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DISCIPLINA: ANÁLISE DE DEMONSTRATIVO FINANCEIRO E INDICATIVO DE DESEMPENHO AULA 4 Prof. Edicreia Andrade dos Santos 2 CONVERSA INICIAL A análise das demonstrações contábeis tem por objetivo observar e confrontar os elementos patrimoniais e os resultados das operações, visando ao conhecimento minucioso de sua composição qualitativa e de sua expressão quantitativa, de modo a revelar os fatores antecedentes e determinantes da situação atual, e a servir de ponto de partida para delinear o comportamento futuro da empresa. Tanto mais eficiente será a análise, quanto melhor for o conhecimento do analista a respeito das operações da empresa analisada, conhecimento este no qual se entende a política administrativa em todos seus aspectos, internos e externos. A interpretação dos elementos obtidos nas análises, a partir das demonstrações contábeis, faz com os valores ali contidos deixem de ser apenas um conjunto de dados e passem a ter valor como informação. A análise das demonstrações contábeis por índices consiste na confrontação entre os diversos grupos ou contas patrimoniais e de resultado, de forma que se estabeleça uma relação lógica que possibilite a mensuração da situação econômica e financeira da empresa. Para a obtenção de índices confiáveis, são necessárias algumas precauções que levem em conta a qualidade, e a padronização dos métodos utilizados para a elaboração das demonstrações contábeis, que podem envolver até a necessidade de reclassificação de alguns itens. Ressalta-se que o índice obtido não é a análise em si. Esta se dará a partir da obtenção de um conjunto de índices suficientes para se fazer juízo da demonstração analisada. CONTEXTUALIZANDO Nesta aula aprenderemos sobre os Índices de Rentabilidade de Estrutura de Capital. Os índices de rentabilidade ou retorno, conhecido também como índices de lucratividade, servem para medir a capacidade econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito econômico obtido pelo capital investido na entidade em determinado período. São calculados com base em valores extraídos da DRE e do Balanço Patrimonial. A rentabilidade do capital investido na empresa é conhecida por meio do confronto entre contas ou grupos de contas da DRE ou as conjugando com grupos de contas do Balanço Patrimonial 3 A rentabilidade mostra, em números absolutos e relativos, o grau de lucratividade do capital investido. Os índices de rentabilidade interessam a todos os usuários da empresa (internos e externos), mas principalmente aos proprietários e investidores potenciais, que identificam, por meio deles, a remuneração de seus capitais investidos; como também a bancos e fornecedores, que, podem avaliar a solidez da empresa e sua capacidade de cumprir os compromissos correntes utilizando observando tais índices (IUDICIBUS, 1995). Quando se trabalha com análise de rentabilidade, é imprescindível que a verificação dos lucros esteja relacionada a valores que possam expressar a "dimensão" destes lucros dentro das atividades da firma. Nas palavras de Iudicibus (1995, p. 90) “esta ‘dimensão’ poderá ser ora volume de vendas, ora valor do ativo total, ora valor do ativo operacional, ora valor do patrimônio líquido, ora valor do capital social etc.”. No caso dos índices de rentabilidade, assim como dos demais, dizer que um indicador encontrado é alto ou baixo vai depender de características do empreendimento, tais como segmento de mercado, porte, tempo de existência etc. Neste sentido, ressalta-se que o relacionamento das variáveis para a construção de um índice dependerá da decisão a ser tomada ou do elemento a ser analisado. De posse das demonstrações contábeis, a empresa pode construir dezenas de índices, relacionando, a cada um, variáveis diferentes. No entanto, é o fim pretendido que irá determinar o que analisar ou qual índice utilizar. Por sua vez, os índices de Estrutura de Capital demonstram a situação financeira da entidade, isto é, procuram apontar os grandes caminhos das decisões financeiras em termos de obtenção e aplicação de recursos e também como se encontra o nível de endividamento. Os índices desse grupo são aqueles que relacionam a composição de capitais (próprios e de terceiros), que medem os níveis de imobilização de recursos e que buscam diversas relações na estrutura da dívida da empresa. Neste contexto, vale ressaltar um aspecto importante: o de que o sucesso de muitas empresas depende do bom desempenho de sua administração financeira, especialmente de um bom gerenciamento, a fim de se obter um equilíbrio, na estrutura de capitais, entre os recursos de terceiros e os recursos próprios. 