima de escola em busca de 
https://br.freepik.com/vetores-gratis/pessoas-coloridas-conectando-o-fundo-de-pecas-de-quebra-cabeca_4080581.htm
https://br.freepik.com/vetores-gratis/pessoas-coloridas-conectando-o-fundo-de-pecas-de-quebra-cabeca_4080581.htm
 
 
24 
 
uma educação melhor a cada dia.” (ALARCÃO, 2001, p. 20). Para tanto, 
entende-se que a educação é realmente um instrumento modificador de vidas. 
É necessário que as pessoas sejam valorizadas nesse processo, que haja 
diálogo, participação efetiva entre todos os partícipes dos âmbitos educativos, 
que todos entendam que as relações vivenciadas no contexto da escola são 
relevantes para a constituição de aprendizagens significativas aos estudantes, 
de que somente a partir de uma valorização efetiva das pessoas, de suas 
singularidades será possível conceber processos educacionais que 
proporcionem mudanças cabíveis nos comportamentos das gerações vindouras, 
visando assim, que tais gerações disseminem a boniteza da interação respeitosa 
entre os semelhantes, para que todos possam agir em virtude do bem comum; 
somenteentão poderão ser concebidas condições reais para a concretização de 
uma sociedade menos desumana. 
 
 
Saiba Mais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Loris Malaguzzi nasceu em Correggio, Itália, no dia 23 de 
fevereiro de 1920, ele se formou em Pedagogia na 
Universidade de Urbino. Em 1940, ele começou a ensinar 
nas escolas primárias, 1941-1943, em Sologno, uma cidade 
perto de Reggio Emilia, no município de Villa Minozzo. Em 
abril de 1945, ele se juntou ao projeto ambicioso de um grupo 
de pessoas comuns de origem rural de trabalho e que, em 
uma pequena aldeia perto de Reggio Emilia, decide construir 
e operar uma escola para crianças. Desta faísca vão nascer 
mais tarde outras escolas nos subúrbios e nos bairros mais 
pobres da cidade. 
Para Loris Malaguzzi, a escola é comparada a um canteiro 
de obras, em um laboratório permanente onde os processos 
de crianças e adultos de investigação estão interligados de 
maneira forte, viva e em evolução diária. 
(Texto Adaptado) 
Disponível em: 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/educaca
o-infantil-reggio-emilia-um-novo-olhar-para-educacao.htm 
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-infantil-reggio-emilia-um-novo-olhar-para-educacao.htm
https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/educacao-infantil-reggio-emilia-um-novo-olhar-para-educacao.htm
 
 
25 
 
Características importantes do Modelo Educacional de Reggio Emilia 
Pedagogo Loris Malaguzzi 
 Trabalho com Projetos; 
 A interdisciplinaridade; 
 As conversações são primordiais para todo o desenrolar do trabalho 
pedagógico; 
 A preocupação constante de sublinhar o trabalho comunitário, ou seja, a 
intenção pedagógica dessa abordagem educativa tem toda uma via 
comunitária; 
 Representação Simbólica; 
 A busca constante pela constituição de aprendizagens significativas; 
 Sublinhar as diferentes linguagens das crianças, segundo Loris 
Malaguzzi; 
 As crianças são organizadas em grupos para desenvolverem trabalhos; 
 As experiências são consideradas ferramentas primordiais para o 
processo; 
 Os trabalhos manuais são condições necessárias para o aprendizado 
efetivo; 
 A valorização da pesquisa; 
 A curiosidade infantil deve ser aguçada; 
 Espaços pedagógicos acolhedores; 
 Estímulo diário para que as crianças explorem os espaços da escola; 
 Os espaços são motivadores da constituição de relações efetivas e 
produtivas das crianças com o meio, e das crianças com os seus pares; 
 Os espaços pedagógicos devem propiciar as experiências sensoriais nas 
crianças; 
 A preocupação com a estética dos trabalhos e dos ambientes deve 
permear toda a organização didático-pedagógica; 
 Estimular o respeito pela equipe de trabalho da escola, compreendendo 
que todos possuem o seu papel relevante no processo de aprendizagem 
das crianças (Atelierista, Professora, Pedagoga, Cozinheira, etc); 
Fonte: elaborado pelo autor (2019), adaptado pelo DI (2019). 
 
Escutar e observar as crianças são ações fundamentais para que a prática 
educativa seja concebida de acordo com as orientações de Malaguzzi (1999), 
pois a criança é o agente potencial de seu processo de ensino e aprendizagem, 
é por ela e para ela que as estratégias didáticas são pensadas, criadas e 
aplicadas no cotidiano educativo, primando pelo interesse vívido do sujeito 
infantil em todos os momentos de interação no espaço escolar, espaço este que 
deve ser totalmente organizado e reorganizado, periodicamente, para que a 
criança tenha total liberdade de se relacionar com o espaço físico à medida que 
vá estabelecendo suas interações consigo mesma e com seus pares. 
 
