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Portfólio Contexto socioeconômico e político brasileiro, no período de emergência do Serviço Social, até a chegada do Movimento de Reconceituação, na década de 1960


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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ
SERVIÇO SOCIAL
NOME COMPLETO
O contexto socioeconômico e político brasileiro, no período de emergência do Serviço Social, até a chegada do Movimento de Reconceituação, na década de 1960.
CIDADE
ANO
ANO COMPLETO
O contexto socioeconômico e político brasileiro, no período de emergência do Serviço Social, até a chegada do Movimento de Reconceituação, na década de 1960.
Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná (Unopar), como requisito parcial à aprovação no terceiro semestre do curso de serviço social.
MINAS NOVAS
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
DESENVOLVIMENTO	5
CONSIDERAÇÕES FINAIS	9
REFERÊNCIAS	11
INTRODUÇÃO
A presente dissertação tem como objetivo geral discutir o contexto socioeconômico e político brasileiro, no período de emergência do Serviço Social, até a chegada do Movimento de Reconceituação, na década de 1960. Tendo como intenção discorrer sobre a acumulação capitalista. A reprodução da pobreza e da exclusão social nos contextos urbano e rural, a desigualdade social, a constituição dos direitos humanos e sociais no contexto brasileiro. Além de tratar sobre as principais matrizes de identidade e poder presentes na história do Brasil, principalmente a partir da década de 1930, até a década de 1960, a emergência do sistema fabril e a urbanização. A industrialização, urbanização e o surgimento de novos sujeitos políticos, e o cenário democrático nacional.
Apesar de existir a muitos anos, o serviço social no Brasil, só começou a se tornar profissão por volta das décadas de 20 e 30, durante o governo de Getúlio Vargas, quando se sentiu a necessidade de uma instituição que ajudasse a lidar com as questões de âmbito social, presentes na sociedade. O serviço social inicialmente tinha suas bases ideológicas relacionadas com os interesses principalmente da classe trabalhadora e as suas necessidades, pois essa classe constantemente reivindicava seus direitos, colocando pressão sobre a burguesia. No entanto também estavam relacionados com os interesses das classes dominantes, de caráter moral e religioso, onde a doutrina social era direcionada ao trabalhador e sua família, em um contexto que visava uma perspectiva de ajuste e enquadramento social. 
 Atribui-se o surgimento do Serviço Social, a princípio desenvolvido para atender as necessidades das classes dominantes, com uma perspectiva de prática baseada na Doutrina Social da Igreja, no intuito de conter a classe trabalhadora perante suas reivindicações, no qual se constituía numa inquietação da burguesia, devido à ameaça causada através dessas lutas ao processo de produção de riquezas. (Sousa, 2021)
Frente a acontecimentos ocorridos com o passar dos anos, o serviço social sofreu mudanças até que chegasse ao modelo conhecido nos dias atuais, o qual se tornou imprescindível para uma sociedade mais harmônica. 
DESENVOLVIMENTO
Com o grande avanço do mundo em relação tanto as tecnologias como em todos os âmbitos da ciência, urgiu a necessidade da criação do que hoje é chamado de serviço social. Isso ocorreu principalmente após o surgimento do capitalismo, onde com ele o distanciamento entre classes se tornou ainda maior, causando muitas vezes um abismo social, aumentando a desigualdade social, econômica e também cultural, o que acabou resultando em diversos problemas para a sociedade como o êxodo rural, o aumento de áreas periféricas, a fome, a miséria, entre outras condições de precariedade. 
 Durante os anos de 1920 e 1930 o Brasil, teve grande parte das suas riquezas centralizadas nas mãos dos grandes produtores de café, no entanto a grande crise econômica mundial que ocorria na época, fez com que a concentração de tais lucros se restringisse ainda mais. Apesar da crise o país passava por uma grande evolução na área da indústria e o começo do estabelecimento das leis trabalhistas. Já no âmbito politico, o Brasil era governado pelo presidente Vargas. Diante desse panorama tivemos o surgimento do serviço social, com o objetivo de atender as famílias mais carentes, dando foco principalmente as crianças, a família, a formação e o trabalho, recebendo o apoio da igreja católica, que não queria perder espaço e influência na sociedade. 