4 Com base no exposto acima, nesta aula apresentaremos por meio dos Índices de Rentabilidade e Estrutura de Capital as informações econômico- financeiras das demonstrações contábeis. TEMA 01: ÍNDICES DE RENTABILIDADE: GIRO DO ATIVO (GA) Os índices de Rentabilidade medem o quanto estão rendendo os capitais investidos. São indicadores muito importantes, pois evidenciam o sucesso (ou insucesso) empresarial. São calculados, geralmente, sobre as receitas líquidas, porém, em alguns casos, pode ser interessante calcular sobre as receitas brutas deduzidas somente das vendas canceladas (devoluções) e abatimentos. Este grupo de índices é composto por: Giro do Ativo (GA); Margem Bruta (MB); Margem Líquida (ML); Margem Operacional (MO); Rentabilidade sobre o Ativo (ROA); e Rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido (RPL): Os índices de Rotação ou de Giro são aqueles que informam a rapidez com que os recursos disponíveis são aplicados. O índice de Giro do Ativo Total busca confrontar as vendas líquidas com o ativo total. Isso indica a eficiência de utilização dos recursos totais aplicados para se obter as vendas; o Giro do Ativo Total representa quanto foi vendido para cada unidade monetária de investimento total. Complementarmente, tem-se o índice de Giro do Ativo Médio, que confronta as vendas líquidas com o ativo total médio (logo o ativo total médio pode ser obtido pela soma do total do ativo do ano “x” + total do ativo do ano “x- 1” dividido por 2) obtido pela soma do ativo no início do período com o ativo do final do período. Esse índice indica a eficiência de utilização dos recursos totais médios aplicados para se obter as vendas e representa quanto foi vendido para cada unidade monetária de investimento total médio. O Giro do Ativo mede o volume de vendas da empresa em relação ao seu ativo total. A variação neste índice pode ter diferentes causas, como a retração do mercado como um todo, a perda de participação de mercado e ainda ser decorrente da estratégia da empresa. O índice do Giro do Ativo pode ser obtido a partir da seguinte fórmula: 5 Índice Fórmula Indica Interpretação Giro do Ativo Receita Operacional Líquida/Ativo Total Quanto a empresa vendeu para cada $ 1 de investimento total. Quanto maior, melhor. Obs.: Receita Operacional Líquida é igual a Vendas Líquidas. Exemplificando o Giro do Ativo: Período x1 Período x2 Receita Operacional Líquida 4.793.123 4.425.866 Ativos 2.726.178 3.984.050 Giro do Ativo: Receita Operacional Líquida / Ativo Total O coeficiente resultante deste indicador mostra a velocidade com que o investimento total se transforma em volume de vendas. Sabemos que as vendas representam o coração de uma empresa. Quanto mais vender, quanto mais rápido for o ciclo operacional, mais possibilidades de incrementar a rentabilidade a empresa terá. Deste modo, com base nos resultados do exemplo, pode-se inferir que a empresa vendeu, no período x1, $ 1,76 para cada $ 1,00 de ativo investido, assim o volume de vendas atingiu 1,76 vezes o volume de investimento. No período x2, houve queda acentuada do volume relativo devendas: para cada $ 1,00 investido, a empresa vendeu $ 1,11, ou seja, o volume de vendas gerado pelo total empatado no ativo foi de 76% no período 1 e 11% no período 2, ambos superiores a 1. Podemos visualizar esses índices em forma de gráfico, conforme representado na Figura 1: 6 Figura 1: Representação gráfica do Giro do Ativo Fonte: Matarazzo (2003) TEMA 02: ÍNDICES DE RENTABILIDADE: ÍNDICE DE MARGEM BRUTA (MB), ÍNDICE DE MARGEM LÍQUIDA (ML) E MARGEM OPERACIONAL (MO) Os usuários dos resultados da análise das demonstrações contábeis – investidores e fornecedores, por exemplo, esperam que o capital investido seja remunerado, e desejam ter certeza de que a empresa possa gerar recursos suficientes para honrar seus ativos, assim como quitar obrigações. A obtenção dessas informações é possível com a extração desses índices, que buscam a identificação do retorno sobre investimento total, sobre vendas e sobre capital próprio, ou seja, espera-se uma avaliação não apenas da produtividade, mas, sobretudo da lucratividade do negócio. O termo rentabilidade, que deriva da palavra “renda”, é uma relação do valor bruto obtido com o valor do investimento realizado, e busca mensurar o retorno obtido após investir valores em um negócio ou aplicação. Esse segmento da Análise Econômica Financeira é caracterizado como fundamental, pois se trata do critério universal de avaliação do desempenho global da empresa, e inquestionavelmente aceito em todo o mundo para avaliação de projetos e investimentos. A margem bruta relaciona o lucro bruto com as vendas líquidas, e evidencia basicamente o percentual das vendas que não foi consumido pelos custos de produção ou de aquisição das mercadorias e serviços. É uma ferramenta utilizada para o controle dos custos e avaliação da capacidade dos setores produtivos das empresas. Para o cálculo da margem