 
 
26 
 
Para Refletir 
Poema 
Ao contrário, as cem existem 
 
A criança é feita de cem 
A criança tem cem mãos 
Com cem pensamentos, cem medos de pensar 
De jogar e de falar, com sempre cem 
Modos de escutar as maravilhas de amar. 
Cem alegrias para cantar e compreender. 
Com mundos para descobrir. 
Cem mundos para investigar. 
Cem mundos para sonhar. 
A criança tem cem linguagens e depois cem, cem, cem. 
Mas roubaram-lhe noventa e nove. 
A escola e a cultura separam-lhe a cabeça do corpo. 
Dizem-lhe: para pensar sem as mãos, para fazer sem a 
cabeça, para escutar e de não falar. 
Para compreender sem alegrias. 
Para amar e maravilhar-se só na Páscoa e no Natal. 
Dizem-lhe: para descobrir o mundo que já existe e de cem 
roubaram-lhe noventa e nove. 
Dizem-lhe: que o jogo e o trabalho, a realidade e a fantasia, 
a ciência e a imaginação, o céu e a terra, a razão e o sonho 
são coisas que não estão juntas. 
Dizem-lhe: que as cem não existem. 
A criança diz: ao contrário. 
As cem existem. 
Loris Malaguzzi 
Disponível em: 
https://www.researchgate.net/publication/319653565_A_CRI
ANCA_E_FEITA_DE_CEM_AS_LINGUAGENS_EM_MALA
GUZZI 
 
Realizar o trabalho educacional sob a ótica das cem linguagens da criança 
é, sobretudo, dar voz e vez a esses sujeitos durante todo o processo de ensino 
e aprendizagem. 
 
 
As ideias de Malaguzzi e Piaget se convergem no fato em que: 
O objetivo do ensino é oferecer condições para o aprendizado. 
 
https://www.researchgate.net/publication/319653565_A_CRIANCA_E_FEITA_DE_CEM_AS_LINGUAGENS_EM_MALAGUZZI
https://www.researchgate.net/publication/319653565_A_CRIANCA_E_FEITA_DE_CEM_AS_LINGUAGENS_EM_MALAGUZZI
https://www.researchgate.net/publication/319653565_A_CRIANCA_E_FEITA_DE_CEM_AS_LINGUAGENS_EM_MALAGUZZI
 
 
27 
 
2.2 Na perspectiva de outros pensadores/pedagogos 
 
Na perspectiva de proporcionar condições para que a aprendizagem 
aconteça com veemência, a influência piagetiana no Modelo Educacional Reggio 
Emilia é constatada. Pois Malaguzzi busca inspiração em Jean Piaget, ao 
entender a criança e suas fases de desenvolvimento, compreendendo, assim, 
que a educação precisava respeitar os processos de maturação do indivíduo 
como um humano em evolução, porém, as ideias de Malaguzzi e Piaget se 
convergiam no sentido de preocuparem-se em fornecer reais condições para a 
aprendizagem do sujeito estudantil. 
 
Saiba Mais 
Jean Piaget (1896-1980) foi o nome mais influente no campo 
da educação durante a segunda metade do século 20, a 
ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não existe, 
entretanto, um método Piaget, como ele próprio gostava de 
frisar. Ele nunca atuou como pedagogo. Antes de mais nada, 
Piaget foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação 
científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento 
pelo ser humano, particularmente a criança. 
Continue a leitura do artigo “Jean Piaget, o biólogo que 
colocou a aprendizagem no microscópio” de Márcio Ferrari 
Acesse em: 
https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-
biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-
microscopio?gclid=CjwKCAjwiN_mBRBBEiwA9N-
e_jK14l2vLj7gARDmD8p3kOFp5IE6DbxUBP268mALKj25ba
wX0knnzhoCGn0QAvD_BwE 
 
Segundo os autores Edwards, Forman e Gandini (1999), os caminhos 
teóricos desses dois estudiosos da educação se divergem à medida que 
Malaguzzi compreende e sente a necessidade de modificar o meio em que a 
criança estava inserida, sublinhando assim uma maior eficácia educacional por 
meio da interação virtuosa da criança com o seu ambiente físico; já que na visão 
de Piaget o relevante para o desenvolvimento do sujeito infantil é respeitar sua 
fase de maturação biológica, independentemente de suas relações com seus 
meios de convivência humana. 
https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio?gclid=CjwKCAjwiN_mBRBBEiwA9N-e_jK14l2vLj7gARDmD8p3kOFp5IE6DbxUBP268mALKj25bawX0knnzhoCGn0QAvD_BwE
https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio?gclid=CjwKCAjwiN_mBRBBEiwA9N-e_jK14l2vLj7gARDmD8p3kOFp5IE6DbxUBP268mALKj25bawX0knnzhoCGn0QAvD_BwE
https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio?gclid=CjwKCAjwiN_mBRBBEiwA9N-e_jK14l2vLj7gARDmD8p3kOFp5IE6DbxUBP268mALKj25bawX0knnzhoCGn0QAvD_BwEhttps://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio?gclid=CjwKCAjwiN_mBRBBEiwA9N-e_jK14l2vLj7gARDmD8p3kOFp5IE6DbxUBP268mALKj25bawX0knnzhoCGn0QAvD_BwE
https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio?gclid=CjwKCAjwiN_mBRBBEiwA9N-e_jK14l2vLj7gARDmD8p3kOFp5IE6DbxUBP268mALKj25bawX0knnzhoCGn0QAvD_BwE
 
