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Fisioterapia em dor 2

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- -1
FISIOTERAPIA EM DOR
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA DOR
- -2
Olá!
Que experimento interessante não? Mas afinal, por que sentimos dor? É o que veremos nesta aula: estudaremos
 sobre o processo de desencadeamento da dor. Verificaremos a considerável integração da nocicepção nos
 tecidos e no sistema nervoso central. Bons estudos!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1- Conhecer a anatomia e fisiologia relacionadas à dor e os termos ligados ao tema;
2- Entender o processo de desencadeamento da dor;
3- Entender a integração da nocicepção nos tecidos e no SNC.
Esta aula é um pouco complexa, e se tornaria extremamente longa caso entrássemos em minúcias.
Assim, vamos iniciar conceituando termos que usaremos ao longo da nossa disciplina.
1 Sensação e percepção de dor
Antes de apresentarmos alguns conceitos é importante reforçar o processo que leva a dor.
Lembre-se: a dor é uma sensação (sensação é a experiência que precede a percepção) autônoma, independente,
como os sentidos do tato, da visão e da audição. Ela acontece a partir de uma sequência de eventos do fenômeno
doloroso. Entenda melhor de forma simplificada:
1 Estímulo (liberação pelas células lesadas de substâncias químicas)
2 Condução
3 Modulação
4 Sensação
5 Percepção e avaliação
6 Reação (resposta)
2 Nocicepção
Agora sim vamos iniciar os conceitos referentes a anatomia e fisiologia da dor.
O componente fisiológico da dor é chamado de nocicepção.
- -3
Este consiste nos processos de transdução, transmissão e modulação de sinais neurais, gerados em resposta a
um estímulo nocivo externo. Veja ao lado, de forma simplificada, como funciona essa cadeia de três neurônios:
• O neurônio de primeira ordem é originado na periferia e projeta-se para a medula espinhal.
• O neurônio de segunda ordem ascende pela medula espinhal.
• O de terceira ordem se projeta para o córtex cerebral.
2.1 Nociceptores
Já os nociceptores são terminações nervosas livres dos neurônios, que fazem a detecção da lesão tecidual.
Existem classes de receptores periféricos:
•
Mecanonociceptores ou mecanorreceptores e termonociceptores ou
termorreceptores
São terminações nervosas livres ou receptores encapsulados.
Alguns exemplos são os corpúsculos de Ruffini (calor), os corpúsculos de Paccini (pressão), os
corpúsculos de Meissner (tato), os corpúsculos de Krause (frio), os discos de Merkel (tato), o órgão
tendinoso de Golgi (pressão) e os do fuso neuromuscular (propriocepção – noção da posição espacial e
do movimento articular).
São terminações de fibras alfa-A e beta (fibras grossas, mielinizadas e de limiar baixo ao estímulo,
exibindo adaptação).
•
•
•
•
- -4
•
Nociceptores polimodais
São formados de terminações livres (dor), sendo constituídos por fibras delta A (finamente mielinizadas)
e delta-C (sem mielina), com limiar alto e sem exibir adaptação.
Respondem tanto a estímulos nociceptivos mecânicos intensos como térmicos e químicos.
3 Esclerótomo e dermátomo
Agora veremos alguns conceitos referentes a parte cutânea.
Esclerótomo
O esclerótomo é um tecido somático profundo, inervado por uma raiz posterior do nervo espinhal. Tipo de dor: a
dor esclerotômica é profunda, surda, prolongada, difusa, mal localizada. Tem características semelhantes à dor
visceral. Ambas vêm de estruturas profundas e são mediadas por fibras C.
Dermátomo
Já o dermátomo é um tecido superficial. Tipo de dor: a dor dermatômica tem característica aguda, bem
localizada, às vezes em agulhadas na pele, sendo mediadas por fibras delta A.
•
- -5
4 Outros conceitos
Conheça mais conceitos que facilitará o estudo desta disciplina.
D o r
somática
tem origem nas estruturas somáticas.
Dor visceral tem origem nas vísceras.
Limiar de
dor
a menor intensidade de estímulo que permite ao indivíduo perceber a dor. Ela varia de
indivíduo para indivíduo.
Limiar de
tolerância
definido como o ponto em que o estímulo doloroso alcança tal intensidade que não pode
mais ser suportado.