bruta, pode-se aplicar a seguinte fórmula: Margem bruta = (Lucro bruto/receita total) x 100 Ativo 1,00 Vendas 1,76 Ativo 1,00 Vendas 1,11 Período 1 Período 2 7 A margem operacional confere o lucro operacional com as vendas líquidas; essa margem é voltada para o controle do volume das despesas operacionais e para medida do desempenho dos setores de administração e de vendas. Para o cálculo da margem bruta pode-se aplicar a seguinte fórmula: Margem operacional = (Lucro Operacional / Receitas Operacionais Líquidas) x 100. A margem líquida confere o lucro líquido do período com as vendas líquidas. Na margem líquida, além do resultado financeiro, também são incluídos os resultados não operacionais. Isso indica o quanto restou da receita gerada pela empresa após a dedução de todos os custos, gastos e despesas incorridos, que será a margem de lucro sobre as vendas, e constitui o percentual de lucro líquido para cada unidade monetária vendida. Por isso que a análise por meio da margem líquida verifica o lado do acionista, enquanto que a análise da margem operacional observa o comportamento do lucro sob a perspectiva da empresa. A margem líquida é um dos principais indicadores de retorno dos investimentos. Também conhecida como taxa de lucratividade, oferece a informação de quanto de cada unidade monetária vendida a empresa conseguiu transformar em lucro. É o quociente que mede o grau de sucesso da empresa em termos de lucro sobre as vendas. É obtido pelo confronto do Lucro Líquido com as Vendas Líquidas (receitas operacionais líquidas). Caso haja interesse em obter o percentual, multiplica-se por 100. Assim sendo, representa quanto a empresa obtém de lucro para cada real em receita, obtido depois de pagar todos os seus impostos e despesas. Quanto maior for à margem que a empresa tem, certamente melhor seja a contribuição para a análise em questão. Obtêm-se este indicador com a seguinte fórmula: Exemplo: Período 1 Período 2 Lucro Líquido 223.741 167.116 Receita Operacional Líquida 4.793.123 4.425.866 Margem Líquida: (Lucro Líquido / receitas operacionais líquidas) *100 8 Como pode ser observado, houve uma queda considerável na margem de lucro da empresa, isto significa que a empresa auferiu menor lucro e ganhou muito menos por unidade vendida. Para cada 100 unidades vendidas a empresa obteve no período 1 $ 4,66 de lucro, e no período 2 houve uma queda para $ 3,77. Como parâmetro de comparação para este indicador, argumenta-se que ele é comparável com qualquer outra empresa, independente do porte. O coeficiente da margem líquida deve ser analisado com os índices de giro do ativo e de rentabilidade do ativo, pois de nada adianta a empresa ter um alto giro do ativo e não possuir uma margem de lucro; e também é interessante que este lucro seja o suficiente para remunerar seus ativos. Para melhor visualização, a Figura 2 (a seguir) apresenta os valores dos setores farmacêutico e de vestuário dos anos de 2012, 2013 e 2014. Esses indicadores podem ser utilizados como referências para outras empresas do mesmo setor avaliarem se os seus indicadores estão dentro ou fora do padrão quando comparadas: Figura 2 – Margem líquida: setor farmacêutico e vestuário Fonte: Portal do Trader (2015). 9 TEMA 03: ÍNDICES DE RENTABILIDADE: ÍNDICE DE RENTABILIDADE SOBRE O ATIVO (ROA) E ÍNDICE DE RENTABILIDADE SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (RPL) A Rentabilidade do Ativo (ROA) – do inglês Return on Assets – mostra o quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo, representando uma medida do potencial de geração de lucro da parte da empresa. Este indicador não é exatamente uma medida de rentabilidade de capital, mas sim uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se. Deste modo, o ROA é calculado quando se deseja ter uma ideia da lucratividade, como um todo, de um empreendimento, venham de onde vierem os recursos, admitindo-se as aplicações realizadas. É uma medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano e resulta da seguinte fórmula: Índice Fórmula Indica Interpretação Rentabilidade do Ativo (Lucro líquido/ Ativo Total) x 100 Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de investimento total. Quanto maior, melhor. Exemplificando este indicador na prática temos: Período 1 Período 2 Lucro Líquido 223.741 167.116 Ativo 2.726.178 3.984.050 Rentabilidade do Ativo: (Lucro líquido / Ativo Total) x 100 Rentabilidade do Ativo (*100) Para cada R$ 100,00 de ativo a empresa no período x1 obtém de lucro R$8,20 e no período x2 R$4,19 denotando uma perda de rentabilidade de um período para o outro. Esta queda, por exemplo, pode ter sido influenciada por fatores como diminuição nas vendas, aumento com despesas operacionais, financeiras e administrativas ou outros. Estes resultados demonstram o potencial de geração de lucro por parte da empresa. 