 
28 
 
As ideias de Piaget foram extremamente importantes para a construção 
teórica dos fundamentos do modelo educacional Reggio Emilia, pois Malaguzzi 
buscava entender melhor o ser humano, de onde podia iniciar um trabalho 
produtivo com os sujeitos infantis, para que estes pudessem estar prontos para 
participarem de seus mundos com maior autonomia em prol da formulação de 
ambientes sociais e políticos menos desumanos, a final a realidade do pós-
guerra era devastadora. Assim, conhecer o processo biológico dos sujeitos 
infantis e elaborar um plano de trabalho pedagógico que respeitasse, totalmente, 
a criança na sua especificidade de desenvolvimento humano era com certeza 
um enorme passo inovador, para que ações humanísticas educacionais fossem 
disseminadas em todo o mundo. 
Por outro lado, a abordagem de Vygotsky vem totalmente ao encontro dos 
ideários de Malguzzi, e este se inspira em tal autor, pois acreditam na força do 
meio frente ao desenvolvimento global dos sujeitos, ou seja, a criança deve 
interagir com o seu meio físico, pois a partir dessas interações é possível 
conceber um processo singular de aprendizagem, levando em consideração a 
interdependência do sujeito em relação aos seus pares na constituição de 
saberes realmente úteis para suas atuações em seus mundos. 
Saiba Mais 
Lev Semenovich Vygotsky foi um psicólogo bielo-russo 
descoberto nos meios acadêmicos ocidentais depois da sua 
morte, aos 38 anos. Pensador importante, foi pioneiro na 
noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças 
ocorre em função das interações sociais e condições de vida. 
Continue a leitura do artigo de Geraldo Magela machado 
 
Acesse em: 
https://www.infoescola.com/biografias/vigotski/ 
 
Na abordagem de ensino em Reggio Emilia está intrínseca a valorização 
da ação reflexiva nas interações cotidianas. Assim a afirmativa seguinte faz-se 
imprescindível: “Vygotsky lembra-nos de como o pensamento e a linguagem 
operam juntos para a formação das ideias e para o planejamento da ação e, 
depois, para a execução, controle, descrição e discussão desta ação.” 
(EDWARDS, FORMAN E GANDINI, 1999, p. 95). Sendo assim, é necessário 
https://www.infoescola.com/biografias/vigotski/
 
 
29 
 
dialogar sobre a prática, exercendo todas as ações no âmbito escolar com muita 
liberdade, para que todos sintam-se partícipes do processo educacional. 
Outra grande inspiração para Malaguzzi foi John Dewey, o qual via o 
aprendizado como um processo de ação intensa, que não pode estar pautada 
em atividades de transmissões de conhecimentos, ou pré-moldadas para serem 
executadas pelos educandos automaticamente, sobretudo, a aprendizagem 
nesta abordagem é dinâmica, fato que corrobora com as intenções de trabalho 
na vivência pedagógica de Reggio Emilia. 
 É possível inferir que Malaguzzi segue uma linha de construção teórica 
em favor do desenvolvimento global da criança, no sentido de que esta interaja 
com seu meio, construindo conhecimentos eficazes por intermédio de suas 
interações reais e cotidianas, produzindo momentos de aprendizagem que 
primam atividades de experiência com o objeto de estudo e valorizando o 
protagonismo infantil em todos os momentos de construção do conhecimento. 
Assim, é perceptível a influência de Vygotsky e Dewey na construção da teoria 
pedagógica que norteou e norteia o trabalho educacional em Reggio Emilia até 
os dias atuais. 
 
Saiba Mais 
John Dewey (1859-1952), filósofo norte-americano, 
influenciou educadores de várias partes do mundo. No 
Brasil, inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por 
Anísio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia 
como importantes ingredientes da educação. 
Continue a leitura do artigo “John Dewey, o pensador que pôs 
a prática em foco”... 
Acesse em: 
https://novaescola.org.br/conteudo/1711/john-dewey-o-pen 
sador-que-pos-a-pratica-em-foco?gclid=CjwKCAjwiN_mBR 
BBEiwA9N-e_qPoDvKU02fiUI6lzy43KOqD1KH3oHpURk2D 
C7XoWZH6r3U_xH802hoC7isQAvD_BwE 
https://novaescola.org.br/conteudo/1711/john-dewey-o-pensador-que-pos-a-pratica-em-foco?gclid=CjwKCAjwiN_mBRBBEiwA9N-e_qPoDvKU02fiUI6lzy43KOqD1KH3oHpURk2DC7XoWZH6r3U_xH802hoC7isQAvD_BwE
https://novaescola.org.br/conteudo/1711/john-dewey-o-pensador-que-pos-a-pratica-em-foco?gclid=CjwKCAjwiN_mBRBBEiwA9N-e_qPoDvKU02fiUI6lzy43KOqD1KH3oHpURk2DC7XoWZH6r3U_xH802hoC7isQAvD_BwE
https://novaescola.org.br/conteudo/1711/john-dewey-o-pensador-que-pos-a-pratica-em-foco?gclid=CjwKCAjwiN_mBRBBEiwA9N-e_qPoDvKU02fiUI6lzy43KOqD1KH3oHpURk2DC7XoWZH6r3U_xH802hoC7isQAvD_BwE
https://novaescola.org.br/conteudo/1711/john-dewey-o-pensador-que-pos-a-pratica-em-foco?gclid=CjwKCAjwiN_mBRBBEiwA9N-e_qPoDvKU02fiUI6lzy43KOqD1KH3oHpURk2DC7XoWZH6r3U_xH802hoC7isQAvD_BwE
 
 
30 
 
O viés comunitário dessa proposta educacional converge em direção às 
crianças, professores, famílias e comunidade, acreditando assim que esta 
interação dialógica com todos os participantes desse contexto educativo é 
primordial para a construção de ambientes educativos favoráveis à construção 
de conhecimento que seja revolucionário para a vida dos estudantes, fazendo 
com que estes sejam coparticipantes de uma sociedade menos desigual. 
A liberdade, o protagonismo, o diálogo, as experiências, são pontos muito 
relevantes na prática pedagógica abordada, as quais também podem ser 
elencadas como importantes para a constituição de práticas contundentes na 
contemporaneidade nos espaços educativos, com a intenção de contribuir para 
a formação integral de pessoas que estejam envolvidas na feitura de um mundo 
melhor para todos. 
 
