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Tathiely Costa 1 1 Biotecnologia da Reprodução Animal Biotecnologia da Reprodução do Macho Espermatogênese •Fêmea: GnRH atinge um pico no momento pré-ovulatorio •GnRH é liberado de forma mais constante e intermitente na forma de “bolus” ou forma pulsátio. Essas liberações curtas de GnRH causam aumento de LH de 4 a 8x por dia (pulsos). - O LH vai atuar nas células de Leydig, essas células vão transformar progesterona em testosterona - A Liberação de testosterona de forma pulsátil dura de 20 a 60 minutos. Sua liberação depende da espécie Importância da liberação pulsátil de LH para o macho: •Alta concentração de testosterona nos túbulos seminíferos é importante para a correta espermatogênese •As células de Leydig se tornam refratárias a altas concentrações de LH contínuas → Feedback negativo dos receptores •Sendo assim o Alto LH continuamente causa diminuição da testosterona •A liberação pulsátil curta com a diluição do sangue (concentração plasmática de testosterona é 500x menor do que a intratesticular) associada com a meia-vida curta (2-4 horas), excretada pela urina, vai evitar o feedback negativo do GnRH e LH Fases da espermatogênese: •Proliferação - Divisões mitóticas em abundância - Produzir um grande número de espermatogônia B - Renovação das células “tronco”, substituição de espermatogônias A A alta testosterona também pode causar o feedback negativo do FSH e, consequentemente, as células de Sertolli e a espermatogênese. •Por isso a queda fisiológica da testosterona entre pulsos permite a “retirada” do feedback negativo sobre o FSH, que é liberado nessa etapa •É um mecanismo equilibrado e distúrbios podem causar queda de fertilidade e até infertilidade permanente Tathiely Costa 2 2 Biotecnologia da Reprodução Animal •Meiose - Formação de espermátides (célula haploide (N) - Diversidade genética pela meiose: crossing over •Diferenciação (ou espermatogênese) - Não há mais divisão celular - Diversas transformações celulares que resultam em uma célula altamente especializada → espermatozoide •Produção contínua de espermatozoides (ter uma atenção nas espécies sazonais) •É um processo complexo e demorado •Na avaliação espermática, há um atraso de 2 a 4 semanas para mostrar efeito nas características do ejaculado. Ex.: estresse térmico, febre, inflamação, toxinas, exposição a medicações e hormônios, etc. •6 a 12 semanas são necessárias para restaurar a espermatogênese Obs.: atenção durante a avaliação espermática Potencial de fertilidade: •Capacidade de produção espermática •Viabilidade dos espermatozoides – quanto tempo duraria no trato reprodutivo da fêmea ou quanto tempo conseguiria passar por esse processo (ex.: refrigeração, congelação) •Número de anormalidade morfológicas no ejaculado – número de patologias encontradas (ex.: caldas dobradas) •Número de espermatozoides funcionais no ejaculado Tempo para a completa espermatogênese: •Touro: 61 dias •Carneiro: 47 dias •Porco: 39 dias •Garanhão: 55 dias •Coelho: 48 dias •Cão: 60 dias Produção diária de espermatozoide: Touro corte: 6x 109 Touro leite: 7,5x 109 Porco: 16x 109 Gato: 32x 109 Cão: 0,5x 109 Homem: 0,13x 109 Coelho: 0,2x 109 Galo: 2,5x 109 Carneiro: 10x 109 Garanhão 5x 109 Atenção a variações individuais e sazonais Após a espermatogênese ocorre o transporte e armazenamento. Processos importantes para a capacitação do espermatozoide O testículo junto com o espermatozoide vai produzir um fluido testicular que irá auxiliar no transporte de espermatozoides e ajudar na manutenção Tathiely Costa 3 3 Biotecnologia da Reprodução Animal Epidídimo •Função: o dependente de andrógenos (testosterona) •Os ductos deferentes convergem para formar o DUCTO EPIDIDIMÁRIO → ambiente para final da maturação, aquisição de motilidade e potencial de fertilização •Ducto único altamente enovelado (30 a 60 metros), dividido em cabeça, corpo e cauda •Armazenamento depende do tempo de trânsito (6-14 dias) •Absorção do líquido testicular e a concentração das células •Quantidade armazenada de espermatozoide não é alterada pelo número de ejaculações: cabeça e corpo •Armazenamento da cauda: limitado, reserva de acordo com a quantidade de ejaculados/tempo. Plasma seminal •Fluido proveniente do epidídimo e glândulas sexuais acessórias •Fonte de energia para espermatozoide (frutose), íons, hormônios, etc.. •Não é necessário