223.741 167.116 2.726.178 3.984.050 = 8,20% = 4,19% 10 O próximo índice é o de Rentabilidade do Patrimônio Líquido (IPL) ou Return on Equity (ROE), e demonstra o quanto de ganho os acionistas ou proprietários tiveram em virtude do capital investido na empresa. É o indicador definitivo da rentabilidade do investimento próprio e seu cálculo permite saber o quanto a administração, fazendo uso dos recursos entregues pelos sócios, obterão de rendimento com a estrutura de despesas financeiras e da relação existente entre recursos próprios e de terceiros. Além disso, possibilita a comparação com outras oportunidades de investimento disponíveis no mercado, identificando se a decisão de investir na empresa em análise foi correta. A obtenção desse índice se dá pela divisão do Lucro Líquido pelo Patrimônio Líquido. É obtido por meio da seguinte fórmula: Índice Fórmula Indica InterpretaçãoRentabilidade do Patrimônio Líquido (Lucro líquido / Patrimônio Líquido) x 100 Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de capital próprio investido. Quanto maior, melhor. Exemplo Período 1 Período 2 Lucro Líquido 223.741 167.116 Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185 Rentabilidade do Patrimônio Líquido: (Lucro líquido / Patrimônio Líquido) x 100 Rentabilidade do Patrimônio Líquido (*100) Conforme exemplo, infere-se que para cada $ 100,00 de capital próprio investido, a empresa conseguiu $ 20,89 de Lucro no período 1. No período 2, entretanto, ocorreu uma queda acentuada na rentabilidade da empresa de aproximadamente 10%. Vale ressaltar que uma das grandes utilidades deste quociente está na sua comparação com taxas de rendimento com outras empresas do mercado, sendo possível, por esta comparação, avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções. 223.741 167.116 1.070.861 1.407.185 = 20,89% = 11,88% 11 Enfatiza-se que há outros indicadores de rentabilidade relacionados às vendas que possibilitam a avaliação dos resultados operacionais da empresa, refletindo o quanto esta gerou de recursos por meio de suas atividades. Sintetizando Índices de rentabilidade: ROA: avalia quanto a empresa obteve de retorno (lucro líquido) em relação ao total das aplicações realizadas em seu ativo. ROE: apresenta a comparação do lucro gerado em decorrência do investimento realizado pelos sócios da empresa. TEMA 04: ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL: ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL (EG), ÍNDICE DE COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO (CE) E ÍNDICE DE PARTICIPAÇÃO DE CAPITAL DE TERCEIROS (PCT) Os Índices de Estrutura de Capital, também chamados de índices de endividamento, são utilizados para mensurar a composição das fontes de recursos de uma empresa, permitindo visualizar de que forma os recursos de terceiros estão sendo usados em comparação com o capital próprio. Além disso, fornecem elementos para analisar o grau de comprometimento da empresa perante seus credores, como também a sua capacidade de cumprir os compromissos financeiros assumidos a longo prazo. Os principais indicadores classificados neste grupo são denominados de (i) Endividamento Geral, (ii) Participação de Capital de Terceiros, (iii) Composição do Endividamento, (iv) Imobilização do Patrimônio Líquido e (v) Imobilização de Recursos Não Correntes. O indicador de Endividamento Geral (EG) apresenta o volume de aplicações de recursos financiadas por capital de terceiros, representadas no Balanço Patrimonial pelas contas de passivo circulante e passivo não circulante. Este indicador mostra o comprometimento do ativo da empresa para com capital de terceiros que serão exigidos dela, no curto ou no longo prazo. 12 Este índice é obtido pela seguinte fórmula: Índice Fórmula Indica Interpretação (Endividamento Geral) [(PC+PNC) / Ativo Total] x 100 Quanto a empresa tem de capitais de terceiros para cada R$ 100,00 de ativo total. Quanto menor, melhor. Obs.: PC: Passivo Circulante; PNC: Passivo Não Circulante. A interpretação do Endividamento Geral permite assim verificar, por exemplo, quanto a empresa tem de capitais de terceiros para cada 100 reais de ativo total. Ressalta-se aqui que, por exemplo, que a fórmula necessariamente não precisa ser multiplicada por 100, pois este artifício só é usado por permitir uma melhor interpretação do índice em percentuais. O próximo indicador é o de Participação de Capital de Terceiros e indica a relação entre capitais próprios e de terceiros, e demonstra a parte de terceiros (passivo circulante e passivo não circulante) em relação ao capital próprio investido na empresa. Esse indicador relaciona, portanto, as duas grandes fontes de recursos: capital próprio e capital de terceiros, e indica risco ou dependência de terceiros por parte da empresa. Quando