Importante 
Nossas teorias vêm de diferentes áreas e meditamos sobre 
elas, bem como sobre os eventos que ocorrem em nossas 
próprias mãos. Contudo, uma teoria unificadora da educação 
que resume todos os fenômenos do ato de educar não existe (e 
jamais existirá). Entretanto, realmente temos um núcleo sólido 
em nossa abordagem em Reggio Emilia que vem diretamente 
das teorias e experiências da educação ativa e encontra 
realização em imagens particulares da criança, do professor, da 
família e da comunidade. Juntas, produzem uma cultura e uma 
sociedade que conectam, ativa e criativamente, o crescimento 
tanto individual quanto social. 
 (EDWARDS, FORMAN E GANDINI, 1999, p. 97). 
 
Pensar na criança como protagonista do espaço pedagógico é muito 
importante para a aquisição de estratégias didáticas inclusivas e 
transformadoras de vidas, pois, quando protagonizamos os sujeitos estudantis, 
é possibilitado um ambiente de maior diálogo e liberdade, requisitos necessários 
para que práticas educacionais sejam realmente instrumentos úteis para as 
mudanças necessárias na sociedade, vislumbrando, assim, a feitura de 
ambiências sociais e políticas mais harmônicas, quiçá mais felizes. 
 
 
 
 
 
31 
 
Conclusão da aula 2 
 
O contexto da sala de aula não está independente do ambiente social e 
político que o permeia. Pensando assim, é entusiástico o exemplo de Reggio 
Emilia ainda nos dias atuais, pois em um ambiente devastado pela Segunda 
Guerra Mundial a esperança renasce por intermédio da educação. Uma iniciativa 
pautada no respeito, na humanização, no protagonismo dos sujeitos, na 
convivência harmônica, no diálogo, em suma, na exigência de uma ação 
comunitária, onde todos sintam-se coparticipantes no processo de ensino e 
aprendizagem de suas crianças, objetivando assim a composição de uma 
sociedade melhor. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra em até 15 (quinze) linhas a relevância do exemplo 
educacionalde Reggio Emilia para a prática contemporânea, 
utilizando as inferências de Lori Malaguzzi expressas no 
decorrer da nossa aula, bem como indicando as influências 
dos teóricos que corroboram para a realização desse modelo 
educacional. 
 
 
Aula 3 – Educação Sistêmica 
 
Apresentação da aula 3 
 
Nesta terceira aula será abordada a teoria da Educação Sistêmica, bem 
como a biografia de seu mentor Bert Hellinger, analisando suas benfeitorias para 
a prática educacional contemporânea, no que tange ao atendimento integral do 
educando, buscando atender o público estudantil de acordo com suas 
singularidades, efetivando assim uma prática mais inclusiva em conformidade 
com os anseios da educação vigente. 
 
 
 
 
32 
 
3.1 Educação Sistêmica – Bert Hellinger 
 
A priori é necessário compreender que estamos imersos em um planeta 
que faz parte de um sistema: sistema solar. E por sua vez este planeta é 
composto por vários sistemas: sistema dos animais; sistema das plantas; 
sistema das águas; sistema da terra com seus relevos, etc. E na unidade 
humana encontramos vários sistemas: sistema nervoso; sistema sanguíneo; 
sistema digestório; sistema ósseo, etc. Como também os sistemas sociais: 
família, religião, escola, etc. Essas palavras iniciais são para instigar você a 
refletir sobre tudo que o cerca, em forma de sistema, ou seja, a interdependência 
existente no planeta terra, havendo assim, funcionamento adequado de tudo que 
existe, e quando algo falha no sistema, seja qual for, os resultados ou a 
realização natural das ações são e serão afetados. 
 
Vocabula rio 
Sistema: é um conjunto de partes ou elementos organizados 
e relacionados entre si. Cada sistema existe dentro de outro 
maior. 
 
 
Um exemplo problemático no sistema terrestre é a geração de tanto lixo, 
devido ao grande consumo da humanidade, sendo que este afeta diretamente o 
meio ambiente, o qual responde ao humano por meio de enchentes, entre outros. 
Esse exemplo triste e real da contemporaneidade serve para nos instigar uma 
reflexão da interdependência que existe dentro de um sistema, sendo que este 
está interligado a outro sistema maior. 
Nessa perspectiva, a Educação Sistêmica provoca sempre uma reflexão 
intensa sobre o nosso Eu, melhor dizendo, a reflexão impacta primeiro o sujeito 
que está à frente das indagações dessa teoria, pois o Eu interior deve encontrar-
se em equilíbrio para, então, ajudar outros semelhantes a prosseguirem suas 
caminhadas com eficácia e felicidade. Assim, para que o docente exerça os atos 
 