O serviço social nasce no Brasil, na terceira década do século XX, em resposta à evolução do capitalismo, sob a influência europeia (em especial sob o influxo belga, francês e alemão), como fruto direto de vários setores particulares da burguesia fortemente respaldados pela Igreja Católica. (Autor desconhecido)
O serviço social no seu início estava vinculado às perspectivas cristãs, tendo como ênfase tratar questões morais e universais. Na questão moral a igreja dizia que o individuo é culpado pela posição em que se encontra, e viviam a margem da sociedade as pessoas que não seguiam os propósitos que Deus tinha para eles. No âmbito universal a igreja fazia criticas aos grandes proprietários por não compartilhar suas riquezas com os que precisavam, mas também criticavam os trabalhadores que reclamavam dos liberais. Além disso, para exercer a profissão os assistentes sociais deviam seguir duas premissas, a doutrina e a técnica. 
A partir do contexto da Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria, na década de 40 o Brasil começa ter uma influencia maior dos Estados Unidos, não sendo diferente no serviço social, fazendo assim com que ele passasse a ter uma organização estruturada a partir do estado e não mais somente pela igreja. Essa modernização fez com que a profissão se tornasse mais profissionalizada e fosse voltada a uma dinâmica mais racional vinda pela via do capital, da organização e gestão pública. 
 
Novas exigências societárias e institucionais advindas do desenvolvimento capitalista a partir da década de 40 incentivaram as assistentes sociais brasileiras a exigirem a defesa de um ensino e intervenção dentro dos modelos americanos, sugerindo que a profissão nesse país encontrava-se mais avançada em razão de sua elevada sistematização e análise de cunho psicossocial. (Pereira, 2016)
A profissionalização do Serviço Social teve referências norte-americanas. Vários conhecimentos foram adquiridos por meio de bolsas de intercâmbio com os EUA, o que permitiu o conhecimento de várias das teorias positivistas funcionalistas. Essas teorias no Brasil tiveram reflexo no debate sobre o serviço social de grupos e comunidades. As obras norte americanas tiveram influencia direta sobre as assistentes sociais brasileiras. Com o final da 2ª Guerra Mundial ocorreu à intervenção de organismos internacionais no Brasil, como a ONU e a OEA. Essa intervenção foi fundamental para a profissão, oferecendo os aportes técnicos necessários as assistentes sociais. 
Nesse período a metodologia estabelecida era fundamenta em um tripé, composto por caso, sendo a formação do sujeito e como ele pensa o mundo, grupo, que estava vinculado a como o ele se relacionava com as pessoas da sua comunidade, e por comunidade, que se tratava do ambiente onde se vivia as pessoas e os seus direitos. 
No período ditatorial brasileiro (1964-1985) o Serviço Social procurará se adequar às propostas de modernização no país, seguindo a agenda dominante burguesa. Como forma de validar seu status profissional nesse novo momento, ele se aprofundará na busca pela revisão das práticas anteriores (caso, grupo e comunidade) conferindo-lhe uma operacionalização moderna, apoiada em práticas administrativo-burocráticas. (Pereira, 2016)
Com o passar do tempo, ainda sobre o contexto da guerra fria e o desenvolvimentismo no Brasil, os assistentes sociais começaram a se vincular as problemáticas sobre as necessidades das pessoas, percebendo que o desenvolvimento social não estava acompanhando o desenvolvimento econômico. Por esse motivo começaram perceber o aumento da geração de pobreza, principalmente devido ao grande deslocamento das pessoas do campo para a cidade em busca de melhores condições, o que nem sempre ocorria, fazendo assim com que essas fossem para as áreasperiféricas, em condições de vida muito difícil e sem estrutura. 