se aborda esse indicador, se faz referência apenas ao risco de insolvência e não à relação deste com o resultado obtido pela entidade. É calculado pela divisão do Capital de Terceiros pelo Capital Próprio. Índice Fórmula Indica Interpretação Participação de Capitais de Terceiros (Endividamento) ((PC + PNC) / Patrimônio Líquido) x 100 Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada R$ 100,00 de capital próprio Quanto menor, melhor Obs.: PC: Passivo Circulante; PNC: Passivo Não Circulante. Do ponto de vista rigorosamente financeiro, quanto maior essa relação (CT/PL) menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses terceiros. Assim, sob essa perspectiva é que se interpreta o índice de participação de capitais de terceiros. Já sob o interesse de obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros 13 se a remuneração paga a esses capitais for menor do que o lucro obtido com a sua aplicação nos negócios. Vamos acompanhar um exemplo exposto por Matarazzo (2003): Período 1 Período 2 Capitais de Terceiros (PC + PNC) 1.655.317 2.576.865 Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.185 Endividamento: [(PC + PNC) / Patrimônio Líquido] x 100 Endividamento (*100) Esses dois coeficientes evidenciam que, no período 1, para cada $ 100,00 de Capital Próprio (Patrimônio Líquido), a empresa tomou $ 154,57 de Capitais de Terceiros, e que, no período 2, para cada $ 100,00 de Capitais Próprios, recorreu a $ 183,12 emprestados. Graficamente, esses índices podem ser visualizados da seguinte forma (Figura 3): Figura 3 – Representação gráfica do índice de participação do capital de terceiros Fonte: Matarazzo (2003) O próximo indicador, o de Composição do Endividamento (CE), possibilita evidenciar as dívidas de curto prazo em relação ao total das obrigações para com terceiros. Para calculá-lo é necessário contrapor as obrigações de curto 1.655.317 2.576.865 1.070.861 1.407.185 = 154,57% =183,12% Ativo Circulante Ativo Não Circulante 154,57 Capitais de Terceiros 100 Capital Próprio 100 Capital Próprio 183,12 Capitais de Terceiros Ativo Circulante Ativo Não Circulante Período 1 Período 2 14 prazo (passivo circulante) pelo total de capitais de terceiros, como apresentado na fórmula a seguir: Índice Fórmula Indica Interpretação Composição do Endividamento [PC / (PC +PNC)] x 100 Qual o % de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais. Quanto menor, melhor. Obs.: PC = Passivo Circulante; PNC = Passivo Não Circulante. A interpretação indica que quanto menor melhor, pois a empresa terá mais tempo para gerar recursos para honrar seus compromissos. Desta forma, acompanhe o exemplo baseado em Matarazzo (2003) para melhor entendimento: Período 1 Período 2 Passivo Circulante 1.340.957 1.406.077 Capitais de Terceiros (PC +PNC) 1.655.317 2.576.865 Composição do Endividamento: [PC / (PC +PNC)] x 100 Composição do Endividamento (*100) Os coeficientes obtidos indicam que no período 1 a empresa tinha 81,01% (mais de ¾) de suas dívidas vencíveis a curto prazo e que no período 2 este percentual apresentou uma diminuição para 54% (quase metade), melhorando aquilo que se pode chamar de perfil da dívida. Todavia, enfatiza-se que a maior parte das dívidas da entidade exemplo são a curto prazo, o que de certa forma pode comprometer a liquidez da empresa, como representado na Figura 4: Figura 4 – Representação gráfica do índice de composição do endividamento Fonte: Matarazzo (2003) 1.340.957 1.406.077 1.655.318 2.756.865 = 81,01% = 54% 15 A Figura4 apresenta a composição do endividamento de curto prazo (em percentual) da empresa em comparação com o total de endividamento com terceiros (passivo circulante e passivo não circulante) multiplicado por 100 para se obter em percentual. TEMA 05: ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL: ÍNDICE DO GRAU DE IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (GIPL) E ÍNDICE DE IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES (IRNC) O indicador denominado de Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) ou Capital Próprio representa quanto do Patrimônio Líquido está aplicado nos grupos de contas: Imobilizado, Investimentos e Intangível, que representam as aplicações permanentes de recursos da empresa, ou seja, qual a parcela do Patrimônio Líquido foi imobilizada e quanto restou para financiar o capital de giro. A parcela do Patrimônio Líquido que fica destinada ao Ativo Circulante é chamada de Capital Circulante Próprio. O índice de Imobilização do PL é calculado pela divisão dos ativos de natureza permanente (investimento, imobilizado e intangível) pelo Patrimônio Líquido (PL). Quanto mais a empresa investir no ativo imobilizado, menos recursos próprios sobrarão para o ativo circulante e, em consequência, maior será a dependência de capitais de terceiros