 
33 
 
educativos com maestria, é necessário que este esteja em completo equilíbrio. 
E tal equilíbrio deve acontecer a princípio no sistema familiar, ou seja, o indivíduo 
precisa estar em ordem com o seu sistema familiar, para que possa prosseguir 
sua caminhada autônoma pela vida com um maior equilíbrio, sendo assim mais 
suscetível de ser e estar feliz. 
Toda esta caracterização de Educação Sistêmica, ou mesmo das 
necessidades do sujeito em estar equilibrado diante de suas tarefas cotidianas 
implicam diretamente no processo educacional, pois educar significa lidar com 
humanos o tempo todo, e estes fazem parte de sistemas, e estes sistemas 
precisam estar em equilíbrio, outrossim, esta abordagem pedagógica preocupa-
se indubitavelmente com a pessoa humana. Denotando assim, uma séria e 
respeitosa preocupação e cuidado com as características singulares dos sujeitos 
envolvidos no contexto educativo a partir de um diálogo intenso, as pessoas são 
observadas e compreendidas, e no anseio de deixar as pessoas desde as mais 
tenras infâncias preparadas para aprenderem com autonomia, é necessário que 
seus sistemas estejam devidamente, organizados e/ou equilibrados. 
Então, pensa-se a educação com amorosidade, a qual dar-se-á por 
intermédio de uma busca intensa em favor da compreensão de todos os 
aspectos que permeiam a vivência do educando. A teoria de Bert Hellinger 
perpassa as abordagens teóricas da psicoterapia, pois convém observar e 
atender o humano como um ser único, e que tem o direito de encontrar sua paz 
e equilíbrio necessário para aprender a viver na sociedade com total 
protagonismo, para tanto, o docente deve amar sua prática e seus semelhantes. 
 
Ví deo 
Assista à entrevista da Professora Doutora Isabela Oliveira da 
Universidade de Brasília, que conta sua experiência e formação 
na Pedagogia Sistêmica. 
 
Acesse em: 
https://www.youtube.com/watch?v=cRBzonPwSEg 
 
https://www.youtube.com/watch?v=cRBzonPwSEg
 
 
34 
 
Instigar a reflexão sobre os sistemas que estão permeando a existência da 
escola é sem sombra de dúvida um grande passo em tentar compreender as 
estratégias reais, as quais podem contribuir para que sejam encontradas 
soluções concretas, que possam alcançar o tão almejado sucesso escolar para 
todos os partícipes no contexto educacional. 
Os problemas na educação são muitos; tais problemas estão envoltos em 
um sistema, e este por sua vez é constituído por pessoas, que em si já são um 
sistema em funcionamento. Portanto, é necessário entender os sistemas que 
integram a escola e propor um diálogo promissor com todos os partícipes desse 
sistema escolar, a fim de que se constitua uma consciência mútua em prol de 
encontrar soluções cabíveis e humanizadas para os problemas da educação, 
tornando, assim, cada vez mais a educação um processo consideravelmente 
humano, que deve ser respeitado e tido como um grande instrumento para a 
feitura de uma sociedade menos desigual. 
Sistema constituído por pessoas, em funcionamento. 
Fonte: https://image.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-seguranca-
de-pessoas-segurando-uma-corrente_53876-43028.jpg 
 
A promoção do funcionamento do sistema escolar com eficácia 
compreende dentre outras circunstâncias a seguinte: o atendimento integral do 
sujeito humano que está sendo atendido, este deve ser escutado com todo o 
respeito que lhe apraz, a fim de que tal humano tenha equilíbrio em seu sistema, 
para que possa contribuir para o desenvolvimento do sistema escolar com 
intrepidez. 
https://image.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-seguranca-de-pessoas-segurando-uma-corrente_53876-43028.jpg
https://image.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-seguranca-de-pessoas-segurando-uma-corrente_53876-43028.jpg
 
 
35 
 
É de suma importância a valorização da escuta permanente nas relações 
do sistema escolar, a fim de que todos possam adquirir liberdade para agirem, 
dialogando entre si, constituindo relações que sejam disseminadoras de 
conhecimentos úteis para a aquisição de um meio social e político que propague 
o bem comum. 
O aguçar da visão sobre as relações humanas é algo que fica muito notório 
e necessário com a prática da Educação Sistêmica, pois, para que haja 
realmente interferências positivas no processo de desenvolvimento do indivíduo, 
é necessário que este seja conhecido em suas especificidades sistêmicas. 
Buscando, assim, uma compreensão maior sobre as reais necessidades do 
estudante, as quais devem ser sanadas no sistema escolar, a fim de que o sujeito 
tenha autonomia de viver bem. 
 
Autonomia de viver bem 
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/adoravel-conceito-de-educacao-em-aquarela_28895 
40.htm 
 
Compreende-se que a Educação Sistêmica promove ou deve promover o 
conhecimento global para os seus estudantes, de maneira que estes tenham 
uma maior intimidade consigo mesmos, com os seus ancestrais, com o seu 
sistema primeiro, com tudo que envolve as suas essências, para então, conhecer 
e respeitar o mundo como sistema que depende também de seus habitantes, 
sendo que todos estão coexistindo de maneira interdependente dentro de um 
grandioso sistema. 
https://br.freepik.com/vetores-gratis/adoravel-conceito-de-educacao-em-aquarela_2889540.htm
https://br.freepik.com/vetores-gratis/adoravel-conceito-de-educacao-em-aquarela_2889540.htm36 
 