Por volta da década de 60 começa se dar a entrada do materialismo histórico no Brasil, após se estabelecer criticas ao serviço social tradicional e a exploração dos donos dos meios de produção aos trabalhadores, fazendo com que ocorresse um desenvolvimento econômico mais ao mesmo tempo um subdesenvolvimento social. No entanto devido ao regime militar, essa reflexão foi tomar de fato o âmbito do serviço social somente a partir da década de 70, onde começa uma critica a estrutura do capital que acaba gerando a pobreza. 
A partir da década de 60 começa o que é chamado de reconceituação no serviço social, estabelecendo um novo olhar para a profissão e uma nova prática principalmente voltada a teoria de classes. 
O Movimento de Reconceituação é um importante momento do Serviço Social, pois é partir daí que surge outra visão acerca da prática profissional, voltada a uma análise crítica da realidade social, buscando assim um melhor desempenho no agir profissional ao atender as demandas da questão social, pautado em bases teórico-metodologicas que buscam superar as práticas tradicionais do Serviço Social. (Viana, Carneiro, Gonsalves; 2015)
 
3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fica evidente, portanto, que para o serviço social chegar ao que conhecemos nos dias atuais, foi preciso décadas de mudanças e influências histórica e culturais. Somente na década de 30 o serviço social foi constitucionalizado no Brasil, com grande influência da igreja católica, tratando principalmente de questões morais. Já com o inicio da guerra fria, a implementação do capitalismo e a influência norte americana no mundo, as assistentes sociais por meio principalmente de intercâmbio, implementaram conceitos, práticas e teorias norte americanas na realização da profissão no país. No mesmo contexto já na década de 60, devido ao aumento na desigualdade social, surgiu criticas ao modelo de capitalismo atual e um novo olhar do serviço social para a sociedade, essa nova perspectiva e mudança no modo de exercer a profissão, foi chamado de reconceituação. 
A partir da reconceituação o serviço social se tornou algo mais próximo da profissão exercida nos dias atuais, sendo imprescindível para a sociedade, além de contribuir para auxiliar no desenvolvimento, na diminuição das desigualdades, no combate a violências, e em inúmeras outras funções, essas contribuem gradativamente para os avanços do nosso país, levando em consideração o grande aumento das periferias brasileiras, ao qual demandam mais atenção do assistente social. 
A principal função do assistente social em nossa sociedade é a sua atuação visando mudanças positivas em nossas politicas sociais, sendo seu dever presar pela proteção dos direitos das crianças, adolescentes, idosos e também deficientes, levando a eles a oportunidade e o acesso à saúde e educação.
 
 Os assistentes sociais realizam assim uma ação de cunho socioeducativo na prestação de serviços sociais, viabilizando o acesso aos direitos e aos meios de exercê-los, contribuindo para que necessidades e interesses dos sujeitos sociais adquiram visibilidade na cena pública e possam ser reconhecidos, estimulando a organização dos diferentes segmentos dos trabalhadores na defesa e ampliação dos seus direitos, especialmente os direitos sociais. Afirma o compromisso com os direitos e interesses dos usuários, na defesa da qualidade dos serviços sociais. (Iamamoto, 2009)
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REFERÊNCIAS
A História da Assistência Social no Brasil. Disponível em: A História da Assistência Social no Brasil - Blog do GESUAS Acesso em: 04 maio 2022
Como surgiu o serviço social? Disponível em: Como surgiu o serviço social? (todasasrespostas.pt) Acesso em: 04 maio 2022
IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na cena contemporânea. Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais, p. 15-50, 2009.
Processo de institucionalização do serviço social e metamorfoses. Disponível em: Processo de institucionalização do serviço social e metamorfoses (uol.com.br) Acesso em: 04 maio 2022
SOUZA, Simone Alves de. A Questão Social como base para o surgimento do Serviço Social, 2021 
VIANA, CARNEIRO, GONÇALVES. O movimento de reconceituação do serviço social e seu reflexo no exercício profissional na contemporaneidade, 2015
80 ANOS DE SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: a influência norte americana na construção da identidade profissional e seus rebatimentos na atualidade. Disponível em: 067.pdf (cressrj.org.br) Acesso em: 04 maio 2022