para o financiamento do ativo circulante. Sua fórmula é representada pela seguinte equação: Índice Fórmula Indica Interpretação Imobilização do Patrimônio Líquido [(Ativo Não Circulante – RLP) / Patrimônio Líquido] x 100 Quanto a empresa aplicou no Ativo Imobilizado para cada $ 100,00 de Patrimônio Líquido. Quanto menor, melhor. Obs.: RLP = realizável a longo prazo. Pelo exposto, conclui-se que quanto menor esse índice, melhor será a situação financeira da empresa. Isso porque as aplicações de recursos do Patrimônio Líquido são mutuamente exclusivas do Ativo Circulante e demais ativos. Quanto mais a empresa investir no ativo imobilizado (Imobilizado, Investimentos e Intangível) menos recursos próprios sobrarão para o ativo circulante, e em consequência, maior será a dependência de capitais de terceiros para o financiamento do ativo circulante. 16 O ideal em termos financeiros é a empresa dispor de patrimônio líquido suficiente para cobrir o ativo imobilizado e ainda lhe restar uma parcela (Capital Circulante Próprio) suficiente para financiar o ativo circulante. Por suficiente entende-se que a empresa deve dispor de necessária liberdade de comprar e vender sem precisar sair o tempo todo recorrendo a instituições financeiras. Para assimilar na prática, acompanhe o exemplo baseado em Matarazzo (2003): Período 1 Período 2 Ativo Não Circulante – RLP * 765.698 1.714.879 Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.125 * Ou a soma das contas de Imobilizado, Investimentos e Intangível Imobilização do PL: [(Ativo Não Circulante – RLP) / Patrimônio Líquido] x 100 Imobilização do PL (*100) Os coeficientes obtidos no cálculo deste índice mostram que no período 1, a empresa investiu em “permanente” (não existe mais a expressão na legislação contábil brasileira, mas a mantemos aqui para aglutinar os Ativos Imobilizados, Investimentos e Intangíveis, que são os três grupos de ativos mais imóveis), a importância equivalente a 71,50% do patrimônio líquido e que, no período 2 esse percentual subiu para 121,87%. Isso permite inferir que no período 2 todo o valor do patrimônio líquido estava investido nas contas de Imobilizados, Investimentos e Intangíveis, precisando ainda que a empresa recorresse a capitais de terceiros para o valor restante. Esta situação não é muito confortável tendo em vista que a empresa está com o seu capital completamente paralisado, precisando assim de terceiros para auxiliar em seu capital de giro. O próximo é o Indicador de Imobilização de Recursos Não Correntes, que indica quanto dos recursos não correntes foram convertidos em ativos de natureza permanente (investimentos, imobilizado e intangível). Pode-se considerar como recursos não correntes a soma do Patrimônio Líquido com o Passivo não Circulante. Como os ativos de natureza permanente têm vida útil longa, a empresa pode utilizar recurso com prazo de vencimento longo para financiá-los, sem comprometer o capital de giro da empresa. A parcela de recursos não correntes destinado aos ativos de natureza circulante também é 765.698 1.714.879 1.070.861 1.407.125 = 71,50% = 121,87% 17 chamada de Capital Circulante Líquido (CCL). Esse quociente é obtido pela divisão dos ativos de natureza permanente (investimento, imobilizado e intangível), ou seja, o Ativo Não Circulante menos os Ativos Realizáveis a Longo Prazo; e pela soma dos recursos não correntes (Patrimônio Líquido +Passivo Não Circulante). Sua fórmula é apresentada a seguir: Índice Fórmula Indica Interpretação Imobilização dos recursos não correntes [(Ativo Não Circulante – RLP) / (PNC + Patrimônio Líquido)] * 100 Que percentual dos recursos não correntes foi destinado ao ativo imobilizado. Quanto menor, melhor. Obs.: RLP = realizável a longo prazo; PNC = Passivo Não Circulante. Uma consideração importante é que esse índice não deve em regra ser superior a 100%. Ainda que a empresa tenha necessidade de ativo circulante (como é o caso das transportadoras, por exemplo) deve sempre existir um pequeno excesso de recursos não correntes, em relação às imobilizações, destinado ao ativo circulante. Vamos acompanhar o exemplo de Matarazzo (2003): Período 1 Período 2 Ativo Não Circulante – RLP * 765.698 1.714.879 Passivo Não Circulante 314.360 1.170.788 Patrimônio Líquido 1.070.861 1.407.125 * Ou a soma das contas de Imobilizado, Investimentos e Intangível. Imobilização dos Recursos Não Correntes: [(Ativo Não Circulante – RLP) / (PNC + Patrimônio Líquido)] * 100 Imobilização dos recursos não correntes (*100) Estes índices mostram que a empresa destinou ao ativo permanente em x1 e em x2, respectivamente, 55,28% e 66,52% dos recursos não correntes. 