Existe um grande emaranhado de interdependência entre os humanos e 
os sistemas que permeiam toda a existência terrestre, e esta consciência de que 
somos dependentes de outros sistemas, que para a vida continuar o seu fluxo é 
necessário respeitar todos os sistemas existentes na terra e além dela, isso tudo 
deve estimular o fazer educativo, a fim de que este esteja sendo atendido em 
todos os momentos, os sujeitos e em suas totalidades, respeitando e 
encorajando os indivíduos a atuarem com solidariedade perante os seus 
processos de aprendizagem, a fim de que todos possam colaborar para 
constituição de um sistema mais equilibrado para todos os semelhantes. 
A valorização dos saberes, das relações, dos contextos, enfim, todo o 
contexto reflexivo que a educação sistêmica provoca em seus partícipes 
corrobora para uma aquisição de aprendizagem educativa, que seja significativa 
para a vida dos sujeitos, envolvendo sempre o conhecimento do seu sistema 
integrado, o qual está sendo vivenciado pelo sujeito em seu cotidiano, para que 
a consciência de pertencimento, bem como o sentimento de solidariedade esteja 
presente em todos os aspectos das formações dos indivíduos, pois a intenção é 
que todos os partícipes da Educação Sistêmica entendam a relevância de suas 
vidas para a manutenção equilibrada do sistema, em outras palavras, sublinha-
se o quão grande e admirável é a contribuição de todos para que haja vida 
harmônica e equilibrada no planeta. 
Saiba Mais 
Bert Hellinger é nascido em 1925, na Alemanha, e formou-
se em Filosofia, Teologia e Pedagogia. Como membro de 
uma ordem de missionários católicos, estudou, viveu e 
trabalhou durante 16 anos no sul da África, dirigindo várias 
escolas de nível superior. Posteriormente, aprofundou seus 
estudos e pesquisas tornando-se psicanalista e desenvolveu 
sua própria Terapia Sistêmica e Familiar a qual denominou: 
Familienaufstellen (respectivamente: “Colocação do 
Familiar”, traduzido para: Constelações Familiares, no 
Brasil). 
 
Continue a leitura do artigo em: 
http://www.redepsi.com.br/2011/07/07/bert-hellinger-breve-b 
iografia/ 
 
http://www.redepsi.com.br/2011/07/07/bert-hellinger-breve-biografia/
http://www.redepsi.com.br/2011/07/07/bert-hellinger-breve-biografia/
 
 
37 
 
Frente à biografia de Bert Hellinger é possível inferir que sua vivência na 
África trouxe toda uma influência acerca do respeito à ancestralidade, à 
investigação do eu, à compreensão das raízes sistêmicas dos sujeitos humanos, 
o respeito pela essência e cultura primeira de nossos familiares. Entendendo 
assim que tudo que existe envolve sistema. 
O conhecimento cultural africano sem dúvidas influenciou muito o ser 
humano Hellinger a pensar em outros seres humanos, enfatizando a boniteza 
das diferenças comuns entre os indivíduos. Cabe ressaltar sua vasta experiência 
acadêmica na África, a qual sustenta com certeza muito da sua teoria, por meio 
de suas inúmeras vivências com pessoas distintas, bem como o seu vasto 
campo de pesquisa teórica, que dá sustentação para a teoria desse alemão que 
está propagando para o mundo os seus ensinamentos, investindo assim na 
efetivação de ações educacionais mais humanizadas, que possam acolher os 
sujeitos estudantis em suas reais necessidades, fazendo com que estes tenham 
capacidade de interagir mais e melhor em seus meios de vivência. 
Pesquise 
Aguce sua curiosidade, analisando a página na internet que 
traz mais sobre a vida e obra do Bert Hellinger. 
 
Acesse: 
https://www.hellinger.com/pt/pagina/constelacao-familiar/ 
 
O pensar sistêmico está para além de uma compreensão apenas 
psicoterápica do sujeito humano, é, sobretudo, uma nova forma de ver e 
entender o mundo, e deve ser considerado sob esta ótica; a fim de que os 
profissionais da educação possam promover este saber entre si, e, 
concomitantemente, consiste em compreender melhor os seus mundos e os 
mundos de vivências dos seus estudantes, buscando tão somente a feitura de 
ambientes educativos cada vez mais acolhedores, nos quais a harmonia seja 
uma característica constante e motivadora de diálogos preciosos e verdadeiros 
em prol do bem comum. 
https://www.hellinger.com/pt/pagina/constelacao-familiar/
 
 
38 
 
A Educação Sistêmica propõe uma abordagem que vem de encontro aos 
problemas, por exemplo, uma criança está com problema no rendimento escolar: 
o primeiro passo é chamar os pais para um diálogo profundo acerca da rotina 
familiar, da vivência entre os partícipes no sistema familiar, explicando já aos 
pais a importância de que este sistema esteja funcionando em equilíbrio para 
que o desenvolvimento do filho e filha na escola seja promissor. Para tanto, são 
ensinadas aos docentes praticantes da Educação Sistêmica: técnicas para 
realizar a Constelação Familiar, sendo este um trabalho que tem o intuito de 
buscar na família as causas para as dificuldades dos sujeitos, analisando a 
estrutura familiar do indivíduo, pois acredita-se que questões não resolvidas por 
gerações anteriores nos seios das famílias podem afetar a pessoa 
inconscientemente, por intermédio de doenças inexplicáveis, relações de 
conflitos, distúrbios de aprendizagem, entre outras causas ou situações críticas. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
O livro aborda a Psicoterapia Sistêmica, 
Bert Hellinger; conhecida no Brasil como, 
“Constelação Familiar”. Utiliza, como 
instrumento básico para ajudar os 
membros da família a restaurar o 
equilíbrio, o uso das “constelações 
familiares”, técnica psicoterapêutica 
realizada em diferentes culturas. 
Acesse em: 
https://www.galaxcms.com.br/imgs_redactor/1176/files/A-Si 
metria-Oculta-Do-Amor-Bert-Hellinger-2012.pdf 
 