Modulação
consiste nos mecanismos de amplificação ou inibição das informações dolorosas
realizadas por meio de substâncias neuroquímicas. Destas substâncias, podemos
destacar as taquicininas (substância P), os opioides endógenos (endorfina e encefalina) e
os sistemas adrenérgico e serotoninérgico. Essas substâncias são responsáveis pela
transmissão, ampliação, atenuação ou inibição da nocicepção.
Percepção
ou cognição
envolve os processos de entendimento do significado do estímulo doloroso.
Resistência
à dor
é a diferença entre os limiares de dor e o limiar de tolerância. Demonstra a amplitude de
uma estimulação dolorosa que o indivíduo possa considerar como aceitável.
Transdução
refere-se à transformação de estímulos nocivos, reconhecidos pelos nociceptores, em
potenciais de ação.
- -6
Transmissão
é a condução do estímulo doloroso pelas vias sensitivas do sistema nervoso central. Vale
salientar que existem os seguintes tipos de fibras sensitivas capazes de transmitir as
sensações dolorosas: 1) As fibras de transmissão lenta, chamadas de fibras C5 não
mielinizadas, 2) As fibras de transmissão rápida, como as fibras A-delta6 e fibras grossas
A-beta7
5 Fibras nervosas
Falar de dor também contempla o estudo das fibras, neste caso, as fibras nervosas:
Fibras A
• Alfa – bem mielinizadas, de função motora: movimento e propriocepção.
• Beta – para o tato, pressão e vibração.
• Gama - para o tônus do fuso muscular.
• Delta – finalmente mielinizadas, com cerca de 20% para dor e alerta de lesão tissular, e
cerca de 80% para a temperatura, tato e estímulo químico.
Fibras B São fibras pré-ganglionares simpáticas.
Fibras C
Sem mielina, para as dores pós-ganglionares simpáticas e, algumas fibras para receptores
mecânicos e receptores térmicos.
6 Componentes da dor
Como vimos na aula anterior, a dor é um processo multidimensional, e por isso, temos que pensar num
processamento central consistindo de três componentes:
•
Componente sensório-discriminativo
Esse componente é caracterizado pelo estímulo doloroso em termos de intensidade, localização e
duração. É ele que nos permite distinguir a temperatura agradável da temperatura queimante, dolorosa.
Permite também a localização do estímulo.
Inicia-se com um estímulo nocivo ou potencialmente nocivo, como por exemplo: estímulo térmico,
químico, mecânico.
•
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Esse estímulo libera substâncias capazes de ativar receptores (nociceptores), presentes nas terminações
nervosas de fibras sensitivas, que transmitem essas informações ao corno posterior da medula espinhal.
•
Componente motivacional afetivo
Associado a atributos comportamentais complexos, de respostas emocionais. Ele está relacionado às
reações neurovegetativas (sudorese, taquicardia, hipotensão), afetando também o comportamento
(depressão, ansiedade).
•
Componente cognitivo-avaliativo
Relaciona a experiência dolorosa com o seu contexto ambiental, social, cultural e os compara com
experiências anteriores semelhantes.
7 Processo da dor
A dor normalmente começa quando algum tecido do nosso corpo sofre dano.
Quando isto acontece, algumas células morrem e liberam substâncias (prostaglandina, leukotrienes, serotonina e
ions K+), que excitam neurônios especializados na transmissão da dor, que estão distribuídos por todo o corpo.
Entenda como acontece o processo da dor:
• Há um sinal de alerta (ferimento) que faz contato com terminações nervosas livres (nociceptores). 
Ocorre a liberação de mediadores químicos, como serotonina e histamina (promovem a vasodilatação e 
aumento da permeabilidade), bradicinina e prostaglandina (promovem a vasodilatação, aumento da 
permeabilidade e a atração de leucócitos para área atingida). Estes mediadores ativam receptores 
•
•
•
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permeabilidade e a atração de leucócitos para área atingida). Estes mediadores ativam receptores 
polimodais que transmitem o impulso através das fibras C5 (transmissão lenta) e A-delta6 e A-beta7 
(transmissão rápida) para a medula espinhal.
