Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aspectos Históricos Desde a Grécia antiga, a muito tempo atrás no Egito e na China, já usava-se testes para selecionar pessoas quanto a proficiência. Já no Século XIX, surge o interesse pela ‘insanidade mental’ e o estabelecimento de critérios: Wundt, o primeiro psicólogo experimental, foca-se na descrição das generalidades de processos sensoriais. Galton introduz ferramentas padronizadas afim de sanar problemas metodológicos. 1890 -> Introduzido o ‘teste mental’. Ainda ligado a fenômenos psicofísicos. Início do Século XX: Alfred Binet é chamado pela França para solucionar problemas de aprendizado. Binet não concordava e muito menos confiava nos testes perceptuais como meios de acesso a cognição. Se propõe a avaliar funções superiores como memória e atenção. 1905 -> Escala Binet-Simon de Inteligência. Primeiro teste psicológico; relacionado com a estatística; apresenta um nível crescente de dificuldade e avaliava julgamento, raciocínio e compreensão. Usado pelos EUA para selecionar pessoas para as guerras, principalmente com o aparecimento de testes de personalidade. No Brasil: Em 1907 é traduzida a Escala Binet-Simon. Até a década de 60, testes eram só usados para seleção e orientação profissional; Roberto Mange foi um dos principais aplicadores de testes na época. 1962, é reconhecida a Psicologia como profissão. Importação de professores e testes mal adaptados culturalmente; Má formação em testagem psicológica por questões ideológicas; Reconhecimento ocorre pouco antes da Ditadura Militar, o que certamente dificultou o acesso a melhores dados; Testes psicológicos ficam desacreditados. 2000/2010: Revolução nos testes psicológicos; criação do SATEPSI (Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos); são estabelecidos parâmetros mínimos para as testagens (CFP 03/2003): Definição clara do construto e apresentação da fundamentação téorica do instrumento; Apresentar evidências empíricas de validade e precisão das interpretações dos resultados; Apresentar dados empíricos acerca das propriedades psicométricas dos itens presentes; Relacionar o sistema de correção e interpretação dos escores, evidenciando a lógica fundamental do procedimento. Teste Psicológico É um procedimento sistemático para obtenção de amostras de comportamentos relevantes e avaliações padronizadas. Tipos de testes: Testes de habilidades: Testes do tipo ‘acerto e erro’; É corrigido e estruturado; Costuma ter tempo cronometrado; Para avaliação de desempenho cognitivo (inteligência, conhecimento acadêmico...). Inventários, questionários e escalas: Avaliação de padrões de respostas; não há certo e errado; Afim de aspectos comportamentais e da personalidade; Auto relato de traços. Ex: Escala Likert (Oferece graus, comumente de 1 a 5), concordo/discordo. Técnicas expressivas e/ou projetivas: Pouco estruturada; respostas abertas, categorizadas por padrões preestabelecidos; ligada a percepção pessoal de cada um. Construto Psicológico – São representações psicológicas à partir de ações manifestas; ligadas a processos internos; inferimos que alguns comportamentos ocorrem pois estão relacionados a determinados processos latentes. Critérios de Qualidade: O SATEPSI, define um mínimo de qualidade aos testes, não necessariamente os rotulam como bons e/ou uteis a determinados campos e interesses. Construção do Teste: 1.Idéia do Teste: Da onde surgiu a necessidade, por projetos pessoais ou ausência de opções para a cultura vigente. 2.Definição e apropriação do Construto: Estudo a fundo acerca da problemática teórica, enquanto teorias e pesquisas já feitas. 3.Construção e adaptação dos Itens: Delimitação de comportamentos esperados que englobem toda a complexidade do construto. 4.Testar todos itens na realidade: Definir um público-alvo; fazer uma aplicação inicial, analisar os dados recebidos e decidir parâmetros futuros. 5. Estudo Científicos: Provar que o teste tem um mínimo de qualidade e funciona, baseando-se em parâmetros psicométricos. 6. Definir o sistema de apuração e interpretação dos resultados: Seguindo as devidas normas para comparações e definir a amostra representativa da população. 7. Compilação de todas as informações em um manual: De todo o processo do teste, de como deve ser aplicado. 8. Avaliação do SATEPSI: Onde vão conferir se o teste tem o mínimo esperado de qualidade. 9. Contato com editoras para produção e comercialização; 10.Após aprovado, é liberado para comercialização e uso profissional: Comum haver pedidos de retoques; Todo o processo leva de 3 a 5 anos, em média. 11. Revisão de estudos e normas, afim de comprovar validade e adequação, a cada 15/20 anos. Teorias da Inteligência A inteligência é o assunto mais estudado pela Psicologia Cientifica e ainda não um consenso teórico do que ela essencialmente seja. Antigamente, chegaram à conclusão de que era a capacidade de aprender com a experiência e poder se adaptar às adversidades. Já hoje, focamos mais na metacognição (Estudo de como cognitivamente as pessoas lidam com as informações do meio) e a cultura. Uma definição boa é a de Gottfredson, na qual diz que a inteligência envolve as habilidades de ‘raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar abstratamente, compreender ideias complexas, aprender rápido e com a experiência vivida. Além de compreender nossos entornos-compreender, dar sentido as coisas, resolver o que fazer e adaptar-se.’ Fatores que tendem a beneficiar uma boa inteligência são um bom aleitamento materno, condições alimentares benéficas em geral, boa escolarização quanto a quantidade e qualidade, e até quantidade e mobilidade de espermatozoides! Os primeiros psicólogos experimentais, como Wundt, se interessavam em descrever apensas as generalidades humanas, as diferenças individuais eram consideradas acidentes. Focavam principalmente nas habilidades sensórias e em capacidades psicofísicas. Já Galton, se interessava pelas particularidades, pelas diferenças individuais que cada indivíduo apresentava. As correntes de Teorias da Inteligência: Abordagem Desenvolvimental: Interessada na evolução da inteligência através do desenvolvimento humano; Dita estágios que seguem idades aproximadas, onde a ordem dos estágios sempre é respeitada; Usa de métodos naturais de observação, não experimentais; Foca na compreensão e interpretação das capacidades individuais, não se interessam pela comparação e quantificação; Entende que a inteligência é alcançada a partir da adaptação, à medida que interagem com o meio, sendo que quanto mais adaptada a novas demandas, mais inteligente se torna: Desequilibração: Se deparar com novas informações; Assimilação: Assimilar novas informações e processá-las, interpretá-las; Acomodação: Adequar essas novidades às estruturas que já existiam anteriormente. Jean Piaget Abordagem Cognitivista: Ligada a Neuropsicologia; Procura relacionar processos cognitivos da inteligência com aspectos estruturais e funcionais do cérebro; Inteligência é um mecanismo cerebral que processa as informações apresentadas pelo próprio indivíduo ou por seu meio; Foca no entendimento das estratégias cerebrais, independente da idade; Interessa-se menos pelo ‘certo e errado’ e mais pelo processo que chegaram à conclusão obtida, por quais tarefas cognitivas/cerebrais possibilitaram isso. Sternberg Abordagem Psicométrica: Baseada na teoria de Galton; Dita que pessoas diferentes têm resultados diferentes, e tais diferenças podem ser observadas e mensuradas por meio de tarefas padronizadas; Correlações altas entre tarefas, levam a crer habilidades necessárias são próximas; Acredita que a Inteligência é um conjunto de habilidades cognitivas, que podem ser observadas indiretamente por meio do desempenho em testes. Desempenho esse que nos leva a inferências; Começa, não de forma declarada, com Binet 1904; Questionam quantas e quais habilidades cognitivas cada pessoa pode ter: Fator G: Charles Spearman diz que toda atividade intelectual pode ser exprimida por um único fator;É comum a todas habilidades cognitivas, tanto as inatas biológicas e as comuns a cultura e particularidades neuronais. Fator S -> Seriam habilidades especificas de cada pessoa, adquiridas por aprendizagem; Não é constituída só de aprendizados formais; Pode ser observada em três componentes: Apreensão de experiências -> Capacidade de percepção dos estímulos do meio, tanto externo quanto interno; Edução de relações -> Capacidade de relacionar ideias, sejam elas perceptivas ou imaginadas/abstratas; Edução de correlatos -> Capacidade de criar ideias, a partir de uma relação anteriormente estabelecida. O que dita a diferença individual de cada um quanto a inteligência, é o grau que cada um tem de cada um dos três componentes acima citados. Bi-Fatorial: Raymon Cattel estabelece a ideia de uma hierarquia de habilidades; Inteligência Fluida (Gf): Associada a componentes não-verbais; Determinada por aspectos biológicos; Pouco depende de conhecimentos prévios; Maior parte do dito ‘Fator G’; Capacidade de formar conceitos a partir da experimentação de novas situações; Tende a diminuir com o passar dos anos do inidividuo; O bebê utiliza praticamente só dessa inteligência, levando em conta que tudo é novidade para ele, não tem muita bagagem para a qual acomodar essas novas informações. Inteligência cristalizada (Gc): Desenvolvida a partir de experiências anteriores; Usada para tomar decisões à partir de conhecimentos prévios; Bastante presente nas atividades escolares; Ligado a um ‘estoque’ de conhecimentos (‘Estoque’ não é sinônimo de memória!): Se relaciona com memória de longo prazo, afim de resgatar processos para resolução de problemas. Por estar ligada a experiências, é uma inteligência que aumenta com a idade, costuma aumentar. Habilidades Específicas: John Carrol expande as teorias multifatoriais de Cattel, e as integra a ideia inicial de Spearman; Cria a Teoria dos Três Estratos (Camadas), que vai do mais especifico para o mais geral (Modelo CHC da inteligência): Estrato 1- Base da Hierarquia: Envolve mais de 80 habilidades especificas, que combinadas formam habilidades mais complexas. ‘Capacidade visual’, ‘Reconhecimento de Letras’ e ‘Capacidade de memorizar’ são exemplos de habilidades especificas que são essências afim de desempenhar a habilidade complexa ‘Ler’. Estrato 2 – Habilidades amplas: São habilidades mais complexas, formada por diversas habilidades especificas/básicas; Inclui a Inteligência fluida e cristalizada, por exemplo. Estrato 3 – Fator G: O que há em comum entre todas as habilidades cognitivas; QI. Fator G = QI: Sendo QI um fator relacionado as habilidades esperadas para cada faixa etária. O ‘QI’ é uma função de ‘Idade mental’ dividida pela ‘idade cronológica’ do indivíduo, multiplicado por 100. O resultado, é considerado ‘normal’ se estiver entre 70 e 130, que são 2 desvios-padrões para mais ou para menos. Efeito Flynn: É uma teoria que apresenta um aumento de 3 a 5 pontos de QI médio por geração, em países em desenvolvimento. Sendo que em países desenvolvidos, isso não é real por terem estabelecido um suposto ‘teto de conhecimento’ médio.
Compartilhar