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- -1 FISIOTERAPIA EM DOR PRINCIPAIS SÍNDROMES DE DOR DE INTERESSE PARA O FISIOTERAPEUTA – PARTE II - -2 Olá! Aqui, vamos apresentar algumas síndromes e sintomatologias que são frequentes nos espaços de atendimento de fisioterapia. Todas estão relacionadas às dores e, na sua maioria, à dor crônica. Hoje, nossos consultórios e clínicas estão povoados de portadores de dores crônicas relacionadas ao trabalho, ao câncer e às doenças psicossomáticas. É nesse perfil de pacientes que transitaremos nesta aula. Bons estudos! Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 1- Apresentar algumas síndromes de dor, como fibromialgias, dores de origem ocupacional, dores associadas a doenças progressivas e terminais e câncer; 2- Apresentar a relação das síndromes citadas com a fisioterapia e as propostas de tratamento com maior evidência científica. 1 Fibromialgia (FM) A primeira síndrome de dor que estudaremos é a fibromialgia (FM): Sintomas - -3 A maioria dos pacientes apresenta também fadiga crônica e distúrbios do sono e do humor, além de alodinia e hiperalgesia. Tem etiologia desconhecida. O quadro clínico costuma ser bastante rico, e os pacientes fibromiálgicos são habitualmente poliqueixosos. Isso demonstra, a princípio, que a consulta tende a ser demorada, exigindo anamnese e exame físico detalhado. O sintoma característico da FM é a dor muscular generalizada, frequentemente acompanhada de rigidez, fadiga, anormalidades na qualidade do sono e distúrbios do humor. Definição A fibromialgia pode ser definida como uma síndrome dolorosa musculoesquelética crônica, não inflamatória, caracterizada pela presença de dor difusa pelo corpo e sensibilidade exacerbada à palpação de determinados sítios denominados pontos dolorosos ( ).tender points Diagnóstico O diagnóstico da fibromialgia é exclusivamente clínico, devendo ser feito através de uma boa anamnese e um detalhado exame físico. Já os exames complementares assumem um papel de exclusão de doenças que podem simular um quadro de fibromialgia. No exame clínico, deveremos investigar os 18 elaborados pelo Colégio Americano de Reumatologiatender points para facilitar o diagnóstico da fibromialgia. Os 18 tender points (pontos dolorosos) para a classificação da fibromialgia: 1) região occipital; 2) borda médio- superior do trapézio; 3) músculo supraespinhoso; 4) quadrante superior-externo do glúteo; 5) grande trocanter; 6) região equivalente entre os espaços vertebrais de C5-C7; 7) junção da segunda costela; 8) dois centímetros abaixo do epicôndilo lateral; 9) borda medial do joelho. - -4 2 Tratamento Os portadores da fibromialgia utilizam mais terapias analgésicas e procuram serviços médicos com maior frequência que a população normal. É uma doença de difícil tratamento, pois necessita de uma equipe multidisciplinar para o alívio das dores. Um estudo americano mostrou que os custos anuais por paciente podem chegar até U$9.573,00, sendo de três a cinco vezes maiores do que o gasto com a população em geral, despesa essa causada pelo excesso de visitas médicas, exames complementares desnecessários e medicações múltiplas. Podemos citar como recomendações de tratamento: • Mudança no estilo de vida; • Atividade física regular; • Suporte psicológico e utilização de drogas específicas; • Procedimentos como recursos analgésicos fisioterapêuticos, massoterapia, hidrocinesioterapia e reeducação postural. 3 Dores de origem ocupacional A alta prevalência de dor nas lesões por esforço repetitivo/ doenças osteoarticulares relacionadas ao trabalho (LER/DORT) tem sido explicada por transformações do trabalho e das empresas. A organização das empresas tem se caracterizado pelo estabelecimento de metas e produtividade, considerando suas necessidades, particularmente de qualidade dos produtos e serviços e aumento da competitividade de mercado. Porém, ainda não leva em conta os trabalhadores e seus limites físicos e psicossociais. 4 Tratamento A fisioterapia é primordial para o tratamento dos pacientes com LER/DORT, tendo como objetivos principais o alívio da dor, o relaxamento muscular e a prevenção de deformidades, proporcionando uma melhoria da capacidade funcional. Para isso, utiliza recursos de eletrotermofototerapia, massoterapia e cinesioterapia, sendo que a combinação de técnicas deve ser definida após a avaliação fisioterapêutica. • • • • - -5 5 Dores associadas a doenças progressivas e terminais, câncer e cuidados paliativos O câncer é uma das causas mais frequentes de morte e de dor. A dor no câncer deve ser abordada em seu aspecto global, pois a dor física associa-se à psicossocial. Saiba mais. Em função do diagnóstico de uma possível doença terminal, surgem inevitavelmente as indagações de caráter econômico – o custo do tratamento, a diminuição da atividade Fique ligado Não é possível padronizar o tipo, nem a duração do tratamento. A presença ativa do fisioterapeuta é fundamental para uma avaliação contínua da evolução do caso e para mudanças de técnicas ao longo do tratamento. A utilização de grupos terapêuticos para pacientes crônicos, com abordagem de temas como percepção corporal, automassagem, alongamento e relaxamento, tem se mostrado eficiente na sua reabilitação física. - -6 Dúvidas laborativa do paciente, a possível insuficiência de meios e fundos para o restabelecimento ou até para o mínimo de cuidados. Somam-se os problemas psicológicos determinados por um diagnóstico irreversível, em que se misturam a incredulidade (“será que não houve erro?”), a revolta (“por que eu?”) e a depressão. Dados Todas essas perguntas necessitam de respostas ao paciente e dependem do auxílio da família, da equipe e da sociedade. As causas da dor, em 62 a 78% dos pacientes, são causadas pelo tumor; em 19-28% pela terapia e em 3 a 10% por outras causas. Tipos de dor A dor no câncer pode ser aguda, motivada por ocorrências agudas, como cirurgia, trauma, hemorragia ou por outras causas de aumento rápido de volume ou incidental. Porém, na maioria dos pacientes, é crônica e progressiva. 