• Essasfibras nervosas fazem sinapses com neurônios secundários da medula espinhal. O corno dorsal é a 
região da medula espinhal que recebe o estímulo aferente e modifica o sinal de entrada de acordo com as 
influências descendentes dos centros cerebrais superiores.
• Fazem sinapse com um terceiro neurônio, com ascensão do estímulo às estruturas do sistema nervoso 
central para continuar o processo de compreensão da dor e do local da lesão.
8 Vias para condução da dor
Na medula espinhal, existem basicamente duas vias ascendentes para a condução da dor até o cérebro – uma
para a dor rápida e outra para a dor lenta. Vamos conhecê-las?
•
Via Neoespinotalêmica
É a mais recente evolutivamente. É constituída pelo tracto espino-talâmico lateral e é iniciada
principalmente por estímulos mecânicos ou térmicos. Conduz a dor somática, bem localizada.
Esta via utiliza neurônios de axônios rápidos (possuem grandes diâmetros) e as fibras A-delta (12-30
metros por segundo). É a via mais rápida, que produz a sensação da dor aguda e bem localizada.
Seu neurônio ocupa a lâmina I da medula espinhal e cruza imediatamente para o lado contrário. Aí,
ascende na substância branca na região anterolateral até fazer sinapse principalmente no tálamo
(núcleos póstero-lateral-ventrais), mas também na formação reticular.
•
Via palioespinotalâmica
É a mais primitiva em termos evolutivos. É constituída pelo tracto espino-reticular e pelas fibras reticulo-
talâmica e conduz a dor visceral, de localização precária.
É uma via lenta, que é iniciada pelos fatores químicos.
Ela utiliza axônios lentos de diâmetro reduzido e velocidades de condução de apenas 0,5 a 2 m/s. Produz
dor contínua e mal localizada pelo indivíduo.
Seu neurônio ocupa a lâmina V da medula espinhal e ascende depois de cruzar para o lado oposto no
trato anterolateral, às vezes não cruzando. Fazem sinapse na formação reticular, no colículo superior e
na substância cinzenta periaqueductal.
Quer um exemplo prático?
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•
•
•
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Se um indivíduo sofrer um golpe, por exemplo, a sensação de dor imediata é rápida, devido às forças mecânicas
que estiram o tecido conjuntivo onde se localizam receptores de dor. Esta duração dessa dor é muito limitada.
Mas à medida que o tecido morre e extravasa o conteúdo celular com diversas substâncias, e chegam à região
danificada as células inflamatórias, a dor que permanece é lenta.
9 Teorias da dor
O método que usamas para explicar a origem da dor influencia muito o medo como pensamos e organizamos os
planos de tratamento fisioterapéutico. Desde a época em que a dor passou a ser considerada um problema de
lesão ou doença. e não mais relacionado à religião ou à alma, muitas teorias têm sido desenvolvidas.
Elas foram evoluindo para explicar o processo relacionado ao mecanismo da dor. Essas teorias surgiram à
medida que o conhecimento científico foi se desenvolvendo. São também necessárias para entendermos as
influências históricas de como a dor tem sido tratada.
Quer saber mais sobre este assunto? Não se preocupe, iremos conhecer as teorias da dor na próxima aula,
quando também veremos os tipos e a classificação da dor.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
• Aprofundamento sobre as teorias da dor
• Os tipos e qualidades da dor;
• Dor aguda e crônica;
• A classificação da dor.
Saiba mais
• Assista ao vídeo Fisiopatologia da Dor: Clique .aqui
• Visite a página da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, onde você tem 
acesso a revistas de pesquisa sobre dor, artigos sobre o tema e informações para 
profissionais e o público em geral. Disponível . Acesso em 25 abr. 2013.aqui
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu vários termos relacionados à dor e sua fisiopatologia;
• Estudou o mecanismo do processo da dor no sistema nervoso;
• Iniciou o aprendizado sobre as teorias da dor.
Referências
DOUGLAS, Carlos Roberto. . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.Fisiologia aplicada à Ciência da Saúde
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. . Cap. 48 - Sensações Somáticas: dor, cefaleia.Tratado de Fisiologia Médica
Elsevier, 2011.
HEADLEY, Barbara J. . In: O`SULLIVAN, Susan B.; SCHMITZ, Thomas J. : avaliação eDor crônica Fisioterapia
tratamento. 5. Ed. São Paulo: Manole, 2010.
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