3.2 Constelação familiar – Bert Hellinger 
 
O autor Hellinger (2007) sublinha a ordem do amor em toda a conjectura 
de vida humana. A partir desse entendimento, o sujeito busca com eficácia 
estabelecer essa ordem na sua vida, a priori encontrando o seu lugar na família 
por meio da Constelação Familiar. 
A Educação Sistêmica tem base na fenomenologia, o que tange ao 
estudo dos fenômenos, no sentido de que são analisadas profundamente as 
situações dos objetos abordados. No caso dos problemas trazidos pelas 
https://www.galaxcms.com.br/imgs_redactor/1176/files/A-Simetria-Oculta-Do-Amor-Bert-Hellinger-2012.pdf
https://www.galaxcms.com.br/imgs_redactor/1176/files/A-Simetria-Oculta-Do-Amor-Bert-Hellinger-2012.pdf
 
 
39 
 
pessoas nos âmbitos educacionais, faz-se necessário investigar com atenção, 
cuidado e amor as raízes das dificuldades, que no caso é o sistema familiar, de 
onde todos provém, a fim de que o sujeito esteja em equilíbrio com os seus 
ancestrais, porque é fundamental a ordem para que a evolução aconteça, o amor 
precisa estar enraizado em todos os aspectos das ações humanas, a fim de que 
haja crescimento, desenvolvimento, ou melhor dizendo, que os fatos ocorram 
com fluidez no decorrer da vida humanamente concebida. 
 
Vocabula rio 
Fenomenologia: é o estudo de um conjunto de fenômenos 
e como se manifestam, seja através do tempo ou do espaço. 
Consiste em estudar a essência das coisas e como são 
percebidas no mundo. 
 
 
A Constelação Familiar implica em saber realmente a raiz do problema, 
ela é uma ferramenta primordial para a constituição do sucesso escolar e uma 
arma influente, dominante e influenciadora contra o insucesso dos estudantes. 
Nesta concepção da Educação Sistêmica são colocados sob a luz das 
investigações amorosas as relações interpessoais, que podem ser na família, 
nos grupos sociais ou em instituições. Pois as técnicas de Constelação Familiar 
podem ser usadas em distintos grupos, ou sistemas, nos quais os sujeitos estão 
encontrando dificuldades para evoluir. Porém, geralmente os problemas estão 
centrados no sistema familiar, e o trabalho com a Constelação Familiar tem o 
objetivo fundamental de reduzir as desordens dentro desse sistema. 
De acordo comHelliger (2007), na Constelação Familiar existem duas 
modalidades de atendimento: a grupal e a individual. Quando em grupo, realiza-
se com pessoas da família, as quais são atendidas, ou seja, o sistema familiar é 
tratado coletivamente, em um momento muito precioso em que o Constelador 
(aplicador da técnica) terá toda a possibilidade de investigar e tratar os 
problemas sob a ótica de várias pessoas em um único momento, enfatizando 
que tal ato deve estar envolto de muito amor, e que por sua vez o aplicador da 
Constelação Familiar deve ter o seu equilíbrio já está estabelecido, sabendo o 
 
 
40 
 
seu devido lugar no sistema familiar, para que aja com eficácia e amor mediante 
os problemas dos seus semelhantes. 
E na segunda modalidade, a individual; são utilizados bonecos para 
ilustrar as personalidades do sistema familiar. Quando o atendimento individual 
é feito com crianças, é denominado de jogo da família ou jogo da percepção. 
Ainda na análise da prática de Constelação Familiar, segundo Helinger 
(2007) sublinham-se as dimensões sistêmicas: 
 
Dimensão 
Transgeracional 
Dimensão 
Intergeracional 
Dimensão 
Intrageracional 
Dimensão 
Intrapsíquica 
É o vínculo entre 
as gerações, 
antepassados, de 
nossas raízes e 
culturas. 
Consiste no 
vínculo entre pais 
e filhos, é o lugar 
que ocupamos e 
como ocupamos. 
 
Compreende os 
laços e lealdade 
com a própria 
geração e o 
contexto 
histórico. 
 
A definição de 
que o indivíduo 
é um sistema 
físico, 
emocional, 
mental e 
espiritual. 
Fonte: elaborado pelo autor (2019), adaptado pelo DI (2019). 
 
Elencar essas dimensões é algo fundamental no trabalho frente à 
Educação Sistêmica, pois instiga uma reflexão acerca da complexidade que é o 
humano e que precisa ser considerado individualmente, em sua especificidade, 
para então poder ser compreendido e atendido no coletivo. 
 
Segundo Hellinger (2007), o indivíduo é um sistema físico, 
emocional, mental e espiritual. A partir dessa compreensão, é 
possível conceber práticas educativas que estejam pautadas em 
maior humanização dos espaços escolares, pois é necessário 
promover o equilíbrio entre esses sistemas para que o humano 
se desenvolva com integralidade. 
 
Desenvolver o trabalho por meio do diálogo é fundamental, não tem outro 
modo a não ser este mediante os desafios da compreensão de outro ser 
humano. A escuta deve ser desprovida de todo e qualquer preconceito, 
buscando assim, que os sujeitos tenham o sentimento de segurança e confiança 
muito bem estabelecidos com o Constelador, postura esta que deve estar 
intrínseca também no trabalho do docente em sala de aula. 
 