para aquisição de fertilidade •Veículo para espermatozoides *Equinos: controverso – alguns estudos falam que vai aumentar a resposta infamatória no trato reprodutivo da fêmea *Lhamas e Alpacas – o plasma seminal é importante para a ovulação da fêmea e se não tiver o plasma seminal na inseminação esses animais não ovulam Coleta de sêmen •Monta em manequim/fêmea com vagina artificial: Equinos, bovinos, gato, jumento, porco, carneiro •Depende de condicionamento e treinamento. Eletroejaculador •Animal contido, sedado ou anestesia geral •Não deve ser utilizado em equinos pois é muito sensível a estímulos elétricos •Não depende de condicionamento •Animais silvestres é o jeito mais seguro de se coletar sêmen Manipulação digital •Consiste em massagear a glande de forma a estimular a ejaculação •Depende de condicionamento e treinamento Massagem transretal •Massagem manual na área das glândulas sexuais acessórias •Touros é efetivo em 80% dos casos, mas a qualidade espermática não é tão boa quanto vagina artificial •Utilizado na coleta de elefantes em cativeiro Massagem em aves •Massagem rítmica e concomitante do abdômen e do ventre do animal → reflexo ejaculatório Tathiely Costa 4 4 Biotecnologia da Reprodução Animal •Animais precisam estar acostumados com humanos. Ex: aves silvestres em cativeiro, galos de avicultura •Eletroejaculação possível em aves, mas pode ocorrer contaminação das amostras. Protocolos específicos e variam de eficiência Coleta a partir de epidídimo Após castração ou post-mortem é possível cletar sêmen da cauda do epidídimo Passo a passo: •Separar o epidídimo do testículo •Isolar a cauda do epidídimo •Dissecar os túbulos Lavado retrógrado: Lavar com solução apropriada a cada espécie (meio de manutenção espermática) •Em uma placa de Petri, com o restante do epidídimo, colocar o meio de manutenção e cortar o tecido para extrair o máximo de espermatozoides •Centrifugar com o meio de manutenção para retirar os fluidos epididimários -> com isso adquire motilidade -> processamento normal •Suínos: adicionar plasma seminal para melhorar motilidade e prevenir a capacitação prematura. Avaliação Espermática •Avaliação da viabilidade espermática do ejaculado •Amostra aquecida a 37°C •Motilidade (progressiva): habilidade do espermatozoide de nadar progressivamente de forma linear •Potencial de fertilidade está relacionado com a porcentagem de células morfologicamente anormais no ejaculado Volume •Volume após ejaculação •Equinos e muares: retirar o gel. 40 - 60 mL •Ovinos e caprinos: 0,1 - 1 mL •Bovinos e bubalinos: 4 - 8 mL •Suínos: 40 - 300 mL (200 mL) •Cão: 2 – 20 mL (depende da raça) 5 mL •Gato: 0,01 – 0,7 mL - Alpaca 1 a 5 mL Cor •Varia, pode ser branco, branco acinzentado, até levemente amareladoOdor • “Sui generis” Aspecto •Leitoso, depende da concentração Avaliação Espermática – Microscópica Turbilhonamento •Movimento de massa •Mais utilizado para ruminantes •Grau 0 a 4 Motilidade •Quantidade de espermatozoides com movimento (progressivo ou não) •Avaliação subjetiva, de 0 a 100% Tathiely Costa 5 5 Biotecnologia da Reprodução Animal Vigor •Velocidade com que o espermatozoide se movimenta Concentração espermática •Quantidade de espermatozoides no ejaculado (sptz/mL) •Feito na Câmara de Neubauer Diluição: •Ovinos e caprinos: 1:400 •Bovinos e Bub: 1:200 •Suínos: 1:100 •Equinos e Muares: 1:20 •Cão e gato: 1:20 Cálculos: obs.: deve-se contar as cabeças dentro dos quadrados e somente as caudas dentro do quadrado não são consideradas Fórmula: N° sptz/mm3 (A) = Transformar de mm3 para ml = x 1000 Valor final = A x 106/ml D = Diluição h = altura entre câmara e lamílula (valor fixo) s = número de quadrados contados (valor fixo) Automáticos Avaliação Espermática - Morfologia Esfregaço e coloração para avaliação •Panótico •Hematoxilina e eosina •Karras •Eosina-negrosina •Ceroviski Avaliação úmida •Microscopia contraste de fase: diluído em solução formol salina n° céls.contadas 1/20 x 1/10 x 5/25 (D) (h) (s) Sperm counter: densímetro NucleoCounter: espectrofotometria – conta o núcleo das células Tathiely Costa 6 6 Biotecnologia da Reprodução Animal Obs: cada espécie possui a morfologia Patologias espermáticas •Defeitos maiores: afetam a fertilidade, incapacitar fecundação 1. Subdesenvolvido 2. Formas duplas 3. Knobbed sperm 4. Decapitated sperm defect (Guernsey) 5. Diadema (pouch formation) 6. Cabeça