6 Terapia mais adequada para cada caso Para indicar a terapia mais adequada para cada caso, o primeiro passo é o reconhecimento do mecanismo que causa a dor e discussões com outros profissionais da equipe. Para isso, impõe-se: • Acreditar nas queixas de dor do paciente. • Aferir a severidade da sua dor. • Aferir seu estado psicológico. • Fazer uma história detalhada das queixas de dor. • Proceder a um exame físico cuidadoso. • Pedir ou rever a investigação diagnóstica. • Considerar métodos alternativos de controle de dor ainda durante a avaliação inicial. • Reavaliar periodicamente o controle da dor. A aplicação de qualquer método analgésico não depende de um profissional exclusivo; ela deve ser discutida com a equipe e com o paciente. Ela depende também de outros fatores: • Das condições econômicas e sociais do paciente; • Do estado em que ele se encontra (ambulatorial ou acamado); • Das disponibilidades de assistência mais ou menos constantes (de nível hospitalar ou na residência); • Dos equipamentos e medicamentos disponíveis. • • • • • • • • • • • • - -7 7 Recursos fisioterapêuticos Vários recursos fisioterapêuticos estão contra indicados no seu uso para o câncer, mas podemos destacar para a analgesia, nesses casos: • Orientações posturais • Hidroterapia ou hidrocinesioterapia • Cinesioterapia • Tração • Recursos terapêuticos manuais (massoterapia, liberação miofascial) • Relaxamento • Biofeedback • Termoterapia (calor superficial) • Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) 8 Cuidados paliativos Na década de 80, surgiram na Inglaterra organizações de apoio ao doente sem possibilidade de cura da neoplasia; denominadas , o que se chamou de cuidados paliativos.hospice Nelas, a família pode estar presente, cooperando no sentido de dar uma espécie de continuidade ao ambiente familiar. Com a implantação desse sistema, passou-se a admitir a permanência do paciente em seu meiofamiliar, com o apoio de uma equipe de cuidados paliativos, basicamente formada pela enfermagem, com a tarefa de visitar regularmente o lar dessa paciente. Atualmente, o fisioterapeuta já está presente junto a essa equipe, pois durante esse período, há necessidade de integração constante entre os membros da equipe de saúde, o paciente e a família. Assim, se eventualmente o paciente necessita de uma internação rápida para corrigir uma intercorrência destas, isto é feito em pequenas clínicas, que costumam ser mais aconchegantes que os hospitais. Passada a emergência, o paciente volta para casa e é acompanhado por uma equipe de visitação domiciliar periódica. Os problemas a serem tratados no paciente, em sua residência, não são apenas de controle da dor, mas também de outros sintomas, como: • Dispneia; • Disfagia; • Náuseas; • Vômitos; • Desidratação aguda; • Infecção secundária; • Depressão; • • • • • • • • • • • • • • • • - -8 • Depressão; • Retenção urinária; • Eventualmente, fraturas, derrames pleurais, pneumotórax e plegias. 9 Recomendação de cuidados O 1º Congresso da Sociedade Espanhola de Cuidados Paliativos, realizado em Barcelona, em dezembro de 1995, recomendou: Os cuidados paliativos devem ser incluídos na política de saúde governamental, de acordo com as recomendações da OMS. Todo indivíduo tem o direito ao alívio da dor, independentemente de etnia, estado social, nacionalidade e sexo. A experiência adquirida com os cuidados paliativos ao paciente com câncer deve ser aplicada também para cuidar de outros pacientes com doenças incuráveis. Existem meios eficientes e baratos para aliviar a dor e outros sintomas. A principal meta da fisioterapia é a qualidade de vida e a minimização dos sintomas; neste caso, especialmente da dor. Ainda não há um consenso sobre os melhores cuidados paliativos que se aplicam no alívio da dor. A pesquisa e a atenção diária a estes pacientes servem como norteadores, bem como a escuta. O que vem na próxima aula Na próxima aula, você vai estudar: • Disfunção (objeto de estudo do fisioterapeuta) e sua relação com as dores • • • Saiba mais • A fisioterapia no alívio da dor: uma visão reabilitadora em cuidados paliativos. Disponível . Acesso em 22 jul. 2013.aqui • Leia o documento elaborado pelo Ministério da Saúde: Dor relacionada ao . Disponível . Acesso em 22 jul. 2013.trabalho – LER/DORT aqui • O papel da enfermagem e da fisioterapia na dor em pacientes geriátricos terminais. Disponível . Acesso em 22 jul. 2013.aqui • • • • - -9 CONCLUSÃO Nesta aula, você: • Conheceu as dores relacionadas a doenças psicossomáticas, doenças relacionadas ao trabalho e a doenças progressivas e terminais; • Identificou as ações do fisioterapeuta junto a essas dores e aos cuidados paliativos. Referências MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dor relacionada ao trabalho: LER/DORT. Protocolos de Complexidade Diferenciada. Saúde do Trabalhador. Brasília, 2012. • •
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