 
41 
 
Entretanto, Hellinger (2007) denomina a segurança e a confiança como 
sentimentos primários e profundos, os quais são fundamentais para a construção 
de um trabalho efetivo e humanístico na Educação Sistêmica, entendendo assim 
que tudo está firmado nas relações com os outros, que os sistemas precisam 
estar equilibrados por meio das interações firmadas no amor, no respeito mútuo, 
entre outros parâmetros. Porém, o extraordinário e fundamental é o sentimento 
do amor, o qual rege todas as outras circunstâncias, fazendo com que indivíduos 
reconsiderem suas posições na vida e possam interagir com muita humildade 
com seus iguais, desenvolvendo habilidades que propaguem o bem comum, 
independentemente, das condições adversas do mundo contemporâneo. 
A abordagem sistêmica defende o direito de pertencer a todos os sujeitos 
em seus sistemas de origens, na família, para depois, progressivamente, ir 
construindo suas relações e participando de novos sistemas no decorrer da vida. 
No sistema escolar, por exemplo, é necessário que os profissionais da educação 
tenham o sentimento de pertença por esse espaço, como também estimulem 
seus estudantes a desenvolvê-lo. 
O sentimento de pertencer ou o desenvolvimento do sentimento de 
pertença estão entrelaçados com o amor, que por sua vez é a base de todo o 
relacionamento da Educação Sistêmica. Não tem como realizar atividades, 
desenvolver estratégias, ativar relações, estimular interações, enfim estabelecer 
um vínculo verdadeiro com o sistema se o sujeito não tiver consciência sobre os 
sentimentos de amor que o envolvem, ou seja, o indivíduo precisa saber o que 
ama, onde está enraizado o seu amor, se suas tarefas estão sendo feitas com 
amor, ter sensibilidade para olhar o mundo sob a ótica amorosa do equilíbrio, da 
harmonia e também da hierarquia, no sentido de compreender as organizações 
sistêmicas em que está inserido; compreendendo assim o seu lugar no sistema, 
como também respeitando e reconhecendo os lugares de todos os semelhantes 
pertencentes ao mesmo sistema. 
Hellinger (2007) nomeia de forças sobre a consciência de um grupo de 
pessoas inseridas num sistema: pertinência, hierarquia e equilíbrio. A primeira 
diz respeito ao sentimento de pertença ou o direito de pertencer, como já 
ilustrado acima como uma fundamental característica na constituição da 
Educação Sistêmica, porém, o pertencer a um grupo consiste em uma força 
promissora nas consciências das pessoas, possibilitando a estas maiores e 
 
 
42 
 
melhores possibilidades de intervirem no desenvolvimento de seus espaços de 
vivência e/ou interações humanas. Como exemplo de que essa força está 
afetada, é possível ilustrar um adolescente que faz de tudo para ser aceito em 
um determinado sistema, (por exemplo, usa todo o seu vestuário preto para 
tentar ser aceito em um determinado grupo, não fala com ninguém em sua casa, 
pois não se sente aceito, trancando-se em seu quarto com jogos tecnológicos 
infindáveis), quando não sabe para aonde ir, tem algo não resolvido em seu 
primeiro sistema, o familiar, e na sua convivência em sociedade passa por 
diversas influências grupais e acaba tendo sérios problemas psicológicos, às 
vezes chega à depressão, ou ao uso abusivo de drogas, por não desenvolver o 
sentimento de pertença em nenhum sistema, inclusive em sua instância primeira 
de relações humanas: no seu sistema familiar. 
A força da pertinência é sem dúvida uma grande aliada na luta por dias 
menos turbulentos nesta contemporaneidade, em que que as pessoas são tão 
volúveis, devido a tantas e difusas circunstâncias, as quais afastam as pessoas 
da interação presencial com outros semelhantes, tornando a comunicação fria e 
tecnológica, como também do exacerbado consumismo ditado pelo capitalismo, 
o qual pinta uma felicidade superficial e passageira, roubando o tempo das 
pessoas, no sentido de que estas precisam produzir dinheiro para satisfazer a 
necessidade de consumir e acabam esquecendo de nutrir sentimentos 
fundamentais para a aquisição de uma sobrevivência humana mais saudável. 
A segunda força sublinhada pelo autor é a hierarquia, entendendo que é 
necessário o reconhecimento do lugar de cada indivíduo dentro do sistema, 
entendendo o papel que cada sujeito desenvolve. Por exemplo, quando os pais 
estão fora do seu papel no sistema familiar há, desequilíbrio, várias são as 
consequências, como filhos sem uma referência e que vão se formulando de 
acordo com outras influências, o que geralmente irá agregar um emaranhado de 
problemas, inclusive a falta de respeito com o professor no sistema escolar, pois 
tal educando está com o seu sistema familiar em desequilíbrio, o que reflete 
diretamente no âmbito da sala de aula. 
E a última força é o equilíbrio, ou a lei presente em todos os sistemas. As 
relações precisam ser recíprocas, a fim de que existam realmente interações 
harmoniosas entre os sujeitos do sistema. O autor Hellinger (2007) relata sobre 
a necessidade de compensação entre perdas e ganhos, forças que atuam 
 
 
43 
 
conscientemente ou inconscientemente nas relações entre os sujeitos inseridos 
no mesmo sistema. É preciso que os indivíduos entendam a relevância de dar e 
receber, pois essa troca deve ser estabelecida em todos os momentos