765.698 1.714.879 1.385.224 2.577.973 = 55,28% = 66,52% 18 Saiba mais: Para compreender os Indicadores de Endividamento, assista ao vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=by5GOSBeQnI>. Para realizar os cálculos e interpretar os Índices de Rentabilidade, assista: <https://www.youtube.com/watch?v=KQgolfiv-M8>. Leitura Obrigatória Leia mais sobre os índices de endividamento no capítulo 5 (páginas 157 a 161) do livro Análise e estrutura das demonstrações contábeis. Disponível na Biblioteca Virtual. TROCANDO IDEIAS Os índices de endividamento ou estrutura de capital revelam o grau de endividamento da empresa. Este grupo de indicadores evidencia, para os períodos (exercícios) analisados, a política de obtenção de recursos da empresa, ou seja, se a empresa comumente financia o seu Ativo com Recursos Próprios (Patrimônio Líquido) ou de Terceiros (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) e em que proporção. Deste modo, faz-se necessário sempre observar a quantidade e a qualidade do tipo de endividamento das organizações, para assim poder ter um melhor conhecimento a respeito de suas dívidas. A respeito do exposto pesquise, identifique e discuta com seus colegas acerca dos índices de endividamento quanto à quantidade e à qualidade destes. NA PRÁTICA Calcule os indicadores solicitados para as demonstrações contábeis a seguir e efetue uma breve análise. 19 Lista de indicadores Indicador Fórmula 31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3 Giro do Ativo – GA VL AT Rentabilidade sobre o Ativo – ROA LL x 100 AT Rentabilidade sobre o PL – ROE LL x 100 PL Margem Líquida LL x 100 RL VL Balanço Patrimonial (Ativo) BALANÇO PATRIMONIAL DA CIA. YCZ. Exercício encerradoem: 31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3 R$ R$ R$ ATIVO CIRCULANTE 254.691 367.485 353.169 Caixa e Bancos 9.892 29.175 40.200 Aplicações de liquidez imediata 32.508 22.995 38.286 Contas a receber de clientes 128.124 187.236 162.658 (-) Provisão p/ devedores duvidosos -1.405 -4.781 -2.160 Impostos a recuperar: IPI e ICMS 5.182 15.006 12.002 Estoques 78.450 115.748 99.890 Prêmios de seguros a apropriar 1.940 2.106 2.293 ATIVO NÃO CIRCULANTE 115.984 138.770 137.199 Empréstimo compulsório: Eletrobrás 4.617 12.552 15.025 Investimentos 8.381 8.381 9.714 Imobilizado 99.004 115.005 110.734 Intangível 3.982 2.832 1.726 TOTAL DO ATIVO 370.675 506.255 490.368 31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3 PASSIVO CIRCULANTE 178.981 255.750 201.186 Empréstimos e financiamentos 100.850 127.605 50.277 Fornecedores 36.186 54.560 55.607 Salários e encargos sociais 2.065 2.430 2.665 Obrigações fiscais: IPI, ICMS e outros 13.002 18.919 21.005 Provisão para Imposto de Renda 23.864 26.419 Adiantamentos de clientes 22.885 24.145 28.837 (continua) 20 (continuação) Dividendos propostos 12.500 Provisão p/ férias e 13º salário 3.993 4.227 3.876 PASSIVO NÃO CIRCULANTE 40.861 60.297 55.882 Financiamentos bancários 40.861 60.297 55.882 PATRIMÔNIO LIQUIDO 150.833 190.208 233.300 Capital social 156.000 156.000 184.824 Reservas de capital 18.824 18.824 Reservas de lucros 8.204 10.173 12.453 Lucros (prejuízos) acumulados -32.195 5.211 36.023 TOTAL DO PASSIVO 370.675 506.255 490.368 Demonstração do Resultado do Exercício DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO DA CIA. YCZ 31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3 R$ R$ R$ RECEITA OPERAClONAL BRUTA Vendas de produtos 450.286 541.654 482.485 Vendas de serviços 66.022 88.005 95.453 TOTAL 516.308 629.659 577.938 ( - ) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções e abatimentos -9.006 -10.833 -7.237 Impostos incidentes sobre vendas -76.549 -97.498 -86.847 Impostos incidentes sobre serviços -1.981 -2.640 -4.773 (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 428.772 518.688 479.081 ( - ) CUSTO DOS PRODUTOS E SERVÍÇOS Custo dos produtos vendidos -184.617 -203.120 -164.045 Custo dos serviços prestados -49.517 -58.083 -45.817 (=) LUCRO BRUTO 194.638 257.485 269.219 ( - ) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas com vendas -79.634 -85.810 -92.167 Despesas gerais e administrativas -52.345 -55.006 -58.916 Despesas financeiras líquidas -55.902 -46.718 -38.565 OUTRAS RECEITAS E DESP. OPERACIONAIS Outras receitas operacionais 1.185 1.882 1.902 (-) Outras despesas operacionais -884 -764 -882 (=) LUCRO OPERACIONAL 7.058 71.069 80.591 RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS -349 -882 -534 (=) LUCRO ANTES DO IR E CONTRIB. SOCIAL 6.709 70.187 80.057 (continua) 21 (continuação) ( - ) PROVISÃO P/ IMPOSTO DE RENDA -17.547 -20.014 ( - ) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL -6.317 -6.405 (=) LUCRO APÓS IR E CONTRIB. SOCIAL 6.709 46.323 53.638 (-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUÍÇÕES Empregados -2.316 -2.682 Administradores -4.632 -5.364 (=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 6.709 39.375 45.592 Resolução Indicador Fórmula 