piriforme 7. Estreita na base 8. De contorno anormal 9. Cabeças pequenas anormais 10. Cabeça solta anormal 11. Peça intermitente em saca-rolha 12. Outros defeitos da peça intermediária 13. Gotas proximais 14. Pseudogota 15. Cauda fortemente dobrada ou enrolada (Dag defect) •Defeitos menores: menor relação com a fertilidade 1. Cabeças estreitas 2. Cabeças pequenas normais 3. Cabeças gigante e curta, larga 4. Cabeças soltas (normais) 5. Acrossomos destacados (Tinta da China) 6. Implantação abaxial 7. Gotas distais 8. Cauda simplesmente dobrada ou enrolada 9. Cauda enrolada na porção terminal Defeitos de acrossomo •Pode ser causada por envelhecimento, choque térmico ou manipulações inadequadas. Ex: prolongada abstinência do reprodutor. Defeitos maiores •Knobbed: persistência de grânulo na porção anterior da cabeça Defeitos de cabeça •Depende da patologia pode ser considerada maior ou menor. Nem todos os defeitos de cabeça são limitantes a fertilidade. •Associado a casos de degeneração testicular ou hipoplasia, predisposição hereditária •Menor comprometimento da motilidade dos espermatozoides •Vacúolos nucleares (pouch, diadema): vesículas em forma de colar. Pode ocorrer após doença viral, toxemias, estresse, tratamento com dexametasona em bovino •Cabeça decaptada: durante transito epididimário Defeitos de Peça intermediária •Em saca-rolha: distribuição irregular de mitocôndrias. Pode ocorrer após degeneração testicular e em animais idosos •Stump defect: Peça intermediária curta, disfunção no centríolo, genético, prognóstico ruim se tiver muito •Gota proximal: associado a problemas na espermatogênese Defeitos de cauda •Associado ao epidídimo, manipulação de meio (hiper ou hipoosmótico), choque térmico •Cauda sobrada, enrolada, enrolada na cabeça, dobrada com gota Tathiely Costa 7 7 Biotecnologia da Reprodução Animal •Relacionado a cauda do epidídimo •Gota citoplasmáticas: podem representar imaturidade sexual, disfunção epididimária. A distal é geralmente liberada quando o sptz entra em contato com os fluidos seminais •Inserção errônea: abaxial, oblíqua, caudas duplas. Origem genética Biotécnicas aplicadas ao sêmen Objetivos •Manter o potencial de fertilização por um longo período de tempo •Aumentar a eficiência por meios de manutenção •Múltiplas doses inseminantes •Nutrir e proteger o espermatozoide •Remoção do plasma seminal - concentração de células •Controle microbiológico •Diminuição do metabolismo celular •Animais selvagens: biobank, conservação de material genético Sexagem •Citometria de fluxo após coloração específica. Separa X e Y. Bovinos •Em estudo: uso de anticorpos que marcam proteínas específicas do X ou Y, imobilizando o espermatozoide •Afeta a vida do espermatozoide, menor fertilidade após o processo. Utilização de processos in vitro ex: equino e suíno (ainda em pesquisa) Criopreservação •Protocolos em constante evolução •Uso de crio-protetores: evita a formação de cristais de gelo intracelulares e a concentração de solutos •Proteção da membrana plasmática rica em lipídio •Adição de meios de manutenção rico em fontes de energia, aminoácidos, antioxidantes, antibióticos, etc.. Refrigeração •Sêmen de suíno armazenado a 16˚C por até sete dias. Não tolera baixas temperaturas (congelação) - composição lipídica da membrana. Necessita de maior concentração de antibióticos •Diminuição gradual e lenta da temperatura até atingir aprox 5˚C •Queda do metabolismo celular, mas não zera •Menos prejudicial ao espermatozoide •Melhores taxas de fertilização, manejo da IA facilitado (longevidade do sêmen) Congelação •Queda gradual e lenta da temperatura até 5˚C → seguido de congelação a -10 a -60 ˚C e mantido em temperatura -196 ˚C (N liquido) •Causa mais dano celular pela congelação •Possível em aves, mas o potencial de fertilização é pequeno •Good freezers x Bad freezers Vitrificação •Ultra-rápida congelação: queda de 2000˚C/min. Evita a formação de cristais de gelo intracelular Fonte: conteúdo retirado da aula de biotecnologia da reprodução animal Tathiely Costa 8 8 Biotecnologia da Reprodução Animal Freeze-Drying (congelação a seco) •Manutenção do sêmen em temperatura de refrigeração (4-21˚C) •Processo complicado e deletéril → morte dos espermatozoides → utilizado somente para ICSI. Fonte: conteúdo retirado da aula de biotecnologia da reprodução animal
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