31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3 Giro do Ativo – GA VL 1,16 1,02 0,98 AT Rentabilidade sobre o Ativo – ROA LL x 100 1,81 7,78 9,3 AT Rentabilidade sobre o PL – ROE LL x 100 4,45 20,7 19,54 PL Margem Líquida LL x 100 1,56 7,59 9,52 RL VL Análise (exemplo sintético): Giro do Ativo: reproduz a eficiência da empresa em utilizar seus ativos para gerar vendas, medido pelo quociente das receitas anuais e o ativo total. Expressa a relação das vendas líquidas com o ativo total da empresa, exprimindo assim o grau de eficiência em que são utilizados os recursos da empresa. Assim, com exceção do período X3, a Cia. YCZ conseguiu ser completamente eficiente na utilização de seus ativos para geração de vendas. ROA: O índice de Rentabilidade do Ativo (ROA) expressa o quanto a empresa obteve de lucro em relação ao seu investimento total, revelando assim a eficiência com que os recursos foram utilizados. Assaf Neto (2003) salienta que este indicador evidencia a parcela de lucros líquidos que a empresa auferiu em um determinado período em relação ao total do ativo. Portanto, por meio do índice de Rentabilidade do Ativo é possível identificar a potencialidade de geração de lucro pela entidade. No ano X1 a Cia. YCZ gerou para cada R$ 100 de ativo total aplicado na empresa R$ 1,81 de lucro líquido. ROE: Mede o “retorno dos recursos aplicados na empresa por seus proprietários. Em outras palavras, para cada unidade monetária de recursos próprios (patrimônio líquido) investido na empresa, mensura-se quanto os proprietários auferiram de lucro”. Assim, no ano X1 para cada R$ 100,00 no PL rendeu R$ 4,45 de lucro líquido. MARGEM LIQUIDA: O resultado do índice de Margem Líquida demonstra a relação de lucros líquidos em comparação com o total de vendas (receita operacional líquida) de um 22 determinado período. Assim sendo, indica em percentuais qual foi a parcela do faturamento da empresa que se transformou em lucro líquido no período analisado. Assim, por exemplo, no período X1 para cada R$ 100,00 de receita líquida (vendas líquidas) a Cia. YCZ apresentou R$1,56 de Lucro líquido. SÍNTESE Caro aluno, chegamos ao final de mais uma aula que abordou dois grupos de índices econômico-financeiros que têm como objetivo avaliar a real situação da empresa em seus mais diversos aspectos. Indicadores de rentabilidade e de endividamento. Os indicadores de rentabilidade selecionados nesse trabalho evidenciam, por exemplo, o retorno que a empresa está proporcionando sobre o capital próprio. Por capital próprio entende-se o valor investido no negócio pelos proprietários, o lucro e as respectivas reservas. Além do retorno sobre o capital próprio, é possível verificar o giro do ativo total, a margem líquida, e a rentabilidade proporcionada pela comercialização das mercadorias compradas pela empresa para revenda ou na prestação de serviços, ou fabricação de produtos. Por sua vez, os Índices de Endividamento têm como principal escopo mostrar o grau de comprometimento do capital próprio de uma empresa, com o capital de terceiros. Esses índices mostram, por exemplo, o percentual do capital de terceiros que vencem a curto prazo. Ademais, é possível verificar o quanto do capital próprio e dos recursos não correntes foram aplicados no Ativo Permanente (Imobilizado, Investimentos e Intangível). Por fim, vale ressaltar que não existem regras definidas sobre estrutura de capitais, a empresa pode trabalhar com o capital próprio, sendo superior ao de terceiros, ou com capital de terceiros sendo superior ao próprio. Na realidade, o que importa é a comparação dos juros pagos referente ao financiamento, com os proporcionados pelo mercado onde foi aplicado o valor do capital. 23 REFERÊNCIAS ANÁLISE fundamentalista: margem líquida. TRADERBOLSA, 2015. Disponível em: <http://www.investimentonabolsa.com/2015/04/analise-fundamentalista- margem-liquida.html>. Acesso em: 24 jan. 2017. ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico- financeiro. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2002. ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2011. CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento técnico CPC 00 (R1): Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro (2011). Disponível em: <http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/149_CPC00_R1_Rel_AudPu blica.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2017. IUDICIBUS, S. Análise de balanço. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1998. MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial.6. ed. São Paulo: Atlas, 2007. SAPORITO, A. Análise e estrutura das demonstrações contábeis. Curitiba: InterSaberes, 2015 SILVA. J. P. Análise financeira de empresas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
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